Pronomes Reflexivos

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Pronomes Reflexivos – O que é

Todo pronome Recíproco é um pronome reflexivo mas nem todo pronome reflexivo é Recíproco, ou seja, pronomes Recíprocos estão contidos nos pronomes Reclexivos.

Como pode haver diversas 3ªs pessoas cumprindo diversos papéis (sujeito e objeto direto/indireto) numa oração, a língua portuguesa apresenta o pronome reflexivo ‘se’, que, quando empregado, denota que a mesmíssima pessoa que é o sujeito da oração é também o objeto.

Assim, numa oração como “Guilherme já se preparou”, o ‘se’ denota que a pessoa preparada por Guilherme foi ele próprio. Se, ao invés de ‘se’, tivéssemos empregado ‘o’ (pronome oblíquo exclusivo para objetos diretos) numa oração como “Guilherme já o preparou” entenderíamos que ele preparou a outra pessoa.

No entanto, a mesma coisa não ocorre com as outras pessoas (1ª e 2ª), pois, como elas não se alteram, não precisamos empregar um pronome especial.

Veja exemplos:

Eu não me vanglorio disso. (O ‘me’ poderia referir-se a que outro ‘eu’?)
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Assim tu te prejudicas. (Mesma coisa com o ‘te’)
Conhece-te a ti mesmo.
Lavamo-nos no rio.
Vós vos beneficiastes com a Boa Nova.

Nota: No Brasil, costuma-se usar o pronome ‘si’ também com sentido reflexivo, contudo o mesmo não ocorre em Portugal. Portanto, uma oração como “Ela falou de si” seria genéricamente entendida no Brasil como “de si mesma” enquanto em Portugal como “de outrem”. O mesmo vale para ‘consigo’: “Antônio conversou consigo mesmo”.

A Palavra Se

Pronome Reflexivo

A palavra se será pronome reflexivo quando indicar que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo. Nesse caso, o verbo concordará com o sujeito.

Exemplos

A menina machucou-se ao cair do brinquedo.
As meninas machucaram-se.

Pronome Recíproco

A palavra se será pronome recíproco quando indicar ação trocada entre os elementos que compõem o sujeito. Nesse caso, o verbo concordará com o sujeito.

Exemplo

Sandro e Carla adoram-se.

Pronome Integrante do Verbo

A palavra se será pronome integrante do verbo quando aparecer junto de verbos pronominais, que são os que não se conjugam sem pronome.

Por exemplo: suicidar-se, arrepender-se, queixar-se, zangar-se, ater-se, abster-se … Nesse caso, o verbo concordará com o sujeito. Ex. Genofretildo suicidou-se depois que seus sócios se queixaram dele para o advogado.

Pronome Expletivo ou Pronome de Realce:

A palavra se será pronome expletivo, quando for usado apenas para reforçar a idéia contida no verbo, sendo, por isso, dispensável na frase. Ocorrerá o pronome expletivo com verbo intransitivo que tenha sujeito claro. Aparece, em geral, junto aos verbos ir, partir, chegar, passar, rir, sorrir, morrer. Novamente o verbo concordará com o sujeito.

Exemplos

As nossas esperanças foram-se para sempre.
As meninas sorriram-se agradecidas.
“Vai-se a primeira pomba despertada”. (Raimundo Correia)

Pronome Apassivador:

A palavra se será pronome apassivador, quando formar, junto de um verbo transitivo direto, a voz passiva sintética, que pode ser transformada em passiva analítica; indica que o sujeito é paciente e com ele concorda.

Exemplos

Compram-se carros usados. = Carros usados são comprados.
Esperou-se o tempo necessário. = O tempo necessário foi esperado.
Alugam-se casas na praia. = Casas na praia são alugadas.

Pronome de Indeterminação do Sujeito

A palavra se será pronome de indeterminação do sujeito, quando surgir junto a verbo transitivo indireto acompanhado de objeto indireto, a verbo transitivo direto acompanhado de objeto direto preposicionado, a verbo de ligação acompanhado de predicativo do sujeito e a verbo intransitivo sem sujeito claro. Nesse caso, o verbo deverá ficar, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular.

