Análise Sintática

Análise Sintática – O que é

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Na análise sintática TUDO gira em torno do VERBO!

SUJEITO / VERBO / OBJETO

Para achar o SUJEITO, basta fazer a pergunta QUEM? ANTES do VERBO!

Para achar o OBJETO, basta fazer a pergunta O QUÊ? Ou QUEM? DEPOIS do VERBO!

A análise sintática constitui-se no estudo da estrutura do período, dividindo e classificando as orações que o compõem e reconhecendo as funções sintáticas dos termos na oração.

Apresenta, portanto, duas funções distintas:

divisão de um todo em suas partes componentes;

explicação da função de cada uma dessas partes.

A análise sintática tem seu campo de ação assim delimitado: período, oração e termos da oração.

Frase, oração, período

Frase é qualquer enunciado dotado de significação.

A frase pode ser constituída de:

uma só palavra.

Ex.: Socorro!

várias palavras (com verbo ou não).

Ex.: O tempo está nublado. Que calor!

Frase nominal

exprime uma visão estática. Aparece sem verbo ou com verbo de ligação.

Ex.:

VITÓRIA JUSTA DO CORITIBA.

Frase verbal

indica um processo dinâmico.

Ex.:

O ATLÉTICO VENCEU.

Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.

Exemplos:

A fanfarra desfilou na avenida.

As festas juninas estão chegando.

Tanto na frase quanto na oração, as palavras obedecem a uma ordem, a uma disposição, para que haja uma clara transmissão da mensagem.

Observe:

Quadrinhos aluno em o sala na lê revista uma.

O entendimento da mensagem fica impossível, porque as palavras estão dispostas numa ordem anormal.

Se colocadas numa ordem linguística compatível com a nossa língua, entende-se facilmente a mensagem:

O aluno lê uma revista em quadrinhos na sala.

Existe, portanto, uma ordem linguística que devemos seguir na elaboração de uma frase ou oração. A essa ordem dá-se o nome de sintaxe.

Quanto à ordem, as orações podem ser diretas ou indiretas.

Orações diretas – são as que apresentam os termos em sua ordem natural (sujeito, verbo, complementos).

Exemplo:

A comitiva presidencial chegou a Curitiba às duas horas.

Orações indiretas – são as que apresentam os termos em ordem inversa, não-natural.

Exemplo:

Às duas horas, chegou a Curitiba a comitiva presidencial.

Período é a frase estruturada em oração ou orações.

Termina sempre por um ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, às vezes, dois pontos.

O período classifica-se em:

Simples – constituído por uma só oração, chamada absoluta.

Fui à livraria ontem.

Composto – constituído por mais de uma oração.

Fui à livraria ontem e comprei vários livros.

A maneira prática de saber quantas orações existem num período é contar os verbos ou expressões verbais.

TERMOS DA ORAÇÃO

 

I. Essenciais Sujeito  
  Predicado  
II .Integrantes Complemento verbal Objeto direto
  Complemento nominal Objeto indireto
  Agente da Passiva  
III. Acessórios Adjunto adnominal  
  Adjunto adverbial  
  Aposto  
IV. Vocativo Não pertence à estrutura da oração  

 

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

I. Sujeito simples
composto
indeterminado
inexistente ou oração sem sujeito
II. Predicado nominal
verbal
verbo-nominal
  – Predicativo do sujeito – PS
  – Predicativo do objeto – PO 

As orações são constituídas, quase sempre, de dois termos que expressam, respectivamente:

o ser (de quem se diz algo) – sujeito;

aquilo que se diz (do ser) – predicado.

Veja:

Sujeito Predicado  
  O aluno estudou a matéria.
  (Nós) Sabemos toda a matéria.
    Faz muito tempo.

SUJEITO

É o ser de quem se diz alguma coisa. Como termo da maior hierarquia dentro da oração, jamais vem regido por preposição.

MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se as perguntas:

O que é que + verbo?
Quem é que

Exemplo:

O aluno saiu. (Quem é que saiu?)

Resposta : O aluno. (sujeito)

Núcleo do sujeito

O núcleo de um termo é a palavra mais importante que dele participa.

Em geral, o núcleo do sujeito pode ser:

um substantivo:

O lápis é novo.

um pronome substantivo (pessoal, indefinido etc.):

Ele está aqui.

uma palavra ou expressão substantivada:

Viver é lutar.

uma oração substantiva:

Convém que você venha à reunião.

A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) considera somente estes tipos de sujeito:

Simples

Possui um só núcleo (no singular ou no plural / claro ou subentendido).

Ex.:

Os sinos silenciaram.

Ninguém ousou levantar a voz.

Os nossos guarda-chuvas foram roubados.

Esse quê está bem empregado.

Observação: Em frases como:

Ex:

Somos os melhores

(núcleo: nós, implícito na desinência verbal), dizia-se antigamente que era um caso de sujeito oculto. Esse termo foi abolido pala NGB, apesar de ser ainda encontrado, inclusive em questões vestibulares. Seria mais próprio chamá-lo de sujeito desinencial ou implícito.

Composto

Possui dois ou mais núcleos (no singular ou no plural).

Ex.:

Eu e ela somos adversários.

Redação e provas coexistem nas preocupações dos que se preparam bem.

Indeterminado

Aquele que, embora existindo, não se pode determinar.

Ocorre em dois casos:

1.º) Quando um verbo está na 3.ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito.

Exemplo:

Roubaram-me a carteira. (Quem roubou?!) A resposta pode ser eles e/ou elas,ou os ladrões. Há um agente da ação, mas subentendido, não escrito e não dedutível no contexto.

2.º) Quando um verbo (VI, VTI ou VL) está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome SE (partícula ou índice de indeterminação do sujeito).

Exemplo:

Hoje, lê-se (VI) mais nos tecidos do que nos livros.

(Quem lê?!) A resposta é alguém ,ou a gente, ou as pessoas… Da mesma forma que o caso anterior, há um agente da ação, mas subentendido, não escrito, não dedutível.

Falava-se (VTI) de cobras e índios.

Era-se (VL) feliz naqueles tempos.

Observação:

A indeterminação do sujeito também pode ocorrer com VTD + SE, desde que o OD esteja preposicionado.

Exemplo:

Admira-se a Machado de Assis.

TD            OD prep.

Atenção:

Não se confunda o SE (índice de indeterminação do sujeito / IIS), com o pronome SE (pronome apassivador) – PA (com verbos TD).

Ouviram-se tiros espaçados.

Sujeito: tiros espaçados (Tiros espaçados foram ouvidos.) O se é pronome apassivador.(PA).

Inexistente ou oração sem sujeito

Ocorre quando o fato enunciado não se refere a elemento algum. Essas orações se constroem com os verbos impessoais, isto é, usados apenas na 3.ª pessoa do singular.

Há programas para todas as idades nas estações de férias.

Alguns casos de verbos impessoais:

os que exprimem fenômenos da natureza.

haver ( = existir) ou indicando tempo decorrido.

ser, fazer, estar: indicando tempo passado, clima, horas…

Ex.:

Faz um calor insuportável.

Hoje são 15 de setembro.

Trovejou muito ontem.

Deve haver boas notícias no jornal de amanhã.

Observações:

Além dos casos anteriores, há outras construções que ocorrem sem sujeito:

Onde lhe dói?

Com sentido figurado, os verbos impessoais tornam-se pessoais, portanto, com sujeito:

Choveram piadas sobre a atuação do presidente. (suj.: piadas)

Amanheci mal-humorado. (suj.: eu – implícito)

PREDICADO

Predicado é o que se declara do sujeito. Portanto, retirado o sujeito, o que restar será o predicado. Pode ser: nominal, verbal e verbo-nominal.

