Basquetebol em Cadeira de Rodas

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Basquetebol em Cadeira de Rodas
Basquetebol em Cadeira de Rodas

Histórias do Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil

Segundo a Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC), a modalidade é a pioneira no desporto Paraolímpico no Brasil.

Em 1951, Sérgio Del Grande sofreu um acidente durante uma partida de Futebol, e ficou paraplégico. Os médicos recomendaram a ele que viajasse para buscar tratamento nos Estados Unidos. Naquele país, Sérgio percebeu o quanto era dado valor para a prática esportiva associada ao processo de reabilitação.

Em meados da década de 50, Del Grande voltou para o Brasil, trazendo consigo uma cadeira de rodas especial para a prática do Basquetebol. Ele fundou o Clube dos Paraplégicos de São Paulo e procurou incentivar outras pessoas com deficiência a praticar a modalidade, através de exibições. Como sua cadeira havia sido fabricada nos Estados Unidos e não existia modelo parecido no Brasil, um fabricante procurou Sérgio para desenvolver aquele material aqui, utilizando de sua cadeira de rodas como protótipo. Em troca, Del Grande solicitou que o fabricante desse a ele 10 cadeiras de rodas, para que a primeira equipe fosse formada. E foi o que aconteceu.

A partir daí, o Basquete em Cadeira de Rodas no Brasil passou a evoluir cada vez mais. Em 1959, a equipe do Clube dos Paraplégicos de São Paulo viajou para a Argentina para disputar duas partidas contra a seleção daquele país. Venceram os dois jogos, um realizado em Buenos Aires e outro em Mar Del Plata. De lá pra cá, o Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil se fortalece cada vez mais, tornando-se uma das maiores potências no mundo.

Histórico do esporte para pessoas portadoras de deficiência física

Os primeiros registros de esporte para pessoas portadoras de deficiência foram encontrados em 1918 na Alemanha, nos quais consta que um grupo de soldados alemães que se tornaram portadores de deficiência física após a guerra, se reuniam para praticar tiro e arco e flecha. Em 1932 na Inglaterra formou-se uma associação de jogadores de Golfe com um só braço.

Segundo CASTRO (2005) a classificação esportiva é um sistema que guia a programação esportiva e dá oportunidades iguais na competição.

Na década de 40, o neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann começou a trabalhar com arco e flecha no Hospital de Reabilitação de Stoke Mandeville, em Aylesbury, Inglaterra. Paralelo aos XIV Jogos Olímpicos, Sir Guttmann realizou os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville, com a participação de 14 homens e 2 mulheres da Forças Armadas Britânicas em uma única modalidade, Arco e Flecha.

Já nos anos 80, nos X Jogos Paraolímpicos em Aylesbury, Inglaterra e Nova Iorque, EUA, foi à melhor participação do Brasil em todas as Paraolimpíadas, foram conquistadas 6 medalhas de ouro, 12 de prata e 3 de bronze, batendo 2 recordes Paraolímpicos e 3 mundiais. Nas paraolimpíadas de Sidney, Atenas e Pequim, infelizmente a equipe de basquetebol sobre rodas não conseguiram a classificação para a final dos jogos, tanto no feminino e no masculino.

A Iniciação do Basquetebol Sobre Rodas

Iniciação do Basquete em cadeira de rodas no Brasil

O basquetebol em cadeira de rodas chegou ao Brasil no final dos anos 50, através dos atletas Sérgio Serafim Del Grande e Robson de Almeida Sampaio.

Estiveram, no Rio de Janeiro, grandes idealizadores e verdadeiros obstinados neste esporte, como José Gomes Blanco (SADEF) e Aldo Micollis (Clubes do Otimismo, ANDEF, Paraplégicos).

O Brasil tem também seus Atletas-Destaque: Adriana, que hoje joga nos Estados Unidos e Roberto Carlos, que atuou na Itália, sendo que ambos foram jogadores da seleção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas.

Segundo COSTA e GORGATTI (2005) as pessoas com lesão que buscam uma atividade física, os objetivos principais devem ser a manutenção da boa saúde e a melhora da aptidão física e também ajudam a conscientizá-los que não são doentes, e sim pessoas com varias possibilidades de sucesso e de superação. Mais para participar de um programa de atividades físicas é obrigatório que a pessoa se submeta a uma avaliação médica e funcional.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 60 equipes masculina de basquetebol em cadeira de rodas, 6 (seis) equipes femininas, sendo que a instituição denominada ADD (Associação Desportiva para Deficientes), dirigida pelo Professor Steven Dubner, que no momento é uma das pessoas mais importantes e entusiastas com o progresso deste esporte em nosso País, sendo inclusive, responsável pela formação da primeira equipe de Basquetebol em cadeira de rodas para crianças no Brasil, com a (ADD / Magic Hands); foi Técnico da Seleção Brasileira Masculina.

O Basquetebol em cadeira de rodas é um dos principais esportes para as pessoas portadoras de deficiência física. Infelizmente, no Torneio Pré-Olímpico realizado na cidade do México, em 1999, o Brasil perdeu a sua chance de classificar-se para as Paraolimpíadas de Sydney, tanto no Masculino como no feminino, tendo perdido, ambas classificações para a equipe do México. Nas duas categorias o Brasil classificou-se em 4º Lugar. Anteriormente, em 1996, em Atlanta (EUA), o Brasil participou das Paraolimpíadas na categoria feminino, ficando classificado em 8º lugar.

