Flexão de Grau dos Adjetivos

Flexão de Grau dos Adjetivos – O que é

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A classe gramatical representada pelos adjetivos assemelha-se aos substantivos no que se refere à flexão, uma vez que se flexionam em gênero, número e grau.

Como podemos conferir por meio dos seguintes exemplos:

Bonito – Bonita

Amável – Amáveis

Fácil – Facílimo

Ao nos atermos a este último exemplo, percebemos uma significativa diferença em relação à classe com a qual se estabelece comparação.

Tal divergência reside no fato de que o grau do adjetivo, ao expressar as variações de intensidade, apresenta-se sob duas formas básicas: o comparativo e o superlativo.

Já não se trata de atribuirmos somente uma determinada terminação (levando-se em consideração os substantivos), mas sim de formas específicas, expressas por:

Este passeio foi tão divertido quando aquele. (comparativo de igualdade) Este passeio foi o mais divertido de todos. (superlativo relativo de superioridade) Este passeio foi muito divertido. (superlativo absoluto analítico)
Este passeio foi mais divertido que aquele. (comparativo de superioridade) Este passeio foi menos divertido de todos. (superlativo relativo de inferioridade) Este passeio foi divertidíssimo. (superlativo absoluto sintético)
Este passeio foi menos divertido do que aquele. (comparativo de inferioridade)    

Constatamos a presença de marcas linguísticas específicas em cada enunciado, posto que se evidenciou a variação do adjetivo, caracterizada em maior ou menor grau.

De forma específica ater-nos-emos ao grau superlativo absoluto sintético dos adjetivos, enfatizando as formas pelas quais eles se materializam.

Verifiquemos:

Adjetivo Superlativo absoluto sintético
ágil agílimo, agilíssimo
agradável agradabilíssimo
amargo amaríssimo
amável amabilíssimo
amigo amicissimo
bom boníssimo
célebre celebérrimo
cruel crudelíssimo
difícil dificílimo
doce dulcíssimo
feio feíssimo
feroz ferocíssimo
fiel fidelíssimo
frágil fragílimo
grande máximo, grandíssimo
horrível horribilíssimo
humilde humilimo, humildíssimo
infiel infidelíssimo
macio maciíssimo
mau péssimo, malíssimo
móvel mobilíssimo
nobre nobilíssimo
pobre paupérrimo, pobríssimo
sábio sapientíssimo
sensível sensibilíssimo
simpático simpaticíssimo
terrível terribilíssimo
veloz velocíssimo
voraz voracíssimo

O grau dos adjetivos

Ao nos referirmos acerca desta classe gramatical, identificamos uma característica peculiar: o fato de ela ser passível de flexão. Contudo, quando se refere ao grau, se apresenta diferentemente dos substantivos, ou seja, não se trata apenas de acrescentar um sufixo para demarcá-lo, há alguns pormenores aos quais devemos estar atentos. Assim sendo, analisaremos os pontos de maior relevância, no intuito de nos inteirarmos efetivamente destes.

Eis que são:

A variação de grau, concernente aos adjetivos, torna-se materializada quando se deseja comparar ou intensificar as características a que lhes são atribuídas.

Para tanto, este se subdivide em duas modalidades: o grau comparativo e o superlativo.

O grau comparativo estabelece uma comparação entre dois ou mais seres, uma vez apresentado sob a seguinte forma:

Comparativo de igualdade: Lucas é tão extrovertido quanto seu irmão.

Comparativo de inferioridade: Lucas é menos extrovertido (do) que seu irmão.

Comparativo de superioridade: Lucas é mais extrovertido (do) que seu irmão.

Observações passíveis de nota:

Há formas sintéticas para o grau comparativo de superioridade no que se refere aos adjetivos “bom”, “mau”, “grande” e “pequeno”, as quais são representadas por “melhor”, “pior”, “maior” e “menor”.

Exemplos:

Este procedimento é melhor (do) que o outro.

Meu desempenho foi pior (do) que o seu.

A falta de segurança é maior (do) que a de saneamento básico.

As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno”, apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser.

Exemplos:

Pedro é mais bom (do) que esforçado.

O garoto é mais mau (do) que esperto.

Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo.

Já no grau superlativo, a característica que se atribui ao adjetivo é intensificada de forma relativa ou absoluta.

Em virtude disso, analisemos: No que tange ao grau superlativo relativo, a intensificação é feita em relação a todos os demais seres de uma coletividade, sendo este assim subdividido:

Superlativo relativo de superioridade: Aquele aluno é o mais participativo de todos.

Superlativo relativo de inferioridade:

Aquele aluno é o menos participativo de todos.

A intensificação a que se refere o grau superlativo absoluto é demarcada pela ideia de excesso, subdividido em analítico e sintético.

O superlativo absoluto analítico, geralmente, se constitui de um advérbio.

Exemplos:

Esta garota é muito educada.

Carlos é demasiadamente gentil.

O superlativo absoluto sintético é expresso por meio de sufixos, os quais, na maioria das vezes, se manifestam por “-íssimo”.

