Companhia de Jesus

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Companhia de Jesus – O que foi

Companhia de Jesus é uma ordem católica romana do clero regular, fundada por Santo Inácio de Loyola em 1534, que está fortemente comprometida com a educação, estudos teológicos e trabalho missionário.

Companhia de Jesus, originária de um voto magnânimo do Padre Loyola em que o fervor piedoso do fundador impunha precipuamente ao neófito a pobreza, a castidade e a obediência.

Era o que se poderia chamar com exatidão uma corporação fechada a indivíduos quaisquer, pois que exigia do aspirante ao seu meio a demonstração prévia da submissão voluntária a essa virtude excelsas raramente encontradas no homem, depois do desaparecimento do seu fundador, essa associação piedosa degenerou rapidamente numa espécie de sociedade secreta, política e até mesmo comercial, mantendo porém a aparência de corporação religiosa suas resoluções e determinações eram conservadoras no mais alto absoluto sigilo. Seu principal destino era o interesse particular da companhia, sentimento poderoso entre os indivíduos, capaz de excitar neles todas as ambições e audácias possíveis, sob a aparência de um fim caritativo e generoso.

Eram constituída normalmente de uma elite diretoria hierarquizada, provida de várias partes do mundo, de cultura variada capaz de orientar e aconselhar a qualquer momento as soluções mais convenientes as questões que interessavam o destino da corporação. O patrimônio territorial da cidade quando instituído em 1565 por Estacio de Sá, é concedida a sesmaria dos jesuítas, com o terremoto em fins de 1755 em Lisboa que destruiu a cidade, permitiu a Sebastião de Carvalho e Melo, desenvolver um estudo de reconstrução da cidade, a partir deste fato surgia uma ascendência crescente junto ao rei.

No governo do general Gomes Freire de Andrade, o Marquês de Pombal se tornou inimigo irreconciliável dos jesuítas pela perseguição tenaz que ele conseguiu expulsá-los da metrópole e das colônias.

Em 1751 assumia o cargo de ouvidor geral e corregedor de comarca na cidade do Rio de Janeiro, o doutor Manuel Monteiro de Vasconcelos.

Pois apesar de todas as circunstância desfavoráveis aos jesuítas continuava inabalados o seu prestigio na cidade, nenhuma instituição particular na colônia possuía tão ilimitadas riquezas em terra e outros haveres matérias como os padres da companhia, evidentemente as propriedades territoriais que eles possuíam estendiam-se por quase toda a cidade, constituindo assim um verdadeiro domínio feudal de eram senhores absolutos, parcelando-se: em sítios e chácaras, por meio de arrendamentos precários, recolhiam além das rendas mais as benfeitorias que excedessem de uma certa quantia em dinheiro, previamente estipulada nos contratos, foi nessa abundância de senhorio territorial que veio acontecer o atentado contra a vida de Dom José I, esse incidente sagrou definitivamente o domínio do Marquês de Pombal sobre o caráter pusilânime do monarca, dai o despontar de uma sucessão de perseguições crudelíssimas e sanguinárias contra pretendidos desafetos colhidos na aristocracia, então começava uma tremenda devassa no clero, lançada por todo o país e seus domínios aos padres da Companhia de Jesus, em 3 de Setembro de 1759, o Marquês de Pombal assina uma lei que considera ser os jesuítas traidores e responsáveis pela tentativa de assassinato contra o rei, ordenando a expulsão dos mesmos, entre outras razões. Logo a seguir começava a tomar conta da cidade, um movimento contrario aos jesuítas. O Marquês de Pombal, ordena ao Conde de Bobadela que agisse com rapidez no sequestro de pessoas, bens e terras que pertencesse a Companhia de Jesus, e avisou a população a ordem dada pelo rei, proibindo terminantemente qualquer comunicação dos moradores da cidade com os proscritos.

Gomes Freire de Andrade, então confiou ao desembargador Agostinho Felix Capello o encargo de proceder ao sequestro dos padres no colégio da companhia, fazendo recolher aí todos os que fossem encontrados nas suas dependências e fazendas da capitania, quando se praticava o sequestro dos jesuítas, foi efetuado uma longa e minuciosa devassa sobre os negócios secretos da Companhia de Jesus, para descobrirem como agiam os padres nas coisas que diziam com o seu ministério, coube a direção das pesquisas no Rio de Janeiro, ao Bispo Dom Frei Antônio do Desterro.

