Hífen

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1) Casos gerais

Usa-se o hífen para unir os elementos que formam as palavras compostas ou derivadas.

Ex : Guarda – comida, anti – higiênico.

Usa-se o hífen para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos.

Ex : Disseram – lhe, levá – la.

Separar palavras no final de linhas.

Ex: Foi contando a Dona-Benta.

2) Palavras compostas

Substantivos compostos

Emprega-se o hífen para unir os elementos dos substantivos compostos em que se mantém a noção de composição.

Ex : guarda-chuva

Adjetivos compostos

Emprega-se o hífen para unir os elementos dos adjetivos compostos.

Ex : luso-brasileiros.

3) Sufixos

É empregado quando o 1º elemento da palavra terminar em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exigir.

Ex: capim-açu, capim-mirim, maracujá-açu.

4) Prefixos

Em princípio, os prefixos devem sempre liga-se diretamente ao radical

Ex:

Co + eficiente = Coeficiente

Super + agudo = Superagudo

Sem + fim = Sem-fim

Além + fronteira = Além-fronteira

5) Casos especiais

Palavras derivadas de nomes próprios compostos, que indicam lugar

Ex : Cabo-verdiano.

Para indicar paralelismo ou simetria

Ex: Brasil-Inglaterra.

Para indicar idéia de oposição – ex: Jogo Santos-São Paulo.
Nas datas. Ex: 25-04-85.

Expressões com a palavra não, sem função de advérbio, e sim em prefixo, indicando negação.

Ex: Não-agressão.

Hífen – Palavras

Só se ligam por hífen os elementos das palavras compostas em que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de sentido.

Dentro dêsse princípio, deve-se empregar o hífen nos seguintes casos:

1.º – Nas palavras compostas em que os elementos, com a sua acentuação própria, não conservam, considerados isoladamente, a sua significação, mas o conjunto constitui uma unidade semântica: água-marinha, arco-íris, galinha-d’água, couve-flor, guarda-pó, péde- meia (mealheiro; pecúlio), pára-choque, porta-chapéus, etc.

OBSERVAÇÃO 1.ª – Incluem-se nesta norma os compostos em que figuram elementos fonèticamente reduzidos: bel-prazer, és-sueste, mal-pecado, su-sueste, etc.

OBSERVAÇÃO 2.ª – O antigo artigo el, sem embargo de haver perdido o seu primitivo sentido e não ter vida à parte na língua, une-se por hífen ao substantivo rei, por ter este elemento evidência semântica.

OBSERVAÇÃO 3.ª – Quando se perde a noção do composto, quase sempre em razão de um dos elementos não ter vida própria na língua, não se escreve com hífen, mas aglutinadamente: abrolhos, bancarrota, fidalgo, vinagre, etc.

OBSERVAÇÃO 4.ª – Como as locuções não têm unidade de sentido, os seus elementos não devem ser unidos por hífen, seja qual for a categoria gramatical a que elas pertençam. Assim, escreve-se, v.g., vós outros (locução pronominal), a desoras (locução adverbial), a fim de (locução prepositiva), contanto que (locução conjuntiva), porque essas combinações vocabulares não são verdadeiros compostos, não formam perfeitas unidades semânticas. Quando porém as locuções se tornam unidades fonéticas, devem ser escritas numa só palavra: acerca (adv.), afinal, apesar, debaixo, decerto, defronte, depressa, devagar, deveras, resvés, etc.

OBSERVAÇÃO 5.ª – As formas verbais com pronomes enclíticos ou mesoclíticos e os vocábulos compostos cujos elementos são ligados por hífen conservam seus acentos gráficos: amá-lo-á, amárreis-me, amásseis-vos, devê-lo-ía, fá-la-emos, pô-las-íamos, possuí-las, provêm-lhes, retêm-nas; água-de-colônia, pão-de-ló, pára-sóis, pesa-papéis, etc.

2.º – Nas formas verbais com pronomes enclíticos ou mesoclíticos: amá-lo (amas e lo), amá-lo (amar e lo), dê-se-lhe, fálo- á, oferecê-la-ia, repô-lo-eis, serenou-se-te, traz-me, vedou-te, etc.

3.º – Nos vocábulos formados pelos prefixos que representam formas adjetivas, com anglo, greco, histórico, ínfero, latino, lusitano, luso, póstero, súpero, etc.: anglo-brasileiro, greco-romano, históricogeográfico, ínfero-anterior, latino-americano, lusitano-castelhano, luso-brasileiro, póstero-palatal, súpero-posterior, etc.

OBSERVAÇÃO – Ainda que esses elementos prefixais sejam reduções de adjetivos, não perdem a sua individualidade morfológica, e, por isso, devem unir-se por hífen, como sucede com austro (=austríaco), dólico (=dolicocéfalo), euro (=europeu), telégrafo (=telégrafico), etc.: austro-húngaro, dólico-louro, euro-africano, telégrafo-postal, etc.

4.º – Nos vocábulos formados por sufixos que representam formas adjetivas como açu, guaçu e mirim, quando o exige a pronúncia e quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada gràficamente: andá-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açú, etc.