Todos os ambientes são agradabilíssimos.

Flexão de Grau dos Adjetivos – Exemplos

A única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau superlativo absoluto.

Exemplos: atual – atualíssimo, negro – nigérrimo, fácil – facílimo.

Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo.

Exemplos: grande – maior, pequeno – menor, bom – melhor (não confundir com o advérbio bem – melhor.

Exemplo: Esse é bom, aquele é melhor ? Ele fez bem, você fez melhor).

Nos demais casos, o grau é indicado não por flexões, mas por advérbios.

São distintos os seguintes graus:

Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto…quanto, …assim como…, tão…quanto, …do mesmo jeito que…, e outras variações. Por exemplo: “Fulano é tão alegre quanto sicrano”.

Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: mais…que ou mais…do que. Exemplo: “José é mais alegre que Pedro”.

Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos…que ou menos…do que. Exemplo: “José é menos alegre que Pedro”.

Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie. Exemplo: “José é muito alto”.

Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais comum é –íssimo. Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos tolerantíssimos”.

Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: “José é o mais alto de todos”.

Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: “José é o menos alto de todos”.

Flexão de Grau

Os adjetivos têm dois graus:

Comparativo:

a) Um ser possui qualidade em grau superior, inferior ou igual em relação a outro;
b) Em um mesmo ser, uma qualidade é superior, inferior ou igual em relação a outra

Superlativo:

a) Um ser apresenta uma qualidade em elevado grau;
b) Em comparação á totalidade dos seres que apresentam a mesma qualidade, um ser se sobressai por possuí-la em grau maior ou menor que os demais.

Grau do adjetivo

Há três graus na qualidade expressa pelo adjetivo: positivo, comparativo e superlativo.

O POSITIVO enuncia simplesmente a qualidade:

O rapaz é cuidadoso.

O COMPARATIVO compara qualidade entre dois ou mais seres estabelecendo:

a) uma igualdade: o rapaz é tão cuidadoso quanto (ou como) os outros.

b) uma superioridade: à rapaz é mais cuidadoso que (ou do que) os outros.

c) uma inferioridade: o rapaz é menos cuidoso que (ou do que) os outros.

O SUPERLATIVO pode:

a) ressaltar, com vantagem ou desvantagem, a qualidade do ser em relação a outros seres:

O rapaz é o mais cuidadoso dos (ou dentre os) pretendentes ao emprego.

O rapaz é o menos cuidadoso dos pretendentes.

b) indicar que a qualidade do ser ultrapassa a noção comum que temos dessa mesma qualidade:

O rapaz é muito cuidadoso.

O rapaz é cuidadosíssimo.

No primeiro caso, a qualidade é ressaltada em relação ou comparação com os outros pretendentes. Diz-se que o superlativo é relativo.

Forma-se o superlativo relativo com a intercalação do adjetivo nas fórmulas

o mais … de (ou dentre), o menos … de (ou dentre).

No segundo caso, a superioridade é ressaltada sem nenhuma relação com outros seres. Diz-se que o superlativo é absoluto ou intensivo.

O superlativo absoluto pode ser analítico ou sintético.

Forma-se o analítico com a anteposição de palavra intensiva

(muito, extremamente, extraordinariamente, etc.)

ao adjetivo: muito cuidadoso.

O sintético é obtido por meio do sufixo -issimo (ou outro de valor intensivo) acrescido ao adjetivo no grau positivo: cuidadosíssimo.

Quanto ao sentido, cuidadosíssimo diz mais, é mais enfático do que muito cuidadoso.

Na linguagem coloquial, se desejamos que o superlativo absoluto analítico seja mais enfático, costumamos repetir a palavra intensiva:

Ele é muito mais cuidadoso.

O meio termo entre estes dois superlativos (muito cuidadoso – cuidadosíssimo) é obtido com a fórmula mais do que cuidadoso:

“Estas e outras argüições, complicadas com os procedimentos mais do que ásperos da expulsão do coleitor Castracani em 1639, não concorreram pouco para alienar de todo o ânimo das populações …” (R. DA SILVA, Hist. Port, IV, 75-6).

Alterações gráficas no superlativo absoluto. – Ao receber o sufixo

intensivo, o adjetivo no grau positivo pode sofrer certas modificações:

a) os terminados em -a, -e, -o perdem essas vogais:

cuidadosa – cuidadosíssima

elegante – elegantíssimo

cuidadoso – cuidadosíssimo

b) os terminados em -vel mudam este final para -bil:

terrível – terribilíssimo

amável – amabilíssimo

c) os terminados em -m e -ão passam respectivamente a -n e -an-:

comum – comuníssimo

são – saníssimo

d) os terminados em -z passam esta consoante a -c-:

feroz – ferocíssimo

sagaz – sagacíssimo

Afora estes casos, outros há onde os superlativos se prendem às formas latinas. Apontemos os mais freqüentes:

