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Falácia – O que é
As falácias são argumentos logicamente incorretos que, contudo, possuem aparência de válidos e dividem-se em: formais (silogismos) e informais (sofismas).
Neste texto, focaremos as falácias informais, também conhecidas como não-formais, que se utilizam da emoção ou autoridade para levar o ouvinte a aceitar determinado argumento. Algumas delas certamente você já reproduziu ou ouviu de alguém muito próximo do seu convívio.
Não se assuste com os termos em latim, pois eles são comuns quando se fala em falácias não-formais. Todos são traduzidos no texto referente. Ficou curioso para conhecê-las? Então vamos nessa!
Dentre as falácias mais comuns encontramos:
Argumentum ad baculum: Conhecido como falácia do apelo à força, este tipo de argumento pretende impor uma determinada conclusão mediante o uso da força quer seja ela física ou psicológica.
Ele fica evidente em alguns pseudo-argumentos religiosos, por exemplo: “Acredite em Deus para não ser condenado às labaredas do inferno”. Aqui, há claramente um estado emocional de medo produzido pelo pressuposto poder divino em decidir o destino espiritual de alguém mediante o uso da sua força/poder, neste caso espiritual. Perceba que não houve argumentação, contraposição de ideias, mas antes uma mera intimação, obrigando o ouvinte a crer na divindade pressuposta de Deus.
Argumentum ad homminem: Bastante usado por advogados, marqueteiros e políticos esse argumento baseia-se no ataque pessoal, contra o argumentador, e não contra o argumento.
A exemplo: “O que o ex-presidente Lula diz não faz sentido porque ele é um semianalfabeto”. Perceba que o indivíduo que usa esse tipo de argumento está fazendo uso de um juízo subjetivo que ataca apenas a pessoa emissária do argumento, deixando intacto o conteúdo da fala do ex-presidente.O fato de alguém ser semianalfabeto não é juízo suficiente para desqualificar de antemão todo e qualquer argumento, discurso, fala por essa pessoa proferidos. Todavia, para além de serem válidos esses argumentos são úteis principalmente quando se trata de debates políticos em que características ou caráter pessoal pode ser relevante na reflexão que os eleitores farão sobre seus possíveis candidatos.
Argumentum ad verecundiam: É um apelo à autoridade constituída de alguém, quer seja um especialista no assunto ou um ícone da mídia. Esse argumento é muito utilizado pelas propagandas publicitárias que induzem os clientes a comprarem uma determinada marca quer seja porque um especialista da área recomenda ou porque um artista popular diz ser a melhor sem, contudo, demonstrar argumentativamente a superioridade daquele produto frente às opções do mercado.
A exemplo: “O sorvete de macadâmia da Häagen Dazs é o melhor, porque Bradley Cooper disse” ou: “Se Freud disse, então é verdade”. Em ambos os argumentos se recorre à autoridade de alguém para testemunhar, afirmar questões nas quais não somos especialistas ou não temos popularidade suficiente para influenciar outras pessoas a se tornarem adeptas do produto.
Argumentum ad misericordiam: Nesse argumento, apela-se à misericórdia de alguém para conseguir o que se deseja.
A exemplo: “Dá-me uma esmola pelo amor de Deus”. Perceba que o emissário faz uso de uma crença que ele supõe que seu interlocutor tenha para dela tirar vantagens.
Acidente convertido: Também chamado de generalização apressada, esse argumento parte do particular e conclui algo geral.
Exemplo: “Meu professor de Filosofia do ensino fundamental I foi péssimo, o do fundamental II foi péssimo, o do ensino médio foi péssimo. Logo, eu odeio professores de filosofia porque eles todos são péssimos”. Perceba que o indivíduo que faz uso desse tipo de argumento em seu dia a dia ele toma um caso particular como regra, desconsiderando o fato de ele não ter tido contato com todos os professores de filosofia do mundo (algo inviável, sei) para poder generalizar.
Pergunta complexa: Essa falácia é altamente utilizada por advogados e juízes com intenção prévia de fazer o interlocutor cair numa armadilha, visando confundir o réu ou mesmo incriminá-lo independente de ele efetivamente ter sido o autor do crime. Todavia, não é só no âmbito jurídico que a falácia da pergunta complexa existe. Ela existe em diversas outras situações inclusive da vida cotidiana.
A exemplo, pensemos em um repórter que formula a seguinte pergunta a um político desavisado: “Você ainda é corrupto?”.
Perceba que independente de a resposta do político ser sim ou não ele estará encrencado com a opinião pública, pois: se disser sim estará confessando que permanece cometendo atos ilícitos em sua gestão, se responder não perceba que o político não negou já ter cometido atos corruptos no passado, apenas afirmou que não mais é corrupto, ou seja, não permanece roubando dos cofres públicos ou privados.
