Período Composto

Período Composto – Tipo

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O período pode ser composto por coordenação, subordinação e ainda por coordenação e subordinação.

Período composto é o período que se constitui de mais de uma oração.

Os períodos compostos podem ser formados das seguintes maneiras: podem ser compostos por coordenação, compostos por subordinação, ou ainda compostos por coordenação e subordinação, simultaneamente.

Período composto por coordenação

“Uma multidão se aglomera nas ruas do centro e o comércio interrompe suas atividades.”

Primeira oração: “Uma multidão se aglomera nas ruas do centro”

Segunda oração: “e o comércio interrompe suas atividades.”

Nesse período, cada uma das orações é sintaticamente independente, isto é, não exerce nenhuma função sintática com relação à outra.

A primeira oração (Uma multidão se aglomera nas ruas do centro) tem existência idependente da segunda oração (E o comércio interrompe suas atividades).

Cada oração vale por si, embora a expressão completa do pensamento do autor dependa da coordenação (“ordenada lado a lado”) das duas orações. A essas orações independentes dá-se o nome de coordenada e o período por esse tipo de oração chama-se período composto por coordenação .

Período composto por subordinação

Períodos compostos por subordinação são períodos que, sendo constituídos de duas ou mais orações, possuem uma oração principal e pelo menos uma oração subordinada a ela. A oração subordinada está sintaticamente vinculada à oração principal, podendo funcionar como termo essencial, integrante ou acessório da oração principal. As orações subordinadas que se conectam à oração principal através de conjunções subordinativas são chamadas orações subordinadas sindéticas. As orações que não apresentam conjunções subordinativas geralmente apresentam seus verbos nas formas nominais, sendo chamadas orações reduzidas.

“Na São Paulo de 1901, o pioneiro Henrique Santos-Dumont solicitou ao prefeito Antônio Prado que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre automóveis.”

Primeira oração: “Na São Paulo de 1901, o pioneiro Henrique Santos-Dumont solicitou ao prefeito Antônio Prado”

Segunda oração: “que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre automóveis.”

Nesse período a oração “que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre automóveis” é dependente sintaticamente da oração “Na São Paulo de 1901, o pioneiro Henrique Santo-Dumont solicitou ao prefeito Antônio Prado”, pois exerce a função de objeto direto do verbo solicitar.

A primeira oração não exerce nenhuma função sintática com relação à outra e tem uma oração que dela depende. Essa oração é chamada de principal. A outra oração que depende sintaticamente da principal é a oração subordinada.

Período composto por coordenação e subordinação

“Ocorrem conflitos burocráticos, e a Prefeitura, que se irritou com as reclamações do Dr. Henrique, cassa-lhe a licença.”

Neste período, há duas orações coordenadas e uma subordinada.

Coordenadas: “Ocorrem conflitos burocráticos, e a Prefeitura (…) cassa-lhe a licença.

Subordinada: “…que se irritou com as reclamações do Dr.Henrique…”

Esse tipo de período é chamado de período composto por coordenação e subordinação ou período misto.

No exemplo dado para período misto, a oração “e a Prefeitura cassa-lhe a licença” é coordenada em relação à primeria e principal em relação à outra: “que se irritou com as reclamações do Dr. Henrique”.

Uma oração coordenada ou subordinada poderá ser principal desde que exista outra que dependa dela.

“Quero que você vá ao supremercado e passe na casa da Aninha.”

As orações “que você vá ao supermercado e “e passe na casa da Aninha” são subordinadas que exercem a mesma função: objeto direto do verbo querer. Essas duas orações, no entando, estão coordenadas entre si.

Duas ou mais orações podem estar coordenadas entre si desde que exerçam a mesma função.

Orações intercaladas ou interferentes

São orações que funcionam no período como observação, ressalva ou opinião etc.

“Nas costas do retrato, bem no cantinho – O PAI NÃO ENTENDEU – estava escrito: Uff!”

” Não sei – NUNCA SOUBE – se ele era João, Joaquim ou Robélio.”

“Minha senhora – FICO MURMURANDO BAIXINHO – não é assim que se convence uma crença.”

Assindéticas

Quando estão simplesmente colocadas uma ao lado da outra, sem qualquer conjunção entre elas (a = “não”; síndeto = palavra de origem grega que significa “conjunção” ou “conectivo”).

“Subo por uma velha escada de madeira mal iluminada, chego a uma espécie de salão.” (M. Scliar)

“Grita, sacode a cabeleira negra, agita os braços, pára, olha, ri.” (E. Veríssimo)

Sindéticas

Quando vêm introduzidas por conjunção.