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Agindo o religioso beneditino com muita parcialidade contra os jesuítas, pois nunca conseguiu disfarçar o ódio que nutria contra eles, quando foram ao colégio da companhia para arrecadar os papeis, documentos e bens pertencente aos jesuítas, ficaram sabendo que eles haviam destruídos muitos manuscritos, porém confiscaram alguns livros e documentos.

Porém em alguns cadernos de arrendamentos apontava a clareza de foros dos sítios e chácaras em que se repartiram as fazendas do Engenho-Velho e São Cristóvão e também encontraram alguns assentamentos explicativos da maneira como agiam os padres quando arrendavam as suas terras, e as precauções que eles tomavam para resgatá-las ou para arrecadar e garantir as rendas dos seus domínios, também encontraram alguns documentos referente a demarcação das terras das sesmaria da cidade, que vieram tirar duvidas de que amparadas pelo prestigio que sempre mantiveram na cidade até as vésperas de sua queda, os padres da companhia conseguiram burlar, com títulos adulterados e com argumentos especiosos, a demarcação jurídica da sesmaria da cidade que estava efetuada de acordo com os documentos da câmara,

Outro fato relevante foi o depoimento feito por um religioso da Companhia de Jesus, que pertencerá a essa comunidade durante cerca de quinze anos o Padre Bento Pinheiro Horta da Silva Cepeda.

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Que escreveu uma carta em 21 de Fevereiro de 1761 ao Bispo Dom Antônio do Desterro, e entre os fatos denunciados na relação, temos o modo como agiam os procuradores do Colégio dos Jesuítas, quando se tratava de apropriar terras em benefícios da companhia. Os jesuítas na época eram sabedores das intenções perigosas com que ameaçavam destrui-los, e que, por isso mesmo, haviam abandonados nos últimos tempos o cuidado e o apuro em que traziam as suas propriedades e culturas, cogitando apenas de resguardarem do confisco iminente, todos os valores transportáveis que pudesse por a salvo, antes do infortúnio os abatesse, isto ficou provado pelo Conde Bobadela; as fazendas eram menos prosperas por ocasião do sequestro, do que havia sido anteriormente, entretanto pelos lançamentos dos seus cadernos de arrendamentos, verificava-se que as suas terras estavam divididas em grandes número de sítios e chácaras, beneficiadas por particulares e produzindo grande rendas para o colégio, os jesuítas impunham obrigações e exigências aos seus locatários, além da quantia arbitrada, eles não podiam ter bois sem licença do colégio, não podiam cortar pau de lei na terra arrendada, não permitiam a entrada de pessoas no sítio, ainda que fosse parentes sem autorização prévia dos padres e bastaria um mero desacordo para que o homem da gleba fosse expulso sem compensação, ficou demonstrado o domínio absoluto sobre a terra porque suas fazendas estavam rodeadas de sítios e chácaras, nestas condições haviam no Engenho Velho e Andarai Pequeno cerca de quarenta, no Andarai Grande cinco, em São Cristóvão e no Caju perto de trinta e na Ilha do Melão três, os sitiantes e chacareiros constituíam assim em torno dessas fazendas em elemento poderoso de beneficiamento do solo contudo não era somente o esforço individual dos rendeiros que fazia crescer o valor dessas terras, sua valorização continua provinha também da proximidade em que se achavam do centro urbano que prosperava incessantemente, pelo crescimento da sua população, pelo desenvolvimento do seu comércio, por sua situação geográfica em relação as necessidades dos demais agrupamentos urbanos próximo e em formação, pela importância política que ia assumindo na colônia, era por conseguinte diretamente influenciado pela atividade coletiva da cidade que representava nesse caso, uma forte estimulo a valorização social de todo o território que a circundava, e no qual se achavam localizados os três grandes núcleos de operosidade dos jesuítas, aí em torno, as igrejas e casas dos padres, distribuíam-se os engenhos, as fazendas, as fábricas de cal e de anil, as grandes criações de animais, os currais de gado, os campos de pastagem, as variadas e intensas escravaria que animava o ambiente das fazendas, e vitalizava a sua produção dentro da cidade, distribuídas por varias ruas, erguiam-se as casas para morada arrendadas a particulares, construídas pelos padres que iam da Fazenda de Santa Cruz até mesmo na baia, a Ilha de Vilhegagnon caíra sob o domínio dos jesuítas.

Foi executado uma grande devassa, lançada por todo o país a seus domínio, algum tempo depois, reboava por toda a cidade uma irá contra o poderio dos jesuítas.

