Diamantina

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Diamantina é bem diferente das outras cidades históricas das Minas Gerais. No mínimo, ela é bem menos contaminada pelo vírus do turismo, apesar da relativa fama, o que não deixa de ser ainda mais surpreendente. A razão é que lá o turismo de massa ainda não chegou. E ganha com isso quem for agora, antes que ele chegue pra valer.

Descubra Diamantina

Você começará a desconfiar de que o mundo ainda não descobriu Diamantina quando procurar por ônibus de excursões nas ruas da cidade e só encontrar um ou outro casal passeando tranqüilamente de mãos dadas.

E terá certeza disso quando parar para conversar com os moradores da cidade (com exceção dos pães de queijo, não há nada mais gostoso em Diamantina…) e descobrir que nem agência de turismo existe por lá. Diamantina ainda não despertou do passado. E olha que estamos falando de uma das únicas seis cidades brasileiras que fazem parte da seleta lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade!

A razão disso está na combinação de dois pecados: a preguiça e a ignorância – um terceiro poderia ser incluído: não ter tido a curiosidade de conhecer Diamantina até hoje. A preguiça é a de encarar os 300 quilômetros (ou mais de quatro horas de viagem) que separam Diamantina de Belo Horizonte. E a ignorância em confundi-la sistematicamente com outra Diamantina, a da Chapada, lá na Bahia. Não, não é o mesmo lugar, embora tenham sido os mesmos diamantes que fizeram a fama das duas no passado.

História

Diamantina – a mineira – nasceu Arroio do Tijuco e foi uma das cidades mais ricas do Brasil no século 18, graças aos diamantes, que brotavam aos borbotões e eram colhidos à flor do chão, entre os cascalhos dos seus riachos.

Entre 1714, quando alguém achou acidentalmente uma bonita pedra transparente, e 1870, quando a riqueza começou a rarear, estima-se que quase 2 milhões de quilates da mais preciosa das pedras saíram de lá, quase todo s para financiar os luxos da corte portuguesa, que, felizmente, porém, também deixaram marcas na encantadora arquitetura colonial da própria cidade, razão pela qual ela acabou transformada em Patrimônio da Humanidade.

Hoje, ainda existem diamantes na região. Dizem até que a rocha-fonte, de onde se originariam todas as pedras, nunca teria sido encontrada, embora isso esteja mais para lenda do que para fato.

Mas há muito tempo que Diamantina deixou de viver de suas pedras preciosas para tentar a sorte com outra valiosa fonte de renda: o turismo. Só que este ainda não chegou por lá, embora a cidade esteja prontinha para recebê-lo, o que, por sinal, só aumenta o prazer de quem for agora.

Sobrados e casarões, quase todos dos séculos 18 e 19 e com simpáticos balcões de madeira e janelas coloridas, estão pintados como se fossem novos, não há postes à vista, porque toda a fiação foi transferida para debaixo do solo a fim de não comprometer a paisagem, e suas ruas conservam o mesmo calçamento de pedra-sabão do passado, com curiosas faixas de blocos longitudinais, por onde avançavam as carroças e passeavam, sem tropeços nem escorregões, as damas da sociedade da época. Diamantina parece um cenário de minissérie da Globo, à espera de espectadores para contar boas histórias.

A Terra de Xica Xavier e JK

Uma delas já passou na própria televisão e fala de uma negra de dentes alvos, curvas salientes e porte de rainha, que reinou debochadamente na cidade em plena época da escravidão, fazendo de gato e sapato seu amo e amante, o português João Fernandes de Oliveira, então um dos manda-chuvas locais.

Seu nome: Xica da Silva.

O poder de Xica era tão grande que gerou a única igreja com torre nos fundos do país, dizem que por duas razões: para ela poder freqüentá-la livremente (uma lei da Igreja impedia que os negros fossem além das torres, como forma de impedir seu acesso aos altares) e para que o badalar dos sinos não perturbasse seu sono, já que sua casa ficava – e está lá até hoje! – exatamente em frente à tal igreja. Uma das 18 de Diamantina, por sinal.

A outra história que Diamantina não se cansa de contar é a do seu filho mais ilustre, o ex-presidente da república Juscelino Kubitschek, o JK, ou, para eles que são íntimos, apenas o “Seu Nonô”. O construtor de Brasília nasceu, cresceu e jamais se esqueceu de Diamantina. A tal ponto que convenceu o amigo Niemeyer a construir um hotel e uma escola na cidade com o mesmo estilo arquitetônico da Capital Federal – você os verá e imediatamente reconhecerá. Em contrapartida, foram os humildes arcos de madeira do antigo mercado central da cidade que inspiraram o artista nas formas no Palácio do Planalto. Brasília – quem diria? – imitou Diamantina.

Foi JK, também, o responsável pelo surgimento de outro hábito que se tornaria marca registrada da cidade: a musicalidade. Como ele gostava de serestas, todos passaram a tocá-las. E as melodias não pararam mais. Hoje, há mais de 90 grupos musicais na cidade, e é rara a família que não possui pelo menos um instrumento em casa.

A coisa evoluiu de tal forma que, recentemente, surgiram as vesperatas, ou espetáculos únicos no país, onde bandas sinfônicas espalham-se pelas sacadas das casas, enquanto um maestro fica regendo tudo de baixo, em plena rua, ao lado do povo.

Curiosos Vilarejos

Diamantina ainda vive com um pé no passado e cercada por vilarejos de nomes curiosos, que pararam ainda mais no tempo. Como a simplória Milho Verde, com cavalos na frente das vendinhas e casas de pau-a-pique. Ou a graciosa São Gonçalo do Rio das Pedras, ainda com ruas calçadas pelos escravos e que é grande só no nome.

Ambas fazem parte de um delicioso passeio pela região que tem o seu ponto alto em Biribiri (lá os nomes são mesmo assim!), uma antiga fábrica têxtil que parou de funcionar há décadas e virou uma minicidade habitada por apenas duas famílias e oito moradores, embora possua igreja, escola e uma dúzia de casas, todas vazias.

Se Diamantina lembra um cenário, Biribiri é como uma cidade cenográfica. Ali, muito provavelmente, você será o único (único mesmo!) visitante. É uma sensação, no mínimo, curiosa. E bem diferente daquela que qualquer turista experimentaria nas demais cidades históricas das Minas Gerais hoje em dia. Deve ter a ver com o nome daquela região. Porque diamantes são realmente raros.

As vesperatas acontecem num único fim de semana por mês e são responsáveis pelo principal movimento turístico da cidade. Se quiser ver Diamantina cheia, é só perguntar quando será a próxima vesperata. Caso contrário, qualquer dia serve. Porque a cidade ainda leva a mesma vidinha pacata e tranqüila de sempre.

Nem mesmo o ambicioso projeto da Estrada Real, um caminho ainda não sinalizado que pretende reconstituir a rota usada para escoar as riquezas das cidades históricas de Minas até os portos do Rio de Janeiro e que começava justamente em Diamantina, conseguiu, por enquanto, alterar este quadro.

Fonte: www.viaje.com.br

Diamantina

Com quase três séculos de fundação, passando de povoado a arraial até chegar a município, Diamantina é uma cidade rica em história e tradições. Possui um patrimônio arquitetônico, cultural e natural rico e preservado.

A formação do município está intrinsecamente ligada à exploração do ouro e do diamante. O casario colonial, de inspiração barroca; as edificações históricas; as igrejas seculares; a belíssima paisagem natural e uma forte tradição religiosa, folclórica e musical conferem uma singularidade especial à cidade.

O rico acervo arquitetônico e urbanístico de Diamantina justificou não apenas o tombamento de seu núcleo histórico em nível federal, realizado em 1938, como o título recebido da UNESCO de Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1999.

Além do mais, Diamantina está localizada na Serra do Espinhaço, sendo reconhecida como Reserva da Biosfera pelo programa O Homem e a Biosfera/MAB, também da UNESCO, devido à diversidade de recursos naturais existentes, que é considerada uma das mais ricas do mundo.

As Reservas da Biosfera (RBs) são a principal linha de ação do Programa e tal título faz com que sejam adotadas medidas urgentes para a conservação de todo o complexo montanhoso incluindo-se aí seus aspectos biológicos, geomorfológicos e históricos.

Vale evidenciar que tais títulos foram obtidos tendo como consideração o instrumento internacional da UNESCO, a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, a qual se propõe à promover a identificação, proteção e preservação do patrimônio cultural e natural de todo o mundo considerado especialmente valioso para a humanidade.

Atualmente dos 851 sítios de Patrimônio Mundial, o Brasil possui 17 localidades, sendo a Cidade Histórica de Ouro Preto, Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Centro Histórico da Cidade de Diamantina (MG), Centro Histórico da Cidade de Goiás, Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO), Centro Histórico de Olinda (PE), Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões (RS), Centro Histórico de Salvador (BA), Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica (BA/ES), Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu (PR), Plano Piloto de Brasília (DF), Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), Centro Histórico de São Luiz do Maranhão (MA), Mata Atlântica – Reservas do Sudeste (SP/PR), Parque Nacional do Jaú (AM), Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MS/MT) e Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas (RN).

Enquanto que, das 482 Reservas da Biosfera existentes no mundo, o país possui sete: Amazônia Central, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e o Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, Pantanal, Serra do Espinhaço.

Segundo a Agência Minas (2008), Diamantina, localizada no Circuito Turístico dos Diamantes, tem 77,6% de aproveitamento na dimensão aspectos culturais, nas variáveis produção cultural associada ao turismo, patrimônio histórico e cultural e governança.

A média nacional no aspecto cultural foi de 54,7%. Esses números foram apresentados, durante o Seminário Técnico do Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turísticos Regional, em 2008, realizado no município.

O principal objetivo do Estudo de Competitividade, elaborado pelo Ministério do Turismo em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e o Sebrae Nacional, foi realizar um diagnóstico detalhado e avaliar o grau da competitividade turística de 65 destinos indutores brasileiros para que dentro dos princípios da sustentabilidade os mesmos possam oferecer melhores produtos e serviços para o turista nacional e estrangeiros, propiciando assim, o desenvolvimento turístico regional.

Além de aspectos culturais, também foram avaliadas outras 12 dimensões para captar as informações dos indutores: infra-estrutura geral, acesso, serviços e equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketing, políticas públicas, cooperação regional, monitoramento, economia local, capacidade empresarial, aspectos sociais e aspectos ambientais.

A cidade também se destacou no estudo nas dimensões infra-estrutura geral e cooperação regional. Diamantina obteve índice de 70,2%, acima da média nacional de 63,3%, em serviços considerados essenciais para atividade turística como saneamento básico, eletricidade, comunicação, saúde e segurança.

Quanto à avaliação sobre o envolvimento dos atores de turismo, sociedade, governos, empresários, trabalhadores, instituições de ensino, turista e comunidade, Diamantina alcançou 60,8%, também acima da média nacional que é de 48,9%.

Assim, Diamantina demonstra que tem as condições turísticas e político-estruturais para bem receber um evento deste porte.