“A luz aumentou E espalhou-se na campina.” (G. Ramos)

“Sou feio, MAS sou carinhoso.” (Frase de pára-choque)

Aditivas

Expressam uma adição, uma seqüência de informações:

“Nós desmanchamos o teto do barco E FIZEMOS UMA JANGADA PEQUENA.” (Jornal da Tarde)

“Não olha para trás, não sente saudades, não deixa NEM CARREGA CONSIGO AMOR NENHUM.” (Mário Palmério)

Principais conjunções aditivas: e, nem, (não só)… mas também.

Adversativas

Expressam a idéia de oposição, contraste:

“Amor é igual fumaça: sufoca MAS PASSA.” (Frase de pára-choque)

“Repele-a com um gesto manso, PORÉM A CABRA NÃO SE MOVE.” (C. D. Andrade)

Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto etc.

Alternativas

Expressam alternância de idéias:

“Cale-se OU EXPULSO A SENHORA DA SALA.” (C. Lispector)

“ORA DORMIAM, ORA JOGAVAM CARTAS.”

“OU VAI OU RACHA.”

Principais conjunções alternativas: ou … ou, ora … ora, já … já, quer … quer etc.

Conclusivas

Expressam idéia de conclusão, conseqüência:

“São seres humanos; MERECEM, POIS, TODO NOSSO RESPEITO.”

“Penso, LOGO HESITO.”

Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo) etc.

Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:

“Acendi o fogo, POIS ACORDARA FAMINTO e cozinhei o caldo.” (D. S. Queiroz)

Principais conjunções explicativas: porque, que, pois (anteposto ao verbo) etc.

Particularidades

Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das expressões: (não só)… mas também, (não somente)… mas ainda, (não só)… como também.

Exemplo: “Não só se dedica aos esportes COMO TAMBÉM À MÚSICA.”

2) A conjunção que pode ter valor:

a) Aditivo:

“Varre QUE varre.” (Varre e Varre.)

“Fala QUE fala.” (Fala e fala.)

b) Adversativo:

“Todos poderão fazer isso QUE não vós.”

3) A conjunção e pode assumir valor adversativo:

“Vi um vulto estranho e não senti medo.”

4) O processo de coordenação pode ocorrer entre períodos de um texto:

“Não era briga. MAS a sua presença me transmitia um indizível desconforto.” (O. Lessa)

“Os meninos choramingavam, pedindo de comer. E Chico Bento pensava.” (R. Queiroz)

“Tudo seco em redor. E o patrão era seco também.” (G. Ramos)

“As várzeas cobriam-se de grama, de mata-pasto, os altos cresciam em capoeira. Seu Lula, PORÉM, não devia, não tomava dinheiro emprestado.” (J. L. Rego)

Período Composto – Orações

Período é a unidade lingüística composta por uma ou mais orações.

Tem como características básicas:

A apresentação de um sentido ou significado completo

Encerrar-se por meio de certos símbolos de pontuação.

Uma das propriedades da língua é expressar enunciados articulados. Essa articulação é evidenciada internamente pela verificação de uma qualidade comunicativa das informações contidas no período. Isto é, um período é bem articulado quando revela informações de sentido completo, uma idéia acabada. Esse atributo pode ser exibido em termos de um período constituído por uma única oração – período simples – ou constituído por mais de uma oração – período composto.

Exemplos:

Sabrina tinha medo do brinquedo. [período simples]

Sabrina tinha medo do brinquedo, apesar de levá-lo consigo todo o tempo. [período composto]

Não há uma forma definida para a constituição de períodos, pois se trata de uma liberdade do falante de elaborar seu discurso da maneira como quiser ou como julgar ser compreendido na situação discursiva. Porém a língua falada, mais freqüentemente, organiza-se em períodos simples, ao passo que a língua escrita costuma apresentar maior elaboração sintática, o que faz notarmos a presença maior de períodos compostos. Um dos aspectos mais notáveis dessa complexidade sintática nos períodos compostos é o uso dos vários recursos de coesão. Isso pode ser visualizado no exercício de transformação de alguns períodos simples em período composto fazendo uso dos chamados conectivos (elementos lingüísticos que marcam a coesão textual).

Exemplo:

Eu tenho um gatinho muito preguiçoso. Todo dia ele procura a minha cama para dormir. Minha mãe não gosta do meu gatinho. Então, eu o escondo para a minha mãe não ver que ele está dormindo comigo.

