Jogos Olimpícos na Grécia Antiga

Origem

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Apesar de associarmos as olimpíadas com o desporto, os jogos olímpicos da Grécia Antiga eram principalmente um festival religioso em honra de Zeus. Segundo a lenda, os jogos foram fundados por Hércules, que plantou uma oliveira de onde eram feitos os ramos dos vencedores.

Os primeiros jogos olímpicos foram realizados em 776 a.C com apenas um evento – uma corrida a pé de aproximadamente 200 metros chamada Stadion, que deu origem à palavra ‘estádio’. Os jogos eram realizados de quatro em quatro anos e o período de tempo entre os jogos ficou conhecido como Olimpíada.

Os gregos levaram os jogos tão a sério que uma trégua era declarada e estritamente respeitada durante cada jogo olímpico.

Inclusivamente durante a Guerra do Peloponeso, os inimigos misturaram-se e competiram lado a lado durante o evento. A trégua foi quebrada apenas uma vez por Esparta, que foi punida tendo sido banida dos jogos desde 420 a.C.

Olímpia

Os jogos olímpicos eram realizados num santuário e complexo desportivo especialmente construído no oeste do Peloponeso, chamado Olímpia.

Nunca foi uma verdadeira cidade, não possuía cidadãos ou governo, mas era um lugar próspero; com restaurantes, um salão de encontro e alojamentos. Além disso, continha enormes instalações desportivas, incluindo um estádio de 40.000 lugares, um hipódromo para corridas de cavalos e um ginásio grande.

No centro de Olímpia existia um lugar sagrado chamado Altis. No coração dele erguia-se um magnífico templo contendo uma estátua de Zeus de 12 metros feita por Fídias – uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Ainda hoje em dia o fogo olímpico é aceso no templo de Hera em Olímpia, antes da sua viagem à volta do mundo.

Eventos

A competição olímpica estava aberta a todos os cidadãos e era realizada com os homens nus ou ‘gymnos’ – a raiz da palavra ‘ginásio’. As mulheres não podiam ver os jogos e muito menos participar neles.

Iniciando com apenas uma corrida num dia, os jogos passaram a ter 10 eventos realizados em cinco dias, em 471 a.C. À corrida foram adicionados a luta romana, o boxe, as corridas de cavalos (com carruagens e sobre selas), disco, lançamento de dardo e salto em distância com música. Também existia o Pentátlon – realizado com salto, corrida, lançamento de dardo, lançamento de disco e luta – e o pankration, uma violenta combinação de luta romana e boxe, praticamente sem regras, na qual o vencedor era aquele que conseguisse derrotar o oponente primeiro.

Os jogos terminavam com uma estranha e cansativa corrida para homens com armaduras completas.

Desenvolvimento

A popularidade dos jogos olímpicos continuou no mundo antigo mesmo após o desaparecimento do império grego. Mas em 393 d.C. – após a 293° edição dos jogos olímpicos e 1.170 anos depois dos jogos terem começadom, foram abolidos pelo imperador romano Teodósio I, que havia proibido qualquer adoração a ídolos em santuários.

Foi somente em 1896 que eles ressurgiram, graças aos esforços de um jovem aristocrata francês, Baron Pierre de Coubertin, e do grego Dimitrios Vikelas.

Os primeiros jogos olímpicos da Era Moderna foram realizados em Atenas. Treze países participaram competindo em 43 eventos divididos em nove modalidades.

Pela primeira vez, uma maratona foi incluída.

A corrida comemorou a vitória dos atenienses sobre os persas, quando o mensageiro Philippides correu desde as planícies de Maratona a Atenas com a notícia da vitória.

História

Em 776 a.C., após deixar para trás seis adversários, o grego Corobeu venceu a única prova daquela que ficaria conhecida como a primeira edição dos Jogos Olímpicos.

Diferentemente do que se imagina, não foi uma corrida de longa distância: o cidadão da cidade de Elis percorreu apenas os 192 metros de extensão do estádio de Olímpia, na península do Peloponeso. A ideia de que a maratona foi o primeiro esporte olímpico, portanto, não passa de um mito.

Segundo esse mito, em 490 a.C., durante o período de guerras entre gregos e persas, um corredor chamado Fidípides teria atravessado quase 100 quilômetros entre Atenas e Esparta para buscar ajuda. Outra versão conta que um homem chamado Eucles percorreu a distância entre Atenas e acidade de Maratona para participar da batalha. Com a vitória dos gregos, ele retornou a Atenas para dar a notícia, um esforço de 40 quilômetros entre ida e volta que teria custado sua vida.

Nigel Spivey, professor de Artes Clássicas e Arqueologia na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e autor de The Ancient Ofympics (“As Olimpíadas antigas”, inédito em português), afirma que o equívoco pode ser esclarecido ao se analisar a formação social da Grécia antiga. “Isso que chamamos de corrida de longa distância nunca tinha sido considerado esporte, tendo em vista que o trabalho de levar mensagens entre as cidades era função de servos e escravos.”

