Ilha Grande

Ilha Grande e sua história:

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Antes de sua descoberta em 1502, por um navegador chamado André Gonçalves, a Ilha Grande foi habitada por índios tupinambás. Logo após sua descoberta deu-se início a colonização de uma mistura de povos, incluindo índios de outras tribos, portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, ingleses.

A agricultura avançou através do cultivo da cana-de-açúcar, café, banana, sendo muito tempo depois substituído pela pesca. Até a abolição da escravatura em 1888, ali foi palco de um intenso movimento de tráfico ilegal de escravo.

Também serviu de palco para a visita de D. Pedro II no século XIX, que se interessou e tomou posse da Fazenda do Holandês, onde construiu ali um Lazareto (uma espécie de centro de quarentena para enfermos vindos de embarcações com surto de cólera e outros tipos de enfermidade graves). A água que chegava ali, vinha do córrego do Abraão pelo aqueduto também construído na mesma época.

Antes da construção da Colônia Correcional de Dois Rios em 1903, o Lazareto que foi desativado, passou a ser presídio político, ficando em funcionamento até o início da década de 30, migrando logo depois para o que foi construído na Vila de Dois Rios, onde abrigou muitos presos famosos como o famoso escritor Graciliano Ramos que escreveu a obra ‘Memórias de um Cárcere’, Madame Satã (João Francisco dos Santos), Escadinha (José Carlos Encina), Gabeira (Fernando Paulo NagleGabeira), o revolucionário Luiz Carlos Prestes entre outros.

Após a desativação do complexo penitenciário Cândido Mendes a Ilha Grande sofreu muitas mudanças, uma delas foi seu meio ambiente natural.

Ilha Grande está localizada no 3° Distrito do Município de Angra dos Reis, é dotada de um clima tropical úmido e quente, são 193 Km² com mais de 100 praias de águas claras misturadas com pedras, coberta de Mata Atlântica com um relevo montanhoso, pequenos rios e cachoeiras.

Foi tombada pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) em 09 de novembro de 1987.

LOCALIZAÇÃO

Situada na Costa Verde do Rio de Janeiro, a Ilha Grande é a maior ilha do estado e uma das mais belas paisagens naturais do Brasil, com mais de cem praias, enseadas de águas calmas e uma grande extensão de Mata Atlântica.

Conhecido desde o séc. XVI, este lugar foi palco privilegiado da história brasileira. Índios, portugueses colonizadores, piratas, escravos, prisioneiros famosos e até D. Pedro II, todos já passaram pela ilha.

Fonte: famanet.br

Ilha Grande

Os índios Tamoios foram os primeiros habitantes da Ilha Grande. Eram grandes flecheiros, destros caçadores, pescadores de linha e mergulhadores. Viviam de modo diferente dos outros indígenas.

Suas aldeias eram fortificadas com estacas a que chamavam “caiçaras” e compunham-se de cinco ou seis ocas, abrigando cerca de 150 a duzentas pessoas no seu total. Sua língua era diferente das que eram faladas pelos índios dos arredores.

Denominavam a Ilha de Ipaum Guaçu (Ipaum significando Ilha, Guaçu, grande).

Algumas outras expressões indígenas também acabaram se tornando a denominação atual de locais na Ilha: Araçatiba, Provetá, Acaiá, etc. Sendo a maior ilha do litoral Fluminense, fora doada por Martim Afonso de Souza em 1559 ao Dr. Vicente da Fonseca.

Este, de posse das terras, chamou ao Brasil diversos açorianos, doando aos mesmos grandes lotes da Ilha, que por sua vez, convidaram seus parentes do Arquipélago Açoriano, dando início à colonização do lugar.

A Ilha Grande sofreu também inúmeros ataques feitos por piratas. Eram tantos os ataques e abusos acontecendo no trecho de Cabo Frio a Santa Catarina, que Felipe II da Espanha resolveu manter uma guarda costeira para a região, nomeando Martim de Sá seu comandante em 1617. Uma de suas resoluções foi a de proibir a colonização na ilha, o que persistiu até pouco antes do final do Sec. XVIII.

Com a descoberta do ouro e da prata no Peru, no fim do século XVI, a bacia do Prata tornou-se o local de onde as riquezas vindas do Peru eram carregadas pela frota espanhola. Entre a Europa e a bacia do Prata os locais mais convenientes (ao sul) para o reabastecimento de água e lenha eram as ilhas de Santa Catarina, São Sebastião e Ilha Grande.

No mesmo período, ocorreu o fim da “Invencível Armada”, quando Portugal ficou sob o domínio espanhol que incorporou a maior parte da armada lusitana. Portugal, desfalcado de sua Marinha, ficou a costa brasileira despoliciada.

Desse fato resultou a intensificação do contrabando do Pau-brasil e depois, de muitos outros tipos de contrabando. Piratas e aventureiros de várias nacionalidades navegavam pela costa brasileira e assaltavam as naus espanholas carregadas de riquezas. Diversos pontos da costa brasileira serviam de refúgio, abrigo e porto de abastecimento.

A Ilha Grande, ao sul, destaca-se. Nela os contrabandistas e Piratas encontravam o abrigo mais seguro, além da tranqüilidade para obter o repouso necessário. Havia fartura de água potável e madeira e dificilmente eram molestados pelos portugueses. Os holandeses também marcaram presença na Ilha Grande, no início do século XVII.

Registraram-se alguns conflitos entre holandeses e mestiços índios-portugueses que habitavam a Ilha. Os holandeses deixaram herança genética na ilha, o que pode ser observada pela presença de nativos com alguns traços índios, olhos azuis e cabelos loiros. Com a invasão holandesa no norte do Brasil, a freqüência daqueles navios tornou-se rara na baía da Ilha Grande.

Depois dos holandeses que tiveram passagem curta pela Ilha Grande, vieram os franceses, no início do século XVIII e por 17 anos (1701-1718). Um dos pontos de interesse dos corsários franceses pela Ilha Grande, residia no fato da ilha ser vizinha à Paraty, porto marítimo de escoamento do ouro extraído das minas gerais; a inexistência de fortificações e de tropas; abundância de lenha e água, além do que, preferiam a Ilha Grande para se refrescarem, pois a geografia dela apresentava, ante qualquer surpresa,uma melhor possibilidade de fuga.

Existem registros de que vários navios carregados de mercadoria de origem francesa, principalmente de tecidos, descarregaram na Ilha Grande, precisamente nas Enseadas das Palmas, Abraão e Sítio Forte.

A colonização da Ilha se deu somente entre 1725 e 1764, prosperando o cultivo da cana-de-açúcar durante o século XVIII, que perdurou até a primeira metade do século XIX. Somente em 1726 a Ilha Grande deixa de ser paulista para ser agregada ao Rio de Janeiro, pela insistência de Luiz Vahia Monteiro, que alegava não ter condições de exterminar o contrabando e pirataria enquanto a Ilha Grande não estivesse sob sua jurisdição.

A Ilha foi elevada à condição de Paróquia em 1803, com a construção de capela na Fazenda de Sant’ana, propriedade de Major Bento José da Costa. A construção atual foi terminada em 1843, depois da demolição da primeira igrejinha.

A cultura do café que foi introduzida um pouco mais tarde que a do açúcar, perdurou de 1772 à 1890 chegando inclusive a ser exportado para a Europa. Para se ter uma idéia da dimensão dessas atividades na Ilha, apenas uma fazenda, a de Sant’ana tinha mais de 5.000 escravos nessas duas culturas.

Os portos de Sant’Ana, da Ilha Grande, de Abraão e do Sítio do Forte ofuscavam o de Angra dos Reis. Também a Ilha tornou-se centro de desembarque e tráfico de escravos negros trazidos da África (século XVIII até meados do século XIX).

No século XIX com a expansão da cafeicultura na região do Vale do Paraíba e também com o término do tráfico de escravos, a Ilha Grande entrou em grande decadência sendo os cafezais abandonados.

No século XIX, Dom Pedro II visitou a Ilha Grande e encantado com a beleza e a tranqüilidade da ilha, resolveu adquirir, em 1884, as Fazendas do Holandês (hoje Abraão) e a de Dois Rios onde depois foi instalado o Instituto Penal Cândido Mendes.

Na fazenda do Holandês foi construído o Lazareto, que serviu como centro de triagem e quarentena para passageiros enfermos que desembarcavam no Brasil, notadamente contra o cólera, chegando a atender mais de quatro mil embarcações durante os 28 anos de funcionamento.

Em 1903 foi construída a Colônia Corregional de Dois Rios. O Lazareto foi desativado e funcionou como presídio político. No final da Revolução Constitucionalista de 1932, seus internos passaram para a Colônia Corregional de Dois Rios. Posteriormente o Lazareto chegou a ser demolido, e hoje em dia no local encontram-se apenas suas ruínas.

Em 1940 foi construído em Dois Rios o Instituto Penal Cândido Mendes, com capacidade para mil presos de alta periculosidade. Este presídio funcionou até 1993 quando foi enfim desativado e seu prédio implodido. Com a decadência da agricultura, iniciou-se nas áreas abandonadas a regeneração da floresta.

Com o objetivo de conservar os importantes ecossistemas da região, foram criados, em 1971, o Parque Estadual da Ilha Grande, com uma área de 5.600 hectares , que é administrado pelo IEF, Instituto Estadual de Florestas, em 1990, a Reserva Biológica da Praia do Sul com uma área de 3.600 hectares , e o Parque Estadual Marinho de Aventureiro, abrangendo 5 milhas náuticas.

Este parque, que corresponde à parte marítima adjacente à Reserva Biológica da Praia do Sul, é formado pela região litorânea, zona de marés, desembocadura de rios, canal e zona nerítica (parte da plataforma onde a luz penetra até o fundo).

A pesca é uma atividade econômica que ocupa grande parte da população da Ilha.

Os principais núcleos são: Provetá, Araçatiba, praia Vermelha, Matariz, Longa e palmeira Aventureiro. Exceto o Abraão e algumas praias “particulares”, a maioria das comunidades é de pescadores.

Na década de 30, iniciou-se o processo de salga de peixe realizado por imigrantes japoneses, embora a introdução do processo tenha sido feita por imigrantes gregos.

Até a década de 70 existiam na ilha cerca de 10 fábricas de salga de peixe, sardinhas prensadas e em lata. Foi quando iniciou-se o declínio e várias antigas fábricas estão hoje transformadas em pousadas. Em décadas anteriores, essas indústrias eram em número bem maior.

Atualmente, a pesca vêm passando por um período de queda na sua produção, problema ocasionado pela presença da pesca predatória realizada por barcos arrastões que nada deixam escapar das redes, além de dificuldades na comercialização.

Praias

Enseada do Abraão

A nordeste da Ilha Grande, entre a Ponta de Aripeba e a Ponta Grossa do Sítio Forte, onde o Morro do Pilão (391 m), desce em suave declive. As partes mais elevadas de suas costas possuem densa vegetação. Funciona como bom ancoradouro, com profundidade entre 6 e 10 m . Possui diversas praias bastante visitadas.

Suas águas são verdes, calmas e límpidas, propícias a banhos e à prática de esportes náuticos. Encontra-se abrigada de quase todos os ventos, e em seu interior estão as Ilhas do Morcego e do Macedo. As áreas extremas da Enseada são excelentes para a pesca de mergulho.

Nela está a Vila do Abraão, a maior das vilas, simpático povoado que oferece uma  infra-estrutura local adequada para quem procura descontração e harmonia junto à natureza. Principal porta de entrada do turismo, é também a capital econômica da Ilha Grande. 

Principal local de atracamento e fundeamento de embarcações. A praia possui aproximadamente 1 km de extensão e águas rasas. Conta com inúmeras pousadas, hotéis, albergues, bares e restaurantes. Acesso feito a partir de Angra dos Reis ou Mangaratiba.

Praia do Lazareto

Na parte noroeste da Enseada do Abraão, apresenta seu entorno totalmente tomado por vegetação tropical densa, destacando-se a ala de palmeiras imperiais do Antigo Lazareto. Também conhecida como Praia Preta.

Com presença de rochas, possui 300 m de extensão, com águas verdes, transparentes e mornas e areias monazíticas, de coloração escura. Na parte central da praia, bem junto às ruínas, está a foz de um riacho, que vem formar uma pequena barra.

Como elemento marcante do atrativo, estão as ruínas do muro de arrimo, que, outrora, servia de base para o prédio do Lazareto. Acesso através de um caminho de terra, que liga a Vila do Abraão a esta praia.

Praia do Abraãozinho

Na parte sudoeste da enseada, cercada por coqueiros. Seu entorno é formado pelas encostas da Serra do Abraão, com densa vegetação. Águas verdes, tranquilas e transparentes. Areias finas e claras. Em frente, destaca-se a presença da Ilha do Morcego. Bem abrigada dos ventos. É uma das praias mais freqüentadas do Abraão.

Pode ser alcançada a pé por trilha de 1 km aproximadamente, seguindo em frente na bifurcação para praia das Palmas, no início da Praia da Júlia. Caminhada leve que pode ser feita em poucos minutos partindo da Vila do Abraão. Uma boa opção para chegar na praia do Abraãozinho é pegar um “táxi-boat” na praia em frente à Igreja da Vila do Abraão. Os barquinhos que fazem o trajeto são rápidos, velozes e divertidos.

Praia Comprida

Na parte sudoeste da Enseada do Abraão, tem seu entorno composto pelas encostas da Serra do Abraão, recobertas por vegetação tropical densa. Propícia a banhos, possui estreita faixa de areia e 70 m de extensão. Águas verdes, transparentes e mornas, com areias finas e claras. Boa para banhos. Acesso a pé, por de trilha estreita de 500 m, percurso de 1 Km a partir da Praia do Abraão.

Enseada das Palmas

Na península oriental da Ilha Grande, entre as Pontas da Cafua e a da Praia Grande. A vegetação das encostas em torno é exuberante. Suas águas são verdes, transparentes e mornas, com profundidade média de 10 m e fundo de areia e cascalho.

Em seu interior está a Praia dos Mangues e a Praia Grande das Palmas, esta última, toda circundada de palmeiras. Na sua entrada está a Ilha das Palmas, famosa pela floresta de palmeiras  em  seus  costões.  

Aqui  existiram fazendas que utilizavam mão-de-obra escrava no cultivo da cana de açúcar e do café. Batalhas navais também foram travadas. Os sinais daquela época são perceptíveis neste local que foi, no século XIX, um dos mais habitados da Ilha Grande.

Não há comércio desenvolvido e nenhum serviço público. Palmas é um dos “points” do verão na Ilha. Movimento durante o dia e muito sossego à noite. O acesso é marítimo a partir da Vila do Abraão, Mangaratiba ou Angra. Outra opção é vir caminhando a partir do Abraão.

Praia Grande de Palmas

Mais conhecida como Palmas, está localizada na parte oeste da Enseada de Palmas, circundada por palmeiras, quaresmeiras e amendoeiras. Sua extensão é de 600 m, e suas águas são verdes, transparentes e mornas com areias grossas e claras.

Local com um antigo núcleo de pescadores, com construções do final do século XIX. No local existem campings. Em uma das extremidade o mar bate um pouco mais forte e a praia fica mais funda. No outro extremo é bem calmo com areia mais fina. Sua população residente é formada por pescadores. A praia de Palmas é muito procurada no verão.

Há vários pequenos estabelecimentos que vendem bebidas, lanches, doces, salgados e refeições. Beleza rara, possui riachos nos extremos e boa sombra. Ótima para banho de mar. Ligada por trilhas, com o Saco das Palmas e a Praia Lopes Mendes, à direita, e com a Vila do Abraão, à esquerda. É passagem obrigatória para quem vem do Abraão e segue para Lopes Mendes ou mesmo para o Farol dos Castelhanos.

Em alguns pontos da praia das Palmas é possível encontrar resquício de um passado economicamente ativo, através de ruínas que se escondem nas matas ou por palmeiras imperiais, mais exibidas que denunciam a importância destas terras no período colonial brasileiro.

Em um passado ainda recente Palmas foi um importante posto de pesca e agricultura, que abastecia outros povoados da Ilha com seus produtos. Uma pequena mostra destes áureos tempos pode ser vista ainda em algumas construções particulares e na pequena igreja do local.

A pesca, apesar de quase sucumbida pelo turismo, ainda resiste e é praticada na praia das Palmas de forma bem primitiva. Um tipo muito antigo de pescaria ainda é feito lá, que consiste em deixar no fundo do mar um cercado feito de lascas de bambu, chamado de “covo”, onde no seu interior são colocadas iscas, para atrair os peixes e pedras para fixar todo o engenho de baixo d’água.

O peixe então entra por uma abertura no cercado e por causa de seu desenho não consegue sair e fica assim aprisionado até o momento em que o pecador recolhe o covo com sua canoa.

Mangues

Na Enseada das Palmas, cercada por belos costões com densa vegetação. Ao longe avista-se a Ilha de Marambaia e, próximo, a Ilha das Palmas. Tem extensão de 500 m , águas verdes, transparentes e mornas, com areias finas e claras. Nos extremos da praia desembocam riachos que formam pequenos mangues.

Próximo à praia existe uma ducha represada, muito usada pelos banhistas. O local possui alguns bares e é utilizado como ponto de parada de escunas. Também existem muitas amendoeiras e coqueiros. Propícia à prática de esportes náuticos. Durante a baixa temporada é possível passar horas na praia sem ver ninguém transitando por ela.

Quase um paraíso, não fosse pela movimentação dos barcos que chegam e partem para o Abraão na alta temporada. O acesso se dá por por trilha, a partir da Praia Grande de Palmas ou Vila do Abraão ou por mar, saindo do cais Angra dos Reis ou da Vila do Abraão.

Lopes Mendes

Ao Sudoeste da península oriental da Ilha Grande, entre as Pontas de Lopes Mendes e das Palmeiras. Oceânica. A vegetação em torno é bastante densa, destacando-se as amendoeiras. Vegetação de restinga margeia toda a praia e forma uma planície árida, toda ela envolta com abricós.

Ao fundo, à esquerda, fica o Morro dos Castelhanos, com 350 m de altitude e, à direita, o Morro do Ferreira, com 760 m . Defronte à entrada, já em mar aberto, encontra-se a Ilha de Jorge Grego. Suas águas são verdes, transparentes e mornas, com profundidade média de 18 m . Areia branca, muito fina e firme. Tem 3 km de extensão.

É dividida em dois trechos: um, bem longo de praia selvagem, e outro, com ranchos de pescadores locais.

O mar sempre tem ondas incríveis, o que atrai vários surfistas à região por causa da excelente condição para a prática de surf. É uma das praias mais bonitas de todo o litoral brasileiro e a mais famosa de toda a Ilha. Acessada por uma trilha de 3 km a partir da Enseada das Palmas.

Santo Antônio

Pequena, discreta e bem agradável. Possui características semelhantes a sua grande vizinha Lopes Mendes e é muito procurada para a prática do surf. O azul resplandecente das águas e as ondas, que se formam com o vento do mar aberto, batem na praia nos convidando para um mergulho refrescante. O cenário é maravilhoso e conquista a todos que se deixam sensibilizar com a força da natureza selvagem desse lugar.

