Ilhéus

Ilhéus Bahia – BA

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Histórico

A região era primitivamente habitada pelo índios tupiniquins. O município originou-se da capitania doada em 1534, por Dom João III, Rei de Portugal, a Jorge de Figueiredo Correia que, residindo em Lisboa, mandou seu lugar-tenente, o espanhol Francisco Romero, tomar posse e administrar a referida capitania.

Em 1535, Romero aportou na atual ilha de Tinharé, junto ao morro por ele denominado São Paulo e lançou os fundamentos de uma vila.

Em busca de melhores condição, velejou rumo ao sul aportando na foz do rio, atualmente designado Cachoeira. No cimo do monte, mais tarde chamado Morro de São Sebastião, fundou a vila de São Jorge. Construíram-se paliçadas para defesa contra os navios e, no centro da vila, edificou-se a capela de São Jorge. Estabelecia-se a sede da Capitania de Ilhéus.

Superados os obstáculos iniciais, sobretudo os criados pela reação dos selvagens, construíram-se engenhos de açúcar e fixaram-se famílias procedente da coroa e de outras capitanias.

Em 1556, foi criada a freguesia de “São Jorge dos Ilhéus”, pelo Bispo Primaz do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha.

Nas lutas pela independência Nacional, Ilhéus tornou-se ponto de suprimento de gêneros alimentícios e munições destinados aos campos de batalhas.

A introdução da cultura do cacau na sua economia, por volta de 1825, impulsionou o desenvolvimento do município.

O topônimo é devido à existência de Ilhotas no litoral, próximas à costa.

Formação Administrativa

Elevada à categoria de vila com a denominação de Ilhéus, em 1535.

Distrito criado com a denominação de Ilhéus, em 1556 e por lei estadual nº 905, de 06-11-1912.

Elevada à condição de cidade e sede do município com a denominação de Ilhéus, pela lei provincial nº 2187 de 28-06-1881. Instalada em 14-08-1881.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.

Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral I-IX-1920, o município é constituído de 2 distritos: Ilhéus e Banco do Pedro.

Pelo decreto estadual nº 8678, de 13-10-1933, foram criados os seguintes distritos: Água Preta, Aritaguá, Banco Central, Cachoeira de Itabuna, Castelo Novo, Limoeiro, Itacaré, Itapitanga, Japú, Olivença, Pimenteira, Pirangi, Pontal, Rio do Braço e União Queimada. Todos anexados ao município de Ilhéus.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 16 distritos: Ilhéus, Água Preta, Aritaguá, Banco Central, Cachoeira de Itabuna, Castelo Novo, Itacaré, Itapitanga, Japu, Limoeiro, Olivença, Pimenteira, Pirangi, Pontal, Rio do Braço e União Queimada. Não figurando o distrito de Banco do Pedro.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 11089, de 30-11-1938, o distrito de Cachoeira de Itabuna passou a denominar-se Primavera, Limoeiro a chamar-se Morro Redondo e Itacaré tomou o nome de Guarací.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 16 distritos: Ilhéus, Água Preta, Aritaguá, Banco Central, Castelo Novo, Guaraci (ex-Itacaré), Itapitanga, Japu, Morro Redondo (ex-Limoeiro), Olivença, Pimenteira, Pirangi, Pontal, Primavera (ex-Cachoeira de Itabuna), Rio do Braço e União Queimada.

Pelo decreto-lei estadual nº 141, de 31-12-1943, confirmado pelo decreto-lei estadual nº 12978, de 01-06-1944, alguns distritos acima sofreram as seguintes modificações: Água Preta passou a denominar-se Uruçuca; Primavera mudou para Banco da Vitória; Morro Redondo tomou o nome de Barro Preto; Pirangi passou a chamar-se Itajuípe; Pontal foi modificado para Pontal dos Ilhéus e Guarací a passou a ter o nome de Coaraci.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 16 distritos: Ilhéus, Aritaguá, Banco Central, Banco da Vitória ex-Primavera, Barro Preto (ex-Morro Redondo), Castelo Novo, Coaraci (ex-Guaraci), Itajuípe (ex-Pirangi), Itapitanga, Japu, Olivença, Pimenteira, Pontal de Ilhéus (ex-Pontal), Rio do Braço, União Queimada e Urucuça (ex-Água Preta).

Pela lei estadual nº 507, de 12-12-1952, desmembra do município de Ilhéus os distritos de Itajuípe e Barro Preto, para formar o novo município de Itajuípe.

Pela lei estadual nº 515, de 12-12-1952, desmembra do município de Ilhéus o distrito de Coaraci. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 516, de 12-12-1952, desmembra do município de Ilhéus o distrito de Uruçuca. Elevado à categoria de município.

Pela lei estadual nº 628, de 30-12-1953, é criado o distrito de Coutos (ex-povoado) com terras desmembradas do distrito de Pontal e anexado ao município de Ilhéus. Sob a mesma lei é criado o distrito de Inema (ex-povoado), com terras desmembradas do distrito de Pimenteiras e anexado ao município de Ilhéus, sendo extinto o distrito de Pontal dos Ilhéus e seu território anexado ao distrito sede do município de Ilhéus e ainda o distrito de Bandeira do Almada (ex-União Queimada) foi transferido do município de Ilhéus para o de Itajuípe.

Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído de 12 distritos: Ilhéus, Aritaguá, Banco Central, Banco da Vitória, Castelo Novo, Coutos, Inema, Itapitanga, Japu, Olivença, Pimenteira e Rio do Braço.

Pela lei estadual nº 1359, de 21-12-1960, desmembra do município de Ilhéus o distrito de Itapitanga. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 11 distritos: Ilhéus, Aritaguá, Banco Central, Banco da Vitória, Castelo Novo, Coutos, Inema, Japu, Olivença, Pimenteira e Rio do Braço.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-I-1979.

Pela lei estadual nº 4050, de 14-05-1982, é criado o distrito de Sambaituba (ex-povoado) e anexado ao município de Ilhéus.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 12 distritos: Ilhéus, Aritaguá, Banco Central, Banco da Vitória, Castelo Novo, Coutos, Inema, Japu, Olivença, Pimenteira, Rio do Braço e Sambaituba.

Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído de 10 distritos: Ilhéus, Aritaguá, Banco Central, Castelo Novo, Coutos, Inema, Japu, Olivença, Pimenteira e Rio do Braço.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

Ilhéus

Localização

Localizada na região sul do estado da Bahia, Ilhéus já foi um grande produtor de cacau, e hoje é um importante destino de férias e um dos principais centros de turismo no nordeste do Brasil.

Quando você tiver visto as praias de Ilhéus, vai entender por que: suas praias estão entre as mais belas e famosas do mundo, muitas delas com coqueiros como nos cartões postais.

ATRATIVOS NATURAIS EM ILHÉUS

ILHAS

Ilhéus

Pequenas Ilhas fluviais e marítimas que deram origem ao nome da cidade. Os ilhéus marítimos Itapitanga, Pedra do Rapa e Pedra de Ilhéus e os fluviais são Mutucugê e Frade.

BAÍAS

Baia de Ilhéus

Local de onde ficava o antigo porto. Nela desembocam os Rios do Engenho, Cachoeira e Fundão. Muito procurada para prática de esportes náuticos. Possui equipamentos para aluguel.

Baia do Pontal

Propícia à prática de jet-sky, windsurf, regatas a vela e remo. Nela acontece uma das etapas de natação do Panamericano de Triathlon.

LAGOAS

Lagoa Encantada:

Lagoa com 5 km de cumprimento por 3 km de largura. E abastecido pelo rio Almada e diversos outros menores. Cercada de cachoeiras, Mata Atlântica e Fazendas de cacau, abriga varias ilhas de vegetação flutuantes. Em 1991 foi tombada pela Prefeitura Municipal de Ilhéus.

Localização: Distrito de Castelo Novo, a 34 km do Centro.

Represa da Esperança:

Represa onde situava-se a antiga central de distribuição e abastecimento de água da cidade.

Localização: Mata da Esperança.

Represa do Rio Itacanoeira

Represa onde funciona a estação de tratamento e distribuição de água da cidade.

RIOS

Rio Almada ou Itaípe

Rio que corre paralelo à Praia do Norte e desemboca na Praia de São Miguel.

Rio Cachoeira

Rio que Nasce na Serra do Itaraca, no município de Vitória da Conquista, entra no município de Itabuna com a denominação de colônia e e depois de receber as águas do rio salgado, pouco acima de Itapé, volta a se chamar cachoeira, une-se aos rios Santana e Fundão e deságua na enseada da Sapetinga, em Ilhéus, formando a chamada Coroa Grande. Possui cerca de 300 km de extensão. Apresenta muitas corredeiras impossível a navegação em todo o seu curso.

Rio Itacanoeira / Fundão

Rio que desemboca na enseada da Sapetinga, possui manguezais.

Rio Cururupe

Rio que desemboca na cidade, divide os distritos de Ilhéus e Olivença.

Rio Acuípe

Rio que corre paralelo ao mar, com manguezais, restingas e coqueirais, localiza-se na divisa dos município de Ilhéus e Una.

Rio de Engenho / Rio Santana

Rio que desemboca na enseada da Sapetinga, possui corredeiras. Nele encontra-se as ruínas de uma das primeiras usinas hidroelétricas do País e a segunda Igreja mais antiga do Brasil.

OUTROS RIOS IMPORTANTES

Ribeirão Mamoã
Ribeirão Nova
Ribeirão do Frade
Ribeirão Tororomba

CACHOEIRAS

Caldeiras ou Saltos do Almada

Queda d’água do rio Almada, que chegam a 6 m de altura e formam buracos profundos de até 4 m nas rochas, as caldeiras. Pode-se tomar banhos.

Localização: Próximo a Lagoa Encantada.

Salto do Apepique

Localização: APA Lagoa Encantada.

Cachoeira de Lagoa Pequena

Localização: Próximo à Casa Grande da Fazenda Renascer

RELEVO

Morro de Pernambuco

Península que oferece vista panorâmica da Baia de Ilhéus. Em seu pé encontra-se a Praia das Concha.

Serra do Conduru

Formação montanhosa situadas nas terras do município de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré. Foi transformado em Parque Estadual. Propício à prática de montanhismo, ecoturismo, traking e montain bike.

Serra do Jequitibá

Formação montanhosa situada nas terras dos município de Ilhéus, uma e Buerarema.

MIRANTES

Mirante da Piedade

Oferece vista panorâmica de pequenas ilhas, os Ilhéus, do atual porto, de parte do litoral e do delta dos Rios Cachoeiras, Engenho e Fundão.

Outeiro de São Sebastião

Colina que oferece vista panorâmica de pequenas ilhas, os Ilhéus, do atual porto, de parte do litoral e do delta dos Rios Cachoeiras, Engenho e Fundão, do Morro de Pernambuco, do bairro de Pontal e da Avenida Soares Lopes.

Serrapilheira

Oferece vista da Lagoa Encantada.

BALNEÁRIO

Balneário da Tororomba

Balneário construído no encontro dos Ribeirões do Frade e Tororomba, possui nascentes de águas ferruginosas e medicinais, proporcionando alivio para doenças do aparelho gastro-intestinal e, saúde para pele e couro cabeludo. Abriga duas piscinas, a queda d’água Véu de Noiva – uma cachoeira artificial – e restaurante.

LOGRADOUROS

Sambaituba

Vilarejo no meio de fazenda cacau, situado às margens do Rio Almada. Deles saem os barcos que fazem passeio até a Lagoa encantada e ao Rio do Engenho.

Avenida 2 de Julho

Localiza-se no Centro de Ilhéus, entre o rio e o mar, oferece vista panorâmica do outro lado da cidade e do Morro de Pernambuco. Abriga diversos bares, lanchonetes, serviços de aluguel de caiaque, passeios de barco e um shopping de artesanato.

PARQUES

Mata da Esperança

Área de 347 ha de Mata Amazônica, localizado no perímetro urbano de Ilhéus, transformada em Jardim Botânico. Abriga uma represa de 9 ha.

Parque Temático Jorge Amado

Povoado do Rio do Braço, com um casario dos anos 20 e 30, de onde saia a Maria Fumaça.

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

Área de Proteção Ambiental da Lagoa Encantada

Á rea de preservação estadual com 11.800 há, criada em 1993, abrange as terras do município de Ilhéus. É composta de floresta associada ao cultivo de cacau, manguezais,restingas e cachoeiras. Possui rica fauna que serve de sustento às comunidades ribeirinhas, geralmente descendentes de índios e negros, e avifauna silvestre, semelhante aos ecossistemas típicos da Região Amazônica. Seu acesso é feito pela estrada que liga Ilhéus a Uruçuca.

Reserva Ecológica de Ilhéus

Área de preservação criada em 1975.

Reserva Ecológica do Morro do Cururupe

Á rea de preservação com 5 há, criada em 1975.

Jardim Botânico de Ilhéus

Área de preservação com 359 há, criada em 1994.

Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda São João

Área de Preservação de Mata Atlântica com 25 há, criada em 1997.

Reserva Particular do Patrimônio Natural do Salto Apepique

Área de Preservação de Mata Atlântica com 118 há, criada em 1997.

Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fazenda Arte Verde

Área de Preservação de Mata Atlântica com 10 há, criada em 1998.

ATRATIVOS CULTURAIS EM ILHÉUS

MUSEU NOSSA SENHORA DA PIEDADE

Funciona em duas salas do antigo Palácio Episcopal, que foi doado às Irmãs Ursulinas. O acervo do museu é composto de mobiliário antigo, louças, castiçais, crucifixos, diversos paramentos romanos usados por padres na celebração das missas, quadros e objetos diversos e de uso pessoal de Madre Thaís, a fundadora do Instituto no Alto do Teresópolis.

MUSEU REGIONAL DO CACAU

Fundado em 1982 para preservar e divulgar tudo que está ligado à cultura do cacau. Tem como acervo documentos, fotografias, objetos pessoais e obras de artista regionais. Permite uma visão detalhada da cultura do cacau, do seu surgimento até o seu completo desenvolvimento. Funciona nas dependências do extinto Instituto de Cacau da Bahia.

CASA DOS ARTISTAS

Nela existem exposições permanentes, onde estão expostos quadros, são realizados vernisages, saraus literários, lançamentos de livros, peças de teatro, etc. É composta de um salão para espetáculos, salas de exposição e um mezzanino. A Casa também promove cursos de música, teatro, maquiagem teatral, etc. Fica na Rua Jorge Amado.

TEATRO MUNICIPAL DE ILHÉUS

Magnífico prédio inaugurado em 1932 como Cine Theatro Ilhéos, onde se apresentaram artistas famosos do Brasil e do Exterior. Passou muito tempo abandonado, quando em 1986 foi reinaugurado pelo prefeito da época. É considerado um dos melhores teatros do norte e nordeste, um privilégio para a população local. Localiza-se na Rua Jorge Amado.

CASA DE JORGE AMADO

Foi construída na década de 20, e inaugurada em 1929. Foi o local onde Jorge Amado passou parte de sua vida, e escreveu o seu primeiro romance “O País do Carnaval”. Hoje funciona a Fundação Cultural de Ilhéus e Casa de Jorge Amado, com vídeos sobre a vida e obra do escritor, seus livros e painéis falando de sua obra. Localiza-se na Rua Jorge Amado.

VESÚVIO

Tem fama equivalente aos mais notórios bares de intelectuais do mundo. Reduto de Gabriela e Nacib, personagens do romance Gabriela, Cravo e Canela, nele se reuniam os coronéis do cacau. Desde sua criação, o Vesúvio passou por vários proprietários, conservando o mesmo estilo arquitetônico. Localiza-se na Praça Dom Eduardo.

RELAÇÃO DE PRAIAS EM ILHÉUS

PRAIA DO NORTE

Praia com 50 km de extensão, selvagem, águas esverdeadas, areia fina, coqueiros e mata atlântica. Alguns de seus trechos são conhecidos por nomes como Pé da Serra, Ponta do Ramo, Havaizinho e Itacarezinho. Muito procurado para o surfe e a pesca. O Rio Almada corre paralelo à praia.

PRAIA DE SÃO MIGUEL

Praia com areia branca e fina, coqueiros e barraquinhas. Abriga uma vila de pescadores e a foz do Rio Almada.

Localização: 5 km do Centro

PRAIA DO MARCIANO

Praia urbana com recifes e pedras.

Localização: 4 km do Centro

PRAIA DO MALHADO

Praia freqüentemente suja, com estreita faixa de areia pois é coberta quase que totalmente pelo mar.Onde hoje se Localiza o CEPEDI (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Informática).

Localização: 3 km do Centro

PRAIA DA AVENIDA

Praia reta, com areia dourada e solta, águas calmas, propícia ao banho. Em sua orla possui um projeto urbanístico que inclui quadras poliesportivas, pista para patins, ciclovia e concha acústica.

Localização: Centro

PRAIA DO CRISTO

Praia com areia fina e dourada, muito procurada para esportes náuticos. Abriga fozes dos Rios Cachoeira e Santana.

Localização: na ponta que divide o mar da Baia do Pontal.

PRAIA DA CONCHA / PRAIA DO PONTAL

Praia com 100 m de extensão, rodeada coqueiros. Foi palco de invasões holandesas e batalhas contra eles.

Localização: Sopé do Morro do Pernambuco

PRAIA DO SUL

Praia reta, ondas fortes, areia grossa e amareladas e recifes. Possui coqueiros e casas de veraneio. Ocasionalmente é palco de torneios de pesca e surfe.

PRAIA DOS MILIONÁRIOS

Praia com águas relativamente calmas, areia dourada e fina, margeada com coqueirais. Muito freqüentada, seu nome deve-se ás mansões que abriga. Possui chuveiros e sanitários.

Localização: 7 km do Centro

PRAIA DO CURURUPE

Praia reta, com ondas fortes e areia batida, clara e grossa. Em 1559 abrigava uma aldeia Tupiniquim que foi exterminada pelos Portugueses.

Localização: 10 km do Centro

PRAIA DE BACK DOOR

Praia com ondas altas, praticamente só freqüentada por surfistas. Abriga restaurantes, boates,barzinhos e barraca à beira-mar.

Localização: Distrito de Olivença, a 15 km do centro

PRAIA DE BATUBA

Praia com areia dourada e batida, ondas de até 2,5 m, muito procurada para o surfe, com muitas correntes, recifes e pedras. Possui coqueiros, varias barracas e ampla área de estacionamento.

Localização: Distrito de Olivença, a 14 km do Centro

PRAIA DO CAI N’ÁGUA / PRAIA DOS MILAGRES

Praia com ondas altas, Muito procurada para o surfe. Separada da Praia de Batuba por recifes. Abriga casas de veraneio.

Localização: Distrito de Olivença, a 16 km do Centro

PRAIA DO JAIRI

Praia calma e com areia dourada, semi-virgem. Possui pouca infra-estrutura. Abriga a foz do Rio Jairi.

Localização: Distrito de Olivença, a 22 km do Centro

PRAIA DO CANABRAVA

Praia com ondas fracas, areia dourada e solta e coqueiros, semi-virgem. Abriga casas de veraneio e chalés para alugar.

Localização: Distrito de Olivença, à 23 km do Centro

PASSEIOS ECOLÓGICOS

Melhores opções para você que gosta de curtir a natureza!

Lagoa Encantada

Graças a grande biodiversidade deste paraíso, a Lagoa Encantada é hoje área de proteção ambiental. Neste deslumbrante cenário você encontrará o Salto do Apepique, as Caldeiras do Almada, uma seqüência de quedas d’água e cachoeiras que são deliciosas para um banho refrescante, ilhas flutuantes e uma acolhedora vila de pescadores. Mergulhe nas imagens deste paraíso.

Rio do Engenho

Na vila de Nossa Senhora de Santana, foi construído um dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar da Bahia. De grande importância econômica na época, o rio batizado de Rio Santana, passou a ser conhecido por Rio do Engenho. Ali colonos erigiram uma capela que hoje é considerada a terceira mais antiga do Brasil. É alcançado por um bonito passeio de barco por dentro de manguezais. Foi realizado pela primeira vez pelos portugueses, na época da colonização do Brasil, e o cenário até hoje está preservado.

Costa de Ilhéus

São percorrido cerca de 5 km das belas praias. Sai da Maramata, passando pelo Morro do Pernambuco e chegando na Pedra de Ilhéus. No percurso os visitante conferem a paisagens do centro e conhece a cidade onde o azul beija o verde.

Estrada parque Ilhéus – Itacaré

A primeira estrada ecológica do país, com 70 km de praias desertas,cachoeiras refrescantes, passarelas para animais silvestres transitarem livremente e mirante onde se avista boa parte do extenso litoral de Ilhéus. Possui ao longo da rodovia uma ciclovia que pode ser uma opção diferente e agradável de passeio.