5.º – Nos vocábulos formados pelos prefixos:

a) auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi e ultra, quando se lhes seguem palavras começadas por vogal, h, r ous: auto-educação, contra-almirante, extra-oficial, infrahepático, intra-ocular, neo-republicano, proto-revolucionário, pseudo-revelação, semi-selvagem, ultra-sensível, etc.

OBSERVAÇÃO

a) A única exceção a esta regra é a palavra extraordinário, que já está consagrada pelo uso.
b)
ante, anti, arqui e sôbre, quando seguidos de palavras iniciadas porh, r ou s: ante-histórico, anti-higiênico, arqui-rabino, sobre-saia, etc.
c)
supra, quando se lhe segue palavra encetada por vogal, r ous: supra-auxiliar, supra-renal, supra-sensível, etc.
d)
super, quando seguido de palavra principiada por h ou r: super-homem, super-requintado, etc.
e)
ab, ad, ob, sob e sub, quando seguidos de elementos iniciados porr: ab-rogar, ad-renal, ob-reptício, sob-roda, sub-reino, etc.
f)
pan e mal, quando se lhes segue palavra começada por vogal ouh: pan-asiático, pan-helenismo, mal-educado, mal-humorado, etc.
g)
bem, quando a palavra que lhe segue tem vida autônoma na língua ou quando a pronúncia o requer: bem-ditoso, bem-aventurança, etc.
h)
sem, sota, soto, vice, vizo, ex (com o sentido de cessamento ou estado anterior), etc.: sem-cerimônia, sota-pilôto, sota-ministro, vice-reitor, vizo-rei, ex-diretor, etc.
i)
pós, pré, e pró, que têm acento próprio, por causa da evidência dos seus significados e da sua pronunciação, ao contrário dos seus homógrafos inacentuados, que, por diversificados foneticamente, se aglutinam com o segundo elemento: pós-meridiano, pré-escolar, pró-britânico; mas pospor, preanunciar, procônsul, etc.

Hífen – Uso

O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente, sugerindo a idéia de união Semântica. O hífen une duas palavras formando um conjunto sem espaços. Vejamos quais são esses usos.

Pronome átono posterior

Quando o verbo é seguido de pronome átono, usa-se hífen entre os dois.

Por exemplo:

Faça-me, faça-te, faça-o, faça-a, faça-os, faça-as, façam-lhe, façam-no, façam-na, façam-nos, façam-nas, façam-vos, façam-lhes.

Usa-se dois hífens quando após o verbo temos dois Pronomes átonos seguidos.

Exemplo:

Dava-se-lhe.

O hífen também é empregado quando o pronome se interpõe entre os morfemas do verbo, o que ocorre nos tempos Indicativo futuro e Indicativo passado posterior.

Exemplos:

Fa-lo-ei, Dir-lhe-ia, Ver-me-iam.

Nos enunciados em que ocorre a Palavra eis seguida por pronome átono, também se emprega hífen.

Exemplos:

Eis-me, Ei-lo.

Locuções

Em muitos casos, usa-se o hífen entre as palavras de uma locução.

Por exemplo: água-marinha, arco-íris e couve-flor. Em nossa escrita, representamos as locuções de várias formas. Em alguns casos, escrevemos as palavras da locução separadas, em outros, escrevemo-las juntas e, finalmente, há os casos em que colocamos hífen entre elas. Infelizmente não há uma regra que nos permita dizer qual é a representação correta para cada locução. Somente o convívio com a língua escrita nos dará a fluência na representação das locuções.

Afixos e hífen

Alguns afixos são representados em nossa escrita separados do restante da Palavra por um hífen.

Por exemplo: anglo-saxão, açaí-mirim e extra-oficial. Existem algumas regras que nos ajudam a decidir quando usar hífen para isolar afixos, embora não sejam regras simples. O convívio com o idioma escrito, nesse caso, costuma ser mais eficaz que a memorização das regras, mas vejamos quais são elas.

O prefixo tem característica adjetiva. Isso é especialmente comum com prefixos que indicam nacionalidade, posição relativa ou área do conhecimento.

Exemplos: luso-brasileiro, sino-soviético, austro-húngaro, ínfero-anterior, econômico-financeiro, sócio-lingüístico.

O sufixo é de origem tupi-guarani e tem função adjetiva como açu, guaçu e mirim.

Usa-se hífen em alguns casos como: andá-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açú.

Com os prefixos auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi e ultra, se na seqüência vier Vogal, h, r ou s:

Exemplos: auto-educação, contra-almirante, extra-oficial, infra-hepático, intra-ocular, neo-republicano, proto-revolucionário, pseudo-revelação, semi-selvagem, ultra-sensível, etc. Exceção: extraordinário.

Com os prefixos ante, anti, arqui e sobre, quando seguidos por h, r ou s:

Exemplos: ante-histórico, anti-higiênico, arqui-rabino, sobre-saia, etc.

Com o prefixo supra, quando seguido de Vogal, r ou s:

Exemplos: supra-auxiliar, supra-renal, supra-sensível, etc.

