Oração

Oração – O que é

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Oração é um grupo de palavras estruturado cujo núcleo é o verbo.

Uma Oração é uma Frase, mas uma Frase não é uma oração.

Oração é a forma de organizar as palavras, expressando as ideias. O verbo é necessário na oração; pode estar elíptico, ou seja, não constar na oração. A ideia de verbo também pode ser indicada por uma locução adverbial.

Oração é um segmento lingüístico caracterizado basicamente:

1. pela presença obrigatória do verbo (ou locução verbal), e

2. pela propriedade de se tornar, ela mesma, um objeto de análise sintática

A maioria dos gramáticos da língua portuguesa costuma atribuir à oração uma qualidade discursiva bastante particular que é a de expressar um conteúdo informativo na forma de uma construção dotada de verbo. Independentemente de essa construção expressar um sentido acabado no discurso oral ou escrito, o verbo torna-se fundamental para caracterizar a oração; por isso, a determinação de que o verbo é o núcleo de uma oração.

Vejamos alguns exemplos:

Gabriel toca sanfona maravilhosamente.
…[toca: verbo]

…[enunciado em forma de oração com sentido acabado]

portanto, traz felicidade.
…[traz: verbo]

…[enunciado em forma de oração sem sentido acabado]

Nesses dois exemplos observamos ora a expressão de um conteúdo comunicativo completo ora a ausência desse enunciado significativo. No entanto, em nenhum dos casos podemos notar a falta do verbo.

As orações são, além disso, construções que, por contarem com um esquema discursivo definido, podem ser analisadas sintaticamente. Isto é, existindo oração pressupõe-se também a existência de uma organização interna entre os seus elementos constituintes – os termos da oração – que se reúnem em torno do verbo.

A esse tipo de exercício chamamos análise sintática, da qual a gramática da língua costuma abstrair as diversas classificações das orações.

Frase, Oração e Período

Você pensava que frase, oração e período fossem a mesma coisa?

Não é bem assim. Há semelhanças e diferenças entre os três. A frase pode ser uma oração, um período ou mera expressão nominal.

Quando falamos ou escrevemos, enunciamos alguma coisa. Se esse enunciado tem sentido, isto é, quando conseguimos com ele comunicar uma mensagem, ainda que seja um enunciado mínimo, teremos um exemplo de frase.

Ex. “Fogo!”

Que é frase então?

É qualquer enunciado com sentido. É todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer uma comunicação. Mas podemos ter uma frase e não ter uma oração. Podemos ter uma oração e não ter um período.

Se a frase se organiza com base num verbo que indique ação, fato ou fenômeno, temos uma oração. Se a oração termina com uma pontuação definitiva, como ponto, ponto-de-exclamação, ponto-de-interrogação, reticência, temos um período. Um período é uma frase com uma ou mais orações.

Ex.

a) “Terroristas ameaçam os Estados Unidos.” (frase, oração e período).

b) “Aviões americanos sobrevoam o Afganistão e jogam alimentos para os afgãos.”

Destacamos uma oração. Não é frase, nem período. É parte de um período.

Oração – Tipos

Absoluta – é a que forma um período simples

Coordenada – mantém com outra uma relação sintática de independência

Subordinada – é aquela que depende sintaticamente de outra oração (OP)

Principal – é aquela da qual a oração subordinada depende

Intercalada – é independente e de cunho esclarecedor (“Meu pai – Deus o guarde – mostrou-me o caminho do bem”).

Tipos de orações coordenadas

Aditivas – relacionam pensamentos similares – e e nem, a primeira une duas afirmações; a segunda (+e não), une duas negações (Não veio nem telefonou).

Adversativas – relacionam pensamentos contrastantes – mas (adversativa por excelência), porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto (marcam uma espécie de concessão atenuada) (A estrada era perigosa, entretanto todos queriam visitá-la).

