Itanhaém

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Itanhaém, a 2ª cidade mais antiga do Brasil, foi fundada em 22 de abril de 1532, é uma cidade de grande importância histórica, pois oferece ao turista a possibilidade de conhecer diversos locais que remetem e retratam de forma fiel a sua história. Itanhaém foi elevado à categoria de Vila, no ano de 1561.

Graças às construções da época que era de grande porte que Itanhaém conquistou o status de município. A cidade oferece vários tipos de atrativos turísticos, tais como: igrejas, museus, passeios nas ilhas oceânicas (que são pontos de mergulho de classe internacional), rios, mata atlântica, itinerários culturais e de lazer para toda a família.

Itanhaém

Localização

Litoral Sul paulista, às margens do Rio Itanhaém.

Altitude: 5 m.

São Paulo: 108 km,

Santos: 56 km,

Peruíbe: 28 km.

Área do município: 597,4 km2

Clima: 25 ºC (temperatura média)

Acesso: Rodovias Anchieta (SP-150),Imigrantes (SP-160), Régis Bittencourt (BR-116), Padre Manoel da Nóbrega (SP-055)

Itanhaém é um dos destaques do litoral sul paulista, num trecho de praias que vêm tendo sua infra-estrutura reformulada, com muitas melhorias, a exemplo do que aconteceu em Praia Grande.

Uma dascidades mais antigas do Brasil, a história de Itanhaém data de 22 de abril de 1532, quando o navegador português Martim Afonso de Souza estabeleceu um povoado formado por índios Itanhaens e colonos lusitanos, ao redor de pequeno porteiro próximo à hoje praia de Peruíbe.

O Convento Nossa Senhora da Conceição (1532) pode ser considerado o marco da fundação de Itanhaém.

Localizado no alto do Morro Itaguaçu, o Convento de quase 500 anos atrai anualmente milhares de fiéis e turistas, que se encantam com a beleza da visão panorâmica de toda a cidade. Outra construção tombada pelo patrimônio histórico é a Igreja Matriz de Sant’Anna. Com sua arquitetura colonial rústica e frontispício que leva a inscrição “Sant’Anna socorre os miseráveis”, a Igreja foi aberta ao povo em 1761 e até hoje é muito visitada.

Na Praia do Sonho estão outros dois pontos turísticos de Itanhaém, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, formada por pedras e situada bem no meio da praia, e a Cama de Anchieta, vão entre pedras onde teria dormido o padre Joséde Anchieta.

Também da Praia do Sonho pode-se avistar a Ilha das Cabras, formada por rochas e vegetação e que nas marés baixas pode ser alcançada a pé. Para os amantes da pesca em alto-mar, a cidade oferece opções para aluguel de barcos e equipamentos.

Já os que quiserem apenas apreciar as belezasl ocais podem embarcar num dos passeios pelos Rios Itanhaém, Preto e Branco. Os praticantes de surfe encontrarão boas ondas nas praias dos Pescadores, Cibratel I e II e também na Praia do Sonho.

Fonte: www.banstur.com.br

Itanhaém

História

O povoado de Itanhaém,segunda cidade mais antiga do Brasil, foi fundadoem dezembro de 1532 às margens do Rio Itanhaém por Martim Afonso de Souza, sendo suas terras exploradas por Pero Corrêa.

Em 1560 chegou ao povoado a primeira imagem de Nossa Senhora daConceição, passando-se a aglomeração a chamar-se Conceição de Itanhaém. Em 1561 obteve o foro de Vila, Pelourinho e Câmara Municipal. Entre 1623 e 1624, devido as pendência entre os herdeiros de Martim Afonso e de seu irmão Pero Lopes de Souza institui-se a donatária de Itanhaém à Condessa de Vimieiros e a Capitania de São Vicente ao Conde de Monsanto.

No ano de 1700, Conceição de Itanhaém se tornou sede de município e, em 1711, foi instituída em baronia a favor de Manoel Souto Maior. Em 1906 apovoação foi elevada à categoria de cidade, denominada apenas Itanhaém.

A primeira parte do seu território foi perdida em 1938 para a formação do Distrito de Itarai, em seguida ocorreram novos desmembramentos com a criação dosmunicípios de Mongaguá e Peruíbe (Carmo, 2004).

Fato relevante à evolução do município foi a construção da estrada de ferroda Southern São Paulo Railway Company, mais tarde denominada Estrada de Ferro Sorocabana, iniciada em 1913. Até meados dos anos de 1940 a estrada de ferro constituía quase o único meio de comunicação com os outros núcleos, visto a longa extensão de praia até Praia Grande nem sempre estar acessível. Os trabalhos de conservação da ferrovia proporcionam a formação da Vila Operária, hoje Vila São Paulo.

Entre os anos de 1945/46, Itanhaém recebeu imigrantes japoneses, que se estabeleceram às margens do Rio Itanhaém para o cultivo de hortaliças e outras culturas. Porém, a devastação causada por uma enchente de grande porte levou-os a se deslocarem para outras cidades do Vale do Ribeira.

Itanhaém possui edificações históricas, tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como igrejas e o Convento de Itanhaém (Carmo, 2004).

Caracterização

Itanhaém possui uma extensão territorial total de 581 km2, sendoaproximadamente 140 km2 de área urbana, 100 km2 de área rural e o restante da área são reservas ecológicas e a Serra do Mar. É o maior município da RMBS.

Itanhaém
Visão geral da cidade de Itanhaém

Faz limite com São Vicente e São Paulo a nordeste, Juquitiba a noroeste,Pedro de Toledo a oeste, Peruíbe a Sudeste, Mongaguá a leste e com o Oceano Atlântico ao sul. Está a 110 km da capital do estado e a 60 km de Santos. O acesso rodoviário se dá pelas Rodovias Padre Manoel da Nóbrega e Pedro Taques. Conta ainda com um serviço aéreo para aeronaves de pequeno porte.

De acordo com o censo de 2000 (IBGE, 2003) a população total era de 71.995 habitante, sendo 71.148 urbana e 847 rural. Nas temporadas de férias de verão recebe uma população flutuante de aproximadamente 200.000 pessoas e de 40.000 pessoas nas férias de inverno.

O município é geograficamente composto por uma vasta planície litorânea, com alguns morros e trechos de serra dispersos. Apresenta uma pequena área de manguezais próxima ao Rio Itanhaém, sendo que o trecho localizado na área central da cidade é habitado. A orla marítima, com 26 km de extensão, está praticamente toda ocupada.

A região está localizada na baixada do Rio Itanhaém situada entre Santos e Cananéia, se caracteriza pelos mangues, jundus e florestas. É uma baixadaampla, que se encontra repartida em unidades menores, devido a intercalação dos esporões da Serra de Paranapicaba e de pequenos morros.

Na região a coleção hídrica é formada por vários rios, canais, lagoas e pântanos que são encontradas desde as proximidades do mar até o sopé da serra. O rio centralizador dessa baixada é o Itanhaém que recebe esse nome após a confluência com os Rios Branco da Conceição e Preto. O Rio Preto, por seu elevado volume de água, tem grande importância na Bacia e corre em traçado paralelo a orla da praia, o rio é navegável até quase a sua cabeceira.

A vegetação predominante é a restinga com algumas faixas de Mata Atlântica e nesta mesma região, próxima às áreas contaminadas, encontra-se a Reserva Ambiental de Restinga do Rio Preto.

Os terrenos da região são possivelmente de idade pleistocênica,englobando sedimentos recentes localizados apenas ao longo dos rios e nas várzeas de inundação.

Os solos possuem características argilo-silicosos que cobrem vastasextensões, fazendo suspeitar de certa espessura, nada mais são que o resultado da decomposição, por longo tempo, dos gnaisses decompostos da Serra de Paranapiacaba e dos morros isolados espalhados na planície.

Os solos com grande teor de areia estão menos presentes quando se aproxima do sopé da Serra, pois das encostas dos morros e dos esporões da serra vêm os sedimentos argilosos carregados de elementos humíferos.

Na sub-região de Araraú, onde se localizam os depósitos irregulares no Município de Itanhaém, as chácaras e sítios são interligados pela Estrada do Rio Preto. A região não dispõe de rede de abastecimento de água e as populações fixas e flutuantes utilizam águas dos poços (Processo 81/91, 1991).

As atividades econômicas estão voltadas para o turismo, com grande parte da população empregada no comércio e setor de serviços. Possui área de 3.448 hectares destinada a bananicultura, a maior área dentro da RMBS (Carmo, 2004).

Estância balneária

Itanhaém é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto ao seu nome o título de Estância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

Turismo

É um dos mais antigos municípios brasileiros, criado em 1532 com o nome de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, foi durante certo período a sede da antiga capitania de São Vicente.

A Cama de Anchieta é uma formação rochosa que, segundo reza a lenda, por seu desenho plano escavado pela ação do mar e pelo vento, no costão da Praia dos Sonhos, em Itanhaém, tornou-se o local preferido do beato jesuíta José de Anchieta, para passar horas e horas descansando e encontrar inspiração para compor versos e poemas, em suas andanças pela região.

O local atrai milhares de visitantes chamando a atenção por sua beleza natural e pela deslumbrante vista em direção ao mar, da costa e dos morros que circundam o local.

Para facilitar o acesso há uma passarela (apesar do caminho também poder ser feito pelas escorregadias pedras da costeira) construída com verba doada pelo governo das Ilhas Canárias, comunidade autônoma da Espanha e pela administração de San Cristóbal de La Laguna, município onde nasceu Anchieta. A obra facilita e permite o acesso até mesmo de pessoas com grandes dificuldades de locomoção.

O equipamento turístico foi escolhidos pelos internautas, em uma pesquisa feita pelo jornal A Tribuna de Santos, como uma das nove maravilhas da Região Metropolitana da Baixada Santista, ao lado de conhecidos atrativos regionais como a orla da praia de Santos e a Ponte Pênsil em São Vicente.

Mais uma prova de que não é em vão que milhares de munícipes e turistas fazem questão de conferir o local onde Padre José de Anchieta meditava e se inspirava durante o período de catequização pelo litoral paulista.

Geografia

Abriga parte da Área de Relevante Interesse Ecológico Ilhas Queimada Pequena e Queimada Grande, criada em 1985 e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Seus limites são Juquitiba e a São Paulo a norte, São Vicente e Mongaguá a leste, o Oceano Atlântico a sudeste, Peruíbe a sudoeste e Pedro de Toledo a oeste.

Clima

O clima de Itanhaém é o subtropical úmido, sem meses secos, com verões quentes e invernos brandos, sendo o mês mais quente Janeiro, com uma média de 24°C e o mais frio é julho, com uma média de 17°C.

Fonte: portal.saude.gov.br

Itanhaém

História

A Vila de Intanhaém é considerada a segunda povoação fundada por Martim Afonso de Souza, segundo Benedito Calixto (pintor e historiador Paulista), entre 1532 e 1533. Este navegador Português teria sido quem escolheu o local da povoação e da ermida em louvor a Imaculada Conceição, nas terras dos índios “itanhaens”, do grupo tupi (o nome decorre de ” itá- nhaé”, que significa bacia ou panela de pedra, usada pelos indígenas, segundo Theodoro Sampaio).

No entanto, existiu na praia de Peruíbe outra aldeia, com o nome de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, provavelmente fundada pelo Padre Leonardo Nunes, e que mais tarde passou a chamar-se São João Batista de Peruíbe, mas da qual restam ruínas.

A povoação que se desenvolveu foi localizada à margem esquerda do rio Itanhaém, em grande parte com a colaboração dos missionários Franciscanos no século XVII e da Companhia de Jesus, estes últimos expulsos no século XVIII, que catequisaram os índios itanhaens.

A Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém foi constituída em abril de 1561, pelo Capitão-Mor Francisco de Moraes, loco-tenente de Martim Afonso de Souza, Governador da Capitania de São Vicente, e chegou a ser em 1624 a sede da Donatária de Martim Afonso, com o nome de ” Capitania de itanhaém”, com jurisdição desde a Ilha Porchat, na barra de São Vicente, até a Ilha do Mel em Paranaguá (segundo foral de D. João III, estudado pelo historiador Pedro Taques).

Somente em 1906, o topônimo passou a Itanhaém.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, em 1549.

Elevado a categoria de vila com a denominação de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém em abril de 1561. desmembrado do termo da antiga Vila de São Vicente. Constituído do Distrito Sede.

Tomou a denominação de Itanhaém por Lei Estadual nº 1021, de 6 de novembro de 1906.

Cidade por Lei Estadual nº 1038, de 19 de dezembro desse último ano.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o Município de Itanhaém se compõe do Distrito Sede.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Município de Itanhaém permanece com o Distrito Sede.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, bem como no quadro anexo ao Decreto Estadual nº 9073, de 31 de março do ano de 1938, o Município de Itanhaém se compõe igualmente de 1 Distrito, Itanhaém e pertence ao termo e comarca de Santos.

Pelo Decreto Estadual nº 9775, de 30 de novembro de 1938, o Distrito de Itanhaém perdeu parte do território para o novo Distrito de Itariri, do mesmo Município de Itanhaém.

Em 1939-1943, o Município de Itanhaém é composto dos Distritos de Itanhaém e Itariri e pertence ao termo e comarca de Santos.

Em virtude do Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944, que fixou o quadro territorial para vigorar em 1945-1948, o Município de Itanhaém ficou composto dos Distritos de Itanhaém e Itariri e pertence ao termo e comarca de Santos.

Figura no quadro territorial fixado pela lei nº 233, de 24-XII-48, para vigorar em 1949-1953, composto dos Distritos de Itanhaém e Mongaguá, comarca de Santos, assim como no fixado pela Lei nº 2456, para vigorar em 1954-1958, comarca de Santos.

Lei Estadual no 5285, de 18 de fevereiro de 1959, desmembra do Município Itanhém o Distrito de Mongaguá.

Em divisão territorial datada de 01-VII-1960, o município é constituído o Distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 15-VII-1999.

Fonte: www.ibge.gov.br

Itanhaém

História

Fundada em 22 de abril de 1532, pela expedição de Martim Afonso de Souza, a povoação localizou-se junto à Aldeia dos Itanhaéns, onde foi erguido o Colégio de São João Batista, pelos Jesuítas, entre os rios Peruíbe e Itanhaém.

Por desentendimentos surgidos entre os Jesuítas e Colonos, muitos destes abandonaram o local e foram se estabelecer à margem esquerda do Rio da Conceição de Itanhaém, próximo ao Morro do Itaguaçu, que abrigava uma ermida levantada para a guarda da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.

Segundo Ruy de Azevedo Marques, em seu trabalho “Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém”, o padre Anchieta passou em Itanhaém toda a quaresma de 1563, antes de ir com o padre Manoel da Nóbrega a Iperoig, hoje Ubatuba, para concluir o armístico entre os Tamoios e Tupis.

Em 1654 a Condessa de Vimieiros, dona Mariana de Souza Guerra, herdeira de Martim Afonso de Souza, transformou a povoação de Conceição de Itanhaém em Cabeça de Capitania, com jurisdição sobre a vasta região de Paranaguá até Cabo Frio. Em 1700 Conceição de Itanhaém, por carta régia de 20 de outubro, foi elevada a Sede de Município.

Em 1906, pela Lei 1.021, passou a denominar-se simplesmente Itanhaém. A 19 de dezembro de 1906, foi elevada categoria de Cidade.

Itanhaém guarda em cada rua a história de nosso país. Por ela passaram várias personalidades bastante conhecidas de nossa gente. A cidade guarda relíquias do período colonial no Brasil como o Convento de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja Matriz de Sant’Anna e a Casa da Câmara e Cadeia.

Itanhaém está localizada entre a Serra e o Mar, e oferece ao visitante 26 km de praias entremeadas de formações rochosas, ilhas e rios que cortam a cidade.

Apesar de não possuir uma infra-estrutura adequada voltada ao turismo, Itanhaém proporciona ao visitante uma série de atrações, como passeios de barco em rios e mar. O município possui aeroporto com pista de mil metros, permitindo operação de vôos de turismo.

Na costa marítima de Itanhaém há cinco ilhas, locais muito procurados pelos praticantes de pesca esportiva e mergulhos submarinos. A mais famosa é a Ilha Queimada Grande, viveiro da jararaca-ilhoa, cobra hermafrodita de veneno letal.

A ilha é monitorada pelo instituto Butantã.

Praias de Itanhaém

Praia de Itanhaém – Vai desde o término da Praia do Tombo até a divisa do município de Mongaguá. Ideal para banhos de mar por sua calmaria. Também conhecida como Praia Grande ou Praião, na parte próxima à Praia do Tombo.

Praia dos Pescadores – Entre a foz do Rio Itanhaém e a Praia dos Sonhos. Possui pedras, vegetação nas encostas do morro do Sapucaitava. Desta praia tem-se acesso à Ilha das Cabras. Aqui se localiza o monumento Mulheres de Areia esculpida por Serafim Gonzales. É a mais procurada pelos aficcionados do surf e body-board, devido as boas ondas que nela se forman.

Praia do Tombo ou Centrofoto – Devido à desembocadura do Rio Itanhaém, a água que banha esta praia torna-se escura. É desaconselhável o banho de mar perto da foz do rio, numa extensão de cerca de 100 metros por causa dos buracos e desníveis da areia dentro e fora da água.

Praia do Cibratel 1 e 2 – Uma das mais procuradas para a prática de pesca e banhos de mar devido a sua ótima balneabilidade durante o ano todo. Junto ao Morro de Paranambuco está o Pocinho de Anchieta, que segundo Benedito Calixto, foi construido pelos índios, sob orientação dos padres, para apanhar tainhas na época de desova. É a praia de maior extensão de areia em largura e comprimento, tendo ao fundo, em direção à cidade de Peruíbe, os morros da Juréia.

Praia dos Sonhos – Com seus 800 metros de suave curvatura, que terminam no imponente costão onde se localizam a Praia das Conchas, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e a Cama de Anchieta onde, segundo a lenda, o padre repousava e meditava.

Praia da Gaivota – Continuação da Praia do Cibratel, até a divisa com o município de Peruibe.

Pontos Históricos

Convento Nossa Senhora da Conceição – Localizado no alto do morro de Itaguaçu, no centro da cidade, construído em 1563, mas tendo sua origem na ermida dedicada à santa, concluída em 1532, data de fundação da cidade. Com o marco inicial (Cruzeiro do Convento), é uma das primeiras igrejas construídas no Brasil, estando aberta à visitação.

Casa da Câmara e Cadeia – Construída no século XVI, o que valeu ao povoado o status de Vila, foi reformada em 1829 sobre o antigo edifício da Cadeia Velha.

Igreja Matriz de Sant’Anna – Localizada, na Praça Narciso de Andrade, foi concluída em 1761, em estilo colonial, atrai os muitos turistas que acorrem à essa parte da cidade.

Como Chegar

Situado a 109 km da capital de São Paulo, o acesso a Itanhaém pode ser feito pela Rod. Anchieta ou Rod. dos Imigrantes, e seguindo pela Rod. Padre Manoel da Nóbrega, Tambêm existe a possibilidade de utilizar a Rod. Régis Bitencourt.

Principais Distâncias:

São Paulo: 109 km
Santos: 62 km
Mongaguá: 19 km
Peruíbe: 20km

Fonte: www.asfesp.org.br

Itanhaém

Itanhaém tem cerca de 300 km² de Mata Atlântica e uma bacia hidrográfica de 912 Km de rios, além de uma grande diversidade de fauna e flora.

Além de ser um destino de sol e praia e um importante roteiro histórico brasileiro, Itanhaém também é uma Cidade com uma grande biodiversidade natural. O título de “Amazônia Paulista” não é à toa: são cerca de 300 km² de mata Atlântica e uma bacia hidrográfica de cerca de 912 km de rios, além de toda a diversidade de fauna e flora presente nestas reservas naturais.

A comparação entre os biomas do norte do País com o da Mata Atlântica se justifica principalmente pelas semelhanças do Rio Itanhaém com o maior rio do mundo, o Amazonas. O fenômeno ocorrido no Rio Negro e no Rio Solimões, na Amazônia, é similar com outro encontro no Litoral Sul Paulista: o das águas do Rio Branco com as do Rio Preto.

O Rio Branco surge na Serra do Mar, na capital paulista, e possui águas mais cristalinas. Já o Rio Preto tem características de águas mais escuras, tendo sua nascente em Peruíbe. Os dois rios caminham até desaguarem no Rio Itanhaém, resultando em um belo espetáculo natural.

O rio que leva o nome da Cidade é o principal ponto deságue, recebendo as águas de muitos rios que cortam o Município. Em toda esta grande reserva natural, há uma grande biodiversidade preservada ao longo da Mata Atlântica.

A vegetação predominante no Rio Itanhaém é o manguezal, predominando restinga no Rio Branco e no Rio Preto. Por toda esta vegetação, há uma grande variedade de espécies de animais silvestres. Entre os peixes encontradas, prevalece as espécies de águas salobras (com salinidade intermediárias entre doce e salgada), como o Robalo, Tainha, Parati e Bagre.

As belezas desta grande biodiversidade podem ser desfrutadas em opções de pesca e trilhas, oferecidas nas muitas chácaras, comunidades ribeirinhas e fazendas da região. A Ilha do Mauricinho e o Country Club são dois pontos muito frequentados, principalmente durante a temporada de verão. Nestes locais, além da infraestrutura de lazer, há outras opções de entretenimento, como os passeios de caiaque.

Segundo o funcionário do Departamento Municipal de Meio Ambiente, Ângelo Dalbão Cachoni, que realiza constantes viagens pelo Rio Itanhaém, em toda esta região residem muitas comunidades ribeirinhas. “São pessoas que preservam a cultura caiçara, há muitas chácaras e fazendas. Ainda há muitos munícipes que vivem a agricultura de subsistência, onde plantam, colhem e pescam para suprir suas necessidades”.

De acordo com Ângelo, toda esta biodiversidade é bastante preservada. Porém, é importante o munícipe ter consciência de não jogar lixo nas valas, rios e vias públicas da Cidade. “O sistema de Itanhaém é quase todo feito por valas, portanto, quando a população joga lixo nas ruas e nas valas, vai parar tudo no Rio Itanhaém, que é principal ponto de deságüe do Município”.

MATAS CILIARES

Preocupada com a preservação ambiental, a Prefeitura de Itanhaém, por meio da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, está trabalhando no Programa Municipal de Preservação, Monitoramento e Controle da Vegetação Ciliar – matas que tem importante papel na proteção dos rios da Cidade.

O objetivo é identificar e mapear a vegetação ciliar de rios e, ao final do trabalho, elaborar um plano de ação para a futura recuperação das áreas degradadas.

Esse trabalho é feito por equipe de agentes ambientais e técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente.

A faixa que será mapeada seguirá o Código Florestal Brasileiro, variando de acordo com largura do curso d’água. Quanto maior a largura do rio, maior a área de preservação.

LIXO ZERO

Outro importante trabalho ambiental na Cidade é o Projeto Rio Itanhaém Lixo Zero, também da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente. Surgidos em 2005, os trabalhos são realizados por agentes ambientais e consistem na limpeza de pontos específicos da bacia hidrográfica do Rio Itanhaém, com a coleta de detritos que ficam suspensos nas águas, retidos em áreas de mangue, margens dos rios e locais com grande freqüência de usuários e pescadores.

No período da primeira etapa do programa, de julho de 2005 a março de 2007, foram recolhidas quase 12 toneladas de lixo, e as ações de educação ambiental envolveram mais de 3.500 atendimentos, desenvolvidos com a população e escolas. Na segunda etapa, que começou em 2008, o projeto está mais focado em alunos da rede municipal de ensino. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, de julho de 2008 a abril de 2011, foram coletados 8.354 kg de lixo por 145,3 m³.

PASSEIO DE BARCO

Para quem quer conhecer um pouco destas belezas naturais e a sua biodiversidade, uma ótima opção de turismo é o passeio de barco pelo Rio Itanhaém. O ponto de embarque é na Alameda Emídio de Souza, ao lado da ponte, próximo ao Itanhaém Iate Clube, saindo diariamente duas embarcações.

No roteiro, os turistas desde o início do Rio Itanhaém até o encontro dos rios Preto e Branco, passando pela Ilha do Rio Acima, tendo como ponto final o Country Club, no Bairro Jardim Coronel. No local, há quiosques que servem diversos tipos de bebida e grande variedade de pratos locais. Os turistas também podem curtir passeios de caiaque e desfrutar de uma bela paisagem natural de Mata Atlântica.

Fonte: www.itanhaem.sp.gov.br

Itanhaém

História

A Cidade de Itanhaém foi descoberta e fundada pelo navegador português Martim Afonso de Souza, no dia 22 de Abril de 1.532.

Segundo historiadores ele estabeleceu o fundamento da povoação de Itanhaém entre a tribo dos Itanhaens que vivia juntamente com colonos, ao redor de pequeno porteiro na praia de Peruíbe a 13 km, ao sul de Itanhaém.

Mais é evidente que o navegador ao estabelecer essa povoação, estava na realidade fundando toda esta região e principalmente à margem direita do Rio Itanhaém do mar olha para a terra, porque a exuberante foz do rio os morros de que de um lado e de outro do rio existem acomodando pequenas e belas praias em forma de baía, costões de pedras se antepondo ao mar, área a frente do morro Itaguassú onde hoje situa-se o Convento, formam razões mais que óbvias sob todos os enfoques, para o estabelecimento de vilas e aldeias.

Tanto é verdade que alguns anos depois, mesmo com a chegada dos jesuítas junto aos índios e colonos e a construção da Igreja e Colégio dos Padres Jesuítas, depois chamado Colégio de São Batista paralelamente formava-se aqui onde hoje é o centro de Itanhaém a aldeia de Nossa Senhora da Conceição, uma paliçada de torras ao redor das casas com três saídas para rio e a Ermida, pequena Capela de Barro com a Cruz de fé cristã no Alto do Itaguassu, e aos poucos todos foram transferindo-se da Aldeia de São João Batista para este outro lado do Rio onde florescia a aldeia e feitoria agrícola de Nossa Senhora da Conceição.

A 13 de Janeiro de 1.561, Cristovam Gonçalves é designado Juiz Pedâneo aos 19 de Abril do mesmo ano Itanhaém já tem pelourinho e ganha foro de vila. E assim desenvolveu-se lentamente porque sempre foi uma Vila podre e esquecida até que em 1.624 vem conhecer período de grandeza quando obtém predicamento de Cabeça de Capitania passando a ter jurisdição sobre vasta extensão de terras.

Ao final deste período foi elevada à município em 1.700 torna-se mais ainda um esteio de fé e esperança. Em 1.906 de Conceição de Itanhaém é elevada a categoria de Cidade. E atualmente a idade de Itanhaém foi elevada à categoria de Comarca e Estância Balneária do Estado de São Paulo.

Significado do Nome

Ita = pedra; Nhaém = Sonora ou canta

Itanhaém – Pedra que canta ou pedra que soa.

Aniversário da Cidade: 22 de Abril.

Clima: Tropical Marítimo

Temperatura Média: 27º C

Localização: Litoral do Estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista.

Limites: Divisas com os Municípios de São Paulo e São Vicente a nordeste, Juquitiba a noroeste, Pedro de Toledo a oeste, Peruíbe a sudoeste, Mongaguá a leste e Oceano Atlântico ao sul.

Acesso Rodoviário:

SP/193 – Rod. Cananéia/Pariquera-Açu
SP/098 – Rod. Paulo Rolim Loureiro
SP/099 – Rod. dos Tamoios
SP/070 – Rod. dos Trabalhadores
SP/055 – Rod. Dr. Hippolito Rego/Caiçara/ Pe. Manoel da Nobrega
SP/125 – Rod. Oswaldo Cruz
SP/165 – Rod. Pe. Manoel da Nóbrega
BR/116 – Rod. Prof. Alfredo R. de Moura

Distância da Capital: 110 km

Turismo

Principais Pontos Turísticos:

Aldeia Indígena

A Aldeia Indígena está inserida em uma Reserva Indígena Guarani, demarcada em 15 de Abril de 1987, pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário, numa área total de 2.856 ha. Atualmente, na reserva residem ainda 76 indivíduos, sendo que na data da demarcação a população atingia os 120 indígenas, dado que consubstancia a premura deste movimento de preservação.

Esta aldeia subsiste da coleta de palmito na área demarcada, já estando em andamento um projeto de manejo sustentado do Jussara Edulis e da banana. Atualmente, os indígenas mantêm também roçados de mandioca, milho, feijão e arroz.