Exemplos

Necessita-se de pessoas qualificadas. (VTI com OI)
Estima-se a Jorge Amado. (VTD com OD Prep.)
Aqui se está satisfeito com o governo. (VL com PS)
Ainda se morre de tuberculose no Brasil. (VI sem sujeito claro)

Sujeito Acusativo

A palavra se será sujeito acusativo quando aparecer em estruturas formadas pelos auxiliares causativos fazer, mandar e deixar e pelos auxiliares sensitivos ver, ouvir, sentir…, seguidos de objeto direto na forma de oração reduzida (verbo no infinitivo ou no gerúndio).

Exemplos

Ela deixou-se levar pelo namorado.
Nós a vimos virando a esquina.
O gerente mandou o garoto buscar os documentos.

Quando o sujeito acusativo for representado por um substantivo plural, o verbo no infinitivo tanto poderá ficar no singular quanto no plural.

Exemplos

Mandar as garotas fazer o trabalho.
Mandaram as garotas fazerem o trabalho.

Conjunção Subordinativa Integrante:

A palavra se será conjunção subordinativa integrante, quando iniciar oração subordinada substantiva, ou seja, oração que funcione como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto.

Exemplo

Não sei se todos terão condições de acompanhar a matéria. (Oração que funciona como OD) Sentiremos se vocês não comparecerem à solenidade. (Oração que funciona como OD)

Conjunção Subordinativa Condicional

A palavra se será conjunção subordinativa condicional, quando iniciar oração subordinada adverbial condicional, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de condição.

Exemplo

Tudo estaria resolvido, se ele tivesse devolvido o dinheiro.

Conjunção Subordinativa Causal

A palavra se será conjunção subordinativa causal, quando iniciar oração subordinada adverbial causal, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de causa.

Exemplo

Se você sabia que eu não conseguiria, por que me deixou sozinho?

Funções da palavra SE

  • Pronome reflexivo com a função sintática do objeto direto Elas não se encontravam na redação.
  • Pronome reflexivo com a função de objeto indireto Ele atribuía-se o direito de julgar.
  • Pronome reflexivo recíproco com a função de objeto direto Admiravam-se de longe.
  • Pronome reflexivo recíproco com a função de objeto indireto Eles retribuíram-se as respectivas malvadezas.
  • Pronome reflexivo com a função de sujeito de um infinitivo Ela deixou-se ir.
  • Pronome apassivador Compram-se jornais.
  • Índice de indeterminação do sujeito Assistiu-se a um belo espetáculo.
  • Pronome de realce O mestre da outra escola sorriu-se da tradução.
  • Parte integrante dos verbos essencialmente pronominais Queixou-se muito da vida.
  • Conjunção subordinativa integrante Ela queria ver se conseguia.
  • Conjunção subordinativa condicional Se eles vierem, serão bem recebidos.

Funções do QUE

  • Pronome relativo: (o qual, a qual) A curiosidade é um vício que desconhece termos.
  • Pronome substantivo indefinido: (= que coisa) ligado a verbo. Elas não sabiam que fazer.
  • Pronome adjetivo indefinido: (= quanto, quanta) ligado a substantivo Que tristeza, meu Deus!
  • Pronome interrogativo: (se, no final de frase, é acentuado) Por que não vai conosco? Você não foi, por quê?
  • Substantivo antecedido de artigo e ê acentuado Havia em seus olhos um quê de curiosidade.
  • Preposição: Pode ser substituído normalmente pelo “de” A gente tem que explicar com franqueza certas coisas.
  • Advérbio de intensidade: (muito) ligado a adjetivo Que bela tarde!
  • Interjeição: (sempre acentuado) Quê! Você tem coragem?
  • Partícula expletiva Que esperto que é teu irmão!
  • Faz parte da locução expletiva Ele é que sabe das coisas!
  • Conjunção causal: (= porque) Disse que não iria, que não tinha roupas adequadas.
  • Conjunção Integrante Suponhamos que elas viessem
  • Conjunção Comparativa Uma era mais esperta que a outra.
  • Conjunção concessiva (= embora) Que não seja rico, sempre me casarei com ele.
  • Conjunção Condicional (= se) Que você pague a promissória, hão de entregar a mercadoria.
  • Conjunção Conformativa (= segundo, conforme) Ao que dizem, os exames serão dificílimos.
  • Conjunção Temporal: Chegados que foram à cabana, reviraram tudo.
  • Conjunção Final: Fiz-lhe sinal que se calasse.
  • Conjunção Consecutiva: Falou tanto que ficou rouco.
  • Conjunção Aditiva: Anda que anda e nada encontra.
  • Conjunção Explicativa: Fique quieto que eu quero dormir.