Nominal

Apresenta as seguintes características:

é formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito – VL + PS;

tem um nome (subst. ou adj.) como núcleo;

indica estado ou qualidade.

Exemplo:

O aluno    está confiante.

    SUJ       VL     PS( núcleo)

Verbal

É aquele que se constitui de verbo intransitivo ou transitivo.

Apresenta as características:

o núcleo do PV é um verbo (VI ou VT);

indica ação.

Exemplo:

O aluno  fez as provas calmamente.

    Suj.     VTD (núcleo=fez) 

Verbo-nominal

O turista voltou para casa maravilhado.

Apresenta as seguintes características:

tem dois núcleos: um verbo e um nome;

tem predicativo do sujeito ou do objeto – PS ou PO;

indica ação e qualidade/estado.

É constituído de:

VI + PS (verbo intransitivo mais predicativo do sujeito)
Exemplo:        Os atletas  chegaram  cansados.
                             Suj.              VI      +      PS
                                                         PVN
VT + PO (verbo transitivo mais predicativo do objeto)
 
Exemplo:        O chefe  julgou  o funcionário  culpado.
                            Suj.       TD      +     OD      +     PO
                                                         PVN
VT + PS (verbo transitivo mais predicativo do sujeito)
 
Exemplo:        Eu  assisti  ao jogo  confiante.
                       Suj.    TI    +    OI    +    PS
                                              PVN

Observação: O predicado da voz passiva é analisado como o da ativa.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Completam o sentido de verbos e nomes e, por isso, são indispensáveis à compreensão do enunciado.

Complementos verbais Objeto direto
Objeto indireto
Complemento nominal  
Agente da passiva  

Objeto direto

É o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto (VTD).

MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se perguntas, após o verbo:

Verbo o quê?
quem?

Exemplo:

O aluno fez excelente redação. (O aluno fez o quê?)

Resposta – Excelente redação. (OD)

Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo.

Quanto à forma: liga-se ao verbo sem preposição.

Quanto ao valor: indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação verbal.

Os políticos pressionaram o governo.
Sujeito verbo obj. direto  
  transitivo (VTD) (alvo)

Objeto direto preposicionado

Excepcionalmente, o objeto direto vem precedido de preposição (a, de, com…). Tal preposição, porém, ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo.

Exemplo:

Os revoltosos tomaram das armas.
Sujeito VTD OD prepos.

Nesse exemplo, a preposição de não é exigida pelo verbo – até poderia ser excluída.

Outros exemplos de objeto direto preposicionado:

Amemos a Deus.

Castigaram a José.

Beberam do vinho.

Puxaram da arma.

Estimamos a V. Exª.

Objeto indireto

É o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto (VTI), e que vem precedido de uma preposição exigida pelo verbo.

O Brasil dá crédito ao pequeno produtor rural.

MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se as perguntas, após o verbo:

Verbo a quê (m)?
de quê(m)?
em quê(m)?
para quê(m)?
Outras

Exemplo:

Obedecemos aos nossos pais. (Obedecemos a quem?)

Resposta – Aos nossos pais. (OI)

Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo.

Quanto à forma: liga-se ao verbo através de preposição obrigatória exigida por ele.

Quanto ao valor: indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

As preposições

Como o objeto indireto costuma vir regido de preposição, convém não esquecê-las.

As preposições simples são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (pelo), sem, sob, sobre, trás.

Objeto direto ou indireto pleonástico

Costuma-se repetir o objeto, quando se quer chamar a atenção para ele; são os objetos pleonásticos, que aparecem sob a forma de pronome átono.