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E na madrugada de 4 de Novembro de 1759 os jesuítas foram cercados e aprisionados nos lugares em que se achavam, foram encontrados três padres no Engenho Velho, três no Engenho Novo e quatro na Quinta e Fazenda de São Cristóvão, os quais foram recolhidos ao colégio da companhia, ao total foram feitos prisioneiros 199 padres que foram embarcados durante a noite de 3 para 4 de Março de 1760 em uma naú e conduzidos a Lisboa, ruía, assim do seu pedestal grandioso uma das colunas mestras da formação do Brasil Colonial, com pouco mais de dois séculos de existência, desde a instituição do governo geral, a instituição jesuítica fora até então com esse governo e com a instituição popular da senado da câmara, a tríade tutelar que guíara bem ou mal os destinos do novo aglomerado humano que se formava, embora esporadicamente ao longo do imenso território do Brasil, sua influência espiritual fora prodigiosa, vencida apenas gradualmente, pelo domino temporal que nela se desenvolveu sem freios e sem limites, arrastando-a para a queda inglória, mas coroada de martírio, dessa proscrição violenta lançada contra uma congregação religiosa que sempre gozara das regalias de um verdadeiro estado no estado, e que só agora se acusava, de esquecida do seu venerável instituto, quando o Desembargador Manuel da Fonseca Brandão e o Escrivão Inácio Gonçalves de Carvalho, estavam inventariando todos os bens confiscados junto aos padres, receberam ordem do Conde de Bobadela para verificarem as situações dos arrendamentos e as dividas contraídas com os jesuítas, afim de que pude-se dar cumprimento as determinações emanadas da metrópole, que era para serem vendidos todos os bens dos jesuítas em hasta publica pelo melhor preço em dinheiro ou em gêneros de boa qualidade.

A 25 de Agosto de 1761, era assinada a lei que “mandava incorporar ao fisco e a câmara real todos os bens seculares que a Companhia de Jesus possuía e administrava neste reinos, e todo o seu domínio, com os padres”. Nunca ocorrera ao conselho, oportunidade mais favorável do que essa, de dirimir de vez a questão secular do patrimônio territorial da cidade, a partir desta data o conselho da câmara, entregou a mitra os despojos religiosos dos jesuítas, as igrejas, colégios e noviciados da cidade, não se estendendo as residências e casas de granjearia que imprópria e abusivamente eram chamadas de missões, e também foram efetuados gradualmente leilões públicos – transferindo-se o domínio pleno de cada sítio ou chácara a seu respectivo arrematante, com a consequente demarcação dos limites da propriedade adquirida em hasta publica. realizava-se assim o parcelamento da grande sesmaria dos jesuítas, e desse acontecimento resultou a formação da zona suburbana da cidade desta maneira começa portanto a história territorial dos subúrbios carioca.

Como a Companhia de Jesus foi fundada?

Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus com seis outros (Francisco Xavier, Pierre Faber, Alonso Salmerón, Diego Laínez, Nicolás Bobadilla e Simão Rodriguez) e fizeram seus primeiros votos em uma missa em Montmartre em Paris em 1534.

Em 1537 eles viajou para a Itália para receber permissão do Papa Paulo III para a ordem religiosa. Mais tarde naquele ano, Inácio e seus companheiros foram ordenados ao sacerdócio em Veneza, Itália. Em 27 de setembro de 1540, no Palazzo San Marco, em Roma, o Papa Paulo III assinou a Bula “Regimini militantis ecclesiae”, estabelecendo a Companhia de Jesus oficialmente como uma ordem religiosa.

Companhia de Jesus – Objetivo

Companhia de Jesus

Tendo por objetivo a disseminação da fé para as novas terras de além-mar, a Companhia de Jesus foi uma ordem missionária fundada por Santo Inácio de Loyola, no ano de 1534.

O catolicismo no período sofria a oposição de novas doutrinas cristãs “desviantes”, a partir do movimento da Reforma protestante de Lutero. Portanto, sob os desígnios da Contra Reforma, a Companhia de Jesus deu combate à expansão de doutrinas antagônicas ao catolicismo e ao próprio poder da Igreja.

O processo de catequização indígena no Brasil foi um dos alvos da Companhia: os jesuítas valiam-se de associações da cultura religiosa nativa aos elementos cristãos, para a melhor compreensão dos indígenas e, portanto, melhor persuasão na conversão destes povos. Outra tarefa da Companhia no Brasil era a educação religiosa dos colonos, portanto a manutenção da fé e do poder da Igreja romana no território.