Na democracia grega, apenas homens livres eram considerados cidadãos. Entre seus direitos estavam as decisões políticas e a participação no exército. Essa natureza bélica, enraizada na própria mitologia, também se relaciona com a atenção dada ao corpo. A prática constante de atividades físicas era a responsável por mantê-los preparados para as guerras – e acabou dando origem às Olimpíadas. As cidades-estados só alcançavam esse status se oferecessem para a população um local para a prática de esportes – o estádio. A partir do século 8 a.C., a Grécia estabeleceu um calendário de competições para motivar seus “atletas”.

A primazia de Olímpia sobre as demais cidades gregas na organização dos jogos está fundamentada na mitologia.

Filho de Zeus, o herói Hércules teria inaugurado os Jogos Olímpicos como forma de comemorar o sucesso de um de seus 12 trabalhos: a limpeza dos estábulos de Audias, rei de Elis. Concretamente, sabe-se que essa lenda foi representada em Olímpia pelo escultor Fídias, que, em 440 a.C., foi o responsável pela construção do mais importante templo em homenagem a Zeus, que se transformou numa das Sete Maravilhas do mundo antigo. A estátua fez com que a cidade se tornasse o principal ponto de encontro dos festivais religiosos. E a proximidade do estádio fez com que Olímpia se destacasse como palco dos esportes.

Por mais de 40 anos, a participação foi restrita a atletas da região. Mas, entre 732 a.C. e 696 a.C., a lista de vitoriosos passou a incluir cidadãos de Atenas e Esparta. E, a partir do século 6 a.C., os jogos passaram a receber inscrições de qualquer homem que falasse grego, fosse ele da Itália, do Egito ou da Ásia. “Participar de torneios como aqueles não era, de fato, apenas competir”, afirma Nigel Spivey. “Os atletas dirigiam-se para as Olimpíadas antigas com o interesse de ganhar e ser reconhecidos como os melhores.”

Ao longo dos anos, diversas cidades-estados passaram a realizar suas próprias disputas, que também carregavam uni forte viés religioso. Como forma de homenagear a deusa Atena. os chamados Jogos Panatenáicos foram instituídos em Atenas em 566 a.C., mas acabaram ofuscados por outros torneios. Esse novo circuito de competições, conhecido como Jogos Sagrados, era sediado em Olímpia e Delfos – a cada quatro anos – e em Corinto e Nemea – a cada dois anos.

BIGAS E SANGUE

Embora a primeira Olimpíada tenha acolhido apenas uma disputa, novas categorias foram incluídas ao longo dos mais de mil anos do evento como forma de disputa política e militar. As corridas de biga, inicialmente com quatro cavalos, inauguraram um novo espaço de competições, o hipódromo, em 680 a.C., data da 25a edição dos jogos.

Diversos personagens históricos protagonizaram embates nessa modalidade. O político Alcibíades, amigo e entusiasta de Sócrates, participou da corrida de 416 a.C. com nada menos que sete bigas. Segundo o historiador Tucídides, conquistou o primeiro, o segundo e o quarto lugares. Em 67 d.C., já sob o domínio romano, os gregos assistiram ao imperador Nero ser coroado vencedor mesmo sem ter cruzado a linha de chegada com sua biga puxada por dez cavalos.

Embates corporais também fizeram parte do calendário olímpico da Antiguidade. Uma das modalidades, conhecida hoje como luta greco-romana, já fazia parte do treinamento físico dos jovens da Grécia desde o século 10 a.C.

Os primeiros vestígios da inclusão dessa luta numa Olimpíada datam de 400 anos depois: foram encontrados em fragmentos de uma placa de bronze.

Para vencer a luta, não havia contagem de tempo. As categorias eram divididas por idade. Era preciso jogar o oponente ao chão pelo menos três vezes — sem quebrar os dedos do adversário.

O boxe também foi disputado. Um busto representando um lutador de 330 a.C. dá conta da violência da modalidade – há inúmeras cicatrizes na imagem de bronze. Não havia luvas, rounds ou regras claras para aliviar o sofrimento dos competidores. O orador João Crisóstomo registrou em dois discursos que um tal Melancomas, morador de Caria (localizada na costa da Ásia Menor), teria sido o maior pugilista do primeiro século da era cristã.

A luta mais cruel da competição, porém, foi introduzida no calendário cerca de 100 anos depois da primeira Olimpíada. Para que se tenha ideia, os combatentes do chamado pancrácio eram punidos pelos juízes só em caso de mordidas ou quando um deles arrancasse o olho do adversário. O vencedor acabava venerado pela platéia mesmo quando provocava a morte do oponente.

Conjunto de cinco categorias, o pentatlo era disputado em provas de corrida, salto, luta, arremesso de disco e arremesso de dardo. Respectivamente, corridas e lutas abriam e encerravam o conjunto de provas – com algumas regras próprias, ambas categorias também eram disputadas fora do pentatlo. Na corrida, a distância mais curta envolvia um trajeto de cerca de 200 metros, equivalente ao comprimento dos estádios.

Na mais longa, os atletas disputavam a liderança em 24 voltas pelo perímetro do local ou 5 mil metros.