Com o prefixo super, quando seguido por h ou r:

Exemplos: super-homem, super-requintado, etc.

Com os prefixos ab, ad, ob, sob e sub, quando seguidos por r.

Exemplos: ab-rogar, ad-renal, ob-reptício, sob-roda, sub-reino, etc.

Com os prefixos pan e mal, quando seguidos por Vogal ou h: pan-asiático, pan-helenismo, mal-educado, mal-humorado, etc.

Com o prefixo bem, em alguns casos como: bem-ditoso, bem-aventurança, etc.

Com os prefixos sem, sota, soto, vice, vizo, ex.

Exemplos: sem-cerimônia, sota-piloto, sota-ministro, vice-reitor, vizo-rei, ex-diretor, etc.

Com os prefixos pós, pré, e pró, em alguns casos como: pós-meridiano, pré-escolar e pró-britânico.

Agrupamentos semânticos

Quando o redator quiser passar a idéia de que um conjunto de palavras forma um bloco semântico coeso, pode interpor hífens entre as palavras do conjunto.

Trata-se de um uso retórico do hífen.

Exemplo: Desejo-lhe um futuro mais-que-perfeito.

Pólos semânticos

Quando duas palavras no plano semântico constituem pólos semânticos, cada uma delas em extremos opostos da significação, podemos usar hífen entre elas com o fim retórico de enfatizar essa polaridade.

Exemplos:

Dicotomia língua-fala.

Percurso Rio-SãoPaulo.

Hifenização

Hifenização é a prática de dividir uma Palavra escrita em duas partes para aproveitar melhor o espaço no final da linha tipográfica. Uma parte da Palavra fica no final da linha e o restante vai para o início da linha seguinte. Quando fazemos a hifenização de uma Palavra, temos que usar hífen no final da linha, após a primeira parte da Palavra. Com isso, indicamos que não se trata de uma Palavra completa e que o complemento encontra-se no início da linha seguinte.

Hífen – Prefixos e Radicais

Os prefixos e os radicais proto, auto, semi, supra, extra, pseudo, infra, neo, intra, contra e ultra serão grafados com hífen quando forem usados antes de H – R – S e Vogal.

Por exemplo

proto-histórico, protogaláxia, auto-retrato, autocolante, semi-reta, semibárbaro, supra-hepático, supracitado, extra-oficial, extracelular, pseudo-sábio, pseudocaule, infra-escrito, infracitado, neo-humanismo, neobarroco, intra-ocular, intracardíaco, contra-ataque, contra-senso, contradeclarar, ultra-realismo, ultrabásico. (Exceção: Extraordinário)

Ante, anti, sobre e arqui terão hífen antes de H – R e S.

Por exemplo

ante-sala, antebraço, anti-reumático, antiabortivo, sobre-humano, sobreexcelente, arqui-rival, arquiavô. (Exceções: sobressair, sobressalente, sobressaltar)

Super, hiper e inter: antes de H e R.

Por exemplo

super-homem, superabundante, hiper-hidrose, hiperacidez, inter-regional, interacadêmico.

Pan e mal. Antes de H e Vogal.

Por exemplo

Pan-americano, pancromático, mal-humorado, malquerer (mal-querido, porém).

Circum: antes de Vogal.

Por exemplo

Circum-adjacente, circumpolar.

sem, pré, pára, co, grão, bem e além, sempre: sem-vergonha, sem-cerimônia, pré-vestibular, pré-adolescente, pára-choque, pára-quedas, pára-quedista, co-autor, co-editor, grão-mestre,grão-duque, bem-ajambrado, bem-vindo, além-túmulo, além-país. (Exceções: predefinir, predeterminado, predispor, predizer, preexistir.)

ad, ab, ob e sob : antes de R: ad-rogar, adjunto, ab-rogar, ablocar, ob-repção, sob-roda, sobpor.

sub: antes de R e de B Obs: Antes de H é facultativo: sub-reitor, subchefe, sub-bibliotecário. Sub-humano ou subumano.

aquém, ex, pós, pró, grã e recém: sempre: aquém-fronteiras, ex-namorado, pós-graduação, pró-paz, grã-duquesa, recém-casado.

Usa-se o hífen

1. nas palavras compostas em que os elementos da composição têm acentuação própria e formam uma unidade significativa: guarda-roupa, beija-flor, bem-te-vi;

2. com a partícula denotativa eis seguida de pronome pessoal átono: eis-me, eis-vos, eis-nos, ei-lo (com a queda do s);

3. nos adjetivos compostos: surdo-mudo, afro-brasileiro, sino-luso-brasileiro;

4. nos vocábulos formados pelos sufixos Açu, guaçu e mirim, se o primeiro elemento terminar com uma vogal acentuada graficamente ou for anasalada: sabiá-açu, acará-guaçu, capim-açu;

5. em vocábulos formados por prefixos que têm acentuação: pré-história, pós-operatório, pró-socialista;

6. com os prefixos do quadro abaixo (mas observe que haverá hífen diante de determinadas letras):

