História do Carnaval

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História do Carnaval – Origem

Em Roma, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais. Esse festejos eram de tamanha importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na “avenida”, com homens e mulheres nus.

Estes eram chamados os carrum navalis.

Muitos dizem que daí saiu a expressão carnevale.

A história do carnaval começa no princípio da nossa civilização, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, às margens do Nilo, há seis mil anos atrás. Os primeiros agricultores exerciam a capacidade humana, que já nas nas cavernas se distinguia em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração…

Foram na intenção da Deusa Isis, no Egito Antigo, as primeiras celebrações carnavalescas. Com a evolução da sociedade grega evoluíram os rituais, acrescidos da bebida e do sexo, nos cultos ao Deus Dionisus com as celebrações dionisíacas. Na Roma Antiga bacanais, saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã.

A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distinção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos.

A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o carnaval romano.

Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o carnaval à celebração ordeira, de carater artístico, com bailes e desfiles alegóricos.

Depois do Egito, o primeiro, do segundo em Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu quarto centro de excelência resgatando o espírito de Baco e Dionisus em tese de Hiram Araújo, estudioso do carnaval e do samba, ao contar uma história que completa seu sexto milênio e que acompanha a própria história da humanidade, a história do carnaval, considerando os seus Centros de Excelência, dividida em quatro períodos: o Originário, (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão ( do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século XX).

“Centros de Excelência responsáveis pela criação e irradiação dos modelos da festa.

Cada Centro de Excelência do carnaval, age como verdadeira usina de forças centrípetas absorvendo as culturas dos povos e de forças centrífugas irradiando os modelos de carnaval para o mundo.

Os padrões de carnaval irradiados sofrem adaptações nas cidades em que os carnavais ocorrem.”

História do Carnaval – Cronologia

a.C

4.000: Criação do calendário egípcio, o mais antigo do mundo. Com a descoberta da agricultura são iniciadas as Festas Agrárias dos povos primitivos.
3.761:
 Criação do Calendário Judeu.
2.000:
 Surgimento do Deus Campestre Dioniso, na Trácia.
605 a 527:
 Oficialização das festas a Dioniso (culto a Dioniso) durante o reinado de Pisistrato em Atenas.
443 a 429:
 Reinado de Péricles. A cidade de Atenas se projeta como um grande centro de arte. Início da repressão ao culto a Dioniso na Grécia. Referências de cultos semelhantes ao de Dioniso no Egito, a festa da Deusa Ísis e do Touro Apís; entre os Hebreus, a Festa das Sáceas; entre os Babilônios, a festa da Deusa Herta.
370:
 Atenas perde a hegemonia nas artes.
186:
 As Bacanais em Roma geram desordens e escândalos, fatos que levam o Senado Romano a reprimi-las.
45:
 Criação do Calendário Juliano, pelo astrônomo Sosígenes, a pedido do Imperador Júlio Cesar.
8: 
Reforma do Calendário Juliano, por sugestão do Imperador Augustus (acrescentou 31 de agosto )

d.C.

325: Concílio de Nicéia, discussão sobre as festas populares.
476:
 Queda de Roma.
590:
 Gregório I, O GRANDE regulamentou as datas do carnaval, e criou a expressão – “dominica ad carne levandas” – que foi sucessivamente sendo abreviada até a palavra carnaval.
1464
: O PAPA PAULO II incentiva o carnaval de Veneza.
1582: 
Gregório XIII reforma o Calendário Juliano criando o Calendário Gregoriano, usado até hoje.
1711:
 Acontece no cemitério dos Inocentes durante o reinado de Carlos V (1711-1790) uma Mascarada que tomou o nome de Dança Macabra..

Início das festas de coroação dos Rei e Rainha do Congo

Um grupo de mascarados entrou na rua da Quitanda e assassinou Ducler comandante da frustada invasão francesa.

1723: Introduzido pelos portugueses, das ilhas da Madeira dos Açores e do Cabo Verde que chegaram ao Brasil pelo litoral a partir de Porto Alegre ao Espírito Santo, o Entrudo brasileiro.
1763:
 O Rio de Janeiro é levado à categoria de Capital do País.
1767:
 É construído o primeiro teatro da cidade, a Casa de Ópera, na rua do Jogo, atual Rua dos Andradas.
1800:
 Data deste ano o início da procissão dos ossos, um dos mais antigos cortejos religiosos. A procissão dos ossos deixou de se realizar após 1850, quando o Imperador daí em diante passou a indultar os condes condenados à última pena.
1861:
 Os zuavos carnaval escos, oriundos do Congresso das Sumidades carnaval escas após um incêndio em pleno domingo de carnaval, ganham o nome de Tenentes do Diabo.
1878:
 Surge a Sociedade carnaval esca Boêmia, que introduziu no carnaval Carioca a fantasia CHICARD ou seja, qualidade do que é Chic.
1880:
 Surge o “morcego” no carnaval
1885
Segundo Marisa Lyra: a Flor de São Lourenço foi o primeiro Cordão da Cidade.