Caxadaço

Pequena faixa de areia com 15 m de extensão, cercada ainda por mata virgem. Águas azuis e calmas. A praia fica localizada em uma pequena enseada cercada por pedras, ficando protegida do mar aberto. Caminhando pelas pedras é possivel visualizar a Enseada e Praia de Lopes Mendes ótimo lugar para descansar, relaxar e meditar.

Na opinião de muitos, a praia de Caxadaço é considerada a mais linda da Ilha Grande, senão do Brasil. Escondida na costa, entre as rochas e a mata atlântica, a praia guarda toda a sua incrível beleza e exuberância para quem se aventura a encontrá-la. Banhar-se nas águas da pequena Praia de Caxadaço é ter a sensação de estar desfrutando de um lugar abençoado pelos deuses.

O nome Caxadaço poucos sabem de onde vem, mas é uma corruptela da palavra cachada, que significa o lugar para queima da vegetação antes do plantio. Uma das curiosidades da Praia de Cacadaço são as enormes pedras que avançam sobre o mar e suportam outras menores. Olhando com a imaginação solta, as pedras parecem esculturas modernas.

Caxadaço é um exemplo de que a Ilha Grande possui muitas praias que ainda estão extremamente preservadas de qualquer ação predatória ao meio ambiente. Foi ponto de desembarque de mantimentos e escravos. Em 1945 contavam-se cerca de 15 famílias entre pescadores e funcionários do presídio na vila de Dois Rios. Hoje é um refúgio deserto.

Encravada na montanha oferece muita sombra e um riacho que forma um poço a cerca de 20 min de distância à pé, bom para banho.

Localizada no Saco dos Dois Rios, é acessada por trilha apartir da Vila do Abraão. Da praia também sai uma estrada de pedra construída por escravos, que liga Caxadaço a Dois Rios, por uns 3 km de distância.

Dois Rios

Ao lado da Praia do Caxadaço no Saco dos Dois Rios. A praia é muito bonita e tranqüila. Com extensão de 1 Km, de cada lado desta praia existem dois rios (por isso o nome), possibilitando a você poder aproveitar o mar e se refrescar depois em um banho de aguá doce.

Caminhando-se por trás das ruínas do Antigo Presídio, chega-se à curva de um dois rios. Por ter seu leito formado basicamente por pedras e em descida suave, o visual é surpreendente. Nesta praia localiza-se a Vila Dois Rios, pequena e aconchegante vila de pescadores.

Atualmente existem poucos moradores, alguns servem refeições aos visitantes. Uma pequena mercearia fornece gêneros de primeira necessidade. Na vila de Dois Rios funciona um campus da UERJ, e os visitantes devem se identificar na entrada.

Areia branca e em geral fina, fundo raso, água predominantemente azul. Reconhecido como um dos locais mais belos da Ilha Grande, esta deslumbrante localidade foi o pivô da recente e passada fama de “Ilha Presídio”.

O Local abrigou o extinto presídio Cândido Mendes. Antes de abrigar o presídio, Dois Rios foi palco de guerras entre corsários e fazendeiros. Toda a praia fica cercada de muito verde com árvores frutíferas por todos os lados.

Os dois rios banham um extenso manguezal, que equilibra o ecossistema de toda a região. É neste manguezal que os peixes se procriam, nele existem ricas espécies da fauna e da flora. O acesso à praia parte da Vila do Abraão, com trilha simples, porém longa (cerca de 2 horas de caminhada).

Parnaioca

Na parte leste da Enseada da Praia Sul. Circundada por morros com vegetação densa e diversificada, com muitos pássaros. Tem 1 km de extensão e localiza-se na enseada entre a Ponta Alta da Parnaioca e a Ponta de Tucunduba.

A faixa de areia é recoberta de gramíneas, coqueiros e amendoeiras. Suas águas são verdes, transparentes e mornas, com areias finas e claras. Propícia a banhos. Próximo está a Cachoeira de Parnaioca, a maior da ilha em volume d’água, localizada em rio do mesmo nome, que desemboca nesta praia.

Próximo também as ruínas de antiga casa de fazenda, com capela e cemitério, vestígios do período áureo da cultura do café com base em mão-de-obra escrava. É uma das praias mais isoladas de toda a ilha. Quem a conhecer hoje jamais será capaz de  imaginar  que  a  cerca  de  30 anos já foi a praia mais  povoada da  Ilha  Grande, abrigando uma  comunidade de mais de 1.000 pessoas que viviam da pesca e agricultura. A praia de frente para o Atlântico com sua areia amarelada e grossa tem o mar violento. É funda e com pouca sombra em seus 1.000 m de extensão.

Atualmente moram poucas pessoas. O rio Parnaioca, bem mais volumoso no passado, é uma beleza à parte. Acesso p or mar, saindo do cais Santa Luzia em Angra dos Reis ou da Vila do Abraão, ou pela Trilha da Parnaioca.

Praia do Leste e do Sul

Separadas pela ilhota do Leste, essas praias possuem a maior extensão da ilha, com cerca de 5 km . Possuem costões ao redor, moldados pela erosão. As praias estão situadas na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, e possuem característica de enseada em mar aberto.

A visitação depende de autorização da administração da Reserva. As águas são mornas, cristalinas e esverdeadas. Existem duas lagoas (do Sul e Leste) de águas represadas e doces, próximas às praias, onde desovam cardumes de tainhas e sardinhas. Na área encontra-se também o Parque Marinho do Aventureiro – uma faixa de mar que vai da Ponta da Tucunduba (fronteira com a Parnaioca)  à  Ponta do  Aventureiro.

Uma das visões mais esplendorosas de natureza selvagem e bela que a ilha oferece. Das serras em forma de um gigantesco anfiteatro, despencam os rios por entre vales, com inúmeras quedas, até desaguarem numa baixada de mata inundada que forma as lagoas.

Dependendo do movimento das marés, que através de canais invadem todo o mangue, suas águas costumam variar de coloração devido à grande concentração de material orgânico. A restinga, que acompanha toda a orla, é totalmente coberta por gravatás, samambaias, orquídeas terrestres, bromélias, plantas rasteiras e cactos.

Segundo levantamentos arqueológicos, a região foi habitada há três mil anos por uma comunidade de amoladores-polidores fixos que antecederam os índios tupinambá. Entre a Praia do Leste e a Praia do Sul, existe um pequeno morro, conhecido por Ilhote do Leste.

O Ilhote era um lugar sagrado, onde os nativos enterravam seus mortos, se alimentavam, se protegiam de ataques e ainda lhes servia de espia para o momento em que os enormes cardumes invadiam o canal.

Tal comunidade viveu ali por vários séculos sobrevivendo da pesca de tainhas que entravam canal adentro em busca das lagoas para desovar, de caranguejos, ostras e mexilhões. O Ilhote era um templo onde esse povo enterrava seus mortos e buscava proteção contra os ataques inimigos.

Como eles desapareceram, ninguém sabe ainda. Apesar de terem vivido por toda a Ilha é possível que tenham sido expulsos por tribos tupis, pois foi achada uma peça de cerâmica tupi nas proximidades do Ilhote, embora isso não esteja comprovado, já que não existem outros vestígios desse povo na região..

Aventureiro

Praia de mar aberto, com 600 m de extensão, dentro dos limites da Reserva Estadual da Praia do Sul, no Saco do Aventureiro. É ornamentada por coqueiros, amendoeiras e quaresmeiras, e possui uma formação rochosa chamada Ponta do Aventureiro.

Possui águas verdes, transparentes e mornas com areias finas e claras. No local existe uma colônia de pescadores. Atrai grande número de visitantes, seja por sua beleza ou pela cordialidade de seus moradores.

É a mais isolada da Ilha Grande. Mar constantemente agitado da parte sul da ilha. Foram aventureiros aqueles que se estabeleceram neste inóspito, mas paradisíaco recanto da Ilha Grande, gente vinda de muito longe, do outro lado do oceano, gente de cabelos claros como as areias da praia, que com o passar de gerações, miscigenados com os nativos do lugar trazem até hoje o legado dos aventureiros; os caiçaras.

O raro contato com outras culturas proporcionou ao homem caiçara uma perfeita integração com a natureza. Utilizando os recursos do seu próprio meio, o caiçara criou um modo peculiar de vida onde o homem e a natureza vivem em completa harmonia.

A praia do Aventureiro, por seu isolamento, abriga uma comunidade de pescadores que preservou até os nossos dias a cultura caiçara, e é um dos últimos lugares onde existem os remanescentes deste grupo na região. Vivendo entre o mar e a montanha, os aventureiros pescam e cultivam a terra.

Canoas sobre rolos, prestes a lançar ao mar em busca de peixes, remos gastos por causa do uso, abandonados pelas tintas que os cobriam com o colorido peculiar da arte caiçara, convivem em contraste com ferramentas de lavrar a terra.

Redes descansam abertas na praia entre uma pesca e outra, crianças brincam com  pequenos gravetos  e outros objetos que o mar as presenteou em suas marés. Acesso por c aminhada a partir da Praia do Proveta, ou marítimo a partir do cais Santa Luzia em Angra dos Reis ou na Vila do Abraão, na Ilha Grande.

A melhor opção é pegar o barco Maria Isabel ou Mestre Ernani, que aportam no cais em frente ao posto BR em Angra dos Reis. Os barcos só seguem direto para o Aventureiro se houver um numero suficiente de passageiros.

Como nem sempre o mar é calmo, geralmente os barcos aportam na Praia de Provetá. Provetá fica do lado oposto da Praia do Aventureiro, esta pode ser alcançada por uma trilha, cruzando a montanha que chega a beirar uns 250 m de altitude.

A subida é íngreme e o percurso todo é bastante cansativo, mas como chegar ao paraíso exige esforço, vale a pena se aventurar. Na Praia do Aventureiro não existe hotel e muito menos pousadas. Alimentação não é problema porque é fácil encontrar um bom prato à base de peixe em barraquinhas que também vendem de tudo um pouco.

Do alto, a “Ponta da Espía”, aonde os pescadores fazem a vigília a espera dos cardumes de peixe, parece feita exatamente para este fim. A transparência da água permite ver todo o fundo do mar e o contorno sinuoso da costa próxima à praia.

O “homem da espia” é de grande importância para o sucesso da pescaria, é ele quem orienta, por sinais, o lugar e o tempo certo de lançar as redes para cercar o cardume. Abriga uma pequena igreja e uma escola. Faz parte da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul.

Meros

Isolada, pequena, águas agitadas. É comum a formação de dunas de areia. Nota-se também vestígios de antigas civilizações que habitaram a Ilha a cerca de 3000 anos atrás. A ponta do Drago apresenta uma curiosa formação rochosa, lembrando um dragão.

A passagem em seu contorno é sempre uma preocupação para os navegantes. Quando o mar está agitado, a colisão das ondas é de tamanha intensidade que a espuma pode ser vista da praia da Parnaioca, distante 9,5 km.

De acesso por embarcação, essa praia possui águas cristalinas com areias claras. Com cerca de 100 m de extensão, é boa para a prática de mergulho. Ótima para o banho de mar.

Provetá

Na península ocidental da ilha, tem 500 m de extensão, águas verdes, transparentes e mornas e areias finas e escuras. Coqueiros e amendoeiras povoam a sua orla. Nas encostas próximas, a vegetação é densa. Existem coqueiros e amendoeiras enfeitando a orla, e vegetação densa nos morros ao redor.

Está localizada na enseada, entre as pontas da Piscirica e da Escada, com a Ilha dos Meros à sua entrada. Depois da Vila do Abraão é o maior núcleo de população da Ilha, basicamente, uma colônia de pescadores. Sua característica de maior destaque é a forte presença de uma comunidade evangélica que envolve quase toda a população. Mar ligeiramente batido.

É uma praia bonita, porém sem atividade turística fixa. Provetá é uma “porta” de acesso terrestre para a costa sudoeste da Ilha. A comunidade tem sua economia baseada na pesca embarcada e no comércio local crescente. Em julho/2001 foi inaugurada  a  rede  de energia elétrica vinda do continente por meio de cabo submarino.

Antes era produzida por moto-geradores. Não existe rede de água e esgoto e posto de saúde. Aqui funciona uma escola pública de ensino de primeiro grau completo, a única além da vila do Abraão. Há um posto telefônico público e a comunicação com Angra dos Reis é diária através dos barcos de pesca.

Em Provetá estão baseados os maiores barcos de pesca do litoral sul do Rio de Janeiro. É fácil notar a forte presença da atividade pesqueira. A conexão com Angra dos Reis tem ocorrido com freqüência diária. A cesso marítimo pelo cais Santa Luzia em Angra dos Reis ou na Vila do Abraão em Ilha Grande, ou pela Trilha do Provetá partindo da Vila do Abrão.

Gruta do Acaiá

Localizada na parte sul da Ilha, na Ponta do Acaiá, em uma propriedade particular, onde é possível visitá-la pagando uma pequena quantia em dinheiro. É uma caverna na encosta do morro que se aprofunda com acesso difícil até um “salão subterrâneo” (cerca de 30 m de largura e uma altura média de 1 m), e continua mar adentro por um túnel submarino que leva à saída, na superfície da água.

Muito procurada por profissionais da prática de mergulho. Esconde em seu interior um espetáculo de luz e cor inigualável. Para assistir ao show da Gruta, é necessário ter disposição e um pouquinho de coragem, mas vale o esforço porque a sensação de estar dentro desta caverna é ótima, pois a luz do sol chega através da água do mar que invade a gruta, formando um pequeno lago de luz.

Este tipo de fenômeno é causado pela luz do sol que atinge a areia do fundo do mar e ela se reflete em uma falha geológica, iluminando a água que forma o pequeno lago no interior da gruta. A gruta é formada por duas placas de granito apoiadas em outras rochas menores, que deixa entre elas uma fenda que permite a passagem de ar e desce até abaixo do nível do mar, permitindo a entrada das águas.

A costeira onde está localizada a gruta é praticamente um cais natural, onde, com algum cuidado, devido à correnteza constante do quadrante sul que agita um pouco o mar, qualquer embarcação pode se aproximar e fazer o desembarque.

Numa primeira visão, a entrada da Gruta do Acaiá é um pouco assustadora, mas não oferece nenhum perigo. Uma escada rústica, mas segura, conduz até a entrada da fenda. Logo na entrada, o estreitamento da fenda obriga agacharmos para penetrar no salão principal da gruta. A escuridão é total neste ponto da gruta e ter uma lanterna é fundamental.

Depois da passagem estreita, a gruta se abre em um grande salão úmido e frio, que refresca e ameniza o esforço em alcançá-la. Todos ficam extasiados com o espetáculo de luz que atrai para o pequeno lago no fundo da gruta. As luzes, a escuridão, a umidade e o som das águas batendo contra as rochas são os astros deste espetáculo, que longe de ser pavoroso é simplesmente maravilhoso.

Todos que retornam da gruta se dirigem ao barzinho rústico, próximo à entrada, para trocar impressões sobre o passeio e comentar cada detalhe da aventura da descida à Gruta do Acaiá. Para chegar à gruta, a melhor opção é ir de barco, mas por uma trilha que parte da Praia Vermelha também é possível alcançá-la.

Se for de barco, após o desembarque, basta seguir por uma trilha curta até encontrar um portão de madeira, que dá acesso a propriedade e a um pequeno rancho de sapé, onde é possível obter a permissão para visitar a gruta.

Vermelha e Itaguaçú

A Praia Vermelha está localizada no extremo sul da Ilha Grande, é a última praia antes da Ponta do Acaiá. Sem qualquer relação aparente, a não ser pela cor ligeiramente avermelhada de suas areias, nada faz jus ao nome de Praia Vermelha.

Pelo contrário, o verde é uma constante por todos os lados. A geografia delicada da pequena enseada propicia um abrigo seguro para os ventos repentinos do quadrante sul, e também é um porto próximo para os melhores pontos de mergulho da ilha.

Por conta disso, a Praia Vermelha é o point das operadoras de mergulho, que promovem cursos de diversos níveis e tem como grande atração os naufrágios mais famosos da Baía da Ilha Grande. Na Enseada da Praia Vermelha, esconde-se uma das mais encantadoras praias da ilha, a Praia de Itaguaçú,  também  conhecida  como  Praia do Gaúcho, que fica do lado esquerdo de quem chega e é protegida por enormes pedras que represam a água e formam uma lagoa natural.

Por isso, os moradores chamam carinhosamente este recanto de Lagamar. Ainda é possível observar na Praia Vermelha costumes e tradições dos pescadores nativos, como consertar embarcações em pequenos estaleiros artesanais.

Os moradores da Praia Vermelha são na sua maioria nativos que mantém um convívio harmônico com os recém chegados. São pessoas que vieram de outros locais, atraídas pelo enorme potencial turístico do lugar.

Na Praia Vermelha, encontramos uma atividade muito interessante e pouco conhecida que é o cultivo de mexilhões, algas e coquilhes. É comum ver por toda a costa galões azuis e tubos brancos flutuando, organizados em filas nas águas calmas da enseada, denunciando que ali crescem silenciosamente ricas fontes de alimento e sustento.  

A  Praia Vermelha recebe anualmente um número considerável de mergulhadores que dela partem em expedições submarinas, especialmente pelos navios naufragados. Possui um atracadouro e um pequeno comércio.

Sua praia apresenta cerca de 100 m de extensão. A bela e pequenina Itaguaçú quase não é notada por quem passa de barco porque fica escondida atrás das pedras. Boa para o banho de mar, tranquila e simpática.

Araçatiba

Localizada na parte nordeste da Enseada de Araçatiba, com extensão de 500 m, tem em sua orla coqueiros, ipês amarelos e bambuzais. Suas águas são verdes, transparentes e mornas, com areias finas e claras. No local destacam-se a presença de abrigos de embarcações e uma pequena capela de frente para o mar.

Possui também uma antiga fábrica de sardinha enlatada, além de pequena infra-estrutura turística. Local propício à prática de esportes náuticos. Acesso marítimo a partir do cais Santa Luzia em Angra dos Reis ou na Vila do Abraão em Ilha Grande.

Lagoa Verde (Ilha de Longa)

Recanto de águas rasas, tranqüilas e tipicamente verdes é um dos destaques da costa noroeste da Ilha Grande. É um dos poucos locais do planeta onde são encontrados corais esverdeados. Local perfeito para nadar e mergulhar.

Foi batizada, a poucos anos, como Lagoa Verde e ainda é chamada de Boqueirão pelos moradores de Araçatiba e adjacências. A Lagoa Verde, antes conhecida como Ilha da Longa, está localizada na fronteira entre a Praia da Longa e a Praia Grande de Araçatiba, onde a Ilha da Longa quase encosta na Ilha Grande, formando uma espécie de piscina em forma de U.

Sem esforço entendemos o porquê de ser chamada assim. Suas águas claras refletem a mata verde da encosta, deixando o mar tingido de verde, mas permitindo apreciarmos o fundo de areias claras e brilhantes. Um grande número de embarcações aporta neste pequeno paraíso para descansar e aproveitar das belezas e águas mornas do local.

Para atender aos turistas que chegam na Lagoa Verde existe um restaurante flutuante. A fauna marinha do local também é um espetáculo a parte, não só pela variedade de peixes multicoloridos como pela pouca profundidade de suas águas transparentes e calmas.