Prefixos

Diante de

Exemplos:

auto, contra, extra, intra, infra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra vogal, h, r e s auto-escola, contra-ordem, extra-oficial, intra-renal, infra-som, neo-republicano, proto-revolucionário, pseudo-revelação, semi-selvagem, supra-humano, ultra-som
ante, anti, arqui, sobre, hiper, inter, super h, r e s ante-histórico, anti-rábico, ante-sala, anti-higiênico, arqui-rabino, sobre-solar, hiper-sensível, inter-regional, super-homem, sub-raça
sub b e r sub-bosque, sub-região
circum, pan, mal vogal e h circum-adjacente, pan-americano, mal-educado, mal-humorado
ad, ab, sob r ad-renal, ab-rogar, sob-roda
além, aquém, recém, sem, sota, soto, vice, ex ( = anterioridade) qualquer palavra além-mar, aquém-mar, recém-casado, sem-terras, soto-capitão, ex-aluno

Observações

a) Fugindo à regra, a palavra extraordinário escreve-se sem hífen.
b)
Nos compostos com o prefixo bem, usa-se hífen quando o segundo elemento tem vida autônoma ou quando a pronúncia assim o exigir.

Exemplos

Bem-vindo, bem-estar, bem-aventurado, etc.

c) O prefixo sobre apresenta algumas exceções.

Exemplos

Sobressair, sobressalto, sobressalente, etc.

d) O prefixo co é seguido de hífen quando tem o sentido de “a par” ou “juntamente” e o segundo elemento tem vida autônoma.

Exemplos

Co-aluno, co-autor, co-proprietário.

Existem, no entanto, inúmeras composições consagradas pelo uso em que não se usa o hífen.

Exemplos

Coexistir, colateral, correlação, coabitar, coadjuvante, etc.

RELAÇÃO DOS PREFIXOS MAIS USADOS

AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA.

Estes prefixos exigem hífen quando se juntam a palavras iniciadas por vogal, h, r e s.

Exemplos: auto-análise, auto-escola, auto-estima, auto-retrato, auto-suficiente, contra-almirante, contra-ataque, contra-reforma, contra-regra, contra-senso, extra-humano, extra-oficial, extra-regimental, extra-secular, infra-estrutura, infra-renal, infra-social, intra-ocular, intra-uterino, intra-regional, intra-setorial, neo-humanista, neo-republicano, proto-história, proto-revolucionário, pseudo-herói, pseudo-revolucionário, pseudo-sábio, semi-analfabeto, semi-reta, semi-selvagem, supra-hepático, supra-renal, supra-sumo, ultra-especial, ultra-humano, ultra-realismo, ultra-romântico, ultra-sensível, ultra-som…

Exceção: “extraordinário” não leva hífen.

ANTI, ANTE, ARQUI, SOBRE

Estes prefixos devem ser ligados por hífen a palavras iniciadas por h, r ou s.

Exemplos: anti-herói, anti-higiênico, anti-rábico, anti-séptico, anti-social, ante-histórico, ante-república, ante-sala, arqui-rabino, arqui-rival, arqui-sacerdote, sobre-humano, sobre-saia, sobre-ser, sobre-sinal…

INTER, HIPER, SUPER

Estes prefixos só exigem hífen quando se juntam a palavras que começam por h e r.

Exemplos: inter-humano, inter-regional, hiper-raivoso, hiper-hidrose, super-homem, super-rápido, super-requintado…

SUB

Este prefixo só exige hífen quando se associa a palavra que começa por b ou r.

Exemplos: sub-base, sub-bibliotecário, sub-região, sub-ramo, sub-reino.

ATENÇÃO PARA: bi, tri, tetra, penta, hexa…

Palavras com estes elementos não devem levar hifen.

Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão, tetraplégico, pentacampeão, pentágono…

Também não se deve usar o hífen após os elementos “hidro, socio, micro, macro, multi, mini, mega e tele”. Estes elementos sempre se juntam sem hífen à palavra agregada. Se esta começar com “r” ou com “s”, teremos “rr” ou “ss”.

Exemplos: hidrossanitária, sociopolítico, microempresa, minissérie, minissaia, macrorregião, megaempresa, megashow, multimídia, multirracial, multissecular, telespectador, teleducação, telecomunicação, telessala, telessexo, telessena…

Em relação ao prefixo “hidro”, em alguns casos, há duas formas possíveis: “Hidroavião” e “hidravião”; “hidroenergia” e “hidrenergia”; por exemplo, são formas registradas pelo “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, da ABL.

Quando se junta o elemento “mini” a palavras que começam por “h”, o “Formulário Ortográfico” não disciplina com clareza esse caso. Com exceção do “Houaiss”, os demais dicionários também não tocam no assunto.

O “Houaiss” registra: “Nos casos (…) em que o segundo elemento se iniciar por h, sugere-se o uso de hífen.” É o que ocorre com “mini-hospital”, “mini-hotel”, etc.

No caso do elemento “socio”, só usamos hífen quando ele é substantivo (= de associado). Exemplo: sócio-gerente.

