Crase


Crase – Emprego

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Crase é a fusão (ou contração) de duas vogais idênticas numa só. Em linguagem escrita, a crase é representada pelo acento grave.

Exemplo: Vamos à (a prep. + a art.) cidade logo depois do almoço.

Observe que o verbo ir requer a preposição a e o substantivo cidade pede o artigo a.

Não é somente a contração da preposição a com o artigo feminino a ou com o pronome a e o a inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo que passa pelo processo da crase. Outras vogais idênticas são também contraídas, visto ser a crase um processo fonológico.

Exemplos: leer – ler / door – dor

I. Ocorrência da crase

1. Preposição a + artigos a, as:

Fui à feira ontem.
Paulo dedica-se às artes marciais.

OBSERVAÇÕES:

a) Quando o nome não admitir artigo, não poderá haver crase:

Vou a Campinas amanhã.
Estamos viajando em direção a Roma.

No entanto, se houver um modificador do nome, haverá crase:

Vou à Campinas das andorinhas.
Estamos viajando em direção à Roma das Sete Colinas.

b) Ocorre a crase somente se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes masculinos, que admitam ao antes deles:

Vou à praia.
Vou ao campo.
As crianças foram à praça.
As crianças foram ao largo.
Portanto, não haverá crase em:
Ela escreveu a redação a tinta. (Ela escreveu a redação a lápis.)
Compramos a TV a vista. (Compramos a TV a prazo.)

2. Preposição a + pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:

Maria referiu-se àquele cavalheiro de terno cinza.
Depois nos dirigimos àquelas mulheres da Associação.
Nunca me reportei àquilo que você disse.

3. Na indicação de horas:

João se levanta às sete horas.
Devemos atrasar o relógio à zero hora.
Eles chegaram à meia-noite.

4. Antes de nomes que apresentam a palavra moda (ou maneira) implícita:

Adoro bife à milanesa.
Eles querem vitela à parmigiana.
Ele vestiu-se à Fidel Castro.
Ele cortou o cabelo à Nero.

5. Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural:

Pedrinho costuma ir ao cinema às escondidas.
Às vezes preferimos viajar de carro.
Eles partiram às pressas e não deixaram o novo endereço.

6. Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino:

Eles vivem à custa do Estado.
Estamos todos à mercê dos bandidos.
Fica sempre mais frio à proporção que nos aproximamos do Sul.
Sentimos medo à medida que crescia o movimento de soldados na praça.

II. Principais casos em que não ocorre a crase

1. Diante de substantivo masculino:

Compramos a TV a prazo.
Ele leva tudo a ferro e fogo.
Por favor, façam o exercício a lápis.

2. Diante de verbo no infinitivo:

A pobre criança ficou a chorar o dia todo.
Quando os convidados começaram a chegar, tudo já estava pronto.

3. Diante de nome de cidade:

Vou a Curitiba visitar uma amiga.
Eles chegaram a Londres ontem.

4. Diante de pronome que não admite artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo):

Ele se dirigiu a ela com rudeza.
Direi a Vossa Majestade quais são os nossos planos.
Onde você pensa que vai a esta hora da noite?
Devolva o livro a qualquer pessoa da biblioteca.
Todos os dias agradeço a Deus, a quem tudo devo.

5. Diante do artigo indefinido uma:

O policial dirigiu-se a uma senhora vestida de vermelho.
O garoto entregou o envelope a uma funcionária da recepção.

6. Em expressões que apresentam substantivos repetidos:

Ela ficou cara a cara com o assassino.
Eles examinaram tudo de ponta a ponta.

7. Diante de palavras no plural, precedidas apenas de preposição:

Nunca me junto a pessoas que falam demais.
Eles costumam ir a reuniões do Partido Verde.

8. Diante de numerais cardinais:

Após as enchentes, o número de vítimas chega a trezentos.
Daqui a duas semanas estarei em férias.

9. Diante de nomes célebres e nomes de santos:

O artigo reporta-se a Carlota Joaquina de maneira bastante desrespeitosa.
Ela fez uma promessa a Santa Cecília.

10. Diante da palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal:

Estava frio. Fernando havia voltado a casa para apanhar um agasalho.
Antes de chegar a casa, o malandro limpou a mancha de batom do rosto.
NOTA: Quando a palavra casa apresentar modificador, haverá crase: Vou à casa de Pedro.

11. Diante da palavra Dona:

O mensageiro entregou a encomenda a Dona Sebastiana.
Foi só um susto. O macaco nada fez a Dona Maria Helena.

12. Diante da palavra terra, como sinônimo de terra firme:

O capitão informou que estamos quase chegando a terra.
Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente a terra.

III. Ocorrência facultativa da crase

1. antes de nome próprio feminino:

Entreguei o cheque à Paula. OU Entreguei o cheque a Paula.
Paulo dedicou uma canção à Teresinha. OU Paulo dedicou uma canção a Teresinha.
NOTA: A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do nome próprio feminino.

2. antes do pronome possessivo feminino:

Ele fez uma crítica séria à sua mãe. OU Ele fez uma crítica séria a sua mãe.
Convidei-o a vir à minha casa. OU Convidei-o a vir a minha casa.
NOTA: A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do pronome possessivo.

3. depois da preposição até:

Vou caminhar até à praia. OU Vou caminhar até a praia.
Eles trabalharam até às três horas. OU Eles trabalharam até as três horas.
Eu vou acompanhá-la até à porta do elevador. OU Eu vou acompanhá-la até a porta do elevador.
NOTA: A preposição até pode vir ou não seguida da preposição a. Quando o autor dispensar a preposição a, não haverá crase.

Crase – O que é

Um outro assunto que preocupa são as falhas no uso da crase.

Vamos a ele:

A crase indica a fusão da preposição a com artigo a: João voltou à (a preposição + a artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (a prep. + as art.) autoridades.

Dessa forma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou a pé. / Andou a cavalo.

Existe uma única exceção, explicada mais adiante.

Regras práticas

Primeira

Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por um termo masculino. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, existe crase; do contrário, não.

Nos exemplos já citados: João voltou ao país natal. / Os documentos foram apresentados aos juizes.

Outros exemplos: Atentas às modificações, as moças… (Atentos aos processos, os moços…) / Junto à parede (junto ao muro). No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o a ou as por para.

Se o certo for para a, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia (irão para a Colômbia). / Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba), sem crase).

Pode-se igualmente usar a forma voltar de: se o de se transformar em da, há crase, inexistente se o de não se alterar: Retornou à Argentina (voltou da Argentina). Foi a Roma (voltou de Roma).

Segunda

A combinação de outras preposições com a (para a, na, da, pela e com a, principalmente) indica se o a ou as deve levar crase. Não é necessário que a frase alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência seja correta.

