Sintaxe

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Sintaxe é a teoria formal das formas linguísticas da linguagem, isto é, trata da relação dos signos com os outros signos. “É o estudo das relações formais dos signos entre si”, afirma Morris.

É o estudo das “propriedades formais das expressões e das relações entre si abstraindo não só do falante, como das coisas designadas”, diz-nos Carnap.

Objeto da Sintaxe

Estuda a colocação, a organização das palavras na sentença. Se você amanhã desembarcasse em terras estrangeiras, na China, por exemplo, além de não saber o que significam as palavras dessa língua desconhecida, não saberia como elas se organizam em sentenças.

Isto quer dizer que a Sintaxe:

Ensina como usar os signos: como relacioná-los independentemente do seu significado.

Descreve as regras que há que dominar para se poderem fazer/produzir/formar frases gramaticalmente correctas, coerentes, articuladas, isto é, ligando de certa maneira as palavras com o respectivo sentido. Quem fala exerce uma actividade – acto de fala – que não pode ser considerada como livre em absoluto. Falar implica seleccionar palavras e combiná-las em frases, mas esta escolha é feita tendo em conta o código partilhado pela comunidade a que pertence o falante. Só assim se pode falar de comunicação e de função comunicativa da linguagem.

As regras sintácticas evitam a construção agramatical de frases; diminuem as possibilidades de deturpação das mensagens; e reduzem a incerteza e a indeterminação da descodificação. A diferença entre uma frase gramatical e uma frase agramatical depende fundamentalmente da ordem, disposição e combinação das palavras e das frases. Falar de gramaticalidade de uma frase significa que ela, quando enunciada, é compreensível para todos os sujeitos falantes que dominam essa língua.

Exemplos:

‘O fez João quadro belo um.’

‘É uma rica mulher’

‘É uma mulher rica’.

‘Rica mulher!’

‘O João fez um belo quadro’.

‘É mulher uma rica’.

TEXTO:

“A propriedade mais surpreendente de qualquer língua natural é a regularidade, ou seja, o facto de as palavras e as sequências de palavras usadas pelos falantes da língua com objectivos de comunicação ou outros estarem sujeitos a regras de boa formação que os falantes dessa língua conhecem de certa maneira (ainda que possam ser incapazes de as formular explicitamente) e que qualquer indivíduo que queira falar correctamente tem de interiorizar e respeitar.

É esta regularidade entendida em todos os seus aspectos, e especialmente quando expressa através de regras explícitas, que constitui a noção de gramática.”

Sintaxe – Teoria

I. Sintaxe de Concordância

A Sintaxe de Concordância trata das relações de harmonia gramatical entre os termos da frase, relações essas que envolvem gênero e número. Quando essas relações se estabelecem entre o sujeito e o verbo, elas se referem à concordância verbal. Já as relações entre nomes (determinado e determinante) dizem respeito à concordância nominal.

Às vezes, a Norma Culta aceita duas opções de concordância. Embora uma pequena minoria social e politicamente influente dite as regras do bom falar, a pressão da maioria dos falantes da Língua faz com que, ocasionalmente, essas regras sejam  quebradas. Os escritores modernos também contribuíram no combate à radicalidade da Gramática Normativa, que agora chama essas “transgressões gramaticais” de concordância por atração.

II. Sintaxe de Colocação

 A Sintaxe de Colocação, também conhecida por Toponímia Pronominal, refere-se ao modo correto, segundo a Norma Culta, de posicionar as palavras na oração. Essa sintaxe trata mais especificamente da posição do pronome pessoal oblíquo e do pronome demonstrativo “o” com relação ao verbo. A definição tradicional menciona essa sintaxe como a parte da Gramática Normativa que trata da ordem dos termos na oração, e das orações no período.

III. Sintaxe de Regência

Apresentaremos os casos principais de regência, incluindo o emprego o emprego do acento grave.

Geralmente, as palavras de uma oração são dependentes umas das outras, relacionam-se entre si, para formar um todo significativo. Essa relação dependência que se estabelece entre duas palavras, uma das quais serve de complemento à outra, é o que chamamos de regência.

A rigor, somente as preposições que ligam complementos a um verbo ou a um nome estabelecem relações de regência. A regência, portanto, pode ser verbal ou nominal.