Chega ao Brasil a Polca nos palcos do Teatro São Pedro

1889: Surge a Sociedade carnaval esca Triunfo das Concubinas, o primeiro cordão organizado da Cidade.

As Grandes Sociedades resolvem desfilar na Terça-feira gorda, pois este dia era considerado o dia da verdadeira festa do carnaval.

A compositora Chiquinha Gonzaga compõe O ABRE-ALAS, considerada primeira música de carnaval.

1892: carnaval foi transferido para os dias 26 – 27 e 28 de junho, por ser um mês considerado mais saudável. A ordem foi do Ministro do Interior. O povo comemorou nesse ano dois carnavais.
1901:
 As passeatas carnaval escas passam a se chamar Préstitos.

O antigo Morro da Providência muda de nome e passa a se chamar Morro da Favela. Mais tarde o termo se estendeu a todos os morros com barracos de madeira.

1904: Oficializado o nome Tenentes do Diabo para os Zuavos.
1910:
 O carnaval é transferido para junho porque morreu o Barão do Rio Branco. Houve dois carnavais.

O surgimento do samba foi um poderoso fator de democratização do Rio de Janeiro. De início a elite reage à “manifestação africana”. Imprensa e modernidade acabam por aproximar sambistas e elite.

1925: Realiza-se o primeiro concurso de sambas e marchinhas no Teatro São Pedro.

Instituído o Dia dos Ranchos (JB)

Fundado o Centro do Cronista carnavalesco (CCC)

1927: A Gazeta de Notícias realiza a última batalha de confete
1933: É criada a Associação dos Ranchos carnavalescos

Por iniciativa da ACC é criada a Associação dos Blocos carnavalescos.

É organizada a noite dos Blocos.

1936: Eloy Anthero Dias é eleito Cidadão Samba
1937:
 Proibido o uso de lança-perfume.
1944: Despedida:
 Zé Espinguela, criador do 1º concurso entre Escolas de Samba
1946:
 O chamado carnaval da Vitória (desfile das Escolas de Samba) foi organizado pela União Geral das Escolas de Samba (UGES) e patrocinado pela Associação dos Cronistas carnavalescos (ACC), por que o Departamento de Turismo da Prefeitura se negou a fazê-lo.
1947:
 É extinta a Escola de Samba Deixa Malhar, sua bateria para a nova Escola de Samba Império Serrano, através do Mano Eloy. O quesito riqueza, escultura e iluminação é substituído por alegorias.
1949:
 Primeira transmissão do carnaval pela Rádio Continental com Paulo Palut, Afonso Soares, Cid Ribeiro e Jorge Sampaio.

Helegária dos Anjos – cria o primeiro destaque de Escola de Samba

1950: Desaparece a Escola de Samba Fiquei-Firme
1952:
 As Escolas de Samba passam a ser divididas em Grupos.
1955:
 Calixto introduz os pratos (instrumento musical) na Império Serrano – enredo Duque de Caxias.
1958:
 Criação do “Grupo Pelés do Samba” na Império Serrano formado por Careca, Jorginho do Império e Jamelão. É precursora da ala “Sente O Drama”. A ala dos impossíveis da Portela lança os passos marcados.
1960:
 Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona, introduzem elementos visuais de figurino e cenografia no desfile da Acadêmicos do Salgueiro, com o enredo Quilombo de Palmares, que revoluciona definitivamente a forma das escolas de samba se apresentarem
1961:
 Portela e Mangueira passam a cobrar ingressos para o público assistir aos ensaios de quadras. É nomeado Secretário de Turismo, Victor Bouças e Diretor de Certames Miecio Tati.
1962:
 Realiza-se o 1º Congresso na cidade do Rio de Janeiro. Ë instituído o Dia Nacional do Samba.
1963:
 Desaparecem os bondes da Cidade Fundada a Ala Sente O Drama do Império Serrano
1966:
 Realiza-se na cidade de Santos o 1º Simpósio do Samba. David Ribeiro, Adir Botelho, Fernando Santoro, a Trinca, vencem o concurso de decoração da cidade do Rio de Janeiro (Debret)O quesito “Bandeira” é julgado pela última vez.
1967
: Assume a Secretaria de Turismo, Carlos Late, jornalista que assinava uma seção no jornal Última Hora com o pseudônimo de João da Ega. Albino Pinheiro é convidado para ser seu principal assessor. Realiza-se na cidade de Santos o 2º Simpósio do Samba.
1968:
 A Portela coloca pela primeira vez a Águia no Abre-Alas (escultura de Bira Sargento)
1969:
 Realiza-se na cidade do Rio de Janeiro o 3º Simpósio do Samba.