Centro de Recuperação do Bicho-Preguiça

O Projeto Bicho-Preguiça na CEPLAC busca recuperar e trazer de volta a espécie para seu habitat natural. Este projeto foi vencedor do prêmio Natureza de 1998.

Ecoparque de Una

Uma incrível experiência de admirar a mata atlântica andando em uma passarela na copas das árvores a mais de 20 metros de altura e a oportunidade de ver animais em extinção como o mico-leão da cara dourada.

Fonte: www.ilheusvirtual.com.br

Ilhéus

PARADISÍACA DESDE O BRASIL COLÔNIA

Tranquila, segura e próspera. Assim é São Jorge dos Ilhéus ou somente Ilhéus, município baiano, imortalizado em algumas obras do grande escritor brasileiro Jorge Amado. Não é à toa que tal expoente da literatura brasileira escolheu este pedaço privilegiado pela natureza para ser cenário de seus romances. Ilhéus é o maior litoral da Bahia, com cerca de 100 quilômetros de belas praias cercadas pela vegetação típica da Mata Atlântica.

Sua história começou quando o Brasil ainda era uma colônia portuguesa (na época o município pertencia a uma das 15 Capitânias Hereditárias – forma de colonização repassada a particulares). O primeiro donatário, Jorge de Figueiredo Corrêa, não quis abrir mão de seu cargo em Portugal e enviou Francisco Romero ao novo país. A capitania ganhou o nome de Vila São Jorge dos Ilhéus e apresentava grande desenvolvimento, por não ter problemas financeiros, e nem com os colonos e índios.

Mas a morte de Jorge de Figueiredo, responsável pelas doações constantes a região, prejudicou o crescimento de Ilhéus. O filho mais novo do donatário conseguiu uma licença para desfazer-se da Capitania, que passou a ser vendida constantemente. O local só voltou a crescer com o cultivo do cacau, iniciado em 1822. Até hoje, o fruto é plantado em grande escala, sendo um dos símbolos do município. Além do plantio de cacau, Ilhéus tem no turismo uma das mais importantes fontes de renda, pois suas belezas atraem milhares de pessoas ao local durante o ano.

CULTURA QUE ENCANTA

Ilhéus é riquíssimo em cultura, sendo reconhecido por sua diversidade de crenças e religiões. No município, destacam-se alguns rituais como o Banho da Paixão, um rito baseado na fé católica e outros mitos sacros. Durante a Sexta-Feira Santa, milhares de homens e mulheres se revezam em mergulhos nas praias de Olivença e Milagres. Apoiados no poder sagrado das águas, acreditam que o ritual os livra do mal durante o ano todo.

Atrações

AS BELEZAS ILHEENSES

Ilhéus
Ilhéus

Que tal montar um pacote de viagem, a um dos destinos turísticos brasileiros mais encantadores? Se você curtiu essa ideia, saiba que o município de Ilhéus, definitivamente, foi agraciado com muitas belezas naturais. Mas convenhamos! Não são apenas as belas paisagens, as responsáveis pelo turismo intenso na região.

Ainda é possível reconhecer os vestígios do Engenho de Santana, que funcionou por quase 300 anos. Lá também está a belíssima Igreja Nossa Senhora de Santana, a terceira igreja rural mais antiga do país. Destaque para a boa conservação deste templo, construído em 1563 pelos jesuítas.

Outros sinais do Brasil Colônia são as 17 aldeias com mais de 4 mil índios em Olivença, a 16 km do centro de Ilhéus. Os índios nativos da terra ocupavam boa parte do território brasileiro antes de 1500, ano do descobrimento. Olivença é um dos lugares mais agitados de Ilhéus por conta das diversas festas populares e da Estância Hidromineral Litorânea, detentora de águas radioativas de valor medicinal, se comparadas as mundialmente conhecidas em Vichy, na França. Esta é a única estância hidromineral à beira mar do planeta.

O CENÁRIO DE JORGE AMADO

Ilhéus

Qualquer semelhança entre Ilhéus e os cenários das obras de Jorge Amado não é mera coincidência. O escritor, figura ilustre do município, se inspirou no visual ilheense para criar diversas obras. Um de seus mais famosos livros, ”Gabriela, Cravo e Canela”, é um retrato da riqueza de Ilhéus da década de 1920, graças aos tempos áureos do cacau. Tudo isso sem falar nas belas praias locais, também muito citadas por Jorge Amado.

OS ESPORTES DE ILHÉUS

Aproximadamente 100 km de litoral com boas ondas para a prática do surf, atraem os amantes e profissionais do gênero. As praias preferidas dos surfistas são a Back Door e a Batuba, localizadas no litoral Sul de Ilhéus. Aliás, a Back Door, já sediou importantes campeonatos baianos da modalidade.

Mas não são apenas os fãs do surf que vão a Ilhéus praticar seu esporte predileto. Cururupe, por exemplo, é o ponto de encontro dos adeptos do caiaque. Já na Praia do Cristo encontram-se praticantes de jet ski e windsurf. Há espaço para os pescadores esportivos ou não, jogarem suas iscas aos peixes da região, repleta de tainhas, robalos e pescadas.

LAGOA ENCANTADA: ENCANTE-SE TAMBÉM POR ESTE PARAÍSO

IlhéusIlhéus

A Lagoa Encantada, um dos lugares mais especiais de Ilhéus, é formada por um espelho d’água de 15.000 m², incluindo quatro grutas, em uma área de Mata Atlântica preservada, belas cachoeiras e ilhas flutuantes, movíveis conforme a intensidade do vento.

Segundo o folclore ilheense, seres místicos como o Lobisomem e a Mula-Sem-Cabeça circundam o local. Dizem ainda que quem pescar em noite de lua cheia na Lagoa Encantada nunca mais retorna. Outra história contada pelo povo está relacionada à existência de um reino submarino repleto de navios iluminados, porém inacessível aos mortais.

DESLUMBRE-SE NA PENÍNSULA DE MARAÚ

Ilhéus
Península de Maraú

Quem vai a Ilhéus deve aproveitar a oportunidade, a começar por conhecer a Península de Maraú, formada por 90 ilhas e detentora de um cenário colonial. Isso sem falar nas belezas naturais que encantam os olhos dos visitantes. Destaque para o Morro Bela Vista, também conhecido como Morro do Celular, onde é possível uma visão deslumbrante da região.

Já a Lagoa Azul desponta como parada quase obrigatória dos forasteiros. E não é para menos, afinal está cercada por montanhas e oferece águas cristalinas ideais ao banho. Também não deixe de passar pela Praia de Taipus, morada de corais e peixes coloridos. Agora se você estiver empolgado, rola até um passeio de jipe com destino a paisagens exuberantes, a exemplo da Ilha da Pedra Furada.

ESTÁTUA DE SAPHO: POR QUE ESTÁ EM ILHÉUS?

Ilhéus
Estátua de Sapho

Vai a Ilhéus? Saiba que a Estátua de Sapho é um dos pontos turísticos mais curiosos do município. Para os desavisados, Sapho foi uma poetisa grega que cultivava a lírica amorosa durante os séculos VII e VI a.C. Nessa época, a Grécia vivia uma sociedade plenamente machista com as mulheres ocupando papéis de submissão ao homem. Foi Sapho a primeira mulher a lutar pela igualdade dos direitos. A estátua foi parar em Ilhéus entre 1924 e 1928, durante o mandato do prefeito Mário Pessoa, comprador da obra em um leilão por considerá-la a estátua mais bonita.

GASTRONOMIA

OS ALIMENTOS QUE VÊM DO MAR

Assim como a maioria das cidades litorâneas brasileiras, a gastronomia de Ilhéus é à base de frutos do mar, iguarias que recheiam o cardápio dos restaurantes e bares ilheenses. Destaque também para o pitú, espécie de lagosta de água doce, bastante consumida na região.

As comidas típicas do estado, como o acarajé e o bobó de camarão, são encontrados pelo município, mas se você estiver transitando por suas ruas, fique atento aos horários de funcionamento dos estabelecimentos que costumam abrir somente durante o almoço ou à noite.

Não deixe de degustar o chocolate regional, extremamente tradicional e produzido a partir do cacau plantado em Ilhéus. Esta delícia é uma das mais procuradas, afinal, quem resiste ao delicioso e sedutor chocolate?

DIVERSIDADE CULINÁRIA

Diversas famílias provenientes dos países árabes escolheram este paraíso baiano para morar. A influência destes estrangeiros na cultura ilheense inspirou o próprio Jorge Amado.

No livro ”Gabriela, Cravo e Canela”, um dos protagonistas é o árabe Nacib, dono do Bar Vesúvio na história. O município ainda apresenta opções gastronômicas de outros lugares do globo terrestre, – Itália, França, Suíça e Japão – mas, claro, sem perder o toque apimentado, tipicamente baiano.

CURIOSIDADES

FILHO ILUSTRE

A figura mais ilustre de Ilhéus é, com certeza, Jorge Amado. Apesar de ter nascido em Itabuna no dia 10 de agosto de 1912, o escritor mudou para este paraíso baiano quando estava prestes a completar dois anos de idade. Em 1914, uma enchente do Rio Cachoeira destruiu toda a fazenda onde morava a família de Amado. Aliás, a morada era chamada de Auricídia, mesmo nome que o célebre da literatura utilizou para a esposa de um personagem no livro ”Terras sem Fim”.

Além desta obra, Jorge Amado teve outros 33 livros publicados – alguns adaptados para o cinema, teatro e televisão, a exemplo de ”Gabriela, Cravo e Canela”.

Em muita destas obras, Ilhéus serviu como inspiração, já que foi cenário em algumas delas.

Desde junho de 1997, há uma exposição permanente sobre a vida e obra do autor na Casa de Cultura Jorge Amado, restaurada por João Amado de Farias, pai do escritor brasileiro, após ganhar o primeiro prêmio da Loteria Federal, em 1920.

O OURO NEGRO

Um dos símbolos ilheenses é o cacau. E não é para menos, afinal o município tem a honra de ter sediado a primeira produção mundial do fruto. Embora, o cacau, inicialmente, tenha sido plantado no Brasil na região Norte, sobretudo no Pará, foi em Ilhéus que ele ganhou projeção mundial.

Fonte: www.cvc.com.br

Ilhéus

Ilhéus, a maior cidade do litoral sul da Bahia, teve o seu melhor momento no início do século XX com a produção de cacau. Desta época, pode-se ver muitas casas e lugares diversos construídos pelos coronéis do cacau.

Ilhéus
Catedral São Sebastião- Ilhéus

Hoje, Ilhéus vive exclusivamente do turismo sendo o terceiro maior polo turístico da Bahia (atrás de Salvador e Porto Seguro).

Aos visitantes, a cidade oferece o seu litoral (que não foge à regra das praias nordestinas, sempre maravilhosas) e a sua cultura, visto que Ilhéus foi berço de um dos maiores escritores da literatura mundial: Jorge Amado. Parte viva da obra de Jorge Amado, a cidade tem pontos turísticos que ficaram famosos nos livros e adaptações para TV (como o Bar Vesúvio).

Ainda existem algumas fazendas de cacau que, inclusive, podem ser visitadas, assim como a fábrica de chocolates (que também vende chocolates caseiros). Tudo isso torna Ilhéus uma cidade com opções para todos os tipos de turista.

Fonte: www.terra.com.br

Ilhéus

Um olhar na cidade de Ilhéus: cultura, patrimônio e turismo

Introdução

O trabalho tem por objetivo analisar a relação existente entre o patrimônio histórico-cultural de Ilhéus, através de seus bens culturais imóveis com o turismo. Para o estudo do patrimônio arquitetônico de Ilhéus, a partir da importância histórica e dos valores culturais que nele estão inseridos.

De acordo com o levantamento bibliográfico e os depoimentos de historiadores e pessoas da Fundação Cultural de Ilhéus, foi possível obter dados e referencial teórico para discussão do tema proposto. Para efeito metodológico, este artigo foi dividido em quatro partes, além das referências bibliográficas, teórico-críticas e eletrônicas.

A primeira parte trata dos conceitos de cultura e patrimônio histórico-cultural. Também analisa as ações de preservação do patrimônio a partir do IPHAN e da Constituição Federal e a ligação do legado cultural e a memória coletiva. Na segunda parte, é apresentado o patrimônio arquitetônico de Ilhéus, a partir dos dados históricos da cidade, bem como as ações de preservação dos bens culturais imóveis e a relação leitor-turista com as obras de Jorge Amado. A terceira parte aborda o turismo, colocando em foco o turismo cultural e discute a ligação da atividade turística com o patrimônio arquitetônico em Ilhéus.

Através deste artigo, é possível fazer uma discussão sobre os conceitos de cultura e turismo em relação ao patrimônio arquitetônico de Ilhéus, sua preservação e como está sendo utilizado este patrimônio para o desenvolvimento do turismo local.

1. Cultura: expressão da identidade do povo

Através da comunicação, o homem divide com seus semelhantes sua visão de mundo, suas experiências, suas descobertas. Este conjunto de criações, que passa de geração em geração, chama-se cultura.

No mundo globalizado, é a cultura que nos dá o direito à diferença, assim, é o universo da escolha, da opção, da produção, circulação dos sentidos e dos valores, que decorrem da ação social através de mecanismos de identificação.

A cultura é o que nos torna singulares, o patrimônio, enquanto expressão cultural, é que vai edificar os costumes, a política, os interesses econômicos e as características do lugar, como explica Leff:

A cultura, entendida como as formas de organização simbólica do gênero humano remete a um conjunto de valores, formações ideológicas e sistemas de significação, que orientam o desenvolvimento técnico e as práticas produtivas, e que definem os diversos estilos de vida das populações humanas no processo de assimilação e transformação da natureza (Leff, 2000, p. 123).

Através da cultura, elemento de identidade de um povo e de um local, insere-se a ideologia e os significados desta, orientando, como afirma Leff, o desenvolvimento local, de acordo com os processos enunciativos, respeitando a alteridade, a partir das diferenças existentes na sociedade.

Existem diversas manifestações populares que fazem parte da nossa cultura, desde festas, gastronomia, arte, enfim, numa pluralidade enunciativa que torna cada local único e deve ser valorizado como tal. Antônio Arantes define cultura quando afirma que:

Em se tratando de vida social, a cultura (significação) está em toda parte. Todas as nossas ações seja na esfera do trabalho, das relações conjugais, da produção econômica ou artística, do sexo, da religião, das formas de dominação e de solidariedade, tudo nas sociedades humanas é constituído segundo os códigos e as convenções simbólicas a que denominamos “cultura” (Arantes, 1990, p. 34).

Através da visão de Arantes, a cultura é um amplo sistema de códigos, que contém elementos da identidade de um povo. Assim, o patrimônio arquitetônico de um lugar demonstra os traços culturais da comunidade, onde se encontra inserido.

1.1. Os bens culturais como patrimônio do povo

A cultura é dinâmica. Está sempre em transformação e a partir dela compreende-se as modificações que ocorrem no patrimônio arquitetônico no decorrer dos séculos, sejam as reformas públicas, as preservações, as mudanças gerais, a pluralidade arquitetônica, ou mesmo a manutenção do purismo de linhas. A cada momento, vai-se ver refletido o pensamento, os saberes, os símbolos e as criações e recriações da comunidade habitante de um determinado local.

Assim, Pellegrini (1997, p. 90 e 91) coloca que “atualmente, o significado de patrimônio cultural é muito amplo, incluindo outros produtos do sentir, do pensar e do agir humano – o que no conjunto se poderia definir como o meio ambiente artificial”.

O professor francês Hugues de Varine-Boham, de acordo com Carlos Lemos, O que é patrimônio histórico (1981), divide o patrimônio histórico-cultural em três grupos: elementos naturais, como os rios, as matas, as praias; elementos do saber, as técnicas e artes, que o homem utiliza para sobreviver, como saber cozinhar, desenhar, transformar, dançar, esculpir; e, bens culturais que surgem a partir dos outros dois grupos que são objetos, artefatos e construções.

Os bens culturais se dividem em móveis, que são setoriais e possíveis de serem colecionados como fotografias, selos, lendas, músicas, festas populares; e imóveis, que são as edificações como igrejas, residências, fortes, prédios, ruas, cidades.

Todavia, neste trabalho, utilizo a denominação patrimônio histórico-cultural de uma nação aos bens culturais, que dizem respeito a construções, costumes, culinária, formas de organização, usos, festas populares, religião, tudo que seja representativo de uma geração, como relata Rodrigo Pessoa.

Instrumento na construção da nacionalidade nas sociedades modernas, o patrimônio histórico e artístico […] é o documento de identidade da nação brasileira. A subsistência dele é que comprova, melhor que qualquer outra coisa, nosso direito de propriedade sobre o território que habitamos. Ele é testemunho dos processos de ocupação do Brasil, das técnicas construtivas do passado, dos modos de vida e dos episódios fundamentais da nossa história, mas principalmente tem qualidades plásticas que interessam ao olhar contemporâneo (Pessoa, 2000, p. 42).

Assim, ao analisar o patrimônio histórico-cultural de um determinado local, este deve, no primeiro momento, estar ligado à identidade do grupo, o qual representa. Não devem ser esquecidas as origens étnicas, além de muitas outras, que, com o tempo e com os deslocamentos, misturaram culturas e formaram novos elementos, peculiares de cada localidade.

1.2. Patrimônio cultural e memória coletiva: garantia da identidade do povo

A memória assegura a reprodução social, age na construção cultural e na formação da imagem nacional para reforçar a identidade individual, coletiva e nacional.

Enquanto instrumento da identidade, abrange e ressignifica os símbolos de comunidades, para dar legitimidade aos grupos sociais, quando se apresenta como sistema organizado de lembranças, de acordo com as mudanças ocorridas na história, ao mesmo tempo em que representa e tenta integrar a ideologia do povo.

O conceito de patrimônio nos remete ao conceito de memória quando se trata da preservação do mesmo.

Como afirma Octávio Paz (apud Macedo, Ribeiro, 1999, 17), escritor mexicano, Prêmio Nobel de Literatura de 1990: “A destruição da memória afeta não apenas o passado, como também o futuro. Para mim, a memória é a forma mais alta da Imaginação Humana, não apenas a capacidade automática de recordar. Se a memória se dissolve, o homem se dissolve”. A partir da memória também são definidas as relações humanas, em que são feitas as opções do que deve ser preservado do patrimônio histórico-cultural, definindo os elementos representativos de uma comunidade. O patrimônio arquitetônico, que também faz parte do legado cultural, é a forma edificada da identidade de um povo. Le Goff também contempla este conceito em seu estudo.

A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia. […] A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens (Le Goff, 1996, p. 476 e 477).

A memória evoca o passado para rever o presente e garantir a identidade. Em sua dimensão coletiva, estão gravados nos bens culturais; dos monumentos aos depoimentos das pessoas, através de lembranças, fotografias, vídeos, livros objetos e demais registros, que buscam tornar memorável os acontecimentos de uma localidade.

1.3. Ações para preservação do Patrimônio Cultural

O interesse em preservar um patrimônio histórico-cultural está ligado a vários fatores, como o político, o econômico e mesmo o social. A indústria do turismo, por exemplo, está ancorada nesse tripé e, para que, de fato, possa se manter necessita dos bens culturais diferentes de cada local, para que o turista seja atraído.

Para Barreto (2000), determinar o que deve ser preservado é uma decisão político-ideológica. Nessa, devem estar refletidos os valores e as opiniões da comunidade, envolvendo os elementos que devem ser tidos como representativos de uma determinada sociedade. A esfera política necessita manter diálogo constante com a comunidade, para que, juntos, possam decidir o que deve se preservado ou não dos bens culturais da cidade.

Canclini coloca que os bens culturais de uma nação devem ser preservados e restaurados.

Esse conjunto de bens e práticas tradicionais que nos identificam como nação ou como povo é apreciado como um dom, algo que recebemos do passado com tal prestígio simbólico que não cabe discuti-lo. As únicas operações possíveis – preservá-lo, restaurá-lo, difundi-lo – são a base mais secreta da simulação social que nos mantém juntos. […] A perenidade desses bens leva a imaginar que seu valor é inquestionável e torna-os fontes do consenso coletivo, para além das divisões entre classes, etnias e grupos que cindem a sociedade e difereciam os modos de apropriar-se do patrimônio (Canclini, 1998, p. 160).

No caso brasileiro, damos destaque a duas ações de preservação do seu patrimônio histórico-cultural, a criação do IPHAN na década de 30 do século passado e aquilo que prega a Constituição Federal de 1988.

A partir das preocupações de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde na época, com a preservação do patrimônio brasileiro, foi criado o SPHAN, que é o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo com o Decreto-lei 25, de 30 de novembro de 1937, no qual se define patrimônio histórico e artístico nacional como: “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”. Tal Decreto-lei tem o intuito de não deixar esquecer ou deteriorar os objetos materiais e as expressões imateriais da nação, bem como a sua memória coletiva.