Uma das figuras principais neste contexto da catequização foi o padre Antônio Vieira, que angariou grande prestígio tanto entre colonos quanto entre os povos indígenas na região amazônica.

Outras funções iniciais são atribuídas a esta ordem religiosa: a fundação das primeiras instituições educacionais no país.

A instituição religiosa, passando gradualmente a possuir grande poder político sobre os seguidores religiosos, acabou por ser perseguida: os missionários faziam oposição aos colonos quanto à exploração da mão-de-obra indígena. Mais tarde, o evidente apoio dos missionários à resistência dos indígenas frente aos colonizadores levaram a conflitos mais graves, incluindo batalhas empreendidas pelas Entradas e Bandeiras às aldeias sob o poder missionário.

Tais conflitos culminaram por sua vez, no ano de 1759, na resolução do Marquês de Pombal: valendo-se do argumento de que os jesuítas passaram a interferir excessivamente nas áreas de atuação política que deveriam ser restringidas ao próprio Estado, determinou objetivamente a expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil.

Companhia de Jesus – Sociedade

Companhia de Jesus

Sociedade missionária fundada em 1534 por Santo Inácio de Loyola com o objetivo de defender o catolicismo da Reforma Protestante e difundi-lo nas novas terras do Ocidente e do Oriente.

Tem rápido crescimento e alcança grande prestígio e poder, tornando-se a instituição religiosa mais influente em Portugal e nas colônias portuguesas.

Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil em 1549, comandados pelo padre Manuel da Nóbrega, e dedicam-se à catequese indígena e à educação dos colonos.

Entre os séculos XVII e XVIII também constroem igrejas e fundam colégios.

Organizam a estrutura de ensino, baseada em currículos e graus acadêmicos, e estabelecem as primeiras “reduções” ou “missões”: aldeamentos onde os nativos são aculturados, cristianizados e preservados da escravização colonial. Na região das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai é criada a maior parte delas, que reúnem dezenas de milhares de índios.

Com o crescimento das missões, agravam-se as divergências entre os padres e os colonos que se utilizam de mão-de-obra indígena. Na primeira metade do século XVII, os bandeirantes paulistas atacam os aldeamentos do Paraná-Paraguai. Na região amazônica, o padre Antônio Vieira usa seu prestígio e empenho para diminuir a violência das “tropas de resgate” contra as missões jesuíticas. Em meados do século XVIII, a situação fica insustentável. O Tratado de Madri, de 1750, define a posse das terras ocupadas por Portugal e Espanha e determina a transferência dos índios de Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul, para terras argentinas e paraguaias.

Alguns padres apoiam a resistência indígena, opondo-se à Coroa portuguesa.

O envolvimento da Companhia de Jesus na Guerra Guaranítica serve de pretexto ao marquês de Pombal para decretar a expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal em 1759.

A alegação é de que a organização tornara-se quase tão poderosa quanto o Estado, ocupando funções e atribuições mais políticas que religiosas. A companhia entra em choque também com setores da própria Igreja, que julgam excessiva a proteção dos jesuítas aos nativos. O marquês de Pombal fecha a instituição no império português, muda os estatutos dos colégios e das missões e impõe a eles direções leigas.

As medidas fazem parte de um conjunto de reformas que visam reorganizar a administração, reduzir os conflitos internos e estimular a economia da colônia.

PERÍODO JESUÍTICO (1549 -1759)

Os primeiros jesuítas chegaram ao território brasileiro em março de 1549 juntamente com o primeiro governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou·se o primeiro professor nos moldes europeus e durante mais de 50 anos dedicou·se ao ensino e a propagação da fé religiosa.

O mais conhecido e talvez o mais atuante foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e falecido na cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo, em 1597. Anchieta tornou·se mestre·escola do Colégio de Piratininga; foi missionário em São Vicente, onde escreveu na areia os “Poemas à Virgem Maria” (De beata virgine Dei matre Maria), missionário em Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus de 1579 a 1586 e reitor do Colégio do Espírito Santo. Além disso foi autor da Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil.

No Brasil os jesuítas se dedicaram a pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever.

De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e em 1570, vinte e um anos após a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).

Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituto Studiorum, chamado abreviadamente de Ratio Studiorum.

Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na área da medicina.