Exemplos: Emprestou o livro à amiga (para a amiga). / Chegou à Espanha (da Espanha). / As visitas virão às 6 horas (pelas 6 horas). / Estava às portas da morte (nas portas). / À saída (na saída). / À falta de (na falta de, com a falta de).

Usa-se a crase ainda:

1 Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (e derivados): Cheguei àquele (a + aquele) lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles livros. / Não deu importância àquilo.

2 Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 horas, às 10 horas, à 1 hora. Zero e meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. / Veio à meia-noite em ponto. A indeterminação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.

3 – Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às vezes, à risca, à noite, à direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à medida que, à proporção que, à força de, à espera de: Saiu às pressas. / Vive à custa do pai. / Estava à espera do irmão. / Sua tristeza aumentava à medida que os amigos partiam. / Serviu o filé à moda da casa.

4 – Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à vista, à venda, à toa, à tinta, à mão, à navalha, à espada, à baioneta calada, à queima-roupa, à fome (matar à fome): Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à tinta, à mão, à máquina. / Pagamento à vista. / Produto à venda. / Andava à toa. Observação: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir a por ao.

5 Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser substituídos por ao ou aos: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao qual você se referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos (fez alusão aos trabalhos aos quais…). / É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é um problema semelhante ao que…).

Não se usa a crase antes de:

1 – Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo, cheirar a suor, viajar a cavalo, vestir-se a caráter. Exceção. Existe a crase quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). / Estilo à Machado de Assis (à maneira de). / Referiu-se à Apollo (à nave Apollo). / Dirigiu-se à (fragata) Gustavo Barroso. / Vou à (editora) Melhoramentos. / Fez alusão à (revista) Projeto.

2 – Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. Exceção. Há crase quando se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Referiu-se à bela Lisboa, à Brasília das mordomias, à Londres do século 19.

3 – Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.

4 – Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta.

5 – Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.

6 – Outros pronomes que não admitem artigo, como ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, alguma, qual, etc.

7 – Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa Senhoria… / Pediram a Vossa Majestade…

8 – Uma: Foi a uma festa. Exceções. Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no caso em que uma designa hora (Sairá à uma hora).

9 – Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e não ao falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.

Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra feminina, não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema de refrigeração. / Partido se rende a (uma) política de alianças.

Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à punição (ao castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo) dos superiores.

10 – Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a dentadas. / Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.

11 – Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid Bergman a Greta Garbo.

12 – Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Maria . / Já se acostumou a madame Angélica. Exceção: Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados: Referia-se à Dona Flor dos dois maridos.

13 – Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos chegou a dez. / Nasceu a 8 de janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas.

14 – Distância, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / O navio estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava à distância de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.

15 – Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a terra. / O marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terra. / Esteve em terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas regressaram à Terra.

16 – Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa. (Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada, existe crase: Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa Branca.

Uso facultativo

1 – Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez menção a nossa empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a crase dá clareza a este tipo de oração.

2 – Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral, se a pessoa for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.

3 – Com até: Foi até a porta (ou até à). / Até a volta (ou até à). No Estado, porém, escreva até a, sem crase.

DISTÂNCIA

Desde que não se determine qual é, não tem crase: “A polícia ficou a distância”, “O navio estava a distância”. Quando se define a distância, entra a crase: “O navio estava à distância de 500 metros do cais.”

TERRA

Quando a palavra significa terra firme não há crase: “O navio estava chegando a terra firme”, “O marinheiro foi a terra”. Nos demais casos, usa-se à crase: “Ele estava chegando à terra natal”.

CASA

Quando é considerada como lugar onde se mora, não tem crase: “Voltou a casa”, “Chegou cedo a casa”. Nos demais casos, há crase: “Ele voltou à casa dos pais”, “Kennedy fez uma visita à Casa

Crase – Origem

A palavra crase (do grego Krásis = mistura, fusão) designa: Em gramática histórica, a contração de duas vogais iguais.

Por exemplo: door(de dolore)=dor; pee(de pede)=pé; maa(de mala)=má. Neste sentido, a crase foi um fenômeno constante na evolução do português arcaico para o moderno.

Em gramática normativa, a contração da preposição A com: o artigo A ou AS = Fomos à cidade assistir às festas. o pronome A ou AS = Irei à loja do centro. o A inicial dos pronomes AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO = Referiu-se àquele fato.

USO OBRIGATÓRIO

Com relação à fusão de A + A, observaremos preliminarmente:

que o primeiro A é sempre preposição

que o segundo A será um artigo ou um pronome demonstrativo

que a razão da crase é a de evitar-se um hiato

que o acento assinalador da contração é grave (`)

Condições para o uso da crase. Você usará o acento grave em A e AS, se forem satisfeitas as três condições seguintes:

Deve tratar-se de substantivo feminino, mesmo oculto.

Deve depender de outra palavra que exija a preposição A.

A palavra regida deve admitir o artigo A.

A crase é obrigatória nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas de palavras femininas = às pressas, à custa de, à medida que.

A crase é obrigatória, também, quando preceder adjetivos que funcionam como substantivos = Todos levaram conforto às pobres. Nota = em muitos casos, o substantivo estará subentendido e o adjetivo concordar com ele.

Por exemplo: Vieram as alunas e o diretor fez louvores às (alunas) obedientes.

USO PROIBIDO DA CRASE

Não se usa acento grave diante de:

palavras masculinas = Pintou o quadro a óleo. Falaram a respeito de você. Nota = escreve-se: sapatos à Luís XV, estilo à Coelho Neto, porque nessa expressões se subentendem as palavras moda ou maneira, que são femininas.

palavras femininas não-determinadas, isto é, não precedidas de artigo = Isto cheira a tolice. Nota = neste caso, tais palavras são tomadas em se00000ntido geral, indeterminado.

verbos = Estou disposto a colaborar. Levou-os a passear.

esta e essa = Cheguei a essa conclusão.

pronomes indefinidos = Escreveu a toda pressa. Não deu valor a nada.

pronomes pessoais e de tratamento = Escrevi a você. Falei a ela. Nota = quando o vocábulo dona é substantivado ocorre crase. Por exemplo: Falei à dona de meu apartamento.

pronomes interrogativos = A quem haverei de recorrer?

artigos indefinidos = Fomos a uma aldeia.

nomes próprios que repelem o artigo = Fui a Lisboa(Vim de Lisboa). Rezo a Nossa Senhora. Nota = haverá crase toda vez que o substantivo for determinado pelo artigo. Por exemplo: Fui à Bahia(Vim da Bahia).

locuções de palavras femininas repetidas = Gota a gota. Frente a frente.

PARTICULARIDADES IMPORTANTES

A crase e os numerais:

Ocorrerá crase com os numerais que acompanharem palavras femininas, por imposição da regência = Tens direito à quarta parte do lucro.