Esse órgão foi criado a partir do anteprojeto de lei de Mário de Andrade, a pedido de Gustavo Capanema, para dar uma visão sistemática da preservação e resguardar a totalidade dos bens culturais de nosso patrimônio histórico-cultural.

Mário de Andrade definiu o patrimônio como arte e agrupou em oito categorias: arte arqueológica, arte ameríndia, arte popular, arte histórica, arte erudita nacional, arte erudita estrangeira, artes aplicadas nacionais e artes aplicadas estrangeiras. O SPHAN foi implantado por Rodrigo Mello Franco de Andrade que contou com a colaboração de Manuel Bandeira, Afonso Arinos, Lúcio Costa, Carlos Drummond de Andrade e do próprio Mário de Andrade. Na gestão de Rodrigo Melo Franco de Andrade foram tombados e restaurados vários bens arquitetônicos e foi redigida uma legislação específica para proteção dos bens patrimoniais do país.

Hoje, a denominação do órgão é IPHAN, que é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional que atua em 29 unidades, além das superintendências regionais e sub-regionais, museus, escritórios técnicos e centros culturais, com o objetivo de proteger, fiscalizar, restaurar, identificar e preservar os bens culturais do país.

A Constituição Federal de 1988 também trata do patrimônio histórico-cultural do país. No Artigo 24, a lei diz que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal a proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.

O artigo 216, que trata da cultura, define: “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomadas individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. Podemos incluir nestes os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

2. Ilhéus: patrimônio histórico-arquitetônico

Ao conceituar patrimônio histórico-cultural, observa-se que é um amplo conjunto de elementos Por isso, este trabalho delimita-se no estudo dos bens culturais imóveis da cidade de Ilhéus, onde as edificações constituem o patrimônio arquitetônico da cidade.

Ilhéus é uma cidade que possui 470 anos. Localizada na Região Sul da Bahia, foi Capitania Hereditária de São Jorge dos Ilhéus e principal cidade na época do ciclo do cacau, situada a 462 Km de Salvador.

O patrimônio cultural de Ilhéus começou a ser constituído quando o loco-tenente Francisco Romero que vinha, sob a ordem de Jorge Figueiredo Correia estabelecer a posse da capitania recebida do Rei de Portugal D. João III, fixou-se no outeiro de São Sebastião, onde foram edificadas as primeiras casas, a primeira igrejinha e as primeiras fortificações (Macedo, Ribeiro, 1999, p. 21).

A cidade começou a ser construída no século XVI, com estrutura colonial, quando se desenvolveram os canaviais e os engenhos, com a típica economia de auto-suficiência, na política da plantation açucareira. Em 1556, já havia a igreja matriz e boa produção de açúcar. No final deste século, a produção de açúcar entrou em decadência e a Vila passou a sobreviver da venda de madeira para estaleiros da Bahia e de Portugal.

Nos séculos XVII e XVIII, a cidade sofre invasões de estrangeiros franceses, holandeses e algumas enfermidades. Os holandeses vinham interessados na produção de açúcar. No século XIX, começa o povoamento da parte baixa da cidade. Em 1815, São Jorge dos Ilhéus era uma vila com ruas cobertas de capim e de cabanas baixas e, nesta época, recebeu a visita do príncipe austríaco Maximiliano Alexandre Felipe de Wied-Neuwied. Também, neste século, em 28 de junho de 1881, pela Lei n° 2.187, a vila São Jorge dos Ilhéus passou à categoria de cidade.

No século XX, começa a epopéia do cacau, árvore dos frutos de ouro, produtora do decantado manjar dos deuses, que, de acordo com a lenda mexicana, o deus Quatzcoult, dos astecas, adquiriu imensurável sabedoria após degustá-lo. As décadas de 20 e 30, daquele século, constitui a fase áurea do cacau, mas, na década de 80, há o declínio da lavoura cacaueira devido à doença causada pelo fungo Crinipellis perniciosa, a praga vulgarmente conhecida como vassoura-de-bruxa. E, na década de 90, do mesmo século, o turismo surge como uma das alternativas para superar a crise, além de outras atividades como a pecuária, a indústria, a pscicultura e a fruticultura.

A civilização do cacau que foi responsável pelo aparecimento no cenário nacional e mesmo internacional, de várias personalidades que enriqueceram as artes e as letras do País. Na Academia Brasileira de Letras a presença de Adonias Filho e de Jorge Amado demonstrou a veracidade da afirmação. A pior crise do cacau iniciada na década de oitenta, do século XX, marcou não o fim da cacauicultura, mas estabeleceu o fim da monocultura que, se não prejudica, sempre atrofia o desenvolvimento de regiões inteiras (Barbosa, 2004, p. 05).

Deve-se levar em conta, ao analisar o patrimônio histórico-cultural de Ilhéus, as reformas urbanas que modificaram de forma significativa o patrimônio arquitetônico da cidade. Em poucos lugares, são encontrados os traços coloniais, na medida em que a maior parte dos prédios foi construída a partir das primeiras décadas do século XX, sendo exemplo a Catedral de São Sebastião, no centro da cidade, erguida no lugar de uma Capela em estilo colonial. A Catedral coube a Salomão da Silveira, construtor da época, que iniciou o prédio na década de 20, mas só foi inaugurada em 1967. Seu estilo é eclético, por possuir uma pluralidade de estilos arquitetônicos, com o objetivo de demonstrar o poder econômico, advindo da comercialização do cacau.

Conta em depoimento, o historiador André Ribeiro, na UESC, em abril de 2003:

Essa reforma urbana vem a transformar a imagem da cidade, a feição de Ilhéus, que era até então uma pequena vila litorânea, no sul baiano, suas ruas, como os autores falam, revezadas e bisonhas, que havia todo um discurso, isso é, antiquado, bisonho, anti-higiênico, e por conta disso vai se fundamentando um discurso progressista. […] A partir do final do século XIX, influenciado nas reformas urbanas de Paris e Rio de Janeiro, que era um processo de modernização, em que o passado, ele é relegado, vamos dizer assim, a um conceito de atraso, tudo que é anterior aquele período, significa um passado que deve ser esquecido, inclusive os estilos arquitetônicos, […] a partir daí esse período entra-se à tendência a modernizar as cidades, o alinhamento das ruas. (Texto transcrito na íntegra).

Hoje, Ilhéus é uma cidade que busca, através do turismo e de várias outras atividades econômicas, se reerguer. Conta com ambientes acadêmicos para pesquisa, mas precisa de ações, por parte do poder público e da comunidade, para com o seu patrimônio histórico-cultural; valorizando não só os bens culturais imóveis, bem como o patrimônio imaterial, resgatando, preservando e reconfigurando festas, tradições religiosas, cultos afros e demais expressões artístico-culturais da cidade.

2.1. Preservação dos bens arquitetônicos de Ilhéus

A administração pública da cidade de Ilhéus, a partir da década de 80, motivada pelas medidas de preservação do patrimônio nacional, começa a ter ações mais efetivas para com o seu acervo patrimonial.

Através da administração estadual, é feito, no município, um levantamento e, ao mesmo tempo, um estudo de bens arquitetônicos por parte do IPAC, órgão de Proteção ao Acervo Cultural da Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo da Bahia de 1988, que trata dos monumentos e sítios do Litoral Sul da Microrregião Cacaueira.

Constam do inventário os seguintes lugares de Ilhéus: Matriz de São Jorge, Prefeitura Municipal, Casa da Boa Vista, Palacete Ramiro de Castro, Casa a Rua 28 de Junho, Casa da Fazenda Retiro, Capela de São Tiago, Casa da Fazenda Paraíso, Casa Grande da Fazenda Cordilheira, Casa Mal Assombrada, Casa da Fazenda Primavera, Casa Grande da Fazenda Almada, Capela de Santana e Igreja de N. S. da Escada. Este estudo traz dados da situação dos prédios, ambiência, plantas, dados tipológicos, técnicos, históricos arquitetônicos, restaurações e mapas.

Através do poder legislativo, são elaboradas leis com o objetivo de preservar o patrimônio ilheense. Os bens arquitetônicos são protegidos pela Lei 2.312 de 01 de agosto de 1989, da gestão do Prefeito João Lyrio, que cria e delimita o “Centro Histórico da Cidade de Ilhéus”, constituído por monumentos históricos pela referência simbólica que representam para a cidade.

No parágrafo 1º, do artigo 4º é relatado: “define-se como área de proteção rigorosa aquela em que os elementos da paisagem construída ou natural abrigam ambiências significativas da Cidade, tanto pelo valor simbólico, associado à história, quanto por sua importância cultural, artística e paisagística”. É uma área em que devem ser mantidas as características arquitetônicas, artísticas e decorativas, como as fachadas e os telhados dos prédios.

Além dos levantamentos de órgãos de proteção estadual e das leis existentes no município, o patrimônio histórico-cultural da cidade corre o risco de ser perdido, até porque, apesar de existirem leis de proteção, no livro de tombo da prefeitura, não constam a maioria dos prédios de valor histórico-cultural para a cidade.

Desta forma, devem ocorrer mais ações em relação à proteção e restauração do patrimônio edificado, além de também serem necessárias medidas de preservação dos bens imateriais da cidade, como: Puxada do Mastro de São Sebastião, Caminhada Cultural, Semana Jorge Amado, apresentações do Dilazenze e Festa de Iemanjá.

2.2. Leitor e turista: O patrimônio de Ilhéus retratado na obra de Jorge Amado

Também podemos estudar o patrimônio de Ilhéus a partir das obras do famoso escritor renomado internacionalmente, Jorge Amado. Seus livros Cacau (1933), Terras do Sem-fim (1942), São Jorge dos Ilhéus (1944), Gabriela, Cravo e Canela (1958), e Tocaia Grande: A Face Obscura (1984) foram traduzidos em vários idiomas, espalhados pelo mundo e imortalizaram locais como o Bataclan, o Vesúvio e o Teatro Municipal.

Um exemplo do uso do patrimônio arquitetônico da cidade para criação de suas estórias podemos encontrar neste trecho do livro São Jorge dos Ilhéus:

Era no prédio da Associação Comercial de Ilhéus, ao lado do maior jardim da cidade, quase em frente à prefeitura. Aquele prédio atestava a força do progresso da cidade, a força das chamadas classes conservadoras, enorme, imponente, o grande vestíbulo de mármore, as escadarias suntuosas, os tapetes caros. Possuía uma biblioteca, cujos livros não estavam virgens de leitores unicamente porque o poeta Sérgio Moura vivia dos rendimentos de chefe de secretaria da Associação (Amado, 1999, p. 41).

O leitor de Jorge Amado, conhecendo através de suas obras de ficção os lugares mencionados, sente-se, muitas vezes, motivado a ir até Ilhéus e a identificar estes locais, lançando também seus próprios olhares sobre esse ambiente.

Nesse contexto, habita o leitor que, ao interpretar o imaginado ficcional tem a sua curiosidade aguçada para conhecer um mundo não familiar. Movido pela vontade de ver a paisagem que inspirou o texto literário, “passeia” pela cidade que a ficção oferece. […]

De leitor a turista é um passo: aquele que a mobilidade e o trânsito permitem. Torna-se turista-leitor, viajando para re-conhecer e observar as re-significações daquelas cidades, antes “visitadas” através da leitura (Simões, 2002, p. 178).

Aqui o turismo inaugura essa possibilidade, da ficção ao real, havendo uma relação entre a cultura e o turismo. Como em Ilhéus há esse elo entre o patrimônio e a literatura, deve ser observada a importância da preservação do legado cultural da cidade e não dispô-lo apenas em função do consumo. É necessário não transformar o patrimônio histórico-cultural em atração turística, e sim em elemento de afirmação da identidade cultural, valorizando, preservando e revitalizando os seus bens culturais.

3. Turismo: misto de descanso, conhecimento e diversão

Através do deslocamento, o homem vivencia novas experiências, conhece lugares e culturas diferentes e troca conhecimentos com outros povos.

O turismo é uma atividade que conta com elementos essenciais para sua realização: os atrativos naturais, como praias, rios, matas; atrativos culturais, como monumentos históricos, museus, manifestações artísticas; equipamentos e serviços como hotéis, restaurantes, transportes; e, infra-estrutura de apoio, como sistema de comunicação, segurança, médico-hospitalar. É uma atividade econômica que está ligada ao setor de serviços e oferece empregos diretos em hotéis, agências de viagens, aeroportos e indiretos, em locadoras de veículos, bares e lojas.

Lemos (1981 p. 30) coloca que “o turismo nasceu em volta de bens culturais paisagísticos e arquitetônicos preservados, e hoje, cada vez mais, vai exigindo a criação de mais cenários, de mais exotismos, provocando quadros artificiais, inclusive”. Assim, o turismo deve trabalhar com o espaço da comunidade existente, redescobrindo seus valores, seus sentidos e suas riquezas culturais, para que possam ser valorizados, através dos viajantes, que entrem em contato com a identidade de grupos sociais, detentores, de fato, dos bens culturais de uma comunidade.

Segundo Beni (2000, p. 168), “o turismo é um elemento importante da vida social e econômica da comunidade regional. Reflete as aspirações legítimas das pessoas no sentido de desfrutar de novos lugares, assimilar culturas diferentes, beneficiar-se de atividades ou descansar longe do local habitual de residência”. A partir deste pensamento, viajar também implica conhecer a cultura de um povo, na busca pelo diferente. A atração cultural torna-se a principal motivação da viagem, existindo uma relação intrínseca entre patrimônio e turismo cultural, na medida em que as localidades turísticas se apresentam vinculadas aos fatores culturais, através do artesanato, da gastronomia, da arquitetura e da história.

3.1. Turismo Cultural: busca pela história, cultura e arte

O patrimônio histórico-cultural é capaz de possibilitar a busca pela continuidade da experiência humana e o turismo cultural, especificamente, permite que o visitante entre em contato com outros modos de vida, despertando a curiosidade pelas crenças, os valores e as expressões culturais.

Por turismo cultural, entendemos a viagem em busca de novos conhecimentos, a partir da herança histórica, artística e científica de uma comunidade para: saber os hábitos de outras populações; conviver com pessoas de culturas diferentes; participar de manifestações artísticas; experimentar outros modos de vida; e, desfrutar dos conhecimentos de outros povos e suas expressões. Inclui visitas a ruínas, teatros, grutas, museus, templos, monumentos, centros de peregrinação e sítios arqueológicos.

É nesse cenário que o turismo cultural desponta fortalecido como uma das vertentes mais significativas da dimensão cultural do desenvolvimento: pela riqueza de variantes que comporta; pelas interfaces que motiva; pelos desdobramentos que pode estimular; pelos efeitos possíveis na construção da cidadania; pela valorização da alteridade, isto é, a compreensão da existência de outros patrimônios e ações culturais que, assim como os nossos, merecem igual respeito. Também pelo retorno econômico que propicia e, sobretudo, pelo compromisso que assume com as gerações futuras (Azevedo, 2002, p. 151).

A partir do turismo cultural vários aspectos podem ser explorados para atrair visitantes. Através da arte, desde objetos plásticos da pintura, do artesanato, das peças de museu, como de expressões populares como as festas, os eventos religiosos, os carnavais e os festivais. Através da gastronomia típica, que é bastante valorizada pelos turistas, com pratos representativos da culinária local, bem como o modo de preparar a comida. E através da arquitetura histórica, em que há sempre uma demanda de turistas que se deslocam para conhecer edificações únicas, que representam as características de um povo e, através dos prédios, é possível contar a história de uma civilização.

O patrimônio histórico-cultural é importante para a atividade turística, pois o turismo é o eixo da promoção e da divulgação da cultura, garantindo também o desenvolvimento sustentável da localidade. O turismo cria o espaço do encontro, de um lado está a cultura do anfitrião, do outro, está a cultura do visitante.

Assistimos à intensificação do turismo cultural, na medida em que, contando com a infra-estrutura proporcionada pela economia globalizada, essa prática oferece entretenimento de boa qualidade, não massivo, àqueles que entendem que o global é produto da soma diferenciada das partes e não a negação destas em nome do controle. Desse modo, ao procurar a diferença, o turista cultural propõe-se o consumo não alienado, desautomatizado do pós-fordismo. Oposto, portanto, àquele da fase da industrialização, quando o trabalhador distanciava-se completamente do produto de seu trabalho, devido ao princípio de racionalidade, negando, em síntese, a sua condição de sujeito e sua dimensão de ser crítico diante do mundo (Sacramento, 2005 – no prelo).

Assim, como afirma Sacramento, o turismo na pós-modernidade vai ser formatado pela alteridade. Neste período, diferente da modernidade, em que o turismo era organizado para a massa, aqui é planejado para pequenos grupos, que buscam peculiaridades em suas viagens. De acordo com o processo de globalização, o turismo passa a ter uma visão fragmentária, sendo altamente segmentado, oferecendo aos clientes roteiros diferenciados. O turismo cultural, assim, é privilegiado, uma vez que proporciona aos turistas que querem experiências individuais, o conhecimento e a pesquisa de lugares escolhidos por motivos pessoais, indo, assim, além do lazer, porque afirma a diferença.

3.2. A atividade turística e o patrimônio arquitetônico de Ilhéus

O patrimônio histórico-cultural enriquece a atividade turística local com o “diferencial” procurado pelos viajantes. O turismo, por outro lado, preserva e reconfigura os bens culturais, importantes para a memória, enquanto elementos do legado cultural de um povo.

Em se tratando do patrimônio arquitetônico de uma localidade, este é capaz de desencadear o turismo cultural, ao despertar a curiosidade do visitante, em relação a lugares, como ruas, igrejas, palácios, castelos, cemitérios, monumentos, museus, teatros, conjuntos arquitetônicos e cidades inteiras, colocando-o em dimensão com o lugar.

O turismo, em Ilhéus, é uma das atividades econômicas, que ainda não despontou, no cenário turístico, como um pólo forte que desencadeia, por si só, a economia local. Ainda necessita de uma administração que redescubra o seu potencial, através dos atrativos naturais e culturais e forneça uma infra-estrutura de acordo com as suas necessidades. A criação de projetos de políticas públicas devem organizar a atividade turística, com roteiros e programas capazes de aumentar o número de turistas e sua permanência no local.

Andrade aborda sobre o turismo em Ilhéus:

Até o final da década de 70, o turismo não tinha expressão econômica. Os administradores de Ilhéus estiveram desatentos a esse grande pólo turístico, deixando de explorá-lo como fonte de renda, não preparando uma estrutura urbana capaz de servir de atração ao turismo nacional e internacional. A rede hoteleira era incipiente e os serviços de saneamento básico e de transportes coletivos, muito deficientes. O turismo de Ilhéus começou a ser explorado após a mudança de mentalidade da administração municipal, mostrando claramente a vocação da cidade para este ramo, gerando assim mais uma fonte de renda, uma forma de diversificar a economia do município (Andrade, 2003, p. 117).

Em Ilhéus, muitos lugares que fazem parte do patrimônio histórico-cultural, entre os bens culturais imóveis podem ser lembrados como atrativos turísticos.

No Quarteirão Jorge Amado, temos a Catedral de São Sebastião [1], inaugurada na década de 60, possui torres e vitrais franceses, colunas coríntias, abóbadas romanas, cúpulas renascentistas e adornos barrocos. Está localizada ao lado do famoso Bar Vesúvio , imortalizado na obra de Jorge Amado e é um dos pontos mais freqüentados da cidade, onde é vendido o quibe, comida que se tornou típica no local, por causa dos imigrantes sírios e libaneses. Próximo do Vesúvio, encontra-se o Teatro Municipal de Ilhéus , antigo Cine-teatro Ilhéos. Prédio da década de 30 que já recebeu grandes

A Igreja de Nossa Senhora da Vitória , que abriga em seu conjunto o Cemitério Municipal, passou por diversas reformas, alterando seu estilo original. Próximo a esta edificação, encontra-se o Conjunto Arquitetônico da Piedade , composto pelo convento, capela, escola, museu e também abriga o Palácio Episcopal , hoje prédio de uma escola pública.

Nos distritos de Ilhéus, há ainda a Capela de Nossa Senhora de Santana, considerado um dos templos mais antigos da Bahia de 1563 e, em Olivença, encontra-se a Igreja de Nossa Senhora da Escada de 1700.

Quando se discute porque o patrimônio histórico-cultural deve ser preservado, podem-se analisar os interesses envolvidos, nesse processo. A partir dos interesses econômicos, há a preservação do patrimônio em função do turismo, tornando a cultura uma mercadoria. Assim, o patrimônio cultural passa a ser mais preservado, na medida em que o interesse turístico por prédios históricos, torna-os economicamente viáveis, ao serem ressignificados. A exemplo de outros lugares, onde são transformados em centros culturais, museus, restaurantes, pousadas, centros de eventos e outras atividades, que visam a se beneficiar dos monumentos históricos já existentes para atrair turistas e, conseqüentemente, obter lucros diretamente do uso e da potencialidade do local.