USA-SE O HÍFEN:

Continua a ser usado o hífen em casos de composição por justaposição. Note-se que, nesse caso específico, não entra em questão a derivação como processo formador de palavras, com seus prefixos e falsos prefixos — situação que, aliás, exige outra compreensão —, mas tão-somente os termos compostos.

Desse modo, persiste o hífen em palavras compostas formadas por:

substantivo + substantivo: pombo-correio; médico-cirurgião; tenente-coronel; decreto-lei; arco-íris; turma-piloto; ano-luz

substantivo + adjetivo: amor-perfeito; guarda-noturno; cajá-mirim; obra-prima; capitão-mor; conta-corrente; erva-doce

adjetivo + adjetivo: azul-escuro; russo-americano; político-social

adjetivo com forma reduzida + adjetivo: ítalo-brasileiro (italiano e brasileiro); hispano-americano (hispânico e americano); luso-brasileiro (lusitano e brasileiro); afro-asiático (africano e asiático); afro-lusitano (africano e lusitano).

Observação: Interessante notar que o composto “afrodescendente”, que aparentemente se encaixa na regra deste item, continua do mesmo jeito, sem hífen. É que, nesse caso, a redução de “africano” (“afro”) não indica duas etnias, como em “afro-asiático” ou em “afro-lusitano”, querendo apenas dizer que certo indivíduo descende de africano. O termo “afro” aí age adjetivamente. Da mesma forma e pela mesma razão elimina-se o hífen em “eurocomunista” ou em “francofilia” (ao contrário de “euro-africano” e de “franco-russo”, em que aparecem nitidamente duas nacionalidades ou duas etnias).

numeral + substantivo: primeiro-ministro; primo-infecção; segunda-feira.

verbo + substantivo: conta-gotas; guarda-roupa; toca-discos; finca-pé.

substantivos unidos por preposição: pé-de-moleque; pão-de-ló; mão-de-obra

Observação: a persistência do hífen é necessária, pois serve para fazer a distinção entre, por exemplo, o doce conhecido como “pé-de-moleque”, resultado lexical de matiz metafórico e já gramaticalizado, e o pé de um menino chamado pelas pessoas de moleque, “pé de moleque”.

 Nessa segunda situação são permitidas a inclusão de termo, como se pode ver em “pé grande de moleque”, ou a transformação da preposição “de” em uma contração, como em “pé daquele moleque” ou “pé do moleque”, o que evidencia não se tratar de composto.

verbos ou substantivos repetidos: quero-quero; ruge-ruge; ruge-ruge; tico-tico

Observações gerais:

1 Nada mudou em relação ao que era, antes do Acordo, nos oito casos acima explicitados.

2. Não aparece aí nenhum prefixo; trata-se só de termos — de base nominal, adjetival, numeral ou verbal — formados pelo processo de composição por justaposição. E a justaposição de palavras, sem incluir jamais prefixos ou falsos prefixos, é que determina, salvo algumas exceções, que as palavras do conjunto se separem por hífen. 

3. Em sua maior parte, as palavras unidas pelo hífen têm plena autonomia na língua, podendo encontrar-se separadamente em contextos verbais diversos e com sentidos variados: «Vou na quinta à escola, e não no sábado»; «Dê-me a terça parte do que arrecadar»; «O pombo voa»; «O pãoestá bom»; «A infecção durou muito tempo»; «O americano curte muito o Brasil»; «O guarda me parou na rua»; «Ele guardatudo nos armários»; «Queroágua»; «A obraque você escreveu é sofrível»; «O médico é bom nos seus diagnósticos», etc. 

4. Chama-se a atenção, no Acordo, entretanto, que palavras como “manda-chuva” e “pára-quedas” perderam extraordinariamente o hífen, passando a grafar-se “mandachuva” e “paraquedas”. Da mesma forma, as antigas formas “pára-lama”, “pára-choque” e “pára-vento” passaram a “paralama”, “parachoque” e “paravento”. (O conjunto musical, liderado por Herbert Vianna, terá de se ajustar à nova regra, passando a grafar “Paralamas do sucesso”. Ou, por ser uma marca, já era grafado assim e assim deverá se manter, à revelia das alterações gráficas?) Alegam os gramáticos que tais compostos perderam a noção de composição. Pode-se, no entanto, perguntar: e por que perderam? E, a ser assim, por que “guarda-chuva” ou “para-brisa” continuam a ter o hífen? Trata-se de uma inconsistência do Acordo Ortográfico. 

5. Fato que também chama atenção — por não ter sido resolvido pelo Acordo — é que convivem, lado a lado, as chamadas locuções substantivas, adjetivas,  adverbiais e prepositivas, às vezes com hífen, às vezes sem ele, havendo até desacordo entre os melhores dicionaristas do país. Por exemplo, o dicionário Aurélio grafa “dona-de-casa”, com hifens, enquanto o Houaiss registra “dona de casa”, sem hifens. Dentro desse capítulo escrevem-se sem hífen “cão de guarda”, “fim de semana”, “café com leite”, “estrada de ferro”, “pão de mel”, “pão com manteiga”, “sala de jantar”, “cor de vinho”, “à vontade”, “acerca de”, ao passo que se escrevem com hífen, sem que se saiba exatamente por quê, “água-de-colônia”, “arco-da-velha”, “cor-de-rosa”, “mais-que-perfeito”, “pé-de-meia”, “ao-deus-dará”, “à queima-roupa”. O jeito é, a continuar assim, recorrer à velha decoreba como forma de não se enganar ao escrever. 