Eu tenho um gatinho muito preguiçoso, que todo dia procura a minha cama para dormir. Como a minha mãe não gosta dele, eu o escondo e, assim, ela não vê que o gatinho está dormindo comigo. Notem que no exemplo (1) temos um parágrafo formado por quatro períodos. Já no exemplo (2) o parágrafo está organizado em apenas dois períodos. Isso é possível articulando as informações por meio de alguns conectivos (que, como, assim) e eliminando os elementos redundantes (o gatinho, minha mãe = ele, ela).

Finalmente, os períodos são definidos materialmente no registro escrito por meio de uma marca da pontuação, das quais se excluem a vírgula e o ponto-e-vírgula.

O recurso da pontuação é uma forma de reproduzir na escrita uma longa pausa percebida na língua falada.

Período Composto – Coordenação

Períodos compostos por coordenação são os períodos que, possuindo duas ou mais orações, apresentam orações coordenadas entre si.

Cada oração coordenada possui autonomia de sentido em relação às outras, e nenhuma delas funciona como termo da outra.

As orações coordenadas, apesar de sua autonomia em relação às outras, complementam mutuamente seus sentidos.

A conexão entre as orações coordenadas podem ou não ser realizadas através de conjunções coordenativas. Sendo vinculadas por conectivos ou conjunções coordenativas, as orações são coordenadas sindéticas.

Não apresentando conjunções coordenativas, as orações são chamadas orações coordenadas assindéticas.

Orações Coordenadas Assindéticas

São as orações não iniciadas por conjunção coordenativa.

Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.

Orações Coordenadas Sindéticas

São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.

A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.

Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.

Ex. Não só reclamava da escola, mas também atenazava os colegas.

B) Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.

Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.

Ex. Sempre foi muito estudioso, no entanto não se adaptava à nova escola.

C) Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.

Conjunções: ou, ou…ou, ora… ora, quer… quer.

Ex. Estude, ou não sairá nesse sábado.

D) Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.

Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois – após o verbo ou entre vírgulas.

Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso conseguiu a aprovação.

E) Explicativa: Exprime uma explicação.

Conjunções: porque, que, pois – antes do verbo.

Ex. Conseguiu a aprovação, pois estudou como nunca fizera antes

ORAÇÕES SUBORDINADAS

Você já deve saber que período é uma frase organizada em orações. Já deve saber também que no período simples existe apenas uma oração, chamada “absoluta”, e que no período composto existem duas ou mais orações.

Essas orações podem se relacionar por meio de dois processos sintáticos diferentes: a subordinação e a coordenação.

Na subordinação, um termo atua como determinante de um outro termo.

Essa relação se verifica, por exemplo, entre um verbo e seus complementoscomplementos são determinantes do verbo, integrando sua significação.

Conseqüentemente, o objeto direto e o objeto indireto são termos : os subordinados ao verbo, que é o termo subordinante. Outros termos subordinados da oração são os adjuntos adnominais (subordinados ao nome que caracterizamadverbiais (subordinados geralmente a um verbo). No período composto, considera-se subordinada a oração que desempenha ) e os adjuntos função de termo de outra oraçãoo que equivale a dizer que existem orações que atuam como determinantes de outras orações.

Observe o seguinte exemplo: Percebeu que os homens se aproximavam.

Esse período composto é formado por duas orações: a primeira estruturada em torno da forma verbal “percebeu”; a segunda, em torno da forma verbal “aproximavam”. A análise da primeira oração permite constatar de imediato que seu verbo é transitivo direto (perceber algo). O complemento desse verbo é, no caso, a oração “que os homens se aproximavam” . Nesse período, a segunda oração funciona como objeto direto do verbo da primeira. Na verdade, o objeto direto de percebeu é “que os homens se aproximavam”.

A oração que cumpre papel de um termo sintático de outra é subordinada; a oração que tem um de seus termos na forma de oração subordinada é a principal.

No caso do exemplo dado, a oração “Percebeu” é principal; “que os homens se aproximavam” é oração subordinada. Diz-se, então, que esse período é composto por subordinação.

Ocorre coordenação quando termos de mesma função sintática são relacionados entre si. Nesse caso, não se estabelece uma hierarquia entre esses termos, pois eles são sintaticamente equivalentes.

Observe: Brasileiros e portugueses devem agir como irmãos.

Nessa oração, o sujeito composto “brasileiros e portugueses”, adjetivos substantivados, apresenta dois núcleos coordenados entre si: os dois substantivos desempenham um mesmo papel sintático na oração.

No período composto, a coordenação ocorre quando orações sintaticamente equivalentes se relacionam.