Iniciação ao Basquetebol em Cadeira de Rodas

O basquetebol é uma modalidade com grande destaque social e um dos esportes mais praticados no mundo inteiro.

Muitas são suas qualidades: dinamismo; cooperação; estratégia; alegria e motivação; desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras; desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais; possibilidade de pratica em ambientes abertos e fechados; oferecimento atividades competitivas e recreacionais, podendo ser jogado por pessoas de quase todas as idades e de ambos os sexos.

Segundo COSTA e GORGATTI (2005) ao iniciar uma atividade física, em cadeira de rodas, o individuo pode ter dificuldade de se adaptar ao equipamento. As cadeiras utilizadas para a prática de esporte são diferentes daqueles usadas no dia-a-dia.

O basquetebol moderno é uma modalidade que necessita muito da união das inteligências múltiplas e das atividades motoras, porém várias são as teorias de seu processo de ensino aprendizagem.

Na evolução dos estudos voltados à iniciação e à aprendizagem esportiva na proposta de uma prática pedagógica abrangente, há o destaque para quatro pontos fundamentais: diversidade, inclusão, cooperação e autonomia.

Destacamos, neste momento, a importância do aluno em compreender o seu gesto motor, refletir a respeito da sua organização motora, ação essencial à prática do basquete.

Em relação aos gestos, Coutinho (2003) sugere que:

Durante a execução do movimento, o aluno recebe informações, principalmente cinestésicas, sobre como o movimento está sendo executado e, após, recebe informações visuais sobre o resultado do movimento, ou seja, se o movimento executado alcançou ou não o objetivo desejado. Denominam-se estas informações feedback. (2005, p.29).

É importante lembrar que os cadeirantes em sua grande maioria utilizam-se do equipamento somente para atividades de uso diário e, provavelmente, nas aulas de educação física e no basquetebol sobre rodas; mais especificamente, ele terá de aliar este controle ao manuseio do objeto “bola” o que aumentará a necessidade de ajustes constantes.

É fundamental que, antes de se aventurar em um novo exercício, o aluno entenda os movimentos necessários à tarefa, saiba suas potencialidades, coloque em prática todas as variáveis motoras (psicológicas, corporais, verbais, lógicas, espaciais) que possam auxiliá-lo no sucesso da tarefa.

A participação do professor neste momento é muito importante, pois, sabendo das individualidades ou potencialidades de seus alunos, ele poderá auxiliá-los, uma vez que no processo de aprendizagem o aluno consegue detectar os erros ou as dificuldades. Mas, por muitas vezes, sente dificuldade em corrigi-los sozinho, precisando de um auxílio ou de demonstrações práticas de correção.

Como estamos num processo de iniciação ao esporte, é importante que o professor tenha oportunidade de conhecer a cadeira, suas possibilidades de deslocamentos, como o seu corpo se organiza na cadeira. Peça ao aluno esta oportunidade, assim você poderá ter uma noção mais clara das atividades que poderá propor vivenciar na prática com o uso da cadeira de rodas e permita também que outros cadeirantes o façam.

Quanto à forma de aprender, não existe uma única maneira de proceder à tarefa. Porém, temos que ficar sempre atentos a mudanças. Existe uma grande possibilidade de você estar neste momento aprendendo muitas coisas ao mesmo tempo com seu aluno sobre a cadeira de rodas e sobre o jogo.

Segundo Souza (1994) a respeito das contra–indicações, restrições, para então iniciarmos a prática propriamente dita.

Inaptidão é considerada como inapto às aulas, os cadeirantes que: Apresentarem doenças infectocontagiosas, distúrbios renais, infecções urinárias, úlceras de decúbito (escaras) etc.; estiverem em período de convalescença, após doenças, cirurgias, fraturas ou contusões graves; apresentarem dor e/ou febre.

As contra-indicações: casos de dores intensas; irritações dérmicas; precário estado geral ou de funções vitais; feridas abertas ou alterações intensas da temperatura corporal.

Recomendações: após uma queda de cadeira de rodas com suspeita de fraturas ou lesões profundas, encaminhar a um médico e só permitir o retorno às atividades físicas após a constatação de que não haverá inaptidão temporária; em dias muito quentes, evitar que alunos lesados medulares fiquem com os pés descalços ou outra parte qualquer do corpo em contato direto com materiais que se aqueçam facilmente (metais e piso). O contato prolongado, mesmo com materiais menos quentes, pode provocar queimaduras. Nos deslocamentos em cadeira de rodas (em corridas, basquete etc.), prender as pernas do aluno com faixa (corda) elástica, ou adotar assento anatômico mais adequado, de maneira que os joelhos se posicionem mais alto que os quadris, de tal forma que os pés não caiam de seu apoio; portadores de paraplegia e tetraplegia apresentam distúrbios de regulamentação térmica, não devendo ser expostos por muito tempo ao sol e calor intenso. Ter cuidado com locais muito abafados.

Preventivamente poderá ser levado para um local mais fresco e hidratá-lo; no aperfeiçoamento em técnicas de manejo de cadeira, existe a possibilidade de se fazer bolhas de água ou calos nas mãos; caso seja necessário, proteja-as, na semana inicial, com esparadrapos.

Segundo Costa (1996), na metodologia do processo de iniciação da modalidade, é relevante considerarmos que as crianças com deficiência, como todas as outras crianças, necessitam do maior número de experiências possíveis, com e sem materiais, para ampliar desta maneira o seu acervo motor e cognitivo.