 A Regência e o Emprego do Acento Grave

O emprego do acento grave não deveria apresentar dificuldades para o estudante da Língua, mas professores inexperientes e gramáticos incompetentes deixam de apresentar fundamentos necessários para o entendimento do assunto…e assim complicam o que é fácil.

Vamos apresentar neste trabalho os casos em que ocorre o uso do acento grave.

Crase é o nome que encontraram para a fusão de duas vogais iguais. Isso é comum na poesia e no uso oral da Língua. “Triste e fatigada” da linguagem escrita vira “tristefatigada” na linguagem oral.  Viu?  Duas vogais iguais se fundiram. Na gramática, todavia, o acento grave só acontece em casos especiais de crase. Nesses casos, sempre que houver crase, essa ocorrência tem de ser assinalada pelo acento grave. Por outro lado, não podemos afirmar que sempre que há acento grave tem de haver crase. O acento grave nem sempre indica crase.

Gramáticos e professores, ao lidarem com a crase, costumam incluir casos que nada têm a ver com esse fenômeno lingüístico.

Podemos resumir o emprego do acento grave em três casos: indicação de crase da preposição a com artigo a, indicação de crase da preposição a com o pronome demonstrativo e indicação de ênfase.

IV. Sintaxe do Infinitivo

O infinitivo pessoal pode ser flexionado ou não, isto é, pode ter ou não uma desinência número-pessoal após a desinência modo-temporal “R”.

No verbo cantar, por exemplo, o infinitivo pessoal não-flexionado é cantar: “Todos começaram a cantar.”

As terminações verbais que vão indicar número e pessoa são: -es, -mos, -des, -em: “Eu os desafiei a cantaarem em inglês”

Você sabe a diferença entre o infinitivo pessoal e o impessoal ? Se não sabe, pode ter problemas ao lidar com questões que envolvem o infinitivo. Por que não tratamos dessa diferença, antes de entrar propriamente na Sintaxe do Infinitivo ?

O infinitivo pessoal é uma forma verbal que indica ação, fato ou fenômeno.

Pode ocorrer em locuções verbais: “Podemos começar agora.”

Pode ocorrer também fora de locução verbal: “Eu os vi passarem.”

Tem sempre um sujeito, embora o sujeito possa estar indeterminado: “Deve-se pensar no próximo.”

O infinitivo impessoal não é uma forma verbal, mas uma forma derivada de um verbo. É uma forma nominal, isto é, numa frase aparece como um nome substantivo. Não indica ação nem fato, apenas nomeia a ação ou fato. Em “A criança vai dormir”, temos um fato se desenrolando. Mas em “Dormir é necessário à saúde”, nomeamos um a fato, sem apresentá-lo em andamento. Dormir, nesta frase, não é verbo mas substantivo (= sono). Não tem sujeito, pois é o próprio sujeito do verbo ser.

Ademais, quando o infinitivo é impessoal, aceita artigo normalmente, pois é um substantivo: “O dormir é necessário à saúde.”

Agora não vá sair por aí flexionando o infinitivo em qualquer situação.

Existem regras que, embora sejam impostas pela Norma Culta, não deixam de atender a uma necessidade da expressão e comunicação: clareza.

Sintaxe – O que é

A palavra sintaxe significa, etimologicamente, “ordenação”, “disposição”, “organização” e tem sido entendida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão subjacentes aos enunciados existentes (ou possíveis) numa dada língua particular e a descrição dessas estruturas.

A sintaxe é a relação estabelecida entre os elementos linguísticos q ue atuam na formação dos enunciados.

Assim, a constituição de frases, orações e períodos, co nsiderando-se os diversos contextos em que se usa a língua, é o objeto de estudo dessa disc iplina. De fato, por constituir-se enquanto fenômeno que ativa a relação entre os itens linguíst icos, atuando na estruturação e organização dos textos, a sintaxe assume, entre as diversas correntes teóricas que se preocupam com o estudo da linguagem, uma grande importância

A Sintaxe compreende estudos dos processos gerativos, combinatóros e formadores das frases nas diversas línguas naturais. Sua origem, enquanto ramo de estudo da linguagem, remonta aos gregos. Os reflexos da tradição fundada p elo filósofo Aristóteles podem ser apontados na divisão da frase em sujeito e predicado , concepção ainda hoje evidenciada nos estudos veiculados em gramáticas e livros didáticos de língua portuguesa.