Despedida: Ataulfo Alves, compositor

1970: Torna-se obrigatório o envio dos croquis das alegorias e fantasias à censura. Fundado o Bloco Cacique de Ramos, em 20/01

Despedida: Nair Pequena, fundadora da Mangueira, em 11/02

1971: Instituído o tempo dos desfiles das Escolas de Sambas.
1972:
 Criada a RIOTUR S/A. Empresa de Turismo do Estado da Guanabara – Lei nº 2079 de 14 de julho, assinado pelo Governador Chagas Ribeiro, sendo o seu o primeiro presidente Aníbal Uzeda de Oliveira. A “Trinca” vence o concurso de decoração da cidade com o tema “O Circo Vem Ai”.

A Mangueira inaugura a sua quadra de ensaios, o Palácio do Samba, em 07/04

É assinada a escritura de compra da sede da Associação das Escolas de Samba, na rua Jacinto, 67 – Méier, em 27/05

Despedida: Ciro Monteiro, cantor e compositor.

1974: Nascimento, em pleno desfile, de Adeiladinha, filha da passista Finoca que tomara o lugar de Cecí, porta bandeira da Azul e Branco (uma das 3 escolas que deram origem ao Salgueiro), grávida, ostentou o pavilhão até que num volteio mais veloz precisou apoiar-se no mestre-sala Ranulfo. Adelaidinha até os dias de hoje é uma das passistas da Acadêmicos do Salgueiro, ao lado de Finoca.

Despedida: Donga, sambista.

1975: Realiza-se na cidade de Campos o 4º Simpósio do Samba.

Despedida: Natalino José do Nascimento, o Natal da Portela – pres. de Honra da Portela.

1976: É nomeado Coordenador dos Desfiles das Escolas de Samba (RIOTUR) Albino Pinheiro
1977:
 É nomeado Coordenador dos Desfiles das Escolas de Samba (RIOTUR) Roberto Faissal
1978:
 Realizado o IV Simpósio do Samba no dia 02 e 03 de dezembro, na Cidade de Campos. É nomeado Coordenador dos Desfiles das Escolas de Samba (RIOTUR) Paulo Matias.

Despedida: Antônio Candeia, em novembro – compositor da Portela.

1979: Publicação de carnaval, malandros e heróis de Roberto da Matta. Realiza-se na cidade de São Paulo o 5º Simpósio do Samba.
1980:
 Criada a Fundação Europeia das Cidades de carnaval (FECC) em Amsterdã, Holanda, cujo principal objetivo é promover encontros anuais nas cidades do mundo que produzem carnaval. Seu Presidente Henry Van der Kroon.

Suprimido os quesitos Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Comissão de Frente.

É nomeado Coordenador dos Desfiles das Escolas de Samba (RIOTUR) Antônio Lemos (jornalista, cronista, carnaval esco, ex-diretor do Império Serrano, foi Coordenador de Desfiles que mais tempo permaneceu no cargo (até 1990). Disciplinou os desfiles com uma série de atos que persistem até hoje – 1997).

Fundada a Fundação Europeia das Cidades de carnaval (FECC), na Holanda. Pres. Henry Van Den Kronn.

1981: 1e FECC REUNION – PATRAS – 1o Congresso Mundial de carnaval

A RIOTUR S.A. institui o concurso Zé Pereira, como estímulo ao carnaval de rua, uma criação de Osmar Frazão. Morrem Neide (porta-bandeira), Mestre André e Cartola ( o 1º da Mocidade Independente e o 2º da Mangueira).

Torna-se obrigatória a presença de uma ala de crianças nos desfiles das Escolas de Samba.

1982: Voltam os quesitos Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Comissão de Frente.