Convento N. Sra. da Conceição

No início de seu povoamento, em 1532, seus primeiros habitantes edificaram no alto deste monte, uma pequena ermida de barro tendo sua padroeira tida como milagrosa e venerada, desde cedo, pelos romeiros que para lá afluíam vindos de vários pontos da Capitania.

O monte onde nascera o povoado, embora um pouco elevado e de pequena dimensão, está de tal sorte situado que nos permite perceber a escolha de um sítio de certo modo privilegiado, pois dele pode-se tanto avistar com facilidade qualquer ameaça vinda por mar, como servir de abrigo a seus moradores para uma razoável defesa deste que era, inicialmente, um dos pontos mais afastados da colonização portuguesa na América. Junto à vila de Itanhaém, ergue-se um monte de regular altura, em que está edificado o Santuário de Nossa Senhora da Conceição.

Antiga Casa de Câmara e Cadeia

Importante patrimônio histórico, a Casa de Câmara e Cadeia tem suas origens no processo de colonização da antiga Vila de Nossa Senhora de Conceição.

Durante a suposta data de fundação da cidade, já estava ereta, apenas a parte inferior onde funcionava apenas a Cadeia. Em 1561, sofreu sua primeira reforma, quando a parte superior foi ali construída, dentro da paliçada que circundava a então Vila. Supõe-se que sua construção date da época em que Itanhaém foi elevada à categoria de Vila, em 1561, pois só adquiriria tal status se houvessem no local tais construções. e mais tarde, ganhou o status de Cabeça de Capitania, pois os prédios obrigatórios que para isso se desse deveriam ser a Igreja, o Pelourinho e a Cadeia.

Igreja Matriz

A Matriz de Itanhaém possui nos seus altares exemplares importantes do remanescente da arte sacra paulista. A integridade dos altares ficou ameaçada, de um lado, pelo ataque intenso de cupins que ameaçava sua estabilidade. Por outro lado, sucessivas iniciativas de conservação comprometeram as talhas, na sua forma e coloração originais. Foram adotados, em 1992, alguns procedimentos como: imunização integral dos altares que previna contra novos ataques, prospeção para avaliação da resistência mecânica dos suportes e para identificação dos vários tratamentos dados anteriormente aos altares. Descobriu-se assim, indícios de douração e policromia.

Monumento Padre Anchieta

A estátua de Anchieta não tem um lugar fixo na Praça Narciso de Andrade. Sujeito às diversas intervenções que cada Administração realiza na praça, a estátua teve seu local modificado em 1998. No projeto de reurbanização da praça a ser implantado, prevê também a mudança de local. Esculpido por Luiz Morrone, o mesmo autor do desenho do brasão do Estado de São Paulo, em 1956.

Monumento Mulheres de Areia

A obra original, em pedra, foi substituída por uma outra, em fibra. Esculpida por Serafim Gonzalez, ator que participou da primeira versão da novela transmitida pela extinta TV Tupi de São Paulo, o monumento é um marco das gravações da novela na cidade. Localizado na Praia dos Pescadores, é uma das obras mais visitadas por turistas.

Pelourinho

O pelourinho é o marco da fase da colonização, tempo que a vila de Nossa Senhora da Conceição havia se tornado Cabeça de Capitania. Alguns historiadores se referem ao pelourinho sendo da época em que o aldeamento havia ganhado o status de vila, pois para tanto, tinha que ter presentes uma igreja, uma cadeia, pelourinho ou forca.

Antiga Estação Ferroviária

No início do século XX dá-se a construção da estrada de ferro da Southern São Paulo Railway Company, inaugurando a linha de passageiros a 21 de dezembro de 1913, para logo depois tornar-se Estrada de Ferro Sorocabana, linha Santos-Juquiá. A Estrada de ferro foi de tão grande importância para o município que a rodovia foi construída paralelamente a ela, bem como a ferrovia à praia. Através da ferrovia, várias pessoas ilustres chegaram a Itanhaém, e serviu de veia para o progresso da região na época áurea da banana, quando a cidade tornou-se um dos principais produtores da fruta, sendo seu escoamento feito através da linha férrea até o Porto de Santos. A mesma linha férrea serviu muito tempo para os serviços de correio.

Praça Narciso de Andrade

A Praça Narciso de Andrade forma, junto com a pequena praça Carlos Botelho, o chamado Centro Histórico, o mais antigo local da cidade, o que no século XVI era a paliçada, pequena fortaleza que protegia a vila de ataques de índios, piratas e franceses. Na praça estão os casarios mais antigos, o prédio da Casa de Câmara e Cadeia e a imponente Igreja Matriz de SantAna.

Praça Nossa Senhora do Sion

Em 1917, Joaquim Branco visitara, pela primeira vez, o vilarejo de Itanhaém. Entusiasmou-se pela sua paisagem, clima e motivos históricos, entusiasmo que o motivou e alimentou até o final de sua vida, em 1945. Empreendedor e visionário, propôs logo em seguida, ao Prefeito da cidade, Antonio Mendes da Silva Junior, a realização de um projeto urbanístico, uniformizando o traçado da cidade, dando nomes às ruas, protegendo e valorizando os monumentos históricos.

Logo em seguida, pensou-se na construção de uma Igreja na área que o Círculo Social do Ipiranga já possuía e a grande área em frente seria então a Praça, onde hoje está localizada.

Casa de Anchieta

Formação original de pedra que nos lembra uma cama com cobertura, onde segundo a lenda o jesuíta descansava de suas peregrinações pelas praias, localiza-se na Praia dos Sonhos.

Praião (Praia de Itanhaém)

Com cerca de 11,5km de extensão, a Praia de Itanhaém compreende o trecho da Boca da Barra do Rio Itanhaém até a divisa com o município de Mongaguá.

No entanto, em todo este percurso é possível encontrar vários nomes que foram dados pela população, associando a praia aos loteamentos. No entanto, é importante lembrar que, devido às fortes correntes provocadas pela força das águas fluviais dentro das águas do mar, o trecho oferece riscos aos banhistas, como informam as placas colocadas no local.

Praia da Saudade

Seu nome está ligado à bucolidade do local, deserto e sossegado, por onde se caminha para atingir o cume do morro que forma, o Sapucaitava, de onde pode se obter lindíssimos visuais em seu cume. A Praia da Saudade é localizada aos pés do Morro do Sapucaitava, e é acessada através da trilha, com entrada pela Rua Sebastião das Dores.

A praia, na verdade, é o leito do rio aos pés do morro, e é protegida pelas formações rochosas como a Pedra do Carioca e o costão do morro que leva até o seu lado sul, atingindo a Praia dos Perscadores. Os pescadores amadores ficam muito tempo nesta praia e na Pedra do Carioca, é um local muito bucólico. É comum observar bandos de gaivotas tomando sol pela manhã ou à tarde.

Praia do Tombo

O ponto de encontro entre a praia e o rio Itanhaém é a Praia do Tombo. Durante todo o ano é possível observar a alteração do relevo neste local, ora com grande quantidade de areia, ora com a força da maré indo de encontro ao degrau formado justamente pela retirada da areia pelas próprias correntes marítimas.

Conhecido também como prainha do rio, o trecho muito freqüentado por banhistas, durante o verão, é na verdade a margem esquerda do Rio Itanhaém, que, durante as baixas da maré, pode ser aproveitada como um espaço de lazer por munícipes e turistas.

Mas, ao visitar o local, é sempre bom ficar atento às correntes fluviais, que retornam conforme a cheia da maré. Em alguns momentos é possível observar o encontro das águas do mar avançando as águas escuras do Rio Itanhaém, e promovendo, assim, um belíssimo espetáculo.

Praia dos Pescadores

A Prainha tornou-se Praia dos Pescadores. É um dos locais mais divulgados da cidade, pois tem seu panorama ligado à telenovela Mulheres de Areia, em sua primeira versão, transmitida pela extinta TV Tupi de São Paulo, durante os anos de 1974-75.

O evento valeu ao local um monumento, esculpido por Serafim Gonzalez. A praia tem cerca de 600 metros de extensão e é muito freqüentada por surfistas, é neste pequeno trecho de mar entre o costão rochoso do Morro do Sapucaitava e a Ilha das Cabras que se verifica as melhores ondas para o surf, em meio a barcos de pescadores que a todo o momento entram e saem do mar em busca de peixes para comercialização nas barracas da praia.

Nesta praia localiza-se uma pequena elevação chamada púlpito de Anchieta, hoje ocupado por residências, mas tradicionalmente tem sua imagem ligada à figura de José de Anchieta, pois conta-se que o beato ali subia para apaziguar e catequizar os indígenas tupiniquins que habitavam a região.

Praia dos Sonhos

A Praia dos Sonhos tem cerca de 800 metros de extensão e seu nome antigamente era Praia do Meio. Com o advento do loteamento defronte à praia, foi denominada Praia de Sonho e logo após Praia dos Sonhos.

A empresa loteadora não poupou nem mesmo a História, citando em seu caderno promocional que suas areias haviam sido pisadas por Martim Afonso de Sousa, e uma infinidade de fatos fisctícios ligados ao Padre José de Anchieta, dando a ele o «Morrete do Púlpito de Anchieta». Fatos históricos à parte, trata-se de uma bela praia.

Praia das Conchas

Não se trata de uma praia propriamente dita, mas uma outra pequena enseada quase aos pés do morro de Paranambuco e o costão da Praia dos Sonhos, após a Cama de Anchieta. Nesta praia, encontra-se a gruta Nossa Senhora de Lourdes, local de peregrinação religiosa. Em 1996 e 1997, verificou-se a presença de grandes tartarugas marinhas, que a caminho de algum local, aportam ali para comida e descanso.

Praia do Suarão

O nome Suarão era a denominação que os nativos davam à região e que o Coronel resolveu preservar. Segundo uma versão, esse nome vem das raízes tupí: çuu, que era o nome que se dava a um animal de grande porte, fosse onça, veado ou outro… e o radical onomatopaico aron, com o significado de ronco, rugido.

Seria pois o lugar onde o bicho ronca. associação ao calor característico do verão, originou, porém, várias brincadeiras com o nome, como se se tratasse de um suador superlativo, proporcionado pelo sol de dezembro… Em 1946 iniciou-se um novo surto de investimentos: surgiu o Círculo Operário do Ipiranga, com a construção da igreja local, a compra do antigo hotel e dos terrenos remanescentes, o estabelecimento de um pequeno centro comercial, inclusive com um cinema. Depois, vieram a rodovia e a luz elétrica… Não há nenhuma placa com seu nome nas ruas de Itanhaém ou mesmo de Suarão, pois o Coronel não valorizava tais veleidades.

Praia do Cibratel

É denominada Praia do Cibratel, a porção da Praia de Peruíbe, no trecho compreendido no bairro que a defronta.Durante toda a extensão da Praia de Peruíbe no município de Itanhaém, popularmente a praia recebe o nome do loteamento em que está localizada a orla (Ex.: Praia do Cibratel, Praia das Gaivotas). Na região em que é denominada Praia do Cibratel (ou ainda, Praia da Enseada, devido à pequena enseada onde se localiza o Pocinho de Anchieta), encontra-se quiosques, hotel e bares com pequena infraestrutura. Durante todo o ano possui ótima balneabilidade.

Praia do Gaivota

A Praia do Gaivota vai desde a divisa com o bairro do Cibratel II até a divisa com o município de Peruíbe, mais precisamente no Rio Piaçagüera, regato que deságua no mar, neste bairro. Há também uma pequena ilha em sua orla, onde é possível ver aves marinhas. A praia tem infra-estrutura, já recebeu melhorias do projeto de Urbanização da Orla da Praia. O número de turistas que preferem esse lindo bairo está cada dia mais aumentando, e com isso a urbanização vem crescendo cada vez mais. Vale a pena ir conhecer a beleza da Praia do Gaivota e suas belezas naturais!

Morro do Sapucaitava

Localizado próximo ao Iate Clube, no bairro Praia do Sonho, é um dos principais locais escolhidos para realização de trilhas ecológicas. No local, encontra-se vasta quantidade e diversidade da flora da Mata Atlântica sob direta influência marítima, além de uma fauna também bastante rica. Por ser uma área de fácil acesso e quase isenta de riscos naturais, as visitas ao local são apropriadas às crianças. No alto do morro foi construído um mirante rústico, para apreciação das praias formadoras do conjunto litorâneo itanhaense, que recebe o nome de Pedra do Espia.

Morro do Piraguyra

No local encontram-se formas diferenciadas da Mata Atlântica litorânea, pois o morro encontrar-se mais afastado da influência marítima, apresentando, em sua face Noroeste, uma exuberante vegetação típica. O interesse municipal em preservar este morro deve-se à sua localização central na cidade e sua continuidade imediata com o Mangue do Piraguyra, favorecendo desta forma a preservação. Este morro possui um lago no topo, que se forma por acúmulo de águas de chuva e drenagem natural.

EVENTOS

Calendário de Janeiro a Dezembro:

Janeiro

Exposição Memória dos Reis

Escultura na Areia

Festival de Verão – Atividades Esportivas e Culturais

Fevereiro

Festival de Verão – Atividades Esportivas e Culturais

Março

Encontro das Pipas

Abril

22 – Aniversário da Cidade

Encenação da Chegada de Martim Afonso de Souza

Gincana Estudantil

Exposição Chão Caiçara

Maio

Festa do Divino – Igreja Matriz e antiga Estação Fepasa

Festival de Dança

Junho

Corpus Christi – tradicionais tapetes pelas ruas em homenagem à Jesus Eucarístico

Julho

Teatro Interativo

Festival Junino do Campão

Festival de Música Sons do Inverno

Concurso de Hipismo Rural – Morro do Cibratel ou no Centro Hípico.

FEBANITA – Festa da Banana

Agosto

Semana do Vídeo

Festa das Nações

Outubro

Salão de Artes Benedito Calixto

Novembro

Semana da Dança

Início da Festa da Padroeira

Dezembro

08 – Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição – Convento N. Sra. da Conceição e Praça Narciso de Andrade

Concurso de Iluminação do Natal e Concerto de Natal

Reisado Caiçara – cantorias populares dos caiçaras pelas casas.

Fonte: www.ferias.tur.br

Itanhaém

Itanhaém guarda em cada rua a história de nosso país. Por ela passaram várias personalidades bastante conhecidas de nossa gente.

A cidade guarda relíquias do período colonial no Brasil como o Convento de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja Matriz de Sant´Anna e a Casa da Câmara e Cadeia.

Localizada entre a Serra e o Mar, e oferece ao visitante 26 km de praias entremeadas de formações rochosas, ilhas e rios que cortam a cidade.

Apesar de não possuir uma infra-estrutura adequada voltada ao turismo, Itanhaém proporciona ao visitante uma série de atrações, como passeios de barco em rios e mar.

Praias – Itanhaém

Praia dos Pescadores localiza-se logo após o Morro do Sapucaitava, de onde é possível o acesso através do costão.

A praia ficou famosa nos anos 70, quando serviu de cenário para as gravações da novela “Mulheres de Areia” que deixou um marco no local através do Monumento do mesmo nome. A escultura foi realizada por Serafim Gonzalez e embeleza o panorama entre a praia e a Ilha das Cabras

É denominada Praia do Cibratel, a porção da Praia de Peruíbe, no trecho compreendido no bairro que a defronta. Durante toda a extensão da Praia de Peruíbe no município de Itanhaém, popularmente a praia recebe o nome do loteamento em que está localizada a orla (Ex.: Praia do Cibratel, Praia das Gaivotas).

Na região em que é denominada Praia do Cibratel (ou ainda, Praia da Enseada, devido à pequena enseada onde se localiza o Pocinho de Anchieta), encontra-se quiosques, hotel e bares com pequena infraestrutura. Durante todo o ano possui ótima balneabilidade.

Praia de Itanhaém compreende toda a extensão de 12 quilômetros desde a divisa com o município de Mongaguá até a desembocadura do rio Itanhaém, no centro da cidade. Por ser uma praia longa, com o passar dos tempos recebeu vários nomes, de acordo com o loteamento que a confrontava, ou algum empreendimento de porte instalado nas imediações da orla.

Trata-se de uma das mais belas praias da cidade, possui quiosques em toda a orla e num pequeno trecho é atendida pela Avenida Beira Mar, interrompida pelo grande processo de erosão característico da praia devido à ausência da vegetação que contém a impetuosidade das marés.

Praia dos Sonhos possui 800 metros de extensão e é uma das mais famosas praias da cidade. É possível o acesso pelo lado esquerdo à Praia dos Pescadores e do lado direito aos costões rochosos e Cama de Anchieta.

Trata-se de uma praia de estreita faixa de areia, com muro de contenção. É uma praia de ótima balneabilidade e em dias de maré muito baixa é possível o acesso à Ilha das Cabras.

Ilhas – Itanhaém

Itanhaém
Ilha Queimada Grande

Ilha Queimada Grande é um local de desembarque proibido. O local é controlado pela Marinha que efetua manutenção no farol. No entanto, o seu entorno é muito frequentado por mergulhadores devido à ótima visibilidade na água e também para visitação aos navios naufragados no Parcel Saco das Bananas, onde encontram-se os navios Tocantins e Rio Negro.

Na ilha há a presença das temidas jararacas-ilhoas de veneno mortal, não sendo possível o acesso à ilha.

Ilha Queimada Pequena é a parte mais próxima do Continente, na costa litorânea do município de Itanhaém. É formada por duas elevações, sendo a parte maior denominada Ilha Queimada Pequena e a menor como Laje da Noite Escura.

Conta uma lenda, que um artista parisiense chamado Jean Goujon esculpiu várias formas codificadas nas pedras, durante a invasão francesa no século XVI. Embora a Laje da Noite Escura seja formada apenas por rochas e de variados tamanhos e formas, nada obteve-se de concreto sobre a lenda.

Excelente local para mergulho de apreciação

Pontos Turísticos – Itanhaém

A Cama de Anchieta é um ponto turístico dos mais visitados. Trata-se de uma formação rochosa encravada entre o costão rochoso da Praia dos Sonhos e o mar. Tem o formato plano com pequeno aclive na parte esquerda.

Segundo a lenda, o beato José de Anchieta, em suas peregrinações por Conceição de Itanhaém, costumava descansar e obter inspiração para as suas anotações, que, naturalmente, devem ter servido de direção para o poema de Virgem.

O acesso é feito por trilhas entre as rochas. Observe-se que as pedras são escorregadias e o passeio deverá ser feito com cuidado.

Convento Nossa Senhora da Conceição: Localizado no alto do morro de Itaguaçu, no centro da cidade, construído em 1563, mas tendo sua origem na ermida dedicada à santa, concluída em 1532, data de fundação da cidade. Com o marco inicial (Cruzeiro do Convento), é uma das primeiras igrejas construídas no Brasil, estando aberta à visitação

Turismo Fluvial – Itanhaém

Rio Itanhaém é formado pela junção dos rios Preto, Branco, Aguapeú e muitos afluentes. As principais paisagens naturais que avistamos são os manguezais.

As plantas do mangue, para poderem crescer num solo como esse, tiveram que passar por profundas adaptações; as raízes afundadas no lodo pobre em oxigênio, lançam ramos de volta à superfície para poderem respirar; outras plantas desenvolveram glândulas especiais na base das folhas para eliminar o excesso de sal.

As águas remansosas e tépidas do mangue são ricas em compostos orgânicos que alimentam seres microscópicos: o Plâncton.

Os manguezais são verdadeiros berçários do mar, garantindo alimentação abundante e variada à todas as espécies marinhas que ali vão depositar seus ovos.

Durante a maré baixa, podemos observar nas barrancas, os caranguejos, além das ostras fixadas às raízes das árvores. Os terrenos que vão se tornando mais altos, sofrem menos a ação das águas salobras e já suportam muitas espécies diferentes de vegetais. O solo é pobre em quase toda a planície litorânea que há cerca de cinco mil anos atrás, estava encoberta pelo mar.

Country Clube localiza-se às margens do rio Itanhaém, no bairro Jardim Coronel. O local possui pequena infra-estrutura, mas é agradável para quem procura calmaria, passeios à cavalo.

Possui também uma pequena praia fluvial. Neste local encontra-se trapiche para barcos, inclusive de barcos turísticos que realizam viagens pelo rio, iniciando pela “Barra” do Itanhaém; cerca de vinte minutos muito agradáveis por um dos afluentes de maior porte do município

Como chegar – Itanhaém

O município de Itanhaém está localizado no Litoral Sul do Estado de São Paulo, fazendo parte da Região Metropolitana da Baixada Santista.

Está distante da Capital do Estado de São Paulo 110 km., e pode ser acessado pela SP55 (Rodovia Padre Manoel da Nóbrega) e, para quem procede do Sul do país, através da SP165 no município de Peruíbe, interligando com a rodovia anterior.

Principais Distâncias

São Paulo – 109 km
Santos – 62 km
Mongaguá – 19 km
Peruíbe – 20km

Fonte: guiadolitoral.uol.com.br

Itanhaém

“Itanhaém e o seu significado”

Itanhaém, ainda hoje, carrega seus mistérios. Muito de sua história permanece velada como parte de seus encantos a começar pelo significado de seu nome.

Mas antes, é preciso que se saiba que para a cultura indígena, as palavras sempre trazem um significado escondido dentro delas.

Passeando pela história, vamos encontrar a costa litorânea habitada pela etnia do tronco TUPI e que por muito tempo, pensou-se que todos os povos indígenas falavam a mesma língua: O TUPI. Quando os portugueses desembarcaram em nossa terra, encontraram o povo TUPINAMBÁ, hoje considerado extinto.

Como curiosidade e ilustração, valem lembrar que a língua tupi, devido a sua importância, foi tão usada que até o século XVIII, era a língua mais falada no Brasil! Incentivada por grandes escritores que criavam seus personagens falando essa língua e pelos missionários jesuítas que aprenderam esse dialeto com o povo TUPINAMBÁ para melhor realizar seu trabalho de evangelização, foi sendo criada a idéia de que todos os povos falavam a mesma língua..

Essa contextualização se faz necessária para justificar porque se diz que o nome ITANHAÉM é de origem Tupi-guarani.

Sabe-se que a costa entre São Sebastião e Cananéia foi habitada pelos TUPINIQUIM, ladeados pelos TUPINAMBÁ ao norte, e pelos CARIJÓ ao sul; aqui também se encontravam os TAMOIOS e outros integrantes da família TUPI-GUARANI. Começa desse modo a formação do povo caiçara que assim foi formada: o jesuíta aldeando os índios, o colono tomando como presa os índios; o branco e o índio gerando o mestiço.

Vale ressaltar que na região viviam nações indígenas de diversas etnias mas que apesar de se constituírem em grupos de idiomas e costumes diferentes, conviviam em harmonia.

Se tomarmos como TUPI-GUARANI, os primitivos habitantes do território paulista, poderemos então afirmar que o nome ITANHAÉM vem de sua origem e que significa ao pé da letra, bacia de pedra. Assim como se levarmos em consideração que as verdades são interpretáveis, poderemos dizer que Itanhaém é pedra que canta ou pedra que chora devido a sonoridade que é emitida quando a água bate nas pedras. Basta imaginar que a onda vem mancinha ou muito brava e que vai batendo nas pedras que a rodeiam musicando um cantar, um acalanto, ou até um lamento.

É assim mesmo, um encanto cercado de rumores das ondas que cantam na noite escura acalentando os pescadores e fazendo dormir a cidade com ares de Vila que lá do morro se avia!

Ana Maria (Nana) Ferreira

Fonte: culturaativa.org.br

Itanhaém

A fundação de Itanhaém

A fundação de Itanhaém foi começada por João Rodrigues Castelhanos e Cristóvão Gonçalves, naturais de Portugal, em 1549, sendo que a 13 de janeiro de 1561, foi o dito Cristóvão Gonçalves nomeado juiz pedâneo (dizia-se dos juízes que, nas vilas e aldeias, julgavam de pé) da nova povoação de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, e tomou posse perante a Câmara de São Vicente, bem como Braz Eanes; nomeado alcaide da mesma por provisão de 14 de fevereiro, passada pelo capitão-mor Francisco de Moraes, o qual a elevou à vila em abril, tudo do mesmo ano de 1561. Divide ao norte com o município de São Vicente pelo rio Mongaguá e dista desta vila 8 léguas ou 44,4 quilômetros, ao sul com o município de Iguape pelo rio Una do Prelado e dista dessa cidade 31 léguas, ou 166,6. Da capital por Santos, dista 25 léguas, ou 138,8 quilômetros. Acha-se a 24o 10’ e 40” de lat. austral e 331o20’ de long. da ilha do Ferro.

Sobre divisas veja-se a lei provincial nº 20 de 16 de março de 1873. A sua barra só admite lanchas e sumacas. A população é de 1.566 habitantes, conforme o último recenseamento, sendo 63 escravos, que se ocupam, pela maior parte da cultura de cereais e de cana; 53 fogos (residência de uma família); 4 eleitores em 1876.

O seu território abunda também em madeiras de construção, que exporta para Santos. A existência de uma mina de mármore branco neste município tem sido denunciada por alguns viajantes autorizados. Além da matriz, que foi reedificada em 1771, há a capela da Senhora da Conceição, outrora convento de franciscanos. Tem cadeia e casa de Câmara próprias.

A vila de Itanhaém teve desde 1624 até 1679 o predicamento de cabeça de Capitania da condessa de Vimieiro, tempo em que esta donatária, sucessora legítima de Martim Afonso de Sousa, foi expelida da Capitania de São Vicente pelo conde de Monsanto, herdeiro de Pedro Lopes de Sousa, por erro de demarcação da Capitania de Santo Amaro; erro que a fez estender e invadir a Capitania de São Vicente. Tem uma cadeira de instrução pública primária, para cada sexo.

As rendas geral e provincial são arrecadas por uma agência da Mesa de Rendas de Santos, e por isso, vão englobados nas deste município. A receita municipal do ano de 1869 a 1870 foi de 236$400.

ITANHAEN (Itanhaém): Rio notável pela sua extensão e pelos seus tributários; nasce na face oriental da serra dos Itatins, escoa-se repartidamente por entre o território montanhoso abraçado por aquela serra e deságua no mar a 24o11’ de lat. e 49o15, de long. oeste. Tem na barra 8 palmos, ou 2m de água na baixa-mar, e 12 ou 3m na preamar.

Fontes:

Machado de Oliveira, Geograf. — J. da Costa Ferreira e José Antônio Teixeira Cabral, Explorações pela costa e Quadro Estatístico inéditos
MANUEL EUFRÁSIO DE AZEVEDO MARQUES – APONTAMENTOS

Fonte: peruibe1.dominiotemporario.com

Itanhaém

Quando chegam os feriadões e a alta temporada, a turma jovem faz a festa em Itanhaém. Gincanas, shows e esportes radicais agitam a Praia do Sonho, uma das mais movimentadas também por conta dos quiosques que servem caranguejo cozido na cerveja e o típico pastel de mariscos.

Itanhaém
Praia de Cibratel: Point também para apreciar o nascer do sol

Também concorridas são as praias do Cibratel, com calçadão, bares e hotéis; e a dos Pescadores, frequentada pelos surfistas.

Na praia das Conchas, a atração é a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, visitada pelos devotos da santa. No caminho para a praia – vindo da praia dos Sonhos -, a atração é a Cama de Anchieta, um vão natural entre as pedras onde teria dormido o padre José de Anchieta.

Nem só de burburinho e praias vive a cidade, uma das mais antigas do país.

Nos arredores das ilhas Queimada Grande e Queimada Pequena estão excelentes points para a prática do mergulho, com direito a naufrágios e profundidade que chega a 35 metros. Para apreciar outros cenários, o programa é fazer um passeio de barco pelos rios Itanhaém e Preto. Aposte também nas caminhadas para curtir as construções históricas, como o convento de Nossa Senhora da Conceição, com bonita vista; e a Matriz de Sant’Anna, em estilo colonial, altar barroco e fachada em taipa.

Fonte: feriasbrasil.com.br

Itanhaém

Análise Histórica I

Portugal, na época dos descobrimentos, nominada como a época das Grandes Navegações, após o fracasso e o extermínio de muitas culturas da África e habitantes da Europa através das Cruzadas, investiu, através do Infante D. Henrique, em uma escola de formação e estudos cartográficos que se tornou famosa em toda a Europa, despertando a cobiça pelas riquezas do oriente.