Sintaxe – Concordância

“Cabe dez”… “falta vinte”… “sobrou trinta”… “as mina”… “teus cabelo é da hora”… “eu quero vinte pão”… “isso custa cinco real”…

Não é novidade para ninguém que o brasileiro, quando fala, não dá muita importância à concordância. A nenhum tipo de concordância! Cometer erros de concordância na fala do cotidiano é muito comum, mas no texto formal é necessário que a concordância esteja absolutamente rigorosa.

Vamos a um trecho da canção “Música Urbana”, do Capital Inicial:

“Tudo errado, mas tudo bem. Tudo quase sempre como eu sempre quis. Sai da minha frente, que agora eu quero ver. Não me importam os seus atos, eu não sou mais um desesperado. Se eu ando por ruas quase escuras, as ruas passam”

Você notou como o letrista fez a concordância: “não me importam os seus atos”. Os atos não têm importância, portanto eles não importam. A concordância está correta, o que é exigível ao menos na língua formal. É desejável que a gente acerte a concordância no cotidiano também. Basta concordar verbo e sujeito.

“Atos” está no plural, então é óbvio que o verbo também deve estar no plural: “importam”. Acerte a concordância você também.

CASOS DELICADOS DE CONCORDÂNCIA

Às vezes a concordância verbal nos prega uma peça. Para ilustrar, o “Nossa Língua Portuquesa” foi até a rua e formulou algumas perguntas ao público.

“Pedro ou Paulo será ou serão o próximo presidente da República?”

A maioria das pessoas acerta. “Pedro ou Paulo será …”. Somente um dos dois será o próximo presidente da República – o ou que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular.

Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: Tom ou Caetano me agradam. O ou presente nesta oração não é excludente, logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:

40% dos eleitores preferiram ou preferiu 40% dos eleitores preferiram. A expressão que vem depois do percentual está no plural ( eleitores ) e aí não há outra opção.

40% do eleitorado preferiu ou preferiram. Muita gente acertou. O termo que vem depois do percentual é singular, logo o verbo também fica no singular. A forma correta é “40% do eleitorado preferiu”.

“40% preferiu ou preferiram”. Nesta frase não há nada depois da expressão percentual. Então vale o número 40, que é plural. “40% preferiram, 1% preferiu”.

CONCORDÂNCIA COM PRONOME RELATIVO E EXPRESSÕES EXPLETIVAS

Você já deve ter ouvido muita gente falar “não foi eu”. Acham que o “foi” vale para qualquer caso. Não é bem assim. Para ilustrar essa questão o professor Pasquale busca referência na música “Foi Deus que fez você”, de Luiz Ramalho.

“… Foi Deus que fez o céu… Foi Deus que fez você… Foi Deus…” “Foi Deus que fez”. Porque “foi”? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a “ele” e “ele foi”. Agora, não é cabível dizer “Eu foi”. Logo, “não foi eu” está errado. O correto é “não fui eu”, “não fomos nós”. O verbo que vem depois da palavra “que” também deve concordar com a palavra que vem antes. Portanto, “Fui eu que fiz” ( eu fui, eu fiz),”Fomos nós que fizemos”, “Foram eles que fizeram”.

Outra coisa que você não deve confundir é o caso da expressão expletiva “é que”, que é fixa. A cancão “Só nós dois”, de Joaquim Pimentel, pode ilustrar muito bem.

” Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem Só nós dois é que sabemos Só nós dois e mais ninguém…”

A expressão “é que” é fixa. Nunca diga “São nessas horas que a gente percebe”. O correto é dizer “Nessas horas é que a gente percebe” ou “É nessas horas que a gente percebe”.

“É que” é uma expressão de realce, fixa e fácil de ser percebida. Pode, também, ser eliminada.

Veja os exemplos:

“Só nós dois é que sabemos” – “Só nós dois sabemos” “É nessas horas que a gente percebe” – Nessas horas a gente percebe”. A expressão “é que”, expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.

Obrigado (a) / Eu Mesmo (a)

“Eu mesma fiz essa bolsa”, é assim que se fala?