Exemplos:

A vida, o vento a levou.
Objeto direto obj. direto pleonástico

 

Ao indiscreto, não lhe confio nada.
Objeto indireto obj. indireto pleonástico

Função sintática dos pronomes oblíquos

Como você já estudou tal função, eis apenas uma síntese:

Funções Objeto direto

Objeto indireto

Adjunto adnominal

Objeto direto Objeto indireto

Adjunto adnominal

Sing. 1.ª me – –
2.ª te – –
3.ª se o, a (lo, la, no, na) lhe = a ele(a) – OI
= seu, sua(s) – A. adn.
Plur. 1.ª nos – –
2.ª vos – –
3.ª se os, as (los, las, nos, nas) lhes = a eles(as) – OI

Predicativo do objeto : VTD + OD + PO

Vimos que o predicativo do sujeito ocorre no predicado nominal ou no predicado verbo-nominal. O predicativo do objeto só ocorre no predicado verbo-nominal.

Exemplos:

“Teresa encontrou a rapariga transtornada.” (J. Amado)
Sujeito verbo transitivo direto Objeto direto Predicativo do objeto  
         
    Observe que “a rapariga” é que está “transtornada”.

“Julgo ilusória esta interpretação.” (Carlos Drummond de Andrade)

Observe que podemos desdobrar a oração em duas:

“(Eu) julgo esta interpretação” + “esta interpretação é ilusória”. O predicativo “ilusória” refere-se ao objeto “interpretação”.

Observações:

Apenas o verbo chamar pode ter predicativo do objeto indireto.

Exemplo:

“Eu lhe chamo estado de espírito.” (C. D. A.)

Na passagem para a voz passiva, o predicativo do objeto (PO) se transforma em predicativo do sujeito (PS). Este é um bom artifício para reconhecer o predicativo do objeto.

Exemplos:

O júri considerou péssimo o candidato.
Sujeito VTD pred. do objeto obj. direto

 

O candidato foi considerado péssimo pelo júri
Sujeito loc. verbal de voz passiva pred. suj. ag. pass.

PO (voz ativa) = PS (voz passiva)

Verbos que costumam exigir Predicativo do Objeto: Chamar, julgar, considerar, eleger, encontrar, ver, nomear…

COMPLEMENTO NOMINAL

Assim como os verbos transitivos precisam de um termo que lhes complete o sentido, existem alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) que também necessitam de um complemento. Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome com o auxílio de uma preposição.

“O ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.” (Rui Barbosa)

MODO DE ENCONTRÁ-LO: fazem-se as perguntas, após o nome:

Nome a quê(m)?
de quê(m)?
por quê(m)?
outras

 

quem?   o quê?      de quê?
       
O vestiba tem necessidade de ajuda.
Suj. VTD OD compl. nom. (CN)

Quanto à relação: vem sempre associado a um nome de significação transitiva.

Quanto à forma: liga-se ao nome sempre através de preposição.

Quanto ao valor: indica o alvo ou o ponto sobre o qual recai a ação do nome.

Exemplos:

Protestaram contra a queima da floresta.
  nome de significação transitiva

(subst.)

compl. nom. (indica sobre quem recaiu a queima)

 

Jamais seria capaz de uma atitude assim.
  nome

(adj.)

CN

 

O júri agiu favoravelmente ao réu.
  nome

(adv.)

CN

Observação: Muitas vezes, o nome transitivo é cognato de verbo transitivo.

Amar    o trabalho.                Amor    ao trabalho.

VTD           OD                     subst.          CN

Assistir    ao julgamento.      Assistência    ao julgamento.

   VTI                OI                    subst.                CN

Observação: Não se deve confundir o CN com o OI.

A ovelha   resiste   ao frio.                            A ovelha   é   resistente   ao frio.

    Suj.         VTI         OI                                   Suj.     VL     PS(adj.)    CN

AGENTE DA PASSIVA

É o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva, auxiliado de preposição por ou de.

A mãe é amada pelo filho
Suj. loc. verbal passiva ag. passiva (AP)

A forma verbal está na voz passiva, pois o sujeito (A mãe) é paciente (sofre a ação verbal). O termo pelo filho pratica a ação verbal (ama a mãe). Na voz passiva, o termo que pratica a ação verbal é o agente da passiva – AP ( = pelo filho).

Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo na voz passiva.

Quanto à forma: liga-se ao verbo sempre através de preposição (por, per, de)

Quanto ao valor: indica o elemento que executa a ação verbal.

Outros exemplos:

As matas são destruídas pelo homem.

A palestra foi dada por especialista.

A atriz foi cercada de fãs fanáticos. (por…)

A usina é movida a vapor. (por…)

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

São os termos que desempenham uma função secundária na oração. Acrescentam informações secundárias aos nomes e aos verbos.

Adjunto adnominal
Adjunto adverbial
Aposto
Adjunto adnominal

É o termo da oração que qualifica ou determina o núcleo substantivo de uma função sintática.

O   meu   colega   de turma descobriu um   livro   raro.
AA   AA    núcleo         AA   AA  núcleo  AA
Suj. VTD OD

Quanto à relação: vem sempre associado a um nome.

Quanto à forma: liga-se ao nome com ou sem preposição – sem a mediação de um verbo.

Quanto ao valor: é um atributo (qualificador – caracterizador) do nome a que se refere.

O adjunto adnominal pode ser representado por:

adjetivo Pessoa bondosa.
locução adjetiva Relógio de ouro.
pronome possessivo

Teus pais.

pronome indefinido Alguns amigos
pronome demonstrativo

Aquela fazenda.

artigo O automóvel.
numeral Três orquestras.
pron. oblíquo com Quebro-te a cara. = Quebro a tua cara
valor de possessivo

Adjunto adverbial

É o termo, representado por advérbio ou equivalente, que acrescenta uma circunstância ao verbo, ou intensifica ou gradua a idéia expressa por adjetivo, verbo ou advérbio.

Quanto à relação: vem associado a verbo, adjetivo ou advérbio e pode também se referir a todo o conjunto da oração.
Quanto à forma:
liga-se a esses elementos com ou sem preposição.
Quanto ao valor:
indica circunstâncias (de tempo, de lugar, de modo, de intensidade etc.) aos elementos a que se refere. Não é o agente nem o alvo do processo verbal.

Exemplos:

A empreiteira entregou a obra na semana passada.
Sujeito VTD OD adj. adv. TEMPO

Os adjuntos adverbiais podem expressar várias circunstâncias:

de tempo: “Agora desligue isso e vá dormir.” (F. S.)
de lugar:
“Passou na rua lateral uma carroça.” (A. Meyer)
de causa:
“Emília empalideceu de susto.” (M. Lobato)
de modo:
“O pobre estudante ergueu-se com ligeireza.” (J. M. M.)
de fim:
“Pedrinho dispôs tudo para o ataque.” (M. Lobato)
de dúvida:
“Talvez pedisse água.” (C. D. A.)
de negação:
“Não te entregues à mágoa vã.” (M.B.)
de intensidade:
“Macunaíma estava muito contrariado.” (M. de Andrade)
de meio:
“Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura.” (M. de Andrade)
de afirmação:
Conheço, de fato, seus motivos.

Aposto

É a palavra ou expressão que serve para explicar (desenvolver ou resumir) um substantivo ou equivalente por meio de palavras que, geralmente, vêm entre vírgulas, depois de uma vírgula, dois pontos ou travessão:

Exemplo:

”Não sabia ela, Ernestina, que o pai dessa lastimável rapariga, Pedro Torresmo, jurara invadir a casa.” (J. Amado)

Quanto à relação: vem sempre associado a um nome.

Quanto à forma: liga-se ao nome sem preposição, exceto em casos raros. Identifica-se, normalmente, pela pontuação.

Quanto ao valor: identifica ou esclarece o nome a que se associa, estabelecendo uma relação de equivalência.