A Escola de Sagres foi uma lenda criada por poetas românticos portugueses do século XIX. Na verdade, foi do porto de Lagos, no sudoeste de Portugal que a Ordem de Cristo, liderada por D. Henrique, deflagrou a expansão marítima do século XV.

Em 1416, quando assumiu o cargo de Grão-Mestre, D. Henrique lançou-se à diplomacia. Haviam se passado cem anos que os cavaleiros templários haviam sido condenados nos processos de Paris e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana sobre a Europa, que crescera muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue do Papa um aval ao projeto expansionista. Daí em diante, cada avanço para o Sul e para o Oeste seria seguido da negociação de novos direitos. Em um século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem de Cristo com monopólios da navegação na África, posse de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais descobertos.

À medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das Índias, a partir de sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem de Cristo. Em 1550, o rei D. João III fez o Papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passou a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando dos cruzados.

A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser cada vez mais desafiado. A partir de então, multiplicaram-se os contratos com comerciantes e as cessões de domínio ao rei para exploração das regiões descobertas. Aos poucos, a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultados pelos cruzados.

A Espanha, tradicional adversária de Portugal, também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, em ação combinada com seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dois anos na fronteira, os reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Castela, começaram a se interessar pelas terras de além mar. Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o Papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu as duas bulas, as Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto. O rei não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, num tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentiam: o Tratado de Tordesilhas.

Na volta da viagem à América, em 1493, Cristóvão Colombo fez uma escala em Lisboa para visitar o rei de Portugal, D. João II. Um gesto corajoso, pois o rei passa a reclamar do papa direitos sobre as terras descobertas. Como a reivindicação não foi atendida, acabou sendo obrigado a enviar os melhores cartógrafos e navegadores da Ordem de Cristo, liderado pelo experiente Duarte Pacheco Pereira, a Tordesilhas, na Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis. Só o Vaticano podia mediar e legitimar negociações entre países. Pelas bulas Inter Caetera, os espanhóis tinham direito às terras situadas mais de 100 léguas a oeste e sul da ilha dos Açores e Cabo Verde. Pelo acordo de Tordesilhas, a linha imaginária que ia do pólo norte ao pólo sul, foi esticada para 370 léguas, reservando tudo o que estivesse dentro desse limite para os portugueses, entre estes países estão o Brasil inclusive.

Época da Fundação

Itanhaém
Itanhaém na Época da Fundação
ITA HAÊ = (BACIA DE PEDRA)

“Informações, Fragmentos Históricos e Sermões” que viu um preso desafiar o algoz aos gritos: “Mata-me! Tens muito que te vingar de mim! Comi teu pai. Comi teu irmão! Comi teu filho! E meus irmãos vão me vingar e comer todos vocês”. Comer o inimigo era afirmar potência. O canibalismo exprimia a força do predador, na sua capacidade máxima. Para eles, os seres potentes eram devoradores.

Em 1553, o alemão Hans Staden naufragou em Itanhaém, e ficou nove meses na aldeia do cacique Cunhambebe, na região de Mangaritiba, Rio de Janeiro. Ele mesmo participou de uma expedição de canoa até Bertioga, em São Paulo, para capturar inimigos. Mortos e feridos foram devorados no campo de batalha e durante a retirada. Os cativos foram levados para a aldeia, para que as mulheres pudessem participar do ritual antropofágico.

A catequese dos brancos acabou com esse canibalismo guerreiro. O ritual pertencia a uma cultura estável, que foi desestruturada até em grupos mais arredios. De acordo com análises do Museu Indígena de Monte-Mor na urna funerária que hoje se encontra exposta na Casa de Câmara e Cadeia (Casa da Memória) os ossos são de um filho de Pajé que foi encontrado na época de uma das batalhas, estima-se que na época tinha entre 13 e 17 anos de idade após o falecimento, os tupis (tronco familiar chave) habitavam todo o litoral paulista, desde a época do descobrimento e dos primeiros colonizadores, dadas as informações obtidas em escritos de José de Anchieta, Frei Gaspar, etc.

Os índios praticam o que chamamos de economia de subsistência. Esse tipo de economia consiste na exploração e administração dos recursos materiais de um território com o objetivo apenas de satisfazer as necessidades básicas de sobrevivência. Assim, não havia a preocupação de conseguir mais recursos do que aqueles realmente necessários, e em cada aldeia era auto-suficiente. Esses grupos humanos viviam da agricultura, da coleta de frutos e plantas silvestres, de mariscos e ostras, além da caça e pesca. A mandioca era à base da alimentação em grande parte do litoral. Ao sul do Brasil, o milho representava o alimento mais importante. Os vários utensílios permitiram a execução das atividades de sobrevivência. As diferenças na realização das tarefas eram determinadas pelo sexo e pela idade dos integrantes de uma tribo. Os homens derrubavam árvores, abrindo clareiras, caçavam e pescavam. Preparavam objetos de pedra e madeira para a realização dessas tarefas. As mulheres plantavam, faziam cerâmicas e cuidavam da preparação da mandioca, que era transformada em bebida e em farinha.

Esse trabalho com a mandioca ainda hoje é executado no interior do Brasil que consiste em ralar as raízes da mandioca, espremer a massa para extrair o suco do qual é feita a bebida fermentada, a massa é torrada e transformada em farinha ou bolos. A bebida feita de mandioca era chamada de cauim e a do milho chicha.

Nas grandes festas que se realizavam, tomava-se muito dessa bebida.

Os índios faziam grandes vasilhas de cerâmica para o preparo das bebidas. Muitas vezes enterravam seus mortos dentro desses grandes vasos, que, reutilizados, eram transformados em urnas funerárias. Eles têm sido enterrados também em redes. Essas diferentes maneiras de sepultamento são variações culturais ligadas a épocas e regiões.

Os indígenas conheciam muito bem o seu território, o que foi de grande utilidade para os europeus. Somente a partir das suas informações é que os portugueses puderam confeccionar mapas de territórios recém-descobertos. Alem de caminhar muito, os índios eram bons navegadores e se deslocavam rapidamente por extensas regiões. Fabricavam canoas de grandes dimensões que carregavam uma grande quantidade de guerreiros. Assim, os índios chamados genericamente de tupis e guaranis eram os senhores de todo o litoral na época da chegada dos europeus. Os moradores mais antigos, cuja presença é evidenciada em sítios arqueológicos de toda a costa paulista, já tinham sido por eles expulsos para o interior; os tupis-guaranis tinham atingido esse modo de vida desde aproximadamente o ano 500 da nossa era – o que significa que a sobrevivência dessa cultura existe por mil anos – até a chegada dos europeus.

A guerra constante entre as tribos e a inimizade entre os principais grupos foram aproveitadas pelos europeus. Assim, os portugueses ficaram amigos dos tupiniquins, que eram os grandes inimigos dos tamoios e dos tupinambás, os quais se tornaram aliados dos franceses, que tentavam invadir o domínio dos portugueses. No sul do país aconteceu a mesma coisa: os grupos tupis se associaram aos portugueses, e os guaranis aos espanhóis. Na época do descobrimento e colonização, a população indígena era calculada em 4,5 milhões no território brasileiro.

O elemento português no Brasil encontrou-se numa região de baixa densidade demográfica. Além de muitos imigrantes portugueses, estabeleceram-se também muitos colonos vindos dos Açores e das ilhas de Cabo Verde. Portugal teria na época dos descobrimentos, pouco mais de meio milhão de habitantes, vivendo do comércio, das especiarias asiáticas, com agricultura insuficiente e nenhuma indústria importante. As guerras, as epidemias, as misérias, a expulsão dos judeus e dos mouros, bem como excursões náuticas, haviam diminuído a população do país.

Uma das expedições mais importantes foi à realizada entre 1501 e 1502, comandada por Américo Vespúcio, um navegador italiano. Vespúcio foi enviado por D. Manoel, rei de Portugal, com a tarefa de percorrer os lugares visitados no ano anterior por Pedro Álvares Cabral e elaborar documentos contendo informações sobre as novas terras. Américo Vespúcio é um personagem ainda misterioso, sobre o qual não se sabe muito. Mas, ao que parece, foi em razão de suas cartas, nas quais contava as maravilhas e as coisas exóticas vistas nas novas terras, que estas receberam o nome de América. Essas cartas tiveram grande repercussão na Europa, na ocasião, e eram lidas como hoje se lê um livro de aventura. Em 15 de fevereiro de 1502, o navegador atinge a região de São Vicente, seguindo dias após para o rio Jordão, (Uruguai), lá chegando em 20 de março de 1502. Sua primeira edição foi em uma de suas principais cartas que foi publicada na cidade de Florença, em 1505. A colonização significaria a transferência de pessoas com espírito aventureiro, dispostas a deixar Portugal e a viver uma vida nova em terra desconhecida. Para motivá-las, era necessário valorizar e divulgar a nova terra; daí a importância das primeiras expedições organizadas por Américo Vespúcio. Pela leitura das cartas de Vespúcio fica-se sabendo que, em 1502, toda a costa brasileira já tinha sido reconhecida e demarcada pelos portugueses.

Alguns portugueses ficaram no Brasil e, em certos lugares do litoral, foram feitas construções para facilitar a atividade dos navios que vinham buscar produtos para serem vendidos na Europa, principalmente madeira e certos tipos de animais. Essas construções foram chamadas de feitorias, como nos casos das propriedades de Pêro Corrêa, no Porto das Naus em São Vicente, hoje Japuí; e Itanhaém, às margens do rio Itanhaém, através de João Castelhano Rodrigues.

Nos primeiros encontros, a relação entre portugueses e índios era amistosa e baseada no interesse pela troca de mercadorias. As mercadorias européias eram dadas como forma de pagamento pelo trabalho indígena. Cortar e carregar madeira, ou animais, até os navios valia um chapéu, uma camisa ou uma ferramenta. A relação entre as duas culturas começou a mudar a partir do momento em que aumentou o interesse europeu pela exploração da nova terra e houve necessidade de mais trabalho indígena. Os índios, que antes se ofereciam para buscar madeira e se divertiam com a troca de mercadorias, passaram a ser obrigados pela força a realizar aquela tarefa.

O rei de Portugal, que, em 1530, era D. João III, começou a ficar preocupado com as repetidas visitas dos franceses, que agiam como se fossem donos da terra.

Assim, levado pela preocupação de garantir o seu domínio, o governo português começou a mudar de atitude. Houve então a decisão de iniciar a colonização do Brasil, com a criação de povoados e vilas, além da construção de engenhos e forcas. Dessa vez, o objetivo era se estabelecer definitivamente e não apenas freqüentar a costa para trocar mercadorias. Para fazer isso de forma mais rápida, o rei dividiu a terra do Brasil em grandes territórios, a serem doados a homens da nobreza de Portugal que tivessem espírito de aventura, dinheiro e disposição para construir uma nova vida, além de estarem acompanhados de uma grande quantidade de marginais recolhidos na Europa. Essa divisão de terra foi feita ignorando-se as nações indígenas existentes em toda a extensão da costa brasileira. As grandes faixas de território se estendiam para o interior, ainda desconhecido dos portugueses. Foi um loteamento realizado a partir do litoral, sem considerar os habitantes nativos. Nesse momento ocorreu uma mudança radical na relação entre portugueses e índios, pois a terra passou a ser objeto de disputa e o trabalho indígena tornou-se obrigatório. Esse processo de mudança foi se intensificando conforme o grau de contato entre as duas culturas. Houve, assim, em um primeiro momento, a troca de mercadorias de baixo valor por madeira e outros produtos. Depois, as mesmas mercadorias passaram a ser dadas em pagamento ao trabalho realizado pelos índios, que foi se tornando cada vez mais intenso, e, finalmente, o trabalho indígena passou a ser obrigatório, já que era necessário para a manutenção dos portugueses na nova terra. Essa mudança significou a substituição do escambo pela escravidão.

Os índios fugiram então para o interior, deixando suas antigas casas, para escapar dos trabalhos forçados e da situação de escravidão. Para se defenderem, começaram a ter com os portugueses uma relação de guerra, que tinha como objetivo a defesa do território.

Análise Histórica II

Itanhaém
As Capitânias Hereditárias

As Capitanias Hereditárias não constituíam uma experiência nova. Haviam sido usadas como sistema de colonização nas Ilhas da Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé. As Capitanias compreendiam no Brasil, grandes áreas traçadas paralelamente, limitadas ao oeste pela linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas e a leste pela costa do Oceano Atlântico. A Coroa transferia ao Donatário das Capitanias, geralmente pertencente à nobreza, muitos de seus direitos reais a troco de alguns tributos. As relações entre Donatário e Coroa eram estipuladas em contrato denominado foral.

O Donatário podia: Escravizar índios e vendê-los sem tributo algum; exercer jurisdição cível e criminal em suas terras, podendo condenar à morte escravos e homens livres, apenas os nobres escapavam à sua alçada; fundar vilas e nomear ouvidores e tabeliães; conceder sesmarias, lotes destinados à agricultura; receber a dízima (10%) do quinto (20%) pago à Coroa pelas pedras e metais preciosos; tributar a navegação nos rios; cobrar tributos de todas as salinas, moendas d’água e quaisquer outros engenhos existentes na Capitania. Por direito lhes pertenciam, não sendo lícito a ninguém construí-los sem sua licença.

A Capitania era hereditária, inalienável e indivisível. Os donatários não eram proprietários de suas Capitanias. Através de cartas de doação e dos forais, não recebiam a propriedade da terra e sim grandes poderes políticos, judiciários e administrativos, e vantagens econômicas. O sistema geral das Capitanias foi desenvolvido quando D. João III criou 14 Capitanias para 12 donatários. A desproporção explica-se pelo fato de Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pêro Lopes de Sousa haverem recebido cinco lotes que perfaziam 180 léguas da costa.

Martim Afonso de Sousa e seu comandante de esquadra Pedro Martins Namorado, estabeleceram os fundamentos da povoação de Itanhaém entre os rios Itanhaém e Peruíbe, cujas terras eram exploradas por Pêro Corrêa, um bárbaro e sagaz português traficante de escravos através do Porto das Naus, hoje bairro do Japuí (São Vicente-SP), o que lhe valeu o alcunha de traficante do Japuí, até o local hoje conhecido como Aldeia Velha ou Aldeia de São João Batista. Esta aldeia e Capela não foi, como se suporia, uma Capela sem importância como tantas outras de existência efêmera que primeiros cristãos no Brasil fundaram pelo sertão e litoral. Era uma igreja de boas proporções, onde os padres doutrinavam os gentios. O Colégio São João Batista foi erguido em um pequeno outeiro, a um quilometro da praia, com paredes e pedra e cal, formando a Igreja e Colégio dos padres. Até o século XIX notava-se vestígios da ladeira em degraus que ia ter no atro da igreja; a porta de entrada e fachada do edifício voltados para o nascente e dominando a praia; o púlpito, a pia batismal de pedra em um postigo encravada na parede; o lugar de dois altares colaterais e a abertura do arco-cruzeiro que dava acesso à capela-mor. Daí se divida em forma de “T”, com amplas galerias, onde eram a sacristia e colégio.

Adentrando a Baía de São Vicente, a esquadra de Martim Afonso fundeou o Porto das Naus no dia 22 de janeiro de 1532. Após a ocupação das terras houve a natural exploração da região, tendo expedição marítima costeado o litoral rumo ao sul das terras, aportando em Itanhaém no dia 8 de dezembro de 1532 e no ano seguinte nova expedição, desta vez por terras, comandada por Pedro Namorado e posse em nome de Martim Afonso de Sousa, bem como instalação de artilharia para defesa contra ataques de piratas, que, conforme informa Benedito Calixto em sua “Planta Topográfica da Villa de Itanhaém em 1614” havia materiais e equipamentos de artilharia para a defesa da Vila de Conceição de Itanhaém no morro do Sapucaitava, onde localiza vários pontos interessantes como o Porto dos Jesuítas, que servia de entrada para a escadaria do Convento, partindo do leito do rio Itanhaém. Logo após a fundação de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, em 1532 costeou com sua frota o Litoral Sul, fazendo o reconhecimento do rio Itanhaém e em seguida do Mar Pequeno, atingindo a região de Cananéia. Consta que a população aqui encontrada, os itanhaéns, preferia para sua moradia a localidade denominada mais tarde de Aldeia do Abarebebê, onde a caça era mais abundante e não havia o problema de travessia de rio caudaloso. Voltavam à região da hoje Itanhaém apenas eventualmente, quando escasseava a caça e então recorriam aos moluscos retirados dos costões de pedras.

O rio Itanhaém, possuía na ocasião barra franca que permitia a entrada de embarcações de médio e médio/grande calado. O rio passava ao lado do morro de Itaguaçu, onde se localizou a primeira ermida de barro, o que deu origem à escadaria que se acessava a orada. Após a instalação de um pequeno núcleo local, sob invocação da Virgem da Conceição, nova expedição foi formada e, por terra, percorreu a Praia de Peruíbe, que os índios denominavam “Praia de Tapirema” (região ou país do Tapir), até as encostas da Cordilheira dos Itatins, ocasião em que tiveram dificuldades com os índios bravios que habitam a região, denominados Carijós, que muito se assemelhavam aos Guaranis. Os problemas ali encontrados obrigaram a expedição a um retorno de alguns quilômetros, tendo seus componentes acampado sobre um pequeno morro junto à praia.

De acordo com estudos do Padre Serafim Leite S.J., no século XVI não existiu nenhuma residência fixa dos jesuítas em Itanhaém ou Peruíbe. Os franciscanos já haviam voltado à Europa. Até a sua expulsão no século XVIII, os jesuítas se ocuparam dos trabalhos de catequização dos indígenas. Colégio de São João Batista fora construído, mas não utilizado em sua totalidade, servindo como Capela e local de “pouso” de viajantes. A data exata da existência deste monumento é incerta e, devido ao início da construção do Colégio Piratininga (São Paulo), caiu em abandono e todo o seu acervo posteriormente transferido para as igrejas da Vila (Itanhaém).

Em 30 de junho de 1535 é criada a Paróquia de São Vicente, sendo a primeira da Capitania e tendo como pároco o Padre Gonçalo Monteiro, vindo com esquadra de Martim Afonso de Sousa em 1532. O início das feitorias agrícolas em Conceição de Itanhaém deu-se com João Castelhano Rodrigues e Cristóvan Gonçalves, no ano de 1549, às margens do rio Itanhaém, ao pé da ermida de barro no alto do morro de Itaguaçu.

A Capitania de São Vicente ficou muito tempo sob jurisdição canônica do Bispado de São Sebastião do Rio de Janeiro, criado em 1676. D. José de Barros Alarcão é considerado o primeiro bispo do Rio de Janeiro (1681). Nesse ano, a Capitania passou a chamar-se São Paulo, por ter se transferido a sede da Capital do litoral para o Planalto. A criação da Diocese de São Salvador, sufragânea de Lisboa, completava a estrutura administrativa do Governo Geral, instituído para corrigir os defeitos do sistema das Capitanias Hereditárias. É claro que antes da criação do bispado de São Salvador já havia atividades eclesiásticas no Brasil. Na própria armada do Descobrimento, havia frades e, como é sabido, foi um franciscano quem rezou as duas primeiras missas no Brasil. Também a expedição de Martim Afonso de Sousa que chegou a esta região em 1532, trouxe dois franciscanos. Há ainda um documento de D. João III, em 1534, que informa sobre um vigário e quatro capelães que iam para Pernambuco, configurando-se o provimento dos primeiros clérigos nomeados para o Brasil. Em 12 de junho de 1514, quando o Brasil era um interminável litoral com florestas próximas das praias, freqüentadas por caravelas e naus, carregadas de pau-brasil, o país passou à jurisdição da Diocese do Funchal, sediada na Ilha da Madeira, criada por Leão X. Assim se conservou durante 38 anos, quando foi estabelecido o primeiro Bispado brasileiro, pelo Papa Júlio III, sendo D. Pêro Fernandes Sardinha, o primeiro Bispo do Brasil, em 25 de fevereiro de 1551.

Quando Martim Afonso de Sousa partiu para Portugal, deixou à frente de sua Capitania o padre Gonçalo Monteiro, Pêro Gois e Rui Pinto. A Capitania vicentina divergiu desde os seus primórdios das demais do Brasil, pelo fato de dirigir os seus filhos para o interior da colônia, ao invés de medrar na orla costeira dependente do oceano, onde era possível receber socorro e escoar produção.

Foram tempos difíceis os primeiros anos da Capitania. Espanhóis vindos do sul e estabelecendo-se em Iguape, invadiram e saquearam São Vicente. Ao mesmo tempo os tupinambás não davam trégua aos colonos. Em 1545 morre Rui Pinto. Neste ano, o destino de São Vicente estava nas mãos de Brás Cubas, protegido de Martim Afonso. Durante sua administração, Brás Cubas guerreou contra os tamoios e fundou a vila de Santos, possuindo melhor porto que São Vicente, e em breve suplantou a antiga vila fundada por Martim Afonso. Martim Afonso não mais regressou ao Brasil. Nas mãos hábeis e diligentes de Brás Cubas sua capitania prosperou. Dezesseis anos após sua fundação já contava com seis engenhos e mais de seiscentos colonos.

Machado de Oliveira, em seu Livro “Quadro Histórico da Província de São Paulo”, na parte que se refere a etnografia indígena, afirma: “Dos Tupis supõem-se provinda além de outros desconhecidos, a dos Itanhaens, e mais outra que deu pessoal para se formar a aldeia de São João Batista, posta no Litoral a pouca distância da Aldeia de Itanhaém, sendo ambas de origem comum e exclusivamente etiófagas”. A Aldeia de São João Batista que se refere o historiador, achava-se situada no fim da praia, duas léguas ao sul e devia ser nos tempos primitivos um pequeno aldeamento, porque, o núcleo principal da Aldeia de Conceição, onde se deu o princípio à povoação, que mais tarde, em 1561, obtendo o foro de Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.

Os padres jesuítas, que tinham vindo para ajudar na criação de vilas, procuravam apaziguar os ânimos entre os índios. Conseguiram salvar da escravidão muitos daqueles que eram amigos dos portugueses, agrupando-os em aldeamentos, nos quais eram mantidos sob controle e educados segundo valores europeus. Mas os rebeldes podiam ser capturados, mediante o que os portugueses consideravam como guerra justa. Os missionários da Companhia de Jesus, até sua expulsão, no Século XVIII, foram os que mais se ocuparam da catequese dos silvícolas. Logo que aqui chegaram os Jesuítas em 1549, foram ali residir entre os indígenas e colonos, antes de fundarem o Colégio em Piratininga e, deram imediatamente começo às obras da Igreja e estabelecimento do Colégio; deve-se ao Padre Leonardo Nunes, o Abarebebê (Padre que voa), a construção da Igreja e do Colégio na Aldeia de São João Batista. A Irmandade Nossa Senhora da Conceição, vinda com os colonizadores para o Brasil, é a responsável pela construção da primeira ermida de barro no Convento.

Em 1553 naufraga na costa do mar itanhaense o alemão Hans Staden. O Brasil, todos sabem, foi colonizado pelos portugueses. Mas coube a ele, curiosamente, editar o primeiro livro sobre a grande possessão lusitana na América. Há mais de 440 anos era publicado em Hesse, na Alemanha, “Viagem ao Brasil”, um relato das aventuras mirabolantes de Hans Staden, que saiu de casa muito jovem para conhecer o Novo Mundo e enfrentou a morte diversas vezes. No Litoral Norte do Estado de São Paulo, ele por pouco não foi devorado pelos índios, que durante nove meses o engordaram para um banquete que teria como prato principal “aventureiro alemão à brasileira”.

A convivência forçada com os índios ocorreu na segunda passagem de Staden pelo Brasil. Ele saiu do porto de Cádiz, como marinheiro, para conhecer o Rio da Prata, na Argentina. O navio naufragou durante uma tempestade na costa itanhaense e Staden conseguiu se salvar nadando até chegar a Itanhaém, onde foi bem recebido pelo pequeno núcleo de portugueses que já se formavam.

Os portugueses tinham como aliados os índios tupiniquins, que viviam entre Itanhaém e São Vicente. Seu grande temor eram os tupinambás, amigos dos franceses, que viviam mais ao Norte. Para se defender dos tupinambás, que não lhes davam tréguas, os lusitanos resolveram construir um forte no canal de Bertioga, que separa a ilha de Santo Amaro, o Guarujá, do continente. Concluíram a obra, mas esta ficou desativada por algum tempo, pois não havia artilheiro disponível. Quando descobriu-se que Staden era artilheiro, os portugueses imediatamente o contrataram por quatro meses, enquanto não chegava de Portugal o oficial solicitado para a função.

Mais preocupado em se aventurar pela selva do que zelar pela segurança dos portugueses, Staden saiu um dia à caça de jacus e foi atacado por um bando de tupinambás. Foi despido, amarrado e espancado antes de ser colocado em uma canoa rumo a Ubatuba. Quando chegou à taba dos índios, segundo sua própria narração, as mulheres já lambiam os beiços de gula. O objetivo era amarrá-lo a um poste, esmigalhar sua cabeça com um tacape e devorá-lo. Mas o alemão tinha sorte de sobra e acabou se livrando da morte.

Enquanto Staden aguardava a execução e era insultado pelas mulheres, os dois índios que primeiro o haviam agarrado na selva – e que portanto eram considerados seus donos – decidiram libertá-lo. Os irmãos Alkkindar-mirim e Nhaepepo-açu resolveram dá-lo de presente ao tio Ipiru-açu, que um ano antes os havia presenteado com um escravo. Caberia ao tio executar Staden.

O alemão foi levado para fora e esperava a chegada de Ipiru-açu com seu iverapema, tacape especial para sacrifícios. Seu novo dono, impressionado com o cabelo cor de fogo do escravo, resolveu deixar o massacre para mais tarde, quando o alemão estivesse mais gordo. Staden, que era “hóspede” do chefe “Cunhambebe, inimigo mortal dos tupiniquins e dos “peros”(portugueses), foi submetido a um processo de engorda, sendo alimentado como um rei. Para salvar sua pele, Staden começou a dizer que era francês para o chefe tupinambá. Presenciou várias cenas de canibalismo, inclusive de Cunhanbebe, que devorou a perna assada de um inimigo.

Pouco tempo depois, um outro navio francês, o Vataville, aportou naquelas praias e os tupinambás foram convidados a ir a bordo, levando Staden. Dez marinheiros se passaram por irmãos do aventureiro, entregaram bugigangas aos índios e levaram o alemão. Ele estava a salvo, mas não livre de outras aventuras.

O Vataville aportou em Iteron e, na saída, viu um barco português que rumava para São Vicente e resolveu atacá-lo. Após atirar bolas de fogo, mandou Staden junto com os marinheiros para conversar com os portugueses. Mas o pequeno navio luso reagiu e Staden, assim como os outros saiu ferido. Por causa desse encontro, o Vataville levou mais de cinco meses para chegar à Normandia. De lá, o aventureiro regressou para sua pátria e resolveu contar sua saga em livro. Na verdade, o livro não foi escrito por Staden, mais dado a participar das aventuras do que a registrá-las. Ele ditou suas memórias a um médico da cidade de Marpurgo, um tal de doutor Zychmann. Antes dessa obra, os relatos sobre o Brasil eram escassos. Só existiam algumas poucas cartas relatando a vida na colônia portuguesa, entre elas o célebre texto de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I, comunicando-lhe a descoberta da terra.

Em 1554 chega a São Vicente os jesuítas Manoel de Nóbrega e José de Anchieta, acompanhados do irmão Diogo Jacome.

A família de José de Anchieta era de guerreiros aguerridos. José, por tradição, era destinado a ser soldado. Mas seu pai, vendo o menino acanhado e versejando poesias em latim já aos nove anos de idade, reconheceu que ele não manifestava a mínima aptidão para a carreira militar. Decidiu matriculá-lo no Colégio das Artes da Companhia de Jesus em Portugal. A disciplina e a noção do dever dos jesuítas – Inácio de Loyola, o fundador da Companhia, era, ele sim, um militar – deveria bastar à formação do garoto. Seria a culminação de um percurso religioso que começou aos 14 anos, quando foi para o colégio em Coimbra. Tinha tanta facilidade em compor versos em latim quanto problemas por sua fraca saúde, que necessitava sempre de cuidados. Alguns biógrafos dizem que sofria de dores na coluna vertebral, já andava arqueado. Outros garantem que uma escada da biblioteca do colégio caiu-lhe nas costas e, com o correr dos anos, as conseqüências do acidente o deixaram quase corcunda. Foi para aliviar tantos padecimentos que seus superiores conjeturaram sob a viabilidade de mandá-lo para um clima ameno – o das Índias brasílicas, como era conhecido o Brasil. Manoel da Nóbrega era vice-provincial da Capitania de São Vicente, sabendo da sua competência em ler e escrever, e os jesuítas necessitavam urgentemente de tradutores e intérpretes para falar o tupi, língua dos índios do litoral brasileiro. Mais dois meses de viagem o aguardavam para chegar da Bahia ao planalto paulista. Um percurso que, mais do que a travessia do Atlântico em um galeão, fundou uma nova etapa na vida de José: a da aventura.