Quanto ao cardinal UMA, só vem precedido de crase quando acompanha a palavra HORA = Daqui a uma hora irei ao mercado.

Usa-se crase com a locução adverbial À UMA = Todos responderam à uma (juntamente).

A crase e a palavra ‘casa’:

Não haverá crase quando a palavra casa significar residência da pessoa = Voltei a casa cedo.

Haverá crase quando a palavra casa estiver modificada por um adjunto e também quando significar estabelecimento comercial, pois nestes casos antepomos o artigo = Fiz uma visita à velha casa. Fui à Casa Dias.

A crase e a palavra ‘distância’:

Não haverá crase quando a palavra distância estiver indeterminada = O livro foi atirado a distância.

Haverá crase quando a palavra distância estiver determinada em metros = Estava à distância de cem metros.

A crase e os possessivos:

uso da crase diante dos pronomes possessivos é facultativo = Obedeço a minha mãe. Obedeço à minha mãe.

A crase e a palavra ‘até’:

Após a palavra até o uso da crase é facultativo = Fui com ela até a(à) porta.

A crase e os relativos:

Haverá crase antes dos pronomes relativos que e qual, sempre que se referirem a nomes femininos que os antecedem = Ali está a mestra de meus filhos, à qual devo agradecimentos.

Crase – Definição

A palavra crase designa a contração de duas vogais idênticas .

À gramática normativa interessa , sobretudo , a fusão da preposição a com:

1- o artigo feminino definido a ( ou as ):

O direito a a vida é inquestionável – O direito à vida é inquestionável .

2- o pronome demonstrativo a ( ou as ) :

Referi-me a a ( = aquela ) que chegou mais cedo . 

Referi-me à que chegou mais cedo .

3- os pronomes demonstrativos aquele(s) , aquela(s) , aquilo:

Visavas a aquele cargo ? – Visavas àquele cargo ?

4- o a dos pronomes relativos a qual e as quais:

Era ruim a peça a a qual fizeste referência . 

Era ruim a peça à qual fizeste referência .

Nesses casos , a ocorrência do fenômeno da fusão dessas vogais é indicado 

sempre pelo acento grave ( ) . Seu emprego depende , pois , da verificação

da ocorrência dessas vogais ( preposição + artigo , preposição + pronome ) 

no contexto sintático . Como obrigatoriamente o primeiro a é preposição ,

exigida quase sempre por um verbo ou um nome , a crase é um fato gramatical

estreitamente relacionado à regência verbal e nominal. 

REGRAS PRÁTICAS

1- Primeira regra prática:

Ocorre a crase sempre que , ao se substituir a palavra feminina por uma

masculina , aparece a combinação ao:

Exemplo = Amanhã iremos ao colégio – Amanhã iremos à escola .

2- Segunda regra prática:

Para verificar a ocorrência do artigo a , transforma-se a palavra

( a respeito da qual haja dúvida ) em sujeito de uma oração qualquer:

Exemplo = Iremos todos a Brasília ( ? ) ou Iremos todos à Brasília ( ? )

A palavra Brasília como sujeito: o Brasília foi concebida por Lúcio Costa

e Niemeyer. = Brasília foi concebida por Lúcio Costa e Niemeyer . 

Logo: Iremos todos o Brasília .

Observe que nomes de cidade não admitem , em geral , qualquer artigo . 

Porém modificados por adjunto adnominal , passam a admiti-lo .

Exemplo = Retornarei a Curitiba no próximo ano .

Retornarei à Curitiba de Dalton Trevisan .

3- Terceira regra prática:

Decorrente da regra geral é a fórmula mnemônica abaixo:

” Se vou A e volto DA , crase há .” Exemplo = SE vou à biblioteca e volta da biblioteca . 

” Se vou A e volto DE , crase pra quê ?” Exemplo = Se vou a Goiânia e volto de Goiânia .

4- Quarta regra prática:

Usa-se o acento grave sobre o a quando ele equivale a para a , na , pela , com a:

Exemplo = Ofereci ajuda à coordenadora = Ofereci ajuda para a coordenadora .

Mas: Ofereci ajuda a ela = Oferecei ajuda para ela .

Dica: Obviamente tais práticas nunca devem ser usadas como argumentos que justifiquem a ocorrência ou a não-ocorrência da crase . Em questões analítico-expositivas (discursivas) recorra sempre à regra geral.

Além disso , procure sempre proceder à análise da palavra a em todas as sua ocorrências: artigo definido , preposição , pronome oblíquo átono , pronome demonstrativo etc .

Crase Proibida

a – antes de palavras masculinas:

Exemplo = Irei a pé e você irá a cavalo .

b – antes de palavras femininas que , empregadas num sentido genérico , não admitam artigo: 

Exemplo = Não vou a festa , nem a recepção .

c – entre palavras repetidas femininas ou masculinas:

Exemplo = Encontrou-se face a face com o inimigo .

Ela sangrava gota a gota .

d – antes de verbos , já que não admitem artigo:

Exemplo = Começaremos a estudar hoje à tarde .

e – antes de pronomes , visto que em geral não admitem artigo:

Exemplo = Referiram-se a você , a ela e a mim .

f – antes da palavra CASA na acepção de domicílio próprio , a próprio casa de quem é mencionado na frase:

Exemplo = Depois do trabalho , foi a casa antes de ir à escola .

Mas: Depois do trabalho , foi à casa da namorada antes de ir à escola .

g – antes da palavra TERRA no sentido de chão firme ( em oposição  à expressão a bordo de ):

Exemplo = Encantados , os turistas desceram a terra .

Mas = Os astronautas regressaram à Terra .

h – antes da palavra DISTÂNCIA desde que não-especificada na locução a distância:

Exemplo = Sempre permaneci a distância .

Mas: Mantenha-se à distância de cinco metros. 

i – se o a estiver no singular e a palavra seguinte for feminina ou masculina no plural , ele é preposição e não é , pois , acentuado:

Exemplo = Chegamos a terríveis conclusões .

Mas: Chegamos às terríveis conclusões . 

CRASE FACULTATIVA

O uso do acento é optativo basicamente em três casos: 

a) após a preposição até: 

Exemplo = Fomos até a escola .- Fomos até à escola .

b) antes de pronomes possessivos femininos . = Como é facultativo o uso do artigo antes desses pronomes , a ocorrência da crase também é facultativa . 

Exemplo = Retornaremos a minha casa . – Retornaremos à minha casa . 

c) antes de nomes próprios femininos . Neste caso , é o artigo definido que pode ou não ser anteposto a tais substantivos . 

Exemplo = Entregarei tudo a ( para ) Juliana . = Entregarei tudo à ( para a ) Juliana . 

Contudo , não se deve usar artigo ( e portanto acento grave ) antes do nome de pessoas célebres e de santos: 

Exemplo = Entregarei tudo a Nossa Senhora . – 

Era uma referência a Mary Stuart . 