Os jogos da Antiguidade eram violentos. Muitas vezes, serviram para simular batalhas militares. A morte de atletas chegou a ser registrada. A despeito das condições climáticas e mesmo de higiene, sabe-se que os atletas competiam nus. Historiadores antigos registram que essa tradição teria começado em 720 a.C., quando um sujeito chamado Orsipos, de Megara, venceu uma prova de corrida ao notar que sua performance seria melhor se ele abandonasse suas roupas pelo trajeto. A própria palavra “ginástica” tem o termo “nudismo” em seu radical grego gymnos – o que explicaria a proibição de mulheres, fosse como atletas, fosse como espectadoras.

Por mais sangue que tenha sido derramado, os atletas jamais abriram mão de alguma ambição pela vitória. Nem mesmo durante as guerras, ou quando a Grécia esteve sob domínio dos macedônios e dos romanos, as competições esportivas deixaram de ser realizadas. Os jogos, contudo, entraram em declínio na segunda metade do século 4.

Durante o domínio do imperador Teodósio, em 380 o cristianismo foi anunciado como religião oficial do Império Romano, fazendo com que, 13 anos depois, todos os centros esportivos e religiosos que abrigavam festas pagãs fossem fechados. Era o fim dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que só viriam a ganhar uma versão moderna cerca de l 500 anos mais tarde.

Trapaças, fraudes e política

Há menos diferenças entre os Jogos Olímpicos atuais as competições organizadas pelos gregos na Antiguidade do que se imagina.

Tudo que aparenta ter sido criado no esporte no século XX  já era conhecido pelos filhos de Olímpia: treinamento intensivo, alimentação controlada, transferências, profissionalismo etc. E o dinheiro já ocupava um lugar central. Desde a organização dos primeiros Jogos os atletas foram remunerados.

Quando tais competições se transformaram em disputas entre as cidades-estado, valendo o prestígio nacional ou local, elas assumiram o papel de verdadeiras patrocinadoras. Mantinham colégios de atletas e, quando não selecionavam um campeão, tratavam de comprá-lo no estrangeiro. Em Atenas, em 580 a.C., Sólon promulgou uma lei dispondo que cada vencedor olímpico .recebesse 500 dracmas. Levando em conta que um carneiro valia cerca de 1 dracma, a soma era considerável. À parte isso, os campeões adquiriam status e privilégios particulares como a dispensa de pagarem impostos.

A ambição das cidades passou a impelir os atletas à vitória. Eles contavam com a possibilidade de treinar continuamente e de se especializar a fim de multiplicar as chances de sucesso. E adotavam dietas especiais. Os lutadores sujeitavam-se a uma superalimentação perigosa. Muitos, como Mílon de Crotona, faziam uma dieta à base de carne. O corredor Astilo de Crotona preconizava, pelo contrário, alimentação leve. Treinadores célebres como Iço de Tarento (século IV) recomendavam tratamentos científicos e médicos.

Seguindo o exemplo de Atenas, as demais cidades começaram a oferecer aos seus campeões a soma considerável de 5 talentos (um talento valia 6 mil dracmas). O atleta laureado era sustentado vitaliciamente pela cidade. Na primeira metade do século IV a.C, o vencedor da corrida do estádio recebia 50 ânforas de azeite (que valiam aproximadamente R$ 12.500,00); o vencedor no pugilato (ancestral do boxe) ou no pancrácio (prova que combinava a luta com o pugilato) ganhava 30 ânforas (R$ 7.500,00); o vencedor no pentatlo (200 metros, 1.500 metros, salto em distância, lançamento de disco e de dardo), 40 ânforas (R$ 10 mil); e o vencedor da corrida de carros de dois cavalos, 140 ânforas (R$ 35 mil). Um campeão olímpico podia receber da cidade renda mensal de 200 dracmas.

QUATRO LENDAS SOBRE AS ORIGENS DOS JOGOS

Existem várias lendas sobre o nascimento dos Jogos Olímpicos. Contava-se que Zeus os criara quando de sua vitória sobre os titãs. Também se dizia que, no século IX a.C., a peste devastara o Peloponeso e Ifitos, rei de Elida, havia estabelecido os Jogos para apaziguar os deuses. Outros historiadores pretendiam que os Jogos tinham chegado de Creta pelas mãos do sacerdote Héracles, no século XV a.C. Héracles teria disputado a primeira corrida com seus três irmãos.

Outros, enfim, consideravam Pélops o verdadeiro criador. Apaixonado por Hipodâmia, a filha do rei de Pisa, ele precisava escapar à desconfiança do rei, que matava todos os pretendentes da filha. Tendo subornado o cocheiro que sabotou o carro do rei, matando-o, instituiu os Jogos Atléticos em Olímpia para comemorar seu casamento.

SUBORNO

A importância das recompensas transformou o espírito dos Jogos. A introdução das corridas de carros nas provas olímpicas e o sustento dos cavalos, particularmente oneroso, implicavam a criação de estrebarias de propriedade dos cidadãos ricos. Os próprios atletas se vendiam a quem pagasse mais. O cretense Sotades, que venceu a corrida de daulichos (4.700 metros) nos XCIX Jogos Olímpicos (384 a.C), aceitou correr por Éfeso quatro anos depois. Os cretenses o puniram, exilando-o. Astilo, de Crotona, cidade habituada a conquistar a maior parte dos prêmios olímpicos, ganhou, em 488 a.C., a corrida de 600 pés e o diaulo (corrida de 400 metros) e se apresentou nos Jogos seguintes como cidadão de Siracusa.