Fonte: www.ufvjm.edu.br

Diamantina

Por volta de 1722, começou o surgimento do povoado, sempre seguindo as margens dos rios que eram garimpados. A partir de 1730, ainda com uma população flutuante, o Arraial do Tejuco foi se adensando.

Por meio da expansão de pequenos arraiais ao longo dos cursos d’água em direção ao núcleo administrativo do Tejuco, foi se formando o conjunto urbano de Diamantina, tendo como primeiras vias a Rua do Burgalhau, Rua Espírito Santo e Beco das Beatas.

Em 1938, o conjunto arquitetônico do Centro Histórico da cidade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e, no final da década de 90, veio o reconhecimento mundial: Diamantina recebe da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Atualmente, Diamantina é uma das cidades históricas mais conhecidas e visitadas do país. O casario colonial, de inspiração barroca; as edificações históricas; as igrejas seculares; a belíssima paisagem natural e uma forte tradição religiosa, folclórica e musical conferem uma singularidade especial à cidade.

Fonte: www.diamantina.mg.gov.br

Diamantina

Quem gosta de cultura, história e aventura tem um prato cheio em Diamantina (290 km ao norte de Belo Horizonte), onde os casarões do século 18 “tocam” música e a natureza oferece muitas trilhas, cachoeiras e caminhadas.

Diamantina
Diamantina

Incrustada no Vale do Jequitinhonha, na região onde no século 18 foram descobertas as primeiras minas de diamante do Brasil, Diamantina ainda encanta por sua história, suas ladeiras de pedra e seus casarões, tão bem cuidados que deram à cidade -antigo Arraial do Tijuco-, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Apesar de pequena, a cidade é bem preservada -tanto em suas ruas quanto em seu centro histórico- e oferece uma tranquilidade que o turista não encontra mais em Ouro Preto, outra cidade histórica de Minas.

Diamantina perde, no entanto, no quesito compras: não vá esperando uma profusão de artesanato local.

Aproveite as atividades culturais e os passeios de aventura que a região oferece.

Vem dos casarões do centro histórico um dos eventos culturais mais característicos e charmosos de Diamantina, a Vesperata.

A ladeira da rua da Quitanda fica tomada por mesinhas onde o público pode beber vinho e comer petiscos típicos da região. De repente, no meio da rua de pedra, levanta-se um maestro; das janelas dos casarões centenários que circundam o largo saem meninos e meninas de uma fanfarra; os casarões da cidade “executam” então as tradicionais serenatas e serestas. Um espetáculo imperdível pela originalidade e beleza com que é feito.

As serestas, aliás, têm papel fundamental na história da cidade e influenciaram até um de seus filhos mais ilustres: o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Um dos políticos mais populares da história brasileira, o presidente “bossa nova”, idealizador e construtor de Brasília, é o grande orgulho de Diamantina, sendo homenageado em estátua e num museu montado na casa onde ele foi criado, que conta com vários objetos de sua infância.

Outro personagem da história do Brasil que teve Diamantina como casa foi a “rainha negra” Xica da Silva. Imortalizada na música de Jorge Benjor e no filme homônimo, a história da escrava que ascendeu à elite da sociedade diamantinense e se tornou uma das mulheres mais poderosas das Minas no século 18 é contada no museu da Casa de Xica da Silva e nas histórias dos moradores. Para quem quer mergulhar no passado minerador de Diamantina, o Caminho dos Escravos é outra boa pedida.

Mas a aventura também tem lugar em Diamantina. Porta de entrada das chapadas da região central do Brasil, a cidade é circundada por cachoeiras de até 70 m de queda e tem vegetação densa e preservada. Os picos favorecem as escaladas e o rapel, e os vales são propícios às caminhadas.

FERNANDO CAMINATI

Fonte: www1.folha.uol.com.br

Diamantina

Atrativos principais:

As construções históricas do século XVIII enchem de charme o centro de Diamantina. São belas igrejas, sobrados e casarões suntuosos que remetem ao período colonial, quando a vida no arraial girava em torno da extração de pedras preciosas.

Casa da Glória: Um dos cartões-postais de Diamantina, a construção do século XVIII traz dois sobrados interligados por um passadiço sobre a rua. Sede do Centro de Geologia da UFMG, o espaço é aberto à visitação e apresenta mapas geológicos, fotografias, quartzos e diamantes.

Casa de Juscelino Kubitschek: A casa simples onde o ex-presidente do Brasil passou a infância foi transformada em museu. Os cômodos abrigam biblioteca, objetos pessoais, fotos e os violões usados pelo político para participar das serestas.

Mercado Velho: Construído em 1835, era ponto de venda de mercadorias trazidas pelos tropeiros. Atualmente abriga o Centro Cultural David Ribeiro e a tradicional feira de artesanato, comidas, bebidas e hortifrutigranjeiros realizada aos sábados.

Vesperata: São exibições públicas de bandas de música, na mais pura tradição mineira. É um evento grandioso, uma vez que os músicos se espalham pelo cenário colonial de Diamantina, utilizando inclusive as sacadas dos casarões. Acontece de março a outubro, pelo menos duas vezes a cada mês deste período.

Fonte: www.minasgeraistur.com.br

Diamantina

A fama de Diamantina começou com a descoberta das pedras preciosas, quando a cidade ainda era conhecida como Arraial do Tejuco, nos idos do século 18.

Mesmo depois que os diamantes que seguiam para Portugal escassearam, a região continuou em evidência – primeiro, por conta de suas personalidades, como Chica da Silva, a escrava que teve vida de rainha ao se casar com um contratador português; e o ex-presidente Juscelino Kubsticheck, o filho mais ilustre.

Depois, em função do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco em 1999 e que revelou ao mundo um cenário intocado formado por igrejas barrocas e casario colonial espalhados por ruas calçadas em pedra e iluminadas por lampião.

“Serestas reúnem turistas de todas as idades na Rua da Quitanda”

Diamantina, porém, descortinou ainda muitos outros encantos. Exibiu a moldura exuberante formada pela Serra do Espinhaço, salpicada por grutas e cachoeiras; e a tradição das festas culturais, como as serestas que deram origem ao mais famoso evento da região, a Vesperata. Realizado nas noites de sábado, o concerto reúne uma multidão na rua da Quitanda. Na ocasião, as sacadas dos sobrados coloniais são tomadas por músicos que tocam valsas, boleros, sambas… impossível não se emocionar.

O charme rústico da cidade espalhou-se ainda por seus arredores. Uma estradinha de terra e muita poeira leva às graciosas vilas de Milho Verde, Biribiri e São Gonçalo do Rio das Pedras. Cercadas por trilhas, cachoeiras, caminhos de pedra e recantos perfeitos para saborear quitutes da culinária mineira, revelam um pedaço da história onde o tempo parou.

CENTRO HISTÓRICO

As construções históricas do século 18 enchem de charme o centro de Diamantina. São belas igrejas, sobrados e casarões suntuosos que remetem ao período colonial, quando a vida no arraial girava em torno da extração de pedras preciosas. Destaque para as casas do Muxarabiê – com influência arquitetônica árabe -; da Glória, com passadiço aéreo; e de Chica da Silva. Também merecem visita o Museu do Diamante, a igreja de Nossa Senhora do Carmo, a Casa de Juscelino Kubitschek e o Mercado Municipal.

Diamantina
Casario colonial espalha-se por toda a Rua da Quitanda

VESPERATA

Os concertos, promovidos pelas bandas da cidade, acontecem dois sábados por mês, em média. Quando a noite cai, músicos se apresentam nas sacadas dos casarões coloniais da rua da Quitanda, enquanto moradores e turistas dividem espaço nas mesas, cadeiras e escadarias ao ar livre. No eclético repertório, todos os estilos têm vez – sonatas, boleros, sambas, marchas e até MPB. O evento é suspenso entre os meses de novembro e fevereiro em função das chuvas.

Diamantina
Música anima e esquenta as noites de sábado

Cachoeiras

Entre as cachoeiras mais bonitas de Diamantina estão Sentinela, das Fadas, dos Cristais, da Toca e Três Quedas – esta última, com 70 metros de altura. As cascatas formam piscinas e poços de águas cristalinas, perfeitos para banhos. Nos arredores do povoado de Milho Verde também há belas quedas, como a do Piolho (40 metros) e a do Moinho (20 metros).

Diamantina
Queda d’água está entre as mais bonitas da região

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

O cenário bucólico do Largo do Rosário é formado pela Cruz da Gameleira, chafarizes do século 18 e a igreja que dá nome à praça. O templo, construído em 1728, tem fachada simples, porém, guarda altar folheado a ouro.

Diamantina
Singela, igrejinha retrata o charme de Dimantina

CASARÃO DO FÓRUM

Nobre e imponente, o sobrado do século 18 – e que hoje funciona como fórum – é o destaque da praça Juscelino Kubitschek.

Diamantina
Imponente Construção do Século XVIII

Fonte: www.feriasbrasil.com.br

Diamantina

Visite toda a arte barroca de Diamantina e descubra um pouco da história brasileira através das Igrejas da cidade em sua região histórica.

Para amantes da natureza, explore a Gruta do Monte Cristo, a Cachoeira do Barão, Sítio Arqueológico de Batatal e a Cachoeira das Fadas. Vá a Casa da Glória e conheça de perto o antigo conjunto interligado por um passadiço que corta o alto da rua. Durante o carnaval, caia na folia em Diamantina com o Bartucada.

Diamantina
A tranquilidade de Diamantina

Diamantina
Cachoeira dos Cristais

Diamantina
Fachada das casas

Diamantina
Igreja Nossa Senhora do Rosário

Diamantina
Rua colorida

Diamantina
Rua de Diamantina

Diamantina
Vista de Diamantina

Fonte: www.mundi.com.br

Diamantina

Se Deus o ajudar muito, mas muito mesmo, você talvez retire um diamante das águas do Rio Guinda. Acontece de vez em quando – e é por isso que ainda há gente que explora essa aérea próxima a Diamantina, em Minas Gerais.

Você nem sequer precisará possuir a licença ambiental ou dominar a técnica para que sua peneira venha “coroada” por um brilhante. Garimpar é uma atividade que requer persistência, conhecimentos, paciência e alguma sorte. Só não funciona, de jeito nenhum, se a área não tiver riquezas ocultas.

Pois você pode até percorrer o Caminho dos Diamantes sem encontrar uma única pedra preciosa, exceto nas joalherias que exis­tem aqui ou ali. Mas, se souber garimpar, o roteiro lhe reservará tesouros que permanecem esquecidos desde que a deca­dência do ciclo extrativista afastou os olhos gulosos dos reis de Portugal.

Chama-se de Caminho dos Diamantes o trecho mais longínquo da Estrada Real, nome que se atribuiu aos quase 1400 quilômetros de estrada que, entre os séculos 17 e 18, ligaram o Rio de Janeiro às áreas de mineração de ouro (e, mais tarde, de diamantes) de Minas Gerais.

