Tipos de Narrativa

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O que é a narração

Narrar é contar um ou mais fatos que ocorrem com determinados personagens, em local e tempo definidos. Em outras palavras, é contar uma história, que pode ser real ou imaginária.

O narrador

Tanto é possível contar uma história que ocorreu com outras pessoas, quanto narrar fatos acontecidos com você. Essa decisão determinará o tipo de narrador a ser utilizado em sua redação.

Este pode ser de dois tipos:

Narrador em 1ª pessoa: Narrador em 1ª pessoa é aquele que participa da ação, ou seja, que se inclui na narrativa. Trata-se do narrador personagem.

Exemplo:

Estava andando pela rua quando de repente tropecei em um pacote embrulhado em jornais. Peguei-o vagarosamente, abri-o e vi, surpreso, que lá havia uma grade quantia em dinheiro.

Narrador em 3ª pessoa: Narrador em 3ª pessoa é aquele que não participa da ação, ou seja, não se inclui na narrativa. Temos então o narrador-observador.

Exemplo:

João estava andando pela rua quando de repente tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Pegou-o vagarosamente, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.

OBSERVAÇÃO:

Em textos que apresentam o narrador em 1º pessoa, ele não precisa ser necessariamente o personagem principal; pode ser somente alguém que, estando no local dos acontecimentos, presenciou-os.

Exemplo:

Estava parado no ponto de ônibus, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o pegou com todo o cuidado, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro.

Elementos da narração

Depois de escolher o tipo de narrador que você vai utilizar, é necessário ainda conhecer os elementos básicos de qualquer narração.

Todo texto narrativo conta um fato que se passa em determinado TEMPO e LUGAR. A narração só existe na medida em que há ação, que é praticada pelos personagens.

Um fato acontece por uma determinada CAUSA e desenrola-se envolvendo certas circunstâncias. É importante mencionar o MODO como tudo aconteceu e as CONSEQÜÊNCIAS provocadas pelo acontecimento.

Elementos básicos do texto narrativo:

1. FATO (o que se vai narrar);
2. TEMPO (quando o fato ocorreu);
3. LUGAR (onde o fato se deu)
4. PERSONAGENS (quem participou do ocorrido ou o observou)
5. CAUSA (motivo que determinou a ocorrência)
6. MODO (como se deu o fato)
7. CONSEQÜÊNCIAS.

Uma vez conhecidos esses elementos, resta saber como organizá-los para elaborar uma narração. Dependendo do fato a ser narrado, há inúmeras formas de dispô-los.

Todavia, apresentaremos um esquema de narração que pode ser utilizado para contar qualquer fato. Ele propõe-se a situar os elementos da narração em diferentes parágrafos, de modo a orientá-lo sobre como organizar adequadamente sua composição.

ESQUEMA DE NARRAÇÃO

TÍTULO

1º Parágrafo Explicar o fato que será narrado.
Determinar o tempo e o lugar.
Introdução
2º Parágrafo Causa do fato e apresentação dos
personagens.
Desenvolvimento
3º Parágrafo Modo como tudo aconteceu
(detalhadamente).
Desenvolvimento
4º Parágrafo Conseqüências do fato. Conclusão

Narração Objetiva

É o que costuma aparecer nas ocorrências policiais dos jornais, nas quais os redatores apenas informam os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que estão noticiando. Apresenta um cunho impessoal e direto.

Exemplo:

“Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do sr. Floriano Pacheco”.

Narração Subjetiva

Os fatos são apresentados levando-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São relatados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.

Exemplo:

Em uma certa manhã acordei entediada. Estava em minhas férias escolares do mês de julho. Não pudera viajar. Fui ao portão e avisei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre.

Categorias da Narrativa

O Texto Narrativo

Narrar é contar uma história, um fato, um acontecimento, quer dizer, fala do que acontece a uma ou várias personagens.

1- Estrutura da narrativa:

Normalmente um texto narrativo organiza-se em três partes:

Introdução – apresenta a situação inicial, localiza a ação ( onde e quando se passa a história), descreve as personagens – geralmente estas informações são dadas na introdução.

Desenvolvimento – conta a ação propriamente dita ( Por exemplo: quando acontece na história um problema que é preciso resolver – tudo o que se passa a seguir é já o desenvolvimento.

Conclusão – apresenta o final da ação ( Por exemplo – quando se encontra a solução para um problema chega ao fim a história – é a conclusão.

A um texto com estas características damos o nome de narrativa fechada.