Violentas tempestades sacudiram sua embarcação na altura de Abrolhos e o barco, com a s velas rotas e os mastros partidos, encalhou perto do litoral do Espírito Santo. A nau que o acompanhava perdeu-se nas vagas e foi com seus destroços que a tripulação pôde consertar os estragos e retomar a viagem. Mas, antes que isso ocorresse, o pânico tomou conta dos passageiros – na praia, poderiam estar esperando os índios tamoios, conhecidos antropófagos. Destemido, Anchieta desceu à terra junto com os marinheiros, à procura de mantimentos. Foi seu primeiro contato com os índios. Não se sabe muito bem o que aconteceu, já que os biógrafos não entram em detalhes, mas é certo que ninguém no barco foi molestado.

Sua visão das terras de São Vicente e Piratininga, foi relatada em carta aos seus superiores. Dizia ele das onças: “Essas (malhadas ou pintadas) encontram-se em qualquer parte (…) São boas para comer, o que fizemos algumas vezes”. Dos jacarés: “Também há lagartos nos rios, que se chamam jacarés, de extraordinário tamanho de modo a poder engolir um homem” . Ou sobre as jararacas: “São muito comuns nos campos, bosques e até nas próprias casas, nas quais as encontramos tantas vezes” . José fala ainda dos mosquitos que “sugando o sangue, dão terríveis ferroadas”, das poderosas tempestades tropicais e inundações de dezembro.

Apesar dos transtornos, a luxuriante beleza da Serra do Mar deve tê-lo impressionado, pois escreveu, anos depois, um tratado sobre as espécies animais e vegetais que poderiam ser encontradas no Brasil, numa iniciativa pouco comum entre os jesuítas. Mas seu tema principal foram mesmos os índios” : Toda essa costa marítima, de Pernambuco até além de São Vicente, é habitada por índios que, sem exceção, comem carne humana; nisso sentem tanto prazer e doçura que freqüentemente percorrem mais de 300 milhas quando vão à guerra. E, se cativarem quatro ou cinco dos inimigos, regressam com grandes vozearias, festas e copiosíssimos vinhos que fabricam com raízes e os comem de maneira que não perdem nem sequer a menor unha”.

Um mês depois de sua chegada, em 25 de janeiro de 1554, foi inaugurado o colégio jesuíta da Vila de Piratininga, data hoje comemorada como fundação de São Paulo. Escreveu Anchieta: “Celebramos em paupérrima e estreitíssima casinha a primeira missa, no dia da conversão do apóstolo São Paulo, e por isso dedicamos a ele nossa casa”. Ali moravam treze jesuítas que tinham a seu cargo duas aldeias de índios com quase mil pessoas. O local tinha apenas 14 passos de comprimento e 10 de largura, incluindo escola, despensa, cozinha, refeitório e dormitório. Em resumo, era minúsculo. Época de austeridade, tanto no espaço quanto nas vestes, as batinas de Anchieta eram feitas com as velas imprestáveis dos navios.

Foram esses sustos eventuais, a aldeia de Piratininga florescia. José se aplicava em escrever divertidas peças de teatro que encenava para os índios e a formular a gramática da “língua mais usada na costa do Brasil”, o Tupi-Guarani, que seria publicada em Coimbra, em 1595. Era a primeira gramática desde os gregos antigos, escrita por um ocidental, que não se baseava nas regras do latim.

Naquela época, não passava pela cabeça dos colonizadores portugueses serem eles os intrusos e invasores das terras indígenas. Os jesuítas estavam ali para salvar aqueles homens da barbárie e reintegrá-los ao reino de Deus. Foi essa missão que o levou, junto com Manoel da Nóbrega, à experiência talvez mais dramática e definitiva de sua vida. Aos 30 anos, Anchieta rumou para Iperoig, hoje Ubatuba, em São Paulo, para negociar com os bravios tamoios, aliados dos franceses. Os índios, defendendo seu território, atacavam as aldeias portuguesas do litoral e os prisioneiros eram simplesmente devorados. Ele passou dois meses numa choça de palha tentando a paz e uma troca de reféns. Quando as negociações chegavam a um impasse, as ameaças de morte começavam. Finalmente Manoel da Nóbrega, doente e coberto de chagas, seguiu para o Rio para enviar os prisioneiros. José se candidatou a ficar como refém. O cativeiro foi uma dura prova para Anchieta. José escreveu na areia de Iperoig as principais estrofes dos 5 786 versos de um poema em latim contando a história de Maria. Quando morreu, em 9 de julho de 1597, aos 63 anos, na aldeia de Reritiba (hoje Anchieta), no Espírito Santo, por ele fundada, os índios disputaram com os portugueses a honra de carregar seu corpo até a Igreja de São Tiago Anchieta perambulou pelo litoral paulista, catequizando índios, batizando e ensinando. Reza a lenda que ele costumava abrigar-se para dormir numa pedra, conhecida como “cama de Anchieta” em Itanhaém, quando passou toda a quaresma do ano de 1553, em oração na Capela de Nossa Senhora da Conceição, no alto do morro de Itaguaçu.

Em 1554, morre o padre Leonardo Nunes, no mar de Santos, em um naufrágio. O Brasil perde seu primeiro missionário, chamado que fora a Portugal para relatar sobre sua missão em terras brasileiras a Inácio de Loyola, chefe da Congregação dos Jesuítas. Leonardo Nunes nasceu em 21 de setembro de 1509, na Vila de São Vicente da Beira, filho de Simão Alvarez Guimarães e Isabel Fernandes Guimarães. Entrou para a Companhia de Jesus em Coimbra e chegou ao Brasil aos 40 anos, sendo o mais velho jesuíta que acompanhava Manoel da Nóbrega. Depois de haver passado por Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente, realizou sua maior obra nesta região, quando lutou contra o tráfico de escravos através do Porto das Naus (Japuí-São Vicente). Conseguiu a proibição do embarque dos escravos para a Europa. Com tal proibição, aceita por Tomé de Sousa, Ramalho, que até então vivia da complacência de Martim Afonso de Sousa, sentiu-se destronado e os desentendimentos chegaram ao auge. Depois da interferência de Manoel da Nóbrega, conta-se que o padre gostaria de ter ido até a região do Paraguai, evangelizando, mas por razões políticas entre portugueses e espanhóis, Tomé de Sousa não lhe deu autorização. Fechado o caminho para o Paraguai, Manuel da Nóbrega, a chamado do padre Leonardo Nunes, vai a Piratininga, onde fundariam São Paulo no ano de 1553. Em 25 de janeiro de 1554 os jesuítas inauguraram o colégio que daria origem ao povoado com o nome do santo do dia: São Paulo. No início, apenas um barracão pequeno, servia de dormitório, enfermaria, escola, refeitório, cozinha e até mesmo capela. Dentro, o grande ajuntamento contribuía para aquecer contra o frio das geadas que caíam sobre o Planalto. Entre idas e vindas entre Piratininga, São Vicente e Itanhaém, conseguiu o feliz alcunha de Abarebebê (o padre que voa), por caminhar muito rápido entre as vilas. Conta Pêro Corrêa, o primeiro mártir brasileiro em missão de evangelização, que a 30 de junho de 1560, Leonardo Nunes embarcou para Portugal a fim de explicar suas teses de catequese ao Provincial Geral. Uma tempestade fortíssima abateu-se sobre o navio, que naufragou, mas ele permaneceu salvando alguns náufragos e acabou por afogar-se. Antes de morrer, ergueu a cruz em uma das mãos e deixou-se afundar. Do triste naufrágio, sobreviveram muitos, que testemunharam os últimos instantes do Abarebebê.

O Auto de Posse é dado pelo Juiz de São Vicente a Brás Cubas a 22 de abril de 1555; é o primeiro documento oficial. Cristovan Gonçalves foi o primeiro juiz pedâneo da povoação. Em 1561 foi nomeado alcaide o Capitão Mor Francisco de Moraes.

Os refugiados de São Vicente, chegados que foram a Itanhaém, pelos anos de 1556, pois a tribo dos Tamoios ocupava toda a porção da costa, desde Ubatuba até Angra dos Reis, começava suas investidas contra as povoações da Capitania; trataram logo de sitiar-se em torno da feitoria que já existia à margem esquerda do rio Itanhaém. sendo que, a 13 de janeiro de 1561 Cristóvan Gonçalves, foi nomeado juiz Pedâneo da povoação de Nossa Senhora da Conceição, que havia sido elevada à condição de Vila em 13 de janeiro de 1561, pois já existia a Cadeia, Forca e Pelourinho, e Igreja. A Virgem da Conceição (ou Virgem de Anchieta, hoje exposta na Matriz de Sant’ana), introduz no Brasil a devoção a Nossa Senhora, e Itanhaém começa a se tornar local de romarias religiosa, já nessa época. Trata-se de uma das mais importantes imagens sacras brasileiras, conhecida popularmente como Virgem de Anchieta. Feita de barro cozido (cerâmica), a sua origem ainda é assunto de polêmica entre os muitos especialistas que a estudaram. Para alguns, teria vindo de Portugal, trazida por Martim Afonso de Sousa e ficou na ermida chamada do Abarebebê. Para outros estudiosos seria obra do ceramista nativo João Gonçalves Viana. Quanto ao seu significado, para o patrimônio cultural brasileiro, no entanto, todos concordam: trata-se da imagem que introduziu no Brasil – tão popular ainda hoje – o culto a Nossa Senhora da Conceição. Esta devoção é originária de Portugal e foi conhecida desde os primórdios da nossa história. A ermida da Imaculada Conceição de Itanhaém, foi não só a primeira erigida no Brasil, como também a primeira que, sob tal evocação, se fundou em toda a América.

Uma outra imagem de Nossa Senhora da Conceição(?) possui uma particularidade histórica. Os moradores da Capitania de São Vicente teriam encomendado, por volta de 1560, duas imagens, uma de Nossa Senhora da Conceição para Itanhaém e outra de Nossa Senhora do Amparo para São Vicente. João Gonçalo Fernandes, um português vindo da Bahia, fora acusado de homicídio e condenado à morte, por enforcamento. Recorreu da sentença à Relação da Bahia e à proteção de Nossa Senhora. Na prisão em São Vicente, esculpiu uma imagem de Santo Antônio e duas da mãe de Jesus. Recebendo a graça de ser absolvido da grave acusação, João Gonçalo levou a segunda imagem para um outeiro chamado Vaporá, de onde um devoto, Francisco Nunes, a trouxe às costas, para o morro “que está no confim desta vila chamada Conceição”. Ao depositarem no altar da ermida de Nossa Senhora da Conceição os devotos viram que se tratava da imagem de Nossa Senhora do Amparo. Apesar da surpresa, ficaram com ela, tornando-se a imagem de estima para os itanhaenses, e as imagens permanecem trocadas até hoje. Isso, criou um hábito de romaria do pessoal da Capitania de São Vicente que todos os anos vinham em grandes procissões para a visita à imagem de sua padroeira, depositada no altar-mor do Convento.

Os índios mantiveram diferentes tipos de contato com os europeus, mas todos, no final, resultaram na destruição da sua cultura e na perda de sua terra. Os portugueses se consideravam senhores da terra e achavam natural tomar posse não apenas dela, mas também dos seus habitantes, usando-os como escravos. Enquanto os portugueses continuavam a se estabelecerem ao longo da costa, os franceses aumentavam suas relações comerciais com os indígenas. Os franceses só se tornaram fortes aliados dos tupinambás, que habitavam a região acima de São Vicente ao longo do Litoral, por necessitarem da amizade deles para permanecerem aqui. Se não houvessem sido expulsos, teriam também que disputar com os índios a posse das terras.

Os primeiros padres jesuítas que vieram para o Brasil tinham como objetivo principal a conversão dos índios ao catolicismo. Por um lado, tentaram protegê-los dos maus tratos físicos; mas, por outro, ao educá-los segundo os princípios cristãos, destruíram a sua cultura. A conversão segundo as regras usadas pelos jesuítas não fácil como se supôs de início. Os padres acharam que a dificuldade devia-se ao fato de os índios não terem qualquer noção de Deus. Anchieta chegou mesmo a propor o uso da força contra os “gentios” , isto é, a gente dessa terra: “Parece-nos agora que estão as portas abertas nesta Capitania para a conversão dos gentios, se Deus Nosso Senhor quiser dar maneira com que sejam postos debaixo do jugo, porque para este gênero não há melhor pregação do que espada e vara de ferro…” Durante a época de inverno, com a escassez da caça nas matas, os índios vinham para a costa do continente para a pesca, principalmente por ser a época de desova de alguns peixes, como a tainha, apreciada pelos indígenas, o que provavelmente tenha resultado o Pocinho de Anchieta que, conta a “lenda”, foi construído sob orientação dos jesuítas para aprisionamento dos peixes nas altas das marés, e baixando, deixava-os aprisionados, facilitando a captura. A costa litorânea do sudeste e sul do país foi percorrida pelos índios Guaranis que fugiam da colonização espanhola mais ao sul, provocando a mistura das tribos guaranis com os Tupis, que por sua vez se subdividam em Tupiniquins, Tupinambás, Carijós mais ao sul, Tamoios mais ao norte, todos praticantes do antropofagismo, conforme consta nos relatos de Hans Staden quando de seu naufrágio na costa brasileira, na região de Conceição de Itanhaém.

Com os caminhos, trilhas e estradas abertas pela mata, o crescimento das aldeias na Capitania Hereditária mais próspera do Brasil, o mar passou a ter a ‘função’ de meio de subsistência através da pesca, e turística. As viagens pelo mar se tornaram desnecessárias e difíceis, pois não contavam com equipamentos de transporte adequados. Podemos dizer que os indígenas foram alvo tanto da conquista física, em razão da necessidade do trabalho e da posse da terra, como da conquista espiritual, empreendida em nome da fé cristã.

Por discórdias provocadas pela escravidão, o constante assédio dos índios, bem como o isolamento a que estavam expostos, levou o povoamento a um plebiscito. Optaram os moradores pelo abandono da Aldeia Velha e a fixação daquela povoação, aos pés do morro de Itaguaçu, às margens do rio Itanhaém, onde estava já estava erigida a Ermida a Nossa Senhora da Conceição e onde já se expandia a plantação da cana-de-açúcar nas feitorias agrícolas.

Desligaram-se os jesuítas da aldeia de São João Batista e vieram para a povoação de Conceição de Itanhaém, no lugar que hoje a vemos e após a expulsão dos Jesuítas das terras colonizadas por Portugal, caiu a Aldeia em extremo abandono, sendo desaconselhável essa divisão do esforço de colonização, por razões de segurança e melhor controle administrativo pela Coroa portuguesa, teria sido determinado o plebiscito e a maioria optado pelas margens do rio Itanhaém, onde, a essa altura, já com aspecto de vilarejo. Daí a necessidade de construção de uma igreja maior no lugar da antiga ermida de barro, para onde foram transferidos os pertences do Colégio e Igreja de São João Batista, inclusive Pelourinho, para o local que já se encontrava cercado por uma paliçada, para melhor defesa contra os ataques vindos do mar e dos indígenas, sendo, naturalmente, o ponto de maior segurança, o morro do Convento, este, construído com “seteiras” para os eventuais ataques.

A Capitania de Conceição de Itanhaém

Itanhaém
A Capitania de Conceição de Itanhaém

Em vista da pendência com o Conde de Monsanto, a Condessa de Vimieiros transferiu a sede de sua Capitania para a vila de Conceição de Itanhaém, que se tornava assim o centro de grande região, abrangendo seu domínio, Ubatuba, Angra dos Reis, Cabo Frio, Parati, Iguape, Cananéia, Sorocaba, Mogi das Cruzes, Guaratinguetá, Taubaté, São José dos Campos, Paranaguá.

A Capitania de Itanhaém foi fruto de acirrada pendência entre os herdeiros de Martim Afonso de Souza e seu irmão Pêro Lopes de Souza, sendo criada em 6 de fevereiro de 1624.

Foi a Condessa de Vimieiros, Dona Mariana de Souza Guerra, casada com D. Francisco de Faro, o Conde de Vimieiros, repelida da sua Vila Capital de São Vicente, bem como de Santos, São Paulo e de Mogi das Cruzes – eram estas as Vilas que estavam eretas neste tempo em Serra acima. Vendo-se assim, a Condessa de Vimieiros, fez então, Cabeça de Capitania, a sua antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, e, para governarem esta nova Capitania de Itanhaém. O primeiro Governador e Ouvidor da Capitania de Itanhaém em nome da Condessa de Vimieiros, o Capitão João Moura Fogaça, o qual governou com ampla jurisdição até a Cidade de Cabo Frio, desde o ano de 1624 até o de 1645, em nome da referida Condessa. Serviu de Matriz a ermida no alto do Itaguaçu até 1639, momento em que se deu início à edificação da nova Matriz, também de barro, dedicada então a Sant’Ana. Foi a nova Matriz, porém, edificada abaixo do outeiro em terreno onde se estendera o povoado (indicação de que o período de insegurança da conquista propriamente dita, sucedera o de assentamento da povoação já assegurado um domínio mais pleno da região).

Informações contidas nos livros de Benedito Calixto nos dão conta da existência da Igreja de Santa Luzia, num caminho que passava em frente à Casa de Câmara e Cadeia, o que deixou o segundo prédio em total desalinho com os outros do Centro Histórico. Não se sabe exatamente quando se deu início à construção da nova Matriz podendo, porém corresponder ao período em que Itanhaém tornou-se cabeça de Capitania (1642 a 1679). O que é certo é que a Igreja estava efetivamente em obras no segundo decênio do século XVIII, momento em que recebe da Fazenda Real, por três anos, “cem mil réis cada ano, para a obra da capela-mor da Igreja da Vila de Conceição”. As igrejas matrizes mereciam por parte do rei de Portugal, como chefe da Igreja Católica no Império Luso, atenção especial, cabendo-lhe assistir o povo nas suas edificações.

Com a instalação da Capitania de Itanhaém, a vila progrediu muito com a descoberta de ouro, mas logo caindo em declínio devido às lutas dos herdeiros de Martim Afonso de Souza, o Conde Monsanto e a Condessa de Vimieiros, netos do fundador e primeiro donatário da Capitania de São Vicente (subdividida em Capitania de São Vicente) compreendendo as vilas de Santo Amaro, Piratininga, Santos e São Vicente, mais a região que se estendia pelo interior do hoje Estado de São Paulo, ficando para a Condessa, a Capitania de Itanhaém, que compreendia a região litorânea de Cabo Frio até a ilha de Santo Amaro (Guarujá), e as vilas de Itanhaém, o já abandonado Colégio São João Batista, estendendo-se pela região de Iguape, Cananéia, indo até Paranaguá. Outro motivo do declínio das Capitanias foi à descoberta de ouro nas terras das Gerais, as Vilas Paulistas, principalmente as mais modestas, sofreram o êxodo de grande parte de seus habitantes e Itanhaém não foi à exceção.

Durante o período em que a Vila de Itanhaém gozou das prerrogativas de Cabeça de Capitania dos herdeiros de Martim Afonso de Souza, foram estabelecidas na seção meridional, as vilas de Sorocaba, Iguape, Cananéia e a de Paranaguá, embora estivesse uma parte do território desta última povoação fora da dita jurisdição. Itanhaém teve predicamento e jurisdição sobre toda uma vasta região, desde Cabo Frio, ao Norte, até Paranaguá, ao Sul, bem como, sobre as vilas de São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e as povoações criadas nas lavras de Minas Gerais, e gozou desta prerrogativa durante cento e cinqüenta anos.

Conta à história que no ano de 1647 a imagem do Senhor Bom Jesus foi embarcada em um Bergamin português com destino ao Brasil. A viagem transcorreu sem maiores problemas até aproximar-se de Pernambuco, onde foi abordada por piratas maus. Com receio de que os piratas profanassem a imagem, o comandante colocou-a num caixote, juntou algumas botijas de azeite e lançou ao mar. Assim a caixa foi levada pela correnteza marítima, em direção ao sul da costa brasileira.

No mesmo ano, na Praia do Una, dois índios enviados à Vila Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, a pedido de Francisco de Mesquita, morador da Praia da Juréia, avistaram a caixa no mar e a resgataram. Perceberam então que se tratava de uma imagem, um caixote e algumas botijas de azeite. Acreditando que havia alguma relação entre os objetos resolveram trazê-los a margem. Para prosseguir viagem, colocaram-na de pé na areia ao lado das botijas e do caixote.

Na volta, ao se aproximarem da imagem, perceberam que ela se encontrava com o semblante voltado para o poente ao contrário de como a haviam deixado, virada para o nascente. Surpresos, os índios apressaram-se em retornar ao seu local de moradia para contar aos outros índios o que acontecera.

No dia seguinte, Jorge Serrano, líder da comunidade, tomou o caminho da Praia do Una acompanhado de sua esposa Anna de Góes, de seu filho Jorge e de sua cunhada Cecília. Quando chegaram diante da imagem puseram-se de joelhos e rezaram, rendendo graças. Decidiram então, levá-la para a Vila de Iguape, atravessando o Maciço da Juréia, com a imagem sendo carregada em uma rede de pesca.

Um grupo de pessoas da comunidade que soube do achado da imagem aproximou-se de Jorge Serrano com a intenção de levá-la para a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, por esta ser a sede da Capitania. Ao tentarem virar o cortejo para aquela Vila, a imagem surpreendentemente adquiriu um peso descomunal e, o contrário aconteceu quando voltaram em direção à Vila de Iguape. Perceberam então que a imagem já tinha seu destino traçado. Na medida em que se aproximavam da Vila, maior era o número de cristãos que se unia à procissão.

Após dias de caminhada, encontraram um lugar de beleza única onde pararam para banhar a imagem sobre as pedras de um riacho, retirando o salitre e preparando-a para sua chegada na Matriz de Nossa Senhora das Neves. Esse riacho ficou conhecido, daí por diante, como Fonte do Senhor e dizem que a pedra sobre a qual a imagem foi banhada cresce continuamente.

No dia 2 de Novembro de 1647, terminada a lavagem, a imagem finalmente chegou à Vila e foi colocada no altar da Matriz de Nossa Senhora das Neves.

Em 2 de janeiro de 1654, a Irmandade Nossa Senhora da Conceição fez um contrato, cedendo a Igreja e Convento Nossa Senhora da Conceição aos frades franciscanos do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, para que estes se instalassem no alto do morro de Itaguaçu, e junto à igreja construíssem o seu convento, sob condição de se um dia esses religiosos abandonassem o mesmo, tudo reverteria de novo em favor da Irmandade e do povo.

O rei D. João IV, da Dinastia de Bragança, determinou que Nossa Senhora da Conceição fosse a padroeira de Portugal em 1646. Gozando do favor real, o culto à Conceição espalhou-se pelo Império português e em todo o Brasil. Padroeira da primeira ermida de Itanhaém, a imagem da Virgem da Conceição é um exemplar expressivo da arte imaginária do século XVI.

De 1635 até 1763 a extração do ouro atingiu muitas arrobas nas minas de Ribeira de Paranaguá. Nessa época próspera, com o ouro extraído da Capitania dos Condes de Vimieiros, foi confeccionada a coroa que cingiu a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Capitania. A 20 de outubro de 1700 a Vila de Nossa Senhora da Conceição é elevada a Município. Em 1711, D. João V, para pôr termo ao litígio e intrigadas demandas entre os herdeiros de Martim Afonso de Souza e os de Pêro Lopes, reuniu então, as terras e Capitanias em litígio aos domínios da Coroa.

A expansão geográfica do Brasil no século XVII e a primeira metade do século XVIII, foi ocasionada pela descoberta do ouro e diamantes; o crescimento da população; o aumento do número de vilas e cidades e os problemas daí decorrentes obrigaram ao desmembramento do Bispado do Rio de Janeiro, fato ocorrido em 1745. Foram então criados os bispados de São Paulo e Mariana e as prelazias de Goiás e Cuiabá, no reinado de D. João V, o qual tinha como Ministro, o santista Alexandre de Gusmão. O território da Diocese paulista abrangia, além do atual Estado de São Paulo, parte de Minas Gerais e os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em 1752 é construída a rampa ou ladeira que dá acesso ao Convento, subindo o monte a partir da praça. O antigo acesso fazia-se por uma escadaria lateral, bastante íngreme e estreita, com 83 degraus distribuídos em patamares. Este parece ter-se conservado por algum tempo, pois quando o Convento decide construir casas para alojar seus escravos em 1783, as faz no terreno situado entre a antiga e a nova ladeira. Os restos da antiga escadaria ainda foram utilizados por um bom tempo, pois os restos que persistiram cobertos de mato pouco distantes da bica em que fica ao lado da bitola da Estrada de Ferro atestaram a penitência que muitos romeiros faziam subindo de joelhos.

Em 1761 é inaugurada a Igreja Matriz de Sant’ana, construção iniciada em 1639, em substituição à Igreja de Santa Luzia, localizada a apenas uma quadra da praia, destruída provavelmente por algumas das condições do solo arenoso ou ataque vindo do mar. Dentre as imagens, ainda hoje a Virgem de Anchieta, exemplar de rara beleza e valor histórico e artístico do barroco paulista. Durante essa época, declinam sobremaneira as atividades econômicas da região, com a descoberta do ouro na região das Gerais, afetando a todas as vilas do Litoral Sul Paulista profunda decadência, o abandono e a falta de recursos constituíram fatores constantes de ameaça ao seu patrimônio público. A Matriz de Itanhaém, junto com a igreja e o Convento Franciscano, não escapam a essa situação geral.

Os “camaristas” de Itanhaém reclamam do esquecimento de que é vítima a cidade e, vez ou outra, obtém pequenos auxílios que permite realizar consertos mais urgentes na igreja, como ocorreu nos anos 70 do século passado. Esta situação não se modifica até os primeiros decênios do século XX.

A Matriz de Itanhaém, no terceiro quartel do século XVIII, pouco antes e durante o governo de Morgado de Mateus, passou por profundas reformas. A obra, apesar do auxílio metropolitano, é, todavia, realizada com esforço e as possibilidades limitadas da população que, segundo um documento da época, “a puseram nos termos que a possibilidade braçal podia chegar”. Não se concluíra ainda a obra, e se encontrava ameaçada de ruir, visto que “todo madeiramento da capela-mor e o da Torre está podre devido ao passar dos tempos por não estar coberto e falta dinheiro para pagar pedreiros, e desta sorte, as paredes padecem ruínas não obstante serem de pedra e cal (1769)”. Apesar das dificuldades enfrentadas, tudo indica que se conseguiu concluir a obra pretendida, obtendo então a igreja a configuração que até hoje possui. Indicações visíveis em suas paredes laterais e outras verificadas na obra encetada pelo órgão de preservação como permite-nos supor, nesta época, que a Matriz sofreu alteamento em todo o corpo do edifício, inclusive do frontão da fachada, mantendo este, porém, a configuração anterior. Antes de finalizar o século XVIII, todavia a igreja ainda está em obras, necessitando novamente do concurso do povo, o qual é, em 1799, pelo reverendo pároco, dividido em “esquadras para consertar a igreja”.

Em 1819, por Carta Patente de 13 de maio, a Vila de Itanhaém, foi instituída em baronia a favor de Manoel de Andrade Souto Maior, mais tarde, no Primeiro Império, condecorado com o título de Marques de Souto Maior.

Análise Histórica VI

Itanhaém
O Pós Capitania

Conceição de Itanhaém foi elevada à sede de Município por Carta Régia de 20 de Outubro de 1700. Em meados de 1830, o Convento era vasto e de sólida construção. Os frades, sentindo a decadência devido ao êxodo da maior parte da população da Vila para o interior, atraídos pela fama das descobertas de minas de ouro e de pedras preciosas, escasseou por completo as rendas do Convento, o que levou os frades a irem, por sua vez, a outros lugares.