Sítio Forte

Um dos locais mais tranqüilos e agradáveis da Ilha Grande. Teve grande importância histórica e também na atividade econômica de indústria de pescados. Hoje o turismo é a principal atividade. Aqui existem pousadas, bares, restaurantes e cais para atracação.

Águas verdes, transparentes, mornas e tranqüilas. O acesso é por barco ou por trilhas. Em julho/2001 foi inaugurada a rede de energia elétrica vinda do continente por meio de cabo submarino. Antes era produzida por moto-geradores. Teve presença importante na época da escravidão e das lavouras de cana de açúcar.

Ruínas dos antigos casarões são encontrados nas proximidades. Hoje suas terras são de propriedade particular. A Enseada do Sítio Forte fica a 12 milhas náuticas da Vila do Abraão, seu nome se deve ao amplo paredão rochoso existente na região.

Nos extremos da  enseada  desenvolve-se intensa  prática  de mergulho e existe o navio Pinguino que foi afundado em 1967 e é um dos pontos mais visitados por mergulhadores de todo mundo. A Enseada, que fica abrigada dos ventos do quadrante Sul da Ilha Grande, está situada entre a Ponta de Aripeba e a Ponta Grossa do Sítio Forte, onde o Morro do Pilão desce em suave declive rodeado pela Mata Atlântica.

Com quase toda sua população economicamente dependente da atividade pesqueira e turística, a Enseada de Sítio Forte abriga uma das mais atuantes atividades de Aqüicultura da Ilha Grande. As três principais espécies de moluscos cultivados nesta área são os Mexilhões, as Ostras e os Coquilles de Saint Jacques (também conhecidos como vieiras).

Matariz

Onde até a alguns anos atrás funcionou a última fábrica de pescados enlatados da Ilha Grande. É habitada basicamente por pescadores que convivem em uma pequena comunidade com aproximadamente 150 pessoas.

Tem um pequeno bar-mercearia, uma Escola Municipal e cais para atracação. Esta simpática praia fica localizada próxima a Vila de Bananal. Uma atração da praia de Matariz é o helicóptero que repousa na Lage do Matariz, a 7 metros de profundidade.

No dia 4 de janeiro de 1998 o helicóptero esquilo decolou da praia da Mombaça com destino ao Rio de Janeiro levando a bordo dois tripulantes e três passageiros, entre eles o proprietário do Hotel Glória, Eduardo Tapajós.

Voando com mau tempo, a aeronave apresentou um problema caindo violentamente. Após o acidente o helicóptero foi içado para análises técnicas. Para evitar a rápida deterioração foi recolocado debaixo d’água próxima a lage da Matariz.

Um ponto histórico que nenhum turista deve deixar de conhecer é a Igreja de Santa’Ana que fica próximo ao posto de saúde. É isso mesmo, esta simpática capela tem o mesmo nome da Igreja Matriz da Ilha Grande, que fica na Freguesia de Santanna. Aqui realiza-se celebração todos os domingos.

Saco do Bananal

Importante ponto turístico da Ilha Grande que desenvolveu-se após a queda das atividades pesqueira e de “exportação” de bananas. Ótimo local para descansar.

Apresenta uma mata exuberante e mar calmo de água transparente. Possui 2 atracadouros, pousadas, restaurantes, operadora de mergulho e uma comunidade de pescadores. O acesso é por trilhas ou por barco partindo de Angra dos Reis ou Vila do Abraão. O Mirante do Bananal propicia uma vista maravilhosa e ampla.

Lagoa Azul

Na verdade não é uma lagoa mas sim um arquipélago propício para a prática de mergulho. Fica no extremo norte da Ilha, na localidade conhecida por Freguesia de Santana e é formada pelas ilhas do Macaco, Comprida, Redonda e a própria Ilha Grande.

Águas tranquilas, claras e azuis. Neste local existem diversas formações de corais, onde é possivel mergulhar apenas de snorkel. Suas águas são geladas, mas não há quem não resista a dar um mergulho cercado por peixes.

A ilha dos Macacos deixa de ser ilha (em relação a Ilha Grande) quando a maré fica baixa. Com a maré alta é possível cortar caminho pelo estreito (chamado “Furado”), passando com pequenas embarcações, por exemplo, com uma lancha de 16′. É o ponto da Ilha Grande mais próximo do continente (terra firme) 2,3 quilômetros.  

 A  Lagoa Azul é um dos mais belos pontos de mergulho e snorkeling da Ilha Grande. Também é o lugar mais visitado por turistas do mundo inteiro que vem contemplar essa maravilha de paisagem e beleza cinematográfica.

Do Abraão partem escunas que levam os turistas para um passeio que dura o dia todo visitando essas maravilhas. Chamava-se originalmente Praia do Sul de Fora, mas, por causa de seu visual cinematográfico, os moradores da região passaram a chamá-la de Lagoa Azul, devido à semelhança com o lindo lugar onde foi encenado o famoso filme “Lagoa Azul”. Acesso por barco que partem da Vila do Abraão.

Praia de Baixo – com extensão de 200 m, possui águas verdes, transparentes e mornas, com areias finas e amareladas. Praia de Enseada, com vegetação de gramíneas na faixa arenosa e cercada por morros recobertos com densa vegetação. Há uma trilha bem íngreme, ligando-a à Praia da Freguesia de Santana.

Acesso por barcos a partir do cais de Santa Luzia em Angra dos Reis ou na Vila do Abraão em Ilha Grande.

Freguesia de Santana

No século passado foi o centro de desenvolvimento econômico da Ilha Grande. Hoje é um destacado ponto turístico, não só para a ilha, mas também para a cidade de Angra dos Reis. A praia de Freguesia sul é deserta, com boa sombra e ótima para o banho de mar.

A igreja de Santana – 1796 é o mais importante patrimônio histórico da Ilha Grande e, que resiste bravamente aos tempos. Aqui acontece todo fim de julho a festa de Santana. Possui muitos coqueiros e amendoeiras ao redor, predominando a presença de rochedos. Com águas mornas, claras e esverdeadas. Possui trilha (500 m) para a Praia de Baixo.

Japariz e Funil

Habitada por pescadores, no verão tem grande movimento de turistas nos seus restaurantes. A praia do Funil é vizinha próxima ao Japariz, tem cerca de 10 m de extensão, é desabitada e praticamente imperceptível para quem passa de barco, pois fica escondida no fundo de um corredor natural formado pelas encostas cobertas de vegetação .

Japariz abrigou durante muitos anos uma pequena comunidade de pescadores, que pescava não muito distante da praia, camarões e peixes de pequeno porte que eram levados para Angra dos Reis e ali comercializados.

A rotina da pesca mudou com o crescimento do turismo na Ilha Grande hoje, o pescado não chega mais ao mercado de peixes de Angra, mas abastece os pequenos restaurantes ali instalados pelos próprios moradores.

Por este motivo Japariz, tornou-se parada obrigatória de quase todos os saveiros que fazem passeios para este lado da Ilha. Por sua proximidade com o continente, foi ali instalado o terminal que recebe o cabo que traz energia elétrica para ser distribuída em toda a ilha.

Saco do Céu

Ao fundo da Enseada da Estrela, de margens alagadiças, com vegetação típica de manguezais, sobressaem-se as altas encostas de seu entorno, recobertas por densa vegetação. Suas águas são verdes, transparentes, mornas e tranqüilas, com profundidade média de 6 m .

Do seu interior avista-se o Pico da Pedra d’água, com 1.037 m de altitude, ponto culminante da Ilha. Na sua entrada existem duas pequenas praias particulares. Ao fundo está o Porto do Nóbrega, com uma ponte de atracação, a Igreja São Cosme e Damião e uma colônia de pescadores.

É fundeadouro recomendado para embarcações de pequeno calado e muito usado para pernoitar. É um santuário ecológico. O mar é tão calmo como um lago e nas noites de céu estrelado é possível ver as estrelas refletidas na superfície da água – por isso o nome. Mais da metade da costeira é formada por manguezais. No verão, é grande o tráfego  de embarcações,  pois  além  da  magnífica  beleza natural, o local é ideal para prática de ski aquático e jet-ski.

Na história destacaram-se as casas de farinha-moinhos. Quem passa ao largo, pouco se apercebe da espetacular paisagem que há por trás dos morros. A Enseada das Estrelas tem esse nome por causa da quantidade de estrelas do mar que habitam o fundo raso de águas claras.

Logo na entrada do saco do céu, com suas águas calmas e palmeiras que se inclinam em direção ao mar, encontra-se um certo ar tropical havaiano, que só desaparece quando surge uma ou outra canoa ou barco de pesca com seu colorido peculiar transportando moradores ou trazendo o resultado da pesca do dia. Um trapiche de madeira permite a atracação de barcos pequenos e é o ponto de partida para conhecer por terra um pouco da pequena vila.

Enseada das Estrelas

As estrelas do mar habitam em grande número o fundo desta enseada, dando origem ao nome. O mar é calmo e suas praias são boas para o banho de mar.

Atualmente moram várias famílias que vivem da pesca e do cultivo de subsistência. Na enseada se encontram as praias da Feiticeira, Iguaçú, Camiranga, Grande e de Fora. Praia Grande e praia de Fora possuem 500 m de extensão, são estreitas e com pouca sombra. Na praia de Fora deságua o rio Perequê, o maior em volume de água de toda a ilha.

Quem navega ao largo da Enseada das Estrelas não percebe que o contorno sinuoso das montanhas que formam a enseada é interrompido em uma de suas partes para tornar-se entrada do Saco do Céu, uma enorme e calma enseada abrigada. Por conta deste acidente geográfico, piratas usaram a enseada para esconder seus navios e partir para ataques surpresa a esquadras portuguesas carregadas do ouro das Minas Gerais, cuja rota passava invariavelmente pela baía da Ilha Grande.

Feiticeira

Entre a Ponta do Iguaçu e do Morundu fica essa praia de beleza indefinível. Possuem cerca de 500 m de extensão, com águas cristalinas, mornas, e areias limpas.

Com coqueiros e outras árvores ao redor. Abrigam ainda boulders, ondem fica a Cachoeirinha, praia particular, e a cachoeira da Feiticeira, que desemboca no mar. Pode-se conhecer esta encantadora praia através de passeio de barco.

Mas a melhor opção para conhecê-la é caminhando por uma hora da Vila do Abraão. No seu caminho temos diversas atrações como o Poção dos Escravos e o Aqueduto do Lazareto que é uma construção da época do Império e também a cachoeira mais famosa da ilha que leva o mesmo nome da praia.

Deve-se salientar que, no meio da semana, a praia é quase deserta, por isso todos que a visitarem devem levar água e alimentos, pois não há comércio nesta praia. Outra recomendação importante para quem pretende conhecer  a  praia  através  de caminhada é estar sempre acompanhada por um guia, pois é um trecho que contém algumas bifurcações, alem de ser pouco sinalizado.

A praia da Feiticeira é cercada de encantos e magia. Chegando na praia observam-se algumas rochas que formam labirintos para se nadar, água de coloração verde devido a presença de vegetação costeira. É uma das praias mais sedutoras, com uma faixa estreita de areia clara e muitas amendoeiras.

A Cachoeira da Feiticeira pode ser alcançada com uma fácil caminhada de 30 minutos, muito procurada por quem faz rapel, com aproximadamente 15 m de queda que forma um enigmático véu de água cercado pelo verde da Mata Atlântica. Evite subir no topo da cachoeira sem prática. É uma praia calma, com uns 100 m de extensão, onde se encontra também areia monazítica.

Praia Camiranga

Localizada entre costões, na parte Sudoeste  da  Enseada  da  Estrela, na foz do Riacho Camiranga, tem a faixa arenosa circundada por densa vegetação. Com extensão de 400 m , possui águas verdes, transparentes e mornas. Suas areias são claras e finas. Muito visitada na alta estação por turistas que fundeiam os seus barcos e lanchas nas proximidades. Existem ainda três rochedos em suas finas areias.

Ilhas

Ilha do Meio

Formação rochosa que aflora no meio da enseada do Abraão, mantém em seu topo uma pequena vegetação que garante o charme desta ilhota que é constantemente visitada pelos pássaros. Os mergulhadores também são visita constante na encosta submersa, onde podem apreciar as belezas e encantos do fundo do mar.

Apesar de sua localização, a ilha não oferece perigo à navegação, podendo ser apreciada por todos quando da viagem entre Mangaratiba e a Vila do Abraão. Um fato curioso foi ter o Imperador D. Pedro II ilustrado com esmero, em seu bloco de desenho, um perfil da Ilha do Meio, quando fez sua primeira viagem à Angra dos Reis.

Ilha de Pau a Pino

Pequena formação rochosa, que em alguns pontos cresce vegetação de acordo com as suas elevações. A ilha se localiza no canal que separa a Ilha Grande e o continente, e é facilmente avistada quando se faz o percurso de Mangaratiba para a Vila do Abraão.

Navegar pelas águas que margeiam a ilha transmite a sensação de estar desfrutando de um lugar abençoado pelos deuses. Mares de azul penetrante e ventos tranqüilos convidam para um passeio belíssimo. Além dos pássaros pescadores, a ilha também atrai barqueiros, pescadores de linha e praticantes de caça submarina.

Ao entardecer, é comum encontrar alguns barquinhos em torno do local. O belo cenário desta ilha surpreende pela sua natureza selvagem e totalmente inexplorada. As ondas batem nas pedras e o cheiro profundo do mar se exala ao seu redor, pássaros  voam  e  pescam  em  suas  águas, indiferentes à importância do farol construído na sua parte mais alta, que serve tanto para trazer segurança para navegação à noite, sinalizando com sincronizadas piscadelas de luz, como também serve de abrigo e moradia das gaivotas que rodeiam as pedras.

Ilha das Palmas

Pequena e simpática ilha que fica na direção do Farol dos Castelhanos, onde os ventos do quadrante leste varrem a região constantemente. A beleza da ilha não se resume em revelar a vasta exuberância tropical, vista do alto, com seus contornos e sinuosidades, a ilha parece um grande bumerangue verde voando nas límpidas águas que refletem o céu. Bom local para pesca, tanto de linha como submarina.

Ilha do Guriri

A pequena ilha localiza-se próximo ao famoso Farol dos Castelhanos, onde fica o Costão de Lopes Mendes, que delimita a Ilha Grande no lado leste. A beleza de suas rochas, constantemente cobertas pelas águas do mar, e a vegetação açoitada pelo vento leste exibem a natureza selvagem e indomada da Ilha Grande.

Ilha de Jorge Grego

Ilha com cerca de 1 km2, possui um dos mais espetaculares ecossistemas marinhos. Lá vivem os atobás, os imensos lagartos, colônias de corais, cardumes de variadas espécies de peixes, sem falar que é o paraíso dos golfinhos e mergulhadores do mundo inteiro.

O mistério e a beleza que cercam esta maravilha da Ilha Grande fazem de Jorge Grego um lugar fascinante. Segundo alguns historiadores, a ilha deve ter sido doada por Martim Afonso de Souza a algum amigo com esse nome. Mas como é impossível viver na ilha e muito menos se abrigar do mar em fúria quando sopra o sudoeste, a ilha certamente nunca foi habitada.

Até porque, lá não tem água (doce) em abundância que possa garantir a sobrevivência. Acredita-se que a ilha deve seu  nome  ao pirata inglês Jorge Grego que teria naufragado em suas proximidades. O pirata Jorge Grego navegava em direção ao Estreito de Magalhães, quando se viu perseguido por naus da Armada Inglesa.

Atacado, sem meios de alcançar a Ilha Grande e já com o navio em pedaços, fundeou junto a terra mais próxima, conseguindo salvar suas duas filhas e um companheiro. Com o tempo as filhas foram crescendo, a pirataria esquecida e uma rica agricultura floresceu em toda a ilha. Mas certo dia Jorge percebeu a paixão de seu amigo por uma de suas filhas.

Em desespero, o pirata assassinou seu companheiro e tornou-se amante de suas próprias filhas, até que a maldição caísse sobre a ilha, e ventos nunca vistos antes, varreram de repente as casas, desapareceram as lavouras, os campos secaram, e Jorge Grego, sozinho e louco, vagou pela ilha até a morte, enterrando antes, o tesouro que acumulara. Jorge Grego localiza-se atrás da Ilha Grande em frente à Praia de Lopes Mendes, estando a 23 milhas de Angra dos Reis.

Por estar voltada para o alto mar, Jorge Grego possui uma fauna marinha excelente, com grandes peixes de fundo e de passagem. Normalmente a visibilidade mínima gira em torno dos 10m podendo chegar aos 25 m.

A profundidade local varia entre os 10 a 35 m, com muitos rochedos e tocas. Garoupas, badejos, arraias, olhos-de-boi são vistos com freqüência. Apesar de ser um excelente ponto de mergulho, é aconselhável aos megulhadores com experiência avançada, devido à posição da ilha estar em mar aberto e sujeito a uma virada de mar repentina.

Deve-se tomar cuidado com alguma corrente em sua face externa. Aos amantes de foto-sub, é um excelente ponto de mergulho devido ao visual acima e dentro d’água.

Culturais, Históricos e Arquitetônicos

Igreja da Freguesia de Santana

Situada em uma pequena península da Ilha Grande, o Saco da Freguesia, foi construída em um outeiro, sobre adro retangular, sustentado por muros de arrimo, com a fachada frontal voltada para a Praia da Freguesia de Santana.

Erguida em 1796 para atender os habitantes da região, possui fachadas de linhas simples, sem ornamentos expressivos. Bem conservada exteriormente, constitui-se no mais importante monumento religioso da Ilha Grande.

O lugar foi o primeiro vilarejo da Ilha Grande, onde se formou o primeiro núcleo de povoamento. Hoje em dia, Freguesia de Sant’Ana é um lugar pacato, região que prima pela mansidão e simplicidade. Nos jardins da igreja, foram esculpidas em mármore algumas estátuas de anjinhos para proteger e abençoar o local.

Os moradores da ilha contam que anjos celestes habitam nas redondezas  da  igrejinha.   Todo  dia  26  de  julho,  dia de de Sant’Ana, os ilhéus realizam uma festa em homenagem a padroeira do vilarejo. Muitos barcos e canoas chegam para a celebração na igreja, fiéis vindos de todas as partes participam da homenagem e partem em procissão pela trilha que leva até a Praia de Fora.

A procissão segue pela trilha com a imagem de Sant’Ana, atravessa o pequeno monte, onde fica a igreja, e caminha em direção à Praia de Fora, depois retorna pelo mesmo caminho. O andor, com a pequena imagem, é acompanhado pelos fiéis e por uma bandinha, tornando a procissão animada e formando um desfile de cores e música.

Farol dos Castelhanos

Localizado na Ponta dos Castelhanos, extremo leste da Ilha Grande, suas paredes de 1 m de espessura foram erguidas em 1900, mas só em 1923 passou a funcionar com um sistema de iluminação importado da França o qual utilizava o acetileno como combustível.