Crase Obrigatória

( Regra Geral e Casos Particulares )

a) preposição a e artigo a (as) : 

Exemplo = Resistiremos à tentação . 

b) preposição a e pronome demonstrativo a(s) = aquela(s) : 

Exemplo = Minha sugestão é semelhante ( = àquela ) que você deu . 

c) preposição a e pronomes demonstrativos aquele(s) , aquela(s) , aquilo : 

Exemplo = Renderemos homenagem àquele que nos guiou até aqui . 

d) preposição a e pronomes relativos a qual , as quais : 

Exemplo = Chegaram as mulheres às quais você deve agradar . ( agradar a ) . 

e) quando implícitas as expressões à moda de , à maneira de , mesmo antes de palavras masculinas : 

Exemplo = Usava cabelos à Djavan . ( Usava cabelos à moda de Djavan ) . 

f) nas expressões com indicação de hora especificada . 

Exemplo = Chegaremos à uma hora , não às duas . 

Mas = Sairemos daqui a uma hora ( = falta uma hora para a saída ) .

g) nas locuções adverbiais , conjuntivas e prepositivas cujo núcleo seja palavra feminina :

Exemplo = À tarde e à noite aquela casa ficava às moscas .

Tudo ocorreu às avessas .

Mas = Estou a fim de ficar com ela .

Tudo convergia a favor dele . 

Crase – Acento Gráfico

A crase é um acento gráfico?

Não.

A crase não é um acento gráfico. Palavra que em grego significa fusão, ou união, de duas vogais iguais e contíguas.

Ao falarmos, é normal acontecerem crases:

Estava aberto o caminho.

Em casos como o do exemplo acima não se registra o sinal gráfico da crase. É que na Língua Portuguesa só se assinalam as crases da preposição a com o artigo a/as; com os pronomes demonstrativos a/as e com a vogal inicial dos pronomes demonstrativos – aquele, aquela, aquilo.

O sinal gráfico que marca a crase (`) chama-se acento grave.

1. Crase de preposição a + artigo a/as

A regra geral determina que ocorrerá crase:

Se o termo regente exigir a preposição a: chegar a, contrário a.
Se o termo regido aceitar o artigo a/as: a escola, a idéia.
Cheguei à escola.
Sou contrário à idéia de trabalhar em casa.

Mas, se ocorrerem essas duas condições, não haverá crase:

Conheço a escola.
No exemplo acima não ocorre a crase porque falta a primeira condição: o termo regente não exige preposição.
Cheguei a Curitiba.

No caso acima, não ocorre a crase porque falta a segunda condição, ou seja, o termo regido não aceita artigo.

2. Dicas

Há duas dicas simples que ajudam a saber quando ocorre crase:

Substituir a palavra feminina por outra masculina. Se ocorrer a forma ao é sinal de que a crase:

Fui a sala (?). Fui ao salão
Portanto, o correto é: Fui à sala.
Estavam frente a frente (?). Estavam lado a lado.

Portanto, o correto é: Estavam frente a frente.

Substituir a preposição a por outras, tais como para, de, em. Se o artigo aparecer é sinal de que ocorreu crase:

Fui a Itália (?). Fui para a Itália.
Portanto, o correto é: Fui à Itália.
Fui a Cuba (?). Fui para Cuba.

No exemplo acima o artigo não aparece.

Portanto, o correto é: Fui a Cuba.

3. Casos facultativos

Pode ou não ocorrer crase:

Antes de nomes próprios femininos: Referiu-se à Luísa ou Referiu-se a Luísa
Antes de pronomes possessivos femininos:
Referiu-se a tua mãe ou Referiu-se à tua mãe

Atenção: nesses e em outros casos semelhantes, as dúvidas também podem ser resolvidas pelas mesmas dicas explicadas no item 2.

4. Crase antes de pronomes

Antes dos pronomes a que, a qual

Ocorre crase se o masculino correspondente for ao que, ao qual
Esta cerveja é superior à que você comprou.
Este vinho é superior ao que você comprou.
Esta é a decisão à qual chegamos.
Este é o ponto ao qual chegamos.
Antes dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo.

Ocorre crase sempre que o termo regente exigir preposição a:

Fui àquele comício.
Sou avesso àquela idéia.

5. Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas

Sempre ocorre crase nestas expressões: às duas horas; à tarde; à direita; à esquerda; às vezes; às pressas; à frente de; à medida que…

Atenção: além dos casos acima, algumas expressões recebem o acento grave, mesmo que não haja a união de duas vogais, ou não ocorra a crase.

Este é um recurso normalmente usado para tornar a frase mais clara: Cortar à faca / vender à vista / bordar à mão

Crase – Palavra

A palavra crase provém do grego (krâsis) e significa mistura.

Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais idênticas, mas essa denominação visa a especificar principalmente a contração ou fusão da preposição a com os artigos definidos femininos (a, as) ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo, aquiloutro, aqueloutro .

Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir três regras básicas:

01) Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto nunca use o acento grave indicativo de crase diante de palavras que não sejam femininas.

Ex. O sol estava a pino. Sem crase, pois pino não é palavra feminina.
Ela recorreu a mim. Sem crase, pois mim não é palavra feminina.
Estou disposto a ajudar você. Sem crase, pois ajudar não é palavra feminina.

02) Se a preposição a vier de um verbo que indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se…), troque este verbo por outro que indique procedência (vir, voltar, chegar…); se, diante do que indicar procedência, surgir da, diante do que indicar destino, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase.

Ex. Vou a Porto Alegre. Sem crase, pois Venho de Porto Alegre.
Vou à Bahia. Com crase, pois Venho da Bahia.
Obs.: Não se esqueça do que foi estudado em Artigo.

03) Se não houver verbo indicando movimento, troca-se a palavra feminina por outra masculina; se, diante da masculina, surgir ao, diante da feminina, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase.

Ex. Assisti à peça. Com crase, pois Assisti ao filme.
Paguei à cabeleireira. Com crase, pois Paguei ao cabeleireiro.
Respeito as regras. Sem crase, pois Respeito os regulamentos.

Casos especiais

01) Diante das palavras moda e maneira, das expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo que as palavras moda e maneira fiquem subentendidas, ocorre crase.

Ex. Fizemos um churrasco à gaúcha.
Comemos bife à milanesa, frango à passarinho e espaguete à bolonhesa.
Joãozinho usa cabelos à Príncipe Valente.

02) Nos adjuntos adverbiais de modo, de lugar e de tempo femininos, ocorre crase.

Ex. à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às escuras, às tontas, à direita, à esquerda, à vontade, à revelia …

03) Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas ocorre crase.