Quando não conhecemos a conclusão, dizemos que se trata de uma narrativa aberta.

2- Localização da ação:

No espaço – Onde?

No tempo – Quando?

3- Autor:

É a pessoa que imagina a narrativa.

Exemplo:

«A rosa vai passando para as minhas mãos as bolas coloridas, longos fios prateados e dourados […]»

4- Narrador:

É um ser imaginário, criado pelo autor a quem cabe contar a história.

O narrador pode ser:

Participante ou presente (se participa na história como personagem)
Não participante ou ausente ( se se limita a contar a história, sem participar nela).

5- Personagens:

Pessoas que vivem os acontecimentos que são contados no texto.

Atenção! Por vezes as personagens podem ser animais ou coisas.

As personagens podem ser:

Principais – (herói ou heroína da ação)
Secundárias – (têm um papel menor na história)

CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO NARRATIVO

NARRADOR

Deriva do vocábulo latino “narro” que significa “dar a conhecer”, “tornar conhecido”, o qual provém do adjetivo “gnarus”, que significa “sabedor”, “que conhece”. Por sua vez, “gnarus” está relacionado com o verbo “gnosco”, lexema derivado da raiz sânscrita “gn┠que significa “conhecer”. O narrador é a instância da narrativa que transmite um conhecimento, narrando-o. Qualquer pessoa que conta uma história é um narrador.

Platão e Aristóteles distinguem três tipos de narrador: o orador ou poeta que usa a sua própria voz; alguém que assume a voz de uma ou mais pessoas que não a sua e que fala pela voz delas; alguém que usa uma mistura da sua própria voz com a de outras.

Alguém que conte uma história pode iniciá-la com a sua voz; depois poderá apresentar um narrador que vai continuar a narração, o qual, poderá apresentar outras personagens que também irão contar outras histórias. Neste caso estamos em presença de uma Rahmenerzählung, ou narrativa enquadrada, Marlow, que narra a viagem pelo Congo em Coração das Trevas, foi antes apresentado pelo primeiro narrador da obra; As Mil e uma Noites é a narrativa paradigmática da “história dentro da história”.

O narrador faz parte da narrativa.  Ele assume a função de um ator na diegese, pode apresentar-se sob a forma do pronome pessoal “eu”,

“Eu estou sempre atraído a lugares onde eu vivi, as casas e seus bairros (…) durante os primeiros anos da guerra, eu tive meu primeiro apartamento em Nova York (…)” Truman Capote, Bonequinha de Luxo, (1958 ); adaptar a Identidade de hum Nome Próprio “, Call me Ishmael. Alguns anos atrás – não importa quanto tempo precisamente – Tendo pouco ou nenhum dinheiro na bolsa y, e nada em particular a interessar-me em terra, eu pensei que (…) Herman Melville, Moby Dick, (1851);

ou

manter uma mera voz narrativa, como no caso dos contos populares em que a voz do narrador se faz sentir através da simplicidade de “Era uma vez uma bela princesa que vivia (…). Em qualquer dos casos, trata-se de um sujeito com existência textual, “ser de papel”, como lhe chamou Barthes, e tem como função relatar eventos que constituem as alterações de estados sofridas por agentes antropomórficos, ou não, e situados no espaço empírico da narrativa. As funções do narrador vão para além do ato de enunciação e, visto que ele é o protagonista da narração, a sua voz pode ser percebida através de intrusões que remetam para uma ideologia, “A Pátria chama os seus filhos, ouve-se a voz da Pátria a chamar, a chamar, e tu que até hoje nada mereceste, nem o pão para a fome que tens, nem o remédio para a doença que te tem (…) a partir de agora não podes fugir, a Pátria olha-te fixamente, hipnotiza-te (…)” José Saramago. 

Levantado do Chão, (1980); pode também produzir considerações e suposições sobre os eventos relatados,”E já agora, que sabiamente me afastei do assunto, é de aproveitar para debitar uns esclarecimentos sobre a revista Reflex (…)” Mário de Carvalho, Era bom que trocássemos umas Ideias sobre o Assunto, (1995); 

ou

sobre as personagens da narrativa, “Que um homem dos subúrbios de Buenos Aires, que um triste “compadrito”, sem outras qualidades além da enfatuação da coragem, se interne nos desertos equestres da fronteira com o Brasil e chegue a capitão de contrabandistas, parece de antemão impossível (…)” Jorge Luís Borges, O Morto, in O Aleph, (1976).