Função da Palavra SE

A palavra SE pode exercer diversas funções dentro da língua portuguesa.

Tais funções são as seguintes:

a) Pronome apassivador ou partícula apassivadora

Aparece na formação da voz passiva sintética com verbos transitivo direto, e transitivo direto e indireto; com verbo transitivo apenas indireto, não há possibilidade. Na prática, a frase pode ser transposta para a passiva analítica ( com dois verbos ).

Exemplos

Reformam-se móveis velhos. (= Móveis velhos são reformados. )
Entregou-se o prêmio ao aluno que obteve a melhor nota. (= O prêmio foi entregue ao aluno que obteve a melhor nota. )

b) Índice de indeterminação do sujeito

Também chamado de pronome impessoalizador, pronome apassivador impessoal ou, ainda, símbolo de indeterminação do sujeito, aparece junto a verbo intransitivo ou transitivo indireto.

Como o nome já diz, quando exerce essa função, a palavra SE indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de oração não admite a passagem para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre na 3º pessoa do singular.

Exemplos

Vive-se bem naquele país.
Precisava-se de novas fontes de riquezas.

c) Pronome reflexivo

Usado para indicar que a ação praticada pelo sujeito recai sobre o próprio sujeito ( voz reflexiva). É substituível por: a si mesmo, a si próprio etc.

Exemplo

O lenhador machucou-se com a foice. (= machucou a si mesmo)
Localize-se no mapa. (= localize a si próprio)

d) Pronome reflexivo recíproco

Usado para indicar que a ação praticada por um dos elementos do sujeito recai sobre o outro elemento do sujeito e vice-versa. Na prática, é substituível por: um ao outro, uns aos outros etc.

Exemplo

Pai e filho abraçaram-se emocionados. (= abraçaram um ao outro )
Amigo e amiga deram-se as mão afetuosamente. (= deram as mãos um ao outro)

e) Parte integrante do verbo

Há verbos que são essencialmente pronominais, isto é, são sempre apresentados e conjugados com o pronome. Não se deve confundi-los com os verbos reflexivos, que são acidentalmente pronominais. Os verbos essencialmente pronominais geralmente se referem a sentimentos e fenômenos mentais: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se arrepender-se, queixar-se, etc.

Exemplo

Os atletas queixaram-se do tratamento recebido.
Ele não se dignou a entrar.

f) Partícula expletiva ou de realce

O SE é considerado partícula expletiva ou de realce quando ocorre, principalmente, ao lado de verbos intransitivos, de movimento ou que exprimem atitudes da pessoa em relação ao próprio corpo ( ir-se, partir-se, chegar-se, passar-se, rir-se, sentar-se, sorrir-se, etc. ), em construções em que o SE não apresenta nenhuma função essencial para a compreensão da mensagem. Trata-se de um recurso estilístico, um reforço de expressão.

Exemplos

Acabou-se a confiança no próximo.
Lá se vai mais um caminhão de verduras.

g) A conjunção SE

Atuando como conjunção, o SE sempre introduz oração subordinada.

Conjunção subordinativa integrante

Inicia orações subordinadas substantivas ( subjetiva, objetiva direta, etc.).

Exemplos

Ninguém sabe se ele venceu a partida.

Não sei se tudo isso vale a pena.

Conjunção subordinativa condicional

Introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. Essas orações exprimem a condição necessária para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Essa relação também se pode dar em um sentido hipotético.

Exemplos

Se não chover, partiremos à tarde.
O material será devolvido se você quiser.

Sujeito de um infinitivo

Trata-se das estruturas formadas pelos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir, etc.) quando seguidos de objeto direto na forma de oração reduzida. Nesse casos, o pronome SE atuará sintaticamente como sujeito.

Exemplos

Deixou-se ficar à janela a tarde toda.
O jovem professor sentiu-se fraquejar.