Essa via, ou esse emaranhado de vias por onde transitaram soldados, religiosos, cobradores de impostos, nobres, escravos, aventureiros, contrabandistas e, mais que tudo, caçadores de tesouros, estende-se pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, abrangendo uma área que hoje tem 177 municípios.

Em 1999, algumas entidades de Minas resolveram criar o Instituto Estrada Real. Seu propósito era unir, em um circuito turístico, todas as atrações e potencialidades do velho novelo de caminhos. Em pouco tempo, a idéia revelou-se muito inteligente. Porque, embora tivessem extraído todo o ouro e o diamante que lhes pudesse enriquecer, os participantes daquela história deixaram um rico legado pelo caminho.

O Circuito do Ouro termina nas imediações de Ouro Preto e engloba o mais conhecido patrimônio colonial dos três estados. Já o Caminho dos Diamantes, aberto posteriormente, segue quase 300 quilômetros para o norte, em uma área menos povoada, mais inóspita e, em compensação, muito mais preservada.

É essa a nossa gleba de garimpo. Batéias ou peneiras são dispensáveis, mas convém equipar-se com um carro valente, porque as estradas são poeirentas, esburacadas e, muitas vezes, íngremes. Mais desafiadoras ainda quando as chuvas chegam, no final de setembro, exceto nos 160 quilômetros que ligam Belo Horizonte a Conceição do Mato Dentro, hoje pavimentados.

A bem da verdade, esse trecho nem sequer faz parte da Estrada Real. Mas é um belo atalho, de vez que inclui a travessia da Serra do Cipó, início e fim de muitas trilhas de andarilhos, ciclistas, escaladores e demais mochileiros. Não haverá vestígio da passagem dos bandeirantes, mas a serra, em si, é a própria arca do tesouro que eles outrora foram buscar.

Chama-se Cipó nesse trecho, Caraça mais além, lntendente em outra parte e assim vai mudando de nome conforme o gosto do freguês. Mas, na verdade, é tudo parte de uma única cordilheira, a longuíssima e bela Serra do Espinhaço, um paredão de 1.000 quilômetros de extensão que segue em linha reta rumo à Bahia. Território de espécies únicas de flora e fauna.

Nenhum desses predicados, contudo, jamais chamou a atenção de Gabriel Ponce de León, Manuel Soares Paiva ou de qualquer outro bandeirante que tivesse arrastado botinas por essas plagas. Àqueles viajantes interessava mesmo o subsolo do Espinhaço. Ouro, diamantes, turmalinas, cristais e o que mais houvesse para forrar suas algibeiras.

Ainda hoje, você verá, as coisas não mudaram muito. Se as pedras mais valiosas já se foram, os demais minérios da serra seguem influindo na rotina dos arraiais que surgiram pelo caminho. Em Conceição do Mato Dentro, por exemplo, a chegada de uma grande mineradora com projetos milionários ainda não tirou a doçura dos pés-de-moleque que dona Marília Pimenta vende na cozinha de sua casa na Praça do Rosário.

Conceição é de 1702 e ainda conserva algum casario colonial valioso. Há preciosidades aqui e ali, mas falta-lhe harmonia. O garimpeiro de atrações descobrirá que, nessa parte do caminho, o tesouro está um pouco além, a 27 quilômetros por estrada precária. É a imensa Cachoeira do Tabuleiro, que, com seus 273 metros de queda-d’água não tem rival nas Minas Gerais. Já quem sabe usar sua batéia nas águas da poesia, há de encontrar recompensa na onipotência do alto-falante do Santuário de Bom Jesus.

O povo vive ao ritmo de seus prefixos musicais: conforme a música é nascimento na comarca, ou anúncio de vaga na Secretária da Educação. No mais das vezes, contudo, é notícia de morte.

No Caminho dos Diamantes, você terá a repetida sensação de que o tempo parou de um dia para o outro. Terá sido por um decreto da Coroa ou pelo esgotamento da lavra farta e lucrativa, mas não resta dúvida de que a prosperidade desfez-se como as trombas-d’água que regulam a formosura das quedas-d’água do Espinhaço.

As marcas que ficaram, entretanto, são de uma solidez diamantina. A religiosidade, por exemplo. Em todos os arraiais do roteiro – e mais ainda nas cidades que desempenharam papel mais importante naquele ciclo econômico – há festas religiosas e peregrinações de fervor quase primitivo.

As centenas de igrejas pelo caminho, quase todas erguidas no século 18, sediam eventos concorridos, onde à ladainha das procissões e das homilias misturam-se o batuque dos congados, dos catupés e das marujadas, numa democrática fusão da herança dos colonizadores e dos escravos que aqui chegaram na mesma leva.

Pelas veredas da Estrada Real, agora nos 80 quilômetros de poeira que separam Conceição de Serro – a antiga Vila do Príncipe, você vai encontrar montanhas, parelhas de boi, fazendolas de queijo e uma vegetação que transita entre a Mata Atlântica que se vai e o cerrado que se aproxima.

Na aldeia de Córregos, um cenário oitocentista, as chaves da Matriz, de 1.754, estarão na cômoda de dona Odete e ela não se importará de emprestá-las, para que você possa ver como está bem cuidada a igrejinha.

O carro reclamará ao escalar a Serra de Itapanhaocanga, logo na saída de Tapera, que fica alguns quilômetros adiante. Mas o panorama da região compensará qualquer desgaste extra do motor. Sua próxima surpresa – esteja preparado – será avistar um povoado no topo de uma colina na localidade de Mato Grosso.

Não hesite em subir. Lá em cima, encarapitada como uma vila etrusca, ficam uma capela e cerca de quarenta casas. Chamam-na de cidade-fantasma, porque ali não vive ninguém. Mas o nome é impróprio, já que as casas não têm jeito de abandono, tampouco a igrejinha de Bom Jesus.

Você achará um diamante em sua peneira ao descobrir que, todos os anos, entre o segundo e o terceiro domingo de julho, aqui se reúnem milhares de romeiros para festejar Nossa Senhora das Dores. As casas vazias pertencem aos mais prósperos entre eles, que assim não precisam se acomodar em barracas.

Primeira cidade brasileira tombada pelo Patrimônio Histórico, em 1.938, a cidade de Serro, que já foi Serro do Frio e Vila do Príncipe, é uma sucessão de prédios coloniais preciosamente conservados e valorizados por uma geografia que sobrepõe capelas a igrejas, palácios a casarões. Basta uma olhada a partir da Praça João Pinheiro, para compreender o quanto ela foi rica e influente; basta uma conversa de botequim para ouvir de seus próceres e de suas lendas.

E, no entanto, mais se fala de seu bom queijo do que dela mesmo. Os poucos hotéis de que dispõe parecem esperar apenas caixeiros viajantes ou funcionários públicos; jamais turistas. Assim também são seus restaurantes. Coisas de um brilhante à espera de lapidação.

As duas próximas paradas desse caminho de muitos quilates são distritos de Serro. Gemas pequenas, mas muito melhor lavradas, no que diz respeito ao preparo para receber.

A primeira delas é tão singela e prosaica quanto seu nome: Milho Verde.

Três ou quatro ruas: tão poucas que ninguém se dá ao trabalho de contar.

Um chafariz onde as lavadeiras trocam comadrices e um ritmo de vida completamente colonial. Tem doce de marmelo e doce de laranja em barra nos tachos de dona Rosinha e de dona Elisabete. Tem a bendição de dona Maria “do Coração”, que já salvou casamento e desenganado de picada de cobra.

Tem os sinos centenários da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, que dizem, graças ao nome, fez de Xica da Silva, ali batizada, uma especialista nos mesmos. E tem outra tribo, a dos hippies, que veio muito mais tarde, em busca de outros brilhos. Seu QG é o Armazém da Rita, um curioso lounge que combina influências de Woodstock e do Alto Jequitinhonha.

Milho Verde alterna a placidez dos desenhos de Rugendas com a ferveção das temporadas, quando mochileiros e gente descolada de Belo Horizonte ocupam suas pousadas para explorar as trilhas e as cachoeiras de seus arredores. Fenômeno que também ocorre 7 quilômetros adiante, em São Gonçalo do Rio das Pedras.

Eis que você dá com Tiradentes, em versão menos sofisticada. Mas o caminho parece ser o mesmo, a julgar pelo charme de lugares como o restaurante Angu Duro, do curitibano Sérgio Luiz, ou a Pousada do Capão, onde Márcia e o marido, o chef americano Peter Edwards combinam hospitalidade mineira com receitas da Nova Inglaterra. São Gonçalo é lugar de garimpar preciosidades.

De garimpar comprinhas: tapetes arraiolos, artesanato de capim dourado e cosméticos feitos de exóticas plantas do Espinhaço. Banhado em aromas de macaúba, pacari, amesca ou mutamba, você, enfim, fará parte das terras do diamante e estará pronto para os últimos 26 quilômetros da jornada.

Faça-os devagar, porque a estrada é tortuosa e esburacada. Mas faça-os de dia porque a paisagem é de uma beleza rara. Com gargantas profundas, onde correm rios, como o Jequitinhonha e intermináveis formações de pedra caprichosamente recortadas, o caminho sem nome que liga São Gonçalo a Diamantina mereceria um nome pomposo e uma menção honrosa entre as mais belas ligações rodoviárias da Terra.

São lunares muitos de seus campos rupestres e selvagemente agressivas as colinas de minério bruto, que mudam de cor conforme a incidência do Sol. Sobe-se a mais de 1000 metros para avistar, em outra elevação, o casario de Diamantina, que ainda se chamava Tijuco quando se tornou o maior centro diamantífero do mundo, tendo registrado a extração de 1.666, 569 quilates da pedra entre 1740 e 1771.

Diamantina é mais conservada e menos favelizada. Suas igrejas e seus museus, contudo, são mais pobres que os da capital do ouro. Há estudantes aos borbotões em ambas as cidades e ambas são consideradas Patrimônio Mundial da Humanidade.

Se Tiradentes e Marília de Dirceu vagueiam por Ouro Preto, em Diamantina não se vai a parte alguma sem JK ou Xica da Silva. Tanto a residência de Xica Mandona – a negra que, amasiada com o rico contratador João Fernandes de Oliveira, virou Tijuco de cabeça para baixo, à sua época – quanto a casa em que viveu o presidente bossa-nova tornaram-se, é claro, museus.

Você vai visitar – e se decepcionar- com ambos, mas esse pequeno dissabor será amplamente superado pelo prazer de caminhar pelas ruas centrais, observar os sobrados, o movimento do mercado antigo, o passadiço famoso da Casa da Glória e o curioso campanário da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, um dos raros no mundo erguido no fundo do templo.

Você vai, também, conhecer as grutas dos arredores, a Calçada dos Escravos e quem sabe até arrisque a sorte na “peneirada de cortesia” do Rio Guinda. Mas a grande atração de Diamantina é sua “vesperata”. Ainda pouco divulgada no mundo (outro segredo de garimpo), o surpreendente evento musical ocorre entre maio e outubro, em sábados alternados. Nessas ocasiões, a pequena praça triangular que encerra a Rua da Quitanda enche-se de espectadores ansiosos.