Assim, segundo David Lodge, The Art of Fiction, (1992) a voz do narrador impõe-se de forma intrusa e poderá transformar o ato de escrever numa conversa íntima com o leitor, convidando-o a passar ao átrio da narrativa: “Isto é o que se comprometem a fazer por você, leitor. Com esta gota de tinta no final da minha pena, vou mostrar-lhe a oficina espaçosa de Jonathan Burge, carpinteiro e construtor, na aldeia de Hayslope, como ele apareceu no dia 18 de junho, no ano de Nosso Senhor de 1799. ” George Eliot, Adam Bede, (1859).

Um outro tipo de intrusão do narrador é o de chamar a atenção do leitor para o próprio ato de leitura, “- Como você pôde, Senhora, ser tão desatento na leitura do último capítulo? Eu disse a você nele, que a minha mãe não era um papista. – Papista “Laurence Sterne, Tristram Shandy, (1767).

Tristram Shandy,  como narrador intruso, relembra o leitor que a narrativa é uma obra de ficçãoa realidade que ele simula ou aparenta , ao mesmo tempo que aponta as discrepâncias entre a ficção e representar.

Gerard Genette em Discurso da Narrativa, (1972),  distingue vários tipos de narrador, mediante o seu lugar na diegese: narrador autodiegético, i.é, aquele que narra as suas próprias experiências como personagem central dessa história, e.g., o narrador de, Jack Kerouac, em On the Road, (1957), relata na primeira pessoa as aventuras dele e dos seus companheiros nas suas viagens pelo continente norte-americano; narrador homodiegético, isto é, aquele que não sendo personagem principal da história, é ele que narra os acontecimentos a ela inerentes, por ex., o narrador de, Eça de Queroz, A Cidade e as Serras; narrador heterodiegético, ou seja, aquele que não fazendo parte da história, a narra, por ex., Gore Vidal, The Smithsonian Institution, (1999).

Alguns autores classificam o sujeito narrador em dois tipos, a saber, narrador na primeira pessoa e narrador na terceira pessoa.

Opondo-se a esta classificação, Mieke Bal, Narratologia: Introdução à Teoria da Narrativa, (1998), diz que durante o ato de narrar, o narrador pode optar pela primeira ou terceira pessoa. Contudo, considera que em qualquer dos casos tanto a primeira como a terceira pessoa são ambas “eu”, pois ainda que a narrativa esteja a terceira pessoa, o discurso narrativo poderia ser sempre precedido por “Eu narro:” Além disso, o uso da linguagem implica a existência de um locutor que articule, e esse locutor terá de ser, forçosamente, um “eu”.

Relativamente ao seu lugar na narrativa, este autor considera dois tipos de narrador: o “narrador externo” e o “narrador personagem”, conforme se situam dentro ou fora da história. Bal considera ainda funções do narrador, os aspectos segmentais que incluem descrições , ainda que estes possam aparentar uma importância marginal nos textos narrativos.

Tipos de textos narrativos

A narração é um dos gêneros literários mais fecundos, portanto, há atualmente diversos tipos de textos narrativos que comumente são produzidos e lidos por pessoas de todo o mundo.

Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão:

Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.

O principal objetivo do texto narrativo é contar algum fato. E o segundo principal objetivo é que esse fato sirva como informação, aprendizado ou entretenimento.

Se o texto narrativo não consegue atingir seus objetivos perde todo o seu valor. A narração, portanto, visa sempre um receptor.

Vejamos os conceitos de cada um desses tipos de narração e as diferenças básicas entre eles:

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos.

Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

Estes acima citados são os mais conhecidos tipos de textos narrativos, mas podemos ainda destacar uma parcela dos textos jornalísticos que são escritos no gênero narrativo, muitos outros tipos que fazem parte da história, mas atualmente não são mais produzidos, como as novelas de cavalaria, epopéias, entre outros. E ainda as muitas narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, a literatura de cordel, etc.

Devido à enorme variedade de textos narrativos, não é possível abordar todos ao mesmo tempo, até mesmo porque cotidianamente novas formas de narrar vão sendo criadas tanto na linguagem escrita quanto na oral, e a partir destas vão surgindo novos tipos de textos narrativos.