Todos os terrenos que constituíram o patrimônio deste Convento foram doados ou legados, em deixas testamentárias por pessoas piedosas.

O Convento de Itanhaém não podia ter Escrituras das terras que possuía porque nunca comprou, nem poderia comprar propriedades, pois sua regra vedava-lhe tal direito.Os frades franciscanos faziam voto de pobreza, não podiam portanto, vender ou adquirir bens de raiz, só viviam de esmolas. Foi nesta base que o Seráfico São Francisco instituiu sua Ordem.

Se os frades franciscanos, no intuito de edificarem um mosteiro ou Igreja, tinham a necessidade de adquirir um terreno ou coisa parecida, essa compra era feita por intermédio da Cúria Romana, que os representava na transação do imóvel e firmava os documentos. Qualquer venda ou compra realizada fora destas praxes estabelecidas eram nulas, e as Ordens Terceiras estavam sujeitas a esta lei.

A Irmandade Nossa Senhora da Conceição, se fosse pessoa jurídica na época, teria direito de dispor dos bens do Convento, conforme entendesse, em virtude da posse que readquiriu desse patrimônio com o abandono do Mosteiro, por parte dos frades, conforme se verifica dos documentos antigos, do Contrato lavrado em 1624 e que se acha na monografia de Benedito Calixto A Villa de Itanhaém .

Até a formação da Diocese de Santos em 1924, somente a Cúria Metropolitana de São Paulo é que podia dispor desse patrimônio, visto a Irmandade não se Ter instituído em pessoa jurídica e achar-se extinta.

Quanto às terras do Pasto e do Rocio Municipal, o intuito do guardião Frei Antonio de Santa Mafalda, que foi guardião do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém durante o período de 1813 a 1818, segundo os Anais Franciscanos, requerendo em 18….(?) a certidão das terras do Rocio, está claro (embora a documentação não o diga), era regular essas divisas com a Câmara Municipal de Itanhaém, não só dos terrenos das Senzalas e do mais que confinava com as terras do Rocio, no pátio do Cruzeiro e da Matriz de Sant’ana, até a fonte da Mãe Benta, como também os fundos desse perímetro, as terras do Pastor pertencentes ao Convento.

O guardião Frei Antônio não precisava especificar esses detalhes em sua petição porque a Câmara e todo o povo de Itanhaém bem sabiam que as terras do Convento dividiam, para o lado do mar, com as terras do Rocio.

Nas circunstâncias já precárias em que se achava o Mosteiro, ele precisava, nessa época, acautelar e garantir tal posse que poderiam, com a autorização do Núncio Apostólico, ser arrecadadas a particulares como se fazia no Convento de Santos e São Paulo. Havia ainda um interesse particular, por parte do Guardião, em saber quais seriam as divisas das terras do Rocio, para os lados do Nascente, com as terras do célebre Garithéo, que pertenciam à sua mãe, dona Felippa Maria de Jesus e que nunca ficaram devolutas.

Nesse tempo, as terras do Garithéo dividiam com as terras do Pasto, propriedade imemorial do Convento, até o Caminho das Campinas, próximo à fonte Água Vermelha.

Quando Jácome Fajardo comprou de sua irmã dona Felippa as seiscentas braças de terra, dividindo para o lado do Ponte ” com as terras do Rocio desta vila “, e para o Nascente com as ” terras pertencentes aos herdeiros de J. Barbosa ” e com fundos “em rumo do sertão “, já essas terras do Pasto não faziam parte da venda porque eram do Convento.

Na escritura de venda feita pelo avô de Antonio Mendes da Silva Júnior, das quatrocentas braças de terras ” das Laranjeiras “(executando as do Carithéo), vem declarado que: ” os fundos destas terras ” em rumo ao sertão, vão até o rio Grande ( Rio Acima). Quando o Capitão Manoel Bento de Andrade comprou estas terras sabia bem que as terras do Garithéo se limitavam as ” duzentas braças de areia “, mais ou menos, do mar até o fim da lombada de areia, porque o restante, nesses fundos, eram terras do Convento, e foi por isso que o Capitão Manoel Bento não quis compras as ditas terras do Garithéo, alegando nessa Escritura ” que estas terras já não existiam “, isto é, não tinha fundos.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Itanhaém, realizada em 10 de julho de 1829, presidida pelo padre João Batista Ferreira, vigário paroquial, com a presença dos vereadores Francisco Mariano Soares, alferes Joaquim José de Sobral, Antônio Luiz de Andrade, Capitão Mor Antônio Gonçalves Neves, Antônio Pedro de Gusmão e Capitão João Antônio de Paula Oliveira, o referido presidente, entre outras indicações, propôs o seguinte: ” havendo notícia que de um caderno antigo da Câmara de Itanhaém constava que esta tinha duzentas braças em quadra doadas por Pedro Martins Namorado (a quem se atribui o aportamento na região), para o Rocio desta Vila, as quais foram demarcadas, como consta do Termo que se acha nesse caderno às folhas vinte e seis verso, mas esta demarcação se achava em completo esquecimento, razão pela qual exigia que a Câmara tirando por documento o translado deste termo requeresse conforme a Lei ao Juiz Territorial nova medição e demarcação, e, sabendo até onde se estende os seus limites, exigisse alguma compensação dos que deste terreno se quisessem utilizar, o que entrando em discussão assim se liberou “.

A transcrição na íntegra, dessa peça de inestimável valor para fins cadastrais do patrimônio imobiliário municipal, em virtude de se tratar de importante título testemunhal da formação desse patrimônio, além do que, encerra como documento interessante do nosso passado:

” Registro de hum Termo de mediçam das terras do Rocio que fizerão os officiaes da Câmara desta Villa. Aos dois dias do mês de Novembro de mil settecentos e trese annos, nesta Villa de Nossa Senhora da Conceiçãm Capitania do Conde da Ilha do Príncipe, e della donatário por S.M. que Deos Guarde & Nesta Villa dita Villa estando juntos os Officiaes da Camara todos juntos abaixo assignados e mais adjuntos com as thestemunhas abaixo assignadas, medirão duzentas braças de terra por uma corda de vinte braças craveras de dez palmos, comessando da útlima terra firme que no apontamento da data de Pedro Martins Namorado o Éra, correndo da dita terra firme para o Nascente athe incher as ditas duzentas braças; outras duzentas que correrão do jundú serão dentro até chegar onde finão ao ditas duzentas braças e, desta sorte quadrarão as ditas duzentas braças que deixou o dito Pedro Martins Namorado para Rocio desta Villa donde se poz o marco de Pedra com duas thestemunhas em cada ilharga, ao pé de um páo de Canella que tem trez galhos, que começão logo do pé, e desta sorte ouverão as ditas terras por medidas demarcadas do que fiz este Termo em que assignarão os medidores que debaixo do Juramento a medição e mais adjuntos com os ditos officiaes da Camara e as thestemunhas de que fiz este Termo, eu, Antônio Alves Marques, Escrivão da Câmara o escreví “.

O documento foi assinado por Francisco James Correa, André de Fontes, Antônio Soares Chaves, José de Fontes, Antônio de Aguiar Fontes, Domingos da Costa Pereira, Domingos Soares Chaves, João Gago de Souza, Felippe de Aguiar, conforme Livro de Registros da Câmara de Itanhaém, conforme folha 77.

Pedro Martins Namorado, doador do imóvel, foi personagem famoso dos tempos coloniais tendo colaborado decidida e eficientemente com Estácio de Sá na expulsão dos franceses no Rio de Janeiro, tendo anteriormente exercido o cargo de Juiz Pedâneo da Vila de Conceição de Itanhaém.

Em 22 de março de 1833, um incêndio destruiu grande parte do Convento. Um frei solitário, frei Santa Perpétua, que além das obrigações sacerdotais, exercia o cargo de professor particular ( não havia escola pública nessa época), lecionando do meio dia em diante, tanto a menores como a adultos, percebendo uma gratificação mensal pago pelos pais dos alunos. Isto porém, não podia satisfazer a vida atribulada do frade que, idoso e doentio, julgava-se desprezado ou esquecido pelos seus superiores, e portanto, condenado a morrer naquele soturno Mosteiro, antes cheio de vida. Costumava o frade, nos sábados, depois da aula, mandar os alunos adultos das seis às sete horas da noite, afugentar os morcegos e sundaras que infestavam a sala do trono e a Capela-Mor, utilizando eles de varas, talos verdes e folhas de bananeira e ramos. Seguindo os costumes, o frade mandou os alunos procederem a faxina, dando caça aos morcegos, porém, desta vez usou propositadamente ou não, de outro imprudente processo: durante a aula, ele havia mandado, pelos escravos, fazer diversos “archotes” com folhas secas de bananeiras, amarradas nas varas e assim acesos, os alunos, inconscientemente, atalavam os lugares escuros, desde a sala do trono até a Capela-Mor, onde se ocultavam os intrusos animais. É preciso notar que o madeirame empregado nas construções dos forros, trono e assoalhos, há mais de um século se achavam ressecadas e carcomidas pelo cupim, com frestas, podridões e outras falhas onde o fogo dos archotes ou tochas, encontrassem combustíveis para propagar-se. Depois de terminada a “caçada”, os escravos procederam a limpeza habitual, porém não a fizeram com a exigida atenção, nos pontos referidos e isso, com a imprudência do autor, foi a origem da catástrofe que destruiu o primeiro templo construído no Brasil sob a invocação da Virgem da Conceição. Eram pouco mais de dez horas da noite, já tinha batido o sino da Matriz o toque de silêncio, quando as pessoas foram surpreendidas com o fogo no alto do morro. Os moradores da Vila pegavam água nas bicas “Casinha”, “Itaguira” e de poços particulares existentes no “caminho de baixo”. Outros corriam pelo caminho do “Rabelo” e “Mãe Benta”, em cujas fontes a água era mais abundante. O Sargento Mariano foi quem ajudou a tirar do nicho circundado pelo fogo a imagem da Virgem, conduzindo-a até embaixo, no Cruzeiro. Assim, transportaram para a Igreja Matriz de Sant’ana os paramentos, imagens, etc.

Durante esse tempo, entre as críticas feitas pela população aos franciscanos, encontra-se a de “que parecem empenhados à porfia para sua aniquilação, um vendendo os melhores utensílios, outros consumindo as ricas jóias que serviam de ornatos à Imagem de Nossa Senhora da Conceição, nenhum cuidado dos reparos do edifício, e todos não fazendo residência”. Assim, é pedido o confisco dos bens, inclusive do edifício, temendo-se que grande parte dos bens tenham sido escondidos por Frei João de S.Aleixo. Seguem-se-lhes outros religiosos até o ano de 1844, todos com recomendações de reconstruir o Convento, porém nada conseguiram realizar. A partir de então, configura-se, em definitivo, o seu abandono. Diz um documento datado de 1 de abril de 1855 que o conjunto das edificações franciscanas “no estado atual nada serve, salvo o corpo da Igreja, que sendo obra ainda nova, mas bastante arruinada, serve como de Cemitério à pobreza do Município”. Embora assim se dando, os enterramentos no Corpo da Igreja não se confundiam com outros mais antigos, de religiosos franciscanos.

O estado de abandono parece ter perdurado até cerca de 1865, quando consta que os edifícios retornaram às mãos da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, recém reconstituída (1860), tendo então com a ajuda do povo e contribuições que vieram de São Paulo, restaurado a igreja (mas somente a igreja) e recolocado as imagens, que haviam sido transladadas para a Matriz de Sant’ana, nos seus respectivos altares, obras essas que teriam motivado a retomada de entendimentos entre vigário e Irmandade com os franciscanos, no sentido de restituir-lhes o Convento, caso voltasse. Tendo ou não sido, nessa ocasião, restituída à Ordem Franciscana, o certo é que foi com o seu consentimento que o Arcebispo de São Paulo recebeu a posse do Convento em 1916.

A cidade teve importância durante a Guerra do Paraguai, com a instalação da Rede de Telégrafo Nacional, durante o Segundo Império, trilha hoje que ainda se conserva na Reserva Ecológica da Juréia, quando postes de telégrafo carcomidos pela ferrugem se misturam à mata espessa, seguindo a costa, rumo ao sudoeste.

Em 1837 apareceram nos matos do território, os chamados jaguanans, que emigravam das margens do rio Paraguai, dirigindo-se a oeste, onde, por antigas tradições, deviam achar o fim da terra. Mais de trinta anos já tinham decorrido desde que haviam principiado a viagem. O certo é que de todos os indivíduos que compunham então a tribo, só restavam dois que haviam visto as terras do Paraguai: o Cacique e um velho guerreiro, cheio de cicatrizes chamado Sebastião.

Em 17 de julho de 1893, naufraga na Ilha Queimada Grande o navio mercante a vapor chamado “Rio Negro”, pertencente ao Lloyd Brasileiro. O navio, construído em 1872, era um vapor de pequeno porte, cerca de 450 toneladas, naufragou por ter se chocado com a ilha, devido ao mau tempo, ficando a uma profundidade de 12 a 18 metros.

UMA HERANÇA CULTURAL

A maior dentre as festas que se realizava na Vila de Conceição era a Festa do Divino. Constituía-se de puro folclore regional, mas profundo espírito religioso. A Folia do Divino era um conjunto de músicos devotos com paramentos próprios que percorria todo o município (tendo idéia de que Itanhaém compreendia os atuais municípios de Itariri, Peruíbe e Mongaguá), de ponta a ponta, por duas vezes, tempos antes do dia da festa. A “Folia” tinha por finalidade tirar esmolas para custear parte da festa e ao mesmo tempo levar as bênçãos do Divino e um pouco de alegria às residências humildes dos caiçaras e também às casas das famílias nobres. Era um grupo de homens afeiçoados às tradições, tendo a dirigi-los um representante do festeiro, e um grupo que era constituído de dois rabequistas, dois violeiros, um tambor e dois meninos para a primeira voz. Partia da Vila de Conceição em direção à atual cidade de Mongaguá, ponto inicial, de preferência num sábado, pois o dono do sítio Mongaguá aproveitava a oportunidade para oferecer concorrido ” fandango ” (nome que se dava no Litoral ao bate-pé do interior do Estado de São Paulo. O grupo de homens e meninos, munidos de seus instrumentos e da Bandeira do Divino, encaminhavam-se à casa a ser visitada.

Chegando, entoavam seus cânticos, pediam permissão ao dono da casa para a introdução da Bandeira do Divino. O proprietário, recebendo-a, passava-a à sua esposa que, intronizando, fosse beijada por todos. A um canto da sala, sobre um móvel qualquer o representante do festeiro colocava “salva de prata” para recebimento das esmolas. Tanto na entrada como por ocasião da partida, eram executadas melodias com cantos apropriados, de letras improvisadas pelos violeiros, com acompanhamento muito harmonioso dos meninos que respondiam em coro. Durante todo o tempo em que a Folia percorria o município, nos locais de “Pouso da Folia” havia bate-pé e o acompanhamento crescia à medida que a mesma ia avançando de local para local. Já nas vésperas das festividades, o povo ia receber a Bandeira do Divino, ao cair da noite, no local denominado “Porto”(imediações de onde hoje se localiza o Hotel Pollastrini). Dali, todos, munidos de velas acesas, conduziam a bandeira em procissão até a casa do festeiro, onde deveria ser armado o “Império do Divino”.

As primeiras notícias que obtemos dessa festa (1866 em diante), constava que, de ano para ano havia o sorteio dos festeiros, o que já era uma das solenidades da festa. Realizava-se na Igreja, após o último ato religioso, aguardado pelo povo com grande ansiedade. O sorteio obedecia a seguinte ordem: Imperador, Imperatriz, Capitão do Mastro, Mordomo das Varas, Mordomo do Quadro.

Ao Imperador e à Imperatriz, competia a realização das festividades. Ao Capitão do Mastro, o levantamento do mesmo, no dia da Ascenção do Senhor, uma quinta-feira antes da semana da festa, ficando a seu cargo todas as despesas dessa festividade. Ao Mordomo das Varas, a incumbência de distribuí-las nos dias da festa às pessoas gratas do local ou outros que no local se encontravam a convite dos festeiros.

O quadro é formado por varas menores dentro do qual nos dias de festa o representante do Imperador, carregando o cetro e a representante da Imperatriz carregando a coroa de ouro de Nossa Senhora da Conceição, conduzindo essas relíquias da casa do Império à Matriz, onde também é armado pequeno trono, para exposição dos sagrados objetos, durante toda a duração das cerimônias religiosas.

A festa, que tinha início com o levantamento de Mastro, tinha também sua continuação no sábado ao meio-dia com a Abertura do Império. Após esse ato ao qual o pároco comparece para realizar a bênção dos festeiros, era oferecido a todos os presentes, onde havia o que de mais fino se conhecia em doces e iguarias. À noite saiam as bandeiras da casa do Imperador, em direção à Igreja, acompanhadas pela banda de música local, com grande foguetório, repique de sinos e denso acompanhamento por parte da população. Com músicas apropriadas, tanto as de rua como as sacras, na sua maioria, criação dos músicos locais, a igreja ricamente ornamentada, com os seus paramentos de cores berrantes, portais, altares, púlpitos, era literalmente forrado o piso do templo com grande quantidade de folhas de “pegueiro”, o que dava odor característico, sendo a festa comemorada com grande alegria e respeito religioso. No domingo pela manhã, como até hoje, havia a “Alvorada”, depois da qual era servido café acompanhado do célebre cuscuz de arroz. Não havendo naqueles tempos iluminação elétrica, toda a fachada da Matriz, desde a sineira até as janelas do coro, eram iluminadas de “gambiarras”, o que trazia aspecto muito original, até bizarro. O pão bento a ser distribuído ao povo era confeccionado pela fina flor itanhaense, em casa escolhida para esse fim. Uma das festas que marcaram época, foi a realizada pelo irmão do célebre pintor Benedito Calixto, João Pedro de Jesus. Nessa festa, pela primeira vez foi distribuído a todos os presentes, carne bovina. Nas ruas por onde passavam as bandeiras, foram colocadas palmeiras, ligadas entre si por festões e bandeirolas, trazendo pitoresco aspecto à vila. A queima de fogos nessa festa, até então, não havia sido suplantada, aparecendo pela primeira vez, panagerico luminoso com o símbolo do Espírito Santo. A festa tinha duração de três dias, pois só terminava na segunda feira, quando havia distribuição de pão bento, coleta de esmolas, procissão à tarde. Após a cerimônia, o sorteio dos festeiros para o próximo ano, leilão de prendas, queima de fogos.

A chegada no sábado de romeiros de Santo Amaro, via fluvial, era acontecimento todo especial, pois à medida que se aproximavam da última volta do rio, após o Sítio Saguava, a sua aproximação era notada pelo espoucar de rojões fortíssimos que soltavam das canoas que traziam de Porto Velho, nas cabeceiras do rio Branco, para onde desciam à-pé, de Santo Amaro.

Outro espetáculo curioso era a chegada dos itanhaenses e devotos que vinham à-pé pela Praia Grande, ou em carroções que faziam a viagem regular, conduzindo passageiros. Vinham em grandes grupos de romeiros, todos os anos, de São Vicente, Santos e cidades do Interior, sendo grande a visitação à imagem de Nossa Senhora da Conceição.

Em 20 de julho de 1888, Isaías Cândido Soares, juntamente com um grupo de aficcionados à leitura, juntamente com Benedito Calixto que a passeio por Itanhaém opinou por ser fundada uma associação literária com jornais, biblioteca, teatro e aulas noturnas, conferências, fundando assim o Gabinete de Leitura, onde o grande pintor monitorou muitas aulas de pintura e desenho. Em 1894, Emídio Emiliano de Souza, torna-se um grande pintor, sendo o primeiro primitivista do Brasil, mas dotado de gosto artístico dramático, leva ao Gabinete de Leitura o teatro-revista “O Coro das Flores”, escrita por Benedito Calixto, musicadas por João Alves Ferreira e Isaías Cândido Soares.

Cronologia Histórica

1531/2 Fundação da povoação de Itanhaém entre as margens dos rios Itanhaém e Peruíbe, provavelmente no dia 8 de dezembro…
1533 Edificação da ermida de barro dedicada a Nossa Senhora da Conceição, no morro de Itaguaçu, às margens do rio Itanhaém, com frente para Sudoeste, cujas escadas eram contados 83 degraus.Também nesta data é atribuído o início da construção do Colégio São João Batista, onde hoje se localiza a cidade de Peruíbe.
1535 Criada a Paróquia de São Vicente a 30.06, sendo a primeira da Capitania de São Vicente e tendo como pároco o Padre Gonçalo Monteiro, vindo com a esquadra de Martim Afonso de Sousa em 1532.
1549 Chegada dos jesuítas à região, atendendo a Capitania de São Vicente em toda a sua extensão.
1553 Presença de José de Anchieta, provavelmente em retiro de orações, na capela da Villa de Conceição de Itanhaém
1554-55 Morte do padre Leonardo Nunes, no mar de Santos, em um naufrágio. O Brasil perde seu primeiro missionário, chamado que fora a Portugal para relatar sobre sua missão a Inácio de Loyola, chefe da Congregação dos Jesuítas. Os colonos da aldeia de Conceição de Itanhaém estavam revoltados com a libertação que provocava o padre Leonardo Nunes, causando problemas à agricultura canavieira que começava a florescer às margens dos rios Itanhaém e Peruíbe, nas feitorias de João Castelhano Rodrigues e Pêro Corrêa.
1556 Os refugiados de São Vicente chegam a Itanhaém, pois a tribo dos Tamoios ocupava boa parte da porção da costa vicentina, de Iperoig à vila de Santos.
1560 Chega à Conceição de Itanhaém, a primeira imagem de Nossa Senhora da Conceição
1561 Muitos colonos portugueses abandonam a aldeia antiga, estabelecendo-se no aglomerado de casas da Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, às margens do rio Itanhaém, através de um plebiscito. A vila de Conceição de Itanhaém já obtém foro de Vila, Pelourinho e Câmara Municipal. Eleito juiz Pedro Cristóvão Gonçalves.
1563 Naufrágio de Hans Staden na costa paulista (?).
1564 Edificação de uma nova Igreja Nossa Senhora da Conceição, no local onde se erguia a ermida dedicada à santa, que introduziu no Brasil o culto dedicado a ela.
1614 A invasão dos franceses na costa chega a São Vicente, destruindo a Igreja Nossa Senhora das Naus, localizada no “Japuí”, antiga residência de Pêro Corrêa, que fora transformada em Igreja por ordem do padre José de Anchieta.
1615 Erguia-se na vila a Igreja de Santa Luzia, cujo caminho atendia também a construção do prédio da Casa de Câmara e Cadeia, o que resultou nos dias de hoje em seu completo desalinho em relação à situação das atuais ruas, tendo sua provável destruição em 1635.
1623 Os Camaristas da Vila de São Vicente, por ordem expressa do Governador Geral, davam posse ao Conde de Monsanto, à Capitania de São Vicente, abrangendo as vilas de São Vicente, Santos, São Paulo (Piratininga), Sant’Anna de Mogy, ilhas de Santo Amaro e São Sebastião.
1624 Em 7 de fevereiro torna-se donatária da outra parte da Capitania, a herdeira de Martin Afonso de Sousa, Marianna de Sousa Guerra, a Condessa de Vimieiros, com jurisdição sobre vasta região, desde Cabo Frio ao norte e Paranaguá ao sul, bem como sobre as vilas de São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e as povoações criadas nas lavras de Minas Gerais. A Vila de Conceição de Itanhaém torna-se “Cabeça de Capitania” da casa de Vimieiros.
1635 Descoberta do ouro na Capitania de Itanhaém, na região de Ribeira de Paranaguá. Destruição da Igreja de Santa Luzia, localizada mais próxima à praia, prédio que compunha com a Casa de Câmara e Cadeia o conjunto arquitetônico da antiga Rua São Francisco.
1639 Início da construção da Igreja Matriz dedicada a Sant’Anna, dentro da paliçada que circundava a Vila.
1654 Os jesuítas são expulsos da Vila de Conceição de Itanhaém ( e do Brasil ), devido ao conflito da escravização indígena. Os franciscanos substituem os jesuítas na Igreja Nossa Senhora da Conceição, à beira-rio do morro de Itaguaçu.
1699 Os franciscanos iniciam a construção de uma nova igreja e Convento no morro de Itaguaçu.
1700 Por Carta Régia, Conceição de Itanhaém torna-se Sede de Município.
1711 D.João V anexa as terras em litígio entre os Vimieiros e Monsantos, as Capitanias Paulistas aos domínios da Coroa. A vila de Itanhaém, foi instituída em baronia a favor de Manoel de Andrade Souto Maior.
1713 Conclusão das obras de construção do Convento e da Igreja Nossa Senhora da Conceição no morro de Itaguaçu.
1752 Os 83 degraus que davam acesso ao Convento são substituídos pelas ladeiras.
1761 Término de parte considerável da Igreja Matriz de Sant’Anna. A imagem de Nossa Senhora da Conceição é conduzida à Vila de Itanhaém.
1791 Extinção da Capitania de Itanhaém.
1799 Conclusão das obras de construção da Igreja Matriz de Sant’Anna.
1819 A Vila de Itanhaém é transformada em Baronia do Marquês de Souto Maior.
1829 Decide-se pela reconstrução da Casa de Câmara e Cadeia, sendo anexado ao prédio a parte frontal, encobrindo a escadaria que antes se situava na parte externa do mesmo.
1830 Os frades franciscanos abandonam o Convento, a Vila caíra em declínio desde a descoberta de ouro nas Gerais
1833 Destruição da Igreja e do Convento por um incêndio. O solitário frei, professor e padre, tendo solicitado ajuda para o espanto de morcegos, esqueceu-se do perigo das labaredas das tochas nas vigas cheias de cupins, a população foi insuficiente para debelar tamanho incêndio.
1835 A coroa de ouro de Nossa Senhora da Conceição é roubada e recuperada pela população da vila de Conceição de Itanhaém.
1837 Aparecem nas matas da região os chamados jaguanans, que emigravam das margens do rio Paraguai, mais de 30 anos haviam principiado a viagem.
1840 Chegada dos franciscanos a 25 de janeiro, em Itanhaém, estabelecendo-se no Convento.
1853 Nasce Benedito Calixto de Jesus, em 14.10, grande pintor e historiador itanhaense, introdutor da fotografia no Estado de São Paulo, teatrólogo.
1861 Início das obras de reconstrução do Convento e da Igreja em partes destruídas pelo incêndio.
1864 É estabelecido um cemitério ao lado do Convento dos franciscanos, entre a ladeira antiga e a nova rampa do Convento.
1866 Instalação da rede de telégrafo nacional, servindo futuramente de comunicação à frente brasileira na Guerra do Paraguai.
1868 Nasce Emidio Emiliano de Souza, em 03.09, pintor primitivista e teatrólogo.
1888 Fundação do Gabinete de Leitura, ao lado do Cruzeiro do Convento.
1895 Nasce o pintor Bernardino de Souza Pereira, em 03.09, na cidade de São Paulo.
1906 Itanhaém passa a chamar-se apenas Itanhaém através da Lei Estadual nº 1021 de 6 de novembro. O antigo nome da cidade era Conceição de Itanhaém
1908 Inaugurada a primeira adutora de água por Carlos Botelho.
1909 Primeira viagem de automóvel a Itanhaém, realizada por Washington Luís.
1912 Rui Barbosa tenta chegar a Itanhaém, mas encalha no rio Mongaguá.
1913 Chega o primeiro trem de passageiros da Southern São Paulo Railway Company, em 21.12.
1923 Instalação da rede elétrica na cidade de Itanhaém.
1925 A Diocese de Santos recebe seu primeiro bispo, Dom José Maria Parreira Lara, em 18.04, à qual estava subordinada a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.
1927 Falece Benedito Calixto de Jesus em 31.05
1930 Revolução de Outubro e estabelecimento de uma Junta Governativa.
1932 O Gabinete de Leitura é invadido pelo exército paulista para abrigar soldados que vigiavam as cidades consideradas estratégicas. Com o abrigo de militares, muitas obras e cenários de teatro pintados por Benedito Calixto foram destruídos.
1938 Itanhaém perde parte de seu território para a formação do Distrito de Itariri.
1948 Criado o município de Itariri. Início do serviço de ônibus pela praia. Uma enchente de grande porte devasta a colônia japonesa localizada às margens do rio Itanhaém. Itanhaém é constituída em Estância Balneária através da Lei Estadual nº 163 de 27 de setembro.
1949 Falece Emídio Emiliano de Souza, em São Paulo, a 19.09.
1950 A coroa de ouro de Nossa Senhora da Conceição é levada ao Congresso Eucarístico na cidade do Rio de Janeiro.
1956 Por Decreto Estadual e aprovado pela Câmara Municipal, é instituído o dia 22 de Abril como Aniversário da Cidade.
1958 Itanhaém torna-se Sede de Comarca, abrangendo Itariri, Peruíbe e Mongaguá.
1959 Criados os municípios de Mongaguá e Peruíbe, desmembrados do território de Itanhaém.
1961 Abertura ao tráfego da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.
1969 Definido pela Lei 878 de 01.11.69 o Brasão de Itanhaém.
1972 Furtada dos altares da Igreja Matriz de Sant’Anna a imagem histórica de São João Batista, padroeiro da cidade de Peruíbe, que ainda estava depositada no nicho direito dos altares laterais.
1985 Falece em Itanhaém o pintor Bernardino de Souza Pereira em 01.08.
1992 Reaberta ao público e fiéis a Igreja Matriz de Sant’Anna, após cinco anos fechada, em restauração.
1996 É criada a Região Metropolitana da Baixada Santista através da Lei Complementar Estadual nº 815 de 30 de julho de 1996. Itanhaém, que pertencia ao Litoral Sul, passa a pertencer à essa região, juntamente com os municípios de Peruíbe, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá, Bertioga.