É possível, mas é necessário fazer a concordância.

Quando quem fala é homem deve dizer “eu mesmo”. Se for mulher, “eu mesma”

Você, referindo-se a uma mulher, deve dizer “você mesma”, “ela mesma”.

No plural e havendo pelo menos um homem, “nós mesmos”. Havendo só mulheres “nós mesmas”. A concordância deve ser feita quando é necessário agradecer.

O homem diz “Obrigado”. A mulher, “obrigada”.

É PROIBIDO / É PROIBIDA

Uma pessoa vai a um edifício comercial, a um ambiente mais formal, e vê ali uma tabuleta:

“É proibido a entrada”

Pouco depois, ao entrar no prédio ao lado, a pessoa depara-se com outra tabuleta:

“É proibida a entrada”

Uma confusão, não é?

O programa foi às ruas consultar algumas pessoas e perguntou quais eram as formas corretas:

“Não é permitido a entrada” ou “Não é permitida a entrada” “É proibido a entrada” ou “É proibida a entrada”

Houve empate no número de respostas certas e erradas, o que mostra que a confusão é mesmo grande.

Vamos a alguns exemplos para esclarecer essa questão:

A sopa é boa Sopa é bom A cerveja é boa Cerveja é bom

Quando se generaliza, quando não se determina, não se faz a concordância, usa-se o masculino com valor genérico, com valor neutro.

Portanto:

Sopa é bom / É bom sopa

Cerveja é bom / É bom cerveja

Entrada é proibido / É proibido entrada

Entrada não é permitido / Não é permitido entrada

Se não existe um artigo ou uma preposição antes de “entrada”, se não há nenhum determinante, o particípio passado dos verbos “proibir” e permitir” deve ficar no masculino. Mas, se houver algum determinante, o verbo deve, então, concordar com a palavra “entrada”.

Veja as formas corretas:

É proibido entrada É proibida a entrada Não é permitido entrada Não é permitida a entrada

CONCORDÂNCIA VERBAL

A Concordância verbal é algo que na linguagem do cotidiano não se costuma fazer. Um jornal escreveu “Chegou as tabelas do Mundial”, as pessoas dizem “Acabou as ficha”, “Sobrou quinze”, “Falta dez”. A Música Popular Brasileira está recheada de belíssimos exemplos de como fazer concordâncias verbais adequadas. Um exemplo está numa canção muito bonita de Paulinho da Viola, “Quando bate uma saudade”.

“… Vibram acordes Surgem imagens Soam palavras Formam-se frases…”

Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância muito bem feita. Os substantivos estão no plural, os verbos, também. Isso no nosso dia-a-dia é raro, mas na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância.

Não se esqueça: “Acabaram as fichas” ou “Acabaram-se as fichas”, “Sobraram quinze” , “Faltam dez”.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atrapalhada.

O programa foi às ruas para ouvir a população:

Qual a forma correta?

“Vai fazer 5 semanas que ela foi embora.” ou “Vão fazer 5 semanas que ela foi embora.”

De sete pessoas ouvidas, três acertaram.

A forma correta é: “Vai fazer 5 semanas que ela foi embora.” O verbo “fazer” é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado….

Verbo “fazer” indicando tempo não é flexionado:

“Faz dez anos…” “Faz vinte dias…” “Faz duas horas…” “Já fazia dois meses…”

Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singular:

“Vai fazer vinte anos…” “Deve fazer vinte anos…”

Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção “O Poeta Está Vivo”, com o Barão Vermelho: “Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.

Quando o papa e seu rebanho chegar, não tenha pena: todo mundo é parecido quando sente dor”

Se no caso do verbo “fazer” muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular. “Papa e rebanho” chegam, portanto “quando o papa e seu rebanho chegarem”.

Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da língua, procure respeitá-la na fala e na escrita.

CONCORDÂNCIA DO VERBO FAZER

O brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se muito dois real, dez real…

Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão:

“Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”. As opiniões ficam divididas.

O correto é ” Faz vinte anos que estive aqui.”

O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito.

Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez anos”.

De fato, os anos passam. Mas, nunca falar ” fazem dez anos “.

O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: ” Já deve fazer vinte anos que ela foi embora “.

Nunca dizer: “Já devem fazer vinte anos …”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no singular.