Hoje, ainda usando a mesma tecnologia francesa, a fonte de alimentação de sua chama é o gás butano. Da torre, de 14 m de altura, descortina-se um dos mais belos panoramas do Oceano Atlântico. Lá de cima, avista-se a Ilha de Guriri, o Costão de Lopes Mendes e mais ao longe a Ilha de Jorge Grego.

É um dos mais antigos faróis da costa brasileira. Conserva seu projeto original de técnica francesa, com mecanismos puramente mecânicos e lentes de cristal. O local é de extrema beleza natural. O acesso é de barco ou por trilha (pouco usada). Ao chegar ao farol, apresente-se ao faroleiro – membro da Marinha de Guerra Brasileira.

Para permanência  longa  (pernoite)  será necessária uma autorização prévia, escrita, expedida pela Marinha. Para aproveitar bem o local o ideal é ir com tempo para poder conhecer em detalhes o funcionamento e a vida em um farol.

O termo farol tem origem da palavra grega faros, uma ilha próxima à cidade de Alexandria, onde no ano de 280 a .C, foi construída uma das sete maravilhas do mundo antigo: O Farol de Alexandria que fica situado na ilha de Faros (origem do termo farol), próxima ao porto de Alexandria no Egito.

O farol pode ser alcançado por meio da trilha que se inicia na Praia de Pouso. Nas cerca de seis horas de caminhada pesada, é difícil encontrar com alguém pelo caminho. Poucos se atrevem a fazer o percurso, um dos mais árduos da Ilha Grande.

Aqueduto

Quando D. Pedro II visitou a Ilha Grande pela primeira vez, em 5 dezembro de 1863, ficou encantado pela sua beleza e tranqüilidade. Em seu famoso Diário, que se encontra no Museu Imperial de Petrópolis, região serrana do Rio, eternizou com desenhos e textos a sua passagem pela Ilha.

Devido às condições marítimas, que não eram favoráveis a navegação, o Imperador pernoitou na Fazenda do Holandês, que anos depois (1884) seria adquirida pela Fazenda Imperial para abrigar o Lazareto do Rio de Janeiro, terras hoje compreendidas pela Vila do Abraão e Vila de Dois Rios.

As obras do Lazareto terminaram no início de 1886, e em dezembro do mesmo ano, já recebia os passageiros do vapor Valparaíso para inspeção sanitária. Serviu, por muitos anos, de centro de triagem e quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil vindos de outros países. Logo em seguida, foi erguido o imponente Aqueduto para abastecer, com água vinda do córrego do Abraão, o Lazareto.

Imponentes e belos, os aquedutos tiveram papel importante no desenvolvimento das civilizações. Os romanos foram os grandes precursores dessa engenharia que consistia em levar água de um ponto a outro sobre arcos construídos de pedra e que apresentavam uma ligeira inclinação para que a água pudesse correr sobre a cantaria.

Tão importante quanto os Arcos da Lapa, o Aqueduto na Vila do Abraão faz parte da história do Brasil e é relíquia da Ilha Grande. Sua construção data de 1893 e possui 125 metros de extensão. Dessa forma, único e magnífico, o Aqueduto, é um dos monumentos de maior importância histórica da Ilha Grande.

Junto à cabeceira do aqueduto, existe uma pedra em forma de sofá, onde Dom Pedro II costumava sentar para ler sobre botânica, escrever seus poemas e desenhar a bela paisagem a que assistia ou os jardins que pretendia construir.

Dois dias após a Proclamação da República (17 de novembro de 1889), Dom Pedro II e toda a Família Imperial fizeram sua última visita à Ilha Grande, e de todas foi a mais dramática. Banido do Brasil, foram na Praia Preta seus últimos passos em terras brasileiras. Triste, olhou pela última vez para seu jardim onde tinha até um aqueduto e escreveu um poema.

Ruínas do Lazareto

Próximas à Vila do Abraão, encontram-se totalmente tomadas pela vegetação, com exceção da ala de palmeiras do acesso principal. O Lazareto foi construído com a finalidade de ser um hospital de isolamento para abrigar viajantes portadores de doenças contagiosas, que vinham do exterior, antes de aportarem no Rio de Janeiro.

Funcionou desde 1884, na antiga Fazenda do Holandês. D. Pedro II visitou-o duas vezes, em 1886 e em 1889, quando fez alguns desenhos da Ilha, até hoje conservados no Museu Imperial de Petrópolis. O prédio serviu como hospital até 1910, quando abrigou tripulantes e passageiros do navio holandês Araguaia, atacados do “cólera morbus”.

Foi depois transformado em Colônia Penal e, em 1932, lá ficaram presos os líderes do movimento constitucionalista de São Paulo. Neste período passaram por lá alguns imortais como o escritor Orígenes Lessa.

Em 1940  voltou  a  funcionar  como presídio comum, até 1963, quando os presos foram transferidos para a Colônia Penal de Dois Rios, do outro lado da Ilha Grande. Nesta época o prédio foi demolido por tiros de canhão por ordem do Governador do Estado, Carlos Lacerda, num ataque de fúria.

As ruínas estão dentro do Parque Estadual da Ilha Grande. Restam hoje apenas as ruínas de algumas colunas envoltas por raízes de árvores, a base do edifício, com extenso muro de pedras de mão, as ruínas da antiga ponte transformadas em celas de presídio.

Da ambientação original restou a ala de palmeiras imperiais e a ponte sobre o pequeno córrego, que passa ao lado das ruínas. Apesar de o nome lazareto soar mal aos ouvidos, eles eram construções bem estruturadas e que em alguns casos, até pareciam hotéis. O Lazareto da Praia Preta era um verdadeiro colosso com pavimentos de 1ª, 2ª e 3ª classe, enfermarias, laboratórios, praia de areia monazítica, imensos jardins ladeados com palmeiras imperiais, rio e água pura da fonte que chegava aos reservatórios através do aqueduto a uma vazão de 1000 litros por hora.

Acreditava-se que o isolamento das pessoas doentes podia evitar as epidemias que assolavam o mundo naquele final de Século XIX. Porém, um congresso de sanitaristas, dentre os quais participou o Doutor Oswaldo Cruz, sugeriu a desativação dos lazaretos, já que estes não impediam a disseminação de doenças.

O engenheiro do Império Francisco de Paula Freitas e seu auxiliar engenheiro Henrique Alvares da Fonseca, foram os responsáveis pela construção do Lazareto da Ilha Grande. É acessado à pé, através de um caminho de terra que sai da Vila do Abraão.

Mansão do Morcego

Localizada na entrada da Enseada do Abraão, junto à Praia do Morcego, é circundada por densa mata tropical. Construção retangular, com curvatura selada e telhado em 4 águas, que se aproximam nos quatro cantos dos beirais, como ornamento de tenda árabe.

Guarda um rico acervo, que inclui peças de mobiliário, louças, estátuas e objetos de arte religiosa, reunidos por Mário Peixoto, seu antigo proprietário. A lenda atribui a Juan Lorenzo, pirata espanhol, a construção da casa no inicio do século XVII, utilizando-se de madeira da região. Em 1942 foi tombada como patrimônio histórico. Trata-se de propriedade particular.

Presídio

A Vila de Dois Rios é um dos lugares mais visitados e fascinantes da Ilha. Os dois rios cristalinos que desaguam em suas areias claras deram nome à praia que, durante anos, abrigou o presídio Colônia Penal Cândido Mendes (instalado oficialmente em 1903) por cerca de 90 anos, desativado em 1994. Uma praia encantadora.

Porém o romantismo e a calma do lugar são verdadeiros antagonismos ao que ele já foi há anos, quando havia o presídio. Hoje só existem escombros. As casas ao redor da praça eram moradias dos guardas do presídio e atualmente são ocupadas por ilhéus, pesquisadores, ciêntistas e técnicos da UERJ.

O comércio é escasso, mas alguns moradores servem refeições para os turistas que passam o dia por lá. A história da UERJ na Ilha Grande se inicia em 1994, quando o Governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu à Universidade, por cessão de uso. A inauguração das atuais instalações do Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads), em 1998, foi um acontecimento importante para as atividades de pesquisa, ensino e extensão na UERJ e, desde então, o monitoramento ambiental tem sido a tônica do trabalho do Ceads.

Apenas um ex-presidiário continua na ilha Grande, Júlio de Almeida, que aportou em Dois Rios em 1958 e até hoje cumpre pena, mas agora em regime de condicional e diz que dali não sai. Hoje restam as ruínas, mas a beleza da praia e a simplicidade do antigo vilarejo atraem turistas de toda parte do mundo.

O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), com o apoio da FAPERJ, está recuperando a documentação do Instituto Penal Cândido Mendes (IPCM).  Os documentos  foram descobertos sob os escombros do presídio, em 2002.

A história do presídio nos conta inúmeras reformas, que foram lentamente transformando o terreiro com galpão em uma prisão de altos muros, de onde era muito difícil sair. O presídio tinha capacidade para 1000 presos. As instituições carcerárias instaladas na Ilha Grande sempre haviam recebido presos políticos ou detentos com penas leves.

O IPCM, porém, é criado para ser um presídio de segurança máxima, e com o passar dos anos, passou a receber condenados considerados perigosos. Com o Decreto-Lei n. 898, que modifica artigos já existentes na Lei de Segurança Nacional (LSN), qualquer pessoa que pratique delitos como assalto, seqüestro ou roubo, será punida por essa nova versão da LSN, independente de seu crime ter ou não intenções políticas.

Assim, o governo aproximava a imagem do guerrilheiro à do bandido e negava a existência de presos políticos no Brasil. Foi graças à aproximação de presos políticos com prisioneiros comuns, durante a ditadura militar, que nasceu uma das primeiras e maiores organizações criminosas do país. De dentro do Caldeirão do Diabo, como era conhecido, o CV (Comando Vermelho) proliferou-se para outras penitenciárias e favelas do Rio de Janeiro.

Foram inúmeros os presos “famosos” da Ilha Grande.

Entre eles, destacamos os que escreveram sobre sua estada: Graciliano Ramos, Orígenes Lessa, Agildo Barata e André Torres.

Mas, também passaram por lá o famoso Madame Satã (que passou a morar no Abraão após ser libertado), o atualmente deputado Fernando Gabeira, os revolucionários Flores da Cunha e Luiz Carlos Prestes, o escritor Nelson Rodrigues, além do próprio Escadinha e de Lucio Flávio.

Em 1985, o traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, ficou famoso depois de protagonizar uma fuga espetacular do presídio da Ilha Grande, então considerado de segurança máxima. No último dia de 1985, um helicóptero pousou na Praia de Dois Rios e embarcou o bandido mais temido da época.

Foram usados 200 quilos de dinamite para a implosão do “Caldeirão do Diabo'” em 1994, mas mesmo depois da implosão do complexo penitenciário, a memória do presídio continua viva entre muros e escombros em Dois Rios. Acessado pela estrada que sai do Abraão, caminhando-se cerca de 2 horas pela trilha.

Serra

Pico do Papagaio

Na parte Leste do Parque Estadual da Ilha Grande, trata-se de uma elevação de 980 m de altitude, com a parte superior em rocha viva, onde fauna e flora estão preservadas. Pra se ter uma idéia da grandiosidade desta maravilha da Ilha Grande, o Morro do Corcovado na Cidade do Rio de Janeiro tem 710 metros de altitude.

É o segundo ponto mais alto da ilha Grande, atrás apenas do Pico da Pedra D’Água, com 1035 metros . Destaca-se do restante do Maciço da Ilha Grande, pela forma que lhe deu o nome, sendo facilmente avistado de toda a Baía da Ilha Grande. É propício para escaladas e para a prática de montanhismo.

Mirante natural com visão panorâmica de toda a Ilha Grande e da Restinga da Marambaia. Sem falar que é possível avistar, como um gigante adormecido, a Pedra da Gávea no Rio de Janeiro, o Dedo de Deus em Teresópolis, a colossal Serra do Cairuçu em Paraty e, sem muitos cálculos, perceber que a Terra é mesmo redonda.

O visual lá de cima é incrível. Ao norte, você pode ver o mar abrigado pela costa, onde está a Enseada das Estrelas. Ao sul, o mar aberto, onde estão Dois Rios, local do temeroso antigo presídio da Ilha Grande e a belíssima Ilha Jorge Grego. A oeste, fica Araçatiba e você pode ver também o Pico da Pedra d´Água. Já ao leste, encontra-se a Vila do Abraão, Ponta Grossa, Ilha das Palmas e toda a Restinga de Marambaia ao longe.

Acessado à pé, por trilha íngreme em meio à densa floresta tropical a partir da Vila do Abraão. Para conquistá-lo, é preciso ter vocação para campeão olímpico, pois para o deleite de tão soberba paisagem, você será testado no limite das suas resistências.

Não existe lugar para acampar durante o percurso, então, procure sair cedo para aproveitar a caminhada e voltar antes do escurecer, assim você não precisa virar a noite no topo do pico. No decorrer da árdua caminhada (que leva em média 6 horas), você irá passar ao lado de abismos cobertos de mata, pedras gigantescas, árvores imensas onde você é um simples cogumelo entre suas raízes, nascentes de água pura, animais exóticos e até assustadores e mirantes que são como janelas que se abrem.

Para percorrer a trilha sem maiores problemas, a ajuda de um guia que conheça bem a região é necessária. Pode-se dizer que o Pico do Papagaio é um monumento que a natureza da Ilha Grande esculpiu.

Cachoeiras

Cachoeira da Feiticeira

Belíssima cachoeira que possui uma queda de aproximadamente 15 m, formando uma pequena piscina natural. Suas águas geladas, são um prêmio para os vencedores. Em sua volta encontra-se uma densa vegetação de mata virgem, seu acesso é conhecido como Trilha da Feiticeira, partindo-se da Vila do Abrão e seguindo pela trilha que dá acesso ao Aqueduto do Lazareto.

Após o Aqueduto andar aproximadamente 1h 30 min. É imprescindível a presença de um guia. A cachoeira fica bem encravada na montanha. No seu topo possui um trecho de “escorregador” natural na rocha que pára antes da queda d’água. É um dos melhores passeios de toda a Ilha Grande. Parada obrigatória dos aventureiros que fazem rapel.

Fonte: www.vivaterra.org.br

Ilha Grande

lha Grande, a maior das ilhas da baía de Angra dos Reis, tem seus 193 montanhosos quilômetros quadrados alcançados após 1h30 de viagem de barco.

Avistado pela primeira vez pelo navegador português Gonçalo Coelho em 1502, o lugar seria palco de várias batalhas marítimas nos séculos seguintes, pedaço da história que foi parar no fundo do mar. Piratas e comerciantes de escravos também a utilizaram bastante para fins nada nobres.

E, mesmo no século 20, a ilha serviu de presídio para presos políticos (o escritor Graciliano Ramos escreveu seu “Memórias do Cárcere” ali, durante o governo de Getúlio Vargas). Assim, causa alívio ver que este pedaço preservado da Mata Atlântica tem agora como sua principal atividade econômica o turismo – os gringos chegam a responder por mais da metade dos lucros dos agentes locais.

Com cerca de 3.000 moradores, a Vila do Abraão é hoje o principal povoado local. Entre as principais praias, estão a belíssima Lopes Mendes, bastante procurada para mergulho por suas águas translúcidas, e a pequena Cachadaço, com o bônus de uma piscina natural. Passeios de escuna e lancha proporcionam uma visão completa da ilha.

Depois dos graves deslizamentos de terra ocorridos no Ano Novo de 2010 na Enseada do Bananal, a comunidade realizou uma série de eventos culturais, como o Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande, uma das iniciativas que vêm fazendo a vida voltar ao normal.

Ilha Grande
Segundo vilarejo mais populoso da ilha, perde apenas para a Vila do Abraão, a Praia Provetá reúne uma comunidade evangélica. 
Os 500 metros de areia amarelada e mar calmo não costumam receber turistas

Ilha Grande
Considerada uma das praias mais bonitas do Brasil, a Lopes Mendes tem areia fina e clara e conta com sombras de amendoeiras

QUANDO IR

Durante o verão e, principalmente no Réveillon e no Carnaval, a ilha fica cheia de gente e chove muito. Em março e abril ainda faz calor e lotação cai. De maio a outubro, as chuvas são menos frequentes e o clima é ameno.

COMO CIRCULAR

Na ilha não circulam carros e a maioria das praias tem acesso por trilhas longas ou barco. Quem se hospeda na Vila do Abraão, a principal, vai a pé parabares, restaurantes, lojas e agências de turismo.

Fonte: viajeaqui.abril.com.br

Ilha Grande

Por que ir

Maior ilha da baía de Angra dos Reis, Ilha Grande reúne mais de cem praias – entre elas, algumas das mais bonitas do Sudeste brasileiro, como Lopes Mendes, Aventureiro e Cachadaço. O arquipélago, entretanto, oferece mais que cenários idílicos.

As águas cristalinas abrigam rica vida marinha; as trilhas em meio à mata Atlântica que levam às enseadas descortinam ainda rios e cachoeiras; e o clima rústico é garantido pela informalidade da Vila do Abraão, o centrinho da ilha, e a ausência de carros – para chegar lá, só de barco, partindo de Angra ou Mangaratiba, em viagem de cerca de uma hora e meia.

O acesso pouco convencional é apenas um dos fatores que contribui para que a Ilha Grande continue com o astral de aldeia de pescadores, embora nos feriados e na alta temporada o movimento seja intenso.

Os outros motivos ficam por conta da transformação da região em Parque Estadual e Reserva Biológica, o que colaborou para por fim aos acampamentos e construções irregulares. Também a existência de um presídio de segurança máxima – desativado em 1994 – contribuiu para o isolamento da ilha por muitas décadas.

A natureza exuberante faz com que o dia comece cedo na Ilha Grande – não dá para dormir muito levando em conta a infinidade de atrativos a serem descobertos durante os passeios. De barco, chega-se à Lagoa Azul, aquário natural e um dos cartões-postais da região em função da transparência das águas e da quantidade de peixes coloridos e estrelas-do-mar.

Para os mergulhadores credenciados, os pontos de parada são os muitos naufrágios e as lajes repletas de tartarugas, robalos e moréias. Já caminhando – há trilhas para todas as praias -, o roteiro principal é o que conduz à paradisíaca paisagem formada pelas areias finas e brancas e o mar azul esverdeado de Lopes Mendes.

Para entrar no clima da ilha, circule pela Vila do Abraão, onde estão pousadas, restaurantes simples e bares com espaço de sobra para dançar forró a noite toda.

Já para experimentar os melhores pratos de frutos do mar da região, inclua no passeio de barco a enseada do Saco do Céu. Por lá estão o rústico Coqueiro Verde e o sofisticado Reis e Magos, que servem moquecas e paellas à altura das vistas que descortinam.

Ilha Grande
Praia do Aventureiro: Cenário é digno de uma obra de arte

O que ver e fazer em Ilha Grande

Curtir as praias

Ilha Grande
Praia do Aventureiro está entre as mais rústicas da ilha

Ilha Grande abriga mais de cem praias e, uma característica é comum a todas elas: as águas cristalinas verdes e azuis. Protegidas pelo Parque Estadual, mantém a vegetação intocada e os cenários rústicos que, muitas vezes, revelam cachoeiras, ruínas históricas e comunidades de pescadores.