A Narrativa de Ficção ou Narração

A narrativa de ficção é construída, elaborada de modo a emocionar, impressionar as pessoas como se fossem reais. Quando você lê um romance, novela ou conto, por exemplo, sabe que aquela história foi inventada por alguém e está sendo vivida de mentira por personagens fictícios. No entanto, você chora ou ri, torce pelo herói, prende a respiração no memento de suspense, fica satisfeito quando tudo acaba bem. A história foi narrada de modo a ser vivida por você. Suas emoções não deixam de existir só porque aquilo é ficção, é invenção. No “mundo da ficção” a realidade interna e mais ampla que a realidade externa, concreta, que conhecemos. Através da ficção podemos, por exemplo, nos transportar para um mundo futuro, no qual certas situações que hoje podem nos parecer absurdas, são perfeitamente aceitas como verdadeiras.

A narração consiste em arranjar uma seqüência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito.

Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.

Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:

Esquematizando temos:

Apresentação;
Complicação ou desenvolvimento;
Clímax;
Desfecho.

Protagonistas e Antagonistas

A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente. Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.

Narração e Narratividade

Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.

Os Elementos da Narrativa

Os elementos que compõem a narrativa são:

Foco narrativo (1º e 3º pessoa);

Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);

Narrador (narrador- personagem, narrador-observador).

Tempo (cronológico e psicológico);

Espaço.

Narrador e o Foco Narrativo

O narrador é elemento fundamental para o sucesso do texto, pois esse é o dono da voz, o que conta os fatos e seu desenvolvimento. Atua como intermediário entre a ação narrada e o leitor. O narrador assume uma posição em relação ao fato narrado (foco narrativo), o seu ponto de vista constitui a perspectiva a partir da qual o narrador conta a história.

O foco narrativo em 1ª pessoa

Na narração em 1ª pessoa o narrador é um dos personagens, protagonista ou secundário. Nesse caso ele apresenta aquilo que presencia ao participar dos acontecimentos. Dessa forma, nem tudo aquilo que o narrador afirma refere-se à “verdade”, pois ele tem sua própria visão acerca dos fatos; sendo assim expressa sua opinião.

Foco narrativo em 3ª pessoa

Na narração em 3ª pessoa o narrador é onisciente. Nos oferece uma visão distanciada da narrativa; além de dispor de inúmeras informações que o narrador em 1ª pessoa não oferece. Nesse tipo de narrativa os sentimentos, as idéias, os pensamentos, as intenções, os desejos dos personagens são informados graças à onisciência do narrador que é chamado de narrador observador.

O ENREDO

O enredo é a estrutura da narrativa, o desenrolar dos acontecimentos gera um conflito que por sua vez é o responsável pela tensão da narrativa.

OS PERSONAGENS

Os personagens são aqueles que participam da narrativa, podem ser reais ou imaginários, ou a personificação de elementos da natureza, idéias, etc. Dependendo de sua importância na trama os personagens podem ser principais ou secundários. Há personagem que apresenta personalidade e/ou comportamento de forma evidente, comuns em novelas e filmes, tornando-se personagem caricatural.

O ESPAÇO

O espaço onde transcorrem as ações, onde os personagens se movimentam auxilia na caracterização dos personagens, pois pode interagir com eles ou por eles ser transformado.

O TEMPO

A duração das ações apresentadas numa narrativa caracteriza o tempo (horas, dias, anos, assim como a noção de passado, presente e futuro). O tempo pode ser cronológico, fatos apresentados na ordem dos acontecimentos, ou psicológico, tempo pertencente ao mundo interior do personagem. Quando lidamos com o tempo psicológico a técnica do flashback é bastante explorada, uma vez que a narrativa volta no tempo por meio das recordações do narrador.

Concluindo

Ao produzir uma narração o escritor deve estar atento à todas as etapas. Dando ênfase ao elemento que se quer destacar.

Uma boa dica é: observar os bons romancistas e contistas, voltando a atenção para seus roteiros, na forma como trabalham os elementos em suas narrativas.

Tipos de Narração

Sabemos que o ato de contar histórias remonta ao passado. Antigamente as pessoas tinham o hábito de sentar-se à beira de suas casas nos momentos de descanso e relatar fatos acontecidos, muitas vezes ficcionais, e isso ia passando de geração para geração. Quem de nós não conhece a história do Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida e tantos outros clássicos da literatura? Por mais que o advento da tecnologia tenha desencantado essa magia e, de certa forma, promovido o afastamento entre as pessoas, existem variadas formas de narrativas, sejam elas orais, escritas, visuais ou encenadas, como é o caso do teatro.

Seja qual for a modalidade, o texto narrativo dispõe-se de certos elementos primordiais, que são: tempo, espaço, personagens, narrador e enredo.