Deve-se ter o cuidado para que o turismo não transforme a cultura em negócio, em um produto turístico. Um exemplo disso está acontecendo em Ilhéus, pois o prédio do Memorial da Cultura Negra, espaço das expressões afro-brasileiras, foi fechado no Bairro da Conquista, em função da mudança para outro imóvel no centro da cidade, para torná-lo um ponto apenas turístico, como uma forma de facilitar a visita dos turistas.

Em entrevista com a Sra. Adriana Castro, assessora da Presidente da Fundação Cultural de Ilhéus é relatado, em maio, deste ano:

O Memorial da Cultura Negra tem uma sede num lugar meio impróprio […], é uma discussão muito grande sobre isso, uma das preocupações da Fundação é trazer o Memorial da Cultura Negra mais para o centro, nós estamos procurando um imóvel, que parece que está em via de se resolver, um imóvel numa localização estratégica em Ilhéus, há um projeto de retornar com um certo vigor, dentro do possível evidentemente o trabalho do Memorial.

O que ela quis dizer com localização estratégica para a Fundação Cultural de Ilhéus? Será que, na mudança, houve diálogo com a comunidade que faz parte do Memorial da Cultura Negra? É possível que esta “estratégia” seja apenas interesse político em função do interesse econômico para aumentar as divisas do turismo e tornar um espaço “apenas para turista ver”.

Além disso, para garantir a atividade turística, de forma organizada, são necessárias várias ações, como: limpeza, higiene da cidade; preservação ambiental; educação da população; pessoal qualificado para trabalhar com o turismo e, logicamente, a preservação do patrimônio histórico-cultural.

Considerações Finais

O turismo só funciona, eficientemente, quando a comunidade é beneficiada com a atividade. Porque, quando a comunidade conhece sua cultura e sua história, sabe imortalizar suas tradições, suas expressões, seus costumes, e assim cabe ao poder público incluir a população em suas ações, levando em consideração o valor atribuído pela mesma ao patrimônio local. Assim, a atividade turística passa a ser um elemento capaz de alavancar a economia local, ao mesmo tempo em que os bens patrimoniais constituem fator de orgulho e inclusão social, na medida em que se apresentam como símbolos identitários, nos quais a história local se torna um instrumento do saber e de sua prática turística.

Deve haver uma preservação ativa em relação ao patrimônio, que ressignifique tanto as edificações históricas quanto os objetos que representam as características de um povo. O bem patrimonial, assim, pode revitalizar, integrando espaços e necessidades da comunidade, através de centros culturais e locais para eventos, cursos, exposições artísticas, museus, apresentações teatrais, feiras, exposições gastronômicas, festivais, festas, saraus, enfim, tornando-o útil à população e, ao mesmo tempo, rentável, financeiramente, conseqüentemente, atendendo às atividades do turismo.

O turismo é organizado a partir dos atrativos naturais e culturais, no misto entre as belezas naturais e o simbolismo, o imaginário e todo o patrimônio histórico-cultural do povo. Em Ilhéus, já existem algumas ações na tentativa de formatação e de preservação de produtos turístico-culturais, como exemplo, o Quarteirão Jorge Amado e a ressignificação do Bataclan.

A relação do patrimônio arquitetônico de Ilhéus com o turismo cultural está diretamente ligada aos fatores econômicos, políticos e sociais. Ao fator econômico, pelo retorno financeiro que os bens patrimoniais podem gerar pelo uso em atividades turísticas; ao fator político, pelo interesse que o poder público venha a dispensar para este setor, de acordo com os projetos a serem desenvolvidos, inclusive com parcerias com a iniciativa privada; e, ao fator social, em que a comunidade tem uma relação de identificação com os bens culturais, que são importantes para a memória coletiva, contando, através das edificações, os fatos históricos e sua representação simbólica. Assim, todo o patrimônio histórico-cultural da cidade deve ser preservado e ressignificado por ações não apenas da prefeitura e sim por um sistema organizado entre a esfera pública, a iniciativa privada e a comunidade.

JULIANNA NASCIMENTO TOREZANI

Referências Bibliográficas

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AZEVEDO, J.; IRVING, M. A. Turismo: o desafio da sustentabilidade. São Paulo: Futura, 2002. 219 p.
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IPAC-BA: Inventário de Proteção ao Acervo Cultural; monumentos e sítios do Litoral Sul. Salvador: 1988, v. 5. Bahia: Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo da Bahia. Microrregião 154 – Cacaueira. P. 223-250.
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LE GOFF, J. História e Memória. 4 ed. Trad. Bernardo Leitão et al. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996.

Fonte: www.urutagua.uem.br

Ilhéus

A moldura exuberante – mar azul esverdeado de um lado e Mata Atlântica de outro – conferiu a Ilhéus o título de cartão-postal da Costa do Cacau.

Também as boas ondas que quebram por ali tornaram a região um dos points do surf do Nordeste brasileiro.

Mas Ilhéus também tem águas calmas e areias douradas, como as das praias dos Milionários, do Sul e de São Miguel, as preferidas dos nativos e dos turistas.

Ilhéus
Fazendas de cacau: Tour inclui visita às plantações

Foram os caprichos da natureza – o cacaueiro é tipicamente equatorial, mas em Ilhéus se adaptou melhor que encomenda – que permitiram à cidade atingir seu apogeu no início do século 20. As lembranças da época continuam vivas no Centro Histórico, repleto de casarões e palacetes erguidos pelos barões em estilo neoclássico. Os antigos pontos de encontro dos ricos comerciantes também permanecem de pé, como o bar Vesúvio e o cabaré Bataclan, presentes nas obras do ilustre filho adotivo Jorge Amado. Em homenagem ao escritor, que tão bem retratou as belezas e as histórias da cidade, a residência onde passou a infância foi transformada em Casa de Cultura.

“Casarões neoclássicos abrigam espaços históricos como o bar Vesúvio e o cabaré Bataclan”

O sabor dos tempos áureos também não foi perdido. Algumas fazendas da região estão abertas à visitação e permitem conhecer o processo de cultivo do cacau desde a plantação até o processo pós-colheita, incluindo, claro, uma degustação. Até mesmo a primeira fábrica de chocolates caseiros do Nordeste funciona a todo vapor, oferecendo as delícias com recheios e formas diversas.

A preservação histórica e cultural da região reflete na natureza. É em Ilhéus que fica a Estrada Parque, a primeira rodovia ecológica do país, com praias selvagens, manguezais, cachoeiras… tendo como ponto final a intocada Itacaré, salpicada de praias desertas e protegidas por costões.

As reservas de Mata Atlântica fazem de Ilhéus e seus arredores um destino de praia com um charme a mais. Protegendo o litoral ou emoldurando trilhas, lá está a floresta e toda a sua biodiversidade. O cacau, que tanta fama deu à cidade, está presente nas fazendas abertas à visitação, enquanto os resquícios dos tempos de glória estão guardados no Centro Histórico, em forma de preservados casarões.

AS PRAIAS DE ILHÉUS

Emolduradas por águas ora verdes ora azuis, areias douradas e coqueirais, as praias de Ilhéus contam com boa estrutura de barracas e quiosques. O litoral Sul, mais badalado, oferece ainda boas ondas, reunindo surfistas em Back Door e Batuba. Ao Norte, a Mata Atlântica acompanha quase toda orla, bastante tranqüila. Entre as praias urbanas, a do Centro destaca-se pelo movimento na ciclovia e nas quadras poliesportivas.

PRAIA DOS MILIONÁRIOS

Ilhéus
Praia dos Milionários

Uma das praias mais movimentadas de Ilhéus, a praia dos Milionários ganhou o nome em função das mansões dos barões do café que existiam neste trecho da orla. A extensa faixa de areia dourada e fina abriga coqueirais, além de grandes barracas e chuveiros. As águas calmas proporcionam banhos refrescantes. Fica a sete quilômetros do Centro.

CURURUPE

Ilhéus

Com areias grossas e ondas fortes, a praia de Cururupe não é indicada para mergulhos, sendo procurada pelos adeptos do caiaque. Fica a 12 quilômetros do Centro.

BACK DOOR

Ilhéus

Primeira praia do distrito de Olivença e uma das mais belas da Costa do Cacau, Back Door tem aspecto selvagem e ondas que chamam a atenção dos praticantes do surf – não por acaso é sede de importantes campeonatos baianos. Para curtir, vá na maré baixa, quando fica repleta de piscinas naturais de águas mornas. Fica a 18 quilômetros do Centro de Ilhéus.

BATUBA

Ilhéus

Considerada umas das mais bonitas praias da região, Batuba atrai surfistas que não dispensam as boas ondas que chegam a dois metros e meio de altura. A correnteza e as pedras não incentivam os banhos, porém, os bares e a beleza natural – coqueirais, areias douradas e recifes – tornam a visita obrigatória. Fica em Olivença e a 19 quilômetros do Centro de Ilhéus.

CANABRAVA

Ilhéus

Com dois concorridos resorts, a praia de Canabrava é bastante agradável, com poucas barracas e muitos coqueiros, além de recifes e ondas fraquinhas. Fica em Olivença e a 24 quilômetros do Centro de Ilhéus.

PRAIA DA AVENIDA

Ilhéus

A praia mais central de Ilhéus, a da Avenida, passou por uma grande obra para tratamento de suas águas que banham areias soltas e douradas. A orla, que acompanha a Avenida Soares Lopes, também ganhou atrativos como quadras poliesportivas, ciclovia, concha acústica, circo e centro de convenções.

PRAIA DO CRISTO

Ilhéus

A imagem de um Cristo Redentor inspirado no monumento carioca dá nome à praia, bastante procurada para a prática de esportes náuticos como caiaque, jet-ski e windsurf.

PRAIA DA CONCHA

Ilhéus

Com apenas cem metros de extensão, a urbana praia da Concha descortina uma bela vista da Baía do Pontal, da praia da Avenida e do Centro Histórico. Situada na base do morro do Pernambuco, mantém focos da vegetação nativa em meio a muitos coqueiros. As águas calmas são apropriadas para banho.

Fonte: www.feriasbrasil.com.br

Ilhéus

1. INTRODUÇÃO

“A população da cidade é formada por muita gente que vem de fora; a cidade atrai de maneira definitiva quem aqui chega. Quem tem noção de universalidade, quem acredita no livre direito de escolha do homem, não pode negar que cada cidadão tenha o direito de se sentir cidadão do mundo. A terra que ele escolhe é, na verdade, a sua terra.

…e eu escolhi as terras do sem fim.” (HEINE: 93)

Este é o trecho final da crônica “Uma relação de amor que já dura alguns anos” que é uma declaração de amor a Ilhéus. E é por causa do amor que tenho por esta cidade que tenho procurado conhecê-la e escrever a sua história.

A primeira edição deste livro foi publicada em 94, a segunda em 95 e a terceira em 2002. Foi um livro lançado sem pretensão, mas encontra-se esgotado. Ele agrada às pessoas, por isso estamos lançando uma nova edição, devidamente modificada.

Ilhéus foi uma vila fundada antes de Salvador, quando o governo português deu inicio à ocupação das novas terras. Foi Capitania Hereditária e já tem mais de quatrocentos e sessenta anos. Seu verdadeiro apogeu aconteceu a partir do meado do século dezenove quando as plantações de cacau começaram a produzir riqueza.

Raymundo Sá Barreto diz em seu livro “Notas de um Tabelião de Ilhéus”, que em decorrência da quebra da Bolsa de Nova Iorque ocorrida em outubro/novembro de 1929, “houve uma séria e intensa publicidade, repercutindo consideravelmente na exportação de cacau, a qual tivera anos de fartura com a alta dos preços no período de 1927/1928, chegando a alcançar a faixa de cinqüenta mil réis por arroba. Ilhéus parecia um eldorado. Essa fase é que Jorge Amado descreve em seus romances, época dos cabarés, mulheres, corridas-de-cavalo”.

Fiquei pensando no que poderia ter transformado a região numa grande produtora de cacau. Certamente condições climáticas, topografia e colonização. Mas o que a teria transformado num celeiro da literatura? Será que tem a ver com as raízes das árvores? A agricultura é composta na sua maior parte por culturas temporárias, que não prendem o homem à terra. Acabou a colheita acabou tudo, é preciso recomeçar, semear de novo. Com o cacau é bem diferente, não acaba nunca. Meu avô dizia que uma propriedade de cacau não deveria se chamar fazenda, mas fazendo, porque não para nunca.

Ela é impossível de ser mecanizada, tudo é manual, do plantio à colheita; da adubação aos tratos culturais. O homem que mexe com o cacau tem os pés grandes de Portinari, tem o coração ligado à terra. Ele conhece a planta como conhece as pessoas e sabe do que ela necessita.

Um dia perguntaram a Adonias Filho, o que Ilhéus produzia além do cacau.

Prontamente ele respondeu:

-Escritores.

Com a queda do preço do cacau no mercado internacional Ilhéus desceu do trono majestoso de cidade que vivia de um fruto de ouro. E partiu com uma célere agilidade para os braços do turismo, “indústria sem chaminés”, fonte de riqueza em muitas partes do mundo.

O Brasil é um país muito bonito possuidor de uma costa exuberante com praias lindíssimas do Oiapoque ao Chuí.

São muitos milhares de quilômetros de praias para todo gosto: com onda, sem onda, com águas frias ou quentes, com areias brancas e finas ou amarelas e grossas. Fazer turismo em cidade de praia não tem muita diferença, é só escolher segundo a nossa conveniência. Mas Ilhéus tem uma coisa muito especial que só tem por aqui, não tem no resto do Brasil. É o turismo das praias e do cacau. Ilhéus tem uma história, tem as suas estórias narradas por Jorge Amado, por Adonias Filho, tem inúmeros poetas que cantaram as suas belezas, tem a sua cultura e a sua tradição.

E é sobre esta cidade e sobre a região na qual está inserida, que quero falar agora. Sua origem e seu começo como Capitania Hereditária. E sobre as principais cidades litorâneas que compõem hoje o Baixo Sul – a “costa do dendê” e o Sul – “a costa do cacau”. Este trabalho se propõe a ser um guia turístico diferente de todos os outros, um guia onde encontramos os lugares que queremos conhecer, mas principalmente um guia que vai contar os segredos daqueles lugares. Aqui pretendemos falar do seu povo, da sua gente, das pessoas que plantaram os primeiros cacauais, do muito que diga respeito a esta cidade e a esta região muito bonita e muito querida que está plantada no meu coração.

2. GEOGRAFIA DA REGIÃO

RELEVO

A região não possui grandes altitudes, mas também não é plana, ela se apresenta com muitos morros. Perto de Canavieiras, ela se torna mais plana, mas olhando no geral, predomina uma topografia acidentada. O município de Ilhéus apresenta ainda ao sul dos rios Cachoeira e Santana uns tabuleiros, que são áreas mais uniformes com topos planos separados por vales profundos, cujos desníveis vão de 30 a 50m.

Toda a região que ocupa a área da antiga Capitania, tem um relevo similar. Não existem elevações muito altas, tipo montanhas, mas ela se apresenta muito acidentada, provocando dificuldades enormes em relação à agricultura, à construção de estradas e à formação das próprias cidades.

CLIMA

A região apresenta, sem dúvida, um clima de paraíso. Está incluída no tipo intertropical úmido, sendo a temperatura média anual de 24ºC e a média das mínimas de 19ºC; é o clima quente e úmido de floresta, ideal para o cultivo do cacaueiro, árvore bastante exigente. Na região chove muito, mas são chuvas rápidas de verão, voltando o sol a brilhar logo a seguir. O litoral do município de Ilhéus está situado no domínio do vento alísio de N.E. As brisas influem muito no clima de toda a região litorânea; seja a marítima que sopra durante o dia, ou a continental que sopra durante a noite, nunca faz calor na beira da praia.

VEGETAÇÃO

Grande parte da região sul da Bahia apresenta floresta fluvial tropical típica, sendo grande a riqueza de variedades de árvores e cipós. A região possui um número considerável de belas orquídeas e um dos maiores índices de biodiversidade do mundo.

A falta de controle do desmatamento foi responsável pela diminuição das florestas originais, tendo sido a madeira de lei explorada sem controle, afetando o ecossistema da região, provocando mudança climática e assoreamento dos rios, diminuindo-lhe o leito, alargando as margens e tornando-os excessivamente rasos.

FAUNA

É grande o número de animais silvestres na região, que possui uma fauna típica da Mata Atlântica, mas a caça predatória e o desmatamento descontrolado estão ameaçando de extinção a maior parte das espécies.

Os animais que encontramos nas nossas matas são os seguintes: porco-do-mato, anta, caititu, capivara, paca, cotia, preá, raposa, veado, sarigüê, quati, papa-mel, tatu, preguiça, ouriço cacheiro, tamanduá-bandeira, guaxinim, preguiça e algumas espécies de macaco como o jupará, responsável pelo aumento do plantio de cacau na região, segundo a lenda.

Existem também muitas aves, algumas lindíssimas como a arara, o papagaio e o tucano; e também aves canoras como o sabiá, o curió e o canário.

Nos rios e lagos podemos encontrar lontras e jacarés e nas matas uma variedade enorme de cobras peçonhentas, que apesar de representarem um perigo para o homem, fazem parte do equilíbrio ecológico necessário ao planeta, pois elas se alimentam de ratos, animais nocivos e daninhos à civilização.

AGRICULTURA

A região sobrevive da monocultura do cacau e nos seus primórdios já sobreviveu da cana de açúcar, mas produz também feijão, milho, seringueira, mandioca, coco da Bahia e frutas diversas. Todos em pequena escala atendendo somente ao consumo local. Produz também banana, dendê e piaçava.

PESCA

Em 1862, andou pelos mares de Ilhéus, o futuro almirante francês Ernest Mouchez. Falando da vida na Vila de São Jorge, dizia que havia poucos víveres, e que as frutas eram raras, mas “o peixe abundava de maneira notável”.

A costa é muito grande, e o oceano uma fonte de alimentação, mas devido à constante presença de barcos pesqueiros e redes colocadas em pontos estratégicos, vem-se sentindo uma diminuição considerável dos cardumes na região. Mas ainda assim a pesca em barcos ao longo da costa ou na praia, com molinete, é o prazer de muitas pessoas.

3. SÃO JORGE DOS ILHÉUS

SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

A cidade de Ilhéus está situada na Micro-Região cacaueira e limita-se ao Norte com os municípios de Aurelino Leal, Itacaré e Uruçuca; ao Sul, Una; a Oeste, Itapitanga, Coaraci, Itajuípe, Itabuna, Buerarema; a Leste, o Oceano Atlântico.

A cidade é bem entrecortada por água tendo algumas ilhas costeiras como a Pedra de Ilhéus onde se costuma fazer pesca submarina e algumas ilhas menores; possui também algumas ilhas fluviais como Mutucugê no rio Cachoeira e Frade no estuário formado pelos rios Cachoeira, Santana e Fundão. Esta fica bem próxima à ponte que liga Ilhéus ao Pontal. É um ponto interessante para se chegar em caiaque.

O litoral é acompanhado por uma série de restingas, que se interrompem nas embocaduras dos rios; a maioria dos rios é de pequeno porte, mas em grande quantidade por toda a região.

Em Ilhéus encontramos cinco morros: Pernambuco, na entrada da barra do antigo porto; São Sebastião, onde se estabeleceram Francisco Romero e seus homens; Boa Vista, que como o nome diz, tem uma bela vista da cidade e das praias. Existem também os morros da Conquista e da Vitória, todos com uma bonita vista da cidade.

A cidade possui uma única baía na foz dos rios Cachoeira, Santana e Frade. O local é onde funcionava o antigo porto, cuja construção foi iniciada em 1924 por um grupo de capitalistas.

Durante o dia a baía é bem apropriada para as práticas de caiaque, de wind-surf, de esqui aquático e de jet-esqui. Em outras épocas, quando os navios ainda atravessavam a barra, e não havia o grande bloco de areia que lhe diminuiu a majestade, era perigoso atravessá-la a nado, tornando-se motivo de orgulho para quem o fazia. Só os corajosos e bons nadadores se atreviam a fazer Ilhéus-Pontal a nado. Quando ainda não havia a ponte, a ligação entre os dois locais era feita por pequenos barcos a motor que transportavam os passageiros.

Quem ia fazer veraneio em Olivença também era obrigado a atravessar de lancha e pegar um caminhão que seguia pela praia até o seu destino. Era mais complicado e primitivo, mas era muito mais interessante. Era uma verdadeira aventura. Hoje uma moderna rodovia liga Olivença à cidade e o trajeto é percorrido em poucos minutos, tendo-se como paisagem constante o mar.