Passear de barco

Alguns dos mais belos recantos de Ilha Grande podem ser conhecidos através de passeios de barco. Entre os concorridos roteiros estão os que levam à praia de Japaris – passando por Lagoa Azul, Freguesia de Santana Leste e Saco do Céu – e à de Palmas, com uma hora de caminhada até Lopes Mendes e paradas na Ilha do Morcego e Abraãozinho. A maioria dos tours parte da Vila do Abraão.

Ilha Grande
Embarcações circulam por águas cristalinas, como as da Lagoa Azul

Ilha Grande
Lagoa Azul

Visitar a Gruta do Acaiá

A caverna, parcialmente inundada, é procurada pelos mergulhadores, que lá encontram cores e luzes diversas criadas pelas fendas na rocha. Quem vai por terra precisa encarar uma hora de caminhada até a Ponta do Acaiá (a partir da praia Vermelha) e uma escada improvisada que leva a um pequeno salão. É recomendável contratar guia e levar lanterna.

Ilha Grande
Gruta do Acaiá – Vista de dentro da gruta

Caminhar pelas trilhas

Trilhas bem sinalizadas em meio à mata Atlântica cortam toda a ilha, descortinando belas praias como Lopes Mendes e cachoeiras de águas refrescantes como a da Feiticeira. Há percursos com os mais variados níveis de dificuldade e duração – as caminhadas podem durar entre dez minutos e quatro horas.

Mergulhar

As águas cristalinas e calmas de Ilha Grande fazem da região um concorrido point de mergulhadores. A rica vida marinha e os muitos naufrágios, em especial na face voltada para o continente, incrementam as opções. Os adeptos do snorkeling marcam presença na Lagoa Azul, um aquário natural repleto de peixes coloridos e estrelas-do-mar.

As praias de Ilha Grande

Boa parte das praias de águas verdes e cristalinas da Ilha Grande, emolduradas por densa vegetação, fica protegida pelo Parque Estadual e pela Reserva Biológica da Praia do Sul. Acessíveis por trilhas e passeios de barco, as enseadas oferecem mais que excelentes banhos – nas praias da Feiticeira e de Fora, por exemplo, há cachoeiras; enquanto em Sítio Forte e Parnaioca os naufrágios nos arredores fazem das áreas boas opções para a prática do mergulho.

Lopes Mendes

Acessível por trilha (meia hora saindo da praia dos Mangues ou duas horas saindo da Vila do Abraão), a bonita praia de Lopes Mendes tem três quilômetros de areia muito fina, cortados por riachos de águas cristalinas e grandes pedras. É bastante movimentada nas férias e feriados.

Ilha Grande
Lopes Mendes – Acessível por trilha, é uma das mais extensas da região

Cachadaço

Com apenas 15 metros e protegida por pedras e costões, a selvagem praia do Cachadaço tem águas transparentes. Um riacho com queda d’água e uma estradinha de pedras construída por escravos completam a paisagem.

Praia do Aventureiro

A bela e isolada praia fica dentro da área protegida pela Reserva Biológica. Em dias de mar agitado, forma boas ondas e atrai surfistas. É procurada para camping – as barracas são montadas no quintal das casas dos moradores.

Saco do Céu

Cercada por montanhas, a enseada tem excelentes restaurantes. É ponto de pernoite de embarcações em função da beleza do céu, sempre estrelado.

Lagoa Verde

Localizada entre as praias Longa e Grande de Araçatiba, a Lagoa Verde mais parece uma piscina emoldurada por mata Atlântica. As águas claras repletas de peixes coloridos e um restaurante flutuante chamam a atenção dos visitantes.

Praia da Feiticeira

As águas mornas da pequena e isolada praia da Feiticeira são perfeitas para banhos. Nos arredores, uma cachoeira de 13 metros de queda reúne a turma do rapel.

Praia do Abraão

A praia da principal vila de Ilha Grande é o ponto de chegada dos barcos vindos do continente e também local de saída dos passeios pela ilha. Não é indicada para banhos.

Praias do Leste e do Sul

Extensas, somam cinco quilômetros de praias abrigadas pela Reserva Biológica. O cenário inclui ainda lagoas e cachoeiras.

Abraãozinho

Próxima à Vila do Abraão, a pequena enseada tem acesso fácil por trilha, em caminhada de dez minutos.

Dois Rios

A praia extensa e de mar azul esverdeado abriga as ruínas do presídio Cândido Mendes, implodido em 1994. O acesso é por trilha, depois de duas horas de caminhada.

Freguesia de Santana Leste

A área foi sede da primeira vila da ilha e ainda hoje guarda a igreja, erguida em 1796, e o cemitério de piratas.

Japaris

Ponto de parada dos passeios de barco, é pequena e abriga vila de pescadores e bares rústicos.

Parnaioca

Acessível por caminhada de duas horas, tem o cenário emoldurado por ruínas de uma igreja, cachoeira, pedras e mar azul. Um cargueiro afundado nos arredores atrai mergulhadores.

Praia das Palmas

Repleta de coqueiros, a praia das Palmas é passagem obrigatória para quem parte da vila em direção à praia de Lopes Mendes. É bastante utilizada para a prática de camping.

Praia de Fora

Emoldurada por vegetação nativa, a praia de Fora abriga cachoeira e coqueirais. Tem infra-estrutura de bares rústicos que servem peixe frito e petiscos.

Praia dos Meros

A grande concentração de peixes faz da praia dos Meros uma das mais procuradas pelos adeptos da caça submarina. Indicada para crianças, tem extensa faixa de areia branca e águas calmas.

Praia Grande de Araçatiba

Extensa, tem areia fina e águas calmas que atraem os adeptos de esportes náuticos, como windsurf e esqui. Abriga uma vila bastante movimentada de onde partem trilhas para trekking.

Praias da Júlia e Comprida

A 15 minutos de caminhada da Vila do Abraão, as praias têm águas cristalinas e estreita faixa de areia. Procuradas por famílias, tem infra-estrutura de quiosque.

Provetá

A praia tem águas verdes, areias grossas, coqueirais e amendoeiras. O movimento é grande em função da colônia de pescadores ali instalada.

Sítio Forte

A rica vida marinha e o navio naufragado Pingüino atraem os mergulhadores até a praia, que abriga pequena vila de pescadores. Os bares e restaurantes ali instalados oferecem frutos do mar – ostras e mexilhões – fresquíssimos, cultivados na própria praia.

Ubatubinha

Acessível por trilha, oferece bons pontos para a prática do mergulho.

Vermelha

Um navio naufragado nos arredores faz da praia Vermelha uma das mais procuradas pelos mergulhadores.

Esportes e Ecoturismo em Ilha Grande

Uma das melhores maneiras de apreciar os encantos de Ilha Grande é praticando esportes. O mergulho descortina o colorido dos peixes, dos corais, e das estrelas-do-mar escondidas debaixo d’água. Já as caminhadas levam a praias paradisíacas, como Lopes Mendes e Aventureiro.

Mergulho

As águas cristalinas de Ilha Grande abrigam naufrágios e diversificada vida marinha. Na face voltada para o continente ficam os melhores pontos para a prática do mergulho, como enseada Sítio Forte – onde estão naufragados o navio Pingüino e um helicóptero -, a praia Vermelha (navio Califórnia), e as grutas da Ponta do Acaiá e da Laje do Guriri. Corais, moréias, tartarugas e robalos dão cores e vida ao cenário. Já na Lagoa Azul, peixinhos coloridos e estrelas-do-mar fazem a alegria da turma do snorkel.

Trekking

Ilha Grande é repleta de trilhas bem sinalizadas em meio à mata Atlântica. Caminhando, é possível dar uma volta completa na ilha e conhecer algumas das mais bonitas paisagens da região. A maioria dos percursos parte da praia do Abraão, sendo os mais curtos e fáceis os que levam às praias Preta, Júlia, Comprida, da Crena e Abraãozinho. Entre os mais procurados estão os trekkings que conduzem a Dois Rios (duas horas de caminhada, passando pelas ruínas do antigo presídio), Cachadaço (4h), cachoeira da Feiticeira (1h20) e Lopes Mendes (2h20). Partindo da praia Grande de Araçatiba os destinos são as praias Longa (1h), Vermelha (1h20), Ponta e Gruta do Acaiá (2h20), Provetá (2h) e Aventureiro (4h).

Nas Redondezas de Ilha Grande

Os arredores da rústica Ilha Grande guardam cultura, glamour e agito. Em Angra dos Reis, reduto de ricos famosos, o programa oficial é sair de lancha e se esbaldar em alguma das 365 ilhas da baía – não deixe de fora a concorrida praia do Dentista, na Ilha da Gipóia. Já na bucólica Parati, o atrativo fica por conta do charme do Centro Histórico, um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos do país.

Angra dos Reis

Refúgio de ricos e famosos, Angra oferece 365 ilhas banhadas por águas verdes e transparentes, perfeitas para mergulhar. Por lá, o meio de transporte é a lancha, que conduz a points como a Praia do Dentista. No verão, o congestionamento de embarcações é grande, para a alegria dos bares flutuantes. Angra fica a 1h20 de barco de Ilha Grande.

Paraty

A bela cidade colonial fica a 99 km. A viagem pode ser curtida em um dia, que deve ser usufruído no Centro Histórico, emoldurado por coloridos sobradosque abrigam restaurantes e ateliês. A área é tombada como Patrimônio da Humanidade e é proibido o tráfego de automóveis pelas ruas em pedras pés-de-moleque.

Para ir às praias e ilhas, melhor esticar a permanência.

Onde Comer em Ilha Grande

A Vila do Abraão concentra boa parte dos restaurantes de Ilha Grande, com opções para todos os gostos e bolsos. Para saborear os melhores pratos de frutos do mar da região, porém, siga para o Saco do Céu – e aproveite para apreciar, também, a bela vista.

Reis e Magos

De frente para o mar e cercada pelo verde, o sofisticado restaurante é dividido em bangalôs que abrigam as mesas cobertas por tolhas de renda, arranjos de flores, candelabros, talheres de prata e taças de cristal. A trilha sonora suave é composta por flauta e teclado. No jantar, velas e tochas iluminam o espaço.

Coqueiro Verde

Rústico, agradável e na beira do mar, o espaço tem mesas no salão, no quiosque e no imenso jardim, além de piscina de água natural e loja de artesanato.

Lua e Mar

Simples e à beira-mar, serve os clientes em mesas no salão ou na areia, na sombra de uma amendoeira.

O Pescador

O restaurante da pousada fica na beira da praia, com bonita vista para o mar.

Toscanelli Brasil

Instalado em um mini resort, é bastante charmoso e com bela vista.

Tropicana

As mesas ficam ao lado de um jardim e têm vista para o mar.

Casarão da Ilha

A casa simples na pracinha da igreja serve concorridos PF’s. Nas noites de sexta e sábado tem música ao vivo e muito burburinho.

Vida Noturna em Ilha Grande

O burburinho acontece na Vila do Abraão, onde se concentram restaurantes e bares com música ao vivo e forró.

Quando ir a Ilha Grande

Ilha Grande pode ser visitada o ano inteiro, sendo o outono e a primavera as melhores épocas em função das temperaturas amenas e dos dias claros. O movimento é grande no verão – costuma chover no final do dia – e nos feriados, quando as pousadas ficam lotadas e há filas para as balsas. Para curtir os festivais de música, vá entre junho e julho ou em dezembro.

Festival de Música e Ecologia

O evento acontece entre os meses de junho e julho, na Vila do Abraão. Na programação, apresentação de novos talentos da música, além de shows gratuitos com artistas da MPB. Barraquinhas montadas nos arredores garantem os petiscos e as bebidas.

Festival Nacional de Forró

A festa movimenta a vila no mês de dezembro, reunindo bandas de diversos estados do país. Além de shows, a programação traz oficinas de sanfona, frevo, jongo e bumba-meu-boi.

Como Chegar a Ilha Grande

Ilha Grande é acessível por barco e os principais pontos de partida são as cidades de Mangaratiba e Angra dos Reis.

De avião

Os aeroportos mais próximos são os do Rio de Janeiro, a 116 quilômetros de Mangaratiba e a 166 de Angra dos Reis

De carro

Vindo do Rio ou de São Paulo, acesso pela Rio-Santos (BR-101). Não é permitida a circulação de carros e motos na ilha. Os automóveis devem ser deixados em Angra dos Reis ou Mangaratiba. Há estacionamentos nos arredores dos portos

De ônibus

As empresas Costa Verde, Reunidas e Útil ligam cidades dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, a Angra dos Reis e Mangaratiba.

Circulando

Carros e motos são proibidos de circular em Ilha Grande. Para conhecer as praias, as opções são as caminhadas por trilhas e os passeios de barco

Fonte: feriasbrasil.com.br

Ilha Grande

História

Dois anos após o Descobrimento do Brasil o navegador Gonçalo Coelho que já havia batizado o Rio de Janeiro, descobriu em 06 de Janeiro a Ilha Grande. A princípio eles pensavam que a Ilha fosse um continente e ao seu leste, a desembocadura de um grande rio.

O nome surgiu por índios Tamoios que a chamavam de “Ipaum Guaçu”, expressão que significa Ilha Grande.

Local preferido pelos navegantes portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, a Ilha Grande foi palco da história do Brasil desde a época do seu descobrimento. Em 1559, Don Vicente da Fonseca foi designado pelo Reino de Portugal para tomá-la à posse lusitana e administrá-la.

Em meados do século XVI, começa uma longa e encarniçada guerra de resistência à colonização européia, a Confederação dos Tamoios (1554 a 1567 – foi a segunda grande luta de resistência social havida na história do mundo, antecedida pela insurreição asteca, em 1520 – tendo sido, no entando, de proporções e duração muito maiores), contra os invasores portugueses; os Tamoios tiveram ajuda dos franceses (“mair”, como os chamavam os Tupinambás), enquanto que os portugueses (chamados de “peró”) foram ajudados pelos índios Tupiniquins; bateram-se ao longo do litoral brasileiro numa surpreendente extensão que alongou-se do Espírito Santo até São Paulo, tendo sido a região de Angra dos Reis um dos principais redutos da resistência indígena, fato que retardou a sua colonização por mais de meio século.

Em 1803 o povoado obtém uma identidade jurídica: Freguesia de Santana da Ilha Grande de Fora. Tornou-se um famoso entreposto do tráfico ilegal de escravos até a abolição da escravatura em 1888.

Somente depois de proclamada a República, em 1891, foram criados os dois primeiros distritos: Abraão e Sítio Forte, hoje Araçatiba.

No período de 1725 a 1764, com o avanço da cultura da cana-de-açúcar, começa a acontecer a colonização da Ilha Grande, num ciclo que se estenderá até a primeira metade do século XIX. O café, introduzido um pouco mais tarde, perdurou entre 1772 e 1890, chegando, inclusive, a ser exportado para a Europa.

Com o término da escravidão, na segunda metade do século XIX, a cultura do café tornou-se inviavél e foi abandonada. A Ilha Grande entrou em um período de decadência. No mesmo período, ocorreu o fim da “Invencível Armada” Lusitana. Desse fato resultou a intensificação do contrabando do Pau-Brasil e muitos outros tipos de contrabando. No século XIX, D. Pedro II visitou a Ilha Grande. Ele ficou encantado pela sua beleza e tranqüilidade.

Resolveu adquirir a Fazenda do Holandês (hoje, Vila do Abraão) e a de Dois Rios. Na Fazenda do Holandês foi construído o Lazareto, que serviu de centro de triagem e quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil (mais especificamente nos casos de cólera) chegando a atender mais de quatro mil embarcações durante seus 28 anos de funcionamento.

A água para abastecer o Lazareto foi desviada do Córrego do Abraão, sendo para tanto construída uma barragem e o Aqueduto, um dos monumentos de maior importância histórica da Ilha Grande. Existe, ainda hoje, perto da barragem, o banco de pedra, denominado “Banco de D. Pedro”, utilizado pelo Imperador para descanso.

Em 1903 foi criada a Colônia Correcional de Dois Rios. Por outro lado, o Lazareto foi desativado, passando a funcionar como presídio político. No final da Revolução Constitucionalista de 1932, seus internos passaram para a Colônia Correcional de Dois Rios. Posteriormente o Lazareto chegou a ser demolido, perdendo assim, a Ilha Grande, o seu mais importante patrimônio histórico e cultural.

Em 1940 foi construído em Dois Rios o Instituto Penal Cândido Mendes, com capacidade para mil presos de alta periculosidade. À convivência dos presos políticos do regime militar com os presos comuns, dentro dos muros do presídio, é atribuida uma das origens do chamado “crime organizado”, pontuando com acontecimentos marcantes, tais como, fugas de helicóptero e outros, com ampla cobertura da mídia nacional e internacional; a presença do presídio vem notorizar a Ilha Grande, por aspectos diametralmente opostos à sua beleza natural e importante significação histórica.

No ano de 1994, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do Governador Leonel Brizola, faz a demolição da maior parte das dependências do presídio.

Com a decadência da agricultura, inicia-se a regeneração de capoeiras nas áreas abandonadas e etapas superiores de sucessão vegetal.

Hoje a atividade pesqueira veio substituir a agricultura decadente, e teve inicio na década de 30 do século XX, com a salga de peixe. Na década de 50, a pesca chega ao auge, quando chega a vinte o número de “fábricas de sardinha” instaladas na Ilha Grande.

Ultimamente, com o declínio da atividade pesqueira, inicia-se o desenvolvimento do turismo e juntamente com este, vem aumentando a especulação imobiliária, visando a instalação de grandes complexos turísticos e condomínios fechados para veranistas, a Ilha Grande resiste.

* Uma revisão histórica, anunciada pelo almirante Max Justo Guedes na “Conferência dos 500 anos” de Angra dos Reis, promovida pela prefeitura em 2002, trouxe à luz a oficialidade sobre o nome do verdadeiro descobridor: o navegante Gonçalo Coelho.

Antes deste tratado o navegante André Gonçalves foi por muitos anos considerado o descobridor da Ilha Grande.

Esta revisão foi feita com base na fonte: “Tratado Descritivo do Brasil”, de Gabriel Soares de Souza.

Bibliografia

Apontamentos para a história do Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Ilha Grande.
Carl Egbert Hansen Vieira de Mello

As Sete Maravilhas de Ilha Grande

7º – Praia do Caxadaço

A Praia do Caxadaço, sétimo lugar como uma das Sete Maravilhas da Ilha Grande, é um lugar tão cheio de magia e paisagens paradisíacas, que é muito fácil imaginar que somos Adão ou Eva.

Quinze metros de praia de infinitas belezas, cercada de rochas milenares esculpidas pela natureza, mar calmo com águas cristalinas em tons azuis e verdes, colônia de corais e algas marinhas, cardumes de várias espécies de peixes, areia monazítica, animais silvestres, coloridos pássaros, plantas, Mata Atlântica e um riacho desaguando em meio a uma mini piscina, são apenas algumas das atrações que esta maravilha da Ilha Grande nos oferece.

Quem passa de barco sem saber que ali existe uma praia, jamais poderá dizer que viu o Caxadaço.

Uma imensa pedra deitada sobre o mar esconde a imensa piscina. Só entrando pelo estreito canal que contorna esse cerco de pedras é que se pode vislumbrar tamanho espetáculo.