Com o desenvolvimento do profissionalismo, as escolas de esporte e os ginásios multiplicaram-se. Os pedótribas (professores de educação física) descobriam as qualidades dos futuros campeões a partir dos 12 anos de idade. Esses treinadores particulares, às vezes ex-atletas, í eram cada vez mais bem remunerados.

Assim, Hippomachos cobrava l 100 dracmas pelo curso. Os atletas i eram criteriosamente selecionados, e todos cobiçavam o título de periodônico, de vencedor dos Jogos Olímpicos. E por ele se dispunham a tudo.

Em 388 a.C., na XCVIII Olimpíada, constatou-se o primeiro caso de corrupção: o pugilista Eupolos comprou três adversários, dentre os quais o portador do título. O senado de Olímpia impôs uma multa aos quatro homens e, com o dinheiro obtido, mandou erguer seis estátuas de bronze de Zeus, as chamadas zanes, que foram dispostas no bosque de Altis.

Na base da primeira, inscreveu-se: “Não é com dinheiro, e sim com pernas rápidas e um corpo robusto que se alcança a vitória de Olímpia”. Em 332 a.C., Calipo, atleta ateniense, subornou seus adversários. Como eles se recusaram a pagar a multa, todos os atenienses foram excluídos dos Jogos.

Milênios antes de se tomar um espetáculo televisivo, a inauguração dos Jogos Olímpicos já era objeto de suntuoso cerimonial. Os atletas admitidos em Olímpia caminhavam dois dias de Elis a Olímpia, guiados pelos helanódices (juízes).

O cortejo se detinha diante do altar de Zeus, o mais venerado dos deuses. Os sacerdotes lhe ofereciam uma hecatombe (o sacrifício de 100 bois). Depois os gregos cantavam e dançavam em torno ao altar. Nos arredores, os mercadores anunciavam seus produtos à multidão; os turistas acampavam em barracas ou ao ar livre; as personalidades se mostravam. Faziam-se as apostas enquanto os atletas prestavam juramento, erguendo a mão sobre o altar, comprometendo-se a combater com dignidade e respeito às leis. Na cercania do estádio, instalavam-se os vendedores de suvenires e bebidas, as mulheres encarregadas da administração e as prostitutas.

No começo, o festival durava apenas um dia. A festa foi crescendo e, em 520 a.C., o programa dos Jogos Olímpicos estava constituído. O primeiro dia dedicado às cerimônias; o segundo, às provas eliminatórias de corrida a pé. Quarenta mil espectadores se acomodavam nas arquibancadas. O terceiro dia dedicava-se ao pentatlo; o quarto, à luta, ao pugilato, e ao pancrácio; o quinto, às finais das corridas a pé; o sexto, às corridas de cavalos.

Nos séculos V e iy o vencedor não era mais o cocheiro, e sim o proprietário dos cavalos. No sétimo dia, realizavam-se as cerimônias de encerramento, com um cortejo formado pelos juízes, os vencedores, as autoridades de Elis e de Olímpia, seguido pelas estátuas dos deuses carregadas ao som das flautas e dos cânticos. O arauto anunciava o nome, a pátria e as façanhas dos vencedores perante a estátua de Zeus esculpida por Fídias. Os juízes cingiam-lhes a cabeça com uma coroa de oliveira silvestre trançada com ramos da árvore. Um banquete reunia os membros do senado, os vencedores e as personalidades. Os olímpicos (participantes dos jogos) ofereciam sacrifícios.

JOGOS E PAZ

Durante as Olimpíadas, cessavam os combates entre os gregos. Uma vez proclamada a trégua, os spondophores (mensageiros) iam anunciar os Jogos no norte da Grécia, nas ilhas, na Ásia Menor, no Egito e na Sicília. Nenhum exército podia pisar o solo de Olímpia. Era igualmente proibido impedir os atletas de participarem das provas. De forma pacífica, os Jogos se transformavam no símbolo da luta entre as cidades.

COMPETIÇÕES

Dentre as provas das Olimpíadas, o pancrácio era a mais mortífera. Era uma luta na qual tudo se permitia, com exceção de golpes nos olhos. Os atletas combatiam na lama, e os perdedores erguiam a mão para interromper o combate.

Os Jogos Olímpicos incluíam a corrida de hoplitas (guerreiros gregos), na qual os participantes nus portavam capacete e escudo. Segundo o filósofo Filóstrato, essa prova simbólica que encerrava os Jogos indicava que “a trégua imposta aos gregos tinha chegado ao fim e cumpria retomar as armas”.

Durante sete dias, de oito a dez juízes presidiam os Jogos. Assumindo a função dez meses antes do evento, estabeleciam a escolha dos competidores, inspecionavam o estádio e o hipódromo e, se necessário, revisavam o regulamento. Excluíam todos os retardatários e todos os que haviam matado os adversários.

Ordenavam aos policiais que viam jogar do alto do monte Typée as mulheres que porventura pisassem o solo olímpico durante os jogos masculinos, já que seus próprios jogos, chamados Héréns, ocorriam no mês de setembro.

