Filosofia

O intuito desse canal é tratar dos mais diversos temas que intrigaram filósofos desde a Antiguidade Grega à Contemporaneidade. Para isso, faremos uma incursão nos temas centrais do pensamento filosófico comumente abordado nos Exames Nacionais, Estaduais e Municipais que têm a Filosofia como objeto de avaliação a nível de Ensino Médio.

Sempre que possível traremos indicações de filmes, músicas, poesias, que retratam o conteúdo abordado pelo texto, possibilitando tornar o tema em questão o mais didático possível. É importante frisar que esse canal não tem como objetivo esgotar os temas e possibilidades do trato filosófico dos conceitos aqui trabalhados haja vista a especificidade do saber filosófico que não se deixa limitar por definições unívocas.

Filosofia – O que é

A Filosofia não é contemplação, nem reflexão, nem comunicação. É a atividade que cria conceitos.

Deleuze e Guattari, filósofos franceses, ao expor a questão sobre o que é a Filosofia, com muito humor afirmam que essa é uma questão geralmente “elaborada à meia noite quando nada mais resta a perguntar”.

Mostrando que a própria pergunta é já desde a sua elaboração um problema de cunho filosófico não solucionado pela extensa Tradição haja vista haver, para cada filosófico, definições muito peculiares para o que entendem por Filosofia o que acaba por dificultar uma univocidade conceitual semelhante a que vemos nas clássicas ciências do currículo escolar: Biologia, Matemática, Física, etc.

Os filósofos franceses, almejando aproximar de uma definição para o que seja filosofia afirmam: “a filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos”. Rejeitam, por assim dizer, as definições exaradas pelo senso comum da filosofia como a arte da contemplação, reflexão e comunicação. Todas essas consideradas por eles como não exclusivas da Filosofia, mas compartilhadas com os diversos ramos do conhecimento científico e não-científico.

Filosofia é etimologicamente “o amor pela sabedoria”. Recebeu esse nome na Grécia no século IV a.C., seguindo vários impulsos que moldariam o que ele se tornaria. Os pré-socráticos foram os primeiros na Grécia a buscar construir explicações racionais dos fenômenos, substituindo os mitos da época, com o objetivo de esclarecer o mundo ao nosso redor. O primeiro amor da sabedoria é a busca pela verdade. Seguindo-os, Sócrates formou a filosofia como ela ainda é praticada hoje. Ao dialogar com seus contemporâneos, acadêmicos, poetas, políticos, ele busca superar preconceitos para chegar à verdade. O amor à sabedoria é também o desejo de desenvolver um ponto de vista reflexivo e crítico sobre nossas ideias, o que deve nos permitir não apenas entender, mas também mudar nosso modo de vida por meio do autocontrole. O amor pela sabedoria é, em última análise, uma prática de buscar a melhor maneira de viver e agir, em relação aos outros e a nós mesmos, para sermos felizes.

A filosofia ajuda a construir um verdadeiro pensamento pessoal. Seu exercício mostra o quão difícil é formar um pensamento pessoal, porque nossas ideias muitas vezes vêm do nosso ambiente social, da nossa cultura, das nossas representações… A definição de felicidade é um exemplo paradigmático. Muitas vezes, os alunos respondem espontaneamente que felicidade é “uma família, um bom emprego, uma casa”, sem perceber que essas representações vêm de uma determinada cultura.

Se pensarmos nessa definição proposta, rapidamente veremos que ela não resiste ao teste do pensamento: por que alguém que não tem um “bom emprego” não pode ser feliz? Devemos então revisar nossa ideia inicial, e é com a ajuda dos filósofos e seus conceitos que podemos entender melhor a verdadeira questão e frustrar nossas representações.

Prosseguir com um questionamento filosófico e construir um argumento para propor uma resposta complexa a uma questão não menos complexa requer aprendizado. Isso envolve o uso de conceitos e palavras específicas que darão força ao raciocínio. Ser metódico nesse processo ajuda a garantir que você não perca o essencial. É claro que estas páginas que propõem uma metodologia não pretendem substituir um curso de filosofia. Eles devem fornecer uma série de pistas e conselhos que permitam realizar o trabalho filosófico de questionamento, reflexão e construção do pensamento.