O difícil acesso à torna ainda mais fascinante e deserta. Chegar ao Caxadaço não é uma tarefa fácil.

Ou se vai de barco – o que nem sempre é possível devido às condições do mar, já que as ondas nem sempre permitem uma navegação segura, ou como os trilheiros mais aventureiros costumam fazer: a pé.

Por trilhas serão mais de 4 horas de caminhada pesada (só a ida). O melhor caminho é o que sai da Vila do Abraão e segue em direção à Vila de Dois Rios (Estrada da Colônia). Depois da Piscina dos Soldados e logo após a segunda ponte, surge à esquerda, uma Placa Informativa (T15) Dois Rios – Caxadaço. Até lá, serão mais duas horas de caminhada, enfrentando desafios para finalmente, quase despencar no paraíso.

Caxadaço possui histórias interessantes que vão dos piratas que se encondiam em sua pequena enseada até o tráfico e contrabando de escravos na famosa “trilha do ouro”.

A Praia do Caxadaço, minininha da Ilha Grande por seu tamanho, é uma arte divina encravada entre a montanha, as rochas e o mar num cenário repleto de belezas naturais.

Um refúgio perfeito para aqueles que estão em busca de paz, tranquilidade e harmonia com a natureza.

Um lugar cheio de magia, de difícil acesso e com paisagens extonteantes.

Que nos desculpem as nossas visinhas (também paradisíacas) Lopes Mendes e Santo Antonio, mas Caxadaço, com certeza, foi o lugar que Deus descansou no 8º dia…

História

Ao bom observador será fácil distingui nas pedras junto à praia, as marcas de afiamento lítico deixadas pelos índios ao amolarem suas flechas, machadinhas entre outros utensílios.

Tais evidências, não deixam duvida de que ali já existiu uma aldeia Tupinambá. Além de ser um ótimo lugar para se viver, o capricho da natureza criou um local abrigado, cercado de mata e água em abundância.

Do alto de suas pedras eles podiam ver quem chegava ou passava ao largo sem desconfiar que ali, num penhasco com ondas aterradoras, pudesse morar uma tribo. Como também para escapar de alguma perseguição, desaparecendo nas rochas sem deixar vestígios.

Dessa estratégia se aproveitaram também os contrabandistas de escravos, que para driblarem a Marinha Britânica que combatia esse tipo de comércio, usavam esse esconderijo para sumirem, como num passe de mágica, das vistas dos ingleses.

Abrigados e em segurança, eles desembarcavam os cabiúnas que eram conduzidos às fazendas negreiras e depois vendidos aos fazendeiros do continente.

Felizmente essa mazela durou pouco e o Caxadaço voltou a ser um lugar de sagrada comunhão com a natureza.

Esse trecho da costa foi bastante povoado em épocas passadas.

Ao caminharmos pela trilha ainda é possível vermos ruínas de antigas construções e árvores frutíferas espalhadas pela mata.

Num determinado trecho, a trilha é toda calçada de pedras – Caminho das Pedras, que foi construído pelos escravos e que servia para dar escoamento à produção das lavouras que existiam ali.

6º – Praias do Sul e do Leste

As praias do Sul e do Leste, sexta colocada na escolha das 7 Maravilhas da Ilha Grande, não poderiam deixar de fazer parte dessa votação histórica.

Localizadas no coração de uma reserva biológica, além de ter sido berço de civilizações milenares, só podia ser mesmo uma coisa: Maravilha…

Por estar situada na Reserva Biológica da Praia do Sul, é a única das maravilhas que você não poderá visitar sem uma autorização da Feema ou dos Órgãos ambientais responsáveis.

Entretanto, pelo valor inestimável que esta área representa na preservação do que há de mais selvagem em toda a Ilha, ela merece estar entre as melhores obras que a natureza divina, fervorosamente, soube recuperar com vigor.

A Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul foi criada em 1981 e abrange uma área de 3.600 hectares que vai da Ponta da Tucunduba (fronteira com a Parnaioca) até a Ponta da Escada, localizada entre a Praia dos Meros e a Ilha de mesmo nome.

Além do Parque Marinho do Aventureiro – uma faixa de mar que vai da Ponta da Tucunduba à Ponta do Drago.

No total, a reserva possui cinco praias: Leste, Sul, Demo, Aventureiro e Meros.

Como é uma área restrita a cientistas, pesquisadores e expedicionários, só através deles, de seus estudos e documentários, é que podemos tomar conhecimento dos mistérios e encantos que esse lugar guarda, nos permitindo ter uma idéia do tamanho desse tesouro.

Talvez por esta razão seja o lugar mais resguardado e preservado da Ilha.

As praias do Sul e do Leste, juntas, medem aproximadamente seis quilômetros de extensão e estão separadas por um ilhote (Ilhote do Leste) onde desemboca o canal que vêm do mangue e das duas lagoas em seu interior.

É uma das visões mais esplendorosas de natureza selvagem e bela que a Ilha possui. Sua complexa biodiversidade, revelada nas tramas ricas e delicadas de seus ecossistemas, nos apresenta um espetáculo de vida como se estivéssemos assistindo ao inicio da Criação.

Das serras, cobertas de Mata Atlântica e em forma de um gigantesco anfiteatro, despencam os rios por entre vales, formando inúmeras quedas d’água até desaguarem numa baixada de mata inundada, formando duas lagoas onde habitam inúmeras espécies de animais do céu, da terra e do mar.

Camarões, siris, caranguejos, tainhas, robalos, muçuns e até lontras – mamíferos considerados em extinção.

A variedade de espécies de aves também é impressionante e o trinar das arapongas é uma música de fundo na confusa orquestra de papagaios, pica-paus, saracuras, andorinhas, almas-de-gato, tiés-sangue, gaviões e bem-te-vis.

A restinga, que acompanha toda a orla, é totalmente coberta por gravatás, samambaias, orquídeas terrestres, bromélias, plantas rasteiras e cactos.

Na areia fina e branca, milhares de larvas de tatuís saltitam dia e noite para o deleite de alguns pássaros e vaga-lumes. Por ser uma das regiões mais selvagens da Ilha, ela possui um cenário cinemátografico.

Situada na Reserva Biológica da Praia do Sul estas maravilhas da Ilha Grande são vigiadas por fiscais da FEEMA que impedem qualquer pessoa de passar sem autorização.

História

“Há cerca de três mil anos, um grupo pescador, coletor e caçador se apossou de um pequeno morro – hoje denominado de Ilhote do Leste – localizado na atual Reserva Biológica Estadual Praia do Sul”… (Maria Cristina Tenório)

Segundo levantamentos arqueológicos, a região foi habitada há três mil anos por uma comunidade de pescadores, coletores e caçadores que antecederam os índios tupinambás.

Quem descobriu esse segredo foi a Arqueóloga e Doutora Maria Cristina Tenório, do Museu Nacional – UFRJ, que durante 15 anos enfrentando dias lindos e tenebrosos, comida farta e fome, fuga de presos e travessias arriscadas pela Picirica (Pedra do Demo) em dias chuvosos, conseguiu descobrir um tesouro enterrado no coração da reserva.

Entre a Praia do Leste e a Praia do Sul, existe um pequeno morro – conhecido por Ilhote do Leste. Neste ilhote, Maria Cristina suspeitou de algo que de forma natural não poderia ter acontecido.

Vestígios de areia numa área em que ela não poderia existir chamaram-lhe a atenção e aquele apagado rastro de areia, acabou por se transformar numas das mais belas trilhas de sua carreira acadêmica.

Imagine-se no alto do Ilhote, de frente para o mar, com gêiseres assustadoramente emocionantes escapando por fendas nas pedras devido as potentes ondas submersas e de repente, por entre tocas e grutas você levanta uma laje de pedra e se deparar com um esqueleto humano de três mil anos abraçado ao de um golfinho! A cada pedra levantada, mais esqueletos surgiram e depois de anos de estudo, deduziu-se que tal povo viveu ali por vários séculos sobrevivendo da pesca de tainhas que entravam canal adentro em busca das lagoas para desovar, além de caranguejos, ostras e mexilhões.

Dessa forma, concordando com a arqueóloga Maria Cristina, o Ilhote era um lugar sagrado, onde os nativos enterravam seus mortos, se alimentavam, se protegiam de ataques e ainda lhes servia de espia para o momento em que os enormes cardumes invadiam o canal.

Como eles desapareceram ninguém sabe ainda. Apesar de terem vivido por toda a Ilha é possível que tenham sido expulsos por tribos tupis, pois foi achada uma peça de cerâmica tupi nas proximidades do Ilhote, embora isso não esteja comprovado, já que não existem outros vestígios desse povo na região.

5º – Praia da Parnaioca

Se a Praia da Parnaioca tivesse tirado o primeiro lugar, não seria de se estranhar. Esta maravilha, contemplada com o quinto lugar é sem dúvida um dos altares mais sagrados da Ilha Grande.

Localizada ao Sul da Ilha Grande, entre a Ponta Alta da Parnaioca e a Ponta da Tucunduba (mar aberto), vizinha à Reserva Biológica da Praia do Sul e hoje fazendo parte do Parque Estadual da Ilha Grande, a Praia da Parnaioca é uma das mais selvagens e preservadas praias da Ilha.

Praticamente deserta, com um número de casas que se conta com os dedos das mãos, sem comércio, sem pousadas (abrigo só em casa de morador), cercada de matas onde habitam colônias de bugios, bandos de micos, esquilos, pacas, cotias, diversas espécies de pássaros, flores, frutas e rios que despencam encachoeirados montanha abaixo, formando deliciosos poços de deixar qualquer um com inebriado.

A sua extensa faixa de areia dourada cravejada de conchinhas e açoitada de jeitinho por um mar azul-turquesa cristalino; as amendoeiras com suas redes “divãs” sombreando a orla, as serras cobertas de floresta, a bela lagoa junto à praia, os rios encachoeirados, ruínas de fazendas e senzalas, o cemitério centenário, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, os animais que sem medo dos forasteiros começam a aparecer nos caminhos, as trilhas do entorno que nos levam a lugares espetaculares, seu pôr-do-sol no mar, as estrelas e as galáxias vistas a olho nu, as histórias de naufrágio, piratas e lendas contadas por seus anciões, fazem dessa praia um paraíso. Uma singular Maravilha da Ilha Grande.

Nesse ambiente divino é muito fácil você se esquecer do mundo ou até mesmo de você…

Cada passo dado em sua direção é uma emoção diferente. Desde o Abraão, onde muitos se benzem ao começar os primeiros passos, até a pedra em forma de altar já chegando na Parnaioca, e que se abre como uma janela na mata nos revelando o paraíso que nos espera, são muitas as surpresas e encantos.

Do alto da Curva da Morte, damos adeus aos agitos do Abraão e entramos num outro mundo. A estrada deserta rasgando a mata insiste em nos levar para o alto, passando ao lado de abismos e serpenteando a serra.

Um atalho nos aproxima ainda mais desse mundo paralelo que estamos prestes a penetrar e nos derrama num poço de fadas, contraditoriamente chamado de Piscina dos Soldados.

Já se sentindo na pele de Graciliano Ramos, você chega, um pouco melhor que ele, na Placa de Sinalização (T15) que dá acesso a uma das Maravilhas – O Caxadaço. Mas você não pode fugir do seu destino. A caminhada prossegue e logo, uma alameda de palmeiras imperiais dá as boas vindas ao que restou da Colônia Correcional de Dois Rios – Instituto Penal e Presídio de Segurança Máxima da Ilha Grande.

Tantas casas e tão poucos moradores, que nos sentimos entrando numa espécie de cidade abandonada. Mas antes que você se sinta um Indiana Jones explorando alguma ruína perdida, como num passe de mágica, você se vê envolvido de moradores, guardas, universitários, pesquisadores, biólogos, ex-presidiário, pássaros e cachorros amigáveis.

Depois de um mergulho nas fozes dos dois rios que desembocam na praia e provavelmente depois de abater um prato caiçara (arroz, feijão, farinha, pimenta, salada e peixe-frito) é hora de prosseguir.

Depois de cruzar pontes de alvenaria em plena floresta, uma pirâmide de granito bem ao lado da trilha, nos dá o sinal de que a aventura começou de verdade.

Você até poderá se sentir um preso foragido ao avistar, entre a capoeira e as samambaias, as guaritas onde ficavam os guardas do presídio.

Se for este o caso, o refúgio logo aparece em forma de toca. É a Toca das Cinzas que num passado remoto abrigou índios, escravos e caçadores. Hoje, a entrada principal está fechada devido a um deslizamento. Mas as surpresas não param por aí.

Mal você começa a caminhar, outra surpresa ainda mais surpreendente: uma gigantesca figueira-branca com mais de 30 metros de altura e 17 de circunferência.

A visão é deslumbrante e nossos olhos não conseguem ver onde seus mais altos galhos terminam.

A essa altura da caminhada, você já está quase preparado para entrar no tal “mundo paralelo” que é a Parnaioca. Antes disso, você ainda terá que passar por riachos, cachoeiras, pelas curvas do “Mar Virado”, enfrentar o cerco dos bugios, ser ciceroniano por macucos e lagartos, deixar suas marcas nos caules dos bambus gigantes, até que finalmente, depois de seis horas de caminhada (ou mais) chegar numa pedra em forma de altar. No lugar de imagens de santos, uma escotilha se abre entre os galhos nos permitindo vislumbrar o imponente cenário que nos apresenta este lado da Ilha. É comum chegarmos neste altar com o sol se pondo, nos fazendo ficar hipnotizados ante a inebriante sensação de algo sublime que nos contagia. Os olhos não sabem para onde olhar primeiro…

História

É fácil percebermos que Parnaioca já foi um dia habitado por um prospero povoado. Ruínas de casarões, o cemitério centenário e a Capela do Sagrado Coração de Jesus, são vestígios de um passado próspero baseado na agricultura, na pesca e no comércio de víveres e escravos. Ainda na Década de 80, viviam na Parnaioca e nos seus sertões centenas de famílias que sobreviviam da roça de subsistência, da pesca artesanal e da caça.

Era um tempo de fartura… Como costumam dizer seus moradores mais antigos. Plantava-se mandioca, inhame, milho, café, cana-de-açúcar, além de árvores frutíferas cujos exemplares ainda podemos encontrar por entre a mata.

Criavam galinhas, porcos, cabras e até vacas para tirarem-lhes o leite. Feita a colheita, era hora de plantar tudo de novo e enquanto a plantação crescia, o mar estava pronto para as redes feitas de barbante e protegidas por uma resina vegetal extraída da casca da aroeira. Toneladas de peixe eram pescados num mar que não parava de fervilhar de cardumes de sardinhas, xeréus, xereretes, linguados, miraguaias, olhos-de-boi, garoupas e badejos. Como não havia energia elétrica, a conservação era através da salga, que por sinal, é o melhor sistema para se conservar o pescado.

Naquele tempo, em Dois Rios funcionava o presídio para Presos Políticos e o vilarejo era movimentado. Tinha campo de futebol, praças ajardinadas, cinema, padaria, vilas de casas, uma pequena hidroelétrica que chegava a fornecer luz para o Abraão, feiras livres, serrarias, britadeiras, oficinas, em fim, quase uma pequena cidade.

Os colonos da Parnaioca vendiam seus produtos para os guardas do presídio e até para os presos que queriam comer algo diferente.

Com os recursos dessas vendas, eles remavam até Angra dos Reis em busca do que a terra e o mar não lhes proporcionavam, ou seja: o sal, o açúcar, o querosene, as velas, as roupas e calçados, pilhas para as lanternas entre outros supérfluos da época.

Com o fim do presídio Federal, o Estadual não foi a mesma coisa. Os presos agora eram de outra índole e o Sistema Carcerário parecia entrar na onda deles. Fugas e mais fugas, assaltos à casa de moradores para conseguir abrigo, comida e meio de transporte; assassinatos e o medo constante dos ilhéus ante a expectativa de novas fugas, fizeram os poucos que restaram abandonarem suas terras em busca de melhores condições de vida.

Até por que, com o fim do presídio se intensificou a pesca predatória para suprir de matéria prima as indústrias de pescado que proliferaram por toda a Ilha.

As redes não eram mais de barbante cozido, mas de nylon e gigantescas. Não eram mais puxadas à mão, mas por guindastes acoplados nos barcos que não eram mais movidos a remo, mas sim a possantes motores. Em pouco tempo não havia mais um peixe, um único camarão e nem as sardinhas puderam mais ser vistas do alto do mastro numa noite de lua nova. Era o fim de uma cultura caiçara.

Ainda hoje em alguns pontos da Ilha, remanescentes desse povo lutam para morrerem onde nasceram, mas em nome da natureza que tudo domina, eles não parecem ter muitas chances. Não pela natureza, mas pela burocracia proposital.

4º – Praia do Aventureiro

Extenuantes subidas e extensas descidas, penhascos deslizantes, mar oceânico, ondas havaianas, quilômetros de areia e mangue é o que isola esse paraíso especial como só os hippies sabiam encontrar.

Com mais de 10% dos votos a Praia do Aventureiro ficou com o quarto lugar na eleição das Sete Maravilhas da Ilha Grande.

Contida na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, que inclui o Parque Marinho do Aventureiro, as praias do Demo, do Sul e do Leste e duas lagoas em meio a um imenso mangue, mais do que uma maravilha ela é um paraíso no verdadeiro sentido da palavra. Tanto, que na escolha das 7 Maravilhas do Rio, onde a Ilha Grande foi a segunda colocada, a imagem apresentada é do Aventureiro.

Seu principal atrativo, porém, não são as praias fantásticas nem águas turquesas – embora algumas de suas praias sejam realmente belíssimas e seu mar, mais azul até do que o céu. Aliás, excelente para um bom mergulho e esportes aquáticos.

O que o torna irresistível é mesmo a sua cultura caiçara, o seu povo acolhedor e o seu exotismo. Tantas belezas juntas que nem o “Coqueiro Deitado” resistiu e se curvou ao mar, mas sem querer deixar de alcançar o céu.

No Aventureiro tudo é informal, solto, relaxado e feliz.

O tempo não existe quando estamos lá e por isso, não há pressa.

Você pode passar o dia todo lagarteado na areia, mergulhar entre cardumes de coloridos peixes e ficar por horas hipnotizado, pegar ondas perfeitas que só uma “Meca” do surf pode oferecer, subir na Pedra da Espia e ver o esplendor da Reserva Biológica, caminhar até o inferno e se deliciar nos prazeres da Praia do Demo ou então, radicalizar de vez: pegar um barco e ir até Parnaioca.

Para conhecer o Aventureiro é preciso levar ao pé da letra o nome desta Maravilha da Ilha. Ou você passa em média 3 horas num barco em mar aberto passando ao lado de penhascos onde repousa petrificado um gigantesco dragão, ou terá que palmilhar uma das mais íngremes trilhas da ilha, a Trilha (T9) que liga a Vila do Provetá ao Paraíso.

Violão e lual em volta de fogueiras é o principal entretenimento dos jovens durante as noites quentes de verão. Muitos preferem dormir na areia da praia, tendo como manto o céu estrelado da Via-Láctea.