Antes de existir o antigo porto, o cacau era levado em pequenos navios ou mesmo em veleiros para Salvador, e daí em grandes cargueiros para o exterior. A exportação do cacau diretamente do porto de Ilhéus começou em janeiro de 1926, quando o cargueiro Falco levou para Nova Iorque uma carga de 47.150 sacos, iniciando assim uma nova fase na movimentação da cidade. Mais tarde, quando ficou impossível para os navios entrarem na barra do rio Cachoeira, estes esperavam ao largo, e as pequenas embarcações levavam os sacos de cacau para serem carregados em alto mar. Foi quando foram iniciadas as obras do novo porto do Malhado.

PRINCIPAIS RIOS

O maior deles é o Cachoeira, que nasce na serra do Itaraca em Vitória da Conquista, com o nome de rio Colônia. Em Itapé junta-se ao Salgado passando a formar o rio Cachoeira, tendo sua bacia uma área de 3.500 km2.

O rio Almada ou Itaípe que deságua no lado norte, no lugar chamado barra do Itaípe, ao lado da ponta de S. Miguel.

Rio Santana que banha a localidade de Rio do Engenho, por ter sido fundada num antigo engenho de cana de açúcar, onde está situada a mais antiga capela do município. Interessante ponto de atração turística, podendo ser visitado de carro ou por barco de pequeno porte.

Existem centenas de outros rios, afluentes ou não destes já citados, como os rios Cururupe, S. José, Santaninha, Itacanoeira, Água Preta e etc.

O canal do Itaipe foi construído artificialmente para ligar os rios Almada e Fundão e assim, evitar que as canoas que transportavam cacau da região da Lagoa Encantada para o porto passassem por mar aberto.

LAGOAS

A mais importante é a lagoa Encantada, no distrito de Castelo Novo; tem aproximadamente 5 km de comprimento por 3 km de largura e sobre ela correm as mais interessantes lendas.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO

O município de Ilhéus possui um Distrito Industrial, situado na zona norte da cidade. Quando foi criado, a maioria das indústrias ali instaladas, eram ligadas ao beneficiamento do cacau. Com a queda da produção o Distrito foi bastante atingido, porque as fábricas diminuíram seu potencial de trabalho, o que prejudicou de grande forma a economia local e o mercado de trabalho. No ano de 1994 foi criado o Pólo de Confecções, para dar suporte a uma atividade que vem crescendo desde que as pessoas começaram a procurar uma alternativa econômica para a sobrevivência, que são as pequenas confecções de roupas, maiôs, sapatos e etc. Posteriormente foi criado o Pólo de Informática que possui mais de vinte indústrias do gênero.

Foi inaugurado, pelo então governador do Estado, o Moinho Ideal nas dependências do porto para dar uma nova finalidade ao Porto Internacional do Malhado, também ameaçado de extinção em virtude da diminuição de embarque do cacau, e do projeto do oleoduto da Petrobrás fazendo a distribuição de derivados de petróleo não mais pelos navios atracados no porto de Ilhéus. A tendência do porto é ser privatizado, como prevê a lei, mas com o embarque de soja, madeira, mármore e outros produtos, conseguiu-se reverter a situação que era de decadência.

O comércio de Ilhéus não era dos melhores. As pessoas mais abastadas mandavam vir as mercadorias do Rio, de São Paulo e até da Europa. As que não podiam ir tão longe procuravam cidades mais próximas como Itabuna, Vitória da Conquista e Santo Antônio de Jesus. Ultimamente com o incremento do turismo é que este vem melhorando consideravelmente.

COMUNICAÇÃO

Desde o começo do século que se tem movimento de jornais, tendo sido grande a lista de periódicos que apareceram e desapareceram nesta cidade.

Como imprensa falada a cidade possui cincos emissoras de rádio, sendo duas de FM, a Cidade de Ilhéus e Gabriela. E possui repetidoras de TV.

4. UM POUCO DE HISTÓRIA

Depois que o Brasil foi descoberto, Portugal se descuidou da sua ocupação, porque o comércio com as Índias era muito mais lucrativo e de retorno mais rápido. Não houve, por parte dos portugueses interesse imediato nas terras do Novo Mundo.

Quando os franceses firmaram o comércio do pau-brasil com os indígenas, a coroa portuguesa se viu obrigada a tomar providências imediatas a fim de preservar o que já considerava patrimônio lusitano. Depois da expedição de Martim Afonso de Souza, o governo verificou a impossibilidade de arcar sozinho com a responsabilidade de povoar o litoral brasileiro e resolveu seguir os conselhos de Diogo de Gouveia para dividir o Brasil em quinze lotes, as Capitanias Hereditárias, sistema que já dera certo em determinadas ilhas do Atlântico.

Apesar de algumas capitanias não terem dado certo, o sistema pode ser considerado um sucesso, pois o objetivo da coroa portuguesa era povoar o Brasil e livrá-lo dos ataques de outros povos e este foi conseguido. Portugal é um país muito pequeno para conseguir povoar uma área tão grande como a do nosso país.

A carta de doação da Capitania dos Ilhéus a Jorge de Figueiredo Corrêa foi assinada em Évora a 26 de junho de 1534. Ela possuía cinqüenta léguas de costa contadas a partir da Ilha de Itaparica, que também foi capitania.

O donatário, Jorge de Figueiredo Corrêa possuía muito prestígio na corte e não se dispôs a abandonar seu cargo para aventurar-se no novo país. Enviou no seu lugar um castelhano autoritário, homem de guerra, chamado Francisco Romero.

Não houve dificuldade para Jorge de Figueiredo conseguir dinheiro para organizar a armada e Francisco Romero partiu do Tejo em 1535. Foram primeiro para a ilha de Tinharé, onde está localizado o Morro de São Paulo, e foi a primeira ocupação da capitania. Mas os topógrafos da armada descobriram um local que acharam melhor e abandonaram a vila já formada, estabelecendo-se no novo local.

Deram à sede da Capitania o nome de Vila de São Jorge dos Ilhéus, em homenagem ao donatário e por causa das pequenas ilhas existentes ao longo da costa.

Sua localização era no cume do atual outeiro de São Sebastião. Seu desenvolvimento foi rápido e, a vila já possuía, em 1556, relativa produção de cana-de-açúcar.

Jorge de Figueiredo se esforçava para desenvolver sua capitania, tanto assim que com este intuito, começou a doar sesmarias a destacadas figuras do reino. Em 1537 doou a sesmaria do Engenho de Santana a Mem de Sá, que seria mais tarde o terceiro governador geral do Brasil, onde foi construído um engenho de açúcar. Até hoje restam vestígios, às margens do rio Santana, na localidade de Rio do Engenho. Doou também a Mem de Sá, uma sesmaria onde está localizada hoje a cidade de Camamu, que foi repassada para os jesuítas.

Ilhéus tinha tudo para se desenvolver, porque não tinha problemas de dinheiro, nem de colonos, e nem mesmo com os índios, que chegaram até a auxiliar os colonos nos serviços das roças e tornaram-se importantes elementos da defesa da Colônia. O donatário incentivava o comércio de abastados senhores da corte com a Capitania.

O progresso da Vila era enorme e isto atraía toda espécie de aventureiro. Eles queriam encontrar o caminho que levasse ao sertão para a busca de ouro e prata.

No início da colonização do Brasil, a vila de São Jorge chegou a ser a mais próspera e rica, a ponto de Tomé de Souza assim escrever para D. João III: “é a melhor coisa desta costa para fazendas e que mais rende agora para si Alteza”. No governo de Tomé de Souza, Ilhéus era o maior centro econômico do Brasil.

Com a morte de Jorge Figueiredo em 1551 a Capitania passou para seu filho mais novo, que conseguiu licença para vendê-la, e a partir daí ela foi mudando de dono com o passar do tempo, tendo tido muitos donatários, o que dificultou a retomada do seu desenvolvimento.

No ano de 1563 explodiu na vila um surto de varíola que matou uma quantidade enorme de pessoas. Nesse mesmo ano teve início a construção da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, com sua igreja, que foi demolida em 1690.

Com a nomeação do Marquês de Pombal como primeiro ministro da Corte, ele acabou com as Capitanias Hereditárias e em 9 de junho de 1754 Ilhéus passou a pertencer à Coroa Portuguesa. A Capitania que pertencia a D. Antonio José de Castro, foi trocada por um título de conde. Naquela época para os portugueses valia mais um título de nobreza que cinqüenta léguas de costa por toda extensão sertão a dentro.

Em 1777 o governador geral criou um correio terrestre. Os estafetas saíam de Salvador, passando por Cairú, Santarém, Camamu, Barcelos, Marau, Barra do Rio de Contas e Ilhéus. Este serviço não durou muito tempo, pois vários estafetas foram flechados pelos índios das matas próximas às estradas.

ELEVAÇÃO À CATEGORIA DE CIDADE

Depois do apogeu do início da colonização, a vila entrou em decadência, atrasando-se no tempo em relação ao resto do país que se desenvolvia normalmente. Os séculos XVII e XVIII passaram sem grandes acontecimentos.

A independência do Brasil e a abolição da escravatura passaram despercebidas pela população, segundo Silva Campos.

No dia 28 de junho de 1881, através da lei provincial nº 2.187, que foi referendada pelo Marquês de Paranaguá, Ilhéus foi elevada à categoria de cidade. Em 1913 a cidade foi transformada em bispado, tendo sido o seu primeiro bispo D. Manoel Antonio de Paiva. Depois foi substituído por D. Eduardo José Herberold, que a cidade venera como santo e cujos restos mortais encontram-se na Catedral de São Sebastião, obra tão sonhada por ele.

A INFLUÊNCIA DOS ÍNDIOS

Foi muito grande a influência do índio nos costumes do colonizador branco, desde a alimentação até a linguagem. Eles ajudaram na construção da vila, ensinaram a fazer farinha de mandioca (chamada farinha de pau), e diversos alimentos à base de milho, feijão, aipim e várias frutas e legumes.

Os índios também ensinaram os portugueses a usar a rede de dormir, canoas e jangadas para a navegação, e o asseio do corpo. Os índios eram muito limpos, tomavam vários banhos por dia, e os europeus não primavam pela limpeza. É muito grande a influência dos índios nos nomes das cidades em toda a região do sul da Bahia, como Itabuna, Itapé, Itambé, Itapetinga, etc.

A INFLUÊNCIA DO NEGRO

O colonizador tentou escravizar o índio, mas não conseguiu porque este era o dono da terra e lutava até a morte pela liberdade. Com isto, a partir de 1539 os navios “tumbeiros” já singravam os mares trazendo africanos para o serviço da lavoura. O índice de mortalidade nestas viagens atingia a cifra de 40%. Foi um comércio imundo, que toda a Europa participava dele.

Segundo Rocha Pombo “o negro veio retemperar a raça branca que se trasladou para a América. A raça histórica em formação lucrou muito com o sangue africano”.

A influência do negro foi muito significativa, na cultura brasileira de modo geral. A famosa comida baiana nada mais é do que a comida trazida da África. São famosos o acarajé, o vatapá, o caruru, o abará e tantos outros deliciosos pratos.

É grande a influência africana na comida baiana, como também na música tanto na baiana como no samba que se transformou na marca do Rio de Janeiro.

Em toda a Bahia é muito comum encontrarmos o chamado sincretismo religioso, porque os portugueses não permitiam aos negros o culto às suas divindades, eles procuravam identificar os santos da Igreja Católica com os seus orixás.

5. A CULTURA DO CACAU

O cacaueiro é planta nativa nas bacias dos rios Orinoco e Amazonas tendo sua origem nas Américas Central e do Sul, e antes de Cristo já era cultivado pelas grandes civilizações indígenas do Continente, principalmente pelos incas e astecas. A sua importância entre os astecas era tão grande que eles lhe impunham origem divina.

Os astecas achavam que o deus Quatzalcault se tornou deus por ter feito uso diário do chocolate e que seus efeitos miraculosos o fizeram adquirir os conhecimentos da ciência universal.

Montezuma, imperador asteca, tomava diariamente inúmeras doses de chocolate, mas, nem todos tinham acesso à bebida, só os nobres e os mais abastados.

Os índios torravam e trituravam o cacau entre duas pedras, ferviam em água aromatizada com baunilha, canela, pimenta ou suco de aveia até que ficasse pastosa, quando era servido em taças. Mais tarde foram os espanhóis que adicionaram açúcar e inventaram o chocolate que conhecemos.

No México, a amêndoa do cacau durante muito tempo foi utilizada como moeda, e as cidades pagavam seus impostos em amêndoas de cacau.

Foi somente no século XVIII que o cacau penetrou na Europa, pois os espanhóis retiveram durante muito tempo o segredo da fabricação do chocolate. O desconhecimento era tanto que corsários holandeses atiraram ao mar preciosa carga de cacau, de um navio capturado, julgando tratar-se de fezes de ovelhas.

Quando os europeus descobriram o chocolate, ficaram encantados e surgiu um livro escrito por Francisco Rauch, em Viena, proibindo aos clérigos o uso do chocolate por ser “droga inflamatória de paixões”, por ser considerada afrodisíaca e assim despertar o desejo sexual. Em outras palavras, o chocolate seria fonte de energia.

O nome científico do cacaueiro é “Theobroma Cacao” que significa “cacau, manjar dos deuses”. É uma planta da família Sterculacae e recebeu este nome do naturalista sueco Carolus Linneu. No Brasil, o cacau é nativo da Amazônia, tendo constituído por muito tempo um produto do seu extrativismo.

As primeiras plantações na Bahia datam aproximadamente de 1746, na fazenda Cubículo às margens do rio Pardo, na então Capitania dos Ilhéus (hoje município de Canavieiras). Estas plantações foram feitas pelo português Antonio Dias Ribeiro, com sementes trazidas do Pará pelo francês Louis Frederic Warneau.

Alguns estudiosos afirmam que a plantação de cacau na Bahia sobreviveu a partir de 1822 com a chegada de um grupo de imigrantes alemães chefiados por Pedro Weyll, os “Solitários do Almada”. A cultura nasceu ao lado dos engenhos de açúcar.

Posteriormente os imigrantes alemães se estabeleceram às margens do rio Cachoeira, onde se deu a sua expansão que se estendeu pelo Sul do Estado.

A lavoura do cacau foi implantada como curiosidade, não havia conhecimento técnico e só valia o pouco conhecimento desenvolvido pelos pioneiros e pelos seus descendentes. Mas mesmo assim chegou-se à conclusão de que o sul da Bahia era bastante apropriado para o cultivo do cacau.

Durante o século dezenove a cultura foi crescendo em meio a altos e baixos. No fim do século o comércio desenvolveu-se bastante com o aumento da colheita que deu a Ilhéus o lugar de primeiro produtor do mundo.

Até o fim do século dezenove o cacau foi explorado pelos estrangeiros. A partir de 1900 começou uma nova etapa. Os nordestinos saídos de Sergipe, Alagoas e outros lugares vinham em busca do eldorado, do dinheiro fácil e abundante, e foi aí que tomou impulso e cresceu de forma definitiva a lavoura cacaueira. E foi quando voltou a se desenvolver a região que fora ocupada pela “Capitania dos Ilhéus”. Como o clima é uniforme, existem plantações de cacau de Valença a Porto Seguro.

Praticamente quando fazia 200 anos que havia sido introduzida no sul da Bahia chegou a ser considerada como cultura em decadência, por falta de assistência técnica.

O cacau tem sofrido crises críticas na sua história. Às vezes o que influi é o clima. A região tem chuvas constantes, mas existem épocas que a chuva não vem; isto para a lavoura é um verdadeiro desastre que precisa de muita chuva e de muito sol para florescer.

As primeiras pesquisas sobre o cacau foram iniciadas em 1923, quando foi criada a Estação Experimental em Uruçuca pelo Ministério da Agricultura. Esta se limitou a fazer alguns estudos sobre práticas e beneficiamento do cacau, mas o trabalho não andava por falta de verbas.

Atualmente ainda é incerto o futuro da cultura do cacau por causa da vassoura de bruxa, uma praga que afetou a produção e empobreceu o agricultor. Estão sendo realizadas experiências de clonagem do cacau e estudo do genoma, na tentativa de solucionar o problema.

A CEPLAC

No auge de umas das maiores crises já enfrentadas pelos cacauicultores, foi criada pelo Governo Federal a CEPLAC – Comissão Executiva do Plano de Recuperação Econômica Rural da Lavoura Cacaueira. Foi uma reivindicação dos produtores de cacau e do Governo da Bahia e sua finalidade era resolver os problemas ligados à cacauicultura, para praticamente amparar os produtores. Em pouco tempo ela tornou-se um órgão orientador de toda a economia agrícola da Região Sul do Estado, tentando encontrar opções de diversificação, porque o que se via era toda a região dependendo exclusivamente da monocultura.

Em dezembro de 1962 foi criado o Centro de Pesquisa do Cacau – CEPEC, com a finalidade de pesquisar e descobrir tipos de cacau com maior rendimento, aumentar a produtividade das fazendas e renovar as roças que já estavam velhas e decadentes. Foi desapropriada uma área de terra de 761 ha entre Ilhéus e Itabuna e aí foi criado um moderníssimo centro de estudos. Os recursos provinham da retenção de 15% de todo o cacau comercializado. Esta taxa depois foi diminuída para 10%, tendo sido extinta na década de 1980. Em pouco tempo a CEPLAC se tornou o ponto de apoio da economia local, tendo contribuído para mudar toda a fisionomia da região. O cacau voltou a ser um dos principais produtos brasileiros de exportação, a produção aumentou, as roças foram renovadas, e na década de 1970 e início dos anos 80, tudo era fantasia nas terras do sem fim.

A COLHEITA DO CACAU

O cacau é uma cultura muito exigente, do plantio à colheita e até o processo de secagem. Para que o produto final seja de boa qualidade, é preciso saber escolher o fruto certo na hora da colheita – a maturidade do fruto é ponto importante na fermentação. Tudo depende de uma boa fermentação e da secagem correta.

A colheita é feita manualmente com pequenas facas acopladas na ponta de uma vara comprida chamada podão. O ideal é que sejam colhidos frutos maduros que contenham açúcar em quantidade adequada para uma boa fermentação das amêndoas. Os frutos verdes ou verdoengos, por conterem menos açúcar, fermentam mal, diminuindo o peso final do produto, que é comercializado por peso. Os frutos muito maduros podem conter sementes já em processo de germinação o que também diminui a qualidade da amêndoa.

Como se pode ver a colheita é trabalhosa, pois não pode ser feita de uma só vez, mas à medida que os frutos vão amadurecendo. Uma colheita bem feita deve passar no mesmo pedaço de roça a cada 15 dias.

É muito interessante de se ver uma fazenda de cacau no processo de colheita. Os colhedores, homens e mulheres, vão com os podões, caminhando e deixando o chão coberto de frutos amarelos. É costume na região dizer-se quando a chuva é forte, que “o cacau está caindo”. Quando, pela primeira vez, pude ver um grupo de pessoas numa colheita, pude então compreender a analogia.

Atrás dos colhedores, vêm os catadores, com cestos denominados caçuás, e vão catando os frutos para juntá-los. Uma vez cheios, são derramados num mesmo ponto que recebe o nome de “bandeira”, que por sua vez vão aumentando e sendo chamados de “rumas”. Aí os frutos são quebrados com facões pequenos e sem ponta, denominados bodoco, são jogados dentro de caixas de madeira e daí sobre folhas de bananeira, nos processos mais rudimentares, ou sobre mantas de plástico poroso. Começa o processo de fermentação. Em contato com o ar, a polpa que envolve a amêndoa, começa a escorrer e, se for bem aproveitada, pode ser utilizada para fazer geléia, cachaça, ou mesmo vinagre. Nas primeiras 24 horas pode ser bebida; é uma bebida deliciosa e bastante forte, com grande rapidez de fermentação.

A fazenda de cacau tem uma característica muito interessante: ela oferece alimento para os que nela trabalham. Espalhadas por entre os cacaueiros podemos encontrar velhas e enormes jaqueiras, com seus grandes frutos cheirosos e consistentes. Existem também as bananeiras, limeiras, laranjeiras, pés de tangerina, cajá e graviola. Tudo saboroso e com forte teor alimentício.

Depois que o fruto é quebrado, o cacau é levado para o cocho, uma grande caixa de madeira, onde atinge a temperatura de 60º C, e é revolvido periodicamente. Quando esfria está pronto para a secagem na barcaça. Aí vai depender do sol. O “barcaceiro”, homem que revolve as amêndoas, para que elas peguem sol de forma homogênea, passa o dia debaixo do sol escaldante com uma pá e um rodo de madeira, virando de um lado para o outro, quando enfim o produto está pronto para ser ensacado e, saindo da fazenda tomar o caminho de virar chocolate.