Costuma-se classificar o aposto como:

enumerativo: “É assim Lenine: esquivo, irascível, exigente.” (M. Bandeira)
recapitulativo:
(representado por tudo, nada, ninguém, qualquer etc.) “… seringa, termômetro, tesoura, gaze, esparadrapo, boneca, tudo se derrama pelo chão.” (P. M. C)
distributivo:
“Não se confunda economia com avareza: a primeira é virtude sábia, a segunda, miséria sórdida.” (C. Neto)
especificativo:
Cidade do Rio de Janeiro; Rua do Ouvidor; Marechal Deodoro; Mês de setembro.

Vocativo

É o termo que serve apenas para chamar, invocar ou nomear um ser, podendo vir precedido de interjeição e caracterizando-se pela entoação exclamativa. (= ó…) CHAMAMENTO!

É um termo à parte, não mantendo qualquer relação sintática com outro termo da oração.

Exemplo: “Não quero ser preso, Jesus, ó meu santo.” (C. D. A.)

Quanto à relação: vem sempre isolado, isto é, não se liga sintaticamente a outro elemento da frase.

Quanto à forma: vem sempre marcado por pausa (na escrita, vírgula).

Quanto ao valor: indica, na frase, a pessoa ou a coisa com que(m) falamos, ou a que(m) nos referimos, fazendo um chamado.

Análise Sintática – Português

A análise sintática tem sido causa de crônicas enxaquecas nos alunos de ensino médio. É que muitos professores, por tradição ou por comodidade, a têm transformado no próprio conteúdo do aprendizado da língua, como se aprender português fosse exclusivamente aprender análise sintática. O que deveria ser um instrumento de trabalho, um meio eficaz de aprendizagem, passou a ser um fim em si mesmo. Ora, nem todas as sentenças de uma língua são passíveis de uma análise sintática completa, e ninguém estuda a língua só para saber de todos os componentes da frase.

Vários autores e mestres têm condenado o abuso no ensino da análise sintática, mas o assunto continua a ser, com algumas exceções, o “prato predileto” da cadeira de Português. Apesar disso, ao chegar ao fim do curso, o estudante, em geral continua a não saber escrever, mesmo que seja capaz de destrinchar qualquer estrofe ou qualquer período, nomeclaturando devidamente todos os seus termos.

Segundo Paul Thierry, “a língua não foi criada para satisfazer os amantes da análise sintática”, se assim fosse a comunicação ficaria muito restrita e as frases de situação e nominais não seriam consideradas mensagens inteligíveis. O simples fato de algumas palavras se entrosarem segundo a sintaxe de uma língua para tentar comunicação não é condição suficiente para lhe garantir inteligibilidade. A célebre frase de Chomsky ­– Colorless green ideas sleep furiously (incolores idéias verdes dormem furiosamente) – apresenta os traços de gramaticalidade integral; no entanto, constitui (fora, evidentemente, do plano metafórico, onde todas as interpretações são possíveis) um enunciado incompreensível no plano referencial-denotativo, pois há incompatibilidade lógica entre seus componentes, que, se isoladamente têm sentido, no conjunto não têm.

Neste contexto, as frases abaixo não são passíveis de análise sintática, mas são inteligíveis, constituem um enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação, observe:

– Tomara que chova!
– Eis-me aqui.
– Era uma vez um príncipe e uma princesa.

A Análise sintática deve ser estudada por associação. É assim que as idéias de oposição, implícita nas orações concessivas nos levará a antítese; a de comparação e de oração comparativa, à de metáfora, e esta, por sua vez, a outras expressões com sentido figurado. O método associativo e estrutural serve para orientar na exposição de outras matérias da Língua Portuguesa. A análise sintática deve, antes de tudo, estimular o aluno a pensar, encontrar idéias, coordená-las, concatená-las e a expressá-las de maneira eficaz, clara, coerente e enfática.

Fonte: www.cursojuridico.com/static.recantodasletras.com.br

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