Observe: Comprei o livro, li os poemas e fiz o trabalho.

Nesse período, há três orações, organizadas a partir das formas verbais “comprei”, “li” e “fiz”.

A análise dessas orações permite perceber que cada uma delas é sintaticamente independente das demais: na primeira, ocorre um verbo transitivo direto (comprar) acompanhado de seu respectivo objeto direto (“o livro”); na segunda, o verbo ler, também transitivo direto, com o objeto direto “os poemas”; na terceira, outro verbo transitivo direto, fazer, com o objeto direto “o trabalho”.

Nenhuma das três orações desempenha papel de termo de outra. São orações sintaticamente independentes entre si e, por isso, coordenadas. Nesse caso, o período é composto por coordenação. Note que a ordem das orações é fixada por uma questão semântica e não sintática (os fatos indicados pelas orações obedecem à ordem cronológica). Existem períodos compostos em que se verificam esses dois processos de organização sintática, ou seja, a subordinação e a coordenação.

Observe: Percebi que os homens se aproximavam e saí em desabalada carreira.

Nesse período, há três orações, organizadas respectivamente a partir das formas verbais “percebi”, “aproximavam” e “saí”. A oração organizada em torno de percebi tem como objeto direto a oração “que os homens se aproximavam” (perceber algo); “que os homens se aproximavam”, portanto, é oração subordinada a percebi. Entre as orações organizadas em torno de percebi e saí, a relação é de coordenação, já que uma não desempenha papel de termo da outra. O período é composto por coordenação e subordinação.

As orações subordinadas se dividem em três grupos, de acordo com a função sintática que desempenham e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Mais uma vez, valem os conceitos morfossintáticos, que, como você já deve saber, combinam a morfologia e a sintaxe.

Para notar as diferenças que existem entre esses três tipos de orações, tome como base a análise de um período simples: Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

Nessa oração, o sujeito é “eu”, implícito na terminação verbal. “A profundidade das palavras dele” é objeto direto da forma verbal percebi. O núcleo do objeto direto é profundidade. Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos adnominais “a” e “das palavras dele”. No adjunto adnominal “das palavras dele”, o núcleo é o substantivo palavras, ao qual se prendem os adjuntos adnominais “as” e “dele”. “Só depois disso” é adjunto adverbial de tempo.

É possível transformar a expressão “a profundidade das palavras dele”, objeto direto, em oração.

Observe: Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

Nesse período composto, o complemento da forma verbal percebi é a oração “que as palavras dele eram profundas”. Ocorre aqui um período composto por subordinação, em que uma oração desempenha a função de objeto direto do verbo da outra. O objeto direto é uma função substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e palavras de valor substantivo. É natural, portanto, que a oração subordinada que desempenha esse papel seja chamada de oração subordinada substantiva.

Pode-se também modificar o período simples original transformando em oração o adjunto adnominal do núcleo do objeto direto, profundidade.

Observe: Só depois disso percebi a profundidade que as palavras dele continham.

Nesse período, o adjunto adnominal de profundidade passa a ser a oração “que as palavras dele continham”. Você já sabe que o adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é função exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas de subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos compostos por subordinação, atuam como adjuntos adnominais de termos das orações principais.

Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a transformação do adjunto adverbial de tempo em uma oração.

Observe: Só quando cai em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

Nesse período composto, “só quando caí em mim” é uma oração que atua como adjunto adverbial de tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função adverbial da oração, ou seja, é função exercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam como adjuntos adverbiais do verbo da oração principal.

É fácil perceber, assim, que a classificação das orações subordinadas decorre da combinação da função sintática que exercem com a classe de palavras que representam, ou seja, é a morfossintaxe que determina a classificação de cada oração subordinada. São subordinadas substantivas as que exercem funções substantivas (sujeito, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, predicativo). São subordinadas adjetivas as que exercem funções adjetivas (atuam como adjuntos adnominais). São subordinadas adverbiais as que exercem funções adverbiais (atuam como adjuntos adverbiais, expressando as mais variadas circunstâncias).

Quanto à forma, as orações subordinadas podem ser desenvolvidas ou reduzidas.

Observe:

1. Suponho que seja ela a mulher ideal.

2. Suponho ser ela a mulher ideal.

Nesses dois períodos compostos há orações subordinadas substantivas que atuam como objeto direto da forma verbal suponho. No primeiro período, a oração é “que seja ela a mulher ideal”. Essa oração é introduzida por uma conjunção subordinativa (que) e apresenta uma forma verbal do presente do subjuntivo (seja).

