Feminismo

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Feminismo – O que é

Entende-se por feminismo um movimento social e político que objetiva legitimar a igualdade de direitos entre os sexos masculino e feminino. E com isso, chegamos a um ponto chave para entender o que é o feminismo.

Adverso ao que algumas pessoas repetem à exaustão, o antônimo de feminismo não é o machismo.

machismo apregoa a superioridade do gênero masculino sobre o feminino a ponto de legitimar a desigualdade entre os sexos pelas mais variadas motivações.

feminismo, sem nenhuma pretensão em “trocar seis por meia dúzia”, isto é, trocar o insustentável machismo por algo reverso, objetiva pensar a possibilidade efetiva de ambos os sexos serem tratados em condição de igualdade.

É importante entender que a desigualdade entre homens e mulheres já fora inclusive objeto de dispositivos legais, inclusive no Brasil, a exemplo o Código Civil Brasileiro de 1916 que estabelecia a subalternidade da mulher em relação ao homem. Nesse referido código, posteriormente revogado pelo Código de 2002, o marido possuía o direito, prescrito em lei, de pedir a anulação do casamento se percebesse que a esposa não era virgem anterior ao casamento. Ou ainda, nesse código de 1916, a possibilidade jurídica de o pai deserdar a filha considerada “desonesta”, ou seja, que levasse uma vida que contrariasse a moral e os bons costumes da família tradicional brasileira da época.

O que tradicionalmente chamamos de feminismo na verdade não se resume a uma única corrente de pensamento, mas a diversas com demandas também múltiplas.

E nesse sentido, cumpre citar: o feminismo liberal(protagonizado por Betty Friedan); o feminismo socialista (baseado numa perspectiva marxista refletindo sobre a condição da mulher-objeto na sociedade capitalista); o feminismo lésbico (critica a opressão heteronormativa); o feminismo negro (protagonizado pela ativista e filósofa Angela Davis) entre outros existentes e por existir que, com demandas diversas, pensam o feminismo global.

Feminismo – História

Há poucas evidências de protestos organizados contra esse status restrito. No século III a.C., mulheres romanas lotaram o Monte Capitolino e bloquearam todas as entradas do Fórum quando o cônsul Marco Pórcio Catão resistiu às tentativas de revogar as leis que limitavam o uso de bens caros pelas mulheres. “Se elas forem vitoriosas agora, o que não tentarão?”, exclamou Catão. “Assim que começarem a ser suas iguais, terão se tornado suas superiores.”

Essa rebelião, no entanto, provou ser excepcional. Durante a maior parte da história registrada, apenas vozes isoladas se manifestaram contra o status inferior das mulheres, prenunciando os argumentos que viriam. Na França do final do século XIV e início do século XV, a primeira filósofa feminista, Cristina de Pisa, desafiou as atitudes predominantes em relação às mulheres com um ousado apelo à educação feminina. Seu legado foi assumido mais tarde no século por Laura Cereta, uma veneziana do século XV que publicou Epistolae familiares (1488; “Cartas Pessoais”; tradução inglesa de “Coletânea de Cartas de uma Feminista Renascentista”), um volume de cartas que abordava uma panóplia de queixas femininas, desde a negação da educação e a opressão conjugal até a frivolidade do vestuário feminino.

A defesa das mulheres tornou-se um subgênero literário no final do século XVI, quando Il merito delle donne (1600; O Valor das Mulheres), um panfleto feminista de outra autora veneziana, Moderata Fonte, foi publicado postumamente. Defensores do status quo retratavam as mulheres como superficiais e inerentemente imorais, enquanto as feministas emergentes produziam longas listas de mulheres corajosas e realizadas, e proclamavam que as mulheres seriam intelectualmente iguais aos homens se tivessem igual acesso à educação.

O chamado “debate sobre as mulheres” só chegou à Inglaterra no final do século XVI, quando panfletários e polemistas travaram uma batalha sobre a verdadeira natureza da feminilidade. Após a publicação de uma série de peças satíricas que zombavam das mulheres, a primeira panfletária feminista da Inglaterra, escrevendo como Jane Anger, respondeu com Jane Anger, Sua Proteção para as Mulheres (1589). Essa onda de opiniões continuou por mais de um século, até que outra autora inglesa, Mary Astell, publicou uma réplica mais fundamentada em Uma Proposta Séria às Damas (1694, 1697). A obra em dois volumes sugeria que mulheres que não tivessem inclinação para o casamento nem para a vocação religiosa deveriam fundar conventos seculares onde pudessem viver, estudar e lecionar.

Feminismo – Influência do Iluminismo

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As vozes feministas do Renascimento nunca se uniram em uma filosofia ou movimento coerente. Isso aconteceu apenas com o Iluminismo, quando as mulheres começaram a exigir que a nova retórica reformista sobre liberdade, igualdade e direitos naturais fosse aplicada a ambos os sexos.

Inicialmente, os filósofos iluministas se concentraram nas desigualdades de classe social e casta, excluindo o gênero. O filósofo francês nascido na Suíça, Jean-Jacques Rousseau, por exemplo, retratou as mulheres como criaturas tolas e frívolas, nascidas para serem subordinadas aos homens. Além disso, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que definiu a cidadania francesa após a revolução de 1789, claramente não abordou a condição jurídica das mulheres.