Objeto direto

Acompanha verbo transitivo direto que tenha sujeito animado.

Exemplos

Ergueu-se, passou a toalha no rosto.
Vestiu-se rapidamente, telefonou pedindo um táxi, saiu.

Objeto indireto

Aparece quando o verbo é transitivo direto e indireto.

Ele arroga-se a liberdade de sair a qualquer hora.
Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.

Pronomes Reflexivos – Complemento Verbal

São aqueles que expressam a igualdade entre o sujeito e o objeto da ação.

Os pronomes reflexivos, embora também apontem para o sujeito da oração, exercem sempre a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto). Por esse motivo são associados aos pronomes pessoais do caso oblíquo, herdando as características desses.

O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:

1ª pessoa do singular (eu): me

2ª pessoa do singular (tu): ti

3ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo

1ª pessoa do plural (nós): nos

2ª pessoa do plural (vós): vos

3ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo

Com exceção das terceiras pessoas do singular e plural, as demais formas dos pronomes reflexivos repetem as formas do pronome oblíquo átono. Como os pronomes átonos são fracos quanto à acentuação, há determinadas formas e posições fixas para eles na oração.

A forma contraída dos pronomes reflexivo (consigo) é obrigatória na construção dos pronomes de 3ª pessoas do singular e do plural. Essa forma contraída freqüentemente exerce a função de adjunto adverbial de companhia (ex.: Ela veio comigo).

A concordância e os pronomes reflexivos

Os pronomes reflexivos (me, te, se, nos e etc.) possuem uma forma especial para cada pessoa verbal.

Para indicar que o objeto da ação é a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, é obrigatória a concordância em pessoa entre o pronome reflexivo e a pessoa a qual se refere.

É importante lembrar, ainda, que a terceira pessoa possui uma única forma tanto para o singular quanto para o plural: se, si e consigo.

Exemplos:

Eu se machuquei. [Inadequado] Eu me machuquei. [Adequado]

Ela foi embora e levou minha juventude contigo. [Inadequado] Ela foi embora e levou minha juventude consigo. [Adequado]

Observe que a concordância própria aos pronomes reflexivos respeitam apenas a pessoa verbal e não o gênero da pessoa a qual se refere, senão vejamos os exemplos de sentenças corretas:

Ela está fora de si. / Ele está fora de si.

Além disso, é comum acrescentar algumas expressões reforçativas junto aos pronomes reflexivos. Dessa forma, destaca-se a idéia de igualdade entre as pessoas que estão sujeitas à ação.

Exemplos:

Eu me machuquei. Eu mesma me machuquei.

Eles se julgavam. Eles julgavam-se a si mesmos.

Verbos com pronome “se”

Certos verbos da Língua Portuguesa expressam, na sua forma infinitiva, a idéia de ação reflexiva. Para indicar que o objeto da ação é a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, é obrigatória a concordância em pessoa entre o pronome reflexivo e a pessoa à qual se refere.

O pronome “se” torna-se, portanto, parte integrante dos verbos reflexivos. São esses os verbos indicativos de sentimentos ou mudança de estado, tais como preocupar-se, queixar-se, indignar-se, admirar-se, comportar-se, congelar-se, derreter-se e etc.

Os pronomes reflexivos (me, te, se, nos e etc.) possuem uma forma especial para cada pessoa verbal, com exceção da terceira pessoa, que possui uma única forma tanto para o singular quanto para o plural: se, si e consigo.

Exemplos:

Nós se atrevemos a ler seus manuscritos. [Inadequado] Nós nos atrevemos a ler seus manuscritos. [Adequado]

Eu teimava em suicidar-se em tempo breve. [Inadequado] Eu teimava em suicidar-me em tempo breve. [Adequado]

O “se” em início de sentença

A palavra “se” desempenha diversas funções na língua portuguesa: partícula apassivadora, índice de indeterminação do sujeito, pronome, conjunção, palavra integrante, termo expletivo, etc.

Dentre essas várias funções do “se”, a de conjunção é a única que permite o seu emprego em início de sentença. Enquanto conjunção, o “se” indica a idéia de condição, possibilidade; por isso, é uma conjunção condicional. É possível, portanto, iniciar uma sentença com uma oração condicional, ou seja, impondo-se uma condição para que um fato ocorra.