Com a descoberta os índios ficaram à mercê dos interesses alienígenas: as cidades desejavam integrá-los ao processo colonizador; os jesuítas desejavam convertê-los ao cristianismo e aos valores europeus; os colonos estavam interessados em usá-los como escravos. Os jesuítas então pensaram em afastar os índios dos interesses dos colonizadores e criaram as reduções ou missões, no interior do território. Nestas Missões, os índios, além de passarem pelo processo de catequização, também são orientados ao trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma de suas fontes de renda.

As Missões acabaram por transformar os índios nômades em sedentários, o que contribuiu decisivamente para facilitar a captura deles pelos colonos, que conseguem, às vezes, capturar tribos inteiras nestas Missões.

Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.

Companhia de Jesus – História

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Em 15 de Agosto de 1534, Inácio e seis outros estudantes (Pedro Faber, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Jacob Laines, e Nicolau Bobedilla – Espanhóis, e Simão Rodrigues – um Português) encontraram-se na Igreja de Sta. Maria, Montmartre e fundaram a Companhia de Jesus – para “desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou para ir aonde o papa nos enviar, sem questionar”.

Em 1537 eles viajaram até Itália em busca de aprovação papal da sua nova ordem. O Papa Paulo III concedeu-lhes uma recomendação e autorizou que fossem ordenados padres.

Foram ordenados em Veneza pelo bispo de Arbe (24 de Junho). Devotaram-se inicialmente a pregar e em obras de caridade em Itália. A guerra reatada entre o imperador, Veneza, o papa e os Turcos (Seljuk), tornava qualquer viagem até Jerusalém pouco aconselhável.

Na companhia de Faber e Lainez, Inácio viajou até Roma em Outubro de 1538, para pedir ao papa a aprovação da nova ordem. A congregação de cardeais deu um parecer positivo à constituição apresentada, e em 27 de Setembro de 1540, Paulo III confirmou a ordem através da Bula “Regimini militantis Ecclesiae”, que integra a “Fórmula do Instituto” onde está contida a legislação substancial da nova Ordem.

O número dos seus membros foi no entanto limitado a 60. Esta limitação foi porém posteriormente abolida pela bula Injunctum nobis de 14 de Março de 1543. Inácio de Loyola foi escolhido para servir como primeiro superior-geral. Ele enviou os seus companheiros e missionários para vários países europeus, com o fim de criar escolas, liceus e seminários.

Inácio de Loyola escreveu as constituições jesuítas, adoptadas em 1554, que deram origem a uma organização rigidamente disciplinada, enfatizando a absoluta auto-abnegação e a obediência ao Papa e os superiores hierárquicos (perinde ac cadaver, disciplinado como um cadáver, nas palavras de Inácio).

O seu grande princípio tornou-se o lema dos jesuítas: “Ad Majorem Dei Gloriam” (tudo por uma maior glória de Deus)

Obra inicial

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Os jesuítas foram fundados no seguimento da reforma Católica (também chamada Contra-Reforma), um movimento reacionário à Reforma Protestante, cujas doutrinas se tornavam cada vez mais conhecidas através da Europa, em parte graças à recente invenção da imprensa.

Os Jesuítas pregaram a obediência total às escrituras e à doutrina da igreja, tendo Inácio de Loyola declarado:

“Eu acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado” Uma das principais ferramentas dos Jesuítas era o retiro espiritual de Inácio. Neste, várias pessoas reúnem-se sob a orientação de um padre durante uma semana ou mais, permanecendo em silêncio enquanto atendendo a palestras e submetendo-se a exercícios para se tornarem pessoas melhores. Por exemplo, houve uma conferência e meditações acerca das nossas mortes iminentes, entre outras.

Também pregaram que as decorações e a ostentação em geral nas cerimônias do catolicismo (desprezadas pelos Luteranos) deviam ser acentuadas e abundantemente financiadas.

Os jesuítas conseguiram obter grande influência na sociedade nos períodos iniciais da idade moderna (séculos XVI e XVII) porque os padres jesuítas foram por muitas vezes os educadores e confessores dos reis dessa altura. (Ver D. Sebastião de Portugal, por exemplo). Os jesuítas foram uma força líder da Contra-Reforma, em parte devido à sua estrutura relativamente livre (sem os requerimentos da vida entre a comunidade nem do ofício sagrado), o que lhes permitiu uma certa flexibilidade operacional. Em cidades alemãs, por exemplo, os jesuítas tiveram um papel batalhador, contribuindo para a repressão de quaisquer revoltas inspiradas pela doutrina de Martinho Lutero. Ver Munique ou Bona por exemplo, cidades que apesar de iniciais simpatias por Lutero, permaneceram um bastião católico, em grande parte pelo empenho de jesuítas.