Ex. à maneira de, à moda de, às custas de, à procura de, à espera de, à medida que, à proporção que…

04) Diante da palavra distância, só ocorrerá crase, se houver a formação de locução prepositiva, ou seja, se não houver a preposição de, não ocorrerá crase.

Ex. Reconheci-o a distância.
Reconheci-o à distância de duzentos metros.

05) Diante do pronome relativo que ou da preposição de, quando for fusão da preposição a com o pronome demonstrativo a, as (= aquela, aquelas).

Ex. Essa roupa é igual à que comprei ontem.
Sua voz é igual à de um primo meu.

06) Diante dos pronomes relativos a qual, as quais, quando o verbo da oração subordinada adjetiva exigir a preposição a, ocorre crase.

Ex. A cena à qual assisti foi chocante. (quem assiste assiste a algo)

07) Quando o a estiver no singular, diante de uma palavra no plural, não ocorre crase.

Ex. Referi-me a todas as alunas, sem exceção.
Não gosto de ir a festas desacompanhado.

08) Nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, a não ser que cause ambigüidade.

Ex. Preencheu o formulário a caneta.
Paguei a vista minhas compras.
Nota: Modernamente, alguns gramáticos estão admitindo crase diante de adjuntos adverbias de meio, mesmo não ocorrendo ambigüidade.

09) Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo, então, quando houver a preposição a, será facultativa a ocorrência de crase.

Ex. Referi-me a sua professora.
Referi-me à sua professora.

10) Após a preposição até, é facultativo o uso da preposição a, quando esta for necessária ao elemento anterior ao até, portanto, caso haja substantivo feminino à frente, a ocorrência de crase será facultativa.

Ex. Fui até a secretaria ou Fui até à secretaria, pois quem vai, vai a algum lugar.

11) A palavra CASA:

A palavra casa só terá artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá crase diante da palavra casa nesse caso.

Ex. Cheguei a casa antes de todos.
Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos.

12) A palavra TERRA:

Significando planeta, é substantivo próprio e tem artigo, conseqüentemente, quando houver a preposição a, ocorrerá a crase; significando chão firme, solo, só tem artigo, quando estiver especificada, portanto só nesse caso poderá ocorrer a crase.

Ex. Os astronautas voltaram à Terra.
Os marinheiros voltaram a terra.
Irei à terra de meus avós.

Crase – Uso

A crase consiste na “fusão” de dois fonemas vocálicos iguais (a + a).

Por crase entende-se a fusão de duas vogais idênticas.

A crase é representada pelo acento grave = (à) = que se coloca sobre o “a”. ( = à).

Só se usa crase antes de nome feminino determinado, e regido da preposição “-a”. Só pode ser feminino determinado.

A CRASE SE DÁ EM

Contração da preposição a com o artigo feminino “a”.

Contração da preposição a com o pronome demonstrativo “a”.

Contração da preposição a com o “a” que inicia os demonstrativos aqueles, aquela, aquilo, aquelas.

Exemplo:

1) Irei à escola-Irei àquela escola

2) Irei a a escola-Irei a + aquela escola

O verbo ir pede a preposição “a” e o substantivo “escola” pede o artigo feminino “a”. A + a = à Irei à escola

Exemplo:

1) Falei à de saia branca =

1.1) Falei a ( = aquela) de saia branca.

2) Dei um livro àquele rapaz =

2.2) Deu um livro a aquele rapaz.

3) Levamos conforto àquela menina =

3.3) Levamos conforto a aquela menina.

4) Refiro-me àquilo que… =

4.4) Refiro-me a aquilo que…

Para que haja crase é necessário que se observe o seguinte:

A palavra seja feminina acompanhada de artigo feminino definido “a”. – O verbo exige a preposição e o substantivo, o artigo.

Que a palavra que antecede o substantivo exija a preposição “a” por força de sua regência.

Ocorre crase nos seguintes casos:

Diante de palavra feminina, clara ou oculta, que não repele o artigo.

Como sabermos se a palavra feminina repele ou não, o artigo?

Basta construi-lo em orações em que apareça regidos das preposições: “de”, “em” e “por”. Se tivermos meras preposições, o nome dispensa artigo.

Exemplo

1) Vou a Copacabana
2)
Vou a Vitória Substituo o verbo ir ( = vou) por: venho, passo, moro
3)
Venho de Vitória.
4)
Passo por Vitória.
5)
Moro em Vitória.

Então:

1) Vou a Copacabana.

2) Vou a Vitória. O “a” é mera preposição e as palavras Copacabana e Vitória repelem o artigo, por isso não se usa crase.

Porém, se houver necessidade de usar, respectivamente: da ( = de + a); na ( = em + a); pela ( = por + a), a palavra feminina tem o artigo feminino definido “a”, então haverá crase:

Exemplo:

1) Vou à Bahia
2)
Venho da Bahia
3)
Moro na Bahia
4)
Passa pela Bahia. Houve contração da preposição de + a = da, em + a = na, por + a = pela por isso “a” da Bahia é craseado.

Vou à Bahia.

Outra regra prática para sabermos se o substantivo exige ou não, o artigo feminino definido “a”.

Emprega-se a crase sempre que, substituindo-se o vocábulo feminino por um masculino, aparece a contração da preposição “a” com o artigo “o” = ao antes do nome masculino.

Eu vou a cidade Posso dizer: Eu vou ao Município Logo na oração: Eu vou a cidade, O “a” da cidade deve ser craseado.

Se o nome feminino repelir o artigo, pode exigi-lo quando determinado por um adjunto.

Exemplos

1) Eu vou a Roma
2)
A palavra Roma repele o artigo feminino, porém se eu disser:
3)
Eu vou a Roma dos Césares A palavra Roma, agora, está determinada, então, craseia-se o “a” de Roma. Eu vou à Roma dos Césares

Outro exemplo:

1) Eu vou a Copacabana.
2)
Eu vou à Copacabana de minha infância
3)
Ele foi a Minas
4)
Ele foi à Minas de Tiradentes.

Podemos usar o seguinte meio mnemônico para o uso da crase: Se vou a E venho dá

Eu craseio o à

Exemplos

1) Vou a festa
2)
Venho da festa Então eu craseio o “a” da festa. Vou à festa Se eu vou a E venho dê Crasear o a Para quê ?

Exemplos

1) Vou a são Paulo.
2)
Venho de São Paulo. A palavra São Paulo repele o artigo, então o “a” antes da palavra São Paulo é mera preposição, logo: Não se usa crase.

OBSERVAÇÃO

Se venho-“da”-é “a” (com crase).
Se venho-“de”-é “a” (sem crase).
Vou à Grécia-Venho da Grécia
Vou a Santa Catarina-Venho de Santa Catarina

USA-SE A CRASE

Nos objetos indiretos
Nos adjuntos adverbiais

(NOTA – Não se usa crase com palavra que funciona como Sujeito).