Uma proposta para uma metodologia segura: do conhecido para o desconhecido; do fácil para o difícil; do simples para o complexo; do leve para o pesado; do lento para o mais rápido; do concreto para o abstrato.

A explicação dos exercícios deve ser precisa e compreensível, feita verbalmente e por demonstração, utilizando-se de aulas recreativas, lúdicas, prazerosas, fazendo o aluno tomar gosto e confiança nas aulas: respeite o tempo de aprendizagem de cada um, pois as pessoas são diferentes; elogie todo o processo e corrija, sempre destacando um ponto positivo; ofereça atividades e exercícios que venham ao encontro das necessidades do maior número possível de pessoas, mesmo as mais limitadas.

O professor deve estar ciente de que, no processo de iniciação ao BCR, ele poderá encontrar alunos animados e preparados para participarem das aulas de educação física, como também poderá encontrar alunos inseguros.

Segundo Freitas (1997) destaca que a motivação é um elemento muito importante, do qual o professor de educação física deverá ter conhecimento nesta etapa da iniciação. No entanto, o portador de deficiência não tem a sua personalidade também deficiente, porém sabe-se que a personalidade dessa pessoa poderá sofrer com a conseqüência social da deficiência, podendo até chegar a ser uma personalidade problemática. Mas se a pessoa com deficiência consegue ter sucessos e superar pequenos desafios ao longo de sua vida, sua personalidade também vai crescer mais forte.

Seguindo este princípio na iniciação esportiva, devemos propiciar atividades com experiências de sucesso. A autora ainda sugere que o ensino do basquetebol sobre rodas seja dividido em níveis de aprendizagem de acordo com as possibilidades que o professor detectar no cadeirante, iniciando com um repertório bem simples. Propõe-se que atividades lúdicas sejam inseridas juntamente com pequenos jogos, para que possa propiciar o sucesso, mesmo que insignificantes para a metodologia convencional, pois poderá proporcionar aumento da auto-estima, segurança e, assim, você poderá gradativamente ir diversificando suas propostas.

Conforme Freitas (1997) que a iniciação no basquetebol sobre rodas deverá ser estabelecida por cinco etapas de aprendizagem: conhecimento da clientela, tipos de deficiência e seqüelas; conhecimento do basquetebol convencional e o basquetebol sobre rodas; não podemos introduzir o basquetebol sobre rodas sem termos conhecimento básico do basquetebol convencional e isto poderá ser dado de diferentes formas na escola, por meio de palestras, aulas expositivas etc; conhecimento da cadeira de rodas; classificação funcional no âmbito escolar é indispensável para que o professor possa realizar alguns testes motores de funções musculares para saber quais os músculos que ele consegue movimentar e até onde consegue executar movimento.

Movimentos de equilíbrio com o tronco à frente, o professor poderá lançar mão de alguns artifícios, que possam ajudá-lo no processo de iniciação, para orientar o seu aluno no desenvolvimento das atividades, observando assim se o aluno está bem sentado. A orientação poderá ser no sentido de colocar uma almofada, faixas abdominais ou no pé para ajustar melhor o corpo à cadeira. Fixar o quadril no assento da cadeira ou na base do encosto, propiciando um ajuste melhor do aluno à cadeira, facilitará a condução do equipamento.

É importante saber se, o cadeirante é usuário de próteses ou órteses, se será adequado realizar as aulas com ou sem estes aparelhos. O uso dos acessórios sugeridos anteriormente, como faixas, é para que o aluno possa sentir-se mais seguro e estável na cadeira de rodas, podendo melhorar suas habilidades e capacidades motoras na cadeira.

Fundamentos do basquetebol e adaptações ao basquetebol sobre rodas. No processo ensino-aprendizagem, é essencial conhecer os fundamentos que englobam os gestos básicos da modalidade basquetebol e sua correta execução. Deve-se considerar que o processo pedagógico do basquetebol sobre rodas deverá ser similar ao basquetebol convencional.

Serão apresentados, os fundamentos técnicos da modalidade; no entanto, é relevante comentar, neste momento, o fundamento “domínio de corpo e da cadeira de rodas” no que se refere à iniciação no basquetebol sobre rodas. Este fato justifica-se quando observarmos que uma das adaptações ou diferenças mais significativas entre o basquetebol sobre rodas e o basquetebol convencional é a necessidade de uso do equipamento que é no caso a cadeira de rodas.

Para tal, faz-se necessário na iniciação dessa modalidade que o aluno aprenda as técnicas de domínio de corpo e utilização da cadeira de rodas, para que na seqüência do aprendizado do manejo da cadeira ele possa desenvolver, com mais segurança dentro do processo de aprendizagem, as habilidades e os fundamentos propriamente ditos e exigidos no basquetebol.

De acordo com Freitas (1997), para que o cadeirante possa ter um bom desempenho no manejo de cadeira de rodas, faz-se necessário o aprendizado de algumas técnicas: que deverá ser entendido como aro de impulsão.

É um aro fixado à roda da cadeira que, pelo toque, define a intensidade do deslocamento, direção e frenagem da cadeira: técnica de proteção para queda; propulsão da cadeira de rodas (propulsão da cadeira para frente e propulsão da cadeira para trás); frenagem da cadeira de rodas; mudança de direção; largadas e partidas; empinar a cadeira; técnica de proteção para queda:

Durante o jogo ou atividades físicas em movimento, muitos podem ser os momentos em que os alunos cadeirantes passem por situações de desequilíbrios ou tombos de suas cadeiras de rodas. No entanto, torna-se fundamental que o aluno aprenda algumas técnicas para se proteger da queda de uma cadeira de rodas.