Um contingente de 60 a 70 músicos de duas bandas municipais ocupa, então, as sacadas do andar de cima de todos os sobrados adjacentes, envolvendo a platéia com seus metais e sua percussão. O maestro, Alex, em trajes civis, e o maestro-tenente Mantovani, devidamente fardado, surgem, a seguir, em um pequeno tablado instalado entre os espectadores. Durante as duas horas seguintes, ambos se revezarão no comando de um concerto eclético, que alternará sonatas e boleros, marchas e sambas, rock e MPB.

Com direito, é claro, às lágrimas da platéia quando Juscelino Kubitschek é homenageado com “Peixe Vivo” e “Ó, Minas Gerais”. Transportado aos grandes dias da cidade, você terá a certeza, no aplauso final, que completou o Caminho. Com um diamante coroando sua peneira.

Fonte: www.coloniadiamantina.org.br

Diamantina

Fundação: 6 de março de 1831 

População: 45.884 

Densidade geográfica: 11,86 hab./km² 

Área da unidade territorial (Km²): 3.892 

Código do município: 312160

Gentílico: diamantinense

Geografia: O município localiza-se na Mesorregião do Jequitinhonha, estando a sede a 285 km de distância por rodovia da capital Belo Horizonte. A cidade está situada a uma altitude de 1.280 m, emoldurada pela Serra dos Cristais, na região do Alto Rio Jequitinhonha

Hidrografia:  A hidrografia é surpreendente, tendo como seus principais rios o Ribeirão do Inferno e o Rio Jequitinhonha, que devido a especificidade do terreno irregular formam pequenas, mas sedutoras, quedas d água e piscinas naturais de grande interesse turístico.

Rodovias: BR–259, MG–02, MG-121, BR-367

Clima: Ameno 

Distância até a capital: 297 km

Histórico da cidade

O SURTO aurífero verificado na região do Ivituri, em fins do século XVII, motivou uma expedição com o fito de explorar as minas do território.

Fracassada a mineração nas terras do vale do Jequitinhonha, o grupo rumou para oeste orientado pelo pico de Itambé até a confluência de dois rios: Pururuca (em tupi-guarani, “cascalho grosso”) e o rio Grande acampando (1691) nas margens de um riacho a que denominaram Tijuco e do qual originou o arraial do mesmo nome, mais tarde cidade de Diamantina.

Não existia, naquele sítio, abundância de ouro, como a princípio se supôs. Este fracasso inicial ameaçava o desenvolvimento da povoação, quando a descoberta de diamantes por Bernardo da Fonseca Lobo fez convergir (1729), para as áreas do Tijuco, a cobiça de habitantes das terras vizinhas, transformando o arraial em lugar de esplendor e grande luxo. O progresso local durante esta época esteve conjugado com o comércio diamantífero.

Chegando a notícia da descoberta à Corte Portuguesa, D. João V começou por proibir as minerações, através da ordem Régia de 16 de março de 1731, ao Governador das Minas D. Lourenço de Almeida. Em 1732, no entanto, ante reiteradas petições ao governador, foram restabelecidas com a condição de não serem praticadas por escravos ou fora do arraial; dois anos depois, foi criada a Real Intendência, com o objetivo de evitar que os garimpeiros se subtraíssem à fiscalização da Coroa, o que desencadeou uma ação terrorista contra eles. Em vista disso, a Real Coroa, em 1738, resolveu implantar o regime de contratos para a extração de diamante.

Nomeado contratador, pouco tempo depois, João Fernandes de Oliveira estimulou construções, o comércio floresceu, surgiram as primeiras igrejas, ensejando a que o arraial conhecesse tempos de grande prosperidade.

Os garimpeiros, todavia, viveram dias de grande opressão durante o regime dos contratos; o poderio dos contratadores era tão atuante que os transformava em verdadeiros carrascos na execução dos atos impostos pela Real Coroa.

É desta época o célebre Livro da Capa Verde, código que controlava os atos da população sob seus vários aspectos. Os intendentes cumpriam fielmente os artigos despóticos do livro. Depois de luta incansável, os tijucanos conseguiram, em 1821, a reforma do código, fazendo diminuir o poderio dos intendentes.

Por esta época, o arraial do Tijuco foi visitado por diversas figuras de nomeada internacional: Spix, Von Martius, Saint-Hilaire, Eschwege, John Mawe, dentre outros, lá estiveram.

A partir de 1828, a povoação, ultrapassado o período inicial de seu crescimento, livre da simples ambição de riqueza, teve amplo desenvolvimento; a sociedade se organiza, definem-se as classes sociais e surge o interesse pela cultura Em conseqüêcia Diamantina se tornou um dos centros mais florescentes da época.

A elevação do arraial do Tijuco á categoria de vila, com o nome de Diamantina, ocorrido em 1831, a criação da cidade do mesmo nome, passados sete anos, foram, dentre outros, fatos que contribuíram decisivamente para o progresso daquela região.

Formação Administrativa

O Distrito foi criado por Alvará de 17 de outubro de 1819, é o Município, por Decreto de 13 de outubro de 1831, com território desmembrado do termo da vila do Serro e sede no povoado de Tijuco. Instalado a 4 de junho de 1832, teve a sede municipal elevada à categoria de cidade, em face da Lei provincial n.° 93, de 6 de março de 1838.

A Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro de 1891, confirmou a criação do distrito-sede de Diamantina que, segundo a divisão administrativa de 1911, era constituída de 17 distritos: Diamantina, Curralinho, Mendanha, Rio Manso, Chapada, Datas, Gouvêa, Inhaí, Rio Preto Pouso Alto, Mercês de Araçuaí Curimataí, Glória, Campinas de São Sebastião, Guinda, Varas e Tábua.

No Censo de 1920, os distritos continuam os mesmos, apresentando-se, porém, alguns com outras designações. Assim, o de Chapada transformou-se em São João da Chapada; Varas, em Conselheiro Mata, e Tábua, em Joaquim Felício.

Pelo disposto na Lei estadual n.° 843, de 7 de setembro de 1923, Diamantina perdeu o distrito de Glória, desligado para fazer parte do novo Município de Corinto e teve suprimido o de Mendanha, cujo território foi anexado aos de Diamantina, Inhaí, Campinas (ex-Campinas de São Sebastião), Rio Manso e Extração (ex-Curralinho). Ainda em face da mesma lei, foi criado o distrito de Buenópolis, desmembrado do de Joaquim Felício, o distrito de São Gonçalo do Rio Preto (ex-Rio Preto) tomou o nome de Felisberto Caldeira; e o de Pouso Alto, o de Tijucal.

Segundo a divisão administrativa de 1933, o distrito de Calabar (ex-Mercês de Araçuaí) teve seu topônimo alterado para Mercês de Diamantina.

De acordo com o texto do Decreto-lei n.° 148, de 17 de dezembro de 1938, perdeu Diamantina os distritos de Buenópolis, Curimataí e Joaquim Felício para o novo Município de Buenópolis e voltou a abranger o de Mendanha, já agora instituído com terras desmembradas apenas do de Couto de Magalhães (ex-Rio Manso).

A Lei n.° 1.058, de 31 de dezembro de 1943 alterou a denominação de Campinas para Senador Mourão, e pela de n.° 336, de 27 de dezembro de 1948, o distrito de Gouvêa passou a Município e foi criado o distrito de Monjolos, com território desmembrado do de Conselheiro Maia.

Na divisão estabelecida pela Lei n. 1.039, de 12 de dezembro de 1953, Diamantina contou com mais um distrito, o de Felício dos Santos, criado com parte dos de Felisberto Caldeira e Mercês de Diamantina. Assim permaneceu na Divisão Territorial de 1.° de julho de 1960.

Em 30 de dezembro de 1962, segundo a Lei n.° 2.764, perdeu os distritos de Couto de Magalhães Datas, Felício dos Santos, Felisberto Caldeira, Monjolos, os quais, com os mesmos nomes, foram elevados à categoria de Município, e os de Tijucal e Mercês de Diamantina que passaram a constituir os municípios de Presidente Kubitschek e Senador Modestino Gonçalves, respectivamente.

Criados na mesma data, os distritos de Desembargador Otoni, Planalto de Minas e Sopa.

Constituição atual: Diamantina (sede), Conselheiro Mata, Desembargador Otoni, Extração Guinda, Inhaí, Mendanha, Planalto de Minas, São João da Chapada, Senador Mourão e Sopa, a mesma existente no Censo Demográfico de 1970.

Diamantina é sede de Comarca de 3.ª entrância e tem jurisdição sobre os municípios de Couto de Magalhães de Minas, Felício dos Santos, Felisberto Caldeira, Gouvêa, Monjolos, Presidente Kubitschek e Senador Modestino Gonçalves.

Calendário de festas

Fevereiro

Carnaval

Passou a ser um carnaval de rua somente no século XX. A diversão nas ruas da cidade, passou das brincadeiras com água, aos Blocas de rua, iniciados pelo Zé Pereira até os Blocos Peixe Vivo e Sapo Sêco. Hoje o carnaval diamantinense é exclusivamente o de rua, permanecendo dos antigos Blocos, somente o Bloco do Sapo Seco. As ruas centrais são todas ornamentadas, e os Blocos se apresentam à tarde, ficando a noite e toda a madrugada, animada pelas Bandas e Batucadas.

Abril

Semana Santa

As celebrações são precedidas pela procissão das Dôres, que acontece na Sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. Na Quarta-feira à noite acontece a Procissão do Encontro, onde o cortejo que acompanha o Senhor, vindo da Igreja de São Francisco, encontra-se em frente à Catedral da Sé, com o cortejo que acompanha a Nossa Senhora das Dores, vindo da Igreja do Carmo. Diamantina se enfeita para ver a passagem do Senhor Morto e a passagem da Mãe Dolorosa, aos sons de cantos seculares, executados pela Banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar e acompanhado pelo batido pesado da Guarda de Centuriões, em estilo romano. Quem assiste uma Semana Santa em Diamantina, nunca mais esquece o batido da Guarda de Centuriões. No Domingo de Páscoa, pela manhã, as ruas são ornamentadas e os fiéis colocam colchas nas janelas e sacadas para esperar a passagem da procissão, que celebra o Cristo ressuscitado.

Junho

13 – Festa de Santo Antônio (Padroeiro da cidade)

Festa realizada na Catedral Metropolitana e Capela do Pão de Santo Antônio, com trezenas e barraquinhas; e na véspera com suspensão de mastros, fogos de artifícios, etc. Quando do aparecimento do arraial, escolheu-se Santo Antônio para padroeiro, construindo-se a Capela na Rua do Burgalhau. Posteriormente, foi transferida para a Rua Direita.