Alternativa – relacionam pensamentos que se excluem – ou, ora … ora, quer … quer, já … já, seja … seja (Ora chama pela mãe, ora procura o pai)

Conclusiva – relacionam pensamentos tais, que o segundo encerra a conclusão do enunciado do primeiro – logo, portanto, pois, por conseguinte, conseqüentemente etc. (Falta carne no mercado, portanto conheça a comida vegetariana).

Explicativa – relacionam pesnamentos em seqüência justificativa, de tal forma que a segunda frase explica a razão de ser da primeira – que, pois, porque, porquanto (Vou sair, que aqui está muito abafado).

Observações

A conjunção aditiva e pode aparecer com valor adversativo (“É ferida que dói e não se sente.”) e conclusivo (Ele estudou muito e passou no concurso)

Oração principal: é um tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e tem associada a si uma oração subordinada.

Oração subordinada: é toda oração que se associa a uma oração principal e exerce uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adverbial etc.) em relação à oração principal.

As orações subordinadas classificam-se, de acordo com seu valor ou função, em:

Orações subordinadas substantivas

Inicialmente, diga-se que são aquelas orações subordinadas que exercem as seguintes funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto.

As orações subordinadas substantivas podem ser de seis espécies:

1ª. Subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito em relação a outra oração.

2ª. Objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto de outra oração.

3ª. Objetivas indiretas: são aquelas que exercem a função de objeto indireto de outra oração, isto é, ligam-se à oração principal mediante preposição.

4ª. Completivas nominais: são aquelas que completam o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.

5ª. Predicativas: são aquelas que funcionam como predicativo do sujeito.

6ª. Apositivas: são aquelas que funcionam como aposto.

Orações subordinadas adjetivas

A oração que modifica um substantivo de outra oração é denominada oração subordinada adjetiva. Em geral, tais orações são introduzidas por pronome relativo.

Exemplo: O garoto que era risonho tornou-se um garoto sisudo.

Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, as orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal.

As orações subordinadas adjetivas são de duas espécies: explicativas e restritivas.

As explicativas são aquelas que indicam qualidade inerente ao substantivo a que se referem. Justapõem-se a um substantivo já plenamente definido pelo contexto.

Além disso, as orações adjetivas explicativas podem ser eliminadas sem prejuízo do sentido. Têm função meramente estilística.

As orações subordinadas adverbiais são dos seguintes tipos: causais, comparativas, consecutivas, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais e temporais.

Termos da Oração

Os termos da oração podem ser classificados em três tipos:

Termos essenciais da oração

São os termos necessários para a formação das orações.

Confira quais são os termos essenciais:

Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;
Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.

Termos integrantes da oração

Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicato).

Os três termos integrantes da oração são:

Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;
Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;
Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

Termos acessórios da oração

Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns contextos.

As funções desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos.

A seguir listaremos os termos acessórios:

Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;
Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;
Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;
Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.

A ORAÇÃO

Todo enunciado que apresenta verbo é uma oração. Logo, o verbo é o núcleo de qualquer estrutura oracional. Por conseguinte, a análise sintática de uma oração exige que partamos do verbo. Ora os verbos apresentam complementos verbais, ora não apresentam complementos verbais.

São complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. O estudo dos complementos verbais é chamado de predicação verbal.

Os auditores analisaram os balancetes.

O exemplo acima é uma oração, pois foi empregado o verbo analisar. É a expressão de uma ação. Está flexionado no pretérito perfeito simples do modo indicativo. Contextualiza-se, portanto, a prática de uma ação, o tempo em que essa ação ocorreu, o agente da ação e o referente passivo à ação executada pelo sujeito agente.

O fiscal está apurando as denúncias.

Temos também uma oração. Trata-se do verbo apurar na forma composta. “estᔠé o seu auxiliar. E “apurando” é o verbo principal no gerúndio. Trata-se de uma locução verbal.

Os relatórios que foram analisados comprometem a candidatura de Luíza.