Segundo Freitas (1997) sugere que o cadeirante comece parado, desequilibrando – se para trás com um dos braços estendidos por trás do encosto da cadeira o mais próximo possível desta, enquanto o outro braço sustenta a cadeira de rodas, evitando que ela deslize para frente, segurando o aro de propulsão ou o aro e o pneu ao mesmo tempo.

Se por acaso, o cadeirante necessite voltar à posição sentada, ele poderá fazê-lo agindo num movimento conjunto do empurrão do braço contra o solo e o puxão do aro propulsor para trás, jogando o seu corpo para cima e para frente. As rodas frontais da cadeira perderam o contato com o solo, e o cadeirante terá a sensação de que estará caindo de costas e tem de proteger a cabeça e o corpo, mas, lembre-se, ele estará iniciando este processo parado o que torna o movimento lento e seguro. Caso o aluno não tenha força suficiente para desequilibrar sua cadeira para trás, o professor poderá auxiliá-lo segurando na parte alta do encosto e trazê-lo em direção ao seu encontro e para baixo empinando ligeiramente a cadeira. No domínio gradativo da técnica, diminui-se a espessura do colchão até a sua retirada por completo.

Erros mais comuns na execução da atividade: braço de proteção muito afastado do encosto; na queda flexão do braço de proteção, fato que limita a força para sustentar o corpo; não segurar com o outro braço o aro propulsor da cadeira, evitando que ela se deslize para frente; no ato da queda extensão completa dos dois braços.

Propulsão da cadeira de rodas (deslocamento da cadeira) para o cadeirante desenvolver qualquer exercício na aula, é fundamental que ele saiba empurrar a sua cadeira de rodas de diferentes maneiras com autonomia, segurança e domínio, para que os seus gestos possam ter harmonia e economia de energia. O toque da cadeira de rodas para frente e para trás, pois são movimentos fundamentais que poderão ser utilizados em qualquer atividade solicitada numa aula de educação física.

Deslocamento da cadeira para frente: Pode ser utilizada a pegada ou toque somente no aro de propulsão ou em conjunto, entre o aro de propulsão e os pneus. A locomoção da cadeira de rodas ocorre a partir do movimento que deverá ser iniciado na altura da linha do quadril, ou seja, na parte superior do aro da cadeira de rodas.

O cadeirante inicia o toque com as mãos simultaneamente e, paralelamente, promove uma propulsão para frente e para baixo, em movimentos contínuos, até a extensão total dos braços. O término desse movimento se dá com a palma das mãos do cadeirante voltadas para baixo, havendo descontração total dos braços. Segundo Freitas (1997), o cadeirante deverá manter o seu corpo ligeiramente inclinado à frente, com o seu tronco parado durante a propulsão.

FIG. 1 – Propulsão para frente e para baixo.

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Observações importantes:

A velocidade da cadeira será de acordo com a velocidade imprimida no movimento.

Tetraplégicos não conseguirão fazer a preensão completa dos dedos no aro de propulsão em função da lesão neurológica; apenas será realizado o contato das mãos.

Erros mais comuns na pratica do basquete sobre rodas:

Não aproveitar o deslize da cadeira após a propulsão, provocando, dessa maneira, uma pequena frenagem todas as vezes que nela tocar;

Não executar o toque com as mãos paralelas e simultâneas, imprimindo na maioria das vezes, maior força de um lado do que de outro, provocando dessa maneira uma mudança de direção da cadeira;

Iniciar ou terminar o toque na cadeira em altura recomendada, provocando assim um número exagerado de toques e, conseqüentemente, maior gasto de energia;

Segundo Freitas, 1997, movimentar o tronco durante o toque;

Deslocamento da cadeira para trás: No aprendizado desta técnica, deverão seguir-se os mesmos princípios utilizados no deslocamento para frente, observando que os movimentos devem ser realizados no sentido contrário. O toque deve iniciar na frente da linha do quadril do atleta, com extensão total dos braços, percorrendo o aro de propulsão até a altura da linha do quadril. Durante esse movimento, o tronco do atleta deve ser ligeiramente inclinado para frente e parado, facilitando assim o movimento completo conforme figura abaixo.

FIG. 2 – Propulsão até a linha do quadril.

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Temos que ficar atento quando os cadeirantes ficam com os braços estendidos, totalmente à frente, no aro de impulsão e o corpo ligeiramente inclinado no mesmo sentido; no segundo momento, é realizado um movimento puxando os braços simetricamente para trás até a altura da cintura em conjunto com a elevação do tronco.

Segundo Márcia e Roberto (2005) uma pessoa com lesão precisa desenvolver níveis razoáveis de força nos membros superiores, para que possa erguer-se da cadeira durante alguns segundos e, dessa forma evitar a pressão excessiva que provoca as escaras de decúbito.

A frenagem deve ser suave deixando o aro de impulsão deslizar entre as mãos que estarão colocadas à frente do corpo, pois uma parada brusca com as mãos na altura da cintura (ao lado corpo) poderá causar o empinamento da cadeira de rodas com uma queda do aluno para trás.

A frenagem da cadeira pode ser realizada com ambas ou com uma das mãos, dependendo da situação em que são solicitadas. Segundo Freitas (1997) que alerta, para provocar a parada da cadeira de rodas, o cadeirante deve inclinar, quando possível, o tronco para trás, pressionando com as mãos simultâneas, de forma firme e gradativa, o aro de propulsão à frente da linha do quadril.