Entre as primeiras competições de 2500-2000 a.C. e as de 776 a. C., a história dos Jogos Olímpicos não passou, segundo o geógrafo Pausânias, de uma sequência ininterrupta de desaparecimentos e renovações. A partir de 776, sua periodicidade foi respeitada e mantida até 394 da era cristã. O intervalo de quatro anos passou a se chamar olimpíada. A partir dessa data, os gregos passaram a contar o tempo não por anos solares, mas sim por olimpíadas.

Nas primeiras 15 olimpíadas, todos os vencedores eram originários do Peloponeso. De 768 a.C. a 736 a.C., os messanenses, vindos da Sicília venceram regularmente, depois desapareceram da competição quando dominados pelos espartanos. A história dos Jogos era, pois, indissociável dos fatos políticos. De 720 a 576 a.C., Esparta participou ativamente deles. De 716 a 604 a.C., 29 espartanos venceram a corrida do estádio. Essa superioridade de Esparta coincidiu com sua hegemonia no Peloponeso.

É verdade que a totalidade da educação espartana se centrava no desenvolvimento da capacidade física. O fim desse período arcaico ficou marcado pela superioridade dos atletas de Crotona, a começar pelo campeão Glaucos, e consagrou o início das vitórias das colônias. Os Jogos Olímpicos passaram a ser considerados uma festa nacional. Os atletas eram exaltados pelos poetas. Mílon de Crotona, cujas façanhas se estendem de 540 a 512 a.C., tornou-se uma celebridade – e uma lenda.

A Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.) teve graves repercussões nos Jogos Olímpicos, diminuindo-lhes o prestígio. Em 420 a.C., Esparta, acusada de violar a trégua sagrada, foi excluída dos Jogos. Os espartanos invadiram Elis e lhe tomaram a metade do território. Restou Olímpia aos eleenses, que estavam fadados a se submeter a Esparta até a batalha de Leuctra (371 a.C.), na qual os te-banos venceram os espartanos.

As cerimônias já não tinham o esplendor do século V. Os atletas já não eram considerados heróis. O período helenístico (300-80 a.C.) representou uma verdadeira decadência para os Jogos. Após as conquistas de Alexandre, o Grande, eles tiveram um novo ímpeto; ao mesmo tempo, desenvolveu-se o gosto pelo espetacular, anunciando os jogos romanos do circo. O pugilato, o pancrácio, as corridas de carros ficaram cada vez mais brutais e, pouco a pouco, foram substituindo os combates atléticos.

Em 313 a.C., Telésforo, general do príncipe Antígono, invadiu Elis e pilhou o tesouro do templo de Olímpia para recrutar mercenários. Em 210 a. C, Olímpia foi novamente saqueada. Naquela época, os romanos participavam dos Jogos. Sila chegou a pensar em transferi-los para Roma. Por fim, Augusto confiou Olímpia a governadores provinciais e mandou um funcionário vigiar magistrados e sacerdotes. Tibério e Nero chegaram a participar dos Jogos. Nero acrescentou concursos de música e de poesia.

O último vencedor conhecido dos Jogos da Antiguidade foi um príncipe armênio de origem persa, Varazdates (373 ou 369). Por influência de santo Ambrósio, bispo de Milão, o imperador Teodósio, o Grande, proibiu todas às comemorações pagãs. A estátua de Zeus foi levada a Constantinopla, onde desapareceu num incêndio. Em 395, Alarico e os godos devastaram Olímpia. Em 426, Teodósio II mandou incendiar os templos e, por volta de 550, um terremoto destruiu a cidade.

A partir de 400, o esporte deixou de participar da educação ou do lazer do aluno grego. Em torno 390, são Gregório de Nizianzo denunciou a vaidade dos atletas que perdiam tempo e dinheiro no esporte-espetáculo.

Era o fim dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, mas as competições esportivas parecidas com as Olimpíadas não chegaram a desaparecer totalmente.

Na Gália havia competições parecidas: o bispo Sidônio Apolinário (430-489) explicou que os “hérulos triunfavam na corrida; os hunos, no arremesso; os francos, na natação”. Na Irlanda e na Escócia, sobreviveu um atletismo parecido com o dos antigos.

No século XIV os escoceses criaram os Jogos de Ceres com lançamento de martelo, de pedra, de dardo e de tronco de lárix. Várias regiões tentaram restaurar as provas olímpicas com base no modelo antigo. Sem sucesso, até aparecer o barão de Coubertin, que em 1896 foi bem-sucedido ao criar, em Atenas, na mesma Grécia, os Jogos Olímpicos da Era Moderna.

CRONOLOGIA

2500/2000 a. C. – Primeiras competições olímpicas
580 a.C. – Sólon promulga uma lei em Atenas, dispondo que cada vencedor olímpico recebesse 500 dracmas
520 a. C. – O programa dos Jogos Olímpicos se estabiliza, com sete dias de duração
420 a. C. – Exclusão de Esparta dos Jogos Olímpicos
388 a. C. – Na XCVIII Olimpíada, o primeiro caso de alteração de resultado: o pugilista Eupolos compra três adversários para ganhar o título
313 a. C. e 210 a.C. – Saques contra a cidade de Olímpia
395 – Os godos destroem Olímpia
1896 – O barão de Coubertin recria em Atenas as Olimpíadas

Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga

A Grécia Antiga deixou para toda humanidade, principalmente para o mundo ocidental, um dos mais expressivos legados culturais da história, com destaque para filosofia e dramaturgia, pois essas manifestações não eram conhecidas entre as civilizações que antecederam os gregos na história.