E para conhecermos um pouco mais sobre os diversos tipos de narrativa, devemos saber que elas se subdividem em: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula.

Por isso, estudaremos as mesmas passo a passo:

Romance: É uma narrativa sobre um acontecimento ficcional no qual são representados aspectos da vida pessoal, familiar ou social de uma ou várias personagens. Gira em torno de vários conflitos, sendo um principal e os demais secundários, formando assim o enredo.

Novela: Assim como o romance, a novela comporta vários personagens, sendo que o desenrolar do enredo acontece numa sequência temporal bem marcada. Atualmente, a novela televisiva tem o objetivo de nos entreter, bem como de nos seduzir com o desenrolar dos acontecimentos, pois a maioria foca assuntos relacionados à vida cotidiana.

Conto: É uma narrativa mais curta, densa, com poucos personagens, e apresenta um só conflito, sendo que o espaço e o tempo também são reduzidos.

Crônica: Também fazendo parte do gênero literário, a crônica é um texto mais informal que trabalha aspectos da vida cotidiana, muitas vezes num tom muito “sutil” o cronista faz uma espécie de denúncia contra os problemas sociais através do poder da linguagem.

Fábula: Geralmente composta por personagens representados na figura de animais, é de caráter pedagógico, pois transmite noções de cunho moral e ético. Quando são representadas por personagens inanimados, recebe o nome de Apólogo, mas a intenção é a mesma da fábula.

Poema é uma obra literária que é apresentada no formato de versos.

Um poema pode ser a respeito de vários temas, porém os mais comuns são: amor, valorização da natureza, tema épico, feito heróico, etc.

Obra em verso. Composição poética de certa extensão, com enredo

Na narração, existem três formas de citar a fala (discurso) dos personagens: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indireto livre.

Discurso direto: Por meio do discurso direto, reproduzem-se literalmente as palavras do personagem. Esse tipo de citação é muito interessante, pois serve como uma espécie de comprovação figurativa (concreta) daquilo que acabou de ser exposto (ou que ainda vai ser) pelo narrador. É como se o personagem surgisse, por meio de suas palavras, aos olhos do leitor, comprovando os dados relatados imparcialmente pelo narrador. O recurso gráfico utilizado para atribuir a autoria da fala a outrem, que não o produtor do texto, são as aspas ou o travessão.

O discurso direto pode ser transcrito:

a) Após dois-pontos, sem verbo dicendi (utilizado para introduzir discursos):

E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria: “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”.

*Utilizando-se o sinal de dois-pontos, o ponto final deve sempre ficar fora das aspas, tendo em vista que encerra todo o período (de E… até juiz).

b) Após dois-pontos, com verbo dicendi (evitável):

E o promotor disse: “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”.

c) Após dois-pontos, com travessão:

E Carlos, indignado, gritou:– Onde estão todos???

d) Após ponto, sem verbo dicendi:

E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz.”

* O ponto final ficou dentro das aspas pois encerrou somente o período correspondente à fala do entrevistado (personagem).

e) Após ponto, com verbo dicendi após a citação:

E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria. “Às vezes sinto morosidade por parte do juiz”, declarou.

f) Integrado com a narração, sem sinal de pontuação:

E, para o promotor, o processo não vem correndo como deveria, porque “Às vezes se nota morosidade por parte do juiz”.

Discurso indireto: Por meio do discurso indireto, a fala do personagem é filtrada pela do narrador (você, no caso). Não mais há a transcrição literal do que o personagem falou, mas a transcrição subordinada à fala de quem escreve o texto. No discurso indireto, utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem estar elípticas (escondidas).

Exemplos:

Fala do personagem: Eu não quero mais trabalhar.

Discurso indireto: Pedro disse que não queria mais trabalhar.

Fala do personagem: Eu não roubei nada deste lugar.

Discurso indireto: O acusado declarou à imprensa que não tinha roubado nada daquele lugar.

Você notou que, na transcrição indireta do discurso, há modificações em algumas estruturas gramaticais, como no tempo verbal (quero, queria; roubei, tinha roubado), nos pronomes (deste, daquele), etc.