2e FECC REUNION – SYROS: 2o Congresso Mundial de carnaval

1983: 3e FECC REUNION – KEFFALONIA-ZAKYNTHOS (GR) – 3o Congresso Mundial de carnaval
1984:
 4e FECC REUNION – SAMOS (GR) – 4o Congresso Mundial de carnaval

A primeira Escola a desfilar na Passarela do Samba foi a Império do Marangá. Leandro Miguel da Silva, de 6 anos foi o primeiro sambista a pisar o asfalto do Sambódromo, em 2/03

1985: 5e FECC REUNION – KOS- PATMOS (GR) – 5o Congresso Mundial de carnaval
1986:
 6e FECC REUNION – KALYMNOS-LEROS (GR) – 6o Congresso Mundial de carnaval

Pela primeira vez o Grupo II das Escolas de Samba Desfilam no Sambódromo

Instalados relógios eletrônicos na pista dos Desfiles do Sambódromo para marcar o tempo do desfile

O Desfile volta a ser linear, com a construção de cadeiras de pista na Praça da Apoteose.

Despedida: Nelson Cavaquinho, compositor da Mangueira

1987: 7e FECC REUNION – MALTA – 7o Congresso Mundial de carnaval

Construídas Cabines de julgamento entre as arquibancadas, substituindo a locação dos jurados nos camarotes de Setores

1988: 8e FECC REUNION – TRINDAD & TOBAGO – 8o Congresso Mundial de carnaval
1989:
 A Escola de Samba campeã passa a ter o direito de escolher o dia e a hora do seu desfile. A Vice-Campeã desfila no outro dia, com o direito de escolher a hora de sua apresentação. O dinheiro arrecadado no desfile não é mais dividido igualmente entre as Escolas desfilantes do Grupo Especial, mas em ordem decrescente de acordo com a colocação final de cada Escola de Samba.

9e FECC REUNION – Sta. CRUZ DE TENERIFE – 9o Congresso Mundial de carnaval

Cai do carro alegórico do Arranco a destaque Neuza Monteiro, em 05/02

1990: A RIOTUR passa a reservar lugares especiais em cadeiras de pistas em frente aos setores 4 e 13 para vender aos deficientes físicos.

10e FECC REUNION – PATRAS (GR) – 10o Congresso Mundial de carnaval

Criado o Grupo Especial, desfile das Escolas de Samba.

1991: 11e FECC REUNION – ROSAS (COSTA BRAVA) – 11o Congresso Mundial de carnaval

É nomeado Coordenador dos Desfiles das Escolas de Samba, José Messias.José Messias, médico e Assessor de carnaval da RIOTUR foi o último Coordenador dos desfiles da RIOTUR. Ano seguinte a LIESA assumiu a Coordenação Artística dos Desfiles.

1992: 12e FECC REUNION – AALBORG (DK) – 12o Congresso Mundial de carnaval

Despedida: Herivelto Martins, autor de “Ave Maria no Morro”

1993: 13e FECC REUNION – CURACAO (N.A.) – 13o Congresso Mundial de carnaval

Despedidas: Beto Sem Braço (Mauro Moreno Reyes), compositor do Império Serrano (“Bum, Bum, Baticumbum Prurugundum”).

Isaurinha Garcia, cantora

Guerra Peixe, Maestro

Babaú da Mangueira (Waldemiro José da Rocha), compositor (“Tenha pena de mim”), fundador das Escolas de Samba: Paraíso do Tuiuti, Unidos do Cabuçu e Unidos do Outeiro

Teresa Aragão, salgueirense, autora de “ENEIDA, Amor e Fantasia”

1994: 14e FECC REUNION – NORRKÖPING (S) – 14o Congresso Mundial de carnaval

Inauguração do Terreirão do Samba na Praça Onze – Rio de Janeiro – RJ, em 20/01

Despedidas: Mestre Marçal diretor de bateria, Portela, Império Serrano, Unidos da Tijuca

Sinval Silva, compositor

Assinado o tombamento da Passarela do Samba, em 09/06

I Seminário da Velha Guarda na UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em 01/11

1995: 15e FECC REUNION – MALTA – 15o Congresso Mundial de carnaval
1996:
 16e FECC REUNION – MARIBOR/PTUJ – 16o Congresso Mundial de carnaval

Despedida: Luiz Antônio (Antônio de Pádua Vieira Costa), compositor (“Barracão”, “Sassaricando”, “Lata d água na cabeça”)

1997: 17e FECC REUNION – ARUBA – 17o Congresso Mundial de carnaval

Despedida: “Candonga” (José Geraldo de Jesus), sambista

Danças e Festas

Danças e Festas

Artes Populares são manifestações espontâneas da arte Brasileira. É a arte feita pelo povo. A arte popular é feita por artistas que permanecem sempre ligados a seus ambientes de origem, e, basicamente é consumida por sua comunidade, em seu meio social.