acre – acérrimo
amargo – amaríssimo
amigo – amicíssimo
antigo – antiqüíssimo
áspero – aspérrimo
benéfico – beneficentíssimo
benévolo – benevolentíssimo
célebre – celebérrimo
célere – celérrimo
cristão – cristianíssimo
cruel – crudelíssimo
difícil – dificílimo
doce – dulcíssimo
fiel – fidelíssimo
frio – frigidíssimo
geral – generalíssimo
honorífico – honorificentíssimo
humilde – humílimo
incrível – incredibilíssimo
inimigo – inimicíssimo
íntegro – integérrimo
livre – libérrimo
magnífico – magnificentíssimo

magro – macérrimo
malédico – maledicentíssimo
maléfico – maleficentíssimo
malévolo – malevolentíssimo
mísero – misérrimo
miúdo – minutíssimo
negro – nigérrimo
nobre – nobilíssimo
parco – parcíssimo,
pessoal – personalíssimo
pobre – paupérrimo
pródigo prodigalíssimo
provável – probabilíssimo
público – publicíssimo
sábio – sapientíssimo
sagrado – sacratíssimo
salubre – salubérrimo
são – saníssimo
simples – simplicíssimo
soberbo – superbíssimo
tenaz – tenacíssimo
tétrico – tetérrimo

Ao lado do superlativo à base do termo latino, pode circular o que procede do adjetivo no grau positivo acrescido da terminação -íssimo:

agílimo – agilíssimo
antiqüíssimo – antiguíssimo
crudelíssimo – cruelíssimo
dulcíssimo – docissimo
facílimo – facilíssimo
humílimo – humildíssimo
macérrimo – magríssimo
nigérrimo – negríssimo
paupérrimo – pobríssimo

Obs.: Chamamos a atenção para as palavras terminadas em -io não precedido de e que, na forma sintética, apresentam dois is:

sério – seriíssimo
precário – precariíssimo
frio – friíssimo
necessário – necessariíssimo

Tendem a fixar-se as formas populares seríssimo (coisa seríssima), necessaríssimo e semelhantes, com um i apenas (*).

(*) “A falsa noticia do falecimento de Gonçalves Dias teve a boa conseqüência de mover o Governo a aliviar-lhe à situação material, que era precaríssima” (M. BANDEIRA, Poesia e Prosa, ed. Aguilar, 11, 778).

Comparativos e superlativos irregulares. – Afastam-se dos demais na sua formação de comparativo e superlativo os adjetivos seguintes:

o Comparativo de superioridade
Superlativo absoluto Superlativo relativo
bom melhor ótimo o pior
mau pior péssimo o pior
grande maior máximo o maior
pequeno menor mínimo Superlativo relativo

Não se diz mais bom nem mais grande em vez de melhor e maior; mas podem ocorrer mais pequeno, o mais pequeno, mais mau, por menor, o menor, pior.

Ao lado dos superlativos o maior, o menor, figuram ainda o máximo e o mínimo que se aplicam a idéias abstratas e aparecem ainda em expressões científicas, como a temperatura máxima, a temperatura mínima, máximo divisor comum, mínimo múltiplo comum, nota máxima, nota mínima.

Em lugar de mais alto e mais baixo usam-se os comparativos superior e inferior; por o mais alto e o mais baixo, podemos empregar os superlativos o supremo ou o sumo, e o ínfimo.

Comparando-se duas qualidades, ou ações, empregam-se mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno em vez de melhor, pior, maior, menor:

É mais bom do que mau (e não: é melhor do que mau)

A escola é mais grande do que pequena

Escreveu mais bem do que mal

Ele é mais bom do que inteligente.

Por fim, assinalemos que depois dos comparativos em -or (superior, inferior, anterior, posterior, ulterior) se usa a preposição a:

Superior A ti, inferior AO livro, anterior A nós

Repetição de adjetivo com valor superlativo.

Na linguagem coloquial pode-se empregar, em vez do superlativo, a repetição do mesmo adjetivo:

O dia está belo belo (= belíssimo)

Ela era linda linda (= lindíssima).

Proferindo-se estas orações, dá-se-lhes um tom de voz especial para melhor traduzir a idéia superlativa expressa pela repetição do adjetivo.

Geralmente consiste na pausa demorada na vogal da sílaba tônica.

Comparações em lugar do superlativo.

Para expressarmos mais vivamente o elevado grau de uma qualidade do ser, empregamos ainda comparações que melhor traduzem a idéia superlativa:

Pobre como Jô (= paupérrimo), feio como a necessidade (feiíssimo), claro como água, escuro como breu, esperto como ele só, malandro como ninguém.

Usam-se ainda certas expressões não comparativas: podre de rico, feio a mais não poder, grande a valer.

Adjetivos diminutivos.

As formas diminutivas de adjetivos podem adquirir valor de superlativo:

Blusa amarelinha, garoto bonitinho; “É bem feiozinho, benza-o Deus, o tal teu amigo !” (A. de Azevedo).

Fonte: lib.mlm.ru/www.colegiosaofrancisco.com.br

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