Junto à praia há pequenos bares que oferecem refeições, petiscos e bebidas. Tomar uma cervejinha gelada olhando para um mar magnífico, com as mais altas montanhas da Ilha servindo de anfiteatro a uma paisagem idílica, é de fazer qualquer um acreditar que está num paraíso.

Alguns moradores alugam quartos em suas casas para os visitantes. O camping só é permitido em propriedades autorizadas pela Turisangra e o visitante ainda precisa de uma autorização para permanecer na praia. O número máximo de pessoas permitido no Aventureiro é de 560 visitantes diários.

Uma praia curiosa e que fica ao lado do Aventureiro é a Praia do Demo.

Deserta e isolada por uns blocos de pedra, que na maré baixa até permitem a passagem pela areia, é uma das preciosidades que a natureza criou. Apesar do nome, que evoca o sobrenatural e as coisas demoníacas, é uma praia paradisíaca. Entretanto, os perigos a rondam… Uma barreira natural que a isola das praias do Sul e do Leste – A Pedra do Demo – é um desafio nem sempre possível de ser vencido.

Verdadeiro portal da reserva, esse penhasco já ceifou vidas que não respeitaram sua regra número um: Não pisar nas suas línguas.

Desde os primeiros anos da colonização até os dias de hoje, a Comunidade Caiçara do Aventureiro pouco mudou, embora suas atividades relacionadas à exploração dos recursos naturais: pesca e agricultura de subsistência, tenham cedido lugar para o turismo inclusivo, já que por ser uma reserva, tais atividades do passado não puderam mais ser praticadas no limite da Unidade de Conservação.

Para sobreviver, muitos pescadores passaram a usar seus barcos de pesca para transportar turistas, assim como suas casas simples e aconchegantes, onde antes fabricavam a farinha de mandioca e no fogão à lenha preparavam o peixe com banana, foram transformadas em abrigo aos visitantes, que, pela tradição caiçara, são tratados como se membros da família fossem.

3º – Pico do Papagaio

Foi um altar a 985 metros acima do nível do mar que, com 11% dos votos, conquistou o terceiro lugar entre as 7 Maravilhas da Ilha Grande.

O imponente Pico do Papagaio, anfitrião da Vila do Abraão e cartão postal da Ilha Grande, é um espetáculo no ar, na terra e no mar.

De onde quer que estejamos ele quase sempre é visível e, de formas tão diferentes, que algumas vezes duvidamos se é ele mesmo que estamos avistando.

Situado na parte leste do Parque Estadual da Ilha Grande, a 985 metros de altura – poucos metros abaixo do ponto culminante: o Pico da Pedra D’água com 1035 metros, ele desponta sobre as nuvens nos permitindo enxergar boa parte da rendilhada costa da Ilha.

De seu cume podemos avistar a Pedra da Gávea no Rio de Janeiro, o Dedo de Deus na Serra dos Órgãos, o Pico do Frade em Mambucaba, a Pedra da Mesa na Serra do Cairuçu em Paraty e toda a extensão da Restinga da Marambaia, onde fica a maior praia do Rio de Janeiro: a Praia da Marambaia.

Entretanto, essa odisséia não é nada fácil para quem quer chegar ao Olimpo. A trilha é severa e certamente que em alguns momentos você pensará em desistir ao não ver chegar nunca o topo.

Os que conseguem vencer a tentação da força de gravidade em querer levá-los para baixo, acabam por serem recompensados com magníficas paisagens.

Nascentes de rios brotando aos turbilhões sob as pedras, riachos cristalinos e potáveis, mirantes estonteantes e deslumbrantes que vez por outra surgem numa janela da mata, além de uma fauna e flora riquíssima em espécies.

Diferente de quando visitamos um zoológico, o exercício de procurar animais no de seu habitat natural é uma atividade fascinante.

Você poderá caminhar por horas sem ver um animal se quer, apenas barulhos inidentificáveis que volta e meia nos assustam. Mas eles estão lá camuflados, enganando nossos olhos desacostumados com a paisagem. Quando menos se espera, damos de cara com um grupo de sagüis, de bugios, esquilos, lagarto dormindo sob um raio de sol que conseguiu penetrar a copa das árvores, teias de aranha, ou mesmo caminhando sobre um tapete de formigas “trinca-ferro”.

Nos dias em que a névoa toma conta da paisagem, a falsa pintura não se torna menos bela. Caminha-se no meio da neblina. É como um passeio no céu. Furando nuvens. No topo da montanha, com ou sem névoa, sentimos uma sensação inenarrável.

Sensação de que todo o resto é pouco perto da grandiosidade do mundo que se apresenta aos nossos pés, pertinho do céu.

Há estranhos e agradabilíssimos perfumes na atmosfera desse lugar. Passamos por uma experiência única, raríssima.

Com as pernas pedindo help, você visualiza uma gigantesca muralha de pedra a perder-se de vista para o alto. A trilha aproxima-se dela e se transforma num caminho de cascalho miúdo, passando entre blocos de pedra até que volta a subir íngreme e assim se manterá até chegar ao topo. Neste decorrer, surgem mirantes com paisagens de nos deixar sem fôlego. É maravilhoso, inigualável!!!

A fina camada de terra que cobre a imensa pedra permite brotar algumas plantas de beleza indescritível. Até árvores em forma de bonsais ajudam a formar uma espécie de jardim suspenso.

O caminho que o atravessa não dura muito. Acaba abruptamente num abismo de quase mil metros, coberto de matas e cercado de mar e praia por todos os lados. Ahhh!!!

Valeu a pena cada passo dado, cada litro de suor derramado sobre a montanha e as fotos maravilhosas que nos consagram no rol da fama dos verdadeiros aventureiros!!! Ao retornarmos à base, extasiados e cansados, olhamos para cima e temos a sublime sensação de que fomos ao céu. Só nos resta mesmo nos benzermos e agradecer a Deus por tão sublime monumento.

2º – Lagoa Azul

“Se o Paraíso existe, ele está próximo…” Disse Américo Vespúcio ao navegar com suas naus pelas águas da grande baía. Se ele tivesse mais tempo, descobriria que não estava enganado…

Com mais de 11% dos votos, a Lagoa Azul foi a Vice-Campeã na escolha das 7 Maravilhas da Ilha Grande.

Localizada na Freguesia de Santana, extremo norte da Ilha, ela é formada por um colar de ilhas (dos Macacos, Comprida, Redonda e a própria Ilha Grande).

Devido à semelhança com Port Antonio, na Jamaica – lugar onde foi encenado o famoso filme “Lagoa Azul” na década de 80 – passou a ser denominada de Lagoa Azul.

O mergulho é inevitável… A emoção indescritível… Felizes são os que têm a sorte de comungarem a sós e com Deus, de tão soberba maravilha.

Este santuário de vida marinha é reservado ao seres sensíveis. Agito aqui só o do suave balouçar das marés, dos braços e pernas daqueles que têm o privilégio de mergulhar em suas águas de impressionante transparência; do coração, que bate mais forte ao flutuarmos sobre jardins de corais ou quando somos cercados por um cardume de peixes coloridos a nos beijar todo o corpo. Mergulhos memoráveis que nos fazem dar beliscões na própria pele para nos certificarmos de que não estamos sonhando.

Sua água azul-turquesa com peixes multicoloridos e sua beleza cinematográfica fazem da Lagoa Azul um dos lugares mais visitados e contemplados da Baía da Ilha Grande. Depois de contornar a bela Ilha dos Macacos, que dependendo da maré pode revelar minúsculas praias, somos recepcionados por alegres e agitados cardumes de peixes mal acostumados com as guloseimas oferecidas pelos turistas. A imensa piscina repleta de estrelas do mar, lulas, corais, peixes voadores e de várias outras espécies, tropéis de cavalos-marinhos e até ouriços do mar, surpreendem os turistas que ficam abobados ante tanta beleza.

Chegar lá só de barco. Ou então nadando, caso você saiba como fazer isso. A maneira mais fácil é a bordo de uma escuna. Da Vila do Abraão partem saveiros que levam os turistas para um passeio que dura o dia todo. No decorrer da travessia o espetáculo é de luz e nuanças impossíveis de serem reproduzidas por um pintor. Sem falar no contorno das rochas, algumas imitando elefantes, tartarugas gigantes e até feto.

A meio caminho, a imponência do Maciço da Serra do Papagaio, que separa o mar oceânico da tranqüila Enseada das Estrelas, quase não nos permite ver a estreita entrada para o Saco do Céu. Muitos ficam sem entender o porquê do barqueiro guinar o barco naquela direção onde só vemos a mata se debruçando sobre as rochas da encosta.

A surpresa não demora a aparecer e vemos surgir por trás de um pequeno morro que avança pela enseada, um imenso espelho d’água protegido dos ventos e cercado de mangue intercalado por fantásticas praias onde os nativos deslizam em suas canoas indianas levando turistas aos restaurantes que não possuem cais.

Um deles, em contraste com a exuberância da natureza, é muito simples… É quase uma palafita à margem do Saco – Mas que palafita!

Para se chegar nela você caminha num piso coberto de conchinhas ladeado por hibiscos de diversas cores. Suas cortinas rendadas nos passam a sensação de que estamos em algum pedacinho do céu olhando por entre nuvens as estrelas do mar, que de tantas, chegam a formar verdadeiras constelações.

Um sininho de cristal chama a deliciosa cerveja, a saborosa “anchova na canoa” ou pode nos derramar o pó de “Pirim-pim-pim” nos fazendo viajar à “Terra do Nunca”.

Outra parada obrigatória acontece no cais da Praia de Freguesia de Santana do Leste de onde se tem acesso a quatro praias idílicas e a monumental Igreja de Sant’Ana (avó de Jesus), erguida em 1796 e que em 1802 passou à categoria de Matriz.

No átrio da igreja estão espalhados diversos túmulos com singelos anjos a lhes proteger a eternidade.

Das quatro praias que compõem o cenário, duas ficam à direita. A primeira delas é a que você chegou (Freguesia de Santana do Leste). A segunda é a Praia da Baleia, que fica mais à direita e não é visível deste ponto. Para alcançá-la, basta seguir por uma trilha que contorna o mar até chegar na fronteira com a Ilha dos Macacos. As outras duas ficam do outro lado, passando pela igreja e seguindo uma trilha até a Praia de Baixo.

No final desta praia começa a trilha que dá acesso à Praia da Grumixama. Tão transparente, que não se não fosse o movimento das águas não daria para distinguir onde termina a areia do fundo e começa a da praia.

História

No tempo do Império, Freguesia de Santana abrigou uma das mais importantes fazendas da Ilha Grande. O lendário Major Bento José da Costa, proprietário das terras, construiu ali uma das mais prósperas fazendas de que se tem notícia na História da Ilha Grande. Um “formigueiro” de escravos colhia a cana-de-açúcar, o feijão, a mandioca, o café.

Enquanto outros espremiam o doce da ardente cana nos seis engenhos da fazenda para transformá-lo na mais famosa cachaça da época e que era usada como escambo no tráfico de escravos da África; além de produzirem o açúcar, a farinha e o pescado mandados para a Europa ou comercializados com outras vilas do continente.

Por ocasião do dia de Sant’Ana (26 de julho), a movimentação no povoado era intensa. Romarias de barcos enfeitados chegavam de diversas localidades, como também pelos caminhos e trilhas vinham os fieis festeiros para a quermesse que durava dias. Curiosamente, a padroeira da Ilha Grande não é mais homenageada como naquela época. Hoje, quem faz o chão da Ilha tremer e os animais se esconderem é a Festa de São Sebastião (20 de janeiro), padroeiro do Abraão.

Um turista desavisado pode levar um susto daqueles ao ser acordado às 6 horas da manhã com explosões de tremer a cama.

O que restou da grandeza e prosperidade deste povoado está hoje reduzido à secular Igreja de Sant’Ana, a um cemitério abandonado e a inúmeras ruínas de casarões, senzalas e canais subterrâneos de água. Por ser uma propriedade particular, sua visitação está restrita ao entorno da Igreja e seus passos não podem sair das trilhas.

Música

Lagoa Azul

Banda Cheiro Da Flor – Josiane C. Schmitz

ME SINTO SÓ O TEMPO TODO
PORQUE DISTANTE DE VOCE ESTOU
SONHO UM DIA PODER VOLTAR NA LAGOA AZUL
ONDE MEU AMOR ESTÁ
ESPERANDO EU VOLTAR
PRA SEMPRE JUNTOS VAMOS FICAR
NA LAGOA AZUL

DESDE QUE PARTIU
TUDO AQUI É TRISTE SEM O SEU AMOR
O SOL NÃO QUER BRILHAR
NEM OS PEIXES NADAR NA LAGOA AZUL
SEI QUE VAIS VOLTAR ESTEJA ONDE ESTIVER
ESTAREI ATE ESPERAR
NA LAGOA AZUL
ONDE MEU AMOR
EU VOU ENCONTRAR

ANCIOSO ESTOU A ESPERAR
NÃO VEJO A HORA DO DIA CHEGAR
DE EU FELIZ PODER VOLTAR NA LAGOA AZUL
E NOVAMENTE TE ABRAÇAR
E DO MEU AMOR FALAR
PRA SEMPRE JUNTOS VAMOS FICAR
NA LAGOA AZUL

DESDE QUE PARTIU
TUDO AQUI É TRISTE SEM O SEU AMOR
O SOL NÃO QUER BRILHAR
NEM OS PEIXES NADAR NA LAGOA AZUL
SEI QUE VAIS VOLTAR ESTEJA ONDE ESTIVER
ESTAREI ATE ESPERAR
NA LAGOA AZUL
ONDE MEU AMOR
EU VOU ENCONTRAR
NA LAGOA AZUL
ONDE MEU AMOR….
EU VOU EN-CON-TRAR

1º – Lopes Mendes

Considerada a praia mais bonita da Ilha Grande, a belíssima Lopes Mendes não poderia ocupar outro lugar se não, a de Campeã na votação das 7 Maravilhas da Ilha Grande…

Reconhecida por várias revistas de turismo como uma das praias mais lindas do planeta, Lopes Mendes não poderia ter outra colocação. Eleita em primeiro lugar com mais de 13% dos votos, ela encanta e fascina turistas do mundo todo com seu romantismo e esplendor.

Não é à toa que a renomada revista americana de turismo – Travel + Leisure a coloca na lista das doze praias mais perfeitas do mundo.

A impressão que se tem é que chegamos ao paraíso… Aquele dos tempos de Adão e Eva (com folhas de videira evidentemente)…

Tão encantadora que suas areias cantam ao serem pisadas. Esse chiado fino, em conjunto com a melodia dos ventos, do pio das gaivotas, dos bem-te-vis, do murmúrio do mar, do ribombar das ondas, nos faz sentir em meio a uma orquestra sinfônica cuja batuta invisível e divina, é capaz até de nos fazer confundir o som das turbinas de um jato que corta o céu azul, com trombetas de anjos.

Depois de atravessar um escaldante trecho de areia fina e branca e passar por um portal de folhas entre abricoteiros e pitangueiras – a visão é alucinante!

Uma imensidão de areia num cenário selvagem e exótico que se estende por quase três quilômetros. Sol, sombra e um mar azul, verde, transparente, raso, com ondas, cardumes, surfistas de todas as tribos, além de um horizonte oceânico com a Ilha de Jorge Grego em frente cercada de golfinhos, fragatas, atobás, peixes, grutas submersas e lendas de piratas. Se não bastasse, por todos os recantos há mistérios e perguntas sem respostas, ou com uma versão mais adequada ao modo de pensar local e que até pode ser diferente em muitos casos.

É normal chegarmos quase sem fôlego depois de encararmos a trilha T11 (Pouso – Lopes Mendes) que apesar de curta, apresenta uma moderada subida e descida que nos pega de surpresa depois de uma deslizante travessia pelas tranqüilas águas da Enseada das Palmas e do Pouso.

Sem falar naqueles que encararam a trilha desde o Abraão, subindo e descendo serras e tendo espetaculares visões das belezas naturais desta magnífica ilha.

Estonteado com a paisagem, nem passa pela nossa cabeça caminhar até o final da praia neste momento de choque e arrebatamento. A primeira coisa é se deixar levar em direção ao mar e logo que molhamos os pés não sabemos se aquilo é mesmo água ou cristal líquido.

Encantada (o) com a visão do fundo, apesar de raso neste início de caminhada aquática, você pode não se dar conta das ondas e quando menos espera, uma muralha de água se aproxima e não custará nada ela te engolir e você fazer parte daquele fundo fervilhante de vida aquática e subaquática.

No local é proibido acampar, construir casas ou fazer qualquer outro tipo de construção. Não há bares, restaurantes, nem pousadas e embora existam algumas barracas que vendem sanduíche, refrigerante, cerveja e água, não deixe de levar água potável e frutas para não ter que voltar mais cedo.

Uma atração à parte na Praia de Lopes Mendes é a escultura do artista plástico Silvio Cavalheiro, feita a partir de uma bóia gigante que se desprendeu de um navio em alto mar e acabou encalhando na praia.

História

Apesar de selvagem e deserta, sombreada por amendoeiras e abricoteiros, esta praia já foi palco de uma grande fazenda no tempo do Império e que continuou próspera até a década de 80 quando ainda havia o presídio. Nesta época, por lá habitava um alemão de nome Peter, que além de construir um pequeno aeroporto de terra, fez estrada, plantou eucaliptos, cultivou roças, criou animais – alguns exóticos como os micos estrelas e os jacarés.

Aqueles encontraram o paraíso já que não têm predadores e estes, vendo secarem as lagoas do extinto mangue, saíram em busca de melhor habitat e alguns até já conseguiram alcançar outras praias, como a das Palmas.

Porém, muito antes do Descobrimento, por lá já habitavam os índios Tupinambás que além da aldeia da Baia de Locumen – assim classificada num antigo mapa da Ilha Grande, produzido pelo Capitão E. Mouchez, da Marinha Imperial Francesa em 1868 -, também habitavam outras praias próximas, como Sato Antônio, Caxadaço, Dois Rios, Castelhanos e Pouso.

Em todas essas praias ainda é possível vermos as marcas deixadas por afiamentos de machadinhas, pontas de flechas, remos, entre outros utensílios usados pelos índios.

Em Lopes Mendes, esses vestígios do passado estão esculpidos nas pedras que dividem a areia quase no final da praia. Logo após uma igrejinha abandonada pelos fiéis, mas que ainda mantém seus santos no altar a espera de um penitente.

Com a expansão imobiliária e a grilagem de terras por grandes construtoras e grupos financeiros, Lopes Mendes chegou a ser propriedade de um banco e esteve perto de ter um resort com acesso exclusivo aos hóspedes. Protestos não faltaram como o movimento “Nossa Praia” que por pouco não conseguiu abraçar toda a praia numa demonstração de amor e proteção a este nirvana.

Incontáveis navios já desembarcaram armas, drogas, whiskies entre tantas outras mercadorias em alto mar as quais eram recolhidas por pequenos barcos até a praia, de onde seguiam de avião para as mãos dos contraventores de terra.

Não faz muito tempo, a imprensa chegou a noticiar com fotos e filmagens esse precário aeroporto, feito de areia batida sendo usado pelo narcotráfico.