Objetos de cerâmica ou de tecelagem, manifestações feitas na rua, ditos populares ou ainda histórias contadas e inventadas em rodas de conversa e passadas pelas pessoas através dos tempos compõem a Arte Popular

A cultura e a tradição dos povos são expressas tanto pelas cerimônias e festivas quanto pelos rituais religiosos. As celebrações reafirmam laços sociais e raízes que aproximam as pessoas, movimentam e resgatam lembranças e emoções.

Mesmo com enfoques diferenciados, as festas populares têm características semelhantes como as manifestações do canto, da dança, da música. As festas populares e religiosas traduzem a cultura popular, a linguagem do povo, tudo que vem dele e de sua alma.

São principalmente importantes pelo o espírito de troca e fortalecimento dos laços dos integrantes de uma comunidade.

À medida que essas festas são desmotivadas e desaparecem como aconteceu na cidade de Cruzeiro, quase que completamente, os laços que unem as pessoas da comunidade são enfraquecidos até serem destruídos completamente dando lugar ao vazio social, que tem como consequência a destruição os valores sociais tradicionais, a educação social.

Uma comunidade assim desestimulada, enfraquecida e desarticulada torna-se vulnerável aos abusos do poder administrativo, aos vícios diversos.

É quase impossível ter-se uma sociedade organizada e participante sem tradição, sem festas populares, sem festas folclóricas que são, na verdade, o elo de fortalecimento dos diversos atores sociais.

Enfraquecer a sociedade negando e destruindo suas tradições, portanto, é um ato de vontade política administrativa que convém aos grupos manipuladores do poder e dos cofres públicos.

A princípio estas manifestações populares são ridicularizadas, depois, são destituídas de sentido através do desconhecimento de seus significados, para terminam qualificadas como primitivas e incultas, portanto desvalorizadas e rejeitadas pela maioria.

Esse processo de desmotivação popular é uma ferramenta eficiente para a manutenção do poder que ao mesmo tempo não oferece alternativas de desenvolvimento cultural a comunidade, promovendo assim, a paralisação, a estagnação cultural do município, a negação do direito fundamental à cultura e à informação.

Vimos acontecer isso em Cruzeiro. Essa desvalorização da cultura popular via desmobilização, na proposta que mudou, por exemplo, a nossa festa da “Santa Cruz” do seu local tradicional para o chamado “festódromo”, espaço oficial onde devem ser realizadas, obrigatoriamente, as festas populares.

As barracas e brincadeiras que aproximavam os munícipes no trabalho para fins de arrecadação beneficentes, fortalecendo os laços sociais, foram substituídas por espaços comerciais, sem vínculos profundos com a comunidade e com fins lucrativos. Comerciantes alugam os espaços e garantem arrecadação aos cofres públicos, em detrimento das iniciativas de artes populares.

Perdeu-se portanto a tradição, a linguagem, a espontaneidade, a naturalidade dessa manifestação de arte popular; estimulou-se o enfraquecimento dos laços sociais e promoveu-se as inúmeras consequências negativas daí, advindas.

Danças Populares

Congada: É uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros saem num cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, dançam simulando uma guerra e acompanham a rainha e o rei negro até a igreja ou o local onde serão coroados. Na época da escravidão e muito tempo depois os reis e rainhas coroados eram escolhidos seriamente para que não morresse a tradição do Congo.

Reisado: É festejo a véspera e o Dia de Reis. No período de 24 de dezembro a 06 de janeiro, um grupo de músicos, cantores e dançam e levam um estandarte do grupo, anunciam a chegada do Messias e fazendo louvações, por onde passam. O Reisado se compõe de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre, contramestre, figuras e moleques e músicos que acompanham o grupo.

Maracatú: É uma dança típica do Nordeste. Maracatu é um termo africano que significa dança ou batuque, no qual um grupo fantasiado faz saudações aos orixás, em um cortejo carnavalesco onde reis, rainhas, princesas, índios emplumados e baianas dançam nas ruas, pulando e passando de mão em mão a calunga, boneca de pano enfeitada, presa num bastão. Teve origem nas Congadas, cerimônias de escolha e coroação do rei e da rainha da “nação” negra. Ao primeiro acorde do maracatu, a rainha ergue a calunga para abençoar a “nação”. Atrás vão os personagens, com chapéus imensos, evoluindo em círculos e seguindo a procissão recitando versos que evocam histórias regionais.