Porém, o cadeirante pode ver-se forçado a parar bruscamente; então, deverá parar de maneira normal, observando, no entanto, a maneira de segurar o aro de propulsão e o pneu ao mesmo tempo, para que a cadeira não deslize ou derrape em pisos muito lisos.

Segundo Souza, 1994, a frenagem deverá ocorrer de forma gradativa; a pressão nos aros propulsores deverá ser crescente, sendo mais fraca no seu início e acentuando-se à medida que a cadeira reduza a sua velocidade.

As mudanças de direção para o cadeirante aprender a dominar a cadeira de rodas, é fundamental que ele consiga realizar mudanças de direção, pois esses movimentos permitirão que, tanto nas aulas de educação física quanto nos jogos lúdicos/competição, ele possa desenvolver movimentos de finta. No basquetebol sobre rodas, a mudança de direção pode ser observada em giros de 90º, 180º e 360º para direita e/ou esquerda.

O cadeirante deverá pressionar, de forma crescente, o aro de propulsão do lado para o qual deseja realizar o giro, inclinando ligeiramente o tronco para trás e para o lado do giro. Nos giros de 180º e 360º, além da pressão no aro, pode também ser necessária uma puxada rápida do aro para trás, obrigando a cadeira a girar mais rapidamente sobre o seu eixo como destaca Freitas (1997).

O cadeirante deverá ter o conhecimento da representação simbólica de 90º, 180º e 360º.

Para idades iniciais, as referências poderão ser apresentadas às crianças em forma de figuras de linguagem, ou utilizando os círculos e meios círculos pintados na quadra.

As largadas e partidas é muito utilizada no basquetebol sobre rodas em arranques bastante rápidos, curtos ou longos, que propiciem um bom posicionamento do atleta no ataque, defesa e contra-ataque. Vale mencionar que, para o cadeirante apresentar domínio neste fundamento, ele deve postar o quadril o máximo possível para trás, inclinar a parte superior do tronco para frente e tocar vigorosamente o aro de propulsão para frente. Segundo Freitas, 1997, o cadeirante deverá tomar cuidado, pois, tocando a cadeira com força e velocidade para frente, ela poderá se inclinar para trás, provocando a queda do cadeirante.

Ao empinar a cadeira consideramos o ato de empinar a cadeira de rodas um fundamento importante para o equilíbrio e coordenação do aluno no processo de aprendizagem do domínio da cadeira. É importante salientarmos que esta ação, além de não ser um movimento usual, não é permitida durante o jogo de basquetebol sobre rodas.

Este fundamento é sugerido para os cadeirantes que já possuam um bom domínio de tronco e poderá também ser utilizado nas aulas de educação física como uma atividade lúdica, em que o aluno poderá desenvolver várias situações que permitam que a cadeira de rodas seja empinada para frente, para a lateral e giros.

Nas atividades iniciais do fundamento “empinar a cadeira”, é fundamental que alguém possa estar atrás do encosto da cadeira de rodas, oferecendo a proteção necessária ao cadeirante, permitindo que ele possa executar a tarefa com a máxima segurança, evitando uma queda repentina.

É importante entendermos que o cadeirante poderá e deverá participar dos exercícios de iniciação ao basquete convencional executando todos os exercícios propostos à modalidade, respeitando as devidas adaptações e características do basquetebol sobre rodas. Ressalte-se a importância do domínio da cadeira de rodas neste momento da aprendizagem, pois ela é fundamental para um aperfeiçoamento não só do jogo, mas também do domínio de habilidades gerais do aluno.

Segundo Costa (1996) e Souza (1994), no processo de iniciação, sugeri algumas atividades com e sem bola com base: sentado no chão, ou na cadeira de rodas, passarem a bola e dizer o nome; idem ao anterior e dizer o nome a quem a bola será endereçada; jogar a bola para cima e pegar; rolar a bola no chão e tentar pegá-la; rolar a bola em um banco sozinho e depois em dupla; boliche de bola; duas equipes, bola por debaixo da corda; bola ao cesto, preso na cintura ou na cadeira de rodas; dois a dois, de frente um para o outro, rolam jogam ou quicam a bola, parado e/ou em movimento, com uma ou duas bolas; todos os cadeirantes participam; um dos participantes é escolhido como pegador. A um sinal, ele tentará pegar os demais. Quem for tocado por ele, na cadeira ou no corpo, virará estátua; os cadeirantes deverão posicionar-se numa mesma linha e correrão em linha reta após serem chamados individualmente. Eles se deslocarão num sentido de ida e volta.

Devem-se chamar os participantes numa dinâmica de intervalos; ação que dificultará identificar quem é o mais rápido ou mais lento (respeitando ritmos); os cadeirantes serão divididos em dois grupos mais ou menos homogêneos. No meio do espaço escolhido, será colocado, por exemplo, um banco sueco e cada equipe terão um número igual de bolas. Se possível, haverá pelo menos uma bola (que poderá ser de meia) para cada jogador.

A idéia do jogo é que, ao sinal, cada equipe jogará as bolas de seu lado para o lado do adversário. Ao final do tempo determinado pelo professor (um minuto, por exemplo), ganhará a equipe que tiver menos bolas no seu campo. Ao sinal de fim do tempo combinado, nenhuma equipe poderá jogar a bola no campo adversário.