Julho

Festa do Divino Espírito Santo

Festa tradicional de Diamantina desde 1745, no século XVIII, de cunho religioso-folclórico, com acompanhamento de danças dos cabloquinhos, marujos e grupos folclóricos. A festa é composta de desfile do cortejo imperial em homenagem à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que passa soberana pelas nossas ruas na singela representação da pomba que apareceu sobre as águas, na tarde do batismo de Jesus. A festa é transferida todo ano, do dia de Pentecostes, para o mês de julho. Muito antes do dia da festa, a começar no Domindo da ressurreição, as bandeiras do Divino passam a recolher os donativos em toda a cidade.

Após os nove dias da novena do Divino, no sábado, realiza-se o mastro na praça Barão de Guaicuí, seguidos de bastante fogos. Conforme manda a tradição, no mesmo sábado, o festeiro, manda carnear e distribuir o boi do divino. No domingo de manhã, é a festa do império, percorrendo as ruas da cidade, e o imperador sendo levado com muita pompa até a Igreja de Santo Antônio (Sé). Os figurantes são vestidos numa representação de um dos nossos períodos históricos. Durante todo o percurso a banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar toca a folia do divino. Alternadamente, apresentam-se grupos folclóricos, em várias ruas da cidade.

Setembro

12 – Dia da Seresta

O melhor jeito de conhecer o diamantinense, é participar de uma seresta, daquelas de casa em casa, de esquina em esquina, dentro do que Ayres da Matta Machado chamava de “bater castelo”, que era uma velha tradição trovadoresca dos poetas cantadores, que saíam, de castelo em castelo, tocando e apresentando seus versos.

Juscelino Kubitschek sentava muitas vezes na escadaria da Igreja de São Francisco, para suas serestas e encontros com seus amigos, gostava tanto, que uma vez disse: “Uma seresta em Diamantina é mais bela que uma noite de trovadores em Nápolis. A cidade toda canta, despreocupada, diluindo na beleza dos sons as angústias comuns da vida”. Comemora-se o dia da seresta, no dia 12 de setembro, data comemorativa do nascimento de Juscelino, sendo instituída em sua homenagem.

Outubro

Festa do Rosário (Primeira quinzena)

Comemorada na Igreja do Rosário de Diamantina. Neste templo, desde época do Tijuco, já era comemorada a Festa de Nossa Senhora dos Pretos. Consiste em novenas, mastros, missa festiva e procissão, tendo no dia principal de Nossa Senhora do Rosário, o cortejo do Reinado com membros da corte que o acompanham.

Além das damas trajadas a rigor, cavaleiros, pajens, virgens do cortejo do Rei, fazem parte integrante deste, os marujos, cabloquinhos e outrora os catopês, constituindo desta forma, especial espetáculo de fé religiosa-folclórica que agrada a todos que a assistem.

Pontos turísticos

A cidade possui várias igrejas e prédios em estilo colonial. dentre eles as igrejas, citam-se as mais antigas, construídas principalmente no séc. XVIII, as de N.S. do Bonfim dos Militares, N.S. do Carmo, N.S. do Rosário dos Pretos e São Francisco de Assis.

Em Diamantina, de seu casario colonial, de certa forma bem preservado, destacam-se o Mercado dos Tropeiros(atual Mercado Municipal), a Biblioteca Pública , o Museu do Diamante e a Prefeitura Municipal (antiga casa da Intendência). Nesta cidade, o turista ainda poderá conhecer vários outros lugares históricos situados nas proximidades da cidade, como algumas cachoeiras e Biribiri (antiga fábrica de tecido).

Principais Pontos Turísticos

Passadiço da Rua da Glória

Na Rua da Glória, vê-se dois sobrados ligados por um passadiço, que nas palavras do Cônego Severiano de Campos Rocha, o primeiro tem frente para o sudoeste, é um edifício antiquíssimo e histórico. A sua construção é da época do Brasil colônia.

Era um edifício com amenos jardins, chafarizes, tanques, bosques artificiais e labirintos de roseiras entrelaçadas. Serviu de residência a vários Intendentes. Em 1865 o primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos comprou este prédio para destiná-lo a Colégio e Orfanato de Nossa Senhora das Dôres. Foi por pouco tempo, sua morada.

O segundo prédio, situado de frente ao primeiro, é de estilo arquitetônico menos pesado e mais no estílo do século XIX. Foi construído às expensas do Ten. Cel. da Guarda Nacional, Rodrigo de Souza Reis. Na construção foram usadas madeiras da chácara de Chica da Silva. Após a morte do Ten. Cel. Rodrigo, o Bispo D. João adquire a sua propriedade, para ampliação das instalações do Colégio Nossa Senhora das Dôres.

Mercado Municipal

O Mercado como nós o conhecemos, data de 1835, tendo sido um ponto de encontro das tropas e tropeiros que vinham do Serro Frio ou do sertão das Minas Novas. Hoje, aos sábados, funciona a Feira de Produtores Rurais e Artesanatos, tendo o turista a sensação de estar ouvindo as mulas chegando das estradas das montanhas. Todo sábado, na parte da manhã, o velho Mercado é pura emoção.

Casa de Chica da Silva

Construção do século XVIII, antiga residência do sexto e último Contratador de diamantes, Desembargador João Fernandes de Oliveira. O sobrado tem sacadas à frente e uma bela varanda colonial de rótulas, a qual olha para o nascente.

Os seus assoalhos são de táboas largas, estilo típico colonial. Pouco acima da casa havia uma capela particular, que era conhecida como Capela da Chica da Silva. Dizem que o Contratador João Fernandes mandou edificá-la, porque sua companheira, pela cor e condição especial, inicialmente não podia frequentar a Igreja do Carmo, aonde iam ouvir missas as pessoas brancas e de posses.

A julgar pela bela porta de entrada, no mesmo estilo das Igrejas, supõe-se que era rica e magnificante. Era pequena mas comportava umas cem pessoas. No final do século XIX, o Vigário Geral, Monsenhor Augusto Júlio de Almeida, tomou a seus cuidados a Capelinha, onde celebrava missa nos domingos. Novas pesquisas sobre Chica da Silva, estão sendo desenvolvidas, e a história de sua vida ainda está em aberto.

Casa do Padre José da Silva Rolim

Hoje é de propriedade do Governo Federal, por força do Decreto de Desapropriação n. 5.764 de 1943, funcionando como o Museu do Diamante. O sobrado é do século XVIII, que a Real Fazenda confiscou do Inconfidente Padre José da Silva e Oliveira Rollim. A Real Fazenda, posteriormente vende o imóvel para o Dr. Jozé Soares Pereyra da Sylva, que em 1809, já no século XIX, revende o imóvel a Ana Clara Freyre.

Casa de Juscelino Kubitschek

Juscelino não nasceu na casa da Rua do São Francisco, nasceu na casa do avô Augusto Elias Kubitschek, num sobrado da Rua Direita, em 12 de setembro de 1902. Quando tinha menos de 03 anos, morreu seu pai, o caixeiro viajante, João Cesar de Oliveira. D. Júlia Kubitschek, mãe de Juscelino, já morava com seus filhos na casa que alugara na Rua do São Francisco, e como professora, continuou a dar suas aulas na Palha e a cuidar de seus filhos.

Maria da Conceição e Juscelino ficavam sob a guarda de Augusta da Generosa, filha de antigos escravos, mas nascida depois da Lei do Ventre Livre. Juscelino entra para os estudos no Seminário em 1914, e antes de completar quinze anos, havia terminado o aprendizado com os padres lazaristas. Se quisesse continuar os estudos, teria que prestar exames preparatórios para curso superior nas cidades grandes.

Dos quinze anos até os dezoito anos, estudou sozinho com orientações de parentes e amigos. Juscelino se transferiu de Diamantina para Belo Horizonte em fins de 1920, começo de 1921. A casa da Rua do São Francisco de n. 241, onde morou Juscelino Kubitschek de Oliveira, foi declarada de utilidade pública pelo Decreto 23.002, de 01 de setembro de 1983.

Casa de Muxarabié

A chamada Casa de Muxarabié, tem traços característicos lembrando a arquitetura árabe, com a varanda de treliças e os arcos típicos da arte mossárabe da Península Ibérica. Foi no século XIX, em 1890, sede do Corpo de Polícia Militar da Província de Minas Gerais, sob o comando do Major Francisco de Paula Xavier Abreu.

Em 1941, D. Virgínia Neto Aguiar, requereu o usucapião do imóvel, e no ano seguinte, doou à União Federal dos Estados Unidos do Brasil, destinando-o ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Hoje é a Casa da Biblioteca Pública Antônio Torres, e não há quem não queira tirar um retrato diante dela.

Prédio da Intendência

Construção do século XVIII, tendo funcionado como a Casa da Intendência a partir de 01 de janeiro de 1772 pela Real Extração. Neste prédio, encontra-se um fosso, que era usado para eliminar os vendedores de diamantes, antes de receberem o pagamento.

O Intendente, Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá (Intendente Câmara), foi o que a usou mais humanamente, até o dia em que deixou o Distrito Diamantino, em 1822. A Casa da Intendência funcionou até a extinção da Real Extração em 1841. Na casa da Intendência é que ficava o Regimento Diamantino, conhecido como o Livro da Capa Verde.

Tempos depois funcionou neste prédio a Escola Normal e depois passou a ser de propriedade da Câmara Municipal. No princípio do século XX, em 1908, a Câmara Municipal doou o imóvel para o Estado de Minas Gerais, sendo depois revertido à Prefeitura Municipal, que a ocupa até os dias de hoje.

Casa do Contrato

Construção do século XVIII, hoje Palácio da Arquidiocese de Diamantina, reformado em 1915, ainda lembra muito o velho casarão, a antiga Casa dos Contratos. Quando foi residência do Terceiro Contratador dos Diamantes, Felisberto Caldeira Brant, o prédio foi confiscado por Freire de Andrade em 1755, depois de haver confiscado milhares de oitavas de diamantes, que estavam no cofre, e grande quantidade de ouro.

Depois de confiscada, foi o prédio lacrado e o Contratador Felisberto Caldeira Brant enviado preso para Lisbôa. O prédio foi usado pelo sistema dos Contratos, até 31 de dezembro de 1771, sendo o último Contratador, o Desembargador João Fernandes de Oliveira.

Em meados do século XIX, o prédio foi convertido em Colégio de São Vicente de Paulo ou Atenieu de São Vicente. Pensou-se em transformar o prédio em Quartel do Batalhão da Força Pública de Minas, mas, sabendo o Secretário do Interior do Estado que alí residia o Bispo de Diamantina, desistiu da compra que propuzera à União.

Prédio do Fórum

Sobrado do século XVIII. No século XIX este imóvel foi de propriedade de Vicente Ferreira Fróes, que em 22 de abril de 1837 vendeu o imóvel para o Cel. Duarte Henrique da Fonseca, que por sua vez vendeu a Modesto Antônio de Almeida e Silva.

O Governo Provincial adquiriu o sobrado, por desapropriação amigável, ocorrida na cidade de Ouro Preto em 20 de outubro de 1876, pelo valor de 20:000$000, sendo destinado para cadeia central do Norte, Casa da Câmara, Juri e Audiências. Atualmente, funciona somente como Fórum da Comarca de Diamantina.