Confira a tabela de transposição do discurso direto para o indireto:

DIRETOEnunciado em primeira ou em segunda pessoa: “Eu não confio mais na Justiça”; ” Delegado, o senhor vai me prender?”
INDIRETO
– Enunciado em terceira pessoa: O detento disse que (ele) não confiava mais na Justiça; Logo depois, perguntou ao delegado se (ele) iria prendê-lo.
DIRETO
– Verbo no presente: “Eu não confio mais na Justiça”
INDIRETO
– Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: O detento disse que não confiava mais na Justiça.
DIRETO
– Verbo no pretérito perfeito: “Eu não roubei nada”
INDIRETO
– Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no pretérito mais-que-perfeito: O acusado defendeu-se, dizendo que não tinha roubado (que não roubara) nada
DIRETO
– Verbo no futuro do presente: “Faremos justiça de qualquer maneira”
INDIRETO
– Verbo no futuro do pretérito: Declararam que fariam justiça de qualquer maneira.
DIRETO
– Verbo no imperativo: “Saia da delegacia”, disse o delegado ao promotor.
INDIRETO
– Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O delegado ordenou ao promotor que saísse da delegacia.
DIRETO
– Pronomes este, esta, isto, esse, essa, isso: “A esta hora não responderei nada”
INDIRETO
– Pronomes aquele, aquela, aquilo: O gerente da empresa tentou justificar-se, dizendo que àquela hora não responderia nada à imprensa.
DIRETO
– Advérbio aqui: “Daqui eu não saio tão cedo”
INDIRETO
– Advérbio ali: O grevista certificou os policiais de que dali não sairia tão cedo..

Discurso indireto livre: Esse tipo de citação exige muita atenção do leitor, porque a fala do personagem não é destacada pelas aspas, nem introduzida por verbo dicendi ou travessão. A fala surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador. Mas, na verdade, são as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem avisar a ninguém.

Exemplo: Carolina já não sabia o que fazer. Estava desesperada, com a fome encarrapitada. Que fome!Que faço? Mas parecia que uma luz existia…

A fala da personagem – em negrito, para que você possa enxergá-la – não foi destacada. Cabe ao leitor atento a sua identificação.

O FLASHBACK LITERÁRIO

Estudos Literários

Flashback (também chamado de analepsis; plural, analepses) é uma interrupção na sequência temporal de um filme, narrativa ou peça de teatro, que leva a narrativa de volta no tempo a partir do ponto em que a história chegou, a fim de apresentar o relato de eventos passados.

Realiza-se da seguinte maneira: a ação do presente é interrompida de forma instantânea e uma cena anterior é mostrada ao espectador ou leitor. A técnica é usada para criar um suspense ou um efeito dramático mais forte na história, ou ainda, para desenvolver um personagem.

A série de televisão Lost é particularmente conhecida pelo uso excessivo de flashbacks em quase todos os episódios. Cada episódio se concentra em um único personagem e seus conflitos na ilha que se relacionam, por meio do flashback, com seus conflitos antes dele chegar à ilha.

Muitos autores têm apresentado o flashback com inovações, como o escritor americano, William Faulkner (1897-1962) que faz o flashback dentro de outro flashback, voltando a dois planos narrativos do passado.

Machado de Assis, no seu romance Memória Póstumas de Brás Cubas, narra uma história de trás para diante. Começa com a morte da personagem contada por ela mesma. Por meio do Flashback, a narrativa vai se refazendo para o passado, com os dados das personagens que vão surgindo. O romance se fecha por onde começou com a morte da personagem.

É o chamado romance fechado em círculo: “Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, de que uma ideia grandiosa e útil, a causa de minha morte, é possível que o leitor não me creia, e, todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso julgue-o por si mesmo.”

Estudo das diversas modalidades de textos infantis

Fábulas (do latim- fari – falar e do grego – Phao -contar algo)

Narrativa alegórica de uma situação vivida por animais, que referencia uma situação humana e tem por objetivo transmitir moralidade. A exemplaridade desses textos espelha a moralidade social da época e o caráter pedagógico que encerram. É oferecido, então, um modelo de comportamento maniqueísta; em que o “certo” deve ser copiado e o “errado”, evitado. A importância dada à moralidade era tanta que os copistas da Idade Média escreviam as lições finais das fábulas com letras vermelhas ou douradas para destacar.

A presença dos animais deve-se, sobretudo, ao convívio mais efetivo entre homens e animais naquela época. O uso constante da natureza e dos animais para a alegorização da existência humana aproximam o público das “moralidades”. Assim apresentam similaridade com a proposta das parábolas bíblicas.