Entre o dia em que a flor é germinada transformando-se em fruto e o que a amêndoa sai da barcaça são passados mais de sete meses. Quando chove e não é possível secar o cacau na barcaça, existe o secador ou estufa. O modelo antigo, ainda muito utilizado, trabalha exclusivamente com lenha e o trabalhador sofre demais por causa da diferença de temperatura entre a fornalha e o meio ambiente, geralmente com temperaturas mais baixas por causa da chuva e do frio. Os mais modernos combinam lenha com eletricidade ou gás, o que facilita o trabalho e melhora as condições do trabalhador.

No ano de 1993 a televisão apresentou a novela “Renascer” que falava da cultura do cacau. E enquanto as pessoas trabalhavam elas costumavam cantar. Esta é uma prática muito utilizada e visa passar o tempo. É bonito ver as pessoas cantando enquanto trabalham, dá uma certa nostalgia, uma certa saudade de não sei o que. Considero o trabalhador do cacau, pelo menos os mais antigos, trabalhadores diferentes, dá a impressão de que eles assimilam a “riqueza” cultural da planta.

Do processo, o que mais atrai o turista, é o pisoteio das amêndoas, uma dança diferente. Apesar de não ser uma prática necessária para a qualidade do chocolate, ela é uma espécie de orgulho do produtor, que gosta de ver seu produto bonito, com boa apresentação. O pisoteio dá brilho às amêndoas ao mesmo tempo em que tira o mofo quando a temperatura esfria.

AS DOENÇAS DO CACAUEIRO

Como toda cultura, o cacaueiro também está sujeito a doenças. Algumas mais simples e fáceis de combater, outras bem preocupantes.

As mais conhecidas são: a ferrugem do cacau, o mal rosado, a podridão parda, e a pior de todas – a vassoura de bruxa, que veio para exterminar a plantação de cacau no sul da Bahia e a riqueza da região.

6. COLONIZAÇÃO ESTRANGEIRA

Entre os anos de 1818 e 1824 chegaram a Ilhéus cerca de 28 famílias estrangeiras com aproximadamente 160 pessoas que se instalaram às margens do rio Cachoeira, na “Colônia de São Jorge”. Dentre os primeiros que aqui se instalaram estão Pedro Weyll que juntamente com Saneracker são considerados os responsáveis pelo crescimento da cultura do cacau, quando só se pensava na cana de açúcar.

São nomes conhecidos para nós, já que eles também são responsáveis pelo crescimento e progresso da cidade.

Estes nomes são: Kruschewsky, Selmann, Schaun, Hohlenwerger, Lavinsky, Steiger, Berbert e Lavigne, dentre outros. Possuíam os ofícios de ferreiro, padeiro, relojoeiro, alfaiate, maquinistas e lavradores; trouxeram dinheiro, ferramentas e meios de se estabelecerem, vinham em busca de uma terra que lhes desse e à família uma condição melhor de vida.

Destes, só os Berbert e os Lavigne vieram por motivos políticos.

Estes homens oriundos de uma mentalidade diferente e de uma civilização mais adiantada vieram dar impulso ao progresso da região. Multiplicaram a produção e influenciaram a marcha para que houvesse o seu enriquecimento. Vieram em busca de boas terras e de um lugar mais tranqüilo para viverem. Aqui se aclimataram, aqui deixaram além do trabalho, seus nomes perpetuados nos seus descendentes, que são hoje alguns dos nomes das tradicionais famílias ilheenses.

Ainda hoje é muito grande a imigração de suíços nesta região. Existem novos empreendimentos, como hotéis, bares, restaurantes, feitos por suíços vindos recentemente. Tornaram-se proprietários de terrenos e fazendas, e existe na cidade até uma escola suíço-brasileira.

Além dos alemães e suíços, devemos ressaltar os sírios e libaneses, que aqui se instalaram, dando grande impulso ao comércio na região e enriquecendo a culinária local. Por falta de conhecimento são chamados de árabes, de turcos, o que os deixa muito irritados. Os libaneses se instalaram em Itabuna. São os Maron, Gedeon, Kauark e etc. Os sírios se instalaram em Ilhéus e dominaram o comércio de tecidos e calçados. São os Ocké, Chagouri, Chaoui, Chalhoub, Hage, Naccache, Bichara, Rabat, Medauar, dentre outras, que continuam trabalhando para o engrandecimento desta terra. Importantes lojas comerciais continuam funcionando, passando de pai para filho.

7. ATRAÇÕES TURÍSTICAS

Considero Ilhéus uma cidade exuberante e agradável. Tanto assim que saí do Rio para passar apenas dois anos e já estou aqui há mais 20 anos. Alguma coisa esta cidade há de ter para prender os que aqui chegam, sejam estrangeiros ou brasileiros vindos de toda parte, seja do norte, seja do sul.

Recentemente foi descoberta pelos mineiros e goianos que saem de suas casas para curtir o verão e pegar uma praia. A cidade é linda e a chegada por avião é alguma coisa emocionante. Por mais que eu viaje, por mais que o tempo passe, é sempre uma novidade, e é sempre uma emoção chegar por cima da Pedra de Ilhéus, do Porto do Malhado, da residência do bispo e da foz do rio Cachoeira.

Uma vez em terra é só procurar os caminhos que muito há para se ver e para alegrar os olhos.

7.1. PARA O SUL

PRAIAS DO SUL – São 16 km de estrada beirando a praia num trajeto em que se tem vontade de parar a cada instante, só para olhar o mar, ou mesmo para aliviar o calor nas águas mornas do Oceano Atlântico. São as famosas praias do sul com barracas, bares e pousadas em todo o trajeto. Nas barracas come-se de tudo, e em geral é o próprio dono com a família que nela trabalham.

Entre as praias mais conhecidas encontramos a dos Milionários, onde a estrada fica ao lado da praia e onde está a maior concentração das barracas. Tem este nome porque os itabunenses que possuíam carro (milionários), foram os primeiros a freqüenta-la. Encontramos no km 8, na foz do rio Cururupe, uma praia com o mesmo nome, cujo sítio é histórico. Em 1559 Mem de Sá e seus soldados travaram a batalha dos nadadores e triunfaram contra os índios Tupiniquins, transformando o episódio no maior massacre cometido aos indígenas.

OLIVENÇA

No fim dos 16 km chega-se à Estância Hidromineral de Olivença, distrito de Ilhéus. Atualmente ela é o “paraíso dos mineiros” no verão. O valor das suas águas foi descoberto pelo padre Torran, que a considerou com valor medicinal igual à de Vichy na França.

Lá encontramos pousadas, bares, o balneário da Tororomba com piscina pública para adultos e crianças com água corrente sem tratamento e o “véu de noiva”, uma cortina artificial de água que é excelente para tirar o sal depois da praia e para amaciar os cabelos.

As suas águas são radioativas contendo cloro, ferro e iodo magnético, sendo indicada para as doenças da pele e aparelho digestivo.

O local possui um ar bucólico com sua ladeira calçada com pedras, com a Igreja de Nossa Senhora da Escada situada na parte superior da praça. Esta igreja foi construída pelos jesuítas no ano de 1700, em aldeamento indígena, com desenho em estilo colonial. Encontramos aí a imagem de Nossa Senhora da Escada que possui traços barrocos.

Em novembro, do dia 1º até o dia 21, é comemorada a festa de Nossa Senhora da Escada, padroeira de Olivença, com alvorada de fogos, missa solene, procissão e festa de largo.

Também em Olivença, no mês de julho, é comemorada a festa do Divino Espírito Santo. É uma festa móvel, realizada sempre num domingo, tendo novenário, missa solene e procissão acompanhado por banda de música e a bandeira do divino.

A localidade tem um aspecto calmo durante todo o ano, mas no verão o local toma um aspecto agitado pela grande quantidade de turistas que ali aportam. Os restaurantes colocam som ao vivo, é realizado festival de surf e no começo do mês de janeiro, a festa da “Puxada do Mastro”.

FESTA DA PUXADA DO MASTRO

A Puxada do Mastro de São Sebastião é uma festa tradicional no município de Ilhéus. A festa é realizada todos os anos na primeira semana de janeiro, em homenagem a São Sebastião, no distrito de Olivença.

A antiga vila de Olivença – distrito de Ilhéus desde 1911- foi organizada através de uma missão jesuítica no período colonial. Tudo indica que a festa é o resultado da cristianização de um ritual indígena. Assim os jesuítas atraíam os “selvagens” para a fé cristã.

Os índios, ágeis serradores de madeira, dirigiam-se a uma floresta, escolhiam, cortavam e descascavam uma árvore com a qual preparavam um grande mastro.

Este mastro, amarrado por uma corda comprida e resistente, era arrastado até a vila, e colocado em pé, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Escada. A corda era solenemente depositada no altar, aos pés da Santa.

Também em Olivença é realizada na véspera da Festa da Puxada do Mastro, a do Bumba meu Boi. São figuras humanas envolvidas em panos, papel fino, espelhos e folhas, em formato de boi que fazem o espetáculo desfilando pelas ruas da cidade. Acompanhadas por populares e pelas figuras do “Vaqueiro” e da “Loba” todos dançam e cantam músicas típicas deste tipo de folclore.

OUTRAS PRAIAS

Seguindo depois de Olivença pela BA 001 em direção a Canavieiras, encontramos muitos quilômetros de praia e alguns hotéis importantes, como o Hotel Tororomba Resort, o Canabrava Resort. Mais a frente, o Loteamento de Águas de Olivença com casas particulares, a praia do Acuípe e o Hotel Village Indaiá.

No km 62, a cidade de Una, que não apresenta atrações turísticas e nem fica na praia. Mas 6 km após esta cidade encontramos o Hotel Transamérica na Ilha de Comandatuba. Um Resort de 5 estrelas numa ilha paradisíaca, com todos os atrativos que um paraíso pode apresentar.

ILHA DE COMANDATUBA

A ilha foi ocupada juntamente com as outras localidades da costa, no início das Capitanias Hereditárias. Era habitada por índios, e em 1861 residiam lá mais de 60 pessoas emigradas da vila do Conde e de lugares vizinhos do norte da Província. Dedicavam-se à agricultura. Tal era o progresso da localidade, que em 1867, foram demarcados lotes, ruas e praças tendo sido inaugurada a colônia. Mas não se tem registro por qual motivo esta durou muito pouco tendo sido completamente dispersada.

Não se sabe ao certo a origem do nome – Comandatuba – mas sabe-se que, na linguagem indígena “comandá” é toda leguminosa, tipo de vegetação muito comum na região. São espécies de “comandá” desde a soja e o feijão (comandá-mirim), como o feijão guandu (arbusto) e o jacarandá (árvore grande e majestosa – comanda-tuba). “Tuba” em tupi significa grande, o maior, importante.

A ilha de Comandatuba fica no município de Una.

RIO DO ENGENHO

Pode-se chegar à localidade de Rio do Engenho de duas formas. Pela estrada Pontal-Buerarema, no km 20. É uma estrada de barro, estreita, municipal, mas sem problemas. Ou então pode-se ir pelo rio Santana em barcos de pequeno porte. O local é muito bonito, bucólico mesmo, ao lado da cachoeira que interrompe a possibilidade de navegação rio acima, e onde recentemente foi construída uma barragem, cujo reservatório distribui água para zona sul da cidade.

Em 1537, Jorge de Figueiredo Correa doou uma área de terra (sesmaria) às margens do rio Santana a Mem de Sá. Lá foi construído um engenho de açúcar do qual ainda restam vestígios. Naquele engenho de açúcar aconteceu uma importante revolta de escravos.

A maior atração do local é uma capela construída pelos jesuítas. Tem como peças importantes o batistério e a imagem de Senhora Santana. Está tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico Nacional (SPHAN) e é considerada a terceira igreja mais antiga do Brasil.

No último domingo do mês de julho é realizada a festa em homenagem a Nossa Senhora de Santana. Além das comemorações religiosas são feitas as comemorações profanas com comidas, bebidas e manifestações populares.

7.2. PARA O NORTE

As Praias do Norte diferem basicamente das do Sul, pois a estrada asfaltada foi inaugurada no final da década de 1990. São 46 quilômetros até Serra Grande, onde terminam as praias extensas, mudando a topografia. A estrada vai até a cidade de Itacaré, que foi muito valorizada depois que a estrada ficou pronta.

No litoral norte encontramos diversas praias, cujas águas ainda permanecem limpas. A primeira delas, que fica na ponta do bairro de São Miguel. Este é um bairro cidade situado numa faixa de terra espremido entre a barra do rio Almada e o mar. Está cada vez mais espremido, pois o espigão de pedra do Porto do Malhado, faz com que o mar se torne violento nas suas praias, tendo as marés mais altas invadido a praia causando danos irreparáveis. A prefeitura construiu um cais de pedra para segurar a força do mar, que amenizou o problema.

No dia 29 de setembro acontece a festa de S. Miguel, festa organizada inicialmente pelos pescadores da praia do Norte, mas que hoje atrai toda a população. É uma festa de largo com procissão marítima promovida pelos pescadores, que entra pela noite, com trio elétrico, muita comida e bebida. Também são realizadas corridas de canoa e eventos esportivos.

Existem vários loteamentos que se transformaram em vilas.

São eles: Jóia do Atlântico, Juerana, Barramares, Barra Nova, Ponta da Tulha, Mamoan e Ponta do Ramo.

OUTRAS ATRAÇÕES

DISTRITO INDUSTRIAL – No lado norte da cidade, no início da rodovia que vai para Uruçuca, encontramos uma área que foi destinada à instalação de algumas indústrias. Existem fábricas de beneficiamento de cacau, de móveis, de torrefação de café e de suco de frutas. Está instalado um Pólo de Confecções, com várias pequenas indústrias de vestuário e afins, o Pólo de Informática, um dos mais importantes do país e a Fábrica de Chocolate Caseiro de Ilhéus, com a miniatura de uma fazenda de cacau, com tudo que nela existe.

LAGOA ENCANTADA – São muitos os caminhos que levam à esta belíssima lagoa. É passeio para um dia inteiro. Lá visita-se o povoado de Laranjeiras, onde se pode comer uma deliciosa moqueca de peixe ou de camarão pescado ali mesmo na lagoa.

Quem vai de barco pode chegar até o ribeirão das Caldeiras e saltar para tomar banho no rio, que tem este nome, por causa de imensos caldeirões formados pela erosão nas pedras, que fica em frente à cachoeira do Apepique.

Tomando-se a rodovia BA 261 em direção a Uruçuca, no km 25 do lado direito encontramos a entrada para Castelo Novo, um distrito que fica às margens do rio Almada. Percorridos 5 km, do lado esquerdo, entramos para a Fazenda Lagoa Pequena, cognominada de Fazenda Renascer, por terem sido feitas lá as filmagens da novela “Renascer” da TV Globo.

Outra via de acesso: pela Ponta da Tulha, pela estrada das praias do Norte.

RIO DO BRAÇO – local onde foram gravadas cenas da novela “Renascer” da TV Globo. É distrito de Ilhéus e fica a 6 km da rodovia Ilhéus-Uruçuca (km 19). Tem como atração o cenário onde foram gravadas muitas cenas da novela Renascer.

8. ATRATIVOS CULTURAIS

Ilhéus foi Capitania Hereditária, e não se encontra quase nenhum vestígio desta época. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, os portugueses passaram a imitar a arquitetura frágil dos indígenas, por isso não há vestígio desse tempo.

Do tempo do Brasil colonial existem os seguintes prédios: capela de Santana, do século XVI; igreja de igreja de N. Sra. da Vitória, totalmente modificada por causa dos incêndios; igreja de São Jorge, do final do século XVII; igreja de N. Sra. da Escada, em Olivença. A capela de São Sebastião que foi demolida para construir em seu lugar a imponente Catedral. O patrimônio histórico da cidade foi construído a partir do século XX, e os prédios que foram demolidos ou modificados propiciaram uma grande perda. A cidade perdeu suas características por causa da mentalidade modernista que imperou em certa época. O antigo significava velho e ultrapassado, com isso perdemos nós, das gerações que vieram depois, que sabemos que é nos monumentos que encontramos a história de um povo.

Uma das atrações muito interessantes que encontramos nesta cidade são as pedras com que foi calçada a rua Antonio Lavigne de Lemos, ao lado da Igreja de S. Jorge.

Existem muitas versões sobre a origem deste calçamento, mas prefiro narrar aqui a que me foi contada por Raimundo Sá Barreto, uma das memórias mais privilegiadas que conheço. Elas são inglesas e estavam em um navio que ia para o Rio de Janeiro, onde seriam utilizadas no calçamento do Mercado Municipal. O navio encalhou na entrada da barra.

Naquela ocasião o prefeito era João Mangabeira, que exerceu o mandato de 1908 a 1911. Devido aos problemas do navio, João Mangabeira comprou as pedras e mandou calçar a primeira rua da cidade. Ele chegou a fazer um contrato para calçar a cidade inteira, o que não foi possível. Portanto as pedras não são nem francesas, nem portuguesas, mas inglesas. Foi o próprio Mangabeira quem contou esta história para Sá Barreto.

IGREJA MATRIZ DE SÃO JORGE – É uma construção do final do século XVII, segundo o IPAC, e constitui-se no mais importante prédio localizado na sede. Sofreu diversas reformas ao longo dos séculos, conservando, porém seu estilo primitivo. Ao lado da Igreja funciona o MUSEU DE ARTE SACRA que guarda uma imagem secular de São Jorge, documentos sacros, valiosas peças sacras dos séculos XVI, XVII E XVIII e um painel da história de Ilhéus. Foi salva como monumento juntamente com a Igreja de N.S. das Vitórias pelo trabalho dedicado das senhoras Catitinha Lavigne e Cremilda Maltez Bastos, e pelo desprendimento de Jerônimo Ferreira, um fazendeiro que contribuiu com vultosas quantias para que fosse feita a recuperação da igreja. O museu é mantido pela Cúria Metropolitana.

PALACETE MISAEL TAVARES – Foi inaugurado em 1922 com grande banquete ao qual compareceram as mais destacadas personalidades da época. Vivia-se os tempos gloriosos do cacau. É um imponente prédio em estilo neoclássico. O Cel. Misael Tavares foi um grande empreendedor, construiu inúmeros prédios na cidade e, antes que a cidade possuísse banco, ele criou uma casa bancária.

CATEDRAL DE SÃO SEBASTIAO – No local onde está localizada esta catedral, existia anteriormente uma igrejinha secular em honra a São Sebastião. Foi demolida para que fosse construída a catedral que é um ponto de referência do turismo local.

É um templo em estilo neoclássico, com vitrais artísticos, colunas gregas e abóbadas romanas. Foi o sonho do bispo D. Eduardo Herbenhold, que tem lá sua tumba para oração dos fiéis. Foi construída com dinheiro vindo do exterior e com campanhas feitas pelos fiéis. Sua construção foi iniciada em 1931 e concluída em 1967. Apesar de eclético, pode ser considerado um belo templo, e é o símbolo da cidade.

BAR VESÚVIO – É muito famoso, tendo alcançado esta fama em decorrência de ser ponto importante na romance Gabriela, de Jorge Amado. Já teve diversos donos, mas conserva sua vocação de bar bastante freqüentado desde a sua inauguração.

É famoso pelas suas comidas árabes, principalmente da época que pertenceu ao Sr. Emílio Maron, quando se chamava Bar Maron, e quando a cozinha era chefiada pelas mãos de fadas de D. Lourdes. A parte de cima já funcionou por algum tempo como boate, mas o que lhe deu fama realmente, foram os quitutes do restaurante da parte de baixo.

Desde a sua criação, no final da década de 1920, o Vesúvio tem sido um dos pontos mais freqüentados da cidade, quando os fazendeiros, na época do coronelismo gostavam de freqüentá-lo para contarem suas estórias, suas lutas e conquistas. É grande o número de turistas que costuma freqüentá-lo em busca do famoso quibe do Nacib.

TEATRO MUNICIPAL DE ILHÉUS – Foi um magnífico prédio inaugurado em 1932 como Cine Theatro Ilhéos, onde se apresentaram artistas famosos do Brasil e do exterior. Durante muito tempo esteve abandonado, foi doado pela família Rehem da Silva para a Prefeitura e reconstruído pelo prefeito Jabes Ribeiro. Foi reinaugurado em 1986, e é considerado um dos melhores teatros do norte e nordeste. O que acontece de importante em arte, no país, tem passado pelo seu palco.

CASA DE JORGE AMADO – O terreno foi comprado pelo coronel João Amado, pai do famoso escritor, onde construiu o belo casarão, com grandes salões, ornamentados em jacarandá e mármore de Carrara. Foi construída no início da década de 20, tendo sido inaugurada em 1926.

