Verbos Unipessoais e Impessoais

Verbos impessoais e unipessoais

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“Faz” ou “fazem” cinco anos que não nos vemos? Certamente, você optou pela primeira forma.

O verbo “fazer”, ao indicar tempo decorrido, não admite plural, pois não possui sujeito (cinco anos é objeto direto).

Em outras palavras, é um verbo impessoal. Comporta-se como ele o verbo “haver”, empregado também para indicar o tempo passado e como sinônimo de “existir” ou “ocorrer”.

Assim: “Há cinco anos que não nos vemos”, “Haverá resultados positivos” ou “Houve incidentes durante o jantar”. Note que o verbo “haver”, nesses casos, permaneceu na terceira pessoa do singular.

É o que se dá também com os verbos que indicam fenômenos da natureza, como: chover, gear, nevar, trovejar.

Você já deve ter dito ou ouvido alguém dizer: “Amanheci doente”. Ora, o verbo adquiriu o sujeito “eu”, elíptico na oração. Na realidade, “quando amanheceu, eu me senti doente”. A primeira formulação é muito mais econômica.

É importante lembrar que o auxiliar de um verbo impessoal também permanece no singular, pois a oração em que se insere não tem sujeito.

Portanto diremos: “Deverá haver resultados…” ou “Pode ter havido incidentes durante…”.

O verbo “haver”, entretanto, nem sempre é impessoal; pode ser empregado como auxiliar nos tempos compostos (assim como o verbo “ter”) e, nessa circunstância, poderá sofrer a flexão de plural.

Por exemplo: “Eles haviam chegado cedo” (equivalente a “tinham chegado”).

Poderá ainda o verbo “haver” ser auxiliar do próprio “haver”, caso em que permanecerá no singular: “Há de haver menos injustiças”.

Se, todavia, substituirmos “haver” por “existir”, teremos: “Hão de existir menos injustiças” (“menos injustiças” é objeto direto de “haver”, mas é sujeito de “existir”). Em suma, o verbo concorda com seu sujeito. Na ausência deste, fica invariável.

Há verbos que só se empregam na terceira pessoa gramatical (do singular ou do plural). A esses dá-se o nome de unipessoais. É o caso daqueles que exprimem ações ou estados peculiares a animais (miar, latir, cacarejar, trotar). Não se cogita flexionar esses verbos na primeira e na segunda pessoa.

Entretanto, em sentido figurado, isso será possível: “Rosnamos impropérios e depois nos arrependemos”.

Um verbo deve ficar na terceira pessoa do singular quando o seu sujeito é uma oração. Em “Convém sairmos cedo”, o sujeito de “convém” é a oração “sairmos cedo”, uma subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

Não se deve dizer (embora se ouça corriqueiramente): “Custei para entender isso”.

A construção correta é: “Custou-me entender isso”. Observe que “entender isso” é o sujeito de “custou”. Na acepção de “ser custoso, de difícil realização”, o verbo custar permanece na terceira pessoa, tendo a oração como sujeito.

O verbo “parecer” admite duas construções quando seguido de infinitivo.

Podemos dizer: “As estrelas parecem sorrir” ou “As estrelas parece sorrirem”. Esta última, à primeira vista, causa certa estranheza. Se, na primeira, “as estrelas” é o sujeito da locução “parecem sorrir”, na segunda, é o sujeito apenas de “sorrirem”.

Assim: “Parece as estrelas sorrirem” equivale a “Parece que as estrelas sorriem”. A oração “as estrelas sorrirem” é o sujeito de “parece”, que permanece na terceira pessoa.

Verbos Unipessoais e Impessoais – Exemplos

Verbos Unipessoais

São aqueles que só podem ser conjugados na terceira pessoa do singular ou do plural.

Exemplos: Verbos “ocorrer”, “acontecer” e que expressem vozes de animais (cacarejar, miar, latir, etc.).

Ocorreu um acidente de carro em frente ao meu edifício.
Ocorreram tumultos na manifestação de ontem no centro da cidade.
Acontecerá uma festa no clube.
Coisas boas acontecem de repente.
Aquele gato preto miou a noite inteira.

Outros tipos de verbos unipessoais são os chamados VERBOS IMPESSOAIS que não possuem sujeito e, por isso, convencionou-se conjugá-los na terceira pessoa do singular

Assim temos:

Verbos que expressam fenômenos da natureza.

Exemplos:

Choveu muito ontem à noite, mas amanhecerá com sol, disse a Meteorologia.
Relampejou e trovejou durante duas horas.

Verbo FAZER, indicando temperatura ou tempo decorrido (horas, dias, meses, anos, etc.).

Exemplos:

Fez muito calor no domingo.
Faz dois anos que não a vejo.

Verbo HAVER, com sentido de existir ou ocorrer.

Exemplos:

Houve momentos de muita emoção durante a viagem.
Havia muitas dúvidas com a nova lei.
Haverá muitos interessados em sua casa, caso a venda.
Nunca houve grandes desavenças entre mim e Clara.