Algumas associações entre animais e características humanas, feitas pelas fábulas, mantiveram-se fixas em várias histórias e permanecem até os dias de hoje.

leão – poder real
lobo –
dominação do mais forte
raposa –
astúcia e esperteza
cordeiro –
ingenuidade

A proposta principal da fábula é a fusão de dois elementos: o lúdico e o pedagógico. As histórias, ao mesmo tempo que distraem o leitor, apresentam as virtudes e os defeitos humanos através de animais. Acreditavam que a moral, para ser assimilada, precisava da alegria e distração contida na história dos animais que possuem características humanas. Desta maneira, a aparência de entretenimento camufla a proposta didática presente.

A fabulação ou afabulação é a lição moral apresentada através da narrativa. O epitímio constitui o texto que explicita a moral da fábula, sendo o cerne da transmissão dos valores ideológicos sociais.

Acredita-se que esse tipo de texto tenha nascido no século XVIII a.C., na Suméria. Há registros de fábulas egípsias e hindus, mas atribui-se à Grécia a criação efetiva desse gênero narrativo. Nascido no Oriente, vai ser reinventado no Ocidente por Esopo (Séc. V a.C.) e aperfeiçoado, séculos mais tarde, pelo escravo romano Fedro (Séc. I a.C.) que o enriqueceu estilisticamente. Entretanto, somente no século X, começaram a ser conhecidas as fábulas latinas de Fedro.

Ao francês Jean La Fontaine (1621/1692) coube o mérito de dar a forma definitiva a uma das espécies literárias mais resistentes ao desgaste dos tempos: a fábula, introduzindo-a definitivamente na literatura ocidental. Embora tenha escrito originalmente para adultos, La Fontaine tem sido leitura obrigatória para crianças de todo mundo.

Podem-se citar algumas fábulas imortalizadas por La Fontaine: “O lobo e o cordeiro”, “A raposa e o esquilo”, “Animais enfermos da peste”, “A corte do leão”, “O leão e o rato”, “O pastor e o rei”, “O leão, o lobo e a raposa”, “A cigarra e a formiga”, “O leão doente e a raposa”, “A corte e o leão”, “Os funerais da leoa”, “A leiteira e o pote de leite”.

O brasileiro Monteiro Lobato dedica um volume de sua produção literária para crianças às fábulas, muitas delas adaptadas deFontaine.

Dessa coletânea, destacam-se os seguintes textos: “A cigarra e a formiga”, “A coruja e a águia”, “O lobo e o cordeiro”, “A galinha dos ovos de ouro” e “A raposa e as uvas”.

Contos de Fadas

Quem lê “Cinderela” não imagina que há registros de que essa história já era contada na China, durante o século IX d. C.. E, assim como tantas outras, tem-se perpetuado há milênios, atravessando toda a força e a perenidade do folclore dos povos, sobretudo, através da tradição oral.

Pode-se dizer que os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam, em suas variantes questões universais, como os conflitos do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do “Era uma vez…”.

Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje. Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências (materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.

Os contos de fadas caracterizam-se pela presença do elemento “fada”. Etimologicamente, a palavra fada vem do latim fatum (destino, fatalidade, oráculo).

Tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários, de grande beleza, que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, interferem na vida dos homens, para auxiliá-los em situações-limite, quando já nenhuma solução natural seria possível.

Podem, ainda, encarnar o Mal e apresentarem-se como o avesso da imagem anterior, isto é, como bruxas. Vulgarmente, se diz que fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher, ou da condição feminina.

O enredo básico dos contos de fadas expressa os obstáculos, ou provas, que precisam ser vencidas, como um verdadeiro ritual iniciático, para que o herói alcance sua auto-realização existencial, seja pelo encontro de seu verdadeiro “eu”, seja pelo encontro da princesa, que encarna o ideal a ser alcançado.

Estrutura básica dos contos de fadas

Início – nele aparece o herói (ou heroína) e sua dificuldade ou restrição. Problemas vinculados à realidade, como estados de carência, penúria, conflitos, etc., que desequilibram a tranqüilidade inicial;
Ruptura –
é quando o herói se desliga de sua vida concreta, sai da proteção e mergulha no completo desconhecido;
Confronto e superação de obstáculos e perigos –
busca de soluções no plano da fantasia com a introdução de elementos imaginários;
Restauração –
início do processo de descobrir o novo, possibilidades, potencialidades e polaridades opostas;
Desfecho –
volta à realidade. União dos opostos, germinação, florescimento, colheita e transcendência.