A importância da casa é que o célebre escritor passou ali parte da sua vida, e foi onde escreveu seu primeiro romance “O País do Carnaval”. A casa foi vendida para outras famílias, a de Jorge mudou-se para o Rio de Janeiro. Ali funcionaram o Clube dos Bancários e a Faculdade de Direito de Ilhéus.

Hoje funciona a Fundação Cultural de Ilhéus e a Casa de Jorge Amado, uma casa de cultura que fala sobre o escritor e tem como objetivo principal fomentar a cultura.

CASA DOS ARTISTAS – Foi construída no final do século passado para residência do coronel Adami de Sá. Já abrigou o Colégio Afonso de Carvalho. Foi adquirida pelo coronel Antonio Olímpio da Silva, onde residiu com sua família. Depois da morte de D. Heloína Rehem da Silva, os herdeiros venderam-na para um suíço, grande apreciador e incentivador das artes. O interior da casa foi reformado para atender às necessidades da nova função, mas foi mantida a fachada original.

Nela existem exposições permanentes, onde estão expostos quadros de artistas locais ou mesmo de fora, são realizados vernisages, saraus literários, lançamentos de livros, peças de teatro e qualquer outra atividade ligada ao meio artístico. A casa dos artistas está composta de um salão para espetáculos, salas de exposição e um mezzanino. A Casa também promove cursos de música, teatro, maquiagem teatral e etc.

PALÁCIO PARANAGUÁ – PREFEITURA MUNICIPAL – Antes da vila de S. Jorge ter sido fundada, existia naquele local um assentamento indígena tipicamente Tupi. Mais tarde os jesuítas construíram ali o seu Colégio – “Casa Nossa Senhora do Socorro”.

Quando os jesuítas foram expulsos do país, o antigo colégio servia de Câmara Municipal. Após a demolição das ruínas do antigo colégio, no dia 22 de janeiro de 1898, o coronel Domingos Adami de Sá iniciou a construção do atual Paço Municipal.

Em 22 de dezembro de 1907 foi inaugurado o pomposo edifício que serve de abrigo à Prefeitura Municipal. Com o passar do tempo o edifício sofreu algumas reformas, mas conserva sua forma original.

No seu interior estão expostos e protegidos móveis, quadros e esculturas, pertencentes ao patrimônio municipal. Todos tombados no Inventário dos Bens de Interesse Cultural.

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL – Este importante prédio apresenta aposentos refinados que lembram a “Belle Époque”. Foi construído em 1932 e durante muitas décadas, representou o fausto das classes produtoras de cacau. No livro São Jorge dos Ilhéus, ele representa cenário para o amor proibido entre a esposa de Carlos Zude, o exportador de cacau, e o poeta Sérgio Moura.

O historiador e professor Dr. Antonio Fernando Guerreiro de Freitas, contou-nos em uma aula, que na ocasião em que foi construído este prédio, foi mandado buscar na Itália o arquiteto que o construiria. A obra deveria obedecer ao estilo Luis XIV. Uma vez pronta não agradou, não era aquilo que os homens imaginavam que fosse o estilo pedido. Mandaram derrubar e construir a que está lá e que havia sido sonhado pelos poderosos da época.

MUSEU REGIONAL DO CACAU – Foi fundado em 1982 para guardar, preservar e divulgar tudo que está ligado à cultura do cacau. Tem como acervo documentos, fotografias, objetos de uso pessoal e obras de artistas plásticos da região.

O museu permite uma visão detalhada da cultura do cacau, desde que surgiu até o seu completo desenvolvimento. Está funcionando nas dependências do extinto Instituto de Cacau da Bahia.

BATACLÃ – Ficou famoso por causa do livro “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado. O Bataclã representou na década de 20 o fausto da cultura do cacau. Foi, durante muito tempo, o local preferido dos abastados senhores do cacau, quando a cidade permitia que houvesse vida noturna intensa.

Ali funcionava um salão para dança, shows e um cassino. Constantemente se apresentavam companhias de dança com mulheres bonitas vindas do sul do país e até do exterior. Sempre estavam muito bem vestidas e arrumadas, para atender ao gosto dos freqüentadores da casa.

Com a proibição do jogo no país, o Bataclã entrou em decadência e o proprietário teve que fechá-la, pois foi impossível continuar a manter o seu luxo só com bar e dança. A parte frontal foi restaurada, o interior está reconstrução para funcionar como espaço cultural.

SOCIEDADE UNIÃO PROTETORA DOS OPERÁRIOS E ARTISTAS – Uma bela construção do início do século XX, localizada na Av. Dois de Julho.

ILHÉUS HOTEL – Foi construído após ser promulgada pelo Intendente Mário Pessoa, uma lei que isentava de impostos quem construísse prédios com mais de três andares. Foi o primeiro prédio a ser construído em cidades do interior do Norte e Nordeste, e o primeiro a possuir elevador, que ainda funciona.

CAPELA DE N.S. DAS VITÓRIAS – Esta capela representa um importante patrimônio cultural da cidade, um patrimônio intangível, a fé na mãe de Jesus, que sempre esteve presente ajudando a população a se defender do ataque dos inimigos. A primeira capela foi edificada no final do século XVI, sofreu mais de um incêndio, sendo um deles em 1887, quando foi parcialmente destruída. Em 1905 foi reedificada, tendo sido completamente modificado seu desenho original. Em 1970 sofreu nova restauração que procurou obedecer às linhas da primeira planta.

CONVENTO E IGREJA DE N. S. DA PIEDADE – O convento da Piedade foi construído pelas freiras ursulinas em 1916. É um belíssimo monumento em estilo neogótico e está situado numa das elevações da cidade com uma vista privilegiada da principal avenida da cidade, a Soares Lopes.

Desde a sua inauguração funciona um colégio sob a direção das freiras. Inicialmente era só feminino, há alguns anos foi aberto para os rapazes. Ao longo deste tempo tem formado gerações e os filhos das melhores famílias da terra têm passado pelas suas salas. Também as pessoas mais simples têm oportunidade de lá estudar através de bolsas de estudo.

Sua construção foi concluída em 1928, como também a capela. O interior da igreja é muito bonito e muito místico. É um belo conjunto.

MUSEU NOSSA SENHORA DA PIEDADE – Funciona em duas salas do antigo Palácio Episcopal, que foi doado às Irmãs Ursulinas. O acervo do museu é composto de mobiliário antigo, louças, castiçais, crucifixos, diversos paramentos romanos usados por padres na celebração das missas, quadros e objetos diversos e de uso pessoal de Madre Thaís, a fundadora do Instituto. Alto do Teresópolis.

CAPELA DE N.S. DE LOURDES – É uma capela pequena, simples, mas para quem tem fé, muito aconchegante. É daqueles lugares onde se sente mais próxima a presença de Deus. Fica no Outeiro de S. Sebastião, tendo à sua frente um mirante de onde se vê da entrada da barra, no Pontal até o Porto do Malhado. É um lugar de muita paz e beleza. Tem acesso pela rua Leite Mendes.

GRUPO ESCOLAR GENERAL OSÓRIO – Foi projetado para servir de núcleo estudantil numa época em que Ilhéus era o maior pólo de desenvolvimento do sul da Bahia, com o apogeu da cultura cacaueira. Foi inaugurado em 1915, e em 2002 o prédio foi transformado em Biblioteca e Arquivo Público.

PALACETE DOS BERBERT – (SOLAR DOS PIMENTAIS) – É uma réplica do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro e foi construído no início do século.

Seu estado de conservação é muito ruim, o que é uma pena, pois é um belo edifício. Possui uma belíssima escada em caracol de madeira, mas que está prestes a cair. Lá funciona uma escola e está localizado próximo ao terminal de ônibus urbano, na rua Ramiro de Castro.

MARAMATA – Situada no bairro da Nova Brasília, a Universidade Livre do Mar e da Mata tem como objetivo principal a proteção ambiental e pesquisas científicas voltadas para a natureza. É uma iniciativa pioneira do Prof. Soane Nazaré de Andrade, homem de grande visão, um dos fundadores da Faculdade de Direito de Ilhéus e da Fespi, Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, hoje, Universidade Estadual de Santa Cruz. Existem poucas universidades destas no mundo, tem sido visitada por inúmeras pessoas de outras localidades que desejam copiá-la e, além de tudo isso faz um belíssimo trabalho com a comunidade local.

MONUMENTOS

ESTÁTUA DE SAPHO – Sapho foi uma poetisa grega, a primeira mulher que se tem notícia, que lutava por direitos iguais entre o homem e a mulher. Viveu entre os séculos VII e VI a.C. A estátua foi arrematada em leilão pelo Prefeito Mário Pessoa, pois era a mais bonita que havia no navio, foi entalhada em mármore de Carrara, em estilo neoclássico, no início do século XX. Está localizada em frente à Prefeitura na praça J.J. Seabra.

MARCO DA FUNDAÇÃO – O marco que existe no alto do outeiro de S. Sebastião, foi colocado no local para comemorar os 450 anos da chegada do colonizador. Existe ao seu lado um velho canhão, lembrando os tempos em que os habitantes se refugiavam nos morros para melhor se defender dos ataques dos inimigos.

Foi no morro de S. Sebastião que a equipe de Francisco Romero se estabeleceu quando deixou a Ilha de Tinharé em busca de um ponto melhor.

CRISTO REDENTOR – Foi inaugurada pelo governo de Mário Pessoa. É uma estátua com 7,5 m de altura e está situada na entrada da barra, abençoando o navegante que aqui chega. Está situada na Avenida Dois de Julho, no local chamado praia do Cristo.

MIRANTES – VISTAS

MIRANTE DA PIEDADE – Fica localizado ao lado do colégio na continuação da rua Madre Thaís, de onde se pode ter uma vista total da parte leste da cidade. Pode-se ver o Porto Internacional do Cacau, os ilhéus que deram nome à cidade, a avenida Soares Lopes, a catedral de S. Sebastião.

OUTEIRO DE S. SEBASTIÃO – A vista de cima é sempre mais bonita. Tanto assim, que em toda cidade americana, onde não havendo nada para ver, existe um edifício bem alto, onde o turista sobe unicamente, para ver a cidade de cima. E como aquela subida rende!… em dólar.

Em Ilhéus, em cada morro que subimos, temos em ângulos diferentes, toda a beleza que esta cidade recebeu das mãos de Deus. E inteiramente grátis.

ALTO DO TERESÓPOLIS – Da praça Cairu, no centro, sobe-se a ladeira do Teresópolis. Daí podemos ver o centro da cidade, a baía do Pontal, o lado sul.

Também é uma vista muito bonita.

PLANO INCLINADO – Na minha opinião a mais bela vista da cidade. Como no anterior, podemos ver o antigo porto, o centro, a baía, mas o ângulo é mais forte e a vista mais bonita. É daqueles lugares, que por mais que sejam vistos nunca cansam os nossos olhos. Cada vez que passo por ali, é como se fosse a primeira vez. Não dá para descrever, tem que ser vista.

PRAIAS DO CENTRO

AVENIDA – A praia que fica ao longo da avenida Soares Lopes. Antes da construção da ponte Ilhéus-Pontal, era a mais freqüentada da cidade. Com a mudança do porto para o bairro do Malhado e a construção do cais de pedra, as correntes marítimas, têm depositado areia em toda a sua extensão. Com este processo, ela ficou muito distante da rua. A moda, depois da construção da ponte, é freqüentar as praias mais distantes da cidade.

Quando o restaurante “Os Velhos Marinheiros” foi construído, o mar batia embaixo, nas pedras que ali existem. Tinha-se a impressão de estar em um navio.

CRISTO REDENTOR – É a continuação da praia da avenida, e é muito boa para quem não gosta de onda e prefere uma piscina natural. É muito comum quando a maré está enchendo, vermos golfinhos entrarem na barra do rio perseguindo as pobres tainhas que pulam desesperadas, querendo escapar-lhes.

PONTAL – Fica do outro lado do Cristo. Nela aconteceu o processo inverso ao da avenida, ocasionado pelas correntes marítimas. Era uma boa praia com bastante areia. Hoje o mar tomou-lhe tudo que roubaram dele. Dizem que ninguém rouba nada do mar, ele vem buscar. E o que roubaram na Avenida, ele veio cobrar do Pontal. Hoje o que existe é um cais de pedra, de onde é possível pescar, tomar sol e até descer para a água para um banho gostoso, mas areia, o mar levou. Só no finalzinho do Pontal, ao lado do bairro Nova Brasília, existe um pedaço de areia, perto da colônia dos pescadores.

CONCHA – Fica no morro de Pernambuco e é de onde se tem uma das mais belas vistas da cidade. De lá pode-se ver toda a Avenida, o porto, a catedral, tudo como se estivéssemos ao largo, no mar. O mar é bravio, pois ela já se encontra fora da barra.

MALHADO – Juntamente com a praia do Marciano, formam o início do lado norte. Já foram praias muito boas e freqüentadas, mas também sofreram influência do porto e com certeza foram prejudicadas. Às vezes o preço que o progresso cobra é muito alto.

MARCIANO – Já foi muito bem freqüentada, tendo sido em certa época o “point” da rapaziada. Hoje está restrita à freqüência da população local.

8.1. PARA O OESTE

UESC – Inicialmente foi criada a Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (FESPI), com a união de algumas escolas já existentes nas respectivas cidades, como a Faculdade de Direito de Ilhéus e Faculdade de Filosofia de Itabuna. Foi construída com muita luta e determinação com a finalidade de dotar a região de uma universidade.

A parte física foi construída com recursos da CEPLAC, em terreno doado pelo cacauicultor Manoel Nabuco, em área desmembrada da sua fazenda. Foi escolhido o local no meio da estrada para que não houvesse ciúme por parte das duas cidades.

A Fespi foi crescendo, aumentando os cursos oferecidos, e os alunos brigando pela estadualização da instituição, o que foi conseguido na década de 1990. Hoje o que existe é a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que oferece cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão.

FAZENDA PRIMAVERA – Está localizada no km 20 da mesma rodovia, que agora se chama rodovia Jorge Amado e, diga-se de passagem, uma bela rodovia; sempre muito bem cuidada, com acácias cor-de-rosa em todo o percurso, transformando-se em uma festa para os olhos quando a Primavera as deixa completamente floridas.

A fazenda Primavera foi uma sesmaria doada pelo rei de Portugal. Na verdade são duas sesmarias. Uma pertencente a uma família alemã, de Henrique Berbert, já citado neste trabalho, e a outra a uma família portuguesa de João Navarro de Amorim. Virgilio Amorim casou-se com Teodolinda Berbert, unindo as duas famílias e juntando as duas sesmarias. A visita a esta fazenda é um passeio muito interessante porque se entra em contato com a história viva. É a história de uma fazenda que está nas mãos da mesma família cultivando a mesma cultura, há seis gerações.

A sesmaria é um pedaço de terra que tem 6 km de largura e a extensão “é a que a vista alcança”.

Encontra-se em exposição acervo da história das famílias. O mais importante é o documento de doação da sesmaria, bastante danificado, mas ainda legível, com o selo do rei de Portugal bastante visível. Existem também outros documentos importantes, já do período republicano, inclusive as cartas patentes que deram origem ao título de coronel ao fazendeiro de cacau e a xérox do tombamento da casa do coronel Virgilio Amorim pelo Patrimônio Histórico Nacional.

As peças mais importantes são uma cama alemã, com 150 anos de existência, em perfeito estado, com uma colcha feita por uma escrava há mais de 100 anos, toda aplicada. Existe também a mobília completa da família portuguesa. A cama, a Rede Globo, fotografou e fez uma réplica exatamente igual, para ser a cama do Coronel José Inocêncio na novela Renascer. Existem também objetos antigos de uso pessoal, uma mala antiga tipo arca. É muito interessante a visita, porque se tem um contato muito vivo de como aconteceu o início da civilização nas terras do cacau do sul da Bahia.

Entre os objetos de uso pessoal existe uma pequena espada que pertenceu ao Coronel Virgilio Amorim. Esta espada foi utilizada pelo coronel Inocêncio para enterrar na raiz do velho jequitibá. Algumas cenas da novela foram gravadas nesta fazenda.

Outro objeto interessante é um meteorito que caiu na fazenda há muitos anos, ficando por lá esquecido. Ultimamente uma pessoa mística visitando a fazenda atribuiu enorme valor à pedra, por ser uma pedra que veio do espaço, ou seja, um meteorito e por ter a forma piramidal. Atribuiu à pedra forças com energia positiva. Isto muito atrai as pessoas, que cada vez mais se tornam atraídas pelo misticismo.

CEPLAC – Está localizada no km 21, um quilômetro depois da fazenda Primavera. A CEPLAC é o órgão do Ministério da Agricultura que faz pesquisa sobre a cacauicultura. Ela recebe pessoas que realizam visitas técnicas ou mesmo turísticas.

Existe um pequeno memorial, uma sala que retrata a história da Ceplac, onde estão todos os objetos antigos, como as primeiras máquinas de escrever, telefones e todos os objetos que foram desativados e que pertencem à sua história.

Um fato interessante que me aconteceu quando estive na cidade suíça de Genebra, a cidade do relógio. No guia turístico que consultava, havia como atração turística importante, a visita ao “L´orloge fleuri”, ou seja relógio florido. Caminhei por mais de duas horas e não conseguia encontrar o tal relógio. Andava para um lado e para o outro do parque, e nada de relógio. Quando, já cansada, pensando em desistir, dirigi-me a um transeunte, indagando onde ficava o bendito relógio.

Foi-me indicado, e que surpresa! e que decepção. Na Ceplac tem um igualzinho e eu nunca havia dado importância a ele. Pois o relógio florido, que existe incógnito na sede da Ceplac, que funciona a bateria solar, é um dos poucos que existem no Brasil e na Suíça é ponto de atração turística. São coisas do nosso Brasil!

FOLCLORE

Ilhéus não tem um folclore próprio. No que se relaciona com rituais, temos os grupos de candomblés e capoeira, de influência dos negros, e os afoxés, de influência dos índios. Existem alguns grupos afro que fazem um trabalho de pesquisa da origem destes grupos, de certa importância, e se apresentam em shows, no carnaval, e para grupos de turistas. Podemos destacar o trabalho do Dilazenze, Mini-Congo, Rastafari, e etc.

O destaque para folclore próprio é a Puxada do Mastro, realizada em Olivença, e já citada anteriormente.

FESTAS POPULARES

FESTA DE SÃO SEBASTIÃO – É realizada de 11 a 20 de janeiro, em homenagem ao santo, um dos padroeiros da cidade. Não sei por qual motivo são três os padroeiros de Ilhéus. São Sebastião é considerado o padroeiro dos estivadores.

São armadas barracas na avenida Dois de Julho, em frente ao Sindicato dos Estivadores. É feito um novenário, e no dia 20 as comemorações começam cedo, com alvorada e com procissão. A noite apresentam-se grupos afros e várias atrações regionais. As festas religiosas são sempre mescladas com manifestações populares.

Após a festa, realizada no dia 20 de janeiro, o estivador Barreto, oferecia a quem chegasse uma bacalhoada. Este hábito fez tradição, e com a morte de Barreto, o Sindicato dos Estivadores tomou para si esta incumbência, mantendo este costume em sua sede, tendo como um dos organizadores o filho do próprio Barreto.

É também conhecida como festa do bacalhau.

LAVAGEM DA CATEDRAL – É um dos pontos altos da festa consagrada a São Sebastião, e é uma cópia da festa de Senhor do Bonfim em Salvador.

Da sede do Sindicato dos Estivadores sai um cortejo com animais puxando carroças ornamentadas com palhas de coqueiro, baianas de candomblés, blocos afros e grande número de pessoas, indo até a Catedral. Lá, as baianas com jarras contendo “água de cheiro”, fazem a lavagem da escadaria, enquanto o trio elétrico toca, as pessoas dançam e a Praça D. Eduardo fica completamente tomada pelas pessoas. Esta festa acontece no dia 18 de janeiro.

CARURU DE COSME E DAMIÃO – O dia consagrado aos santos meninos é 27 de setembro. Todas as famílias que têm gêmeos em casa, e que fazem aniversário nesta época, se habituaram a comemorar o aniversário oferecendo o caruru de Cosme e Damião, onde são servidos, caruru, vatapá, frigideirada, pipoca, acarajé e balas para homenagear e festejar os santos meninos. As portas são abertas e todos são bem vindos, mas antes que seja servido aos convidados em geral, é servido num ritual a sete meninos, de preferência carentes, como um serviço prestado. Conforme o maior ou menor grau de devoção, a festa sofre modificações, mas é uma tradição e as pessoas nesta época não podem passar sem um caruru.