As intelectuais do Iluminismo foram rápidas em apontar essa falta de inclusão e o escopo limitado da retórica reformista. Olympe de Gouges, uma notável dramaturga, publicou Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne (1791; “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”), declarando que as mulheres não eram apenas iguais ao homem, mas também suas companheiras. No ano seguinte, A Vindication of the Rights of Woman (1792), de Mary Wollstonecraft, a obra feminista seminal em língua inglesa, foi publicada na Inglaterra. Desafiando a noção de que as mulheres existem apenas para agradar aos homens, ela propôs que mulheres e homens tivessem oportunidades iguais na educação, no trabalho e na política. As mulheres, escreveu ela, são tão naturalmente racionais quanto os homens. Se são tolas, é apenas porque a sociedade as treina para serem irrelevantes.

O Iluminismo se transformou em uma era de efervescência política marcada por revoluções na França, Alemanha e Itália e pela ascensão do abolicionismo. Nos Estados Unidos, o ativismo feminista se consolidou quando abolicionistas buscaram aplicar os conceitos de liberdade e igualdade às suas próprias situações sociais e políticas. Seu trabalho as colocou em contato com abolicionistas na Inglaterra, que chegavam às mesmas conclusões. Em meados do século XIX, questões em torno do feminismo se somaram ao tumulto da mudança social, com a troca de ideias por toda a Europa e América do Norte.

No primeiro artigo feminista que ousou assinar com o próprio nome, Louise Otto, alemã, baseou-se no trabalho de Charles Fourier, teórico social francês, citando seu ditado de que “pela posição que as mulheres ocupam em um país, pode-se ver se o ar de um Estado está carregado de névoa suja ou livre e limpo”. E depois que as feministas parisienses começaram a publicar um jornal diário intitulado La Voix des femmes (“A Voz das Mulheres”) em 1848, Luise Dittmar, escritora alemã, seguiu o exemplo um ano depois com seu periódico, Soziale Reform.

Feminismo – Sociologia

Feminismo, a crença na igualdade social, econômica e política entre os sexos. Embora tenha se originado em grande parte no Ocidente, o feminismo se manifesta em todo o mundo e é representado por diversas instituições comprometidas com a defesa dos direitos e interesses das mulheres.

Durante a maior parte da história ocidental, as mulheres foram confinadas à esfera doméstica, enquanto a vida pública era reservada aos homens. Na Europa medieval, as mulheres eram privadas do direito de possuir propriedades, estudar ou participar da vida pública. No final do século XIX, na França, elas ainda eram obrigadas a cobrir a cabeça em público e, em partes da Alemanha, o marido ainda tinha o direito de vender a esposa. Mesmo no início do século XX, as mulheres não podiam votar nem ocupar cargos eletivos na Europa e na maior parte dos Estados Unidos (onde vários territórios e estados concediam o sufrágio feminino muito antes do governo federal). As mulheres eram impedidas de conduzir negócios sem um representante masculino, fosse pai, irmão, marido, representante legal ou mesmo filho. Mulheres casadas não podiam exercer controle sobre seus próprios filhos sem a permissão dos maridos. Além disso, as mulheres tinham pouco ou nenhum acesso à educação e eram impedidas de exercer a maioria das profissões. Em algumas partes do mundo, essas restrições às mulheres persistem até hoje.

Feminismo

Simone de Beauvoir

Simone de Beauvoir, filósofa francesa, é sem dúvida uma das várias intelectuais de peso para se pensar a condição feminina na sociedade hodierna. Embora o nome de Beauvoir volta e meia apareça nas discussões sobre gênero e nos assuntos relacionados ao feminismo é importante frisar que a filósofa não fora o que podemos chamar de feminista de berço. Todavia, já na década de 49, ao escrever o clássico Segundo Sexo a filósofa já dava mergulho profundo no que posteriormente (década de 60) chamaríamos de feminismo propriamente dito.

Desse modo, embora já na década de 1949 a filósofa já estivesse pensando a condição feminina na sociedade francesa do século XX ela ainda não tinha clareza ou mesmo se percebido como feminista nos contornos que o movimento ganhara na posteridade.

Todavia, se antes o seu engajamento político com o feminismo reduzia-se aos círculos acadêmicos e literários, a partir da década de 70 a filósofa se reconhecendo enquanto feminista começa a militar em prol do movimento: panfletando, indo às ruas denunciar as desigualdades de gênero e a opressão feminina.

Tornar-se Mulher

É de Beauvoir a clássica frase“Não se nasce mulher; torna-se”. Com isso, a filósofa francesa entende o “ser mulher” como uma construção sócio-histórico-cultural que transcende ao caráter meramente biológico.

Noutros termos, anterior ao nascimento a mulher encontra todo um aparelho ideológico e repressivo instaurado que delimita em padrões rígidos o que aquela sociedade aceita como sendo mulher.

E isso, desencadeia os chamados “papeis sociais” que, mediante violência física ou simbólica, impõem à mulher uma série de obrigações e deveres aos quais ela é “conduzida” a aceitar e reproduzir.

A exemplo: o ser delicada, sensível, o sexo frágil da relação; pronta a não só cooperar, mas reproduzir os papeis a ela atribuídos sempre na posição de submissa. E nisso, vemos o retrato da desigualdade entre os gêneros que já fora detectada pela filósofa lá na década de 49.

Feminismo na Música

Desconstruindo Amélia – Pitty;
Flawless – Beyoncé;
Testando – Ellen Oléria;
Respeita – Ana Cañas;
U.T.A – Mulamba;
Carne Doce – Artemísia;
Brasa – Jade Baraldo.

Paródia Mulheres na Filosofia – Vídeo

Nessa paródia, o canal Dom 13 Quixote aborda de forma humorada três grandes nomes de filósofas que contribuíram para a discussão em torno das temáticas de gênero: Hannah Arendt, Simone de Beauvoir e Judith Butler.

Fonte: Colégio São Francisco/Fábio Guimarães de Castro/Encyclopaedia Britannica

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