Sobradinho do Laport

Sobradinho do século XIX, e ficou assim conhecido, devido ao Laport ( José da Cunha Valle Laport) seu proprietário, promover sempre, em noites de luar, esplêndidas serenatas. Era pintor, músico e tocador de flauta. A sua filha, Maria Salvina Laport da Conceição, adquiriu o imóvel pelo falecimento de seu pai, e nele viveu, deixando-o aos seus filhos. O imóvel foi vendido em 1932 a Jair Moreira da Silva, que o doou à Fazenda Nacional, atual proprietária.

Casa do Intendente Câmara

Uma pesquisa mais apurada, mostra que este sobrado data do início do século XIX, localizado na Rua Direita, construído pelo Intendente Câmara(Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), para ser a morada da sua filha, que casara com o Fiscal Dr. Luiz José Fernandes de Oliveira, que servia de Intendente nas suas ausências.

O povo do antigo Tijuco amava Câmara, mas odiava seu genro, por seu ar arrogante. Como Fiscal, morando perto da Casa da Intendência, tinha como substituir facilmente o Intendente e observar sempre os serviços, das janelas ou sacadas de sua casa. Câmara eleito Deputado à Assembléia Geral Constituinte e Legislativa em 1822, deixa o Arraial do Tijuco e o cargo de Intendente.

O seu genro, o Fiscal Dr. Luiz é nomeado Intendente Interino, continuando a morar na casa da Rua Direita até a posse do novo Intendente: Manuel Caetano de Almeida Albuquerque (+- 1824).

Moraram depois, nesta mesma casa, os Fiscais: Caetano Ferraz Pinto e João Pires Cardoso, até a extinção da Real Extração em 1841.O sobrado tem o teto da sala de visitas ornamentado com pintura que representa quadro de motivo bucólico, no qual salienta uma figura de pastor. Hoje pertence à Mitra Arquidiocesana.

Chafariz do Câmara ou da Câmara

Data do princípio do século XIX a construção, sendo possivelmente feito pelo Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá). Foi o terceiro chafariz que a cidade teve e o único em que corre água limpa até os dias de hoje. Está situado na parte central da cidade, próximo à Catedral de Santo Antônio.

Em 1861 a Câmara Municipal mandou construir de pedras, um frontispício, ao lado do Chafariz. Em 1899 a Câmara Municipal manda acrescentar uma açoteia de cimento sobre o referido frontispício de pedras. A água vem da Grupiara, passando pelo quintal da Casa que foi do Padre Rolim, confiscada na época da inconfidência pela Real Fazenda.

Chafariz do Rosário

Data de 1787 a construção do primeiro chafariz público, ainda arraial do Tijuco, na gestão do Governador Luiz da Cunha Menezes. Foi consertado em 1900, sendo depois por ordem da municipalidade, criminosamente cortadas a picaretas, as suas carrancas, de cujas bocas desciam dois anéis d`água potável, que vinham de uma mina atrás da Igreja das Mercês, em bicas de pau de coqueiro e outras madeiras. As carrancas foram restauradas, porém a água do rego público não corre mais neste chafariz.

Recolhimento dos Pobres do Pão de Santo Antônio

Singelas construções de pouco mais de 10 pavilhões, com uma capela ao centro, comunicando-se por extenso alpendre. A história de sua fundação é que corria o ano de 1902, em que os diamantinenses estavam preocupados seriamente com um local para o abrigo e recolhimento dos pobres. Foi então, fundada a Pia União do Pão de Santo Antônio, em 14 de julho de 1901, com a iniciativa de José Augusto Neves, que cogitando obter recursos para edificar o abrigo destinado aos pobres velhos abandonados, lançou mão de uma loteria, mediante de $1000 o bilhete.

Mesmo com boa vendagem dos bilhetes, viu-se que não seria atingido o seu objetivo. Daí, William G. Mayer, comprador de lavras diamantíferas e também diamantes, resolveu doar a quantia de 4:000$000 (quatro contos de reis), que deram condições para a realização do sonho.

Capela da Santa Casa de Caridade

A nossa Santa Casa de Caridade ou Hospital de Santa Izabel, foi fundada pelo Ermitão Manoel de Jesus Fórtes, tendo a colaboração imediata do Padre Carlos da Silva e Oliveira Rolim, irmão do incofidente Padre Rolim e do Capitão Manoel Roiz Carvalho.

A Santa Casa foi instalada em duas casas que foram compradas do Capitão Manoel Lopis de Souza, sendo a primeira diretoria instalada em 23 de maio de 1790, como Presidente: Rafael da Rocha Neves Quintella.

É a única Santa Casa de Caridade que se conhece, pois as demais são todas denominadas de Santa Casa de Misericórdia.

Arquitetura de Osacar Niemeyer

Desde quando Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte, já gostava de incluir a arte de Niemeyer e de Cândido Portinari, nas obras que realizava. O espírito político desenvolvimentista, possibilitou que a arte e a arquitetura, pudessem realizar o que representaria o moderno. Quando Juscelino foi Governador de Minas Gerais, não deixou de realizar obras na sua cidade natal, com a assinatura de Niemeyer. Foi a introdução do novo na arquitetura barroca e simbolizava o moderno contrastando com o velho.

Duas construções chamam a atenção dos visitantes: o prédio do Hotel Tijuco, na área central e o prédio da Escola Estadual Professora Júlia Kubitschek, na Rua Jogo da Bola, próximo ao centro histórico. Hoje, Diamantina possui a arquitetura barroca, o eclético e a introdução do moderno, representando quase todas as fases do desenvolvimento do país.

O prédio do Hotel Tijuco foi construído em terrenos que o Estado adquirira aos herdeiros do Cel. Cosme Alves do Couto. Depois de construído, foi transferido à Hidrominas – Águas Minerais de Minas Gerais S/A, hoje privatizado e pertencente a particulares. O prédio da Escola Estadual Prof. Júlia Kubitschek ficou pronto em 1954, mas na época, foi cedido para que a Faculdade Federal de Odontologia pudesse iniciar seus trabalhos.

A Escola começa a funcionar em seu prédio próprio somente em julho de 1955, ganhando em sua inauguração, um painel de Di Cavalcanti, oferecido ao amigo Juscelino. O hino foi escrito pelo Padre Celso de Carvalho e a música é de autoria de D. Maria Conceição Reis Costa. A bandeira, foi idealizada pela D. Helena Lopes, sua primeira diretora.

Praça da Unesco

Esta praça é um reconhecimento do povo diamantinense à Unesco, que no dia 06 de dezembro de 1999, em Marrakech, incluiu Diamantina no seleto grupo de cidades Patrimônio da Humanidade. A nova praça está localizada na Rua do São Francisco, próxima à Casa de Juscelino Kubitschek. O painel de azulejo é da artista plástica Yara Tupinambá, homenageando Chica da Silva. O azulejo é fosco, queimado a 900 graus, com tintas dissolvidas em óleo e terebintina e mede 2,20m x 2,10 m.

Caminho dos Escravos

No século XVIII foi aberto trilha entre o velho Tijuco e o Mendanha, para o trânsito de animais e tropeiros. Era também a rota dos diamantes extraídos nos serviços do Rio Jequitinhonha. No princípio do século XIX, o Intendente Câmara (Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bitencourt Aguiar e Sá), manda os escravos calçar este caminho até o Mendanha.

O naturalista Auguste De Saint-Hilaire, nele passando, admirou muito a beleza e a conservação do caminho de pedras, que escreveu Esse caminho é fruto dos cuidados do Sr. Da Câmara e honra a sua inteligência. Hoje, as caminhadas ecológicas feitas de Diamantina ao distrito de Mendanha, encantam a todos os turistas.

Cruzeiro do Centenário

Aos 05 de março de 1938, no alto da Serra do Rio Grande, foi inaugurado e abençoado um novo Cruzeiro (terceiro) para a cidade de Diamantina, antecedendo às comemorações do Centenário da cidade, que aconteceria no dia seguinte, 06 de março de 1938, com imponente passeata cívica pelas principais ruas da cidade.

O novo Cruzeiro tem 5 metros de altura por 1,50 de braço, feito de cimento armado e o primeiro a ser todo iluminado. A benção do novo Cruzeiro, foi realizada durante missa campal, celebrada pelo Bispo D. Serafim Gomes Jardim, com a presença do Prefeito Municipal Dr. Joubert Guerra, Dr. Juscelino Kubitschek, dentre outros. Após executada a retreta pela Banda do Terceiro Batalhão de Polícia Militar, foi inaugurado o novo Cruzeiro, sob vibrantes palmas, de onde se descortina quase todos os pontos da cidade.

Cruzeiro do Cula

Para os cristãos, a mais venerável de todas as imagens é a Cruz do Salvador. As nossas igrejas, os nossos altares e os nossos cemitérios estão todos ornados com cruzes. As missas nunca são celebradas sem a presença da Cruz. A Cruz do Cula é a segunda que a cidade possuiu, como símbolo confortante da Igreja Católica e de proteção para a população.

O idealizador deste segundo Cruzeiro foi Herculano Carlos de Magalhães e Castro, conhecido como Seu Cula, derivando daí, o nome de Cruzeiro do Cula. Seu Cula foi homem importante no final do século XIX, tendo sido eleito Conselheiro para representar os negócios da Diamantina, em reuniões na capital Ouro Preto. Quando da colocação da Cruz, no alto da Serra, em pequena cerimônia, foi o mesmo, abençoado pelo primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos.

Vila de Biribiry

O primeiro Bispo de Diamantina, D. João Antônio dos Santos, fundou quase no final do século XIX, a Fábrica de Tecidos Biribiry, distante uns 12 kilômetros da cidade, empregando principalmente mulheres pobres. Neste local formou-se um núcleo de casas de operários, igreja, galpões, etc. Hoje pertence à Estamparia S/A e os seus terrenos já constituem uma área de Proteção Ambiental.

O Biribiry provoca ao visitante, ao mesmo tempo que encantamento e nostalgia, uma viagem no tempo. A igreja é rica em detalhes e é lá que está enterrado o irmão do Bispo D. João, Dr. Joaquim Felício dos Santos, advogado, jornalista, escritor e deputado estadual, falecido em 1895.

Seus artigos sobre o Distrito Diamantino, foram posteriormente, enfeixados em livro e publicados em primeira edição sob o título Memórias do Distrito Diamantino da Comarca do Serro Frio, pela Tipografia Americana, do Rio de Janeiro, em 1868, hoje publicado pela Editora Itatiaia Ltda. Considerado por muitos, como o clássico da história diamantinense.

Distrito de Extração

O distrito de Extração, antigo Curralinho, é característico de povoações mineiras. Está situado em vastos e desertos campos, com belas serras, próximo ao encontro do Jequitinhonha preto ou do Campo, que vem do Serro e o Jequitinhonha branco, que vem do município de Diamantina.