Trata-se de uma oração subordinada desenvolvida. Assim são chamadas as orações subordinadas que se organizam a partir de uma forma verbal do modo indicativo ou do subjuntivo e que são introduzidas, na maior parte dos casos, por conjunção subordinativa ou pronome relativo.

No segundo período, a oração subordinada “ser ela a mulher ideal” apresenta o verbo numa de suas formas nominais (no caso, infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa ou pronome relativo. Justamente por apresentar uma peça a menos em sua estrutura, essa oração é chamada de reduzida. As orações reduzidas apresentam o verbo numa de suas formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e não apresentam conjunção ou pronome relativo (em alguns casos, são encabeçadas por preposições).

Como você já viu, as orações subordinadas substantivas desempenham funções que no período simples normalmente são desempenhadas por substantivos. As orações substantivas podem atuar como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Por isso são chamadas, respectivamente, de subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas. Essas orações podem ser desenvolvidas ou reduzidas. As desenvolvidas normalmente se ligam à oração principal por meio das conjunções subordinativas integrantes “que” e “se”. As reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ou não ser encabeçadas por preposição.

TIPOS DE ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Subjetivas

As orações subordinadas substantivas subjetivas atuam como sujeito do verbo da oração principal.

Exemplos:

1. É fundamental o seu comparecimento à reunião.

2. É fundamental que você compareça à reunião.

3. É fundamental você comparecer à reunião.

O primeiro período é simples. Nele, “o seu comparecimento à reunião” é sujeito da forma verbal é.

Na ordem direta é mais fácil constatar isso: “O seu comparecimento à reunião é fundamental”.

Nos outros dois períodos, que são compostos, a expressão “o seu comparecimento a reunião” foi transformada em oração (“que você compareça a reunião” e “você comparecer à reunião”). Nesses períodos, as orações destacadas são subjetivas, já que desempenham a função de sujeito da forma verbal “é”. A oração “você comparecer à reunião”, que não é introduzida por conjunção e tem o verbo no infinitivo, é reduzida.

Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

As estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

a) verbo de ligação + predicativo – é bom…, é conveniente…, é melhor…, é claro…, está comprovado…, parece certo…, fica evidente…, etc.

Observe os exemplos:

É preciso que se adotem providências eficazes.

Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam.

b) verbo na voz passiva sintética ou analítica – sabe-se…, soube-se…, comenta-se…, dir-se-ia…, foi anunciado…, foi dito…, etc.

Exemplos:

Sabe-se que o país carece de sistema de saúde digno.

Foi dito que tudo seria resolvido por ele.

c) verbos como convir, cumprir, acontecer, importar, ocorrer, suceder, parecer, constar, urgir, conjugados na terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Convém que você fique.

Consta que ninguém se interessou pelo cargo.

Parece ser ela a pessoa indicada.

Muitos autores consideram que o relativo “quem” deve ser desdobrado em “aquele que”. Tem-se, assim, um relativo (que), que introduz oração adjetiva. Outros autores preferem entender que “Quem usa drogas” é o efetivo sujeito de experimenta. Esta nos parece a melhor solução.

Objetivas diretas

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas atuam como objeto direto do verbo da oração principal.

Exemplos:

Todos querem que você compareça.

Suponho ser o Brasil o país de pior distribuição de renda no mundo.

Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção subordinativa integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos.

Exemplos:

Ninguém sabe / se ela aceitará a proposta. / como a máquina funciona. / onde fica o teatro. / quanto custa o remédio. / quando entra em vigor a nova lei. / qual é o assunto da palestra.

Com os verbos “deixar, mandar, fazer” (chamados auxiliares causativos) e “ver, sentir, ouvir, perceber” (chamados auxiliares sensitivos) ocorre um tipo interessante de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo.

Exemplos:

Deixe-ME REPOUSAR.

Mandei-OS SAIR.

Ouvi-O GRITAR.

Nesses casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o que é mais interessante, os pronomes oblíquos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais. Essa é a única situação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito.

Para perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em orações desenvolvidas:

Deixe que eu repouse.

Mandei que eles saíssem.

Ouvi que ele gritava.

Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblíquos foram substituídos pelas formas retas correspondentes. É fácil perceber agora que se trata, efetivamente, dos sujeitos das formas verbais das orações subordinadas.

Objetivas indiretas

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas atuam como objeto indireto do verbo da oração principal.

Exemplos:

Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões sociais.

Lembre-se de comprar todos os remédios.