Exemplo: “A menina saiu”

Objeto direto
Adjunto adnominal
Para evitar ambigüidade
Diante de locuções constituídas de feminino plural.
Diante de locuções constituídas do substantivo feminino singular
A conjunção subordinada adv. proporcional

A crase e os pronomes relativos

A crase não deve ser empregada junto aos pronomes relativos QUE, QUEM e CUJO(A).

Nas orações em que aparece um termo regido pela preposição “a” acompanhado dos pronomes relativos acima apontados, não se verifica a contração da preposição e o artigo, portanto o acento grave indicativo da crase não é admitido.

Exemplos

Havia qualquer problema com a tomada à que ligaram o aparelho. [Inadequado]
Havia qualquer problema com a tomada a que ligaram o aparelho. [Adequado]

[termo regente: ligar a] [termo regido: (a) tomada]

Era geniosa a funcionária à quem se reportava. [Inadequado]
Era geniosa a funcionária a quem se reportava. [Adequado] [termo regente: reportar-se a] [termo regido: (a) funcionária]

A mulher, à cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Inadequado]
A mulher, a cuja filiação se unira, esgotava-se em lágrimas. [Adequado]

…[termo regente: unir-se a]

…[termo regido: (a) filiação]

A crase e os nomes no plural

A crase não deve ser empregada junto a nomes apresentados na forma plural.

Nas orações em que aparecem um termo regido pela preposição “a” acompanhado de nomes no plural, não se verifica a contração da preposição e o artigo, portanto o acento grave indicativo da crase não é admitido.

Exemplos

Sempre que lembrava, dava contribuições à piadas grosseiras. [Inadequado]
Sempre que lembrava, dava contribuições a piadas grosseiras. [Adequado]

.[termo regente: dar (contribuições) a]

.[termo regido: piadas]

Quem ganhasse concorria à revistas em quadrinhos. [Inadequado]
Quem ganhasse concorria a revistas em quadrinhos. [Adequado] [termo regente: concorrer a]

.[termo regido: revistas]

Observe que esses nomes no plural não são determinados, porque a idéia indicada é de uma expressão genérica. Ao contrário, se os nomes no plural regidos pela preposição “a” são determinados (ou seja: especificados), o acento grave indicativo da crase deve ser empregado.

Exemplos

A freqüência dos alunos as aulas é facultativa. [Inadequado]

A freqüência dos alunos às aulas é facultativa. [Adequado] [termo regente: freqüência a] [termo regido: as aulas]

A crase e palavras repetidas

A crase não deve ser empregada entre palavras repetidas.

Nas orações em que aparecem palavras repetidas ligadas pelo “a”, não se verifica a contração da preposição e o artigo, portanto o acento grave indicativo da crase não é admitido. Isso se dá porque esse “a” presente entre as palavras repetidas é uma preposição somente, e não uma fusão de preposição e artigo (crase).

Exemplos

O manual explica passo à passo os procedimentos com a ferramenta. [Inadequado]
O manual explica passo a passo os procedimentos com a ferramenta. [Adequado]

Finalmente encontrávamos frente à frente na votação. [Inadequado]
Finalmente encontrávamos frente a frente na votação. [Adequado]

São exemplos de expressões ligadas pela preposição “a”:

passo a passo…
frente a frente…
gota a gota…
ponto a ponto…
de mais a mais…

A crase e as locuções conjuncionais

A crase deve ser empregada junto a algumas locuções conjuncionais.

Nas orações em que aparecem um termo regido pela preposição “a” acompanhado de locuções conjuncionais, o acento grave indicativo da crase é obrigatório. Isso, porém, só se dá se a palavra seguinte à locução for feminina e puder vir acompanhada por determinantes (artigo, por exemplo).

Na Língua Portuguesa somente duas locuções conjuncionais se enquadram nesse emprego da crase.

São elas: à medida que e à proporção que.

Exemplos

A dose do remédio diminuirá a medida que o problema seja reduzido . [Inadequado]
A dose do remédio diminuirá à medida que o problema seja reduzido. [Adequado]

O medo aumentava a proporção que a noite caía. [Inadequado]
O medo aumentava à proporção que a noite caía. [Adequado]

Observe que as palavras femininas que podem ser determinadas participam da locução conjuncional; ou seja, são as palavras “(a) medida” e “(a) proporção”.

A crase e as preposições

A crase não deve ser emprega da junto a algumas preposições.

Dois casos, no entanto, devem ser observados quanto ao emprego da crase. Trata-se das preposições “a” e “até” empregadas antes de palavra feminina. Essas únicas exceções se devem ao fato de ambas indicarem, além de outras, a noção de movimento. Por isso, com relação à preposição “a” torna-se obrigatório o emprego da crase, já que haverá a fusão entre a preposição “a” e o artigo “a” (ou a simples possibilidade de emprego desse artigo). Já a preposição “até” admitirá a crase somente se a idéia expressa apontar para movimento.

Exemplos

A entrada será permitida mediante à entrega da passagem. [Inadequado]
A entrada será permitida mediante a entrega da passagem. [Adequado]

Desde à assembléia os operários clamavam por greve. [Inadequado]
Desde a assembléia os operários clamavam por greve. [Adequado]

Os médicos eram chamados a sala de cirurgia. [Inadequado]
Os médicos eram chamados à sala de cirurgia. [Adequado]

…[termo regente: chamar a / “a” = preposição indicativa de movimento]

…[termo regido: (a) sala / “a” = artigo]

…[sala: palavra feminina]

Os escravos eram levados vagarosamente até a senzala.
Os escravos eram levados vagarosamente até à senzala.

…[termo regente: levar a / “a” = preposição indicativa de movimento]

…[termo regido: (a) senzala / “a” = artigo]

…[senzala: palavra feminina]

Observe que não foi apontado no exemplo (4) o uso inadequado e adequado das ocorrências de crase. Isso se dá porque atualmente no Brasil o emprego da crase diante da preposição “até” é facultativo.

A crase e os artigos

A crase não deve ser empregada junto a artigos, exceto junto ao artigo “a”.

Os artigos (o, a, um, uma e suas flexões) são palavras que determinam um nome; por isso serem chamados de determinantes. Eles podem ser apresentados na forma de contração, sendo a crase uma dessas formas. Isto é, a crase é a contração, numa única palavra, entre o artigo definido feminino “a” e a preposição “a”.

Antecedendo um artigo indefinido (um, uma, uns, umas) a crase não é admitida, uma vez que a palavra seguinte à preposição, mesmo que feminina, já está acompanhada de um determinante.

Exemplos

A homenagem está sendo entregue a a pesquisadora neste momento. [Inadequado]
A homenagem está sendo entregue à pesquisadora neste momento. [Adequado]

Você pode se dirigir à uma sala ao teu lado esquerdo. [Inadequado]
Você pode se dirigir a uma sala ao teu lado esquerdo. [Adequado]

Quando o termo “uma” é associada à palavra hora, ele funciona como um numeral e, nesse caso, deve-se empregar a crase.