Cada verbo é uma oração. Temos acima duas orações. Os termos grifados constituem a primeira oração, com um verbo na forma simples. O termo em negrito constitui a segunda oração. Nesta, o verbo analisar está na forma composta, ou seja, verbo auxiliar + verbo principal no particípio. A oração em negrito integra o sujeito do verbo “comprometem”.

Oração – Estrutura

Uma das dificuldades enfrentadas pelos que buscam entender a estrutura da oração com base nas gramáticas tradicionais é a forma pela qual se distribuem os chamados “termos da oração”. A clássica tripartição desses termos em “essenciais”, “integrantes” e “acessórios” não contribui para uma visão das relações entre os constituintes da oração, além de induzir o aluno a pensar que os chamados termos “essenciais” são mais importantes do que os demais.

À imprecisão resultante do uso de tais adjetivos alia-se a falta de complementaridade entre os termos que compõem cada um dos três grupos: o “predicado”, por exemplo, é um termo “essencial”, enquanto os complementos verbais, que fazem parte do predicado, são termos “integrantes”.

Finalmente, os grupos apresentam elementos que se situam em diferentes níveis da hierarquia sintática: os complementos verbais e nominais, de um lado, e os adjuntos adverbiais e adnominais, de outro, classificados entre os termos “integrantes” e “acessórios”, respectivamente, reúnem “termos” ligados ao verbo e ao nome. Como se vê, essa forma de distribuir os termos da oração não contribui para o entendimento das relações gramaticais que se estabelecem entre eles.

Além das dificuldades acima expostas, de caráter estrutural, temos dificuldades de ordem conceitual. É conhecida de todos a crítica que Perini (1985) faz às definições das gramáticas tradicionais, que misturam critérios semânticos e sintáticos. O autor é firme ao criticar a inconsistência de uma definição que prega ser o sujeito “o ser sobre o qual se faz uma declaração”, quando a própria gramática nos diz que há orações sem sujeito. Quanto ao predicado – “tudo aquilo que se diz do sujeito” – como aplicar a definição, se há orações sem sujeito? Uma simples investigação sobre o uso da língua revela que essa bipartição da oração em “sujeito” e “predicado” (com tais conceituações) só tem sentido num contexto em que alguém, por exemplo, pergunta “Cadê o João?” e obtém como resposta “O João emigrou para Portugal.”

De fato, na oração acima, “O João” é o termo sobre o qual se diz alguma coisa (“emigrou para Portugal”). Num contexto em que alguém pnovidades?”, qualquer resposta (como “O João emigrou para Portugal”, “Chegaram as encomendas”, “Aconteceu um acidente”) trará uma informação nova, que inclui o sujeito gramatical e o predicado. Além do mais, nenhum de nós jamais usou esses conceitos para identificar o sujeito e o predicado de uma oração (“Qual é o ser sobre o qual essa oração diz alguma coisa?”). Na verdade, essas definições de sujeito e predicado que constam de nossas gramáticas tradicionais são as conceituações de “tópico” e “comentário”, que podem coincidir ou não com os elementos a que nos referimos como “sujeito” e “predicado”. Assim, numa sentença como “Corrida de cavalo, eu nunca fui ao jóquei clube.” (NURC-RJ), o termo “corrida de cavalo” é o tópico sobre o qual se faz um comentário “eu nunca fui ao jóquei clube”. Em outra sentença – “A minha amiga Maria nunca foi ao jóquei pra ver uma corrida de cavalo” –, o tópico “a minha amiga Maria” coincide com o sujeito gramatical da oração e o comentário coincide com o que chamamos predicado.

Assim, quando se tem como propósito descrever e entender a estrutura da oração, é mais razoável olhar para o elemento nuclear que dá origem à oração, o “predicador”, e tratar o “sujeito” como um entre os vários termos articulados com esse predicador.

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br/www.graudez.com.br/disciplinas.stoa.usp.br

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