Completivas nominais

As orações subordinadas substantivas completivas nominais atuam como complemento de um nome da oração principal.

Exemplos:

Levo a leve impressão de que já vou tarde.

Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.

Observe que as objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto as completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado.

Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o segundo, um nome. Nos exemplos dados acima, as orações subordinadas complementam o nome impressão.

Predicativas

As orações subordinadas substantivas predicativas atuam como predicativo do sujeito da oração principal.

Exemplos:

A verdade é que ele não passava de um impostor.

Nosso desejo era encontrares o teu caminho.

Apositivas

As orações subordinadas substantivas apositivas atuam como aposto de um termo da oração principal.

Exemplos:

De você espero apenas uma coisa: que me deixe em paz.

Só resta uma alternativa: encontrar o remédio.

PONTUAÇÃO DAS SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A pontuação dos períodos compostos em que surgem orações subordinadas substantivas segue os mesmos princípios que se adotam no período simples para as funções sintáticas a que essas orações equivalem:

A vírgula não deve separar da oração principal as orações subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais e predicativas – afinal, sujeitos, complementos verbais e nominais não são separados por vírgula dos termos a que se ligam. O mesmo critério se aplica para o predicativo nos predicados nominais.

A oração subordinada substantiva apositiva deve ser separada da oração principal por vírgula ou dois-pontos, exatamente como ocorre com o aposto.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se rapidamente.

Imponho-lhe apenas uma tarefa: que administre bem o dinheiro público.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Uma oração adjetiva nada mais é do que um adjetivo em forma de oração. Assim como é possível dizer “redação bem-sucedida”, em que o substantivo redação é caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida, é possível dizer também “redação que fez sucesso”, em que a oração “que fez sucesso” exerce exatamente o mesmo papel do adjetivo bem-sucedida, ou seja, caracteriza o substantivo redação.

Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que normalmente cabe a um adjetivo, a de adjunto adnominal.

Exemplos:

Pessoa que mente é pessoa mentirosa. A classe gramatical da palavra “mentirosa” é a dos adjetivos. Qualifica o substantivo “pessoa”.

Em vez de se dizer “pessoa mentirosa”, é perfeitamente possível se dizer “pessoa que mente”. Agora, quem é que qualifica “pessoa”? A oração “que mente”, que tem valor de adjetivo e, por isso, é oração subordinada adjetiva.

Esse “que” que introduz a oração adjetiva “que mente” pode ser substituído por “a qual” (pessoa que mente = pessoa a qual mente). E, por fim, esse “que” se chama pronome relativo.

Agora, vamos relacionar tudo isso com o emprego da vírgula. Leia a seguinte passagem: “Não gosto de pessoas mentirosas”. Você poria vírgula entre “pessoas” e “mentirosas”? Certamente não. E por quê? Porque o papel da palavra “mentirosas” é limitar o universo de pessoas. Afinal, não é de qualquer pessoa que eu não gosto. Só não gosto das pessoas mentirosas, ou seja, só não gosto das pessoas que mentem.

A oração “que mentem” exerce o mesmo papel do adjetivo “mentirosas”, isto é, limita, restringe o universo de pessoas. Essa oração é chamada de “adjetiva restritiva” e, como você deve ter notado, também não é separada da anterior por vírgula.

Agora veja este outro caso: “Os cariocas, que adoram o mar, sempre estão de bem com a vida”. A que cariocas se faz referência na frase? Será que a idéia é dividir os cariocas em dois blocos (os que adoram o mar e os que não adoram) e dizer que só os que adoram o mar estão sempre de bem com a vida? É claro que não.

O que se quer é fazer uma afirmação de caráter genérico: os cariocas adoram o mar e sempre estão de bem com a vida.

O “que” dessa frase é pronome relativo (“Os cariocas, os quais adoram o mar…”) e, por isso mesmo, como você já sabe, introduz oração subordinada adjetiva, que, no caso, não é restritiva. Não restringe, não limita. Generaliza. É chamada de explicativa.

A oração restritiva não é separada da anterior por vírgula, mas a explicativa é.

Agora preste muita atenção.

Leia estas duas frases:

1) Ele telefonou para a irmã que mora na Itália;

2) Ele telefonou para a irmã, que mora na Itália.

Elas parecem iguais, mas não são. A vírgula faz a diferença. Em ambos os casos, o “que” pode ser substituído por “a qual”. Em ambos os casos, o “que” é pronome relativo e, por isso, introduz oração adjetiva.