A cadeira de Rodas

Algumas vezes, a cadeira de rodas é feita sob medida, levando em consideração a limitação física e a característica do jogador quanto ao jogo de basquete.

Os atletas que iniciam a prática do basquetebol em cadeira de rodas devem passar pelos seguintes processos: Preenchimento de uma ficha individual do atleta.

Avaliação como médica, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, preparadores físicos e classificadores funcionais e outros profissionais afins. Trinta minutos antes do início de cada partida, o Árbitro realiza uma avaliação e medição da cadeira de rodas (seating).

Tecnicamente, para fins de possibilitar um melhor desempenho desportivo-funcional, é feita uma avaliação, por parte dos profissionais, com o atleta sentado na nova cadeira, onde são acrescentadas faixas de fixação (straps), para lhes dar maior segurança. É explicado detalhadamente o desenvolvimento do manejo da cadeira; a pegada, propulsão e a freiada (para frente e para traz), giros, inclinação (tilt), etc.

É de vital importância a orientação no desenvolvimento dos fundamentos técnicos do basquetebol: diversas variações de dribles, passes, recepção, arremessos, bloqueios, rebotes, corta-luz e falso corta-luz, e muitos outros. Desenvolvimento dos fundamentos táticos do basquetebol, ofensiva e defensivamente; transição, quadrado, jogadas defensivas e ofensivas, read and react, jogadas em situações específicas. Todos os itens acima são desenvolvidos conforme o planejamento e as avaliações realizadas pela equipe multidisciplinar.

A cadeira deve ter medidas como pré-requisito, como forma de garantir a segurança e igualdade na competição. A cadeira deverá ter 3 ou 4 rodas; duas rodas grandes localizadas na parte traseira da cadeira e uma e/ou duas rodas pequenas na parte da frente. Nas últimas décadas, passou a se utilizar uma pequena rodinha, chamada de anti-tip, colocada na parte traseira e mantida a 20 cm do solo. O objetivo é que o contato com o chão possa dar uma maior segurança ao jogador. Os pneus traseiros devem ter um diâmetro máximo de 71 cm, e a roda deverá possuir um aro para impulsão.

A altura máxima do assento não pode ultrapassar 53 cm do solo e o descanso para os pés não deve passar de 11 cm do solo, com as rodas dianteiras em posição alinhada para movimento para frente. A parte de baixo do descanso para os pés deverá ser desenhada de tal maneira que não danifique a superfície da quadra. O jogador deve usar uma almofada de material flexível sobre o assento da cadeira. A almofada deverá ser da mesma largura e comprimento do assento da cadeira e não pode exceder 10 cm de espessura, exceto para os jogadores das classes 3.5, 4.0 e 4.5, onde a espessura máxima permitida é de 5 cm.

As regras

As regras do Basquetebol em Cadeira de Rodas são as mesmas do Basquetebol convencional. No entanto, pelo fato dos atletas obrigatoriamente jogarem sentados na cadeira de rodas, algumas modificações foram feitas. O jogador só poderá impulsionar as rodas duas vezes antes de driblar, passar, ou arremessar a bola. Se o jogador impulsionar as rodas três vezes, incluindo movimentos de pivô, será considerada violação de percurso. A tabela é localizada na mesma altura do jogo para os jogadores profissionais adultos situada a 3,05 metros do chão.

Falta técnica

Uma falta técnica será cobrada sempre que um jogador demonstrar deliberadamente conduta anti-desportiva; quando um jogador elevar-se do assento da cadeira ou quando remover os pés do descanso de pé ou usar outra parte do corpo que não as mãos, para obter vantagens, tais como frear ou manobrar a cadeira. A cobrança para a falta técnica é de 1 (um) arremesso livre concedido ao adversário, mais a posse de bola do lado oposto à mesa. O capitão do time cobrador da falta designará o jogador que executará os arremessos.

Classificação funcional

É usado um sistema de classificação para jogadores em cadeira de rodas que dá a cada um uma classificação de acordo com a observação de seus movimentos e habilidades durante sua apresentação em uma partida de basquete, tais como, movimentação de cadeira, driblando, passando, recebendo, arremessando e pegando um rebote. Estas classificações são 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4,5. Cada jogador recebe uma pontuação no valor igual à sua classificação. Os valores dos pontos dos cinco jogadores serão somados para formarem o total de pontos do time. Para campeonatos internacionais, competições paraolímpicas, campeonatos regionais e qualificação para estes eventos, os valores de pontos total do time não podem exceder de 14 pontos. O time que inicia o jogo deverá manter seu número de pontos mesmo com as substituições subseqüentes de jogadores, ou seja, 14 pontos no total.

Quando e quem inventou o basquete em cadeira de rodas?

A história do basquete em cadeira de rodas confunde-se com a história dos demais esportes para deficientes.

Apesar há muito tempo os deficientes utilizarem várias práticas esportivas em forma de lazer, o primeiro registro oficial de esporte paraolímpico data de 1932, quando foi criado na Inglaterra uma associação de jogadores de golfe com um só braço.

O principal marco histórico do esporte paraolímpico se dá durante a Segunda Guerra Mundial quando, em 1944, em Aylesbury, na Inglaterra, o neurologista Ludwig Guttmann, que escapara da perseguição aos judeus na Alemanha nazista criou, a pedido do governo britânico, o Centro Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville, especializado no tratamento a soldados do exército inglês feridos na Segunda Guerra Mundial, onde trabalhava-se com atividades de Arco e Flecha.

