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Escola de Frankfurt – O que foi
Quais os seus teóricos? Qual a novidade introduzida pela teoria frankfurtiana?
Essas e outras perguntas objetivamos responder ao longo do texto.
A Escola de Frankfurt, também conhecida como Escola de Francoforte,surgiu na Alemanha na década de 20.
Foi um movimento intelectual marcado pelo viés crítico-social, de orientação marxista, que questionou o uso excessivo e irracional da razão tornada instrumento de dominação cega na sociedade tecnológica e industrial, além de denunciar a perda da autonomia do sujeito que se aliena na ambição descontrolada por poder.
Da década de 1920 à década de 1960, a Escola de Frankfurt reuniu um grupo de intelectuais, incluindo Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Erich Fromm, em torno de uma “teoria crítica” da sociedade moderna, percebida como um empreendimento de dominação e alienação.
Dentre os seus representantes, destacam-se:
Max Horkheimer;
Theodor Adorno;
Herbert Marcuse;
Jürgen Habermas;
Dentre outros, que têm em comum a teoria crítica da sociedade. A seguir, faremos uma incursão nos pensamentos filosóficos de alguns dos integrantes da Escola de Frankfurt objetivando tornar mais clara a definição sintética dada no começo do texto.
Max Horkheimer: Razão Instrumental
Max Horkheimer (1885 – 1973), estudou literatura, filosofia e psicologia, daí seu pensamento fortemente humanista. Dentre as suas contribuições para a chamada teoria frankfurtiana cumpre citar o conceito de razão instrumental, entendido pelo filósofo como o uso da racionalidade para fins meramente práticos, instrumentais, utilitaristas, técnicos e ausentes de reflexão prévia, tendo como finalidade a mera dominação cega e obtenção de poder, como ocorreu na sociedade industrial moderna e ainda acontece na sociedade contemporânea.
Anterior a Horkheimer, o filósofo também alemão, Nietzsche (1841 – 1900) já alertara para os perigos que o excesso de razão traria à humanidade. Desse modo, na sociedade moderna, o homem conseguiu dominar a natureza, mas após dominá-la foi incapaz de efetivamente produzir o progresso haja vista a sua preocupação meramente utilitária e irracional na exploração dos recursos naturais ter gerado verdadeiro caos ecológico, pois a ciência e tecnologia estão a serviço não do desenvolvimento humano, mas do capitalista que só está preocupado com a lucratividade de seus investimentos, mantendo e aprofundando as já intensas desigualdades sociais.
Perceba que o filósofo não se opõe ao progresso científico e tecnológico, opõe-se apenas o uso instrumental da razão para se atingir tais progressos, que ignoram a reflexão efetiva sobre os limites e possibilidades da ciência e tecnologia e sua consequente finalidade social.
Theodor Adorno: Indústria Cultural
Theodor Adorno (1903 – 1969), filósofo e musicólogo, em parceria com Horkheimer, cunha o termo indústria cultural fazendo referência aos processos de massificação e mercantilização da cultura como instrumento de dominação política das classes dominadas impondo-lhes valores, costumes, comportamentos todos padronizados, friamente calculados numa lógica pérfida de domínio e exploração.
Esse fenômeno ocorreu largamente na sociedade industrial capitalista em que, devido ao uso meramente instrumental da razão, ocorreu a mercantilização em massa de bens culturais: cinema, discos, livros, etc. tornando o descanso do operário um prolongamento da lucratividade do sistema capitalista no qual o operário não mais consegue imaginar um lazer sem custo monetário.
Escola de Frankfurt – Teoria Crítica
Escola de Frankfurt
A Escola de Frankfurt se destacou por sua grande contribuição ao que é chamado de teoria crítica. Essa abordagem revolucionou a maneira de estudar e compreender as derivas e dinâmicas do poder na sociedade moderna, com foco na emancipação e na transformação social.
Uma abordagem teórica que critica e busca entender as estruturas sociais para transformá-las. Diferentemente das abordagens tradicionais, seu objetivo não é apenas explicar o mundo, mas mudá-lo.
A teoria crítica se concentra na análise das dimensões ocultas da cultura, esclarecendo como as ideologias são reproduzidas na sociedade.
Ela desafia as estruturas de poder e busca emancipar os indivíduos de restrições sociais invisíveis:
Enfatiza a interdisciplinaridade.
Interessado em desigualdades de poder e autoridade.
Ancora suas análises no contexto histórico e social.
Um dos aspectos fascinantes da teoria crítica da Escola de Frankfurt é sua capacidade de antecipar problemas modernos, como a manipulação da mídia e a perda da autonomia individual diante das estruturas institucionais. Por exemplo, Theodore Adorno discutiu extensivamente o que ele chamou de indústria cultural, criticando como a mídia de massa pode controlar e moldar o pensamento social.
Escola de Frankfurt – Definição
Nome dado ao “Instituto de Pesquisa Social”, fundado em 1923 em Frankfurt por Max Horkheimer e Theodor Adorno com o objetivo de promover uma “teoria crítica” em relação às contradições da sociedade capitalista.
Com a ascensão do nazismo, os membros da escola se exilaram em Nova York, onde a sociedade de consumo de massa americana e a pseudocultura que ela proporcionava lhes ofereciam um objeto privilegiado de estudo.
De volta a Frankfurt em 1950, eles continuaram seu trabalho, denunciando o fracasso da razão iluminista, o aspecto destrutivo do progresso e a negligência da felicidade individual.
De obediência marxista, a Escola de Frankfurt também afirma prontamente ter sido inspirada por Freud. Três gerações marcam sua história: a primeira, marcada pela crise do marxismo na Alemanha e pelo desejo de continuar a propor um modelo de sociedade mais justo, é a dos fundadores e seus primeiros discípulos (Horkheimer, Adorno, Walter Benjamin, Ernst Bloch); o segundo, ligado à interdisciplinaridade e mais marcado pelo freudo-marxismo, influenciou as revoltas estudantis do final da década de 1960 (o jurista F. L.
Neumann, o psicanalista Erich Fromm e o sociólogo Herbert Marcuse); a terceira, finalmente, que toma emprestado do neokantismo, dirige gradualmente seu questionamento para a dimensão comunicativa da razão e o reconhecimento do indivíduo nas sociedades democráticas liberais que se dizem “avançadas” (Jürgen Habermas, Axel Honneth). A vitalidade desta escola é demonstrada pelo trabalho de uma quarta geração de pesquisadores, dos quais Hartmut Rosa, pensador da “aceleração social” como causa da alienação, é um dos mais famosos representantes atuais.
Escola de Frankfurt – Origem
A Escola de Frankfurt foi fundada em 1923 na Universidade de Frankfurt. Seu principal objetivo era explorar mudanças sociais e econômicas em uma sociedade em rápida mudança. Inspirada pelo marxismo, ela diversificou suas abordagens combinando diversas disciplinas, como sociologia, economia, filosofia e psicologia.
Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, a Escola de Frankfurt teve que deixar a Alemanha devido à perseguição nazista. Ela se estabeleceu temporariamente nos Estados Unidos antes de retornar à Europa após a guerra. Este exílio enriqueceu suas perspectivas com novas influências intelectuais americanas.
Fonte: Colégio São Francisco/Fábio Guimarães de Castro/www.philomag.com/www.studysmarter.fr
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