Exemplos

Os ingressos esgotaram-se a uma hora do espetáculo. [Inadequado]
Os ingresso esgotaram-se à uma hora do espetáculo. [Adequado]

A crase e os verbos

A crase não deve ser empregada junto a verbos.

O fenômeno da crase existe quando há uma fusão (ou contração) entre a preposição “a” e o artigo definido feminino “a”. Logo, se a palavra seguinte à preposição “a” for um verbo, o acento grave indicativo da crase não é admitido.

Os verbos são palavras que não admitem determinantes (artigo, por exemplo). Como a condição básica da existência da crase é a referência (mesmo que implícita) do artigo definido feminino, diante de verbos a crase se torna absurda.

Exemplos

Aquilo dava à entender que realmente havia conflitos em família. [Inadequado]
Aquilo dava a entender que realmente havia conflitos em família. [Adequado]

O prefeito se propôs à estudar melhor o assunto. [Inadequado]
O prefeito se propôs a estudar melhor o assunto. [Adequado]

A crase e os pronomes de tratamento

A crase não deve ser empregada junto a pronomes de tratamento, exceto em alguns casos, como “senhora(s)”.

Nas orações em que aparece um termo regido pela preposição “a” acompanhado de pronomes de tratamento, o acento grave indicativo da crase não é admitido.

Exemplos

Eu só empresto meu livro à você se for realmente necessário. [Inadequado]
Eu só empresto meu livro a você se for realmente necessário. [Adequado]

…[termo regente: emprestar (o livro) a]

…[termo regido: você]

Essas homenagens são afetuosamente dedicadas à Vossa Excelência. [Inadequado]
Essas homenagens são afetuosamente dedicadas a Vossa Excelência. [Adequado]

…[termo regente: dedicar a]

…[termo regido: Vossa Excelência]

Os pronomes de tratamento em geral não admitem determinantes (artigo, por exemplo). Dessa forma, não é apresentada na oração a contração entre artigo e preposição, mas tão somente a preposição. Porém, alguns pronomes de tratamento, admitindo o determinante, exigem o acento grave indicativo da crase quando o termo regente pede a preposição “a”.

São esses pronomes: senhora(s), senhorita(s), dona(s), madame(s)

Exemplos

A correspondência é endereçada a madame. [Inadequado]
A correspondência é endereçada à madame. [Adequado]

…[termo regente: endereçar a]

…[termo regido: (a) madame]

Alguém explicou a senhora o funcionamento do programa? [Inadequado]
Alguém explicou à senhora o funcionamento do programa? [Adequado]

…[termo regente: explicar (o funcionamento…) a]

…[termo regido: (a) senhora]

A crase e os pronomes indefinidos

A crase não deve ser empregada junto a alguns pronomes indefinidos.

Os pronomes indefinidos são aqueles que apresentam, de um modo vago, os seres em terceira pessoa. (ex.: alguém falou; qualquer lugar; certas questões…). Tais quais os artigos, os pronomes indefinidos funcionam como determinantes, ou seja, apresentam, mesmo que indeterminadamente, um nome. Desta forma, eles não admitem um artigo antecedendo a palavra a qual acompanham (ex.: a alguém falou; um alguém falou).

Nas orações em que aparece o termo regido pela preposição “a” introduzindo um termo determinado por pronome indefinido, o acento grave indicativo da crase é dispensado.

Exemplos

Preocupado com as crianças, dirigia-se agora à toda escola que conhecia. [Inadequado]
Preocupado com as crianças, dirigia-se agora a toda escola que conhecia. [Adequado]

…[termo regente: dirigir-se a]

…[toda: pronome indefinido]

Sempre perguntava à outra enfermeira sobre qual o leito que lhe pertencia… [Inadequado]
Sempre perguntava a outra enfermeira sobre qual o leito que lhe pertencia. [Adequado]

…[termo regente: perguntar a]

…[outra: pronome indefinido]

A crase e a conjunção “caso”

O fenômeno da crase existe quando há uma fusão (ou contração) entre a preposição “a” e o artigo definido feminino “a”.

A crase não deve ser aplicada ao “a” que segue qualquer conjunção. Apesar disso, freqüentemente se observa o emprego da crase depois da conjunção caso.

Provavelmente, isso se dá por analogia a outros termos da língua, como as expressões “devido à”…, “relativo à” que admitem a crase.

Exemplos

Muitos ingressos irão faltar, caso à estréia seja adiada. [Inadequado]
Muitos ingressos irão faltar, caso a estréia seja adiada. [Adequado]

Caso às promessas sejam falsas, outras revoltas acontecerão. [Inadequado]
Caso as promessas sejam falsas, outras revoltas acontecerão. [Adequado]

É interessante notar, porém, que em casos de inversão dos termos de uma oração que contenha a conjunção caso, pode-se verificar o “a” craseado após a conjunção. Mesmo nesse caso, não se trata de a conjunção caso reger a preposição “a”, mas sim de inversão dos termos, em que um objeto indireto, por exemplo, é antecipado na oração.

Exemplo

Caso as ordens eu não me refira, lembrem-me, por favor. [Inadequado]
Caso às ordens eu não me refira, lembrem-me, por favor. [Adequado]

…[ordem linear: “Caso eu não me refira às ordens”]

…[às ordens: objeto indireto de “referir-se”]

A conjunção caso pode ser substituída pela conjunção “se”, pois ambas têm valor condicional. Por essa operação de substituição é possível ter clara a função da palavra caso e, conseqüentemente, confirmar o emprego inadequado da crase junto a essa palavra.

A crase e as palavras no plural

A crase no singular não deve ser empregada junto a palavras no plural.

O fenômeno da crase existe quando há uma fusão (ou contração) entre a preposição “a” e o artigo definido feminino “a”. Logo, se a palavra seguinte à preposição “a” for feminina, mas plural, o acento grave indicativo da crase é dispensado.

Outra opção de corretude da construção com a crase é apresentar a contração entre a preposição “a” e o artigo definido feminino plural “as” diante de palavras femininas no plural, resultando na forma “às”.

Exemplos

As mudanças propostas são pertinentes às caderneta de poupança. [Inadequado]
As mudanças propostas são pertinentes a caderneta de poupança. [Adequado]

Na verdade, as histórias de bruxas pertenciam a fantasias infantis. [Inadequado]
Na verdade, as histórias de bruxas pertenciam às fantasias infantis. [Adequado]

Uso da crase

O emprego da crase está sujeito a duas condições:

O termo regente deve exigir a preposição a

O termo regido deve ser:

palavra feminina que admita o artigo a(s)

pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo

Exemplos

Vou à escola.
Esta bolsa é igual à que você usava.
Nunca mais fui àquele cinema.