A história das civilizações inicia-se por volta do quarto milênio a C. no Oriente Médio com as sociedades hidráulicas nos vales do Tigre e Eufrates, estendendo-se pelo Oriente Próximo, Egito, Índia e China. Culturalmente esses povos conheciam a pintura, escultura, literatura, música e arquitetura, mas não conheciam o teatro nem a filosofia. Essas manifestações nascem apenas com os gregos.

Outro aspecto que se desenvolve somente com os gregos é o esporte. Até então, os exercícios executados pelo homem eram involuntários, em busca da caça para sobrevivência.

O lema do atletismo “mais rápido, mais alto e mais forte” (“citius, altius e fortius”), representado pela trilogia correr, pular e arremessar, foi criado pelo padre Dére Didon em 1896, mas surgiu bem anteriormente, por volta de 776 a C. entre os jovens e soldados gregos, para desenvolver as habilidades físicas e criar competições. Os gregos iniciaram o culto ao corpo e em homenagem ao deus supremo inauguraram os Jogos Olímpicos.

Para os gregos cada idade tinha a sua própria beleza e a juventude tinha a posse de um corpo capaz de resistir a todas as formas de competição, seja na pista de corridas ou na força física. A estética, o físico e o intelecto faziam parte de sua busca para perfeição, sendo que um belo corpo era tão importante quanto uma mente brilhante.

Apesar de falarem a mesma língua e de terem unidade cultural, os gregos antigos não tinham unidade política, encontrando-se divididos em 160 cidades-estado, ou seja, cidades com governos soberanos, que a cada quatro anos se reuniam num festival religioso na cidade de Olímpia, deixando de lado suas divergências.

ORIGEM DOS JOGOS

Os antigos gregos não tinham fim de semana de lazer, eles trabalhavam todos os dias, exceto nos mais de 50 feriados religiosos e eventos esportivos, onde destacavam-se os Jogos Olímpicos ou Olimpíadas. Originalmente conhecidas como Festival Olímpico, faziam parte dos quatro grandes festivais religiosos pan-helênicos celebrados na Grécia Antiga e eram assistidos por visitantes vindos de todas cidades-estado que formavam o mundo grego. Os demais festivais eram o Pítico, O Ístmico e o Nemeu.

Sediado na cidade de Olímpia, em homenagem a Zeus (deus supremo da mitologia grega), o festival Olímpico era muito antigo, mas foi a partir de 776 a C. (data da fundação dos jogos) passou a ser feito um registro ininterrupto dos vencedores. Sabe-se que no dia marcado para o evento, uma forte chuva desabou sobre Olímpia, limitando as competições a uma corrida pelo estádio.

Registrou-se assim, a primeira notícia de um campeão olímpico. Tratava-se do cozinheiro Coroebus de Elis, vencedor da corrida de 192,27 metros. Alguns historiadores contudo, acreditam que as primeiras olimpíadas tenham sido bem anteriores ao feito do cozinheiro-atleta.

Apesar de inicialmente possuírem um caráter apenas local, já no final do século VIII a C. os jogos passaram a contar com participantes de todas as partes da região grega do Peloponeso. Eram realizados a cada quatro anos na cidade de Olímpia, durante o verão, época em que se iniciava a contagem da “Olimpíada”, o período cronológico de quatro anos utilizado para datar eventos históricos.

AS MODALIDADES

Os primeiros jogos limitavam-se a uma única corrida com cerca de 192 metros. Em 724 a C. introduziu-se uma nova modalidade semelhante aos atuais 400 metros rasos. Em 708 a C., acrescentou-se o pentatlo (competição formada por cinco modalidades atléticas incluindo luta livre, salto de distância, corrida, lançamento de disco e lançamento de dardo) e posteriormente o pancrácio (luta similar ao boxe). Os atletas do salto à distância carregavam pesos que os impulsionava para frente e que eram largados antes da aterrizagem. Dessa maneira eles acresciam mais de 30 cm em cada salto.

Em 680 a C. foi incluída a corrida de carros. Com formato arredondado na frente e abertos atrás, os veículos corriam sobre rodas baixas, sendo puxados por dois ou quatro cavalos alinhados horizontalmente. Outras competições com animais foram incluídas, como uma corrida de cavalos montados e outra de charretes puxadas a mulas. Em 600 a C., foi erguido o templo de Hera (esposa de Zeus), onde passaram a ser depositadas coroas de louros para os campeões.

O estádio ganhou tribunas de honra e a cidade um reservatório de água. Existiam também hotéis para as pessoas importantes, sendo que o mais conhecido da época foi construído ao redor de uma elegante fonte, onde no final se formava uma espécie de nações unidas entre as cidades-estado gregas.

Até 472 a C. as provas eram realizadas num único dia, sendo que apenas os cidadãos livres poderiam competir, além da participação feminina ser proibida.