6. Tratando ainda das locuções, a que mais tem sido alvo de engano é a locução adjetiva “à-toa”, que sempre tem hífen para poder diferenciar-se da homônima adverbial “à toa”, sem hífen. Em frases figés como “Não é à-toa que…”, a imprensa nacional e as grandes publicações brasileiras não têm usado o hífen, tratando essa locução adjetiva como adverbial. Note-se que, no lugar dessa locução, nesse tipo de construção, é sempre possível usar um adjetivo, e nunca um advérbio: “Não é casual que…”, ou “Não é fortuito que…”, ou, ainda, “Não é indiferente que…”. Sobre essa particularidade os dicionaristas e gramáticos têm-se calado.

Particularmente cheguei a consultar até a Academia Brasileira de Letras, que não soube responder a contento a essa consulta.

O hífen é usado em topônimos que:

contenham os adjetivos reduzidos grão e grã: Grão-Pará; Grã-Bretanha

contenham, como forma inicial, um verbo: Passa-Quatro; Quebra-Dentes; Traga-Mouros

ou, ainda, que contenham, no meio da composição, algum artigo: Trás-os-Montes; Entre-os-Rios

ou simplesmente, fora das três regras ditas há pouco, constitua já uma tradição: Guiné-Bissau.

Observação: Por isso, por não se enquadrarem nas regras enunciadas neste item, é que se grafam sem hífen “América do Sul”, “Estados Unidos”, “Costa Rica”, “Timor Leste” etc.

O hífen é usado em compostos que nomeiam espécies de plantas (campo da botânica) e de animais (campo da zoologia), estejam ou não os seus componentes unidos por preposição:

vegetais: erva-do-chá; couve-flor; ervilha-de-cheiro; abóbora-menina; favo-de-santo-inácio; bem-me-quer

Observação: No entanto, escreve-se “malmequer”, nome de uma flor — portanto, do campo da botânica. Isto ocorre, contrariando a regra, talvez porque essa palavra seja formada com o auxílio do advérbio mal, que, quando funciona como prefixo, restringe o emprego do hífen a palavras cujo segundo elemento é iniciado por vogal ou pela letra h, mas não às outras, as demais consoantes. Por contaminação, a grafia de “malmequer” faz perder os hifens.

animais: bem-te-vi; andorinha-do-mar; formiga-branca; cobra-d’água; beija-flor; tigre-dentes-de-sabre

O hífen é usado em quase todos os termos que contenham, como se fosse originalmente um prefixo, o advérbio bem — principalmente quando o segundo termo se inicia por vogal ou h, mas não só —, e, apenas com essas letras, quando funciona como prefixo o advérbio mal:

casos do advérbio “bem” como prefixo: bem-humorado; bem-estar; bem-afortunado; bem-soante; bem-nascido; bem-ditoso

Observação: Mas, contrariando a regra geral, grafam-se “benfeitor”, “benfeitoria”, “benquerer”, “benfazejo”.

casos do advérbio “mal” como prefixo: mal-afortunado; mal-humorado; mal-educado; mal-assombro

Observação 1: Com o advérbio bem usado como prefixo, o hífen ocorre mesmo que a segunda palavra não seja iniciada por vogal ou h (vejam-se os exemplos de “bem-nascido” ou “bem-soante”, com exceção feita, porém, a “benfeitoria”, “benfeitor”, “benfazejo” e “benquerer”); mas, no caso particular do advérbio mal, não ocorre a mesma flexibilidade, razão por que, diante de consoantes, se escrevem “malnascido”, “malmandado”, “malsoante”, “malsucedido”, “malparado”, “malvisto”, “malcuidado”, “malfalante”, “malcriado”, “malconservado”, “malcasado”, “malcheiroso”, “malcomportado”, “malmequer” etc.

Observação 2: Quando indica o nome de uma doença, a palavra mal sempre tem hífen: “mal-canadense”, “mal-de-lázaro”, “mal-de-luanda”. “mal-de-gota”.

Observação 3: Registre-se a forma “mal-limpo”, que apresenta hífen por causa da consoante l, que aparece no fim da palavra mal e no início da palavra “limpo”.

Emprega-se sempre o hífen quando aparecem, na formação das palavras, os elementos aquém, além, recém e sem:

com o elemento aquém: aquém-mar; aquém-Pireneus

com o elemento além: além-mar; além-fronteiras; além-Atlântico

com a preposição sem no papel de prefixo: sem-vergonha; sem-teto; sem-cerimônia [cerimônia].