Em 1948, Guttman cria os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville , com a participação de 14 homens e 2 mulheres da Forças Armadas Britânicas em uma única modalidade, Arco e Flecha. Em 1952, Sir Guttmann realizou o II Jogos Desportivos de Stoke Mandeville com a participação de 130 atletas entre ingleses e holandeses.

Paralelo a esse acontecimentos, surgiu nos EUA o Paralyzed Veterans of America (Veteranos Paralisados da América), que começaram a desenvolver atividades esportivas.

É aí que surge o primeiro registro de um jogo de basquete em cadeira de rodas, na divisão da PVA em New England, EUA, mas a mais popular foi a divisão da PVA na Califórnia, EUA, indo depois para Boston, Memphis , Richmond, New York, Canadá e Inglaterra. A equipe mais popular nos EUA era a equipe da região Oeste, a Birmingham Flying Wheels, que também era uma divisão da PVA.

O primeiro campeonato oficial ocorreu em 1948, foi o I Campeonato Nacional da PVA nos EUA de basquetebol em cadeira de rodas, se sagrando campeã a equipe Flying Wheels da Califórnia. A popularização do esporte levou à formação da primeira equipe que não era formada por militares, a Kansas City Wheelchairs Bulldozers.

A primeira paraolimpíada aconteceu em 1960, em Roma, quando o médico italiano Antonio Maglio, diretor do Centro de Lesionados Medulares de Ostia, cidade italiana, sugeriu que os Jogos Internacionais de Stoke Mandeville fossem disputados naquele ano na capital da Itália, na seqüência e nas mesmas instalações da XVI Olimpíada.

A Olimpíada dos Portadores de Deficiência – na verdade, os Jogos Paraolímpicos – contou com 400 atletas em cadeira de rodas, representando 23 países. As autoridades italianas deram todo apoio à competição que teve calorosa acolhida do Papa João XXIII.

Origem

As Primeiras modalidades de esporte adaptado tiveram origem na Inglaterra e nos EUA. Na Inglaterra, por iniciativa do médico Ludwig Guttmann, indivíduos com lesão medular ou amputações de membros inferiores começaram a praticar esporte jogos em um hospital em Stoke Mandeville. Nos EUA por iniciativa da PVA( Paralyzed Veterans of América), veteranos acidentados principalmente durante a segunda guerra mundial, surgiram as primeiras equipes de basquetebol em cadeiras de rodas, atletismo e natação.

O Basquetebol em Cadeira de Rodas foi a primeira modalidade a ser praticada no Brasil com necessidades especiais. O pioneiro nesta modalidade foi Sérgio Del Grande. Em 1951, ele sofreu um acidente durante uma partida de Futebol, e ficou paraplégico. Os médicos recomendaram a ele que viajasse para buscar tratamento nos Estados Unidos. Naquele país, Sérgio percebeu o quanto era dado valor para a prática esportiva associada ao processo de reabilitação.

Em meados da década de 50, Del Grande voltou para o Brasil, trazendo consigo uma cadeira de rodas especial para a prática do Basquetebol. Ele fundou o Clube dos Paraplégicos de São Paulo e procurou incentivar outras pessoas com deficiência a praticar a modalidade, através de exibições. Como sua cadeira havia sido fabricada nos Estados Unidos e não existia modelo parecido no Brasil, um fabricante procurou Sérgio para desenvolver aquele material aqui, utilizando de sua cadeira de rodas como protótipo. Em troca, Del Grande solicitou que o fabricante desse a ele 10 cadeiras de rodas, para que a primeira equipe fosse formada. E foi o que aconteceu.

A partir daí, o Basquete em Cadeira de Rodas no Brasil passou a evoluir cada vez mais. Em 1959, a equipe do Clube dos Paraplégicos de São Paulo viajou para a Argentina para disputar duas partidas contra a seleção daquele país. Venceram os dois jogos, um realizado em Buenos Aires e outro em Mar Del Plata. De lá pra cá, o Basquetebol em Cadeira de Rodas no Brasil se fortalece cada vez mais, tornando-se uma das maiores potências no mundo, tornando se um aliado a inclusão social.

É preciso esclarecer que existem inúmeros portadores de necessidades especiais que sofrem pelo descaso da sociedade, mas que se encontram aptos para realizarem qualquer atividade física, a inclusão e integração dos deficientes físicos é necessária uma forma é através do desporto basquetebol.

Regras do Basquetebol em Cadeira de Rodas

EM CADEIRA DE RODAS

As regras do basquete em cadeira de rodas são muito semelhantes às do jogo de basquete tradicional. São feitas apenas algumas modificações que levam em consideração a cadeira de rodas, a mecânica da sua locomoção e a necessidade de se jogar sentado.

REGRAS GERAIS

Como no basquete tradicional são cinco jogadores em cada uma das equipes, com dois períodos de 20 minutos, usando 30 segundos de posse de bola. No caso de empate no fim do segundo período, uma prorrogação de 5 minutos será usada para o desempate.

A QUADRA

A quadra de jogo deve ter as dimensões de 28 m x 15 m, medidas estas que são requeridas para competições da IWBF. A quadra deve ser delimitada por linhas, sendo que as linhas de lance livre e de três pontos são de acordo com as regras da FIBA. A altura da cesta é a mesma do basquete tradicional (3,05m).

A CADEIRA DE RODAS

A cadeira deve se adequar a certos padrões para garantir segurança e competitividade.