Outro caso é levantado: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “… morava lá havia dez anos”.

A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “…. morava lá fazia dez anos”. Logo, “… eu morava lá havia dez anos”.

Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo.

Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava…, morava fazia …, morava havia…. É assim que exige o padrão formal da língua.

CONCORDÂNCIA DO VERBO HAVER

“Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.

“Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: “Estive aqui faz dez anos”.

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz “Há muitas pessoas na sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.

Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer “Hão pessoas”.

O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular.

Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para o plural: “Existem muitas pessoas na sala”

A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro.

Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz:

“… Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim….” Nesta canção o verbo haver foi empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e no singular.

No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”. Errado.

O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia pessoas, houve pessoas.

Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal.

CONCORDÂNCIA DO VERBO SER

“Volta pra casa… me traz na bagagem: tua viagem sou eu. Novas paisagens, destino passagem: tua tatuagem sou eu. Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão), cores e vozes, conversa animada (é só a televisão)…” “Simples de Coração” (Engenheiros do Hawaii)

Na letra dessa música temos dois trechos interessantes: “tua viagem sou eu” e “tua tatuagem sou eu”.

São interessantes porque é relativamente pouco usual esse emprego do verbo ser. Normalmente, quando vemos, por exemplo, “tua viagem”, esperamos um verbo na 3ª pessoa do singular, concordando com o sujeito: “tua viagem é;…” ou “tua viagem foi…”

Mas – por que o letrista utilizou “tua viagem sou eu”? Porque o verbo ser, nesse caso, está ligando o substantivo “viagem” ao pronome pessoal “eu”. O pronome pessoal prevalece, pelo simples motivo de que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que não é pessoa, sempre.

Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância do verbo “ser” com a pessoa, como fez de forma corretíssima o pessoal dos Engenheiros do Hawaii nas duas passagens:

Eu sou tua viagem. Tua viagem sou eu. Eu sou tua tatuagem. Tua tatuagem sou eu.

ORAÇÃO REDUZIDA

Você já deve ter ouvido falar em oração reduzida. Com alguns exemplos muito simples podemos identificá-la.

“Quando você fizer tal coisa…” “Ao fazer tal coisa…”

No primeiro caso o verbo fazer está no futuro do subjuntivo. Você percebeu. No segundo, eliminamos a conjunção “quando” e não conjugamos o verbo fazer, deixando-o no infinitivo. Em suma, reduzimos a oração.

Outro exemplo:

“Precisando, telefone.”

A primeira oração “precisamos” pode ser desdobrada.

“Se precisar, telefone” ou “Quando precisar, telefone”.

Passamos a usar as conjunções “se” ou “quando”.

Quando usamos verbos no gerúndio ( falando, bebendo, partindo), no infinitivo ( falar, beber, partir ) ou no particípio ( falado, bebido, partido ), não se usa o elemento ( se , quando ) que introduz a oração, ou seja, a conjunção. A oração começa direto com o verbo. É reduzida.

Veja o fragmento de uma letra de Caetano Veloso e Gilberto Gil:

“No dia em que eu vim m’embora … sentia apenas que a mala de couro que eu carregava embora estando forrada fedia, cheirava mal…”

“Estando” é gerúndio e o gerúndio estabelece a oração reduzida. Logo, nessa letra a conjunção embora não poderia ter sido usada com o gerúndio.

Ficaria assim:

“… sentia apenas que a mala de couro que eu carregava, embora forrada, fedia, cheirava mal…”

No caso, houve uma distração. Não pode ser abonado pela norma culta.

Outro caso:

Muita gente fala “Isso posto, vamos ao que interessa.” Errado. Em português a oração reduzida começa pelo verbo. O correto é “Posto isso, vamos ao que interessa.”

Não se diz “A questão discutida, passamos ao item seguinte”. Diz-se “Discutida a questão, passamos ao item seguinte.”

Oração reduzida sempre começa com o verbo no gerúndio, no particípio ou no infinitivo.

USO DA PALAVRA ONDE

O professor Pasquale fala de um assunto que é muito comum em abordagens oficiais da língua, o uso da palavra onde.

É chamada a atenção para dois pontos:

1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a idéia de lugar não esteja presente.