O velho nome é Gectinhonha, e a explicação trivial é que jequi tem nhonha. Jequi é uma palavra Tupi, para designar uma armadilha de apanhar peixe. O Córrego Curralinho, originou a primeira denominação do distrito e o atual nome de Extração, se deve à companhia de mineração da Coroa Portuguesa, a Real Extração. Ao centro da povoação está a Capela de Nossa Senhora do Rosário.

Foi nos campos do então Curralinho que a Real Extração definhou, lavando o córrego e margens adjacentes. No ano de 1841, a pequena tropa da Real Extração, compunha-se de apenas um feitor e dez escravos alugados. Era o seu último sopro de vida. Os garimpeiros, vendo que a Coroa Portuguesa não tinha mais meios de defender as terras ainda por garimpar, invadiram os campos, que ainda estavam virgens por serem de gorgulho.

Os garimpeiros, começaram a extrair diamantes em abundância e começaram a formar uma povoação que se engrandecia e prosperava, formando um distrito típico como Mendanha, São João da Chapada e Datas.

Gruta do Salitre

O Distrito Diamantino, além de outras riquezas minerais, possuía o salitre, que era encontrado em uma ou outra lapa. A extração era fácil, bastava apanhar o salitre puro e cristalizado, que se firmava na superfície das nitreiras, sendo usado somente para uso da farmácia ou para o fabrico clandestino da pólvora em quantidades insignificantes.

Antes do Intendente Câmara ( Desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá), o salitre não tinha sido convenientemente sido explorado. Foi o Intendente Câmara que animou e fez prosperar esta indústria, permitindo ao Distrito Diamantino a fabricação da pólvora comum, acabando com a importação de fora.

Depois, em 1808, estabeleceu-se no Rio de Janeiro uma fábrica de pólvora por conta da Fazenda Real, e estabelecendo-se no Distrito Diamantino um Comissário encarregado da compra do salitre que se extraísse. O Intendente Câmara contrário à determinação da Coroa Portuguesa, animou este gênero de indústria.

Passou-se a fabricar novamente a pólvora, que era mais usada pela Real Extração, na quebra de pedras, para desviar os rios. Câmara também não proibiu aos outros a fabricação da pólvora, fazendo com que o Distrito Diamantino não mais importasse a pólvora comum. O lugar conhecido como Gruta do Salitre, foi um dos principais locais de exploração.

Pico do Itambé

Ita-mbé, a grande pedra ou rochedo. De vários pontos da cidade avista-se o Pico do Itambé, cotado a uma altura de 2.002 metros, situado no município de Santo Antônio do Itambé, que outrora foi o orientador e o protetor de todos aqueles que vinham de Ouro Preto, no sentido Serro a Diamantina, seja pela Estrada Real ou pelos caminhos que os tropeiros enfrentavam para a comercialização de suas cargas.

Cachoeiras

Em meio às passagens entre campos, morros e serras, nos antigos caminhos dos garimpeiros e dos tropeiros, os riachos formam cachoeiras e praias naturais, rodeadas de pedras e com o fundo coberto de fina areia branca, descida das serras. São ideais para um contato direto com a natureza, sempre alegrado com flores dos campos, orquídeas, etc.

Catedral de Santo Antônio

Reza a lenda que já os primeiros bandeirantes que se fixaram no Tijuco ergueram uma tosca e pobre capela em honra de Santo Antônio, o querido santo dos portugueses. Posteriormente, em sua honra foi construída, em parte mais alta do Arraial, uma verdadeira igreja, bem maior e de muita solidez.

Essa igreja, com a elevação de Diamantina a diocese, é que foi promovida à dignidade de Catedral ou Igreja da Sé, como era conhecida por todos. Nos dias de D. Joaquim Silvério de Souza, foi forçoso destruí-la e o sucessor dele, D. Serafim Gomes Jardim, enfrentando não pequenas dificuldades, construiu, na década de 30, a atual Catedral, igreja na qual se encontra a Cátedra oficial de onde o Pastor fala a todo o povo da sua Diocese.

Aos 19 dias do mês de março de 1932 o Arcebispo de Diamantina D. Joaquim Silverio de Souza, benzeu solenemente a primeira pedra da nova Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Diamantina, substituindo à antiga Catedral de Santo Antônio, que tinha sua frente para a Rua Direita.

Os construtores desta nova Catedral foram: Celso Tavares Werneck Machado e Anastacio Frattesi.

Vesperata

O surgimento da Vesperata de Diamantina remete ao final do século XIX, quando os maestros da Policia Militar que sucederam João Batista de Macedo – o maestro Piruruca, na condução da Banda da Policia Militar, mantiveram a tradição idealizada por ele, de durante as retretas dividir a Banda em grupos e destacar os solistas nas sacadas.

Entre as inúmeras observações que o Monsenhor Walter Almeida ofereceu à Comissão por Diamantina Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1997, destacaram-se aquelas relativas às reuniões musicais no seio das famílias diamantinenses, originadas na tradição inglesa de se tomar chá aos finais da tarde. Reuniões que se estendiam até à noite e que o Monsenhor Walter afirmava que eram tardes vesperais.

Utilizava o termo no sentido de espetáculo e de concerto. O modelo dos desafios e de retretas nas sacadas, instituído pelo maestro Piruruca em conjunto com a música La Mezza Notte e os costumes das tardes vesperais, formam as origens da Vesperata, que é praticada atualmente na Rua da Quitanda.

Curiosidades da cidade

A cidade de Diamantina possui diversas lendas do tempo da mineração e dos escravos. Como algumas histórias de túneis secretos feito por escravos que leva à tesouros e de assombrações.Várias destas histórias tem como personagem principal Chica da Silva (segunda metade do século XVIII), escrava que por sua beleza encantou o maior explorador de diamantes da cidade, João Fernandes de Oliveira, cuja fortuna era descrita popularmente como sendo maior do que a do rei de Portugal.

Uma das histórias diz que Chica da Silva possuia vontades extravagantes que normalmente não poderiam ser atendidas, mas que no seu caso, seu amante riquissímo conseguia realizar para ela, como um lago artificial que ela mandou construir junto com um navio. Mas a que história que parece ser mais plausível é a da Igreja do Carmo.

A história fala que os escravos eram permitidos entrar nas igrejas apenas até a sua torre, mas como em todas as igrejas a torre fica na frente, os escravos não passavam da porta. Chica, revoltada com esta situação, mandou construir a igreja de Nossa Senhora do Carmo, que é a única da cidade que possui sua torre no fundo da nave de igreja, permitindo assim, que os escravos entrassem em toda a igreja.

Fonte: www.avidaeumaviagem.com.br

Diamantina

A histórica cidade mineira de Diamantina é a sexta cidade brasileira com um rico conjunto arquitetônico e urbanístico a ser tombada pelo patrimônio histórico da humanidade. A decisão foi tomada em reunião da Unesco realizada no dia 1° de dezembro.

A HISTÓRIA DE DIAMANTINA

O Arraial do Tijuco foi fundado em 1713 por bandeirantes que garimpavam o ouro. O nome Tijuco – lama na linguagem indígena – deriva do “pântano” criado pelos mineradores que se estabeleceram e garimparam às margens do Rio Grande.

Oficialmente os diamantes foram descobertos por Bernardo da Fonseca Lobo em 1729. A novidade atraiu aventureiros de todos os lados e a Coroa, que já havia declarado monopólio seu a extração dos diamantes resolveu, em 1733, demarcar o Distrito Diamantino.

A princípio a legislação aplicada à região era semelhante à do ouro, inclusive com a cobrança do quinto, sendo que em 1734 foi criada a Intendência dos Diamantes. O isolamento da região e sua riqueza determinaram a adoção de uma forma peculiar de administração, com a criação da Intendência dos Diamantes, subordinada diretamente à coroa portuguesa.

Os intendentes, porém, encontraram grandes dificuldades na exploração e fiscalização das minerações e, temendo que muito lhes estivesse escapando das mãos através de contrabando instituíram, em 1739, o primeiro contrato.

A política metropolitana caracterizou-se por grande repressão na região, ninguém podia entrar ou sair da região sem autorização do intendente, que inclusive tinha o poder de condenar uma pessoa à morte.

A possibilidade de enriquecimento no entanto, sempre estimulou o surgimento de bandos de garimpeiros que mineravam em áreas proibidas, assim como, o contrabando tendeu a aumentar, mesmo considerando as medidas repressivas adotadas pelos intendentes.

Em 1771 o governo extinguiu os contratos e retomou a exploração dos diamantes através da Real Extração, que veio acompanhada pelo seu regimento, apelidado de O Livro da Capa Verde, que resumia todos os códigos de leis anteriores, acrescentando-lhes outras mais tirânicas.

O CONTEXTO

O século XVIII foi caracterizado pelo desenvolvimento da economia mineradora no Brasil colonial. A descoberta de metais preciosos foi um dos importantes desdobramentos da atividade dos bandeirantes paulistas e determinou o início do povoamento de regiões do interior, nos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.

O chamado “ciclo do ouro” foi responsável por importantes transformações na vida colonial: a capital foi transferida para o Rio de Janeiro, porto mais próximo da região onde o ouro era explorado, o tráfico de escravo acentuou-se, assim como a imigração portuguesa. Uitas cidades se desenvolveram no interior, sendo Vila Rica a mais importante. No entanto, podemos considerar que a mineração foi responsável pela maior diversificação sócio econômica, principalmente se compararmos com o período anterior – o da cana-de-açúcar.

O comércio interno tornou-se intenso, praticado principalmente por homens de origem portuguesa; a produção de alimentos, assim como a pecuária também se desenvolveram, para abastecer o mercado da região em expansão e esses fatores possibilitaram que se formasse uma camada social intermediária, se bem que, as principais classes sociais ainda eram as mesmas: Os latifundiários e os escravos.

Fonte: www.historianet.com.br

Diamantina

Ao mergulhar nas páginas da rica trajetória de Diamantina, chegamos em 1722,  quando ainda pertencia à Comarca do Serro Frio, onde tudo começou. O povoado cresceu seguindo o curso do córrego do Tejuco, devido ao garimpo, a principal atividade na época. Muitos tropeiros transportando mercadorias e comerciantes que viajavam por todo o estado em seus cavalos e trajes típicos passaram por aqui em busca da preciosa pedra.

Aos poucos, o então Arraial do Tejuco foi atraindo cada vez mais pessoas que, na pequena vila, construíam sua vida e alimentavam o sonho de enriquecer do dia para a noite.

O arraial foi desenvolvendo-se e ganhando ares de centro urbano. As primeiras vias públicas foram a Rua do Burgalhau, Rua Espírito Santo e o Beco das Beatas.

Aqui, um simples passeio transforma-se em uma viagem no tempo. A cidade mostra-se aos poucos, em ângulos e formas perfeitas. Seja caminhando pelos becos ou desfrutando dos diversos cafés e restaurantes.