O Brasão de Itanhaém

Itanhaém
Brasão de Itanhaém

O escudo clássico flamenco-ibérico, apelidado também de escudo português, lembra no brasão a herança recebida pela heráldica brasileira da nação colonizadora, principal formadora da nacionalidade.

A coroa mural que o sobrepõe, é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de prata, de oito torres, das quais apenas cinco são visíveis em perspectiva no desenho, classifica a cidade de segunda grandeza, ou seja, sede de Comarca.

A cor azul do campo do escudo é o símbolo heráldico da justiça, nobreza, perseverança, zelo, lealdade, formosura e recreação. Em abismo (centro ou coração do escudo), o cavalo de prata, armado e blindado de vermelho, vem a se constituir no timbre da Casa de Vimieiros, por ser a Condessa desse título, dona Mariana de Souza Guerra, neta de Martin Afonso de Souza, que instituiu a mesma vila em sede da donatária de 100 (cem) léguas da costa.

Na parte superior do escudo e ponto de honra do mesmo, a crescente e a flor de lis em prata, representam o símbolo da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, e que evoca o primitivo da vila Conceição de Itanhaém.

A cor do metal prata simboliza a heráldica: paz, trabalho, amizade, audácia e coragem. Nos ornamentos exteriores, a haste do fumo e o galho do café fortificados são atribuídos às armas do Império do Brasil, homenagem prestada por Itanhaém aos vultos eminentes da Independência.

Na fita vermelha, em letras prateadas, a divina “Angulus Ridet” que significa “recanto risonho”, “local aprazível” ou “ponto escolhido”.

O uso do brasão é obrigatório em todas as repartições públicas municipais e em todas as classes de aula da rede municipal de ensino, através da Lei nº 1750 de 12 de junho de 1991.

A Bandeira de Itanhaém

Itanhaém
Bandeira de Itanhaém

A bandeira de Itanhaém é esquartelada em cruz, sendo os quartéis de azul constituídos por quatro faixas brancas carregadas sobre faixas vermelhas.

Elas ficam dispostas duas a duas no sentido horizontal e vertical, partindo dos vértices de um losango central onde está localizado o brasão municipal.

O escudo clássico flamenco-ibérico, apelidado também de escudo português, lembra no brasão a herança recebida pela heráldica brasileira da nação colonizadora, principal formadora da nacionalidade.

A coroa mural que o sobrepõe, é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de prata, de oito torres, das quais apenas cinco são visíveis em perspectiva no desenho, classifica a cidade de segunda grandeza, ou seja, sede de Comarca.

A cor azul do campo do escudo é o símbolo heráldico da justiça, nobreza, perseverança, zelo, lealdade, formosura e recreação. Em abismo (centro ou coração do escudo), o cavalo de prata, armado e blindado de vermelho, vem a se constituir no timbre da Casa de Vimieiros, por ser a Condessa desse título, dona Mariana de Souza Guerra, neta de Martin Afonso de Souza, que instituiu a mesma vila em sede da donatária de 100 (cem) léguas da costa.

Na parte superior do escudo e ponto de honra do mesmo, a crescente e a flor de lis em prata, representam o símbolo da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, e que evoca o primitivo da vila Conceição de Itanhaém.

A cor do metal prata simboliza a heráldica: paz, trabalho, amizade, audácia e coragem. Nos ornamentos exteriores, a haste do fumo e o galho do café, fortificados são atribuídos às armas do Império do Brasil, homenagem prestada por Itanhaém aos vultos eminentes da Independência.

Na fita vermelha, em letras prateadas, a divina “Angulus Ridet” que significa “recanto risonho”, “local aprazível” ou “ponto escolhido”.

Dados Gerais

“A Estância Balneária de Itanhaém possui uma área de 599,1 km², localiza-se no litoral do Estado de São Paulo na Região Metropolitana da Baixada Santista, fazendo divisas com os Municípios de São Paulo e São Vicente a nordeste, Juquitiba a noroeste, Pedro de Toledo a oeste, Peruíbe a sudoeste, Mongaguá a leste e Oceano Atlântico ao sul. A constituição geológica é de baixada, caracterizada por depósitos quaternários, formada por mangues, jundus e pequenas florestas.

A latitude é de 24 O 11′ 08″ sul e longitude 46 O 47′ 15″ oeste, coordenadas geodésicas norte 7324043,622 e sul 318410,391. O relevo é constituído por uma baixada aproximadamente 3 metros acima do nível do mar, com pequenos morros na faixa litorânea, como os de Sapucaitava ou Itanquanduva, Piraguyra, Itaguaçu, Púlpito de Anchieta e o Paranambuco, e com afloramento da Serra do Mar no interior do Município.

O Oceano Atlântico banha 26 quilômetros de praias, baías, pequenas enseadas e costões rochosos. Destacam-se as ilhas fluviais como Ilha da Volta Deixada e Ilha do Bairro do Rio Acima, bem como as marítimas como Ilha das Cabras, Pedra Meia Praia, Pedra do Carioca e mais ao longo do oceano as ilhas Queimada Grande e Queimada Pequena, além das Lajes Pedro II e da Conceição. A rede fluvial é extensa e o rio Itanhaém é formado por uma grande quantidade de afluentes, onde destacam-se os rios Branco da Conceição, Preto e Aguapeú.

FERIADOS MUNICIPAIS

Dia 22 de Abril – aniversário da cidade. As comemorações constam de shows artísticos e outros eventos artísticos-culturais que são realizados durante o transcorrer do período. Devido à proximidade com o feriado nacional do dia 21 de abril, as comemorações são realizadas em mais de um dia, favorecendo assim a população residente a veranistas, que são estimados nessa época em torno de 200.000 habitantes no município, bem como recebe durante os eventos artísticos grande afluxo de visitantes das cidades vizinhas.

Dia 8 de Dezembro – Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição. A festa tem caráter religioso, e conta com quermesse nos finais de semana, novena religiosa, culminando com grande procissão e missa, e no encerramento das festividades, quermesse e grande queima de fogos para celebrar a Padroeira. A cidade recebe nesse período grande contingente de “cavaleiros” vindos das cidades de São Vicente, Guarujá, Praia Grande, em tradicional romaria.

Corpus Christi – Festa religiosa onde tem-se por tradição a decoração das ruas para a procissão do Santíssimo Sacramento, envolvendo educadores, professores de Educação Artística e os respectivos estabelecimentos de Ensino para decorarem as ruas da cidade.

Localização e Acessos

A cidade de Itanhaém está localizada na Baixada Santista, a 90km da capital paulista, compondo com os municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos, São Vicente, a Região Metropolitana da Baixada Santista.

VIAS DE ACESSO

Padre Manoel da Nóbrega
Rodovia Pedro Taques
Régis Bittencourt (Br 101).

AEROPORTO ESTADUAL

O Aeroporto Estadual de Itanhaém – Dr. Antonio Ribeiro Nogueira Júnior, além de escola de vôos, com cursos de Piloto Privado de Avião, Curso de Piloto Comercial e IRF, Curso de Instrutores, e de simulador de vôos ATC.710, tem uma pista de pouso e decolagem em ampliação de 1350 metros, com terminal de passageiros que opera com aviões de porte médio como boeing 737 e folcker 100. Durante o verão é grande a procura por vôos panorâmicos sobre as cidades do litoral sul. Além dos passeios, o aeroclube oferece também serviços de táxi-aéreo.

Meio Ambiente

Fauna

Na Serra do Mar, bem como toda a área de Mata Atlântica existente no município de Itanhaém, as nascentes alimentam rios e cachoeiras; as cavernas e os penhascos contam histórias dos primeiros tempos da terra. Suportam o cenário que acolhe a vida entre incontáveis cores, sombras, formas e tamanhos.

As árvores, flores, frutos e até minúsculas plantas completam o abrigo, a fonte primeira de alimentos e o berço de uma rica fauna que embora ameaçada persiste em desenhar a harmonia de cada momento da floresta.

Os cientistas afirmam que neste ambiente encantador perto de um milhão e meio de espécies já foram classificadas até hoje. A história é semelhante a de tantas outras florestas do Planeta. Através da evolução, para sobreviver, os animais venceram incontáveis dificuldades e foram se adaptando aos diversos ambientes, virando especialistas nos seus domínios. Tendo os peixes como ancestrais, os anfíbios foram viver na terra, utilizando a água apenas para reprodução. Mais tarde surgiram os répteis, que já se sentem muito à vontade no chão.

Muito depois, apareceram as aves e os mamíferos, com grande poder de adaptação aos diferentes ambientes. A marca da evolução está refletida nas diversas formas, aspectos, hábitos e preferências dos animais e permite que vivam nos diferentes ambientes: aquático, terrestre, de transição, subterrâneo e aéreo. Os peixes necessitam essencialmente da água para sobreviver. Sapos, algumas cobras e aves, como o mergulhão, o martim-pescador e os patos, utilizam-na para se alimentar ou para se reproduzir. Aí também passam a maior parte de seu tempo os jacarés e alguns quelônios, como os cágados que guardam até hoje suas características originais.

A lontra, a cuíca d’água, a ariranha, o mão-pelada, o ratão-do-banhado, a anta, a capivara, os socós, sendo animais semi-aquáticos que vivem ora na terra ora na água, procurando alimentos, buscando refúgio ou um lugar especial para se reproduzir e criar seus filhotes. Os brejos são freqüentados pelas rãs; por aves como os frangos-d’água e saracuras; libélulas, outros insetos; e moluscos, como os caramujos. Um dos animais que vivem no subsolo é a cobra-cega ou minhocão: raramente vem à superfície.

Mas é debaixo da terra que o tatu – galinha, a paca, as formigas, as aranhas – caranguejeiras e as cigarras(quando jovens), fazem tocas, esconderijos e ninhos para se reproduzir ou para se proteger. Grande parte dos animais utiliza o chão para procurar alimentos, proteção ou para descansar: os anfíbios. As copas das árvores revelam agradáveis surpresas. Alguns animais adaptaram-se especialmente para viver nessa floresta atlântica.

A mata é pródiga e cada um ocupa seu espaço segundo suas conveniências, necessidades e habilidades. Já se notam aí as diferenças entre as espécies moldadas aos ambientes diversos. Onde a vegetação é densa, encontram-se animais com bons ouvidos,e se escutam atentamente, também precisam se comunicar são grandes vocalizadores ou, de alguma forma, emitem sons diferenciados, característicos. Não exigem muito espaço e usam a densidade da mata à favor da proteção e da sobrevivência. Na cantoria, estão solitários, o bugio, o macaco-prego, o rato-da-árvore, jacutinga, maritacas.

As áreas menos densas, com grande quantidade de cipós e pequeno espaço entre a vegetação, limitam o tamanho dos animais. A especialidade contempla os de pequeno e médio portes, mais chegados às árvores e equipados com caudas, que auxiliam a locomoção. A onça pintada escolhe, no interior sombrio da floresta, regiões de vegetação mais aberta para levar a vida. Das vizinhanças, compartilham ariranhas, pacas, jacutingas e macacos de maior porte, como o mono-carvoeiro.

O sol, como um maestro, rege a floresta. Com seus primeiros acenos, alerta os pássaros a preparar os acordes da manhã. Quanto mais emerge sobre as copas das árvores, tanto mais inunda de vida a mata: quase todos os vegetais dependem dessa energia em forma de luz para sobreviver e para garantir a sobrevivência das outras espécies.

A cada hora, a cada fração de segundo, opera-se uma transformação na floresta, ajustam-se as rotinas de todos, uns aos outros. Abrem-se as flores em matizes estonteantes convocando abelhas e pássaros para o festim de néctar e sementes. Pequenos animais fogem de carreira, aflitos, na desesperada tentativa de se livrar dos olhos certeiros de predadores. Na mata tudo se move, até mesmo o solo, ao longo de muitos anos, transportado de minúsculos em minúsculos grãos de operosos cupins e formigas.

Quando o sol dá sinal que descansará, todos se aninham para o descanso. Quase todos, porque a vida se revela mais uma vez entre as sombras, sob o comando dos animais crepusculares. Grilos , sapos e rãs ensaiam um segundo movimento sinfônico. E até à noite, o palco da floresta estará repleto de pererecas, cuícas, morcegos, mosquitos, tamanduás-mirins, ouriços-cacheiros, corujas, mariposas….

Flora

Há 350 milhões de anos, as primeiras grandes florestas começaram a dar o ar de sua graça, mostrando os primitivos parentes dos pinheiros e de vários tipos de samambaias assemelhadas a árvores. Ainda não existiam as plantas com flores e frutos, como as que vivem hoje nas florestas tropicais de todo o mundo. Elas só entraram na história do planeta no início do período Cretáceo, há mais de 100 milhões de anos. As primeiras representantes dessas florestas lembrariam as árvores da família das cascas-de-anta, das pindaíbas e araticuns, das virolas e das preciosas canelas, todas em abundância na Mata Atlântica.

Essas novidades aconteciam num planeta diferente: a América do Sul e a África, unidas num só e gigantesco continente – o Gondwana – começavam a se separar, abrindo espaço para nosso vizinho Oceano Atlântico. Foi grande a perturbação para acomodar tanta água no meio de tanta terra dividida. E entre vulcões, enxurradas de lava e potentíssimos terremotos, empinaram-se sobre a crosta do globo a Cordilheira dos Andes e inúmeras cadeias de montanhas.

As notícias do aparecimento das serras do Mar e da Mantiqueira, localizadas próximas ao Litoral Sudeste brasileiro, estão associadas à agitação que tomou conta do planeta. As duas serras (formadas por rochas muito antigas que sustentam o continente sul- americano), eram entretanto muito mais altas e empertigadas e só em milhões de anos, à custa de muita erosão, suavizaram seus contornos. Enquanto o planeta se equilibrava em tanta desordem, evoluíam com vigor nunca visto as grandes linhagens de plantas que originaram a Mata Atlântica.

É dessa época também a notícia de que insetos, aves e mamíferos reproduziam-se e transformavam-se de maneira fantástica. Não foi à-toa que flora e fauna das florestas tropicais tivessem combinado a rica e complexa cumplicidade que hoje ostentam. Nos últimos milhares de anos as coisas foram se acomodando: não mudou muito o desenho da Serra do Mar nem tampouco as feições das espécies de plantas e animais. Mas o planeta agitava-se com o clima que variava entre os períodos glaciais e interglaciais.

Em tempos mais frios, as águas congelavam nos pólos, baixava o nível dos oceanos e chovia pouco. Quando esquentava, o mar abria espaço e as chuvas eram mais abundantes. E assim, por causa desses maus gênios do clima, as florestas tropicais (que vivem de calor e umidade), foram por muito tempo encubadas entre contrito recolhimento e deslumbrada exuberância. Durante as glaciações, a Serra do Mar foi o verdadeiro “anjo da guarda”da Mata Atlântica. Quando barrava no peito a umidade exalada do oceano, nas épocas de clima mais seco, suas escarpas refugiavam a floresta dependente de água, salvando da extinção em massa milhares de espécies.

Nos tempos do descobrimento, a exuberante floresta cobria o Litoral Sudeste do Brasil, esparramando-se para interior sobre planaltos e mares de morros, delimitando, imponente, os domínios da Mata Atlântica. Senhora de terras do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, numa extensão superior a três mil quilômetros, enraizada em variados tipos de solo e compartilhando todas as sutilezas de clima, vestia-se à moda de cada ocasião, como dama ciosa de seus encantos. Aqui, de florestas mais úmidas e densas; ali, de adornos mais secos e espalhados.

Também cuidava da aparência, conforme exigissem seus ambientes. Ao se aproximar das praias continha-se, cerimoniosa, diante da singela faixa de vegetação das dunas. Quando voltava os deltas dos grandes rios, assentava misteriosa máscara de extensos manguezais.

Debruçada sobre a varanda de costões rochosos do litoral norte de São Paulo, de tão próxima do mar, chega ainda hoje a permitir seguidos beijos das águas salgadas, em dias de forte ressaca. A mata cresce, insinuante, pouco densa e com rara beleza, nas restingas dos planos litorâneos acolchoados das areias que o mar depositou nos últimos milhares de anos. Juntam-se aí as copas das árvores, num fino, delicado e extenso chapéu por onde a luz do sol se filtra para revelar as delicadas graças das bromélias, orquídeas e filodendros, que enfeitam o solo e os troncos das árvores.

Envolvida em névoas úmidas, propõe o desafio da Serra do Mar: muralha a ser escalada, entre a praia e as nuvens, para que revele, além de mil metros de altitude, encantos e exuberantes florestas do planeta. Nesse caminho o ar é denso de umidade, mas o clima é agradável, embora o chão revele-se cada vez mais raso. A floresta depende das grandes árvores com as quais se protegia no sopé da serra para desfilar em vegetação cada vez mais baixa.

Em alguns pontos, de solo pedregoso, deixa antever manchas de campo rupestre, onde as árvores faltam por completo. Nas cristas da serra, desnudas arvoretas tortuosas, uma floresta de altitude carregada de barbas – de – velho que respiram a permanente umidade das neblinas. Depois, entre os terrenos menos acidentados e as amplitudes do interior, a mata úmida que na Serra do Mar respira com as chuvas do ano inteiro; aqui, se previne, nos meses de inverno, para enfrentar secas e geadas. Transforma-se: abre o coração nos ipês e paineiras que se protegem do frio e da sede deixando cair suas folhas.

Desafiada, deita nos solos mais férteis sementes de gigantes como jequitibás e figueiras. Na região da Mata Atlântica, em chão pobre, estendem-se tapetes de gramíneas – os campos limpos – e surgem fisionomias de cerrados com árvores e arbustos retorcidos trajados de cascas e folhas grossas, amarrados em extensos caules subterrâneos.

Aos que não desdenham as últimas delícias, a Mata Atlântica expõe a reserva dos seus suspiros nas montanhas do interior de São Paulo e do Sul de Minas, na alma das araucárias, postadas imponentes, nos altos da Mantiqueira. Por delegação histórica, esses suspiros dominam a paisagem. Sem agasalhos, as araucárias acolhem em verde os invernos rigorosos e distribuem pinhões para a ceia das gralhas e dezenas de animais, velhos cúmplices da permanência da floresta.

Mata Atlântica

As Matas de Restinga do vale dos Rios Preto e Branco ainda se mantêm preservadas constituindo-se em importante maciço vegetal contínuo.

No município de Itanhaém, um dos maiores detentores de Matas de Restinga da Baixada Santista, este ambiente está sendo progressivamente degradado pelo avanço das fronteiras de expansão urbana e, principalmente, pelas freqüentes invasões de áreas resultantes do permanente afluxo de posseiros oriundos de outros pontos do nosso país.

Na área delimitada para o Parque Ecológico de Itanhaém, este ambiente está ainda isento de ocupação significativa notando-se a ocorrência de sítio esparsos com baixos índices de desmatamento e uso agrícola.

A maior área de expansão agrícola situa-se no vale do Rios Mambu Branco, a Noroeste do município, onde se estabeleceram fazendas de bananicultura, no auge da sua expansão (1940/50).

Atualmente, esta cultura está em franco declínio, os bananais sendo abandonados em sua maioria e a mata tomando conta das áreas antes agrícolas, incrementada pela migração do campo para as cidades. Este fator, entre outros, vem reforçando ainda mais o potencial turístico de Itanhaém, possibilitando a preservação dos ambientes.

Para esta área, a Municipalidade pretende o estabelecimento de projetos alternativos de manejo agro-pecuário sustentado como sejam, o cultivo de palmito pupunha, a criação de búfalos e a re-piscicultura (criação de peixes de água doce em cultivo de arroz), possibilitando a subsistência da população caiçara e ou indígena ocupante.

Na área de Matas de Restinga, a Municipalidade pretende a implantação e manutenção de viveiros naturais, áreas controladas de pesquisa de biodiversidade, atividades de Educação Ambiental com visitas monitoradas e trilhas ecológicas, projetos de agricultura sustentável a serem aplicados nos sítios e fazendas existentes e projetos de recuperação da Mata Ciliar do Rio Branco, grandemente devastado por desmonte de suas margens e assoreamento de seu leito, ação esta resultante da atuação descontrolada das areeiras estabelecidas no seu vale.

Restinga

As Matas de Restinga do vale dos Rios Preto e Branco ainda se mantêm preservadas constituindo-se em importante maciço vegetal contínuo. No município de Itanhaém, um dos maiores detentores de Matas de Restinga da Baixada Santista, este ambiente está sendo progressivamente degradado pelo avanço das fronteiras de expansão urbana e, principalmente, pelas freqüentes invasões de áreas resultantes do permanente afluxo de posseiros oriundos de outros pontos do nosso país.

Na área delimitada para o Parque Ecológico de Itanhaém, este ambiente está ainda isento de ocupação significativa notando-se a ocorrência de sítio esparsos com baixos índices de desmatamento e uso agrícola. A maior área de expansão agrícola situa-se no vale do Rios Mambu Branco, a Noroeste do município, onde se estabeleceram fazendas de bananicultura, no auge da sua expansão (1940/50). Atualmente, esta cultura está em franco declínio, os bananais sendo abandonados em sua maioria e a mata tomando conta das áreas antes agrícolas, incrementada pela migração do campo para as cidades. Este fator, entre outros, vem reforçando ainda mais o potencial turístico de Itanhaém, possibilitando a preservação dos ambientes.

Para esta área, a Municipalidade pretende o estabelecimento de projetos alternativos de manejo agro-pecuário sustentado como sejam, o cultivo de palmito pupunha, a criação de búfalos e a re-piscicultura (criação de peixes de água doce em cultivo de arroz), possibilitando a subsistência da população caiçara e ou indígena ocupante.

Na área de Matas de Restinga, a Municipalidade pretende a implantação e manutenção de viveiros naturais, áreas controladas de pesquisa de biodiversidade, atividades de Educação Ambiental com visitas monitoradas e trilhas ecológicas, projetos de agricultura sustentável a serem aplicados nos sítios e fazendas existentes e projetos de recuperação da Mata Ciliar do Rio Branco, grandemente devastado por desmonte de suas margens e assoreamento de seu leito, ação esta resultante da atuação descontrolada das areeiras estabelecidas no seu vale.

Monumentos

Monumento Padre Anchieta

Itanhaém

A estátua de Anchieta não tem um lugar fixo na Praça Narciso de Andrade. Sujeito às diversas intervenções que cada Administração realiza na praça, a estátua teve seu local modificado em 1998. No projeto de reurbanização da praça a ser implantado, prevê também a mudança de local. Esculpido por Luiz Morrone, o mesmo autor do desenho do brasão do Estado de São Paulo, em 1956.

Monumento Martim Afonso de Souza

Itanhaém

Monumento Maçonaria

Itanhaém

Monumento Mulheres de Areia

Itanhaém

A obra original, em pedra, foi substituída por uma outra, em fibra. Esculpida por Serafim Gonzalez, ator que participou da primeira versão da novela transmitida pela extinta TV Tupi de São Paulo, o monumento é um marco das gravações da novela na cidade. Localizado na Praia dos Pescadores, é uma das obras mais visitadas por turistas

Praças

PRAÇA BENEDITO CALIXTO

Itanhaém

Praça Benedicto Calixto está localizada próxima à desembocadura do rio Itanhaém, um dos mais belos e calmos locais da cidade. A Praça foi recentemente reformada para abrigar artistas plásticos que expõem suas obras aos domingos à tarde. O monumento a Benedicto Calixto está localizado na praça do mesmo nome. Foi erigido em homenagem ao grande pintor itanhaense em 1949.

PRAÇA 22 DE ABRIL

Itanhaém

A Praça 22 de abril localiza-se na margem esquerda do rio Itanhaém. Do outro lado da margem está o Morro do Sapucaitava. Na foto, vemos o monumento do Lions Club e a cruz comemorativa dos 500 Anos da Primeira Missa no Brasil.

PRAÇA CARLOS BOTELHO

Em algumas notações de jornais antigos (1948-Correio do Litoral-Setembro), cita um documento escrito por Benedito Calixto, sobre uma entrevista que o ilustre pintor fizera a uma escrava já muito idosa, em que ela confirma o local do pelourinho no então “Areal” (onde é hoje a Praça Carlos Botelho).

PRAÇA NARCISO DE ANDRADE

Itanhaém

A Praça Narciso de Andrade forma, junto com a pequena praça Carlos Botelho, o chamado “Centro Histórico”, o mais antigo local da cidade, o que no século XVI era a paliçada, pequena fortaleza que protegia a vila de ataques de índios, piratas e franceses. Na praça estão os casarios mais antigos, o prédio da Casa de Câmara e Cadeia e a imponente Igreja Matriz de Sant’Ana.

PRAÇA ÂNGELO GUERRA

Itanhaém

A Praça Ângelo Guerra localiza-se no Bairro Belas Artes, sendo sua praça principal. O local passou por recente urbanização. É dedicada ao político Ângelo Guerra, que viveu em Itanhaém.

PRAÇA DA BÍBLIA

Itanhaém

A praça da Bíblia foi feita para os evangélicos do município. Foi inaugurada com uma cerimônia evangélica, com músicas, oração para mais de 500 pessoas. O local possui 1.750 m² e pode ser considerada uma praça de múltiplo uso, já que abriga além do Monumento da Bíblia, jardim, playground, palco para eventos, uma sala para reuniões – a ser utilizada como sede para encontros dos evangélicos – e um espelho d’água que também serve como piscina de batismo. A obra foi realizada pela Prefeitura Municipal.

PRAÇA DO PESCADO

Itanhaém

Construída recentemente, a Praça do Pescado valorizou a Praia dos Pescadores ao substituir as barracas de peixe que ficavam na faixa de areia da praia e acabou se transformando em um novo ponto turístico da Cidade. O local conta com 30 boxes, que juntos somam cerca de 322 m², banheiros, além de sala administrativa, de reunião, e outra reservada para a máquina de gelo. Além de preservar o meio ambiente com a redução de lixo produzido na areia e acabar com problemas ligados à maré, a eliminação das barracas trouxeram mais segurança aos pescadores.

PRAÇA NOSSA SENHORA DO SION

Itanhaém

Em 1917, Joaquim Branco visitara, pela primeira vez, o vilarejo de Itanhaém. Entusiasmou-se pela sua paisagem, clima e motivos históricos, entusiasmo que o motivou e alimentou até o final de sua vida, em 1945. Empreendedor e visionário, propôs logo em seguida, ao prefeito, Antonio Mendes da Silva Junior, a realização de um projeto urbanístico, uniformizando o traçado da cidade, dando nomes às ruas, protegendo e valorizando os monumentos históricos. Logo em seguida, pensou-se na construção de uma Igreja na área que o Círculo Social do Ipiranga já possuía e a grande área em frente seria então a Praça, onde hoje está localizada. No local, há também nos finais de semana e feriados prolongados uma feira de artesanato que acontece sempre a partir das 14 horas.