Expansão

As missões iniciais ao Japão o tiveram como resultado a concessão aos jesuítas do enclave feudal em Nagasaki em 1580. No entanto, devido a receios crescentes da sua crescente influência, este privilégio foi abolido em 1587.

Dois jesuítas missionários, Gruber e D’Orville, chegaram a Lhasa, no Tibete, em 1661.

As missões jesuítas na América Latina foram controversas na Europa, especialmente em Espanha e em Portugal, onde eram vistas como uma interferência com a ação dos reinos governantes.

Os jesuítas opuseram-se várias vezes à escravatura. Eles fundaram uma liga de cidades-estado, chamada Missões ou Missiones no sul do Brasil, ou ainda reducciones, no Paraguai, que eram povoações organizadas de acordo com o ideal católico mais tarde destruída por espanhóis e principalmente portugueses à cata de escravos.

Na China do século XVIII, os jesuítas estiveram envolvidos na chamada questão dos ritos chineses.

Períodos agitados

Na sequência de uma série de decretos assinados pelo papa Clemente XIV, incluindo o Breve “Dominus ac Redemptor” assinado em 21 de Julho de 1773, os jesuítas foram suprimidos em todos os países (excepto a Rússia, onde a liderança da igreja ortodoxa refusou reconhecer a autoridade papal). Nessa altura havia 5 assistências, 39 províncias, 669 colégios, 237 casas de formação, 335 residências missionárias, 273 missões e 22589 membros.

Em Portugal, os Jesuítas já tinham sidos expulsos do país pelo Marquês de Pombal, na sequência do caso Távora em 1758.

Em 1814, no entanto, é restaurada a Companhia no mundo inteiro pelo Decreto do Papa Pio VII “Solicitudo omnium Ecclesiarum”.

Em várias línguas, a palavra “Jesuíta” adquiriu a conotação de “hipócrita”.

Os Jesuítas de hoje

companhia de Jesus continua ativa no trabalho missionário e na educação, hoje em dia.

Alguns jesuítas latino-americanos adoptaram uma visão esquerdista do catolicismo ao desenvolver a Teologia da Libertação, contrária às orientações do Vaticano.

Este tipo de opção política continua a ser um tema controverso dentro da igreja católica.

Jesuítas famosos

Os jesuítas estão presentes, desde a primeira hora, nos novos mundos que se abrem à atividade missionária da época. São Francisco Xavier percorre a Índia, Indonésia, Japão e chega às portas da China; Manoel da Nóbrega e José de Anchieta ajudam a fundar as primeiras cidades do Brasil (Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro); João Nunes Barreto e Andrés de Oviedo empreendem a fracassada missão da Etiópia, etc.

Acima das inevitáveis ambiguidades, as missões dos jesuítas impressionam pelo espírito de inculturação (adaptação à cultura do povo a quem se dirigem).

As Reduções do Paraguai e a adoção dos ritos malabares e chineses são os exemplos mais significativos.

A atividade educativa tornou-se logo a principal tarefa dos jesuítas. A gratuidade do ensino da antiga Companhia favoreceu a expansão dos seus Colégios. Em 1556, à morte de Santo Inácio, eram já 46.

No final do século XVI, o número de Colégios elevou-se a 372. A experiência pedagógica dos jesuítas sintetizou-se num conjunto de normas e estratégias, chamado a “Ratio Studiorum” (Ordem dos Estudos), que visa à formação integral do homem cristão, de acordo com a fé e a cultura daquele tempo.

Os primeiros jesuítas participaram ativamente do esforço de renovação teológica da Igreja Católica, frente à Reforma Protestante. No Concílio de Trento, destacaram-se dois companheiros de Santo Inácio (Laínez e Salmerón).

Desejando levar a fé a todos os campos do saber, os jesuítas dedicaram-se às mais diversas ciências e artes: Matemática, Física, Astronomia…

Entre os nomes de crateras da Lua há mais de 30 nomes de jesuítas. No campo do Direito, Suarez e seus discípulos desenvolveram a doutrina da origem popular do poder. Na Arquitetura, destacaram-se muitos irmãos jesuítas, combinando o estilo barroco da época com um estilo mais funcional.

Fonte: www.geocities.com/jesuitchurch.net/EncBrasil/www.pedagogiaemfoco.pro.br/www.conhecimentosgerais.com.br

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