Catira: Também chamado Cateretê é uma dança de origem indígena e dançada em muitos estados brasileiros. Foi bastante usada pelo Padre Anchieta que em sua catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos católicos, assim enquanto os índios dançavam, cantavam trechos religiosos, por este fato é que muitos caipiras paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o cateretê. Os trajes usados são as roupas comuns de todo o dia. A dança varia em cada região do país, mas geralmente são dançadas em duas fileiras formadas por homens de um lado e mulheres do outro, sapateando ao som de palmas e violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias são cantadas pelos violeiros.

Marujada: De origem portuguesa, também é conhecida como Cateretê. Ao som da viola ou da sanfona, o grupo dança sapateando, ao som de uma mistura cantigas náuticas que retratam as conquistas marítimas e o heroísmo dos navegadores portugueses. Esse bailado não possui enredo ordenado, mas a apresentação do auto, começa sempre com a chegada de uma miniatura de barco à vela puxado pela tripulação, que é formada pelos componentes do grupo de dança.

Carnaval – Folias à Brasileira

Carnaval

No Brasil, não existe um jeito de festejar o carnaval – e sim vários. De norte a sul, de leste a oeste, os brasileiros reinventaram a seu modo a folia de Momo, transformando-a em muitas, com músicas, comemorações e fantasias típicas. E assim o carnaval é uma expressão viva de nossa diversidade cultural.

Dessa variedade despontam as festas do Rio de Janeiro, de Pernambuco e Bahia, ricas em beleza e alegria, arte e tradição, atraindo milhões de pessoas e a atenção de todo o país.

Carnaval da Bahia

Hoje, a folia nas ruas de Salvador é um exemplo de manifestação popular. Mas o carnaval da Bahia já foi para poucos, como no fim do século XIX. Entre 1870 e 1890, era festejado em bailes de clubes e desfiles nas ruas da classe média. A inspiração desses eventos era a Europa, com fantasias e carros alegóricos ao estilo da Itália, e não havia a participação de negros e mulatos.

Estes, porém, criaram suas próprias festas, muitas vezes clandestinas, em que o ritmo africano se destacava. Não demorou para que se organizassem os primeiros grupos carnavalescos na tradição afro, como os afoxés, surgidos em 1895.

Os afoxés são a maior representação da cultura africana no carnaval da Bahia. Sua marca é a ligação com a espiritualidade, em que elementos do Candomblé estão muito presentes.

Vêm desta tradição religiosa as danças realizadas no desfile, o canto, na língua Nagô, os instrumentos musicais utilizados – atabaques, agogô, gam e xerê -, assim como a roupa e os adereços dos que desfilam: bata, calça e turbante da cor branca, que simboliza a paz de Oxalá, e as Contas dos Orixás (colar de miçangas usado como sinal de respeito a um Orixá e da proteção deste).

Os afoxés surgiram como manifestações dos Jejé-Nagôs, adeptos do Candomblé para quem é quase obrigação levar o axé (energia positiva) aos festejos. O mais famoso dos afoxés é o Filhos da Ghandi.

Foi só depois dos anos 40 que o carnaval de influência africana se espalhou dos bairros populares para o Centro de Salvador.

Essa ocupação de espaço foi definitiva e o primeiro fator de transformação da folia baiana no que hoje ela é. Hoje, além dos afoxés existem os blocos afro, cada vez mais numerosos, mostrando muita riqueza visual e uma musicalidade própria.

É uma arte tão forte que tem transcendido o carnaval e conquistado espaço na cultura brasileira como um todo. Nacionalmente conhecidos, com presença frequente na mídia, os grupos Araketu e Ilê Ayê, ligados aos blocos com mesmo nome, são dois exemplos desse fenômeno.

Eletrificando a folia

O segundo fator de transformação do carnaval na Bahia foi o surgimento do Trio Elétrico. É o elemento mais popular dos festejos de Salvador, estando hoje também presente nas festas carnavalescas de outras cidades, em todo o país. Foi inventado em 1950, por Dodô (Adolfo Nascimento) e Osmar (Osmar Macedo), que pesquisaram como aumentar eletricamente o som de instrumentos de corda, puseram amplificadores num carro Ford 49 e lançaram um novo modo de fazer carnaval.

