Tomismo

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O Tomismo, ou filosofia tomista, integra uma das três correntes de pensamento da Escolástica: tomismo, escotismo e nominalismo.

Para além de um mero conjunto doutrinário, a Escolástica pode ser entendida como a Filosofia e Teologia ensinadas nas escolas cristãs medievais que associavam o platonismo e aristotelismo à doutrina cristã.

Seu representante máximo foi o filósofo e teólogo Tomás de Aquino que empreendeu o seu arcabouço doutrinário para defender a articulação entre fé e razão na formação da totalidade da chamada verdade e conseguir melhor convencer o povo ao cristianismo.

Daí ser conhecido por realizar a síntese entre as verdades da razão e as verdades da fé, além de sistematizar a fé cristã. Lembremos que os primeiros séculos do cristianismo foram marcados por calorosos debates tendo em vista a justificação da fé cristã e o combate aos chamados hereges.

É importante ressaltar que Tomás baseia o seu pensamento no realismo aristotélico, base que ficará evidente ao longo de suas ideias ao partir quase sempre da realidade concreta como faz na Suma Teológica. Todavia, não é nossa intenção afirmar a existência de uma filosofia “aristotélico-tomista” haja vista Tomás não ter reduzido o seu empreendimento filosófico a aprofundar ou apenas dar continuidade às doutrinas aristotélicas. Tomás transcende a todo e qualquer reducionismo deste tipo.

E aqui, temos uma característica essencial de Tomás de Aquino: ele era mais humano que divino, isto é, apelava mais para a razão do que para o sobrenatural. E isso fica evidente quando ele afirma a impossibilidade de se pensar qualquer objeto sem a existência do intelecto agente.

Tomismo

Tomás não era empirista, nega que a experiência e os sentidos possam dar conta da totalidade do real. Além da experiência sensorial existe, segundo o filósofo, o intelecto agente responsável, por exemplo, pela capacidade da abstração.

E é nesse sentido que ao contrário de negar a importância dos sentidos, o filósofo afirma a sua necessidade na clássica proposição: “nada está na inteligência sem que antes tenha estado nos sentidos”. Com isso, o filósofo contrapõe-se à corrente neoplatônica que julgava que toda e qualquer informação proveniente dos sentidos eram enganosas.Para mais informações sobre o neoplatonismo ler o artigo Neoplatonismo deste portal.

Dica Cultural

O filme O Nome da Rosa – 1986 traz como pano de fundo os calorosos embates entre a fé e a razão no contexto medieval. É importante lembrar o filme foi baseado no livro de mesmo nome do autor Umberto Eco. Ambas as opções são boas pedidas para entender o alcance desses debates na Idade Média.

Fábio Guimarães de Castro

Referências Bibliográficas

ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. História da Filosofia (vol. I). 8. ed. São Paulo: Paulus, 2007.

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