Emprega-se sempre o hífen — agora em casos específicos de derivação prefixal — quando o segundo termo se inicia ou por vogal idêntica à vogal que termina o prefixo ou o falso prefixo ou, ainda, quando o segundo termo se inicia pela letra h:

caso de vogais idênticas: micro-ondas; anti-intelectual; contra-almirante; semi-interno; auto-observação; infra-axilar; supra-auricular; anti–ibérico; arqui-inimigo; eletro-ótica

Observação 1: Tal regra não serve nem para o prefixo co- nem para o prefixo re-, aparecendo, assim, da seguinte maneira, as palavras “coordenar”, “coocupante”, “coobrigação”, “reeducar”, “reeleição”, “reempossado”, “reescrita”.

Observação 2: Não havendo coincidência de vogais, em outros casos também (vogal mais consoante ou consoante mais consoante), o hífen desaparece de uma vez por todas dos derivados, como se vê em “contracheque”, “multiuso”, “autoimunidade”, “antiplaca”, “agroindústria”, “contrapé”, “semiárido”, “radiopatrulha”, “microindústria”, “autopeças”, “hidroginástica”, “antivírus”, “hidroavião”, “anticaspa”, “antiácido”, “antiferrugem”, “anteprojeto”, “autoeducativo”, “contragolpe”, “seminovo”, “radiotáxi”, “megaoperação”, “cardiovascular”, “infravermelho”, “macroeconomia”, “radiovitrola”, “seminu”, “antimatéria”, “antigreve”, “microempresário”, “autoestrada”, “autodefesa”, “audiovisual”, “hiperdesconto”, “supermercado”, “intercomunicacional”, “socioeconômico”, “sobreloja” etc.

Observação 3: A palavra “ensino-aprendizagem”, que apresenta vogais diferentes no fim de uma palavra e no começo da outra (ensino e aprendizagem), não se deixa reger, apesar da aparência formal, por essa regra, porque, aí, em primeiríssimo lugar, não temos prefixo — primeira condição, nem essa palavra é um composto da mesma maneira que “hispano-americano” ou “pombo-correio”. É um fenômeno à parte, isolado de todos aqueles que foram comentados até este momento. Note-se que as duas palavras envolvidas — “ensino” e “aprendizagem” — têm completa autonomia mesmo no conjunto a que pertencem, o que não é, evidentemente, o caso de “pombo-correio”, em que “correio” define o tipo de “pombo”, qualificando-o como se fosse um adjetivo. Aqui, em “ensino-aprendizagem”, trata-se tão-somente de uma relação entre termos, como acontece com “estrada Rio-São Paulo”, sequência nominal em que a cidade de São Paulo não determina a cidade do Rio de Janeiro e vice-versa. Indicia, pois, uma relação de trajeto, nas duas direções: do Rio para São Paulo, e de São Paulo para o Rio. O mesmo ocorre com “ensino-aprendizagem”, em que o ensino leva ou não à aprendizagem ou a aprendizagem direciona o tipo de ensino, mas não necessariamente. Antes da reforma ortográfica de 2008, essas cadeias vocabulares eram unidas por travessão, e não por hífen: “estrada Rio-São Paulo” e “processo ensino-aprendizagem”. Com o Acordo, deu-se, acertadamente, a simplificação, com a adoção do hífen.

caso do aparecimento do h iniciando o segundo elemento da derivação: anti-higiênico; co-herdeiro; contra-harmônico; extra-humano; super-homem; pré-história; sócio-histórico; ultra-hiperbólico; geo-história; semi-hospitalar; sub-hepático; neo-helênico

Observação: Acontece, porém, que há palavras cuja raiz começa por h e, mesmo assim, aglutinaram-se ao prefixo, eliminado o h etimológico, fazendo perder o hífen, a ponto de contrariar a regra dominante. É o caso de “desumano”, “subumano”, “inábil”, “inumano”, de larga tradição na língua.

Emprega-se o hífen com palavras formadas com os prefixos circum- e pan-, quando a eles se seguem elementos iniciados por vogal, m e n.

com o prefixo circum-: circum-escolar; circum-navegação; circum-murado

com o prefixo pan-: pan-americano; pan-mágico; pan-negritude

Emprega-se o hífen com os prefixos pós-, pré- e pró- com algumas exceções a essa regra:

com o prefixo pós-: pós-graduação; pós-tônico.

com o prefixo pré-: pré-escolar; pré-datado; pré-natal

com o prefixo pró-: pró-reitor; pró-europeu; pró-africano.

Observação: Diz a regra que tais prefixos se separam por hífen da palavra seguinte porque esta tem vida própria e inconfundível. No entanto, ainda se escrevem “prever” (“ver” tem vida à parte), “pospor” (idem) e “promover” (idem). A explicação deveria ser outra: tais verbos têm larga tradição na língua e sempre se escreveram sem hífen. No caso de “pré-escolar” ou “pró-reitor”, por exemplo, tais termos indiciam alternância de situação e distinção semântica no caso de simultaneidade: existem ao mesmo tempo o “reitor” e o “pró-reitor” e os cargos não se confundem. Da mesma maneira o “escolar” e o “pré-escolar”. Há o cheque “datado” e o “pré-datado”, que podem ser emitidos simultaneamente. Mas não se pode, salvo melhor juízo, “ver” e “prever” ao mesmo tempo, ou “pôr” ou “pospor” ao mesmo tempo e na mesma situação discursiva.