2º- Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta e que indica movimento, destino. O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino. Ex: Ir a algum lugar.

Chegar a algum lugar.

Levar alguém a algum lugar.

Dirigir-se a algum lugar.

Não se pode usar aonde com o verbo morar.

Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora ?”/ “Em que lugar você mora?” Há muita confusão entre aonde e onde.

Um exemplo é uma letra de Belchior, “Divina Comédia Humana”, na qual ele diz:

“…. viver a Divina Comédia Humana onde nada é eterno….” Em “… viver a Divina Comédia Humana …” não existe a idéia de lugar. É, apenas, uma situação que seria vivida. Nela, na Divina Comédia Humana, nada é eterno.

Portanto, o correto seria não usar a palavra onde substituindo-a por “em que” ou “na qual”.

O autor preferiu usar essa forma do dia-a-dia, mas não admissível pela norma culta.

Resumo: Não se pode usar a palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de lugar. Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive”

ONDE/AONDE

“Onde” ou “aonde”? Muitas pessoas algum dia tiveram essa dúvida. E nem vale muito a pena tentarmos esclarecê-la por meio dos textos literários, porque não é incomum que até mesmo os grandes escritores utilizem as expressões de modo diferente do que é pregado pela gramática normativa.

Preste atenção no trecho desta canção, “Domingo”, gravada pelos Titãs:

“… não é Sexta-Feira Santa, nem um outro feriado, e antes que eu esqueça aonde estou, antes que eu esqueça aonde estou, aonde estou com a cabeça?”

“Aonde eu estou” ou “onde estou”? Para esta pergunta, a resposta seria: “Estou em tal lugar”, sem a preposição “a”. E as gramáticas ensinam que, não havendo a preposição “a”, não há motivo para usar “aonde”.

Assim, a forma correta na letra da canção seria:

“… e antes que eu esqueça onde estou, antes que eu esqueça onde estou, onde estou com a cabeça?”

Vamos a outro exemplo, a canção “Onde você mora”, gravada pelo grupo Cidade Negra:

“… Você vai chegar em casa, eu quero abrir a porta. Aonde você mora, aonde você foi morar, aonde foi? Não quero estar de fora… Aonde está você?”

Quem vai, vai a algum lugar. Portanto, a expressão correta nesse caso é “aonde”. Aonde você foi?

Mas quem mora, mora em algum lugar. Quem está, está em algum lugar.

Nesse caso, a expressão correta é “onde”:

Onde você mora? Onde você foi morar? Onde está você?

Veja agora este trecho da canção “Bete Balanço”, gravada pelo Barão Vermelho:

“Pode seguir a tua estrela, o teu brinquedo de star, fantasiando um segredo, o ponto aonde quer chegar…”

Ensinam as gramáticas que, na língua culta, o verbo “chegar” rege a preposição “a”. Quem chega, chega a algum lugar. A preposição é usada quando queremos indicar movimento, deslocamento.

Portanto, a letra da música está correta:

O ponto aonde você quer chegar. Eu chego ao cinema pontualmente. Eu chego a São Paulo à noite. Eu chego a Brasília amanhã.

Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como “eu cheguei em São Paulo”, “eu cheguei no cinema”. Não há grandes problemas em trocar “onde” por “aonde” na língua do dia-a-dia ou em versos de letras musicais populares, dos quais fazem parte o ritmo, a melodia e outros fatores.

Mas, pela norma culta, num texto formal, use “aonde” sempre que houver a preposição “a” indicando movimento:

PONTUAÇÃO – VÍRGULA

Como usar a vírgula? Seu uso está relacionado à respiração? Não.

A vírgula depende da estrutura sintática da oração.

Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão.

Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte texto: “O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que não haverá demissões neste mês.”

A maioria acertou. Não há vírgula.

“O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos” é o sujeito do verbo declarar. Foi ele, o diretor, que declarou.

Entre sujeito e verbo não há vírgula.

Depois, ” …que não haverá demissões neste mês.”

Como a seqüência está na ordem direta, não há por que colocar vírgula.

Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do texto.

O professor Pasquale fala da sua participaão no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que escrevesse um telegrama.

Irás voltarás não morrerás

Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre a pontuação.

Irás. Voltarás. Não morrerás.

Irás. Voltarás? Não. Morrerás.