Estar em Diamantina é mais que conhecer um lugar especial, é, antes de tudo, uma experiência inesquecível, onde a vida acontece rodeada por pura luminosidade e beleza. Ao fundo, a Serra dos Cristais, grandiosa, observa os telhados e torres que despontam num céu sem igual.

Na chegada, rochas e paisagens de tirar o fôlego.

De repente, o deslumbramento de ver surgir entre as montanhas torres de igrejas e uma arquitetura singular, retratando um tempo de contrastes, marcado por lutas e exploração, mas também cercado pelo romantismo, luxo e religiosidade.

Em 1938 a cidade recebeu do IPHAN o título de Patrimônio Histórico Nacional. O reconhecimento de sua importância não parou por aí e em 1999, Diamantina foi tombada pela UNESCO tornando-se, merecidamente, Patrimônio Cultural da Humanidade. Pelas capistranas passaram figuras ilustres, como o Presidente Juscelino Kubitschek e Chica da Silva, a escrava que virou senhora, nascidos aqui, representam toda a força desta terra.

O valor histórico e cultural de Diamantina deu a ela lugar de destaque nos melhores roteiros turísticos no Brasil.

Atrativos Turísticos

Descubra Diamantina e embarque em uma viagem cheia de aventuras e muita beleza. Caminhar pelas ruas repletas de casarões históricos e riqueza cultural é experimentar momentos de diversão, descanso e encantamento.

A movimentação turística intensa durante todo o ano é fruto da diversidade de opções para o visitante… Bares e restaurantes, cafés, livrarias, museus e igrejas centenárias. A natureza exuberante, com cachoeiras, trilhas e vilarejos, complementa o espetáculo, onde você é o convidado especial!

Passadiço da Glória

Foi construído na época do Brasil Colônia e está situado na Rua da Glória. O projeto arquitetônico singular liga dois casarões antigos, localizados em lados opostos da rua, por uma espécie de passarela coberta.

A obra utilizou, entre outros materiais, madeiras da chácara de Chica da Silva, moradora ilustre e parte da história de Diamantina. Já abrigou o colégio das Irmãs Vicentinas e hoje é sede do Instituto de Geologia Eschwege, da UFMG.

Mercado Velho

Surgiu em 1835 e recebia tropas e tropeiros que se encontravam ali após suas travessias. Hoje, a alegria fica por conta da música ao vivo e comidas típicas na sexta ao fim do dia, além da Feira de Artesanato e Produtos Rurais, realizada aos sábados pela manhã.

Casa da Chica da Silva

O belo casarão da escrava que virou senhora possui características típicas das grandes construções coloniais. Abriga hoje a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Museu do Diamante (Casa do Padre José da Silva Rolim)

Sobrado do século XVIII, foi confiscado pela Real Fazenda do primeiro proprietário, Padre José da Silva Rolim. Hoje, abriga o Museu do Diamante. Entre os diversos objetos do acervo, o visitante tem acesso à arte sacra, indumentárias, pedras preciosas e semipreciosas, balanças de pesagem de ouro e diamante, além dos oratórios típicos da região.

Casa de Juscelino

Residência de Juscelino Kubitschek dos 3 anos de idade até sua mudança para Belo Horizonte. Localizada na Rua São Francisco, abriga a história desse filho ilustre de Diamantina e homem sem igual em importância na trajetória do País.

Biblioteca Pública Antonio Torres (Casa do Muxarabiê)

Seus traços arquitetônicos, com referência à cultura árabe, foi, no século XIX, sede do Corpo de Polícia Militar de Minas Gerais. Em 1941, tornou-se parte do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Atualmente, a Biblioteca preserva documentos e registros valiosos, em pleno Centro Histórico de Diamantina.

Casa do Intendente (Prefeitura Municipal)

O prédio possui um fosso onde vendedores de diamantes eram mortos antes de receberem seu pagamento. Funcionou como Casa do Intendente até 1841. O local já abrigou a Escola Normal e a Câmara Municipal. Atualmente, a Prefeitura Municipal ocupa o casarão.

Casa do Contrato

A antiga Casa dos Contratos foi reformada em 1915 e atualmente é sede da Arquidiocese de Diamantina. Já foi residência do contratador de diamantes Felisberto Caldeira Brant, preso e enviado para Lisboa após ter todos os seus bens confiscados.

Prédio do Fórum

Sobrado do século XIX, onde já funcionou a Câmara Municipal e nos porões, a cadeia pública. Passou por diversos proprietários e mantém-se imponente e fascinante.

Sobradinho do Laport

No século XIX, o proprietário José da Cunha Valle Laport realizava serenatas em noites de luar em seu sobrado. Laport era um amante das artes. Pintor e flautista, deixou saudades por seus encontros que viraram tradição nas noites de Diamantina.

Chafariz do Rosário

Primeiro chafariz público de Diamantina, sua construção data de 1787. Suas carrancas, criminosamente cortadas, foram reformadas. Está localizado ao lado da Igreja do Rosário.

Chafariz da Câmara

Foi o terceiro chafariz construído na cidade. Está localizado na região central e desde o século XIX água límpida corre por ele.

Teatro Santa Izabel

A antiga cadeia funcionava onde hoje está localizado o Centro Cultural. Recentemente reformado, possui sala de exibição, galeria e moderna infra-estrutura.

Asilo do Pão de Santo Antônio

Construção simples, constituída por um pouco mais de 10 pavilhões e uma capela ao centro. Em 1902, preocupados em abrigar os idosos pobres, José Augusto Neves, com o apoio de Willian G. Mayer, iniciaram as obras. Dentro do asilo, está o Museu da Memória do Pão de Santo Antônio – um museu da imprensa, onde estão expostos antigos equipamentos gráficos utilizados para a impressão do jornal da cidade, entre outros objetos.

Arquitetura de Oscar Niemeyer

Juscelino Kubitschek, enquanto Governador de Minas, realizou investimentos importantes em Diamantina, sua terra natal, como as obras de Oscar Niemeyer, arquiteto de talento e estilo inconfundíveis.

Duas construções destacam-se das demais: o prédio do Hotel Tijuco e o da Escola Estadual Júlia Kubitschek. A Praça de esporte, antigo Diamantina Tênis Clube, também obra de Niemeyer, infelizmente em estado de ruína, pode ser visto no alto da Rua São Francisco.

Praça da Unesco

Homenagem do povo diamantinense à Unesco, que deu à cidade, em 1999, o título de Patrimônio da Humanidade. O painel de azulejos é um trabalho da artista plástica Yara Tupinambá.

Caminho dos Escravos

Animais e tropeiros, além dos diamantes encontrados no garimpo, passavam pela trilha que ligava o velho Tijuco ao Distrito de Mendanha. No início do século XIX, o Intendente Câmara começou as obras de calçamento realizadas pelos escravos.

Cruzeiro da Serra

O Cruzeiro tem 5 metros de altura e é feito de cimento armado. Está localizado no alto da Serra do Rio Grande, de onde se avista toda Diamantina.

Parque Estadual do Biribiri

Inserido no complexo da Serra do Espinhaço, abriga uma fábrica de tecidos fundada em 1876. A vila formada ao redor da fábrica, já desativada, mantém-se preservada e é um importante atrativo turístico da cidade, com capela, casas e bares.

O parque abriga também as principais e mais visitadas cachoeiras da cidade: Sentinela e dos Cristais. Localizadas em áreas de formação rochosa e rodeadas por vegetação de cerrado, são um convite ao descanso, com prainhas e poços excelentes para o banho.

Curralinho (Distrito de Extração)

Pequeno e bucólico povoado que surgiu devido à exploração do diamante na região. O nome Extração se deve ao trabalho da companhia de mineração da Coroa Portuguesa, a Real Extração.

Gruta do Salitre

Localizada a 7 Km de Diamantina, no caminho para o Distrito de Extração, esta gruta é formada por rochas quartzíticas, possui diversas galerias e quatro salões. O formato das rochas lembra um castelo medieval ou uma catedral gótica. O local foi cenário de novelas e do filme Chica da Silva.

Basílica do Sagrado Coração de Jesus

A construção teve início em 1884, sendo concluída em 1889. Seus vitrais, que foram trazidos da França no século XIX, são do estilo neogótico. Eles representam os quinze mistérios do Rosário de Maria. O décimo sexto é a representação da aparição do Coração de Jesus à Santa Margarida Maria.

Capela da Santa Casa de Caridade

Construída sob invocação de Nossa Senhora da Saúde, remonta ao período colonial.

Capela Senhor do Bonfim

Construída por volta de 1771 por militares conforme conta a tradição oral. Apresenta uma única torre na fachada e um rico interior com taipas douradas e pinturas no teto da capela-mor de autoria provável de um discípulo do guarda-mor José Soares de Araújo.

Catedral Metropolitana

Construída em 1940, a Catedral de Santo Antônio marca o centro da cidade e substitui a antiga Sé, do período colonial, que serviu de matriz de Freguesia e depois foi de Sé do Bispado até a construção do novo templo. Está incluída no acervo paisagístico da cidade tombado pelo IEPHA e Patrimônio Mundial.

Igreja da Luz

Construída nos primeiros anos do século XIX por iniciativa de Dona Tereza de Jesus Perpétuo, da corte real, em cumprimento de promessa feita por ter se salvado do terremoto de 1775 em Lisboa. Possui belas imagens que datam provavelmente de princípios do século XIX.

Igreja das Mercês

Construída entre 1772 e 1785. Interior de grande simplicidade com uma única torre central. Foi construída pelos crioulos incompatibilizados com os pretos da Irmandade do Rosário. Fachada simples; no interior pinturas e entalhes dourados.

Igreja de Nossa Senhora do Amparo

Construída em 1756. Possui torre central e bela decoração interna, incluindo três retábulos bastante requintados e pinturas de Silvestre de Almeida Lopes. Possui grandioso e belíssimo presépio em miniatura.

Igreja de São Francisco

Construída a partir de 1776 e concluída em 1782. São sobretudo notáveis, nesta igreja de estilo barroco, as pinturas do forro da capela-mor, de autoria de José Soares de Araújo, e da sacristia, de Silvestre de Almeida Lopes, principal pintor da região no período rococó. Nos altares encontram-se belas imagens barrocas.

É a única igreja em Diamantina com um relógio em sua torre.

Igreja do Rosário

Construída em 1731 pelos negros escravos. É a igreja mais antiga da cidade. A pintura da capela-mor é de autoria de José Soares de Araújo; as imagens, em sua maioria, são de santos negros. Existe uma gameleira em frente à igreja que brotou de dentro de um cruzeiro que ali existia, envolvendo-o e elevando-o entre os seus troncos e galhos. A cruz está suspensa e envolvida pela árvore.

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Construída entre 1760 e 1766 a mando do contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira, amante de Chica da Silva. A igreja tem a curiosidade de possuir a sua torre nos fundos da edificação; segundo a crença popular, uma exigência feita por Chica da Silva para que as badaladas dos sinos não a incomodassem em sua casa, que ficava próxima à igreja.

Fonte: veredasdoespinhaco.com.br

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