Emprega-se o hífen com os prefixos hiper-, inter- e super-, se a eles se seguirem palavras iniciadas pela consoante r:

com o prefixo hiper-: hiper-requintado

com o prefixo inter-: inter-racial

com o prefixo super-: super-revista

Emprega-se sempre hífen com o sufixo ex-, desde que o sentido seja o de estado anterior:

é o caso de ex-marido; ex-diretor; ex-presidente; ex-primeiro-ministro.

mas não se deve confundir com exterior, explicar ou excomungar (no primeiro e segundo exemplos há a ideia de movimento para fora e o prefixo está devidamente incorporado à raiz dessas palavras, enquanto no terceiro não aparece a ideia de uma situação anterior, mas sim aquela que passa a ser, projetivamente)

Os sufixos de origem tupi-guarani como –açu, -guaçu e –mirim separam-se por hífen da palavra que os precede desde que esta termine por vogal acentuada graficamente ou, mesmo sem o acento diacrítico, a palavra tenha uma pronúncia que exija a distinção em relação a tais sufixos:

com o sufixo –açu: andá-açu; capim-açu; jacaré-açu.

Observação: Note-se que se deve pronunciar, em “capim-açu”, a palavra “capim” sem fazer a passagem do som nasal para o sufixo (o que daria “capimaçu”, de som estranho, chegando até a dificultar a decodificação imediata do composto e seu significado). Daí, pois, o hífen, a mostrar que não se deve pronunciar fazendo a ligação fonética entre os elementos do composto.

com o sufixo –guaçu: amoré-guaçu

com o sufixo –mirim: anajá-mirim; Ceará-Mirim; Paraná-mirim

Observação: Não se usa hífen em “leitor mirim”, por exemplo, porque nem “leitor” termina por vogal acentuada graficamente (caso de “anajá-mirim”) nem há o risco de ocorrer ligação fonética entre “leitor” e “mirim” (como em “capim-açu”), que são as duas restrições da presente regra.

NÃO SE USA O HÍFEN

Nos casos em que o prefixo termina por vogal e a palavra que se segue começa pelas consoantes r ou s, tais consoantes se dobram:

vogal + consoante r: autorretrato; antirreligioso; Contrarreforma; contrarregra; biorritmo; microrradiografia; radiorrelógio; autorradiografia; arquirrival; antirracional; contrarrazão; antirracial; alvirrubro; antirrevolucionário; anterrosto; suprarrenal

vogal + consoante s: antissocial; autosserviço; minissaia; autossuficiente; antissemita; antisséptico; extrassensorial; pseudossufixo; pseudossigla; multisserviço; contrassenso; autossugestionável; entressafra; ultrassonografia

Não se usa o hífen também quando o prefixo ou o falso prefixo do composto terminam por uma vogal e o outro elemento começa por vogal diferente ou quando o segundo elemento se inicia com consoante após uma vogal e, ainda, quando tanto o fim do prefixo quanto o início do radical da palavra são consoantes:

vogal + outra vogal: antiaéreo; infraestrutura; extraescolar; radioamador; hidroelétrica; autoinstrução; intrauterino; neoimpressionista; intraocular; megaestrela;

vogal + consoante: inframencionado; hidromassagem; multivitaminado; cardiopulmonar; antiterrorista

consoante + consoante: intermunicipal; hiperdesconto; supermercado

Observação 1: Ao que consta, este item (consoante + consoante) está restrito aos prefixos inter-, hiper- e super-.

Observação 2: Este caso se encontra na Observação 2, com ampla exemplificação.

Observação 3: No nome do movimento religioso católico Contrarreforma, como em outras ocorrências em que aparece o “prefixo” preposicional “contra-”, há que se refletir bastante se, nesses casos, se trata mesmo de termo derivado e não de um composto por justaposição. Primeiro, porque a palavra preposição “contra” se acha na língua muitas vezes usada de forma independente, substantivando-se e assumindo a flexão de número do substantivo (como em “Os contras da Nicarágua”); segundo, porque assume valor de raiz, tem matiz semântico, não tendo, pois, o esvaziamento de sentido peculiar a outras preposições, como a preposição “a” ou a “de”. Por falta, pois, de melhor reflexão sobre esse tópico, é de pensar se o melhor — por se poder considerar tal formação um caso de composição — não seria grafar “Contra-Reforma”, tal como era antes do Acordo Ortográfico, assim como, também, “contra-regra”, e não “contrarregra”, como prevê o Acordo, que julga tais palavras, as mencionadas aqui, formas derivadas.

Última observação: O Acordo exige que, na translineação, se deve repetir o hífen no começo da outra linha, por amor à clareza, indicando, assim, que o hífen colocado no fim da linha realmente existe, faz parte de um composto ou de um termo derivado, e não surgiu ocasionalmente por causa de eventual separação silábica em fim de linha.

Fonte: www.trabalhonota10.com/www.portrasdasletras.com.br/www.academia.org.br/ciberduvidas.iscte-iul.pt

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