A diferença está na extensão do termo que vem antes do “que” (“irmã”). Sem a vírgula (“irmã que mora na Itália”), cria-se um limite. Certamente, ele tem mais de uma irmã. Pelo menos duas, uma das quais mora na Itália. Não fosse assim, não faria sentido a restrição imposta pela oração “que mora na Itália”.

Com a vírgula, a oração “que mora na Itália” não restringe. Deixa de ser restritiva e passa a ser explicativa. Nosso amigo só tem uma irmã, e ela mora na Itália.

Veja outro caso: “A empresa tem cem funcionários que moram em Campinas”. O que acontece quando se coloca vírgula depois de “funcionários”? Muda tudo.

Sem a vírgula, a empresa tem mais de cem funcionários, dos quais cem moram em Campinas.

Com a vírgula depois de “funcionários”, a empresa passa a ter exatamente cem funcionários, e todos moram em Campinas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Uma oração subordinada adverbial exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.

Exemplos:

Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.

Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida.

No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal senti. No segundo período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, já que é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (vi, do pretérito perfeito do indicativo).

Seria possível reduzi-la, obtendo algo como: Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida. “Ao ver o mar” é uma oração reduzida porque apresenta uma das formas nominais do verbo (ver é infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (a, combinada com o artigo o).

Se você já estudou os adjuntos adverbiais, você viu que sua classificação é feita com base nas circunstâncias que exprimem. Com as orações subordinadas adverbiais ocorre a mesma coisa.

A diferença fica por conta da quantidade: há apenas nove tipos de orações subordinadas adverbiais, enquanto os adjuntos adverbiais são pelo menos quinze.

As orações adverbiais adquirem grande importância para a articulação adequada de idéias e fatos e por isso são fundamentais num texto dissertativo. Você terá agora um estudo pormenorizado das circunstâncias expressas pelas orações subordinadas adverbiais. É importante compreender bem essas circunstâncias e observar atentamente as conjunções e locuções conjuntivas utilizadas em cada caso.

TIPOS DE ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Causa

A idéia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato. As sintaxe subordinadas adverbiais que exprimem causa são chamadas causais.

A conjunção subordinativa mais utilizada para a expressão dessa circunstância é “porque”. Outras conjunções e locuções conjuntivas muito utilizadas são “como” (sempre introduzindo oração adverbial causal anteposta à principal), “pois”, “já que”, “uma vez que”, “visto que”.

Exemplos:

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.

Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve outra alternativa a não ser cancelá-lo.

Já que você não vai, eu não vou.

Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (reduzida de infinitivo)

Conseqüência

A idéia de conseqüência está ligada àquilo que é provocado por um determinado fato. As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem o efeito, a conseqüência daquilo que se declara na oração principal. Essa circunstância é normalmente introduzida pela conjunção “que”, quase sempre precedida, na oração principal, de termos intensivos, como “tão, tal, tanto, tamanho”.

Exemplos:

A chuva foi tão forte que em poucos minutos as ruas ficaram alagadas.

Tal era sua indignação que imediatamente se uniu aos manifestantes.

Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

Condição

Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. A conjunção mais utilizada para introduzir essas orações é “se”; além dela, podem-se utilizar “caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a menos que, sem que, uma vez que” (seguida do verbo no subjuntivo).

Exemplos:

Uma vez que você aceite a proposta, assinaremos o contrato.

Caso você se case, convide-me para a festa.

Não saia sem que eu permita.

Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será o campeão.

Conhecendo os alunos ( = Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (oração reduzida de gerúndio)

Concessão

A idéia de concessão está diretamente ligada à idéia de contraste, de quebra de expectativa. De fato, quando se faz uma concessão, não se faz o que é esperado, o que é normal. As orações adverbiais que exprimem concessão são chamadas concessivas. A conjunção mais empregada para expressar essa relação é “embora”; além dela, podem ser usadas a conjunção “conquanto” e as locuções “ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, apesar de que”.

Exemplos:

Embora fizesse calor; levei agasalho.

Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo.

Foi aprovado sem estudar ( = sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

Comparação

As orações subordinadas adverbiais comparativas contêm fato ou ser comparado a fato ou ser mencionado na oração principal.

A conjunção mais empregada para expressar comparação é “como”; além dela, utilizam-se com muita freqüência as estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: “tão… como” (quanto), “mais (do) que”, “menos (do) que”.

Exemplos:

Ele dorme como um urso (dorme).

Sua sensibilidade é tão afinada quanto sua inteligência (é).

