Apóstrofo

Apóstrofe, Apóstrofo

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Qual é o certo, apóstrofe ou apóstrofo?

Apóstrofe, substantivo feminino, é uma figura de pensamento, que consiste em interpelar enfaticamente pessoas ou coisas que podem estar presentes ou ausentes. O Padre Antônio Vieira, quando os holandeses estavam para invadir a Bahia, reuniu os fiéis na igreja diante do Santíssimo exposto e fez um sermão inteiro dirigindo-se diretamente a Cristo, interpelando-o.

Do ser-Mão, denominado “Apóstrofe atrevida”, extraímos esta pequena apóstrofe:

“Considerai, meu Deus – perdoai-me se falo inconsideradamente – considerai a quem tirais as terras do Brasil e a quem as dais. Tirais estas terras aos portugueses a quem no princípio as destes…”

Apóstrofo, substantivo masculino, é um sinal diacrítico, em forma de vígula, para indicar a supressão de letra(s). Ex.: minh’alma.

Apóstrofo

Apóstrofe

É uma figura caracterizada pela evocação de determinadas entidades, consoante o objetivo do discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano.

Caracteriza-se pelo chamamento do receptor, imaginário ou não, da mensagem.

Nas orações religiosas é muito frequente (“Pai Nosso, que estais no céu”, “Ave Maria” ou mesmo “Ó meu querido Santo António” são exemplos de apóstrofes).

Em síntese, é a colocação de um vocativo numa oração. Ex.:“Ó leonor, não caias!”.

É uma característica do discurso direto, pois no discurso indireto toma a posição de complemento indireto: “Ele disse à Leonor que não caísse”

No discurso político é também muito utilizado (“Povo de Sucupira!!!”), já que cria a impressão, entre o público, de que o orador está a dirigir-se diretamente a si, o que aumenta a receptividade.

Um professor ao dizer “Meninos!” está também a utilizar a apóstrofe, ainda que com um intuito mais paternalista, que não seria muito aconselhável para um político.

A apóstrofe é também utilizada frequentemente, tanto na poesia épica quanto na poesia lírica.

No primeiro caso, podemos citar Luís de Camões (“E vós, Tágides minhas…”); na poesia lírica podemos citar Bocage (“Olha, Marília, as flautas dos pastores…”)…

Existe, graças a esta figura de estilo, uma aproximação entre o emissor e o receptor da mensagem, mesmo que o receptor não se identifique com o receptor ideal explicitado pela mensagem.

Comparando com a análise sintática, a apóstrofe substitui o vocativo.

Apóstrofo – Uso

Um verdadeiro motivo de confusão é o Apóstrofo, um sinal em forma de vírgula usado em certos casos de união de palavras.

Um exemplo do uso do Apóstrofo está na canção de Chico Buarque “Gota D’água”:

Deixa em paz meu coracão Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d’água…

O compositor preferiu escrever “gota d’água” a escrever “gota de água”.

O Apóstrofo representa a junção de duas palavras: “de” e “água”.

Há casos de exagero no uso do Apóstrofo. É o que ocorre em relação a “pra”, redução da palavra “para”. Nesse caso, não há junção de palavra com palavra.

Logo não há por que colocar o Apóstrofo.

O Apóstrofo pode ser usado ainda de forma criativa e brincalhona.

É o que vemos, por exemplo, no nome de um bar situado na rua Eça de Queirós, no bairro do Paraíso, em São Paulo.

O nome do estabelecimento é ENTRE N’EÇA. Os proprietários criaram essa marca com base no nome da rua e na expressão popular “entre nessa”. Ocorreria, nesse caso, um fusionamento de palavras, “no Eça”, conforme sugere o trocadilho con “nessa”.

Há três situações de uso do Apóstrofo ( ‘ ) a considerar:

Para analisar a primeira situação, vejamos os exemplos:

Olho-d’água.

Pau-d’arco.

Os usos dicionarizados do Apóstrofo são restritos a alguns casos em que a preposição de se aglutina com a palavra seguinte, resultando em elipse de fonema. São casos em que a pronúncia elíptica se tornou predominante. O Apóstrofo explicita a elipse do fonema /ê/.

Por outro lado, observe que embora possamos invocar uma hipotética supressão de fonemas nos exemplos a seguir, as representações com Apóstrofo são inaceitáveis:

Lembro d’aquele rapaz.

Agiu d’um jeito estranho.

Nesses casos, somente a consulta ao dicionário nos dirá quando se usa o Apóstrofo e quando não.

No segundo caso de uso, o Apóstrofo indica a elipse de um ou mais fonemas quando se quer representar pronúncias não previstas pela variante culta.

Com o Apóstrofo, se registra pronúncias elípticas coloquiais como nos exemplos seguintes:

Vam’ nessa.

‘Tá tudo bem.