Por conseqüência dessas observações acima, é inaceitável o emprego da palavra “se” como pronome, por exemplo, em início de sentença. O pronome “se” é um pronome pessoal reflexivo ou recíproco. Dentre os pronomes pessoais, os únicos permitidos para figurarem em início de sentença são os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele e etc.). Os demais pronomes pessoais (os oblíquos: me, te, o, a e etc. e os reflexivos e recíprocos: nos, se e etc.), ocupam posição interna na sentença.

Exemplos:

Se ofendiam e se amavam compulsivamente. [Inadequado] Ofendiam-se e amavam-se compulsivamente. [Adequado]

Se aproximaram um do outro fingindo ignorarem-se. [Inadequado] Aproximaram-se um do outro fingindo ignorarem-se. [Adequado]

Como partícula apassivadora, o “se” mantém-se junto ao verbo, da mesma forma que o pronome. Sua ligação com o verbo é demonstrada pelo uso do hífen, que não permite que o “se” fique solto na sentença. É inadequado, portanto, o emprego do “se” – partícula apassivadora – em início de sentença.

Exemplos:

Se ouvem passos no corredor, aterrorizando a madrugada. [Inadequado] Ouvem-se passos no corredor, aterrorizando a madrugada. [Adequado]

Se calcula imposto de renda aqui. [Inadequado] Calcula-se imposto de renda aqui. [Adequado]

É interessante exemplificar, ainda, o emprego inadequado do “se” quando este exerce a função de partícula integrante de verbos. Nessa situação, o “se” é representado porque faz parte dos chamados verbos pronominais (ex.: suicidar-se, arrepender-se). Nesse caso, o “se” também é inaceitável em início de sentença, devendo se apresentar posterior ao verbo quando este verbo estiver em posição inicial.

Exemplos:

Se informe sobre as inscrições na secretaria da escola. [Inadequado] Informe-se sobre as inscrições na secretaria da escola. [Adequado]

Se comprometeu com a organização do baile, mas cometera um erro. [Inadequado] Comprometeu-se com a organização do baile, mas cometera um erro. [Adequado]

O VERBO “SUICIDAR-SE” É UM PLEONASMO?

O verbo “suicidar-se” vem do latim sui (“a si” = pronome reflexivo) + cida (= que mata). Isso significa que “suicidar” já é “matar a si mesmo”. Dispensaria, dessa forma, a repetição causada pelo uso do pronome reflexivo “se”.

É importante lembrar que as palavras terminadas pelo elemento latino “cida” apresentam essa idéia de “matar”: formicida – que mata formigas; inseticida – que mata insetos; homicida – que mata homens.

Voltando ao verbo “suicidar-se”, se observarmos o uso contemporâneo deste verbo, não restará dúvida: ninguém diz “ele suicida” ou “eles suicidaram”.

O uso do pronome reflexivo “se” junto ao verbo está mais que consagrado em nosso idioma. É, na verdade, um pleonasmo irreversível.

O verbo “suicidar-se” hoje é tão pronominal quanto os verbos “arrepender-se”, “esforçar-se”, “dignar-se”.

Diferente é o caso do verbo “autocontrolar-se”. O prefixo auto vem do grego e significa “a si mesmo”. Existe o substantivo “autocontrole” (= controle de si mesmo”), mas não há registro do verbo “autocontrolar-se”. Se você quer “controlar a si mesmo”, basta “controlar-se”.

É interessante, porém, saber que os nossos dicionários registram “autocriticar-se”, “autodefender-se”, “autodefinir-se”, “autodenominar-se”, “autodestruir-se”, “autodisciplinar-se”, “autoenganar-se”, “autogovernar-se”…

Numa história que é contada pelo grande ator, compositor, escritor, poeta, Mário Lago, do seu livro 16 linhas cravadas , entre outras histórias, encontra-se a do professor de português que se mata ao descobrir a traição de sua amada esposa Adélia.

Deixou escrito na sua mensagem de despedida: “Adélia suicidou-me”.

Fonte: www.graudez.com.br/www.nilc.icmc.usp.br/intervox.nce.ufrj.br

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