Como se pode perceber nos exemplos acima, é comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas. Isso só não ocorre quando se comparam ações diferentes (“Ela fala mais do que faz.” – nesse caso, compara-se o falar e o fazer).

Conformidade

As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam idéia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um caminho, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. A conjunção típica para exprimir essa circunstância é “conforme”; além dela, utilizam-se “como, consoante e segundo” (todas com o mesmo valor de conforme).

Exemplos:

Fiz o bolo conforme ensina a receita.

Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.

Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda.

Finalidade

As orações subordinadas adverbiais finais exprimem a intenção, a finalidade do que se declara na oração principal. Essa circunstância é normalmente expressa pela locução conjuntiva “a fim de que”; além dela, utilizam-se a locução “para que” e, mais raramente, as conjunções “que” e “porque” ( = para que).

Exemplos:

Vim aqui a fim de que você me explicasse as questões.

Fez tudo porque eu não obtivesse bons resultados. (- para que eu não obtivesse…)

Suportou todo tipo de humilhação para obter o visto americano. (= para que obtivesse…) (reduzida de infinitivo)

Proporção

As orações subordinadas adverbiais proporcionais estabelecem relação de proporção ou proporcionalidade entre o processo verbal nelas expresso e aquele declarado na oração principal. Essa circunstância normalmente é indicada pela locução conjuntiva “à proporção que”; além dela, utilizam-se “à medida que” e expressões como “quanto mais”, “quanto menos”, “tanto mais”, “tanto menos”.

Exemplos:

Quanto mais se aproxima o fim do mês, mais os bolsos ficam vazios.

Quanto mais te vejo, mais te desejo.

À medida que se aproxima o fim do campeonato, aumenta o interesse da torcida pela competição.

À proporção que se acumulam as dívidas, diminuem as possibilidades de que a empresa sobreviva.

Tempo

As orações subordinadas adverbiais temporais indicam basicamente idéia de tempo. Exprimem fatos simultâneos, anteriores ou posteriores ao fato expresso na oração principal, marcando o tempo em que se realizam. As conjunções e locuções conjuntivas mais utilizadas são “quando, enquanto, assim que, logo que, mal, sempre que, antes que, depois que, desde que”.

Exemplos:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” (Milton Nascimento & Fernando Brant)

“Enquanto os homens exercem seus podres poderes, motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes: somos uns boçais (Caetano Veloso)

Mal você saiu, ela chegou.

Terminada a festa, todos se retiraram. ( Quando terminou a festa) (reduzida de particípio)

Observação: Mais importante do que aprender a classificar as orações subordinadas adverbiais é interpretá-las adequadamente e utilizar as conjunções e locuções conjuntivas de maneira eficiente. Por isso, é desaconselhável que você faça o que muita gente costuma indicar como forma de “aprender as orações subordinadas adverbiais”: “descabelar-se” para decorar listas de conjunções e, com isso, conseguir dar um rótulo as orações. Essa prática, além de fazer com que você se preocupe mais com nomenclaturas do que com o uso efetivo das estruturas lingüísticas, é inútil quando se consideram casos mais sutis de construção de frases.

Observe, nas frases seguintes, o emprego da conjunção como em diversos contextos: em cada um deles, ocorre uma oração subordinada adverbial diferente. Como seria possível reconhecê-las se se partisse de uma lista de conjunções “decoradas”? É melhor procurar compreender o que efetivamente está sendo declarado.

Como dizia o poeta, “a vida é a arte do encontro”. (valor de conformidade)

Como não tenho dinheiro, não poderei participar da viagem. (valor de causa)

“E cai como uma lágrima de amor.” (Antônio Carlos Jobim & Vinicius de Moraes) (valor de comparação)

Há até casos em que a classificação depende do contexto: “Como o jornal noticiou, o teatro ficou lotado”. A oração subordinada adverbial pode ser causal ou conformativa, dependendo do contexto.

AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS E A PONTUAÇÃO

A pontuação dos períodos em que há orações subordinadas adverbiais obedece aos mesmos princípios observados em relação aos adjuntos adverbiais. Isso significa que a oração subordinada adverbial sempre pode ser separada por vírgulas da oração principal. Essa separação é optativa quando a oração subordinada está posposta à principal e é obrigatória quando a oração subordinada está intercalada ou anteposta.

Exemplos:

Tudo continuará como está se você não intervier; ou Tudo continuará como está, se você não intervier.

Disse que, quando chegar, tomará todas as providências. Quando chegar, tomará todas as providências.

Fonte: periodo.composto.vilabol.uol.com.br/www.nilc.icmc.usp.br

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