Resumo:

No primeiro caso não há por que usar a vírgula. O texto está na ordem direta e em seqüências diretas não se usa pontuação. No caso do telegrama pontua-se de acordo com aquilo que se quer dizer. A pontuação decide o sentido.ir a / dirigir-se a / levar a / chegar a

PRONOME RELATIVO PRECEDIDO DE PREPOSIÇÃO

Esse módulo trata do uso do pronome relativo QUE . Em certos casos ele deve ser acompanhado da preposição EM , como no caso da letra da música “GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade).

Tim Maia canta:

“…Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você …”.

Leila Pinheiro corrige e canta:

“… lugar qualquer em que não exista o pensamento em você …” Leila Pinheiro tem razão. Afinal,, se esse pensamento existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo “que”.

Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem “A empresa que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa em que trabalho”.

Há pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia: “… a marca que o mundo confia.”

Acontece que, “quem confia, confia em”. Logo, o correto seria dizer: “… a marca em que o mundo confia.”

As pessoas falam “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto seria dizer “A rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”.

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”.

“… são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci…”

Se eu me esqueci, eu me esqueci de

Quem esquece, esquece algo

Quem se esquece, esquece-se de algo

Logo, o correto seria “são momentos de que não me esqueci.”

Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me.

Ficaria “são momentos que eu não esqueci” Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava: “A gente nunca esquece do aniversário de um amigo..”

O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca se esquece do aniversário de um amigo.”

Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar.

Quem lembra, lembra algo

Quem se lembra, lembra-se de algo

Ex: Eu não lembro o seu nome.

Eu não me lembro do seu nome.

Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar a atenção para não cometê-los mais.

REGÊNCIA VERBAL

Regência é a relação que se verifica entre as palavras.

Por exemplo: quem gosta, gosta de alguma coisa. Assim, o verbo “gostar” rege a preposição “de”. Existe, entre o verbo e a preposição, um mecanismo, uma relação.

A regência se ocupa de estudar essa relação entre as palavras. Na língua falada, no entanto, regência é algo que se aprende intuitivamente. Ninguém precisou ensinar para nós que quem gosta, gosta de alguém. Ou que quem concorda, concorda com alguma coisa. Ou que quem confia, confia em algo. E assim por diante.

A língua culta, por seu lado, tem suas regras de regência, que levam em conta o significado do verbo. Um verbo com mais de um sentido, por exemplo, pode ter duas regências diferentes.

Vamos ver o que acontece na canção “O Nome Dela”, gravada pelo goleiro Ronaldo & Os Impedidos:

“Eu não lembro nem do lugar ela me diz que eu paguei o jantar ela me diz que eu prometi o mundo eu não me lembro de nenhum segundo…”

As gramáticas dizem que quem lembra, lembra alguma coisa. E que quem se lembra, lembra-se de alguma coisa.

Quem lembra,

lembra algo

Quem se lembra,

lembra-se de algo.

Será que essa regra na língua efetiva vale sempre? Vamos ver o que acontece na canção “Lembra de Mim”, cantada por Ivan Lins.

A letra é de Vítor Martins:

“Lembra de mim dos beijos que escrevi nos muros a giz Os mais bonitos continuam opor lá documentando que alguém foi feliz Lembra de mim nós dois nas ruas provocando os casais…”

De acordo com a gramática normativa, o título da canção e a letra estariam errados. Deveria ser “Lembra-se de mim…”

Acontece que no dia-a-dia as pessoas não falam assim, com todo esse rigor, com essa consciência do sistema de regência. Dessa forma, nós podemos dizer “lembra de mim”, sem problema. A língua falada permite essas licenças, e a poesia musical também, já que não deixa de ser um tipo de língua oral. Mas na hora de escrever, de adotar outro padrão, é conveniente obedecermos àquilo que está nos livros de regência. No texto formal, lembra-se de mim é o exigível, é o correto.

REGÊNCIA VERBAL II

Regência, em gramática, é o conjunto de relações que existem entre as palavras.

Por exemplo: quem gosta, gosta de alguém. O verbo “gostar” rege a preposição “de”. Nós aprendemos a regência naturalmente, no dia-a-dia. Só que a gramática, muitas vezes, estabelece formas diferentes das que utilizamos na linguagem cotidiana. Costumamos, por exemplo, dizer que chegamos em algum lugar, quando a norma culta indica que chegamos a algum lugar.