Falácia – Definição

Pesquisadores discordam sobre como definir o próprio termo “falácia”. Por exemplo, a maioria dos pesquisadores afirma que falácias podem ser criadas intencionalmente ou não, mas alguns pesquisadores afirmam que uma suposta falácia criada involuntariamente deve ser chamada de erro e não de falácia.
Poderia haver um programa de computador, por exemplo, que sempre conseguisse distinguir com sucesso uma falácia de uma não falácia?
Uma falácia é um erro, mas nem todo erro é uma falácia.
Concentrando-se apenas nas falácias de argumentação, alguns pesquisadores definem tal falácia como um argumento dedutivamente inválido ou com muito pouca força indutiva. Como exemplos de falso dilema, premissas inconsistentes e petição de princípio são argumentos válidos nesse sentido, essa definição ignora algumas falácias comuns. Outros pesquisadores afirmam que uma falácia é um erro em um argumento que surge de algo diferente de premissas falsas. Mas a falácia do falso dilema se deve a premissas falsas.
Outros pesquisadores ainda definem uma falácia como um argumento que não é bom. Bons argumentos são então definidos como aqueles que são dedutivamente válidos ou indutivamente fortes, e que contêm apenas premissas verdadeiras e bem estabelecidas, mas não são petições de princípio.
Uma reclamação com essa definição é que sua exigência de verdade levaria indevidamente a chamar muito raciocínio científico de falacioso; cada vez que uma nova descoberta científica levasse os cientistas a rotular uma afirmação previamente bem estabelecida como falsa, todos os cientistas que usaram essa afirmação como premissa se tornariam raciocinadores falaciosos. Essa consequência da definição é aceitável para alguns pesquisadores, mas não para outros.
Como o raciocínio informal lida regularmente com raciocínio hipotético e com premissas para as quais há grande discordância sobre se são verdadeiras ou falsas, muitos pesquisadores flexibilizariam a exigência de que toda premissa deve ser verdadeira ou pelo menos sabidamente verdadeira.
Uma definição amplamente aceita define um argumento falacioso como aquele que é dedutivamente inválido ou é indutivamente muito fraco ou contém uma premissa injustificada ou que ignora evidências relevantes que estão disponíveis e que deveriam ser conhecidas pelo argumentador.
Por fim, outra teoria da falácia afirma que uma falácia é a falha em fornecer provas adequadas para uma crença, sendo essa falha disfarçada para fazer com que a prova pareça adequada.
Outros pesquisadores recomendam caracterizar uma falácia como uma violação das normas do bom raciocínio, das regras da discussão crítica, da resolução de disputas e da comunicação adequada. A dificuldade com essa abordagem reside na grande discordância sobre como caracterizar essas normas.
Além disso, todas as definições acima são frequentemente complementadas com alguma observação no sentido de que as falácias precisam ser convincentes ou persuasivas para muitas pessoas. É notoriamente difícil ser muito preciso sobre essas noções. Alguns pesquisadores da teoria das falácias, portanto, recomendaram o abandono total dessas noções; outros pesquisadores sugerem substituí-las pela frase “pode ser usado para persuadir”.
Alguns pesquisadores reclamam que todas as definições de falácia acima são muito amplas e não distinguem entre meros erros e falácias reais, os erros mais graves.
Pesquisadores da área estão profundamente divididos, não apenas sobre como definir o termo “falácia” e como definir algumas das falácias individuais, mas também sobre se existem condições necessárias e suficientes para distinguir entre raciocínio falacioso e não falacioso em geral. Analogamente, há dúvidas no campo da ética sobre se os pesquisadores devem perseguir o objetivo de fornecer condições necessárias e suficientes para distinguir ações morais de imorais.
Falácia – Argumentos
Falácia é uma etapa ilógica na formulação de um argumento. Um argumento na escrita acadêmica é essencialmente uma conclusão ou afirmação, com suposições ou razões para apoiá-la. Por exemplo, “Azul é uma cor ruim porque está ligado à tristeza” é um argumento porque faz uma afirmação e oferece suporte para ela. Independentemente de a afirmação que fazemos ser verdadeira ou falsa, podemos usar razões que não apoiam logicamente essa afirmação ou que não são logicamente apoiadas. Por exemplo, o argumento acima pode ser considerado falacioso por alguém para quem o azul representa calma.
Embora a política, o direito e a mídia sejam notórios por esses truques, as falácias são uma ocorrência cotidiana na sociedade e frequentemente são cometidas involuntariamente. Nós mesmos as cometemos. E como as falácias podem fazer com que argumentos ilógicos pareçam lógicos, os trapaceiros as usam para persuadir seu público a acreditar em afirmações ilógicas. Ao aprender a reconhecer falácias, no entanto, podemos evitar ser enganosos e sermos enganados por outros.
Fonte: Colégio São Francisco/Fábio Guimarães de Castro/iep.utm.edu/www.lindsey.edu
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