O Apóstrofo já foi bastante empregado pelos poetas no passado para representar pronúncias elípticas, visando uma adequação da métrica do poema.

‘Stamos em pleno mar… (Castro Alves – O Navio Negreiro)

Esse segundo uso do Apóstrofo é peculiar, pois envolve uma transgressão consciente da ortografia oficial. Recomenda-se critério no seu emprego, ficando reservado aos redatores experientes.

O novo acordo ortográfico da língua portuguesa prescreve um terceiro uso do Apóstrofo.

É a separação em duas partes de uma palavra aglutinada quando uma das partes pertence a uma locução continuada na seqüência, como nos exemplos a seguir:

Li n’O Globo.

Está escrito n’Os Sertões.

Encenação d’A Moratória.

Apóstrofo – Sinal

O Apóstrofo ( ’ ) é um sinal diacrítico que tem como função indicar a supressão de letras numa palavra, como pingo d’água para pingo de água, Vozes d’África ou Santa Bárbara D’Oeste. A esta supressão dá-se o nome de elisão.

É muito difundido, mesmo sendo incorreto, o emprego do sinal do minuto ( ‘ ) no lugar do Apóstrofo ( ’ ), devido ao fato que nas máquinas de escrever e nos teclados dos computadores não há o Apóstrofo tipográfico.

Erro frequente

Alguns, ainda mais incorretamente, usam o sinal de acento agudo ( ´ ), o que causa resultados incorretos, por exemplo, em pesquisas na internet, seja na Wikipédia ou em buscadores como o Google, pois d’oeste não é o mesmo que d´oeste.

Um erro extremamente comum, também se faz quando o Apóstrofo é utilizado como designação de plurais, em “IP’s” por exemplo

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

1º) São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:

a) Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente uma contração ou aglutinação vocabular, quando um elemento ou fração respetiva pertence propriamente a um conjunto vocabular distinto: d’Os Lusíadas, d’Os Sertões; n ‘Os Lusíadas, n ‘Os Sertões; pel’ Os Lusíadas, pel’ Os Sertões. Nada obsta, contudo, a que estas escritas sejam substituídas por empregos de preposições íntegras, se o exigir razão especial de clareza, expressividade ou ênfase: de Os Lusíadas, em Os Lusíadas, por Os Lusíadas, etc. As cisões indicadas são análogas às dissoluções gráficas que se fazem, embora sem emprego do apóstrofo, em combinações da preposição a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares imediatos: a A Relíquia, a Os Lusíadas (exemplos: importância atribuída a A Relíquia; recorro a Os Lusíadas).

Em tais casos, como é óbvio, entende-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação fonética: a A = à, a Os = aos, etc.

b) Pode cindir-se por meio do apóstrofo uma contração ou aglutinação vocabular, quando um elemento ou fração respetiva é forma pronominal e se lhe quer dar realce com o uso de maiúscula: d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele, d’O, n’O, pel’O, m’O, t’O, lh’O, casos em que a segunda parte, forma masculina, é aplicável a Deus, a Jesus, etc.; d’Ela, n’Ela, d’Aquela, n’Aquela, d’A, n’A, pel’A, tu’A, t’A, lh’A, casos em que a segunda parte, forma feminina, é aplicável à mãe de Jesus, à Providência, etc. Exemplos frásicos: confiamos n’O que nos salvou; esse milagre revelou-m’O; está n’Ela a nossa esperança; pugnemos pel’A que é nossa padroeira.

À semelhança das cisões indicadas, pode dissolver-se graficamente, posto que sem uso do apóstrofo, uma combinação da preposição a com uma forma pronominal realçada pela maiúscula: a O, a Aquele, a Aquela (entendendo-se que a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação fonética: a O = ao, a Aquela = àquela, etc.).

Exemplos frásicos: a O que tudo pode: a Aquela que nos protege.

c) Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas santo e santa a nomes do hagiológio, quando importa representar a elisão das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago, etc. É, pois, correto escrever: Calçada de Sant’Ana. Rua de Sant’Ana; culto de Sant’Iago, Ordem de Sant’Iago. Mas, se as ligações deste género, como é o caso destas mesmas Sant’Ana e Sant’Iago, se tornam perfeitas unidades mórficas, aglutinam-se os dois elementos: Fulano de Santana, ilhéu de Santana, Santana de Parnaíba; Fulano de Santiago, ilha de Santiago, Santiago do Cacém.

Em paralelo com a grafia Sant’Ana e congéneres, emprega-se também o apóstrofo nas ligações de duas formas antroponímicas, quando é necessário indicar que na primeira se elide um o final: Nun’Álvares, Pedr’Eanes

Note-se que nos casos referidos as escritas com apóstrofo, indicativas de elisão, não impedem, de modo algum, as escritas sem apóstrofo: Santa Ana, Nuno Álvares, Pedro Álvares, etc.

d) Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a elisão do e da preposição de, em combinação com substantivos: horda-d’água. cobra-d’água, copo-d’água, estrela-d’alva, galinha-d’água, màe-d’água, pau-d’água, pau-d’alho, pau-d’arco, pau-d’óleo.