Nunca se usa crase antes de: Exemplos:
masculino bife a cavalo, entrega a domicílio.
verbo disposto a reagir.
pronomes (que não aceitem o artigo a(s)) Falei a cada prima. Dirigiu-se a ela.
Referia-me a esta moça. Parabéns a você.
expressões formadas por palavras repetidas gota a gota, face a face.
nomes de cidades sem determinação
(exceção: haverá crase, se o nome da cidade vier determinado)
Vou a Santos.
Vou à poluída Santos.
palavras no plural precedidas de a (no singular) Assisti a demonstração de carinho.
Sempre ocorre crase: Exemplos:
na indicação do número de horas à uma e meia, às nove.
quando há ou se pode subentender a palavra moda chapéu à gaúcha (à moda gaúcha),
sopa à calabresa (à moda calabresa).
nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas Às vezes choro. Acabou devido à falta de luz.
Saímos à medida que recebíamos.

Uso da crase com nomes de mulheres

O uso do acento indicativo de crase diante de nomes próprios de mulheres é tido como “facultativo”, embora não seja exatamente optativo. Usa-se o acento grave [à] diante de alguns nomes femininos, mas não diante de outros – isso é verdade. O que de fato demarca nossa opção é a possibilidade de ser o nome determinado por um artigo.

No Brasil, o uso do artigo diante de nomes de pessoas tem um caráter regionalista, e não só de familiaridade.

Em suma: se você costuma empregar o artigo definido diante de um nome de mulher, pode usar o “a craseado” quando a situação pedir (ou seja, quando a expressão ou verbo diante do nome exige a preposição

a). Assim, vejamos primeiramente o caso de pessoas a quem chamamos pelo primeiro nome:

Gosto de Beatriz
Penso em Rita
Contei a Beatriz o que falei a Rita
Gosto da Beatriz.
Penso na Rita.
Contei à Beatriz o que disse à Rita

Já quando se faz referência a nome e sobrenome, tão-somente a familiaridade é que vai determinar o uso do acento indicativo de crase:

1) a crase não ocorrerá se o nome da pessoa for mencionado formalmente ou se tratar de personalidade pública, pois nessas circunstâncias o nome da pessoa, seja homem ou mulher, nunca é precedido de artigo definido:

Referiu-se a Rachel de Queiroz. [cp. Gosta de Rachel de Queiroz]

Fizemos uma homenagem a Euclides da Cunha. [nunca “ao Euclides da Cunha”, pois gostamos de Euclides da Cunha]

Muitos fizeram elogios de última hora a FHC e a Ruth Cardoso.

2) a crase ocorrerá se, apesar do nome completo, a pessoa for referida com amizade, numa atmosfera afetiva. É muito comum este tipo de uso nos agradecimentos que se fazem em livros, teses e dissertações, situação que pela sua formalidade e tipo de divulgação comporta o nome completo das pessoas homenageadas, embora possam ser da intimidade do autor.

É importante que se mantenha a coerência: se o nome do homem é articulado [o / ao], também o da mulher deverá ser precedido de artigo [a / à].

Vejamos um exemplo real:

“Desejo externar os meus agradecimentos

ao Dr. Alceu Lima, por sua contribuição nesta pesquisa

ao Prof. Nilo Lima, pela dedicada orientação

à Profa. Maria Lima e Silva, por sua amizade
ao Renato Cruz e Sousa, pelo companheirismo

à Rejane Silva e Silva, pela revisão.”

Há igualmente a situação de nomes próprios (verdadeiros ou artísticos) de homens e mulheres famosos com os quais também se usa o artigo definido porque a fama implica uma pretensa familiaridade com a pessoa. No Sul, por exemplo, dizemos “Gosto da Gal Costa. Comprei um disco da Gal (Costa)”.

Portanto:

Refiro-me à Gal Costa.

Entretanto, quem diz “Gosto de Gal Costa. Comprei um disco de Gal”, deve escrever:

Refiro-me a Gal Costa.

Crase com pronomes demonstrativos

A crase também ocorre com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo. Isso acontece quando a expressão anterior é acompanhada da preposição a, que se aglutina ao a inicial desses pronomes. Pronuncia-se um a só.

Na escrita, também fica um a só, mas com acento grave:

Refiro-me a aquele homem
Refiro-me àquele homem
Refiro-me a aquela mulher
Refiro-me àquela mulher
Não me refiro a aquilo
Não me refiro àquilo

Analisemos a mesma frase com o uso dos outros pronomes demonstrativos.

Veremos que com eles a crase é impossível, pois não começam pela vogal a:

Não me refiro a isso, refiro-me a esta/essa questão, não me refiro a esse/este tema.

Muitas pessoas estranham o acento numa palavra masculina como “aquele”. Vale lembrar que a crase implica duas vogais idênticas, portanto o que conta é a fusão do a preposição com a letra a que dá início ao pronome.

Vejamos alguns exemplos:

Comprei um vaso semelhante àquele que recebi de presente o ano passado. > semelhante a + aquele
Todas as minhas porcelanas são iguais àquelas que vovó tinha. > iguais a + aquelas
Cumpre seu papel com respeito absoluto àquilo que de melhor lhe foi transmitido por seus pais. > respeito a + aquilo
Ganhei uma toalha idêntica àquela que me deste no Natal.
Todos os diretores devem ficar cientes. Comunique o fato primeiro àquele que você considera mais importante.
O plano é um desafio àquelas convenções estabelecidas no acordo.
Dirigiu-se àquela moça que vimos ontem no Jornal do Meio-Dia.
Agradeço a meus pais e àqueles que sempre confiaram em mim.
Sabes a quem vou escrever? Àquele amigo de infância que se mudou para Olinda quando estávamos na 6ª série.
Os recursos serão destinados somente àqueles empresários em dia com o IR.
Prefiro esta proposta àquela.
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, quando este benefício anteceder àquele (Lei 8.213/91).
“A crase está relacionada a um substantivo feminino, como você já falou. Mas vi um à craseado na frente de um ‘que’. Está correto? A frase era assim: Espero que você compre uma peça idêntica à que você quebrou.”
Trata-se de caso raro; é uso correto. Na verdade, a crase aí ocorre não pelo pronome relativo QUE mas por causa de um substantivo feminino subentendido, que está oculto justamente porque se pretende evitar sua repetição:
Espero que você compre uma peça idêntica à (peça) que você quebrou.
Ganhou uma moto igual à que havia comprado um mês antes. [igual à (moto) que]
Disse que tinha amor à vida, “à que tinha antes do acidente”, frisou com pessimismo.

Fonte: Centro Educacional Columbia/www.profabeatriz.hpg.ig.com.br/www.enaol.com

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