Observação: pela norma culta, é inadequado empregar-SE o verbo “ter” com o sentido de existir, sendo, neste caso, indicado utilizar-se o verbo haver.

Exemplos:

Não tem ninguém na sala de aula. (desaconselhável)
Não há ninguém na sala de aula. (certo)
Tinham muitos candidatos para aquele concurso. (desaconselhável)
Havia muitos candidatos para aquele concurso. (certo)

O verbo “haver” também pode ser usado como sinônimo de “fazer”, na indicação de tempo transcorrido, de intervalo entre dois fatos. Nesse caso, os dois se comportam do mesmo modo, isto é, sem variação.

Exemplos:

Moro aqui há dez anos; equivalente a “Moro aqui faz (e não ‘fazem’) dez anos.
Assim, quando se usa o verbo haver para indicar idéia de tempo transcorrido, isso quer dizer que o tempo já transcorreu, já passou. Desta feita, não é necessário empregar a palavra “atrás” em frases como “Eu estive em Paris há vinte anos atrás”. Isto é redundante como “Entrei para dentro”, ou “Saí para fora”. Assim como basta dizer “Entrei”, ou “Saí”, basta dizer “Estive em Paris há vinte anos”.

Vejamos alguns dos vários significados do verbo HAVER:

1. Como sinônimo de “comportar-se”, “sair-se”

Exemplos:

Apesar de ter bebido muito, Miguel não se houve mal na festa.
Os alunos não se houveram bem na prova.

2. Com o significado de “obter”, “conseguir”

Exemplos:

Apesar de tudo, elas não houveram o perdão do pai.
Só com muito trabalho eu haverei o sucesso.

3. Com o sentido de “julgar”, “considerar”

Exemplo:

O juiz houve por bem anular o julgamento.

4. Com a significação de “entender-se”.

Exemplo:

Um dia ela terá que haver-se comigo.

Esse verbo pode, ainda, ser empregado como auxiliar na formação dos chamados tempos compostos.

Exemplos:

Haveríamos feito o trabalho se não fosse a chuva.
Ela havia procurado o médico por todo o hospital.
O verbo haver cabe ainda em expressões como “Hei de conseguir”, “Você há de vencer”, etc.

CURIOSIDADE:

Consultando os dicionários, poderemos constatar que o verbo haver traz ainda o significado de “possuir”, o qual, no entanto, já caiu em desuso.

Exemplos:

Embora já houvesse (possuísse) numerosa família, ainda sustentava cinco cães e quatro gatos.
Eu hei (possuo) um belo automóvel.

Todavia, na formação de “reaver”, o verbo haver conserva o sentido de “possuir”, já que reaver é “haver de novo”, “possuir outra vez”.

Verbos Impessoais / Orações sem sujeito / Sujeito inexistente

Haverá oração sem sujeito, ou seja, o verbo será impessoal, nos seguintes casos:

Obs.: Os verbos impessoais ficam, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular, com exceção do verbo ser.

Verbos que indiquem fenômeno da natureza:

Choveu ontem.
Ventou demasiadamente.

Quando surgir o fenômeno da natureza escrito na oração ou quando a frase possuir sentido figurado, haverá sujeito, e o verbo concordará com ele:

Choveram pedras sobre Londrina. Sujeito simples: pedras
Choveram papeizinhos coloridos sobre os soldados que desfilavam. Sujeito simples: papeizinhos coloridos
O vento soprava muito forte naquela tarde. Sujeito simples: o vento

Ser, estar, parecer, ficar, indicando fenômeno da natureza.

É primavera, mas parece verão.
Está frio hoje.

Fazer, indicando fenômeno da natureza ou tempo decorrido:

Faz dias friíssimos no inverno.
Faz três dias que aqui cheguei.

Obs.: Obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

Haver, significando existir ou acontecer, ou indicando tempo decorrido:

Houve muitos problemas naquela noite.
Haverá várias festas em Curitiba.
Há dois anos ele esteve aqui em casa.

Obs.: Obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

Passar de, indicando horas:

Já passa das 15h.

Chegar de e bastar de, no imperativo:

Chega de matéria.

Ser, indicando horas, datas e distância:

O verbo ser é o único verbo impessoal que não fica obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

Horas: O verbo ser, ao indicar horas, concorda com o numeral a que se refere.

É uma hora.
São duas horas.

Distância: O verbo ser, ao indicar distância, concorda com o numeral a que se refere.

É um quilômetro daqui até lá.
São dois quilômetros daqui até lá.

Datas: O verbo ser, ao indicar datas, tanto poderá ficar no singular quanto no plural:

É dois de maio = É dia dois de maio.
São dois de maio = São dois dias de maio.

Sendo o primeiro dia do mês, o verbo ser ficará no singular, e o numeral utilizado será ordinal: É primeiro de abril.

Fonte: www.projetosat.com/www1.folha.uol.com.br

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