Todos os Homens São Filósofos

De acordo com o filósofo Antonio Gramsci, a atividade filosófica transcende às fortificações dos cientistas especializados, filósofos profissionais e torna-se intrínseca a todos os homens independente de sua instrução e/ou formação acadêmica.

Isso se efetiva, pois, segundo o filósofo, a “filosofia espontânea” está presente na linguagem, no senso comum e na religião popular. Abrangendo, por assim dizer, todos os âmbitos da sociedade, e sustentando a importância da filosofia para a produção da cultura humana.

Destarte, a ver de Gramsci, a reflexão filosófica, mesmo se perpassada pelo viés do senso comum ela poderá assumir uma postura crítica do contexto sócio histórico onde vive, guardando, é claro, as devidas limitações conceituais, estruturais próprias aos profissionais da Filosofia.

Surgimento

A Filosofia surgiu na Grécia Antiga na cidade-estado de Mileto e só posteriormente ela irá se concentrar em Atenas com os Pré-Socráticose Sofistas. Para entender a passagem do Mito ao Logos que será essencial para o desenvolvimento da Filosofia que surge nesse momento leia o artigo Logos deste portal.

As grandes questões da filosofia

Em suma, o filósofo era uma espécie de decatleta do pensamento: praticava lógica, geometria, retórica, metafísica, ciências naturais, além de psicologia e ciência política.

Podemos entender por que ele se sente acima dos mortais comuns e dos especialistas de todos os tipos: médicos, arquitetos, estrategistas militares e agrimensores. Para Platão, somente o filósofo poderia alcançar o céu puro das “Ideias”, inacessível às pessoas comuns.

O filósofo, finalmente, é um professor. Não apenas no sentido de professor, ele também quer ser um “mestre pensador” que busca formar discípulos e fundou uma “escola” em seu nome. Nesse sentido, o filósofo também é um guia espiritual, o que na Índia é chamado de guru. Às vezes, ele era conselheiro do príncipe (mimando os poderosos como Platão e Aristóteles); Ele também se via como um intelectual comprometido, como Voltaire.

Às vezes, como um diretor espiritual à maneira de padres ou psicólogos: Cícero definiu assim a filosofia como “a verdadeira medicina da alma”.

Pensador, enciclopedista, professor, intelectual, teórico, moralista, etc., podemos encontrar um pouco de tudo isso nos filósofos de hoje. Com esta pequena diferença, a ciência e as ciências humanas se emanciparam da filosofia. A arte de viver também envolve psicoterapia e desenvolvimento pessoal… Moralidade é o negócio dos comitês de ética. A partir daí, seu lugar majestoso, entronizado acima de todo conhecimento, é menos fácil de admitir. Daí, para o filósofo, o risco de aparecer como um tagarela que brilha nos salões e nos programas de televisão, que agita ideias das quais ninguém sabe dizer se são certas ou erradas, úteis ou inúteis.

Em suma, a filosofia tem a vantagem de poder se infiltrar em todos os lugares e a desvantagem de não ser indispensável em lugar nenhum. É por isso que continua sendo uma questão elusiva.

Áreas Clássicas da Filosofia

História da Filosofia: Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea;
Lógica;
Ética;
Metafísica;
Teoria do Conhecimento (Epistemologia);
Filosofia da Ciência;
Filosofia Social e Política;
Antropologia Filosófica;
Filosofia da Religião;
Filosofia da Arte (Estética);
Filosofia da Mente;
Filosofia Hermenêutica.

O mais, te convidamos a fazer um passeio pelos diversos artigos deste portal e entender um pouco mais sobre esse fantástico mundo que é o do pensamento filosófico.

Fonte: Colégio São Francisco/www.leseditionsdeminuit.fr/www.scienceshumaines.com/www.assistancescolaire.com