INCORRETO: “A caravana chegou hoje em Brasília.”

CORRETO: “A caravana chegou hoje a Brasília.”

Da mesma forma, o correto é dizer “chegou a Manaus”, “chegou ao Brasil”.

Outro exemplo é o verbo “esquecer”.

Vamos ver o trecho da canção “As Canções que você Fez pra mim”, de Roberto e Erasmo Carlos:

“… Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou, tanta coisa que somente entre nós dois ficou…”

É muito comum que se fale “esqueceu de tanta coisa”, mas quem esquece, esquece algo. Quem se esquece, esquece-se de algo.

Portanto, as formas corretas são:

“Esqueceu tanta coisa.” “Esqueceu-se de tanta coisa.”

A mesma coisa vale para o verbo “lembrar”.

Vamos ver um trecho da canção “Tempo Perdido”, gravada por Paulo Ricardo:

“…Temos todo o tempo do mundo. Todos os dias, antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia, sempre em frente, não temos tempo a perder…”

O uso está correto. Poderia ser também “Lembro-me e esqueço-me de como foi…”

Quem lembra, lembra algo.

Quem se lembra, lembra-se de algo.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Discute-se na letra da música – ” EU SEI QUE VOU TE AMAR “( Tom Jobim e Vivícius de Moraes ) a melhor colocação do promome TE no trecho:

“Eu sei que vou te amar Por toda minha vida eu vou te amar …”

O correto seria que o pronome viesse após a conjunção integrante que, já que esta conjunção é palavra atrativa.

Ficaria : Eu sei que te vou amar.

A outra forma é colocar o pronome TE após o verbo.

Ficaria: Eu sei que vou amar-te .

No entanto, o professor Pasquale acha que ficaria estranho Tom Jobim e Vinícius cantarem:

“Eu sei que te vou amar Por toda a minha vida Eu sei que vou amar-te …”

Na colocação do pronome muitas vezes vale a eufonia apesar de a eufonia apesar de a norma culta nem sempre abonar essas formas.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL 2

Este assunto foi tratado mais de uma vez no programa: a colocação dos pronomes oblíquos átonos em relação aos verbos.

Pronomes oblíquos átonos:

ME – TE – SE – LHE – LHES – O – A – OS – AS – NOS – VOS

Aqui no Brasil, muitas vezes o professor diz ao aluno: “Não é possível começar a frase com o pronome me”.

E, se o aluno escreve na redação: “Me disseram que…”, leva uma bronca do professor, que não explica ao aluno de onde vem essa história.

O que acontece é que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pronome no início da frase. Eles falam “Disseram-me…”. O problema é que essa colocação pronominal não tem nada a ver com a nossa maneira de falar, a nossa sonoridade. Nós temos a nossa maneira de usar o pronome, e não há por que lutar contra isso.

É como na canção “Vento Ventania”, do grupo Biquíni Cavadão:

“Vento, ventania, me leve para as bordas do céu, pois vou puxar as barbas de Deus. Vento, ventania, me leve pra onde nasce a chuva, pra lá de onde o vento faz a curva, me deixe cavalgar nos seus desatinos, nas revoadas, redemoinhos…”

O mesmo grupo tem outra canção que também é um bom exemplo da nossa maneira de colocar os pronomes na frase. A canção é “Timidez”.

“Toda vez que te olho, crio um romance. Te persigo mudo todos os instantes. Falo pouco, pois não sou de dar indiretas. Me arrependo do que digo em frases incertas…”

Em português de Portugal isso não poderia ser assim. Precisaria ser “Leve-me”, “Deixe-me”, “Persigo-te”, “Arrependo-me” e assim por diante.

É importante lembrar que a nossa forma de usar os pronomes, no começo da frase, está oficialmente errada. No cotidiano, com os amigos, na vida diária, podemos falar à nossa maneira. Mas numa prova de português, num vestibular, num concurso, devemos escrever o pronome sempre depois do verbo.

Console-se, são coisas da nossa língua portuguesa…

Fonte: br.geocities.com/www.graudez.com.br/www.angelfire.com

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