A cadeira pode ter 3 ou 4 rodas, sendo duas rodas grandes na parte traseira e uma ou duas na parte frontal. Os pneus traseiros devem ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um suporte para as mãos em cada roda traseira. A altura máxima do assento não pode exceder 53cm do chão e o apoio para os pés não poderá ter mais que 11cm a partir do chão, quando as rodas dianteiras estiverem direcionadas para frente. A parte de baixo dos apoios devem ser apropriados para evitar danos à superfície da quadra.

O jogador poderá usar uma almofada de material flexível no assento da cadeira. Ela deverá ter as mesmas dimensões do assento e não poderá ter mais de 10cm de espessura, exceto para jogadores de classe 3.5, 4.0 e 4.5, onde a espessura deverá ser de no máximo 5 cm.

Os jogadores podem usar faixas e suportes que o fixem na cadeira ou faixas para prender as pernas juntas. Aparelhos ortopédicos e protéticos podem ser usados. O cartão de classificação dos jogadores deve informar o uso de próteses e afins e indicar todas as adaptações na posição do jogador na cadeira.

Pneus pretos, aparelhos de direção e freios são proibidos. Os árbitros devem checar as cadeiras dos jogadores no início do jogo, para que conferir se estas cadeiras estão de acordo com as normas estabelecidas.

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE JOGADORES

O basquete em cadeira de rodas é um jogo para pessoas com deficiências permanentes nos membros inferiores.

O sistema classifica os jogadores baseado na observação de seus movimentos durante uma performance de habilidades de basquete como: empurrar a cadeira, driblar, passar, receber, arremessar e pegar rebotes.

As classes são: 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5. A cada jogador é atribuído um valor em pontos igual à sua classificação.

Os pontos dos cinco jogadores são somados para formar um time que alcance um determinado total de pontos. Para os Campeonatos Mundiais da IWBF, competições para-olímpicas, campeonatos locais e torneios classificatórios para esses eventos o time não pode exceder a 14 pontos.

Cada jogador possui um cartão de classificação que deve ser usado durante o jogo. O cartão mostra a classificação do jogador, indicando também quaisquer modificações no seu assento e o uso de faixas ou aparelhos protéticos e ortopédicos.

BOLA AO ALTO

Cada período começa com a decisão da posse de bola (Bola ao Alto). O jogador não pode se levantar da cadeira (falta técnica). Portanto, os jogadores com o acento mais alto são beneficiados.

No caso de uma “bola presa”, onde o jogador tem as duas mãos na bola durante a partida, cada equipe tem a posse de bola em lateral alternadamente. A direção da próxima posse em decorrência de uma “bola presa” é indicada por uma seta na mesa de controle.

VIOLAÇÕES ESPECÍFICAS PARA O BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS

Violações são infrações às regras, onde a equipe que a comete perde a posse de bola para a outra time, através da cobrança de lateral no ponto mais próximo ao local da infração.

1. Violações fora da quadra

Um jogador está fora da quadra quando alguma parte de sua cadeira está em contato com a linha limítrofe ou fora dos limites da quadra. Se um jogador jogar a bola em um oponente para que ela saia da quadra propositadamente o oponente ficará com a posse de bola.

2. Regra de Progressão

O jogador pode empurrar a cadeira por no máximo duas vezes antes de driblar, passar ou lançar a bola. Três empurrões em movimento, incluindo um pivô, constituem uma violação de progressão.

3. Regra dos 3 Segundos

Um jogador não pode permanecer por mais de três segundos na área restritiva do oponente. Essa restrição não se aplica enquanto a bola está no ar durante um lance para a cesta, durante um rebote ou uma bola morta. Jogadores que permanecerem na área restrita por mais de três segundos cometem uma violação.

4. Regra dos 5 e 10 segundos

Um jogador marcado de perto que está segurando a bola deve passar, lançar ou driblar em 5 segundos.

Uma equipe deve trazer a bola da sua área de defesa para a área de ataque em 10 segundos. Demorar mais que isso nesses eventos resulta em uma violação.

5. Faltas

Faltas são infrações às regras envolvendo contato físico com o oponente e/ou comportamento anti-desportivo. A falta é marcada contra o ofensor e a penalidade pode ser a perda da posse de bola, lance livre ou séries de três lances, dependendo da natureza das faltas.

O jogador que cometer 5 faltas durante a partida, após o terminando esse estoque de faltas o jogador deve se retirar do jogo.

6. Falta Pessoal

O basquete em cadeira de rodas é um esporte sem contato. Uma falta pessoal é aplicada ao jogador quando ele bloqueia, segura, puxa ou impede o progresso do oponente com seu corpo ou com a cadeira. Rudez desnecessária também é punida como falta pessoal.

Para todas essas faltas, a cadeira é considerada como parte do jogador, e o contato não acidental entre cadeiras também constitui falta.

7. Falta Técnica

A falta técnica é aplicada quando um jogador demostra conduta anti-desportiva, quando se levanta do acento da cadeira ou retira seus pés do apoio ou usa alguma parte de seus membros inferiores para obter vantagem desleal ou direcionar sua cadeira.

Quando uma falta técnica é marcada, o oponente tem direito a dois lances livres. O arremessador é designado pelo capitão da equipe.

Vídeos

Basquetebol em Cadeira de Rodas – Parte 1

Basquetebol em Cadeira de Rodas – Parte 2

Fonte: www.informacao.srv.br/FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS (IWBF)

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