Em 1951, chamaram Temístocles Aragão e, aí, sim, fizeram um trio. Um ano depois, passaram do automóvel para um caminhão decorado, numa jogada de marketing de uma empresa de bebidas, e desde então os trios elétricos são montados em grandes veículos.

Trios, sim, porque a ideia de Dodô e Osmar multiplicou-se. E cresceu. Hoje, algumas das grandes atrações do carnaval baiano são trios elétricos, como o Tapajós, o Marajós e o Cinco Irmãos. Grandes blocos e cordões de Salvador também têm seus trios, destacando-se o Eva, o Trás os Montes, o Camaleão e o Cheiro de Amor.

Estrelas da MPB, como Daniela Mercury, apresentam-se em trios, enquanto outras os imortalizaram – quem não se lembra de Caetano Veloso cantando “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.

O som dos trios elétricos tem influência do frevo. Em 50, Dodô e Osmar tocaram músicas da Academia de Frevo do Recife. Inspiraram-se na passagem do grupo pernambucano Vassourinhas pela Bahia, que foi um sucesso. Então, os trios elétricos trouxeram para o carnaval baiano uma outra tradição musical, e a modificaram para uma sonoridade elétrica. A isto somou-se a cadência, o balanço africano típico da Bahia, e o resultado é uma mistura que conquistou o Brasil. Prova são as micaretas, os carnavais tardios que entram nos calendários culturais de cidades de todas as regiões.

Mas a Bahia é a origem de todas essas celebrações e tem no encontro de trios e blocos na Praça Castro Alves a apoteose de seu carnaval.

É nesse ponto que os foliões formam uma multidão que ultrapassa o milhão de pessoas e, com sua animação, sua alegria espontânea, mostram que o carnaval está no coração do povo. Axé!

Carnaval de Pernambuco

A folia pernambucana chama atenção pela riqueza cultural. Os Maracatus, o Frevo e outras manifestações populares mostram a todo momento heranças africanas, indígenas e europeias.

As tradições não tiram a espontaneidade da festa, e sim a tornam mais fascinante. Um espetáculo que toma conta de Recife e Olinda, mas que também se faz presente no interior, assim como em outras cidades do litoral.

O carnaval de Pernambuco deriva tanto do Entrudo português quanto de cortejos de escravos, que remontam ao Brasil Colônia. No século XIX, a festa carnavalesca ganhou de vez sua identidade brasileira e pernambucana, com a criação e o desenvolvimento do frevo.

O Frevo

Nascido em Recife, o frevo é uma curiosa mistura da música de bandas militares com os ritmos do maxixe e do pastoril, da modinha e da quadrilha, e até da polca e do tango.

Sua dança ainda recebeu influência da capoeira. A partir dos anos 30, o frevo, cujo nome é uma transformação do verbo “ferver”, dividiu-se em três estilos: o frevo-de-rua, instrumental, para dançar; o frevo-de-bloco, de andamento mais lento, cantado muitas vezes por corais femininos; e o frevo-canção, também mais lento, com uma parte instrumental e outra cantada.

Em torno dessa manifestação musical, os foliões se juntam em vários tipos de grupos. Os mais conhecidos são os clubes de frevo, como o Vassourinhas, o Lenhadores e o Toureiros de Santo Antônio.

Por incrível que pareça, originaram-se de procissões coloniais da Quaresma, de Cinzas e do Fogaréu. Estes movimentos eram ligados a grupos de trabalhadores e, por isso, no passado, os clubes eram predominantemente masculinos. Hoje, claro, homens e mulheres brincam neles, ao som do frevo-de-rua.

Uma versão menor e ainda mais informal dos clubes são as troças, que se reúnem nos subúrbios, têm a tradição de ironizar e zombar dos poderosos e chamam atenção pelos nomes absurdos, como Cachorro do Homem do Miúdo.

Existem, ainda, os blocos, festejos originalmente realizados por famílias, grupos de amigos e de vizinhos. Deles participavam mulheres e crianças, no tempo em que os clubes eram masculinos, e por isso a sua música era menos frenética, tendência que produziu o frevo-de-bloco.

Os Maracatus

A manifestação de carnaval que mais evoca o passado colonial de Pernambuco é a dos maracatus.

Eles são uma forte herança africana com elementos europeus: simbolizam cortejos em homenagem aos reis negros, que no Brasil, mesmo escravos, expressavam sua condição especial em ritos imitados da nobreza branca.

