Pronomes Retos

Pronomes Pessoais do Caso Reto

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O pronome pessoal caso reto, que é (quase) sempre sujeito, tem uma postura altiva e se impõe na frase como o centro em torno do qual se fazem as declarações.

Mas, o seu primo pobre, o pronome objeto, não tem a mesma postura, e como o olhar de Capitu, de Machado de Assis, além de oblíquo, é disimulado.

Sobretudo o se, que arma verdadeiras armadilhas para o falante. Tem dupla personalidade e nem sempre assume o que faz.

Como conjunção ou pronome, se tem vários usos.

Se conjunção é mais simples, mesmo assim dissimulada: ora é condicional, ora é integrante, com os verbos de declarar, demonstrando incerteza.

Vamos tentar entender sua dupla personalidade, com os versos abaixo:

“Não sei se devo lembrar/ Não sei se devo esquecer Se lembro, quero esquecer/ Se esqueço, quero lembrar”

Temos, nos dois primeiros versos a conjunção integrante, junto com a incerteza da declaração. Nos dois últimos, temos a condicional, criando um fato hipotético, a eterna e sibilante condição. Este primeiro desvio de personalidade do se, como conjunção, é fácil de desvendar. Mais difícil é o de pronome, quando oblíquo e mais dissimulado. “Sente-se tranqüilamente e ponha-se a raciocinar….Sente-se algo diferente, a massa quer se levantar”. No primeiro verso, está o verbo sentar-se, com o se como parte integrante (verbo pronominal). No segundo verso, o se é apassivador e esse é o desvio de personalidade que vai dar mais trabalho na concordância.

Como reflexivo ou reciproco, o uso não apresenta dificuldade: Casaram-se ontem. A CPI se propôs uma tarefa difícil.

Como partícula de realce ou expletiva, se pode ser demitido sem justa causa: “O salário evaporou-se” pode ser “O salário evaporou”.

O se pode representar um sujeito indeterminado: “Vive-se um clima de apreensão”.“Assiste-se a programas de baixa qualidade”. Este uso restringe-se aos verbos intransitivos ou transitivos indiretos.

Por isso, pode-se dizer: Precisa-se de operários ou morre-se de fome, mas não se pode dizer compra-se euros porque o se com verbos transitivos diretos representa a voz passiva sintética, quando deve concordar com o pretenso sujeito no plural. Assim, é duplamente certo compram-se euros, tanto na gramática como na economia, pois o dólar está caindo na cotação. Em concursos e vestibulares, é a concordãncia exigida. Mas a língua não é um produto pronto e acabado, e sim um processo, uma realidade em mutação. Muitos estudiosos, entre eles M. Said Ali, não aceitam essa exigência do verbo no plural. Julgam que frase como “vendem-se votos” não significa “votos são vendidos” mas “alguém vende votos”. Mas isso é apenas uma informação. Na hora de usar, use a regra rígida da gramática e siga o plural, vendem-se votos, sem seguir a atitude condenável. O se, apesar de obliquo e dissimulado, como o olhar da bela Capitu, tem regras claras quanto à concordância, a serem observadas nos testes oficiais e no uso formal da língua.

Pronomes Retos – O que é

Os pronomes do caso reto designam as pessoas do discurso, que são:

eu e tu e as formas plurais dessas pessoas;

designam também as pessoas que não pertencem ao discurso: ele, elas e seus plurais.

Esses pronomes são formas que funcionam como sujeito. Cada pronome da forma caso reto tem um correspondente na forma caso oblíquo.

Pronomes pessoais do caso reto (exercem a função de sujeito ou predicativo do sujeito): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas

Pronome pessoal do caso reto é uma classe de pronomes que aponta para algum participante da situação de fala e que são usados como sujeito da oração.

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito.

Sendo um pronome ele carrega consigo as características próprias a essa classe gramatical, ou seja, é uma palavra que pode:

1. substituir um nome;

2. qualificar um nome;

3. determinar a pessoa do discurso.

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão porque marca a pessoa do discurso.

Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:

1ª pessoa do singular (eu): eu

2ª pessoa do singular (tu): tu

3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela

1ª pessoa do plural (nós): nós

2ª pessoa do plural (vós): vós

3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas

Freqüentemente se observa a omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto (ex.: Dormi cedo ontem; Fizemos boa viagem).

O pronome e o verbo no infinitivo

Nas orações formadas por verbos no infinitivo, o sujeito é sempre um nome, em geral um substantivo, que pode ser substituído por um pronome. Se essa oração com verbo no infinitivo não for uma oração reduzida do infinitivo, o pronome empregado deve ser obrigatoriamente um pronome reto (eu, tu, ele e etc.).

O pronome reto ocupa sempre a posição de sujeito da oração. Já o pronome oblíquo (me, te, o, se e etc.) exerce a função de objeto da oração, complementando o verbo transitivo.

Freqüentemente ocorre uma assimilação do emprego do pronome reto com o emprego do pronome oblíquo em orações com infinitivo.

Vejamos os exemplos de duas sentenças corretas:

1. Nunca pediram para eu fazer esse tipo de comida.

2. Nunca pediram esse tipo de comida para mim.

Observe que no exemplo (1) temos duas orações, com dois verbos e, conseqüentemente, dois sujeitos.

Já no exemplo (2) temos apenas uma oração e um sujeito. O sujeito do verbo “fazer” no exemplo (1) deve ser um pronome reto. O complemento do verbo “pediram” no exemplo (2) deve ser um pronome oblíquo.

Exemplo:

Talvez eles mandem o formulário para mim preencher. [Inadequado] Talvez eles mandem o formulário para eu preencher. [Adequado]

Uma regra prática para empregar corretamente o pronome reto nesse caso é observar se a oração termina com verbo (para eu fazer). Caso isso não ocorra, o pronome empregado deve ser oblíquo (fazer para mim)

A concordância e o pronome reto como predicativo do sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância ocorre, dentre outros casos, se o predicativo do sujeito for um pronome reto (eu, tu, ele e etc.).

Exemplos:

O encarregado da obra é eu. [Inadequado] O encarregado da obra sou eu. [Adequado]

Neste caso continua nós… [Inadequado] Neste caso continuamos nós… [Adequado]

Fonte: www.colegiosaofrancisco.com.br/www.nilc.icmc.usp.br

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