PRAÇA DO TRABALHADOR

Itanhaém

A Praça do Trabalhador localiza-se na Vila São Paulo, reduto de antigos funcionários da FEPASA, de onde originou-se o nome de Vila Operária. Palco de manifestações do dia Primeiro de Maio, a praça passou por recente reurbanização, sem perder a tradição do povo local que a designou para ser a praça comemorativa do trabalhador itanhaense.

PRAÇA MÁRIO BERNARDI

Itanhaém

A Praça Mário Bernardi localiza-se na Praia dos Pescadores.

Praias

Itanhaém conta ainda com diversas praias, que são o cartão de visitas da Cidade, sendo no total catorze, em cerca de 26 quilômetros, conhecidas principalmente por suas belezas naturais. Entre as mais populares estão as Praias dos Sonhos, do Cibratel e dos Pescadores, onde o fluxo turístico é intenso, principalmente, por suas ótimas balneabilidades durante o ano inteiro, onde os turistas podem realizar diversas práticas esportivas. Nos fins de temporada e feriados, o Governo Municipal promove diversos eventos, como shows, esportes, aulas de dança, de ginástica e muito mais, tendo como objetivo agitar o público presente.

Praião (Praia de Itanhaém)

Com cerca de 11,5km de extensão, a Praia de Itanhaém compreende o trecho da Boca da Barra do Rio Itanhaém até a divisa com o município de Mongaguá. No entanto, em todo este percurso é possível encontrar vários nomes que foram dados pela população, associando a praia aos loteamentos.

Desta forma, encontramos nomes como Praia de Suarão, Praia do Verde-Mar, do Cibratel e Praia do Satélite, onde é possível encontrar remanescentes de dunas. Totalmente balneável, a Praia de Itanhaém é também um atrativo turístico por sua estrutura que oferece quiosques e dispõe de guarda-vidas durante todo o ano. Além disso, na região central da Cidade, o mar se encontra com rio Itanhaém e promove um espetáculo à parte, que serviram de inspiração a grandes artistas como o itanhaense Benedicto Calixto de Jesus (1853-1923), Alfredo Volpi, Emídio de Souza, Bernardino de Souza Pereira, Anita Malfatti, dentre outros.

No entanto, é importante lembrar que, devido às fortes correntes provocadas pela força das águas fluviais dentro das águas do mar, o trecho oferece riscos aos banhistas, como informam as placas colocadas no local.

Praia do Tombo (Boca da Barra)

O ponto de encontro entre a praia e o rio Itanhaém é a Praia do Tombo. Durante todo o ano é possível observar a alteração do relevo neste local, ora com grande quantidade de areia, ora com a força da maré indo de encontro ao degrau formado justamente pela retirada da areia pelas próprias correntes marítimas.

Embora imprópria para banho, é um local que durante o verão tem extensa faixa de areia, onde é possível praticar esportes, pescar, relaxar, tomar sol. É um dos locais mais tranqüilos para passeios, onde pode-se apreciar o por-do-sol por sobre o Morro do Piragüyra. O nome lhe foi dado popularmente devido justamente ao “degrau” que se forma durante a influência das marés sobre a orla desse trecho de praia e margem esquerda do rio.

Conhecido também como “prainha do rio”, o trecho muito freqüentado por banhistas, durante o verão, é na verdade a margem esquerda do Rio Itanhaém, que, durante as baixas da maré, pode ser aproveitada como um espaço de lazer por munícipes e turistas. Mas, ao visitar o local, é sempre bom ficar atento às correntes fluviais, que retornam conforme a cheia da maré. Em alguns momentos é possível observar o encontro das águas do mar avançando as águas escuras do Rio Itanhaém, e promovendo, assim, um belíssimo espetáculo.

Praia da Saudade

Seu nome está ligado à bucolidade do local, deserto e sossegado, por onde se caminha para atingir o cume do morro que forma, o Sapucaitava, de onde pode se obter lindíssimos visuais em seu cume. Caminhando pelo costão, acessa-se à Praia dos Pescadores.

A Praia da Saudade é localizada aos pés do Morro do Sapucaitava, e é acessada através da trilha, com entrada pela Rua Sebastião das Dores. A praia, na verdade, é o leito do rio aos pés do morro, e é protegida pelas formações rochosas como a Pedra do Carioca e o costão do morro que leva até o seu lado sul, atingindo a Praia dos Perscadores.

Os pescadores amadores ficam muito tempo nesta praia e na Pedra do Carioca, é um local muito bucólico. É comum observar bandos de gaivotas tomando sol pela manhã ou à tarde.

Praia dos Pescadores

A Prainha tornou-se Praia dos Pescadores. É um dos locais mais divulgados da cidade, pois tem seu panorama ligado à telenovela “Mulheres de Areia”, em sua primeira versão, transmitida pela extinta TV Tupi de São Paulo, durante os anos de 1974-75. O evento valeu ao local um monumento, esculpido por Serafim Gonzalez, em fibra, colocado em frente à Ilha das Cabras.

A praia tem cerca de 600 metros de extensão e é muito freqüentada por surfistas, é neste pequeno trecho de mar entre o costão rochoso do Morro do Sapucaitava e a Ilha das Cabras que se verifica as melhores ondas para o surf, em meio a barcos de pescadores que a todo o momento entram e saem do mar em busca de peixes para comercialização nas barracas da praia.

Nesta praia localiza-se uma pequena elevação chamada púlpito de Anchieta, hoje ocupado por residências, mas tradicionalmente tem sua imagem ligada à figura de José de Anchieta, pois conta-se que o beato ali subia para apaziguar e catequizar os indígenas tupiniquins que habitavam a região compreendida entre o Japuí (hoje, São Vicente) e a região de Itariri.

Praia do Sonho

A Praia do Sonho tem cerca de 800 metros de extensão e seu nome antigamente era Praia do Meio. Com o advento do loteamento defronte à praia, foi denominada Praia de Sonho.

A empresa loteadora não poupou nem mesmo a História, citando em seu caderno promocional que suas areias haviam sido pisadas por Martim Afonso de Sousa, e uma infinidade de fatos fisctícios ligados ao Padre José de Anchieta, dando a ele o «Morrete do Púlpito de Anchieta». Fatos históricos (ou não) à parte, trata-se de uma bela praia.

Praia das Conchas

Não se trata de uma praia propriamente dita, mas uma outra pequena enseada quase aos pés do morro de Paranambuco e o costão da Praia dos Sonhos, após a Cama de Anchieta. Nesta praia, encontra-se a gruta Nossa Senhora de Lourdes, local de peregrinação religiosa. Em 1996 e 1997, verificou-se a presença de grandes tartarugas marinhas, que a caminho de algum local, aportam ali para comida e descanso.

Praia do Suarão

A Praia do Suarão está localizada no bairro do mesmo nome, trecho assim denominado da Praia de Itanhaém. O bairro do Suarão é um dos mais antigos da cidade. Em 1917, Joaquim Branco visitara, pela primeira vez, o vilarejo de Itanhaém.

Entusiasmou-se pela sua paisagem, clima e motivos históricos, entusiasmo que o motivou e alimentou até o final de sua vida, em 1945. Empreendedor e visionário, propôs logo em seguida, ao Prefeito da cidade, Antonio Mendes da Silva Junior (Totó Mendes), a realização de um projeto urbanístico, uniformizando o traçado da cidade, dando nomes às ruas, protegendo e valorizando os monumentos históricos.

O projeto incluía a abertura de um escritório da Prefeitura em São Paulo, destinado a divulgar e vender terrenos, tendo em vista o desenvolvimento da Estância Balneária. O município – que não dispunha de dinheiro – pagaria seus trabalhos com terras. Terras essas que vieram a constituir o loteamento a que deu o nome de “Vila Suarão”. Por volta de 1925, iniciou-se a construção das primeiras casas: a do Coronel (à rua Itaguaçaba, onde ainda existe), a de Francisco E. do Amaral (que mais tarde passou a pertencer também à família do Coronel) e a do Dr. Peixe Abade, juiz da cidade de Leme, que adquiriu um dos terrenos, junto à praia. Pedro Magalhães construiu um hotel, o aprazível “Hotel, Suarão”, em frente à estação ferroviária, o qual hoje está transformado em Colônia de Férias.

O nome Suarão era a denominação que os nativos davam à região e que o Coronel resolveu preservar. Segundo uma versão, esse nome vem das raízes tupí: çuu, que era o nome que se dava a um animal de grande porte, fosse onça, veado ou outro… e o radical onomatopaico aron, com o significado de “ronco”, “rugido”. Seria pois o “lugar onde o bicho ronca” e Joaquim Branco supunha tratar-se de catetos, ou porcos-do-mato, que eram muito abundantes na região, até há pouco tempo.

A associação ao calor característico do verão, originou, porém, várias brincadeiras com o nome, como se se tratasse de um “suador” superlativo, proporcionado pelo sol de dezembro… Em 1946 iniciou-se um novo surto de investimentos: surgiu o Círculo Operário do Ipiranga, com a construção da igreja local, a compra do antigo hotel e dos terrenos remanescentes, o estabelecimento de um pequeno centro comercial, inclusive com um cinema. Depois, vieram a rodovia e a luz elétrica… Não há nenhuma placa com seu nome nas ruas de Itanhaém ou mesmo de Suarão, pois o Coronel não valorizava tais veleidades.

Praia do Cibratel

É denominada Praia do Cibratel, a porção da Praia de Peruíbe, no trecho compreendido no bairro que a defronta.Durante toda a extensão da Praia de Peruíbe no município de Itanhaém, popularmente a praia recebe o nome do loteamento em que está localizada a orla (Ex.: Praia do Cibratel, Praia das Gaivotas).

Na região em que é denominada Praia do Cibratel (ou ainda, Praia da Enseada, devido à pequena enseada onde se localiza o Pocinho de Anchieta), encontra-se quiosques, hotel e bares com pequena infraestrutura. Durante todo o ano possui ótima balneabilidade.

Praia do Gaivota

A Praia do Gaivota vai desde a divisa com o bairro do Cibratel II até a divisa com o município de Peruíbe, mais precisamente no Rio Piaçagüera, regato que deságua no mar, neste bairro. Há também uma pequena ilha em sua orla, onde é possível ver aves marinhas. A praia tem infra-estrutura, já recebeu melhorias do projeto de Urbanização da Orla da Praia. O número de turistas que preferem esse lindo bairo está cada dia mais aumentando, e com isso a urbanização vem crescendo cada vez mais.

Vale a pena ir conhecer a beleza da Praia do Gaivota e suas belezas naturais.

Turismo Ecológico

Com cerca de 600 km² de extensão, o município proporciona aos amantes do ecoturismo grande riqueza ambiental, visto que possui 300 km² preservados de Mata Atlântica, que integram o Parque Estadual da Serra do Mar, 50 cachoeiras e 14 praias balneáveis. Na área ecológica, trilhas são algumas opções, como a do Morro Sapucaitava, localizado na Praia dos Sonhos, que foi t ombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo ( CONDEPHAAT), considerado de utilidade pública desde 15 de março de 1962, é rico na flora e fauna da Mata Atlântica, tendo como destaque a peroba, a canela, o jequitibá, a aroeira, as samambaias, as bromélias e os caetés . Os animais mais encontrados são os lagartos teiú, caxinguelê e preá, além de sábias, beija-flores, corujas, gaivotas e tiés. O morro é apropriado ao passeio ecológico envolvendo crianças, já que é de fácil acesso, Já o Morro do Piraguyra, encontra-se mais distante da influência marítima, chamando atenção, principalmente por sua preservação e vegetação típica. O cuidado em preservá-lo, deve-se à sua localização central na cidade, e sua extensão com o mangue, possuindo ainda, um lago no alto do morro, formado pelas chuvas e por sua drenagem natural.

TRILHA DO MORRO SAPUCAITAVA

Morro Sapucaitava

Localizado próximo ao Iate Clube, no bairro Praia do Sonho, é um dos principais locais escolhidos para realização de trilhas ecológicas. No local, encontra-se vasta quantidade e diversidade da flora da Mata Atlântica sob direta influência marítima, além de uma fauna também bastante rica. Por ser uma área de fácil acesso e quase isenta de riscos naturais, as visitas ao local são apropriadas às crianças. No alto do morro foi construído um mirante rústico, para apreciação das praias formadoras do conjunto litorâneo itanhaense, que recebe o nome de Pedra do Espia.

O Morro do Sapucaitava foi declarado de utilidade pública em 15 de março de 1.962 e mantém-se em boas condições de preservação, sendo um dos passeios tradicionais da cultura itanhaense e de turistas, principalmente após a reforma da trilha, realizada em 2005, onde foram instalados corrimões e o mirante foi totalmente reformado. Este ambiente abrange a Pedra do Carioca, na Boca da Barra do Rio Itanhaém, e a Ilha das Cabras, que fica defronte à Praia dos Pescadores.

O Costão Rochoso, que no seu conjunto abrange cerca de 2 km de extensão, entremeado pelas praias dos Sonhos e Pescadores. Neste ambiente surge com importância a observação da fauna e flora características de costão, podendo ser vislumbrados em pesquisas e visitas monitoradas com o objetivo de eco turismo e educação ambiental.

O Morro do Sapucaitava apresenta vegetação característica de Mata Atlântica diferenciada de áreas interiores pela influência dos ventos marinhos e dos salpicos de água salgada. Ao centro do morro, há mata secundária em estágio inicial e médio de recuperação, e em todo o seu entorno, há predominância de espécies pioneiras. Algumas das espécies botânicas formam maciços ao longo da trilha como o caeté e a pita, possibilitando facilmente o reconhecimento destes exemplares.

A avifauna também é dominante, havendo uma comunidade de Urubus instalada, que utilizam o local como descanso. Outras espécies facilmente encontradas são os Bem-te-vis, Corruíra, Pomba, Pomba-rola, dentre outros. A trilha ecológica do Morro do Sapucaitava oferece um quiosque de informações turísticas. Em todo o percurso, há sinalização apropriada, padronizada, indicando o caminho aos visitantes. A duração do percurso é de 30 minutos e tem como grau de dificuldade o nível fácil.

História – Tombado pelo CONDEPHAAT e considerado de utilidade pública desde 15 de março de 1962, o Morro do Sapucaitava teve importante significado na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial. Isso porque, neste período, antes do Brasil aderir ao conflito, alguns moradores da cidade garantiram ter visto uma embarcação de bananas descendo o Rio Itanhaém carregada de tambores de óleo diesel. Em seguida, ainda de acordo com declarações da época, um submarino alemão emergiu para recolher todo o produto.

Com isso, apesar da história não ter sido comprovada, 120 homens do Exército Brasileiro foram enviados ao Sapucaitava, onde passaram um ano e quatro meses patrulhando a área e pesquisando sobre um possível posto alemão instalado na costa do litoral paulista. Soldados munidos de binóculos passavam dia e noite espiando o mar do alto de uma pedra, que, por isso, recebeu o nome de “Pedra do Espia” e hoje é um dos principais atrativos do Sapucaitava. O mais curioso é que, mesmo não tendo sido confirmada a passagem do submarino por Itanhaém, em 1943, a embarcação alemã U-513, comandada por Friederich Gruggenberger, torpedeou, em Iguape, o navio brasileiro Tutóia, que transportava café de Paranaguá a Santos, com 37 tripulantes.

TRILHA DO MORRO DO PIRAGUYRA

Morro Piraguyra

Itanhaém

No local encontram-se formas diferenciadas da Mata Atlântica litorânea, pois o morro encontrar-se mais afastado da influência marítima, apresentando, em sua face Noroeste, uma exuberante vegetação típica.

A Municipalidade pretende a utilização do lago em questão para fins turísticos e educacionais visando a conscientização ecológica da população. O local é indicado para a realização de trilhas ecológicas, porém o grau de dificuldade é um pouco mais elevado do que a do Morro do Sapucaitava, pois possui locais escorredidos e uma mata intensa, exigindo atenção aos visitantes que podem se perder pelos vários caminhos da trilha.

Em um dos pontos mais altos, há o mirante, que possibilita uma bela visão do mangue e da Cidade. O Governo Municipal possui um projeto para estruturação da trilha, com corrimões e placas indicadivas, além da realização de obras no mirante, que atualmente, encontra-se de forma rustíca em meio a vegetação local.

Ainda ao pé do Morro, o visitante pode encontrar a sede da Ong Ecosurfi, que desenvolve um trabalho de reflorestamento e limpeza do local, e que também, auxilia o turista quanto a informações sobre a trilha e a vegetação.

Turismo Fluvial

Conhecida como Amazônia Paulista, devido o encontro das águas do Rio Preto, que tem como característica a cor escura de suas águas, com o Rio Branco, que possui águas cristalinas, que formam o Rio Itanhaém, a Cidade possui a segunda maior bacia hidrográfica do Estado de São Paulo, com mais de 2 mil Km de extensão, sendo que destes, 180 são navegáveis. O mesmo fenômeno que ocorre entre os rio Negro e Solimões, na Amazônia, no Norte do país, acontece aqui, contudo, elas não se misturam. Estes rios atraem visitantes de todo o Estado, que buscam um turismo alternativo, visto que oferece grande variedade de peixes, além de diversidade na fauna e flora. Pode-se conhecer o Rio Itanhaém através de embarcações que diariamente promovem passeios, tendo como ponto de partida o píer localizado na alameda Emídio de Souza, na Praia dos Sonhos, próximo ao Itanhaém Iate Clube. O serviço é prestado em dois horários, às 9h20 e às 15h20. O passeio custa R$ 25,00 para adultos e crianças pagam R$ 10,00 (por pessoa). O roteiro que começa no Rio Itanhaém, é realizado com no mínimo seis pessoas, tendo duas horas de duração, na qual os turistas percorrerão aproximadamente 4 km e meio, até o encontro dos rios Preto e Branco, passando pela Ilha do Rio Acima, tendo a travessia como ponto final o Country Club. O local conta com toda estrutura necessária para receber visitantes, que poderão desfrutar dos caiaques, pelo valor de R$ 5,00, o aluguel de 30 minutos, contando ainda com churrasqueiras, onde o cliente terá apenas que consumir as bebidas.

Mas para quem prefere conferir as especiarias, o Country também possui grandes variedades de porções, como a de cação e camarão. Tudo isso sem contar com as especialidades da casa como a Tainha na Telha e o Lambe-Lambe. Outra opção de parada é a Ilha do Rio Acima, popularmente conhecida por ‘Ilha do Maurício’, que proporciona ao visitante diversas opções de diversão como campo de futebol, praça de alimentação, e iguarias como porções de peixes, salgados e bebidas.

RIOS

Rio Itanhaém

O Rio Itanhaém, após receber as águas do Rio Preto pelo lado direito e as águas do Rio Branco pelo lado esquerdo, tem uma extensão aproximada de 7 Km até sua foz, na cidade.

Seus afluentes, a partir deste encontro até a foz, recebe os seguintes afluentes:

Rio Guapurá (lado esquerdo)
Ribeirão Cabuçú (lado direito)}
Rio Negro Morto (lado esquerdo)
Rio Volta Deixada (lado direito)
Rio Campininha (lado esquerdo)
Rio do Poço (lado esquerdo)

NAVEGABILIDADE DOS RIOS

Antigamente, todos os rios que formam a bacia hidrográfica de Itanhaém, eram navegáveis até suas cabeceiras. Hoje, devido a deposição de sedimentos, sua navegação está restrita para embarcação de médio porte e o restante com embarcações pequenas, ainda podendo-se atingir lugares remotos.

PESCA

No Rio Itanhaém ainda pode-se encontrar todas as espécies de água doce e até onde a água salgada atinge pode-se também encontrar espécies de água salgada.

Dentre as variedades mais freqüentes, podemos citar o Robalo (até 18 kg), Tainha, Parati, Caratinga, Bagre(cabeçudo até 12 kg), Pescada, Sargo, Mero e até pouco tempo atrás via-se a entrada de Botos (parente do Golfinho).

Rio Branco

O Rio Branco tem uma extensão aproximada de 30 km e com um desnível de 5 m até seu encontro com o Rio Preto, tendo suas nascentes na Serra do Mar, no vale do Rio Branco e correndo na parte inicial entre duas serras, como uma calha.

Esta particularidade torna-o motivo de precaução em dias de chuvas, pela velocidade de suas águas e atura de seu nível. Segundo os mais velhos da cidade, em 1920 chegou no local hoje chamado Santa Clélia, 200 japoneses imigrantes para a agricultura e numa noite de enchente muitos pereceram, motivando o deslocamento dos restantes para a cidade de Registro.

Em seu curso recebe os seguintes afluentes:

Rio Mambú (lado direito) hoje fonte alimentadora da região
Rio Indiaiauba (lado direito) (mesmo do Rio Preto)
Rio Moenda (lado Esquerdo)
Ribeirão Sitio Grande (lado direito)
Ribeirão Barra do valo (lado direito)
Ribeirão Caputo Mirim (lado esquerdo)
Ribeirão Montevidio (lado esquerdo)
Rio Acima (lado esquerdo)

Encontro com o Rio Preto.

Rio Preto

O Rio Preto tem uma extensão aproximada de 30 km e um desnível de 03 km até seu encontro com o Rio Branco. Situa-se do lado direito do Rio Itanhaém, recebendo este nome de Rio Preto, pela coloração de suas águas cujas origem são contravertidas.

Em seu curso lento e calmo pela baixa velocidade oriunda das inúmeras curvas e meandros, recebe os seguintes afluentes: (na ordem da nascente para a foz)

Rio Caepupú (lado esquerdo)
Ribeirão do Bananal (lado direito)
Rio Itariri (lado esquerdo)
Córrego Coatinga (lado esquerdo)
Córrego da Palha ( lado esquerdo)
Rio Taquarú (lado esquerdo)
Rio Cutium ou Rio Petium (lado direito)
Lagoa da Boacica (lado direito)
Rio das Cantareiras (lado direito)
Rio Tambotica ( lado esquerdo)
Rio Indiaimba (lado esquerdo)

Encontro com o Rio Branco.

Turismo Histórico

Convento Nossa Senhora da Conceição

Preservação de um Patrimônia Histórico.

Construção em estilo colonial do século XVI é um dos mais siginificativo conjunto arquitetônico da cidade de Itanhaém. Localizado no alto do morro Itaguaçu simboliza um registro vivo de um período da história do País. Um marco, um dos bens mais representativos da memória da América. O Convento possui objetos de arte sacra, como os Santos de Pau-ôco, azulejo português entre outros.

No início de seu povoamento, em 1532, seus primeiros habitantes edificaram no alto deste monte, uma pequena ermida de “barro” tendo sua padroeira tida como milagrosa e venerada, desde cedo, pelos romeiros que para lá afluíam vindos de vários pontos da Capitania.

O monte onde nascera o povoado, embora um pouco elevado e de pequena dimensão, está de tal sorte situado que nos permite perceber a escolha de um sítio de certo modo privilegiado, pois dele pode-se tanto avistar com facilidade qualquer ameaça vinda por mar, como servir de abrigo a seus moradores para uma razoável defesa deste que era, inicialmente, um dos pontos mais afastados da colonização portuguesa na América. “Junto à vila de Itanhaém, ergue-se um monte de regular altura, em que está edificado o Santuário de Nossa Senhora da Conceição.

Na época em que se erguia a ermida, talvez tivesse sido ali levantada para receber a imagem de Nossa Senhora. Serviu longos anos de matriz e por isso existia a seu lado uma casa para o vigário, assim continuando até 1639, quando se iniciou a construção do novo templo paroquial, com o título de Sant’ana, para o qual passou desde logo a pia batismal.”

A ermida de Conceição sofreu obras em 1639, sem podermos especificar em que consistiam, e no dia 16 de janeiro desse ano chegou a Santos o Custódio dos Franciscanos para encaminhar a fundação do Convento, sendo procurado pelos habitantes de Itanhaém. Nessa época, a paróquia já funcionava na parte de baixo da cidade. A fundação foi confirmada por Alvará de 23 de fevereiro de 1654. Nas visitas que Frei Miguel fazia aos Conventos do Sul da Província, tomou a decisão de empreender uma nova construção. O cimo do morro não é muito. Faz-se nele a igreja com o frontispício para nordeste.

Colocaram-se na igreja três altares, todos eles de talha. Um dos altares laterais é de São Francisco, cuja imagem de barro queimado tem a cabeça desproporcionadamente grande e outro tem a imagem de Santo Antônio, da mesma matéria e de sofrível execução.

Os retábulos dos alteares laterais, outrora dourados, estão hoje sobrepintados. Como especialidade, pois não há em nenhuma outra igreja antiga, franciscana, nota-se o frontispício do acro cruzeiro, todo forrado com azulejos e com a imagem da Conceição no centro. A qualidade dos azulejos, com seus arabescos pintados à-mão, demonstra bem sua antigüidade. A pequena casa, feita de barro, construída ou apenas adaptada, com quatro ou cinco celas, conservou-se sem modificação durante 45 anos.

O Convento foi construído não quadrangular, mas com dois lances apenas e isto por causa da rampa de acesso. O principal lanço acompanha a igreja e a sacristia, lado da Epístola, em toda a sua extensão; tem portanto, 34 metros de comprimento. O seu pavimento térreo, que é apenas uma varanda, fica todo abaixo do nível do piso da igreja, na encosta do morro. A parede de fora descansa sobre sete arcos com singelos capitéis, correspondendo tudo a uma quadra dos claustros nos outros Conventos.

Os dois pavimentos superiores, dos quais o de baixo está ao nível do piso da igreja divididos em celas, eram os dormitórios principais. Ao lado direito do lanço descrito, fazendo face com a frente da igreja, fica anexo outro edifício com pavimento térreo e um só superior. Este está ao nível do piso do primeiro andar do lanço principal, com o qual comunica por meio de um arco.

Aquele corresponde à varanda do lanço principal e nele estava instalado o refeitório e cozinha. Em cima havia celas e sala e existem vestígios de um oratório na parede. O seu pavimento térreo, em parte cavado dentro do morro, está ao nível dos outros e nele funcionava o capítulo conventual. O primeiro andar, que de fora parece o térreo, é acessível do adro da igreja: era a portaria. No segundo andar havia uma sala, talvez biblioteca.

Com a extinção da Capitania de Itanhaém, que passou de novo para a Capitania de São Vicente, e com o êxodo da maior parte dos seus habitantes para o interior, atraídos pela fama das descobertas de minas de ouro e de pedras preciosas, os frades existentes também sentiram a decadência, escassez da renda do Convento, que os levou a irem, por sua vez, saindo para outros lugares onde pudessem ser melhor amparados.

O esforço da construção da igreja e convento pela Ordem dos Franciscanos em Itanhaém, não correspondia, todavia, à situação vivida por seus habitantes, decadente e empobrecida, sustentada por atividades meramente de subsistência. O que levou a alguns que a considerassem, já naquela época, obra “mal empregada em tal terra”. Tal situação só tende a agravar-se dessa época em diante. Além da pobreza da terra, não tinham os frades, terras além do monte e parte dos terrenos adjacentes. Em conseqüência, o convento sempre manteve ali reduzido número de religiosos. Dada a situação silenciosa e solitária do Convento, julgou-se, em 1729, que era ele apropriado para ser casa de noviciado e, como tal, chegou a funcionar por dezesseis anos.

O número total de noviços desde 1729 a 1744, foi de 10 clérigos todos brasileiros e de um Irmão Leigo português. Determinou o Definitório da Ordem, no Rio de Janeiro, que a partir de então, somente o convento de Macau, no Rio de Janeiro, receberia noviços, visto que não convinha sobrecarregar uma casa que sempre vivia em muito modestas condições. A situação do Convento de Itanhaém se agrava ainda mais desde as últimas décadas do século XVIII, como de resto para todas as demais ordens religiosas estabelecidas no Brasil.

São inúmeras as queixas e relatos de perseguições submetidas todas as “Religiões” na época de Pombal. Segue-se-lhes, após a Independência, um período ainda mais difícil, com a decisão do Império de proibir a formação de novos religiosos e impedir o ingresso do estrangeiro. As ordens religiosas apenas, e muito precariamente, sobrevivem. A Província Franciscana, no dizer de Frei Basílio Rower, agoniza e morre. A restauração só viria a ocorrer com a República, em 1901. Em 1832, tem-se notícias das dificuldades enfrentadas pela população para conservação do Convento, tendo um guardião para administrar os serviços internos e externos da comunidade que mantinha exclusivamente de esmolas arrecadadas, mensalmente, do povo em geral que constituía não só em dinheiro como de gêneros alimentícios, até gado bovino e escravos eram dados ao Convento.