Originalmente os atletas competiam nus e as mulheres eram excluídas dos jogos. Certa ocasião, uma mulher decidida a ver seu filho competir, disfarçou-se de treinador. No término da competição com a vitória do filho, a mulher pulou a cerca entusiasmada e tudo foi descoberto. A partir desse dia até aos treinadores foi exigida a nudez.

Os atletas que infringiam as regras estabelecidas, eram multados rigorosamente, sendo que da receita das multas eram erigidas estátuas de bronze a Zeus.

Os vencedores recebiam uma palma ou coroa de oliveira, além de outras recompensas de sua cidade, para a qual a vitória representava grande glória. De volta à terra natal eram triunfalmente acolhidos, podendo inclusive, receber alimentação gratuita pelo resto de suas vidas.

A homenagem podia consistir até na ereção de uma estátua do vencedor, além de poemas que poderiam ser escritos por Píndaro, poeta lírico que produziu diversas obras, destacando-se hinos em louvor às vitórias de atletas gregos.

É interessante observar que já naquela época existiam torcidas com lugares definidos nos estádios. Há alguns anos, uma expedição de arqueólogos europeus e norte-americanos encontrou em Neméia, evidências de grandes concentrações de moedas de Argos bem atrás do lugar onde ficavam os juízes. Como os jogos de Neméia eram controlados por Argos, a torcida escolhia esse local do estádio, para forçar que as decisões dos juízes fossem favoráveis a Argos.

O caráter festivo dos jogos foi alterado a partir da segunda metade do século V a C., quando a rivalidade entre as cidades, principalmente entre Esparta e Atenas, resultou numa guerra civil conhecida na história como Guerra do Peloponeso. Originalmente sem unidade, o mundo grego estava mais do que nunca esfacelado e enfraquecido, abrindo caminho para o domínio macedônio e dois séculos após para o imperialismo romano.

Durante o Império Romano, as modalidades de combate foram mais valorizadas e apesar da sobrevida, os Jogos Olímpicos acabaram juntamente com a antiga cultura grega, tendo sido banidos em 393 pelo imperador cristão Teodósio, possivelmente por suas práticas pagãs.

UMA OCASIÃO RELIGIOSA

Caso as cidades gregas estivessem envolvidas em guerras durante a realização dos jogos, proclamava-se uma trégua sagrada (ekekheiria), que concedia uma espécie de salvo-conduto aos viajantes a caminho de Olímpia. Na verdade, esses viajantes não iam à Olímpia apenas para os jogos. Iam para o festival religioso, para conversar com outras pessoas vindas de Argos, Esparta, Atenas, Tebas ou outras cidades.

Nessa ocasião, poetas e oradores aproveitavam-se do grande afluxo de pessoas para tornarem-se mais conhecidos através da declamação de suas obras. Outros ainda aproveitavam o momento, para diversificar seus negócios, realizados numa grande feira. Pode-se fazer uma idéia aproximada do número de pessoas presentes no festival, considerando o fato de o estádio de Olímpia comportar 40 mil pessoas sentadas.

Na entrada de Olímpia estava o ginásio, onde os atletas podiam treinar. Mente e corpo estavam juntos no ginásio, que era o lugar para conversação e para o aprendizado, tanto como para o exercício e a luta romana.

Apesar do espírito de competição, não podemos nos esquecer que o Festival Olímpico era antes de tudo uma ocasião religiosa, onde o centro de tudo era o grande templo de Zeus. Mais de cem bois eram sacrificados no altar em frente ao templo e seu interior era dominado por uma estátua do deus coberta de ouro. Em frente a ela cada atleta tinha que fazer um sacrifício e orar antes do começo. Existia um comitê organizador que decidia se a moral do atleta lhe dava o direito de competir.

NA ERA MODERNA: “O IMPORTANTE É COMPETIR”.

Após o banimento no final do século IV, os jogos foram reeditados em 1896 na cidade de Atenas, por iniciativa do educador francês Pierre de Frédy, o barão de Coubertin (1863-1937). Fascinado pelo comportamento dos gregos no passado, Coubertain convocou em 1894, uma reunião com delegados de 9 países, expondo seu plano de reviver os torneios que tinham sido interrompidos há 15 séculos.

As delegações desfilando em Atenas na primeira olimpíada da era moderna

Nessa primeira Olimpíada da era moderna o atletismo destacou-se como principal esporte, sendo realizadas 12 provas, entre corridas, saltos e arremessos. Nessa época começam a surgir os ídolos, como o grego Spyridon Louis. Considerado o primeiro ídolo de uma Olimpíada, Louis venceu a maratona acompanhado de seu cachorro Zeus, e a ele dedicou sua vitória após ser ovacionado e receber inclusive, uma inusitada proposta de casamento.

Barão de Coubertin

Jogos Olimpícos na Grécia Antiga
Barão de Coubertin

Os jogos modernos destacaram-se também pela participação feminina, sendo que a atleta canadense de salto em altura Ethel Catherwood, que em Amsterdã-1928 atingiu o recorde de 1m59, é considerada a primeira musa de uma Olimpíada. Em Munique-1972, foi a vez da ginasta russa Olga Korbut que com três ouros foi consagrada como “musa de Munique”, recebendo privilégios e sendo assediada pelo público.