FESTA DE IEMANJÁ – É realizada no dia 2 de fevereiro, é considerada uma festa profana, e é uma homenagem à Rainha das Águas. É realizada uma procissão de barcos na baía do Pontal, onde o barco principal leva a imagem de Santa Bárbara. Também acontece festa de largo, barracas e trios elétricos.

CARNAVAL – Com o crescimento do carnaval de Salvador em nível não só nacional, mas internacional, as cidades menores não podem fazer grandes festas neste período. Algumas cidades criaram a micareta, um carnaval realizado durante o ano, sem data marcada, outras criaram o carnaval antecipado, feito antes da época própria.

Nos últimos anos a Prefeitura Municipal está promovendo o “Carnaval Cultural”, uma tentativa de retorno aos carnavais antigos, sem o famoso trio elétrico, como alternativa para as pessoas que preferem um carnaval mais tranqüilo. Tem dado certo.

FESTA DE SÃO JORGE – Acontece no dia 23 de abril, com novenário, procissão, pois o santo guerreiro é o segundo padroeiro de São Jorge dos Ilhéus.

DIA DA CIDADE – É comemorado no dia 28 de junho. São realizadas festividades cívicas, com desfile militar e a presença de autoridades. Os jornais amanhecem com edições especiais, são realizados eventos no Teatro Municipal, enfim é um dia de comemorações. Normalmente são apresentadas atrações vindas de fora.

FESTA DE N.SRA. DAS VITÓRIAS – Ela é a outra padroeira da cidade, merecendo pois todas as honrarias. É realizada festa de largo, novenário e procissão. Dia 15 de agosto.

Nos distritos são comemorados também festas de alguns santos, como de Nossa Senhora da Escada em Olivença e Nossa Senhora de Santana em Rio do Engenho, entre outras.

CONCLUSÃO

Ao começar a estudar a cidade de São Jorge dos Ilhéus, me vi diante de uma realidade interessante: a história da cidade de São Jorge dos Ilhéus está intimamente ligada à de todas as outras que pertenceram à antiga capitania. Nas outras edições deste trabalho foram incluídas as cidades mais antigas, tais como Taperoá, Valença, Cairu, Canavieiras. Por questões de impossibilidade da manutenção das mesmas no presente trabalho, elas foram retiradas.

A única cidade que entendemos que deve continuar é Itabuna, pois, sendo filha de Ilhéus, percebemos que as duas se complementam e deveriam fazer parte do mesmo pólo turístico. O que Ilhéus não tem, em Itabuna sobra, e vice-versa. Nossa opinião é que as duas deveriam ser muito unidas para concretizar um só bloco turístico e econômico.

Tabocas começou a nascer no ano de 1860, quando na margem direita do rio Cachoeira, instalaram-se alguns posseiros das matas próximas e pequenos comerciantes que realizavam suas vendas para os boiadeiros que iam ou vinham para Conquista, distante “cinqüenta léguas, no poente”. Viviam em ranchos, em toscos casebres, ao longo da estrada.

Durante muitos anos estes homens trabalharam anonimamente, com humildade e bravura, derrubando matas, fazendo roças, plantando cacau, acumulando riquezas.

Alguns nomes daquela época: Félix Severino do Amor Divino, Faustino Jovita de Santa Fé, José Severino de Oliveira, João Pinheiro do Nascimento, Militão Francisco de Oliveira (pai de Basílio de Oliveira – o coronel Basílio, que foi personagem de Jorge Amado em Terras do Sem Fim como Horácio Silveira), e muitos outros heróis anônimos.

A história do povo grapiúna é uma história de bravura e ousadia, escrita com suor e sangue. História de pessoas que enfrentaram a febre, a doença, as intempéries da natureza, a selva. Viviam completamente isolados do mundo e da civilização, e muitos morreram sem ter alguém por perto que lhes desse socorro. Saíam saudáveis para trabalhar e não voltavam, mortos por picada de serpentes venenosas.

O tempo foi passando e Tabocas foi recebendo mais gente interessada em plantar cacau, atraída pela fertilidade de suas terras. Cada dia que passava crescia sua população e em 1906 foi instalada a vila e a comarca de Itabuna. Em 28 de julho de 1910 foi elevada à categoria de cidade. Foi uma ascensão vertiginosa. Em apenas 50 anos surgiu e virou cidade, mesmo não contando com o apoio das autoridades ilheenses como narram diversos autores. Todas as solicitações para escolas, professores, serviços públicos eram ignoradas, mesmo sabendo que pagavam impostos altíssimos. A história da cidade é a história do seu povo.

Por uma questão de justiça entendo da necessidade de colocar Itabuna como cidade que representa atração turística por causa do seu comércio, da vida noturna, dos seus restaurantes.

9. ALGUMAS HISTÓRIAS DA CAPITANIA

No dia 15 de janeiro de 1860 desembarcou em Ilhéus o Arquiduque Maximiliano, filho do imperador da Áustria, D. Francisco José I. O Dr. Antônio Joaquim Monteiro Sampaio, juiz de direito, recebeu uma carta pedindo-lhe que recepcionasse o príncipe, mas quando esta chegou, Maximiliano já se encontrava muito bem instalado na fazenda de Fernando Steiger no Banco da Vitória, onde ficou durante seis dias. Lá ele caçou e conversou com o anfitrião e com Henrique Berbert.

Suas caçadas, na época, deixaram fama. Numa delas o príncipe matou uma onça no lugar que recebeu o nome de “serra da onça”, que fica situada perto da “ladeira do príncipe”, local onde almoçou.

O motivo desta viagem nunca ficou bem claro, embora digam que ele veio para convidar Henrique Berbert, que era coronel do exército austro-húngaro e homem inteligente e de ação, para acompanhá-lo nos planos de suas futuras aventuras, mas o amigo não concordou, preferindo ficar nas terras do cacau, onde existem até hoje muitos descendentes seus.

Desta viagem, o arquiduque nos legou um livro sobre suas impressões colhidas em nossa terra.

Em 1865, o arquiduque, com trinta e poucos anos, desembarcou no México para cingir a coroa imperial, impingindo o plano traçado por Napoleão III de transformar aquele país num ponto de apoio de uma revolta latina contra a perigosa expansão dos anglo-saxônicos. O plano fracassou e em 1867 Maximiliano da Áustria foi fuzilado no México.

A padroeira da cidade era N.S. das Neves e sua capela ficava ao pé do monte no fim da rua de São Bento. Não há registrado o motivo pelo qual os ilheenses trocaram-na por N.S. da Vitória, a padroeira de hoje.

Mas conta a lenda que durante os ataques dos indígenas as mulheres rezavam e imploravam para que seus maridos fossem salvos, o que veio a acontecer. Elas então, juntamente com as crianças, carregaram as pedras na cabeça para fazer a nova igreja que fica na parte alta do monte. Enquanto subiam a ladeira cantavam “senhora, dai vitória a nossos maridos”.

Os Aimorés aprisionados confessaram que haviam sido vencidos “por uma formosa mulher branca, que montava em um ligeiro cavalo”. E acrescentavam que não podiam mais lutar depois da aparição desta formosa mulher, que vencia somente com sua presença.

A Lagoa Encantada tem este nome por causa das lendas que correm em torno dela, seu verdadeiro nome é Lagoa de Itaípe.

Contam muitas coisas a respeito deste local maravilhoso e propício para passeios e pescaria. Entre outras coisas, dizem que ela tem nas suas águas um monstro marinho que leva para seu interior pescadores que a desafiam. Que na Pedra da Arigoa, uma pedra localizada no centro da lagoa, existe uma escada que daria acesso para outra dimensão, talvez uma terra ligada à Atlântida, o continente que desapareceu.

O que há de concreto e bastante interessante por si só, é o movimento das plantas aquáticas denominadas “aningas”, que existem em abundância ao seu redor.

Conforme exista movimento nas águas, ou por enchente ou por vazante, elas são arrastadas e mudam de lugar, e, onde antes existia uma passagem, em certo momento ela está fechada, ocasionando uma séria confusão.

Mas, lendas à parte, o local é maravilhoso para se conhecer.

Em 1904, dois partidos disputavam o poder. O republicano, chefiado por Domingos Adami de Sá e o federalista, chefiado por Antônio Pessoa. Como não chegassem a um acordo sobre quem teria vencido as eleições, ambos tomaram posse como intendente da cidade. Um tomou posse na intendência, outro em sua casa. Por seis meses durou a dualidade, quando o senado baiano reconheceu como legítimo chefe do executivo ilheense a Domingos Adami de Sá.

Houve protestos, tentativas de recursos, mas de nada valeram, porque o Sr. Domingos Adami de Sá, vinha de família influente e o mandonismo ainda valia muito nesta terra. Ele era herdeiro de terras e de poder.

Suas obras que podem ser ressaltadas, foram a inauguração do prédio da prefeitura e um grande passo para que depois fosse construída a Estrada de Ferro de Ilhéus.

Achei muito estranho o fato da cidade ter ao mesmo tempo dois prefeitos, uma coisa verdadeiramente hilária, mas encontrei nos livros que pesquisei, notícia de que isto aconteceu uma segunda vez. Teve uma ocasião em que saiu ata de eleição que nem foi realizada. Pode parecer absurdo, mas pressinto que ainda podem estar acontecendo fatos semelhantes pelo interior do nosso país.

A região do cacau cresceu em meio a pólos que não se combinam. Se por um lado, o dinheiro corria solto, por outro, não havia lei, não havia a menor facilidade de locomoção de forças policiais nas estradas quase inexistentes. Isto deu margem a que surgisse o coronelismo, mandava quem pudesse pagar mais.

Conta Sá Barreto que certa vez o coronel Henrique Alves foi a Salvador tendo sido recepcionado naquela cidade por Zuca Bastos. Andavam eles a pé em direção ao Plano Inclinado e, quando passavam nas imediações do Café Pirangy, na cidade baixa, passaram por um local onde estava se realizando um comício.

Um gaiato soltou uma bomba de São João, suscitando correria dos populares, quando um deles deu um encontrão no coronel.

Sem vacilar, Henrique Alves segurou o braço do rapaz com firmeza, apertou o cabo do parabelum (espécie de arma), olhando-o com um brilho nos olhos: “Meu amiguinho, estou chegando de viagem, não venho comprando valentia nem vendendo covardia”. O rapaz quase se urina de susto.

Esta me foi contada por minha amiga Fátima como tendo acontecido lá pelas bandas de Valença, Ituberá, não sei bem, quando ainda não havia médico na localidade.

Um coronel de muitas posses e fazendas procurou o farmacêutico do local com uma dor lancinante no pé. Este examinou-o e constatou que se tratava de um bicho de porco ou bicho de pé, mas não informou ao coronel. Disse-lhe que o caso era sério, mas que ele iria dar-lhe a assistência necessária. Tratou-o muito bem e durante muitos anos enquanto o tratamento durou, a amizade se fortaleceu a ponto de se tornarem compadres.

Quando o afilhado do coronel se formou em Medicina em dois tempos curou o padrinho do mal que o afligira durante tanto tempo.

E se dirigiu ao pai recriminando-o: “Pai, o senhor tratou do padrinho durante tanto tempo e não o curou de um problema tão simples!”

“Ora, meu filho, foi por causa daquele bicho de porco que você e seus irmãos puderam estudar e estão se formando”.

Em “Terras de Itabuna”, Carlos Pereira Filho, narra um fato que achei muito interessante.

Dois viajantes boiadeiros que viajavam juntos estavam sentados numa pensão, conversando, enquanto esperavam o jantar.

Falavam sobre Inácio Costa, “um sujeito levado do diabo, que não tem medo de nada e, que cada dia vai ficando mais rico”.

“Falam até que, ao chegar nesta terra, vendia rolete de cana para viver”.

“Isto não tem importância, replicou o outro viajante, aqui ninguém é filho de príncipe. Misael Tavares, o rei do cacau, foi tropeiro. Firmino Alves, trabalhador de roça, Oscar Marinho, caixeiro de armazém. Aqui não se pergunta quem foi, pergunta-se quem é”.

Esta aconteceu comigo.

Visitando as empresas para conseguir patrocínio para a impressão do guia (foram mais de cem visitas), mostrava a um determinado executivo de uma grande empresa, os originais do meu trabalho.

Acho que a pressa tirava-lhe a paciência para ouvir tudo que eu tinha a lhe dizer, quando me disse:

“Resumindo: é uma autobiografia completa da região”.

Creio que Ilhéus é a única cidade no mundo que tem autobiografia.

10. UM CELEIRO DAS ARTES

“No caderno de números o verso
ficou sozinho.
Adeus ribeirinhos dourados.
Adeus estrelas tangíveis.
Adeus tudo que é de Deus.
Deram um fuzil ao menino.” Firmino Rocha

Os versos acima fazem parte do poema “Deram um fuzil ao menino”, que foi publicado pela ONU, em antologia de poemas do mundo inteiro sobre a paz. Seu autor foi Firmino Rocha (1920-1972), um itabunense que exerceu grande influência sobre vários poetas de sua cidade natal. Publicou vários livros, todos com edição limitada, e faz parte do time de grapiúnas famosos que honraram o nome desta terra.

A região possui muitos escritores famosos, dentre eles, alguns mais famosos como Jorge Amado, mas possui muitos escritores, poetas, músicos, artistas plásticos e a arte é muito valorizada na região.

O Teatro Municipal de Ilhéus é uma parada especial e obrigatória para os artistas que saem do Sul em direção ao Nordeste. Em Itabuna, temos o Centro de Cultura Adonias Filho e são inúmeras as manifestações artísticas que ocorrem em todos os municípios da região. São muitos os grupo musicais, teatrais e artistas plásticos que enriquecem o acervo cultural da região. Na Casa dos Artistas podemos encontrar muitos trabalhos produzidos pelos artistas locais, como também no Espaço Cultural Adonias Filho, em Itabuna.

Como destaque na música podemos citar o nome de Saul Barbosa, exímio violonista, compositor, que tem músicas gravadas por cantores famosos. A professora Mariangela Montalvão em Itabuna, possui uma escola de flauta e realiza um trabalho lindíssimo, tendo se apresentado em Brasília para o presidente. São muitos os músicos e compositores que integram o seleto time desta região.

Segundo Jorge Amado, as terras do cacau “foram adubadas com sangue”. E destas terras brotaram homens que cantaram a vida deste povo em prosa e em verso, constituindo um dos ciclos regionais da prosa de ficção.

Fernando Sales, poeta de Andaraí, que viveu muitos anos em Ilhéus, nos diz que o ciclo da poesia do cacau começou com Inglês de Souza, na passagem do Romantismo para o Realismo. Este publicou uma trilogia – O Cacaulista (1876), O Coronel Sangrando (1877) e O Missionário (1891). Depois em 1914 foi a vez de Afrânio Peixoto. No romance os grandes nomes são Jorge Amado, Adonias Filho e Jorge Medauar.

Além destes, poderíamos citar os seguintes poetas e escritores: Hélio Pólvora, Sosígenes Costa, Abel Pereira, fundador da Academia de Letras de Ilhéus, Valdelice Pinheiro, Telmo Padilha, Florisvaldo Matos, Cyro De Mattos, Neuzamaria Kerner, Francolino Neto, Ana Virginia Santiago, Antonio Júnior, Genny Xavier, Gil Nunesmaia, Jane Kátia Badaró, Janete Badaró, Maria Antonieta Mota, Nádia Fialho, Ruy Póvoas, o já citado Raimundo Sá Barreto e etc. A arte brota dos corações deste povo, como brotam da terra os pés de cacau.

Gostaria de dar um destaque muito especial a dois escritores que levaram o nome de Ilhéus e da região grapiúna às mais longínquas distâncias.

ADONIAS FILHO – Nascido em Itajuípe, fazendeiro de cacau, Adonias se dedicou à literatura, tendo escrito inúmeras obras cujos acontecimentos se passaram na região cacaueira. Foi reconhecido internacionalmente, teve várias obras traduzidas em diversas línguas e foi membro da Academia Brasileira de Letras.

Algumas de suas obras mais famosas são: O Forte, Corpo Vivo, que Carlos Heitor Cony vê na dimensão de uma tragédia grega, Memórias de Lázaro e Luanda Beira Bahia, que acho de uma narrativa extraordinária; uma trama que se passa em Ilhéus, mais precisamente no bairro do Pontal, em Salvador e na África, uma trama muito interessante e que prende bastante o leitor.

JORGE AMADO – Sem dúvida alguma, nosso maior nome, um orgulho para nossa terra. Tem mais de 30 livros publicados, e continuou em plena atividade até depois dos oitenta anos, quando parou de escrever. Faleceu alguns dias antes de completar 89 anos.

Escreveu várias obras sobre a região e seu livro “São Jorge dos Ilhéus”, completou no ano de 1994, 50 anos que foi publicado pela primeira vez. Na sua obra estão presentes incontáveis personagens. Desde as pessoas mais simples, aquelas que dedicaram sua vida à construção desta região até os abastados coronéis do cacau. Seus livros são conhecidos no mundo inteiro e traduzidos para línguas que às vezes nem ouvimos falar. Seu prestígio internacional é imenso, e penso que nada que eu diga pode ser considerado novidade. Ele narra com simplicidade os fatos que aconteceram, mistura personagens, faz uma verdadeira salada de frutas entre o que aconteceu e o que a sua imaginação lhe sugere, e assim ele narra suas estórias tão gostosas de serem lidas.

Tenho verdadeira paixão pelos seus livros e não tem nenhum que eu goste menos, alguns posso gostar mais, mas é um escritor que dispensa comentários ou elogios.

As obras ligadas à região são: Cacau, São Jorge dos Ilhéus, Terras do Sem Fim, Gabriela, Cravo e Canela, sem dúvida um dos mais famosos, e Tocaia Grande. São romances de ficção, mas inúmeros personagens e situações existiram e os locais ainda existem e podem ser vistos, sendo pontos de atração turística.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cidade de Ilhéus entrou no século XXI com muita esperança de ver a situação melhorar. O Brasil passa por crise, a Argentina mergulhou numa crise muito grande, o mundo vive uma realidade assustadora após os acontecimentos de 11 de setembro nos Estados Unidos da América.

Apesar de tantas dificuldades, estamos lutando em nosso município, para que tenhamos uma Saúde e uma Educação de melhor qualidade. A UESC está aí dando sua contribuição, pessoas estão se habilitando como técnicos (mestres e doutores) capazes de pesquisar nossa realidade com a finalidade de poder melhorar nossas condições.

São muitas as dificuldades, o problema da superpopulação mundial é gravíssimo, com conseqüências incalculáveis para o meio ambiente, a maioria das pessoas não percebe o que está acontecendo e os governantes cometem erros a todo momento. Ainda assim é preciso acreditar.

É preciso acreditar que as coisas podem mudar, só depende de nós. É preciso acreditar que o homem é um ser consciente e que não vai cometer a “burrice” de comprometer o seu futuro e o futuro da humanidade. Para isso existe um número cada vez maior de pessoas pesquisando, se esforçando para mudar a realidade, para plantar um mundo melhor.

BIBLIOGRAFIA

AGUIAR, Durval Vieira. Província da Bahia. Rio de Janeiro: Ed. Cátedra, 1979.
BARBOSA, Carlos Roberto Arléo e CONCEIÇÃO, Horizontina. Ilhéus: Emp. Gráfica da Bahia (ICB), 1977.
HEINE, Maria Luiza. Ilhéus, uma cidade 50 anos depois e outras crônicas. São Paulo: GRD, 1994.
PADILHA, Telmo. Poesia Moderna da Região do Cacau. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
PEREIRA FILHO, Carlos. História e Fatos de Ilhéus. Ilhéus: Ceplac. 1981.
_____________________. Terras de Itabuna. Rio de Janeiro: Gráfica Editora LIVRO S/A.
PESSOA, Mário de Castro. No tempo de Mário Pessoa. Salvador: Empresa Gráfica da Bahia, 1994.
SÁ BARRETO, Raimundo P. Notas de um Tabelião de Ilhéus. São Paulo: RK Editores.
CAMPOS, João da Silva. Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Rio de Janeiro: MEC, 1981.
CEPLAC. Cidades do Cacau, 1982.
GUIA TURÍSTICO DA BAHIA, 1994.
INFORMAÇÕES HISTÓRICAS DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS: ILHEUSTUR
Os Seres e as Cores nas Terras do Sem-fim – Uma iconografia da Mata Atlântica do Cacau da Bahia – PETROBRÁS

Fonte: acaoilheus.org

Ilhéus

Fotos

Ilhéus
Ilhéus – Bahia

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Praia em Ilhéus

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Praia Batuba

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Praia Canabrava

Ilhéus
Praia da Avenida

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Praia dos milhonarios

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Prainha

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Praia da Avenida

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Praia da Concha

Ilhéus
Substrato rochoso na praia de Backk door

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