2º) São os seguintes os casos em que não se usa o apóstrofo: Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações das preposições de e em com as formas do artigo definido, com formas pronominais diversas e com formas adverbiais (excetuado o que se estabelece nas alíneas 1º) a) e 1º) b) ).

Tais combinações são representadas:

a) Por uma só forma vocabular, se constituem, de modo fixo, uniões perfeitas:

I) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta, destes, destas, disto; desse, dessa, desses, dessas, disso; daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro, destoutra, destoutros, destoutras; dessoutro, dessoutra, dessoutros, dessoutras; daqueloutro, daqueloutra, daqueloutros, daqueloutras; daqui; daí; dali; dacolá; donde; dantes (= antigamente).

II) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nesta, nestes, nestas, nisto; nesse, nessa, nesses, nessas, nisso; naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro, nestoutra, nestoutros, nestoutras; nessoutro, nessoutra, nessoutros, nessoutras; naqueloutro, naqueloutra, naqueloutros, naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, noutra, noutros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma, nalguns, nalgumas, nalguém.

b) Por uma ou duas formas vocabulares, se não constituem, de modo fixo, uniões perfeitas (apesar de serem correntes com esta feição em algumas pronúncias): de um, de uma, de uns, de umas, ou dum, duma, duns, dumas; de algum, de alguma, de alguns, de algumas, de alguém, de algo, de algures, de alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dalgumas, dalguém, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de outra, de outros, de outras, de outrem, de outrora, ou doutro, doutra, doutros, doutras, doutrem, doutrora; de aquém ou daquém; de além ou dalém; de entre ou dentre.

De acordo com os exemplos deste último tipo, tanto se admite o uso da locução adverbial de ora avante como do advérbio que representa a contração dos seus três elementos: doravante.

Observação

Quando a preposição de se combina com as formas articulares ou pronominais o, a, os, as, ou com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construções de infinitivo, não se emprega o apóstrofo, nem se funde a preposição com a forma imediata, escrevendo-se estas duas separadamente: afim de ele compreender; apesar de o não ter visto; em virtude de os nossos pais serem bondosos; o fato de o conhecer; por causa de aqui estares.

Limita-se o emprêgo do Apóstrofo aos seguintes casos:

1.º – Indicar a supressão de uma letra ou letras no verso, por exigência da metrificação:

c’roa

esp’rança

of ’recer

’star

2.º – Reproduzir certas pronúncias populares:

’tá

’teve

3.º – Indicar a supressão da vogal, já consagrada pelo uso, em certas palavras compostas ligadas pela preposição de:

copo-d’água, (planta; lanche)

galinha-d’água

mãe-d’água

olho-d’água

paud’água (árvore; ébrio)

pau-d’alho

pau-d’arco

OBSERVAÇÃO

Restringindo-se o emprego do Apóstrofo a esses casos, cumpre não se use dêle em nenhuma outra hipótese.

Assim, não será empregado:

a) nas contrações das preposições de e em com artigos, adjetivos ou pronomes demonstrativos, indefinidos, pessoais e com alguns advérbios: del (em aqui-delrei); dum, duma (a par de de um, de uma), num, numa (a par de em um, em uma); dalgum, dalguma (a par de de algum, de alguma), nalgum, nalguma (a par de em algum, em alguma); dalguém, nalguém (a par de de alguém, em alguém); doutrem, noutrem (a par de de outrem, em outrem); dalgo, dalgures (a par de de algo, de algures); daquém, dalém, dacolá (a par de de aquém, de além, de acolá); doutro, noutro (a par de de outro, em outro); dêle, dela, nêle, nela, dêste, desta, nêste, nesta, daquêle, daquela, naquêle, naquela, disto, nisto, daquilo, naquilo; daqui, daí, dacolá, donde, dantes, dentre; doutrora (a par de de outrora), noutrora; doravante (a par de de ora avante), etc.

b) nas combinações dos pronomes pessoais: mo, ma, mos, mas, to, ta, tos, tas, lho, lha, lhos, lhas, no-lo, no-la, no-los, no-las, vo-lo, vo-la, vo-los, vo-las.

c) nas expressões vocabulares que se tornaram unidades fonéticas e semânticas: dessarte, destarte, homessa, tarrenego, tesconjuro, vivalma, etc.

d) nas expressões de uso constante e geral na linguagem vulgar: co, coa, ca, cos, cas, coas (=com o, com a, com os, com as), plo, pla, plos, plas, (=pelo, pela, pelos, pelas), pra (=para), pro, pra, pros, pras (=para o, para a, para os, para as), etc.

Fonte: www.hildebrando.com.br/www.gramaticaonline.com.br/www.academia.org.br

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