Em 22 de março de 1833, um incêndio destruiu grande parte do Convento. Um frei solitário, frei Santa Perpétua, que além das obrigações sacerdotais, exercia o cargo de professor particular ( não havia escola pública nessa época), lecionando do meio dia em diante, tanto a menores como a adultos, percebendo uma gratificação mensal pago pelos pais dos alunos. Isto porém, não podia satisfazer a vida atribulada do frade que, idoso e doentio, julgava-se desprezado ou esquecido pelos seus superiores, e portanto, condenado a morrer naquele soturno Mosteiro, antes cheio de vida.

Costumava o frade, nos sábados, depois da aula, mandar os alunos adultos das seis às sete horas da noite, afugentar os morcegos e suindaras que infestavam a sala do trono e a capela-mor, utilizando eles de varas, talos verdes e folhas de bananeira e ramos. Seguindo os costumes, o frade mandou os alunos procederem a faxina, dando caça aos morcegos, porém, desta vez usou propositadamente ou não, de outro imprudente processo: durante a aula, ele havia mandado, pelos escravos, fazer diversos “archotes” com folhas secas de bananeiras, amarradas nas varas e assim acesos, os alunos, inconscientemente, atalavam os lugares escuros, desde a sala do trono até a capela-mor, onde se ocultavam os intrusos animais. É preciso notar que o madeirame empregado nas construções dos forros, trono e assoalhos, há mais de um século se achavam ressecadas e carcomidas pelo cupim, com frestas, podridões e outras falhas onde o fogo dos archotes ou tochas, encontrassem combustíveis para propagar-se.

Depois de terminada a “caçada”, os escravos procederam a limpeza habitual, porém não a fizeram com a exigida atenção, nos pontos referidos e isso, com a imprudência do autor, foi a origem da catástrofe que destruiu o primeiro templo construído no Brasil sob a invocação da Virgem da Conceição. Eram pouco mais de dez horas da noite, já tinha batido o sino da Matriz o toque de silêncio, quando as pessoas foram surpreendidas com o fogo no alto do morro. Assim, transportaram para a Igreja Matriz de Sant’ana os paramentos, imagens, etc.

Durante esse tempo, entre as críticas feitas pela população aos franciscanos, encontra-se a de “que parecem empenhados à porfia para sua aniquilação, um vendendo os melhores utensílios, outros consumindo as ricas jóias que serviam de ornatos à Imagem de Nossa Senhora da Conceição, nenhum cuidado dos reparos do edifício, e todos não fazendo residência”. Assim, é pedido o confisco dos bens, inclusive do edifício, temendo-se que grande parte dos bens tenham sido escondidos por Frei João de S.Aleixo. Seguem-se-lhes outros religiosos até o ano de 1844, todos com recomendações de reconstruir o Convento, porém nada conseguiram realizar. A partir de então, configura-se, em definitivo, o seu abandono.

Diz um documento datado de 1 de abril de 1855 que o conjunto das edificações franciscanas “no estado atual nada serve, salvo o corpo da Igreja, que sendo obra ainda nova, mas bastante arruinada, serve como de Cemitério à pobreza do Município”. Embora assim se dando, os enterramentos no Corpo da Igreja não se confundiam com outros mais antigos, de religiosos franciscanos.

O estado de abandono parece ter perdurado até cerca de 1865, quando consta que edifícios retornaram às mãos da Irmandade Nossa Senhora da Conceição, recém constituída (1860), tendo então com a ajuda do povo e contribuições que vieram de São Paulo, restaurado a igreja (mas somente a igreja) e recolocado as imagens, que haviam sido transladadas para a Matriz de Sant’ana, nos seus respectivos altares, obras essas que teriam motivado a retomada de entendimentos entre vigário e Irmandade com os franciscanos, no sentido de restituir-lhes o Convento, caso voltasse. Tendo ou não sido, nessa ocasião, restituída à Ordem Franciscana, o certo é que foi com o seu consentimento que o Arcebispo de São Paulo recebeu a posse do Convento em 1916.Em 1921, Washington Luís, amante da história do Brasil e Presidente do Estado de São Paulo, resolveu proceder uma restauração parcial, renovando o madeiramento do telhado e o assoalho.Com a criação da Diocese de Santos, passa o Convento para essa jurisdição.

Exatamente nesta ocasião, ou talvez em momento pouco anterior a esta intervenção, Mário de Andrade realiza uma viagem a Itanhaém e irrita-se ao deparar a cidade com muitos banhistas em gozo de férias. No tempo do Superior Frei Venâncio foram achadas diversas imagens pertencentes ao Convento. Soube-se que um dos vigários tinha enterrado há muito tempo diversas imagens do Convento, logo atrás da Igreja Matriz de Sant’Anna. A busca teve êxito e quatro dessas imagens ainda são conservadas no Convento. Já em 1948 grande parte do telhado e do forro ruiu por um raio, destruindo completamente a torre.

O monumento histórico, a partir de 1952, foi objeto de restauração, executada então pelo órgão de preservação federal, tendo-se porém optado por conservar parte dos edifícios conventuais arruinados, exatamente aquela que Frei Rodrigo dos Anjos tentou realizar em 1733. Existiam (como existem ainda hoje), dificuldades muito sérias a vencer no sentido de se chegar a uma definição quanto à reconstituição dessas ruínas, já tornadas – elas próprias – históricas.

A partir do fado do monumento ter sido parcialmente incendiado e ficado abandonado por longo período, e de certo modo submetido a dilapidações, tenham sido elas ou não autorizadas ou provenientes de novos arruinamentos do acaso, também sofreu possivelmente duas intervenções (1865 e 1921), das quais somente a última tem-se como certa. As obras de restauração iniciadas em 1952, previam também a reconstituição da ala conventual (ruínas da residência), incendiada no início do século XIX, conforme pode-se verificar dos estudos então efetuados. Dessa época até os dias de hoje, exigiu de tempos a tempos, obras de conservação.

Antiga Casa de Câmara e Cadeia

Durante a suposta data de fundação da cidade, já estava ereta, apenas a parte inferior onde funcionava apenas a Cadeia. Em 1561, sofreu sua primeira reforma, quando a parte superior foi ali construída, dentro da paliçada que circundava a então Vila.

A cadeia que ainda hoje existe é um sobrado, a qual foi construída sobre as ruínas da primitiva em 1829. Por economia, ou talvez por amor às tradições, aproveitou-se as paredes então existentes da velha Cadeia – que já tornara-se também Casa da Câmara; e é por tal motivo que vemos hoje esse edifício, em desalinho completo com as outras ruas e com o pátio da Matriz de Sant’Ana, do qual ela ocupava outrora, o centro.

Na direção da antiga rua São Francisco, descendo as escadas do Convento, encontrava-se esta Casa de Câmara. No centro da rua, entre a Casa da Câmara e a Ladeira, erguia-se o Pelourinho. Entretanto, esse defeito, é, ao ver de Benedito Calixto em seu livro “A Villa de Itanhaém”, não um defeito, mas um efeito do amor que o povo tem a essas coisas antigas.

Se não existisse a tortuosidade da cadeia e da antiga Rua São Francisco, Benedito Calixto não teria um documento vivo que pudesse confirmar a existência e posição verdadeira, não só da antiga ermida de Nossa Senhora da Conceição, como da sua ladeira primitiva, bem como a igreja de Santa Luzia, destruída já no século XVII, situava-se onde hoje encontramos a rua João Mariano. Reformado em 1829 para abrigar a Casa de Câmara, o prédio possui um andar térreo onde funcionava a Cadeia, e no andar superior a Câmara Municipal.

Suas paredes (da primeira construção e reforma) medem 60 centímetros de espessura. Possui uma parte que, com a reforma, foi agregada na sua parte frontal.

Está em desalinho com o restante do Centro Histórico, pois a rua à qual tinha dirigida sua parte frontal levava até a Igreja Santa Luzia (que já em 1614 já não mais existia).

Supõe-se que sua construção date da época em que Itanhaém foi elevada à categoria de Vila, em 1561, pois só adquiriria tal status se houvessem no local tais construções. e mais tarde, ganhou o status de Cabeça de Capitania, pois os prédios obrigatórios que para isso se desse deveriam ser a Igreja, o Pelourinho e a Cadeia, época em que a Vila recebe os moradores da Aldeia do Abarebebê, também muitos moradores da Vila de São Vicente, refugiados dos ataques dos índios Tamoios, bem como muitos imigrantes, atraídos pela fama da descoberta de ouro na Capitania de Itanhaém.

Igreja Matriz de Sant´Anna

No início do povoamento em Conceição de Itanhaém, 1532, seus habitantes edificaram no alto do morro de Itaguaçu, onde está hoje o Convento, uma pequena ermida de “barro” (como se referiam na época das edificações construídas à base de taipa de pilão), dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Nela assistiram os padres jesuítas, tendo se destacado a atuação de Leonardo Nunes na doutrinação e apaziguamento dos nativos e colonos, bem como José de Anchieta e o Padre Manoel da Nóbrega.

Serviu esta ermida de Matriz até 1639, momento em que deu-se início à edificação de nova matriz, também de barro, dedicada então a Sant’ana. Foi a nova Matriz, porém, edificada abaixo do outeiro em terreno onde estendera-se o povoado (indicação de que o período de insegurança da conquista propriamente dita, sucedera o de assentamento da povoação já assegurado um domínio mais pleno da região).

Não se sabe exatamente quando se deu início à construção da nova Matriz, podendo porém corresponder ao período em que Itanhaém tornou-se cabeça de Capitania (1642 a 1679). O que é certo é que a Igreja estava efetivamente em obras no segundo decênio do século XVIII, momento em que recebe da Fazenda Real, por três anos, “cem mil réis cada ano, para a obra da capela-mor da Igreja da Vila de Conceição”.

As igrejas matrizes mereciam por parte do rei de Portugal, como chefe da Igreja Católica no Império Luso, atenção especial, cabendo-lhe assistir o povo nas suas edificações.A Matriz de Itanhaém, no terceiro quartel do século XVIII, pouco antes e durante o governo de Morgado de Mateus, passou por profundas reformas.

A obra, apesar do auxílio metropolitano, é todavia, realizada com esforço e as possibilidades limitadas da população que, segundo um documento da época, “a puseram nos termos que a possibilidade braçal podia chegar”. Não se concluíra ainda a obra, e se encontrava ameaçada de ruir, visto que “todo madeiramento da capela-mor e o da Torre está podre dos tempos por não estar coberto e falta dinheiro para pagar pedreiros, e desta sorte, as paredes padecem ruínas não obstante serem de pedra e cal (1769)”.

Apesar das dificuldades enfrentadas, tudo indica que se conseguiu concluir a obra pretendida, obtendo então a igreja a configuração que até hoje possui.

Indicações visíveis em suas paredes laterais e outras verificadas na obra encetada pelo órgão de preservação, permite-nos supor, nesta época, que a Matriz sofreu alteamento em todo o corpo do edifício, inclusive do frontão da fachada, mantendo este porém, a configuração anterior. Antes de finalizar o século XVIII, todavia a igreja ainda está em obras, necessitando novamente do concurso do povo, o qual é, em 1799, pelo reverendo pároco, dividido em “esquadras para consertar-se a igreja”.

Durante o século seguinte, época em que declinam sobremaneira as atividades econômicas da região, com a descoberta do ouro na região das Gerais, conhecendo todas as vilas do litoral sul paulista em profunda decadência, o abandono e a falta de recursos constituíram fatores constantes de ameaça ao seu patrimônio público. A Matriz de Itanhaém, junto com a igreja e o Convento franciscano, não escapam a essa situação geral.

Os “camaristas” de Itanhaém reclamam do esquecimento de que é vítima a cidade e, vez ou outra, obtém pequenos auxílios que permitem, como ocorreu nos anos 70 do século passado, realizar consertos mais urgentes na igreja.

Esta situação não se modifica até os primeiros decênios do século XX. No ano de 1920 deflagra-se em São Paulo – repercutindo depois em outros pontos do país – campanha em prol da preservação de nosso patrimônio histórico. Vários intelectuais e autoridades dela participam. As igrejas de Itanhaém são objetos de interesse dessa campanha. Anos mais tarde (1942), já criado o órgão federal de preservação do patrimônio histórico e artístico (SPHAN), são elas reconhecidas como monumentos nacionais.

A Matriz de Itanhaém possui nos seus altares exemplares importantes do remanescente da arte sacra paulista. A integridade dos altares ficou ameaçada, de um lado, pelo ataque intenso de cupins que ameaçava sua estabilidade. Por outro lado, sucessivas iniciativas de conservação comprometeram as talhas, na sua forma e coloração originais.

Foram adotados, em 1992, alguns procedimentos como: imunização integral dos altares que previna contra novos ataques, prospeção para avaliação da resistência mecânica dos suportes e para identificação dos vários tratamentos dados anteriormente aos altares. Descobriu-se assim, indícios de douração e policromia.

Igreja Nossa Senhora do Sion

A Igreja Nossa Senhora do Sion foi construída em estilo romano, é uma das únicas de todo o litoral Paulista nesse estilo, com um belo interior da Nave Central cujo teto é decorado com a imagem de Nossa Senhora e o altar ornado com uma bela imagem antiga. Ela compõe um quadro harmonioso com a praça do centro de Suarão que foi recentemente remodelado.

A igreja foi construída por Joaquim Branco, um empreendedor e visionário, que após visitar a cidade em 1917, se entusiasmou e junto com o Prefeito da época, Antônio Mendes da Silva Jr., realizaram um projeto urbanístico, uniformizando o traçado da cidade, logo após à construção da igreja. A área onde ela foi construída é do Círculo Social do Ipiranga, juntamente com a área da praça.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Localizada entre as praias do Sonho e Praia do Cibratel, atrás do costão rochoso do morro do Paranambuco. A gruta Nossa Senhora de Lourdes é totalmente artificial, feita com um material parecido com fibra de vidro.

Este monumento foi construído na década de 60 em dedicação a Nossa Senhora de Lourdes devido a uma promessa que uma antiga moradora chamada Bernadete de Soubirous alcançou. Logo após o pedido ser realizado, esta mesma senhora pediu permissão a uma amiga, dona do terreno onde a gruta foi construída e cumpriu sua promessa a N.Sª. de Lourdes.

Você sabia que todo dia 11 de fevereiro é comemorado o aniversario de N.Sª. de Lourdes e por isso, nesta data, em Lourdes na França na gruta onde a santa apareceu pela primeira vez é realizada uma grande missa em sua homenagem.

Portanto nesta mesma data é realizada uma missa com participação de fiéis e devotos à santa. Fato bem parecido com N.Sª. Aparecida, que todo dia 12 de outubro é comemorado seu aniversário, onde são realizadas grandes missas em todo país, dando destaque para que é realizada em Aparecida do Norte, no Santuário Nacional de Aparecida.

Cama de Anchieta

Padre José de Anchieta pode se tornar Santo.

Reconhecida por inúmeros milagres realizados não só no Brasil, mas também em outros países, a figura do Padre José de Anchieta é enaltecida por conceder graças a milhares de fiéis espalhados pelo mundo.

Turismo Náutico

Ilhas Oceânicas

Por possuir águas transparentes e azuis em todas as estações do ano, principalmente nas Ilhas da Queimada Pequena e da Queimada Grande, Itanhaém é considerada o sétimo melhor local para a prática deste esporte no Brasil, e uma das melhores do Litoral da região Sudeste, em mergulho de observação, na qual são proibidas a pesca e a caça submarina, bem como o desembarque nas ilhas, visto que são Parques Estaduais.

A empresa Feitiço Baiano promove mergulhos em diversos lugares, como o Parcel Dom Pedro e Dos Reis, Da Conceição, Noite Escura e da Una, além de naufrágios. O preço varia de acordo com o lugar escolhido, sendo necessário agendamento de um dia de antecedência, com no mínimo 12 pessoas para cada passeio, tendo 12 horas de duração cada.

A Queimada Grande, por exemplo, oferece várias concentrações para mergulho, com profundidades que variam de 8 a 35 metros. Existem em suas águas, dois naufrágios, Rio Negro e Tocantins, que integram bastante vida, podendo inclusive observar as caldeiras, as máquinas, eixo, proa em ótimas condições, casario de popa, hélice, partes do leme e correntes com duas enormes âncoras.

No mesmo ponto da ilha pode-se encontrar “saco das bananas”, um local muito admirado para os mergulhos noturnos devido a suas boas condições de abrigo e menores profundidades, onde se encontram interessantes formações rochosas que protegem muita vida nas suas reentrâncias.

Queimada Pequena

Distância da Costa: 22km
Profundidade média ao redor: 11m.
Rumo Magnético: 195º
Coordenadas: 24º 22″ 30′ e 046° 49″ 0′

PESCA PROIBIDA EM UM RAIO DE 1000M

Possui formações rochosas cortadas ao meio por um canal de cerca de dez metros de largura por vinte metros de profundidade. Encontra-se grande variedade de peixes, muito coloridos.

A Ilha Queimada Pequena é a ilha marítima mais próxima da costa litorânea em Itanhaém. Trata-se de uma ilha de pequeno porte, distante da costa continental 22km, onde pode-se visitar a nível de visitação e mergulhos de apreciação. Pode ser alcançada de barco comum tendo em média um tempo de uma hora e quarenta minutos de lanchas.

Pode ser alcançada de barco comum tendo em média um tempo de uma hora e quarenta minutos de lanchas. Trata-se de formações rochosas cortadas ao meio por um canal de cerca de vinte metros. Encontra-se grande variedade de peixes, muito coloridos. Durante o trajeto de acesso à ilha, golfinhos e peixes-voadores oferecem espetáculo à parte.

O platô que a compõe é formado unicamente por rochas, em uma parte, a menor, que é plana e a outra parte, a maior, íngreme e com vegetação natural que nasce entre os rochedos, típicas, da família dos ananás, babosa, etc. Do lado do rochedo íngreme, ao nascente, encontram-se grande quantidade de gaivotas que ali vivem e chocam seus ovos. O cume desta parte da ilha é totalmente encoberto por vegetação, sendo impossível o acesso pelo nascente.

No platô plano, cujo nome é Laje da Noite Escura, não há quaisquer tipos de vegetações ou coberturas. É a parte em que mais se encontra ouriços do mar, oferecendo grande perigo para quem ali acessa. Na parte do nascente encontra-se grande quantidade de mariscos de ótimo tamanho, que crescem muito devido à dificuldade de acesso de predadores ou “catadores” de mariscos.

Durante o trajeto de acesso à ilha, golfinhos e peixes-voadores oferecem espetáculo à parte.O platô que a compõe é formado unicamente por rochas, em uma parte, a menor, que é plana chamada da Laje da Noite Escura e a outra parte, a maior, que é a própria Ilha Queimada Pequena, íngreme e com vegetação natural que nasce entre os rochedos.

Queimada Grande

Está localizada a 35km da costa continental de Itanhaém, nas coordenadas 24° 29″e 45′ e 046° 40″e 30′, visível a 33N.M. (61km), Rumo Magnético 180° em 1997, tendo as dimensões de 1500 x 500m². A placa que existia na Ilha Queimada Grande alertando para as cobras venenosas, desapareceu.

Foi arrancada pelo tempo. Mas para os pescadores da região o aviso era desnecessário. Todos sabem que a ilha não é um lugar receptivo e jamais desembarcam lá. São esses homens do mar os responsáveis pelo nome da ilha.

Cientes do risco que corriam ao desembarcar em terra firme, eles ateavam fogo na mata costeira para afugentar as serpentes. A técnica deu origem à denominação Queimada Grande, mas foi incapaz de ameaçar o reinado da Jararaca-Ilhoa.

O desembarque na Ilha Queimada Grande é proibido. Não há extensão de praia devido à pouca presença de areia ao redor da ilha. Possui duas elevações: a primeira mais plana onde se localiza um pequeno farol e a segunda constituída por uma elevação de 206 metros.

Não há praias nem enseadas que possam facilitar o desembarque, que é feito nas plataformas rochosas, de grande quantidade de limo, o que torna ainda mais difícil. Tem uma superfície de 430.000 m², com uma topografia irregular.

Sua vegetação é composta por árvores altas, formando maciço bosque. Em seus rochedos formam-se grutas. Jamais uma reserva de Mata Atlântica teve protetores tão temidos quanto a Ilha Queimada Grande, que dista 36 km. da costa continental de Itanhaém. Lá não existe posto da Polícia Florestal, nem um plantão permanente de bravos ecologistas.

Mas poucos se atreveriam a disputar o território com as 15 000 cobras – no mínimo – que povoam a ilha, quase todas serpentes da espécie Bothrops insularis , mais conhecida como jararacas ilhoas. São parentes das jararacas continentais, só que donas de um veneno de 12 a 20 vezes mais forte. A ilha é um paraíso com excesso de serpentes.

O desenvolvimento dessa espécie se deu por causa do isolamento geográfico a que foi submetida desde a época da glaciação da Terra, há uns 10 000 anos. Quando as águas do degelo cobriram grandes extensões de terra, formaram-se várias ilhas, como essa. A maioria dos animais migrou para o continente. Os demais, impossibilitados de nadar, ficaram confinados, sobreviveram apenas aqueles que puderam se adaptar às condições da ilha.

Presa numa ilha rochosa onde o alimento se resume a aves, a jararaca passou a subir em árvores, o que não é natural para as espécies do continente. Seu veneno tornou-se mais potente para garantir a morte imediata da presa que, se demorasse para morrer, poderia acabar no mar.

A cor da pele da cobra tornou-se menos vistosa: ocre uniforme, que varia até um marrom claro, chamando pouca atenção.

Povoadas de uma infinidade de animais marinhos (barracudas, peixes-frade, peixes-voadores, arraias, tartarugas),as águas do entorno da Ilha têm ótima visibilidade e uma atração extra: o naufrágio do Tocantins, um cargueiro de 110 metros de comprimento que se encontra quase na vertical. Há também o navio mercante Rio Negro, já aos destroços, um pouco afastado do local onde se encontra o Tocantins.

Não é à toa que ninguém mais mora lá desde 1918, quando a marinha automatizou o farol da ilha. Até então, apesar da inexistência de água potável (os animais bebem apenas a água da chuva), havia sempre um faroleiro com sua família na Queimada Grande.

Mas os sucessivos relatos de acidentes fatais com cobras inviabilizaram o farol manual e chamaram a atenção dos biólogos do Instituto Butantã, que intensificaram as viagens à ilha a partir de 1984, tendo a primeira pesquisa científica neste viveiro natural para o estudo desse estranho fenômeno biológico, se deu em 1914, mas somente em 1920 foi possível um estudo mais detalhado da espécie por Afrânio do Amaral, do Instituto Butantã.

Distância da costa: 35km
Profundidade média:
 14m
Tipo de fundo: Pedras e areia a partir de 14m e destroços metálicos de navio
Temperatura média (superfície) de 18° a 28°C
Visibilidade: até 20m
Melhor época para mergulho: de novembro a julho
Ventos predominantes: Este/Sudeste

AVISO AOS NAVEGANTES

Os biólogos do Instituto Butatã, em São Paulo, são as únicas pessoas que desembarcam com freqüência na Ilha Queimada Grande. Os moradores da região sabem o motivo: o local é infestado de cobras. Até mesmo o farol de balizamento marítimo passou a ser operado por equipamentos, em 1918, quando os encarregados de manutenção tiveram de deixar a ilha por terem sido atacados pelas serpentes.

Duas espécies de jararacas habitam o local: a Ilhoa e a Dormideira. A primeira delas nunca foi encontrada em nenhum outro lugar no mundo. Sua população estimada, é de 20 mil a 25 mil unidades. De coloração clara, a jararaca-ilhoa atinge até dois metros de comprimento e é a única espécie do Brasil que vive em árvores. Sua picada pode matar uma pessoa em apenas seis horas e seu veneno é de 15 a 20 vezes mais letal do que a da jararaca-dormideira.

Ilhas das Cabras

Prolongamento continental situado entre a Praia dos Pescadores e Praia dos Sonhos, formado por rochas em toda a sua volta, com vegetação no topo do morro que media entre topo e sopé, vegetação formada por flora natural da região, adaptada ao crescimento entre rochas.

Pequena ilha, cujo acesso é possível quando das marés baixas, onde se nota o prolongamento continental. Quando das altas marés, o acesso tem de ser feito por águas do mar, a pé, observando o horário de pico, quando se torna impossível a passagem devido a impetuosidade das ondas no local.

Trata-se de um local onde a calma e pouca presença das pessoas permitem ao bucólico local, ser procurado pelas manhãs e tardes, bem como é possível fotografar belas vistas da ilha para o continente.

No platô plano, cujo nome é Laje da Noite Escura, não há quaisquer tipos de vegetações ou coberturas. É a parte em que mais se encontra ouriços do mar, oferecendo grande perigo para quem ali acessa. Na parte do nascente encontra-se grande quantidade de mariscos de ótimo tamanho, que crescem muito devido à dificuldade de acesso de predadores ou “catadores” de mariscos.

Durante o trajeto de acesso à ilha, golfinhos e peixes-voadores oferecem espetáculo à parte.O platô que a compõe é formado unicamente por rochas, em uma parte, a menor, que é plana chamada da Laje da Noite Escura e a outra parte, a maior, que é a própria Ilha Queimada Pequena, íngreme e com vegetação natural que nasce entre os rochedos.

Laje da Conceição

Localização: 24º18’00”S / 046º40’00”W
Distância: 18 Km de Itanhaém
Rumo Magnético: 135º de Itanhaém

Pequena ilha de formação rochosa, possui um farol de balizamento marítimo e seu acesso é difícil. As águas ao redor também são limpas e de grande profundidade. Em todas as ilhas estão proibidos o desembarque, para a preservação dos faróis, fauna e flora.

ILHAS FLUVIAIS

Apenas duas ilhas fluviais de nossa bacia hidrográfica apresentam-se em destaque, cujas particularidades são interessantes:

Partindo-se da Foz do Rio Itanhaém para o interior, encontramos a primeira ilha cujo nome originou-se de sua própria formação, ou seja, através dos anos pela deposição de sedimentos carreados ao longo de seu curso e pela baixa velocidade de sua corrente, estes sedimentos vão sendo depositados em suas curvas e diminuindo ainda mais a velocidade de sua corrente e conseqüentemente a água procura outro caminho mais fácil em seu curso para o oceano, abandonando aquela curva à qual vai tornar-se uma ilha. Esta primeira ilha chama-se Ilha de Volta Deixada, formada pelo Rio Curitiba ou Rio da Volta Deixada.

A segunda ilha fluvial é a Ilha do Bairro do Rio Acima. Sua particularidade é que existem mapas da Bacia Hidrográfica de Itanhaém onde não aparece como uma ilha e não à regionalização! uma ponta do continente, originário de uma curva de rio. Acredita-se que ocorreu o mesmo com o Vale do Ribeira de Iguape, onde para diminuir a navegação, ligaram as curvas mais próximas, tornando-o uma ilha.

Fonte: itanhaem.sp.gov.br

Itanhaém

FOTOS

Itanhaém
Praia do Sonho- (data provável-1925)

Itanhaém
Rio Itanhaém- (data provável-1925)

Itanhaém
Vista da Praça (data provável – 1920)

Itanhaém
Praia do Centro

Itanhaém
Convento N. Sra. da Conceição

Itanhaém
Praia dos Pescadores

Itanhaém
Praia dos Pescadores

Itanhaém
Praia do Sonho e vista da Ilha das Cabras

Itanhaém
Ilha das Cabras

Itanhaém
Igreja Matriz de Sant’Anna

Itanhaém
Casa da Câmara e Cadeia

Itanhaém
Casa da Câmara e Cadeia

Itanhaém
Praia do Tombo ou Boca da Barra em Itanhaém

Itanhaém
Praia da Saudade – Itanhaém – SP

Itanhaém
Rio itanhaém

Itanhaém
Itanhaém

Itanhaém
Orla da Praia(vista aerea)

Itanhaém
Ponte do Rio Itanhaem

Itanhaém
Praia de Itanhaem

Itanhaém
Praia de Itanhaem

Itanhaém
Laje da Conceição

Itanhaém
Ilhas das Cabras

Itanhaém
Ilha da Queimada Grande

Itanhaém
Ilha da Queimada Pequena

Itanhaém
Igreja Matriz de Sant´Anna

Itanhaém
Morro Sapucaitava

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