Lendas (do latim legenda/legen – ler)

Nas primeiras idades do mundo, os seres humanos não escreviam, mas conservavam suas lembranças na tradição oral. Onde a memória falhava, entrava a imaginação para suprir-lhe a falta. Assim, esse tipo de texto constitui o resumo do assombro e do temor dos seres humanos diante do mundo e uma explicação necessária das coisas da vida.

A lenda é uma narrativa baseada na tradição oral e de caráter maravilhoso, cujo argumento é tirado da tradição de um dado lugar. Sendo assim, relata os acontecimentos numa mistura entre referenciais históricos e imaginários. Um sistema de lendas que tratem de um mesmo tema central constiruem um mito (mais abrangente geograficamente e sem fixação no tempo e no espaço).

A respeito das lendas, registra o folclorista brasileiro Câmara Cascudo no livro Literatura Oral no Brasil:

Iguais em várias partes do mundo, semelhantes há dezenas de séculos, diferem em pormenores, e essa diferenciação caracteriza, sinalando o típico, imobilizando-a num ponto certo da terra. Sem que o documento histórico garanta veracidade, o povo ressuscita o passado, indicando as passagens, mostrando, como referências indiscutíveis para a verificação racionalista, os lugares onde o fato ocorreu. CASCUDO, 1978 , p. 51

A lenda tem caráter anônimo e, geralmente, está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Tal sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra o pensamento humano dominado pela força do desconhecido.

O folclore brasileiro é rico em lendas regionais.

Destacam-se entre as lendas brasileiras os seguintes títulos: “Boitatá”, “Boto cor-de-rosa”, “Caipora ou Curupira”, “Iara”, “Lobisomem”, “Mula-sem-cabeça”, “Negrinho do Pastoreio”, “Saci Pererê” e “Vitória Régia”.

Nas primeiras idades do mundo, os homens não escreviam. Conservavam suas lembranças na tradição oral. Onde a memória falhava, entrava a imaginação para supri-la e a imaginação era o que povoava de seres o seu mundo.

Todas as formas expressivas nasceram, certamente, a partir do momento em que o homem sentiu necessidade de procurar uma explicação qualquer para os fatos que aconteciam a seu redor: os sucessos de sua luta contra a natureza, os animais e as inclemências do meio ambiente, uma espécie de exorcismo para espantar os espíritos do mal e trazer para sua vida os atos dos espíritos do bem.

A lenda, em especial as mitológicas, constitui o resumo do assombro e do temor do homem diante do mundo e uma explicação necessária das coisas. A lenda, assim, não é mais do que o pensamento infantil da humanidade, em sua primeira etapa, refletindo o drama humano ante o outro, em que atuam os astros e meteoros, forças desencadeadas e ocultas.

A lenda é uma forma de narrativa antiqüíssima, cujo argumento é tirado da tradição. Relato de acontecimentos, onde o maravilhoso e o imaginário superam o histórico e o verdadeiro.

Geralmente, a lenda está marcada por um profundo sentimento de fatalidade. Este sentimento é importante, porque fixa a presença do Destino, aquilo contra o que não se pode lutar e demonstra, irrecusavelmente, o pensamento do homem dominado pela força do desconhecido.

De origem muitas vezes anônima, a lenda é transmitida e conservada pela tradição oral.

Poesia

O gênero poético tem uma configuração distinta dos demais gêneros literários. Sua brevidade, aliada ao potencial simbólico apresentado, transforma a poesia em uma atraente e lúdica forma de contato com o texto literário.

Há poetas que quase brincam com as palavras, de modo a cativar as crianças que ouvem, ou lêem esse tipo de texto. Lidam com toda uma ludicidade verbal, sonora e musical, no jeito como vão juntando as palavras e acabam por tornar a leitura algo muito divertido.

Como recursos para despertar o interesse do pequeno leitor, os autores utilizam-se de rimas bem simples e que usem palavras do cotidiano infantil; um ritmo que apresente certa musicalidade ao texto; repetição, para fixação da idéias, e melhor compreensão dentre outros.

Pode-se refletir, acerca da receptividade das crianças à poesia, lendo as considerações de Jesualdo:

(…) a criança tem uma alma poética. E é essencialmente criadora. Assim, as palavras do poeta, as que procuraram chegar até ela pelos caminhos mais naturais, mesmo sendo os mais profundos em sua síntese, não importa, nunca serão melhor recebidas em lugar algum do que em sua alma, por ser mais nova, mais virgem (…)

Fonte: br.geocities.com/profpaulo.weebly.com/ebah.com.br/www.graudez.com.br

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