Na olimpíada seguinte, em Montreal a ginasta romena Nádia Comaneci, com apenas 14 anos encantou o mundo, recebendo a primeira nota dez de ginástica na história das Olimpíadas, conquistando sozinha para seu país um total de cinco medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e uma de bronze.

O ideal olímpico representado pela velha máxima “O importante não é vencer, é participar”, foi defendido pela primeira vez em 1908 pelo bispo da Pensilvânia, durante um sermão aos atletas que disputariam as Olimpíadas de Londres. A frase utilizada posteriormente pelo barão de Coubertain, a quem erroneamente é atribuída, não condiz com a realidade olímpica dos tempos modernos, onde o esporte é visto como “guerra” e cada vez mais são encontradas evidências de doping, como o caso do atleta canadense Bem Johnson que em Seul-1988 teve seu ouro e recorde nos 100 m. cassados pelo Comitê Olímpico Internacional.

Atualmente os jogos contam com mais de 6 mil competidores de cerca de 100 países que disputam mais de 20 modalidades.

A tocha olímpica ainda brilha, talvez não com a mesma chama clara e intensa que inspirava seus primórdios há 2 mil e quinhentos anos atrás. Porém, ela ainda pode impulsionar o objetivo de que a cada quatro anos as nações do mundo deveriam esquecer suas diferenças para se unirem em amizade e competição, como as cidades-estado da antiga Grécia.

Resumo

Os primeiros jogos limitavam-se a uma única corrida com cerca de 192 metros.

Em 724 a C. introduziu-se uma nova modalidade semelhante aos atuais 400 metros rasos.

Em 708 a C., acrescentou-se o pentatlo (competição formada por cinco modalidades atléticas incluindo luta livre, salto de distância, corrida, lançamento de disco e lançamento de dardo) e posteriormente o pancrácio (luta similar ao boxe).

Os atletas do salto à distância carregavam pesos que os impulsionava para frente e que eram largados antes da aterragem. Dessa maneira obtinham uma vantagem de mais de 30 cm em cada salto.

Em 680 a C. foi incluída a corrida de carros. Com formato arredondado na frente e abertos atrás, os veículos corriam sobre rodas baixas, sendo puxados por dois ou quatro cavalos alinhados horizontalmente.

Outras competições com animais foram incluídas, como uma corrida de cavalos montados e outra de charretes puxadas a mulas.

A marca da cultura grega mais importante nos Jogos não tem relação com estádios ou cerimônias.

A herança mais viva dos gregos são o gosto pela disputa desportiva e a transformação dos campeões em ídolos. “Na Hélade (sinônimo erudito para Grécia) antiga, o espírito de competição e o ideal desportivo adquiriram uma posição vital na vida social pela primeira vez na história da humanidade”, explica Geórgios Khristópoulos no livro

No calendário grego, contavam-se os anos pelas Olimpíadas, o que dá uma ideia da sua importância. Nos textos gregos que chegaram até nós, abundam exemplos da glorificação dos heróis coroados com os louros da vitória nas Olimpíadas.

CULTO DO CORPO

O lema do atletismo “mais rápido, mais alto e mais forte” (“citius, altius e fortius”), representado pela trilogia correr, pular e arremessar, foi criado pelo padre Dére Didon em 1896, mas surgiu bem anteriormente, por volta de 776 a C. entre os jovens e soldados gregos, para desenvolver as habilidades físicas e criar competições.

Os gregos iniciaram o culto ao corpo e em homenagem ao deus supremo inauguraram os Jogos Olímpicos.

Para os gregos cada idade tinha a sua própria beleza e a juventude tinha a posse de um corpo capaz de resistir a todas as formas de competição, seja na pista de corridas ou na força física.

A estética, o físico e o intelecto faziam parte de sua busca para perfeição, sendo que um belo corpo era tão importante quanto uma mente brilhante.

Todos os atletas da Grécia Antiga tinham em comum o culto à beleza física. Para eles, só seria possível vencer uma prova se fosse mais forte e esbelto que o adversário e, só com um corpo escultural, poderiam honrar suas vitórias aos deuses, sobretudo Zeus e Apolo.

Por isso, os jovens e adolescentes passavam quase todo o seu dia num estádio treinando para a Olimpíada.

Apenas podiam disputá-la, atletas que dispusessem de no mínimo dez meses de preparação e que fossem genuinamente gregos.

Os atletas eram preparados para a competição com massagens e óleos.

No entanto, a preparação já havia começado semanas antes: todos os desportistas tinham que apresentar-se pelo menos 30 dias antes do início das competições desportivas num acampamento especial de treino – com comida e alojamento.

Além de uma instrução desportiva, havia também aulas teóricas sobre o significado da participação nos Jogos Olímpicos. Eram explicadas, a todos os participantes, as regras de comportamento durante as participações.

Os atletas competiam nus na maioria das modalidades.

Diz a lenda que certa vez um atleta perdeu o seu manto durante uma corrida e que nessa altura todos se aperceberam de que seria mais fácil competir assim.

Fonte:  www.tarefadecasa.hpg.ig.com.br/www.discoverybrasil.com/historia.wordpress.com

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