Entretanto, mesmo sem sala de embarque e desembarque, ele foi muito usado para o pouso e decolagem de pequenos monomotores que traziam turistas não só para um mergulho em suas águas cristalinas, como também ilustres visitantes de praias particulares do arredor.

Felizmente, o grito de alerta foi ouvido pelas autoridades e a recente ampliação do Parque Estadual da Ilha Grande finalmente deu sinal verde para que Lopes Mendes continue a ser azul, verde, branco e dourado.

Certamente você ficará encantado ao visitá-la – como ficou a Tatiane Ribeiro, cujo depoimento mereceu fechar essa cortina:

“Acabei de voltar de Ilha Grande (Acabei mesmo! Cheguei em casa faz mais ou menos duas horas) e já entrei no site para matar a saudade. Votei em Lopes Mendes. É, sem dúvida, o lugar mais lindo em que já estive. Da trilha era possível ouvir o estrondo de suas ondas quebrando. Quando cheguei fiquei de boca aberta. É maravilhoso! A areia fina amaciando os pés, as árvores balançando com o vento, nenhuma construção atrapalhando a vista e ninguém gritando oferecendo produtos. Só você e a natureza. É só sentar e admirar. As ondas fortes são o espetáculo. A natureza dizendo: “respeite-me”. É um lugar que ninguém deveria morrer sem conhecer. Mas, quando for, pelo amor de Deus!, se comer na mata, não deixe o seu lixo no caminho”…

Fonte: ilhagrande.org

Ilha Grande

Historia

Quase que esquecida até o século XVIII, foram os piratas os primeiros a perturbar a tranqüilidade dos índios tamoios que ali viviam, em busca de água, lenha e frutas. Depois serviu de refúgio para comerciantes ilegais de escravos. Tribos guerreavam em suas águas e os vencedores levavam embora o ouro e o diamante vindos de Minas Gerais.

Em 1850 suas águas passaram a ser vigiadas pela marinha brasileira e logo após teve no plantio de café, açúcar e na pesca da baleia suas principais atividades econômicas. Nesta época grandes cardumes de peixes visitavam a Ilha Grande, e as fábricas de sardinha não davam conta da produção.

Para lembrar desta época distante restaram o Farol dos Castelhanos, a Mansão do Morcego, a Igreja de Sant’Ana e as ruínas do Lazareto e do Aqueduto.

Na década de 70 foi criado o Parque Estadual da Ilha Grande, com 4.500 hectares. Não é permitida a alteração do meio ambiente de forma predatória nesta área, ou seja, não é permitido cortar árvores, capturar animais, construções residenciais ou comerciais etc. É administrado pelo IEF.

Na década de 80 foi criada a Reserva Biológica da Praia do Sul, com 3.500 hectares. Lá encontramos todos os ecossistemas litorâneos existentes no Estado do Rio de Janeiro. Não é permitida a visitação pública em uma reserva biológica. É administrada pela FEEMA.

Atrativos

Os grandes atrativos da Ilha durante o dia são os passeios de barco e as caminhadas.

Há passeios de barco para várias praias, com preços convidativos, destacando-se o passeio à Lagoa Azul, à Lagoa Verde, à praia de Lopes Mendes, à praia de Freguesia de Sant’ana e à Gruta do Acaiá.

As opções para caminhadas são de acordo com seu preparo físico e “garra”, pois há trilhas de meia hora de duração e também de 6 hs. As mais procuradas são a do Pico do Papagaio ( + ou – 4 hs ), a de Lopes Mendes ( + ou – 2 hs ) e a de Dois Rios ( + ou – 2 hs ).

Como chegar

Não é permitido o tráfego de automóveis na Ilha e para se chegar lá é preciso atravessar o mar da Baía da Ilha Grande de barco.

Há uma tabela própria para cargas (sacos de compras, caixa de cerveja, isopor, bicicleta,…). Bolsas de mão não são cobradas.

As barcas são barcas grandes, de 500 ou 1000 lugares, com assentos individuais, banheiros, coletes salva-vidas. O tempo de travessia é de no máximo 1h30min.

Não há venda antecipada do bilhete e em feriados aconselhamos chegar o mais cedo possível antes do embarque. Até 5 anos não paga e maiores de 60 anos devem apresentar a carteira do idoso ou uma identidade para ter a gratuidade.

Fonte: portoabraao.com.br

Ilha Grande

A Ilha na História do Brasil

Ipaum Guaçu, este foi o nome dado pelos índios Tamoios à Ilha Grande que quer dizer: Ipaum (ilha) Guaçu(Grande).

A Ilha Grande foi descoberta em 1502 pelo ex-plorador André Gonçalves, chefe da 1ª Expedição Exploradora, quando navegava pelo canal existente entre o continente e a Ilha Grande, no mesmo ano em que foi descoberto o Estado do Rio de Janeiro.

Logo depois do descobrimento, iniciou-se o tráfico de negros africanos para o Brasil. O contrabando de escravos foi feito pelos corsários e piratas ingleses, holandeses e franceses na costa da baía da Ilha Grande. Durante séculos a ilha foi usada para este fim.

Na época do império de Dom Pedro II surgiu a necessidade de construir um lazareto (uma espécie de hospital para imigrantes). O Imperador Dom Pedro II, esteve pela primeira vez em Angra dos Reis, quando visitou a Enseada das Palmas e em seguida a frota parou na enseada do Abraão.

Durante a sua estadia na Vila do Abraão, D.Pedro II fez sua contribuição em dinheiro para a capela, em construção na época, hoje a Igreja de São Sebastião, padroeira da cidade. Após a proclamação da República, o Lazareto e a Enseada do Abraão passaram por reformas.

Foi construído o aqueduto (um duto ou canal para transporte de água), com vazão de mil litros por hora. Foto da inauguração do aqueduto . Ainda hoje podem ser vistas suas ruínas.

No início do século XX começaram as obras da estrada que liga Abraão à Vila Dois Rios (foto) e, logo depois, implantado oficial-mente o Presídio de Vila Dois Rios, que serviu inicialmente para abrigar presos julgados por crimes comuns.

O Governador do Estado do Rio de Janeiro Leonel Brizola em 1994, ordenou a desativação definitiva do Presídio Cândido Mendes, sendo os presos transferidos para os Presídios de Bangu I e II.

Hoje a Ilha Grande vem sendo inserida como destino turístico com grande potencial de crescimento, cumprindo assim seu real papel na história: Ser um Paraíso Ecológico livre e ao alcance de todos

AS RUÍNAS DO LAZARETO

O Brasil vivia o império de Dom Pedro II no meado do século XIX, quando surgiu a necessidade de construir uma espécie de hotel/hospital para imigrantes, que servisse para quarentena de navios que chegavam ao Brasil com suspeita de doenças contagiosas.

Vários estudos foram feitos na época e a Ilha Grande foi o local escolhido por ocasião da primeira viagem que Dom Pedro II fez à Angra dos Reis. Entre 1884 e 1886 foi construído o 1º Lazareto. A construção contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da Vila de Abraão que passou a distrito de Angra dos Reis.

Os hóspedes/internos do Lazareto eram distribuídos segundo suas classes de passageiros nos navios. Existiam 3 pavilhões para a 1ª, 2ª e 3ª classes. Haviam restaurantes, armazéns, farmácia, enfermaria e laboratório bacteriológico para exames e tratamentos dos enfermos.

O Lazareto sofreu algumas reformas, inclusive com a construção do Aqueduto (1889) e funcionou como hospital de 1886 até 1913 atendendo a 4.232 embarcações, das quais 3.367 foram desinfetadas. O próprio Imperador Dom Pedro II teve três passagens pelo Lazareto, sendo a última como prisioneiro onde aguardou o navio que o levou para o exílio.

O Lazareto ficou desocupado de 1913 até 1930 quando voltou a ser usado durante 10 anos como alojamento pelos fuzileiros navais, por ocasião de manobras militares. Cerca de 10 navios ancoravam na enseada do Abraão. À noite, os fuzileiros se reuniam e agitavam a comunidade da Vila com muita música e dança.

Em 1940 outra reforma transformou o Lazareto na Colônia Penal Candido Mendes.

O objetivo: abrigar os presos comuns do presídio de Vila Dois Rios, para que este recebesse os presos políticos da 2ª Guerra Mundial que estavam isolados na Ilha de Fernando de Noronha, quando esta foi cedida aos americanos como base naval. Foi neste ano que, usando a mão de obra dos presos comuns, foi construída a estrada Abraão X Vila Dois Rios.

Em 1954, por ordem do Governador de Estado Carlos Lacerda a Colônia Penal Candido Mendes (antigo Lazareto) foi demolida e seus presos transferidos para o presídio de Vila Dois Rios que mudou seu nome para Candido Mendes. Lá, nomes como Graciliano Ramos, Origines Lessa, Flores da Cunha e muitos outros deixaram registros para a posteridade sobre seus confinamentos no presídio.

A LENDA DE JORGE GREGO

A lenda mais popular da Ilha Grande conta a história de Jorge Grego:

Contam que há muito tempo um corsário grego que navegava nas proximidades da ilha em frente à Vila Dois Rios, naufragou e quase toda população morreu, com exceção do capitão chamado Jorge Grego, sua filha e seu marinheiro de maior confiança.

Viveram isolados na ilha por muito tempo, até que um dia o inevitável aconteceu: o marinheiro e sua filha se apaixonaram e Jorge, num ataque de fúria, matou os dois. Com o passar do tempo enlouqueceu e atirou-se do penhasco ao mar, desaparecendo e dando origem ao nome da “Ilha de Jorge Grego”.

100 ANOS DE PRESÍDIO INSTITUTO PENAL CÂNDIDO MENDES

Por mais de 100 anos a Ilha Grande abrigou duas penitenciárias: o Lazareto ou “do Abraão”, uma penitenciária comum, onde os presos permaneciam em suas celas durante todo o tempo; e o Instituto Penal Cândido Mendes ou “de Dois Rios”, um presídio de segurança máxima.

À partir da revolução de 1932, o presídio de Vila Dois Rios passou a abrigar presos políticos e presos comuns. Os presos comuns ocupavam o térreo, o primeiro e o terceiro pisos do edifício central. Já os presos políticos ficavam em regime ainda mais fechado, no segundo piso. Apesar das tentativas de separa-los, houve o inevitável contato entre os diferentes presos, e daquele convívio nasceu o Comando Vermelho, em 1979.

Em todas as pesquisas realizadas, só há registro de 2 fugas com sucesso de Vila Dois Rios. Um dos poucos que conseguiu escapar sozinho do presídio, dos policiais, da floresta, do mar e dos tubarões, foi o preso político André Torres. O outro foi José Carlos dos Reis Ensina conhecido por “Escadinha” que, em 1985 foi retirado do presídio de helicóptero, numa fuga cinematográfica.

Foram inúmeros os presos “famosos” da Ilha Grande.

Entre eles, destacamos os que escreveram sobre sua “estada”: Graciliano Ramos, Origines Lessa, André Torres, Fernando Gabeira, Flores da Cunha, Luiz Carlos Prestes, Nelson Rodrigues além de bandidos famosos como Escadinha, Lucio Flávio e Madame Satã (este, depois de liberto, não saiu da Ilha Grande e passou a morar no Abraão até sua morte).

A triste história dos presídios manteve a Ilha Grande sob vigilância e proteção no último século, impedindo a degradação, a exploração do turismo predatório e a especulação imobiliária.Hoje, com um grande apelo ecológico, o maior desafio das autoridades, poder público e entidades organizadas, é manter a ilha com seus ecossistemas e todo o meio ambiente totalmente preservados por, pelo menos, mais 100 anos.

10 coisas que você não pode deixar de aproveitar no Abraão:

1 – Caminhada por todas as praias da enseada do Abraão
2 – Provar um dos deliciosos pratos típicos em um restaurante da vila
3 – Visitar o Lazareto
4 – Tomar um refrescante banho na Cachoeira do Aqueduto
5 – Passar uma tarde jogando conversa fora no Abraãozinho
6 – Mergulhar com máscaras em qualquer encosta para ver o fundo do mar
7 – Passar um dia inteiro no mar em um dos passeios de barco e conhecer muitas praias
8 – Dançar forró a noite inteira
9 – Assistir o Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande
10- Romper o ano na praia e participar da procissão dos navegantes no dia 1º

Fonte: www.ilhagrande-casas.com.br

Ilha Grande

História

Dois anos após o descobrimento do Brasil, o navegador Andre Gonçalves Coelho que já havia batizado o Rio de Janeiro, descobriu em 06 de janeiro a Ilha Grande de 1502.

Ilha Grande era habitada pelos índios tamoios, que a chamavam de IPAUM (Ilha) GUAÇU (Grande), na língua tupi-guarani. Os índios viviam em aldeias, totalizando cerca de 150 habitantes. Eram valentes, guerreiros, ótimos flecheiros, caçadores, pescadores de linha e mergulho. Local preferido pelos navegantes portugueses, espanhóis, holandeses e franceses. A Ilha Grande foi palco da história do Brasil desde a época do seu descobrimento. De destaque internacional, registrando episódios de pirataria, tráfico de escravos e contrabando de mercadorias entre os séculos XVI e XIX. No período de 1725 a 1764, com avanço da cultura da cana- de- açúcar, começa a acontecer a colonização da Ilha Grande. O café foi introduzido um pouco mais tarde, entre 1772 a 1890. Chegando inclusive ser exportado para Europa.

Em 1803 o povoado obtém uma identidade jurídica: FREGUESIA DE SANTANA da Ilha Grande de Fora.

Além do cultivo da cana-de- açúcar e posterior mente o café, tornou-se um famoso entreposto do tráfico ilegal de escravos até a abolição da escravatura em 1888.

Somente depois de proclamada a república, em 1891, foram criados o dois primeiros distritos: Abraão e Sítio Forte, hoje Araçatiba.

No século XIX, D Pedro II visitou a Ilha Grande, e ficou encantado pela sua beleza. Na Enseada do Abraão sua majestade ficou hospedada na Fazenda do Holandês, e deu ao devoto Manuel Caetano de Lima uma esmola para capela em construção (a igreja na praça central), cujo padroeiro é São Sebastião.

Em 1884 a coroa adquiriu a Fazenda do Holandês (hoje, Vila do Abraão) e a de Dois Rios. Na Fazenda do Holandês foi construído o Lazareto, que serviu de centro de triagem e quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao Brasil (mais especificamente os casos de cólera), chegando a atender mais de quatro mil embarcações durante seus 28 anos de funcionamento. A água para abastecer o Lazareto foi desviada do córrego do Abraão, sendo tanto construído uma barragem e um aqueduto, um dos monumentos de maior importância histórica da Ilha Grande. Existe hoje, perto da barragem um banco de pedra, utilizado pelo imperador para descanso.

Em 1903 foi criada em Dois Rios a colônia Correcional de Dois Rios, e o Lazareto ficou desocupado de 1913 até meados de 30, passando a funcionar como presídio político. Alguns deixaram em seus livros as amargas recordações do cativeiro. Dentre eles estão Graciliano Ramos e Orígenes Lessa (escritores) e os revolucionários, Flores da Cunha, Agildo Barata e outros mais. No final da revolução Constitucionalista, seus internos passaram para a Colônia Correcional de Dois Rios, e posteriormente o Larazeto foi demolido por ordem de Carlos Lacerda que era o Governador de estado, perdendo assim o seu mais importante patrimônio histórico e cultural.

O Aqueduto foi a única coisa que restou inteira. Em 1940 foi construído em Dois Rios o instituto Penal Cândido Mendes, com capacidade para mil presos de alta periculosidade. Na década de 50 a pesca chega ao auge, quando chega a vinte o número de fábrica de sardinhas instaladas na Ilha Grande. No ano de 1994, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do Governador Leonel Brizola, faz a demolição da maior dependência do presídio. Abriu-se assim a porta de entrada para o turismo na Ilha Grande. .

Conhecendo a Ilha Grande!

As belezas naturais da Ilha Grande se fundem com seus mais de 500 anos de história, tradições e lendas. Cercada por centenas de praias paradisíacas, são quase 100 praias, enseadas, rios, lagoas, cachoeiras, planícies, montanhas, picos espalhados em 193 km2, é a maior das 365 ilhas existentes em Angra dos Reis. Um verdadeiro santuário ecológico são paisagens fascinantes. O acesso à ilha Grande é marítimo e os principais portos de partida são Mangaratiba (centro da cidade), cais de Conceição de Jacareí e Angra dos reis (cais da Lapa, cais de turismo e cais de Sta. Luzia – todos no centro da cidade). Angra oferece boa infra estrutura, ampla rede bancária e forte comércio. Na Ilha Grande não é permitida o acesso de veículos motorizados. Somente veículos de serviço público ou militar transitam pela ilha. Os veículos particulares devem ficar no continente, em estacionamentos pagos.

Fonte: www.caicarailhagrande.com.br

Ilha Grande

FOTOS

Ilha Grande
Enseada do Abraão

Ilha Grande
Vila do abraão

Ilha Grande
Praia Preta

Ilha Grande
Praia do Abraãozinho

Ilha Grande
Praia Comprida

Ilha Grande
Praia Grande de Palmas

Ilha Grande
Mangues

Ilha Grande
Lopes Mendes

Ilha Grande
Santo Antônio

Ilha Grande
Caxadaço

Ilha Grande
Dois Rios

Ilha Grande
Parnaioca

Ilha Grande
Praia do Leste e do Sul

Ilha Grande
Praia do Aventureiro

Ilha Grande
Praia do Aventureiro

Ilha Grande
Meros

Ilha Grande
Provetá

Ilha Grande
Gruta do Acaiá

Ilha Grande
Gruta do Acaiá

Ilha Grande
Vermelha

Ilha Grande
Itaguaçú

Ilha Grande
Araçatiba

Ilha Grande
Lagoa Verde

Ilha Grande
Sítio Forte

Ilha Grande
Matariz

Ilha Grande
Bananal

Ilha Grande
Lagoa Azul

Ilha Grande
Praia de Baixo

Ilha Grande
Freguesia de Santana

Ilha Grande
Japariz

Ilha Grande
Saco do Céu

Ilha Grande
Enseada das Estrelas

Ilha Grande
Feiticeira

Ilha Grande
Camiranga

Ilha Grande
Ilha de Pau a Pino

Ilha Grande
Ilha das Palmas

Ilha Grande
Ilha do Guriri

Ilha Grande
Ilha de Jorge Grego

Ilha Grande
Igreja da Freguesia de Santana

Ilha Grande
Farol dos Castelhanos

Ilha Grande
Aqueduto

Ilha Grande
Ruínas do Lazareto

Ilha Grande
Mansão do Morcego

Ilha Grande
Presídio

Ilha Grande
Colonia penal

Ilha Grande
Pico do Papagaio

Ilha Grande
Cachoeira da Feiticeira

Ilha Grande
Praia do Cachadaço

Ilha Grande
Praia do Aventureiro

Ilha Grande
Saco do Céu

Ilha Grande
Lagoa Verde

Ilha Grande
Praia da Feiticeira

Ilha Grande
Praia do Abraão

Ilha Grande
Parnaioca

Ilha Grande
Praia de Fora

Ilha Grande
Praias da Júlia e Comprida

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