Os maracatus se organizam em grupos chamados Nações, destacando-se a do Elefante e do Leão Coroado, que desfilam desde o século XIX.

O desfile de um maracatu mantém a ordem de um cortejo: é aberto pelo embaixador, que porta o estandarte de sua Nação, seguido pelo rei e a rainha, protegidos pela grande umbela, um enorme guarda-sol giratório. Logo atrás vêm as baianas e damas do paço, que cuidam do ritmo. Junto, vem carregada uma grande boneca de cera, a calunga, uma referência religiosa aos antepassados.

A música do maracatu não tem a rapidez esfuziante do frevo, mas é marcante pelo ritmo e a percussão. Sua sonoridade tem influenciado a nova música pernambucana, como prova o movimento Mangue Beat, que, surgido nos anos 90 com a liderança de Chico Science, mistura a batida do maracatu com elementos da moderna música eletrônica.

Outras manifestações

A folia de Pernambuco tem como destaques o frevo e o maracatu, mas sua diversidade garante espaço para outros festejos e brincadeiras, por si só muito interessantes.

Os Caboclinhos, por exemplo, impressionam pelas fantasias, com cocares de penas de ema, pavão e avestruz. São grupos que representam os índios, com dança e música cheios de tradições genuinamente indígenas. Um de seus destaques é a preaca, um instrumento percussivo parecido com o arco de flecha.

Já os Papangus são foliões mascarados e fantasiados com túnicas ou macacões que cobrem todo o corpo. Uma versão nordestina, mais irreverente, dos Clóvis.

Na cidade sertaneja de Bezerros eles fazem o espetáculo: usam belas máscaras artesanais e participam do concurso de Melhor Papangu, que chega a reunir 3 mil candidatos.

O bumba-meu-boi, um auto de Natal, é tão presente na cultura pernambucana que ganhou uma versão foliã, o Boi do carnaval. Nas ruas, divide espaço com outro animal, o Urso – na verdade, um homem fantasiado, preso por uma corrente a seu “domador” ou “caçador”. A dupla faz muitas brincadeiras, acompanhada de músicos que tocam sanfona, triângulo e ganzá. Este é um folguedo de origem cigana.

Como se toda essa variedade não bastasse, Pernambuco também tem escolas de samba e afoxés. Não é à toa que seu carnaval é um dos principais do Brasil, e uma festa de recordes.

Que o diga o bloco Galo da Madrugada: saindo em Recife, no Sábado do Zé Pereira, frequenta o livro Guiness desde 1995 como a maior agremiação carnavalesca do mundo.

Pelas ruas da capital pernambucana o Galo leva nada menos que um milhão e meio de pessoas!

Carnaval – Idade de Ouro

A popularização do rádio, o Teatro de Revista e o desfile das escolas de samba fizeram dos anos 30 e 40 a idade de ouro do carnaval no Brasil. Marchinhas animavam os bailes e as ruas, e os sucessos musicais daqueles tempos permanecem vivos e entusiasmantes até hoje.

A marchinha Pra você gostar de mim (Taí), composta em 1930 por Joubert de Carvalho, lançou para o estrelato um grande ícone do nosso carnaval: a “internacional” Carmen Miranda. A “pequena notável” emprestou a voz a diversas marchas carnavalescas.

Entre suas inúmeras gravações, podemos destacar: Adeus batucada (Synval Silva, 1935), Camisa listada (Assis Valente, 1937), Cantores do rádio (Lamartine Babo, João de Barro e Alberto Ribeiro, 1936), Disseram que voltei americanizada (Vicente Paiva e Luiz Peixoto, 1940), Eu dei (Ary Barroso, 1937), Isto é lá com Santo Antonio (Lamartine Babo, em dueto com Mário Reis, 1934), No tabuleiro da baiana (Ary Barroso, 1936), O que é que a baiana tem? (Dorival Caymmi, 1939) e Aurora (Mário Lago e Roberto Roberti, 1941).

Lamartine Babo (em parceria com os irmãos Valença) compôs a arrebatadora O teu cabelo não nega, em 1932, e foi também o autor do sucesso do carnaval de 1934.

História do Brasil, com esta hilariante letra:

Quem foi que inventou o Brasil?
Foi seu Cabral!
Foi seu Cabral!
No dia 21 de Abril
Dois meses depois do carnaval
Depois
Ceci amou Peri
Peri beijou Ceci
Ao som…
Ao som do Guarani!
Do Guarani ao guaraná
Surgiu a feijoada
E mais tarde o Paraty
Depois
Ceci virou Iaiá
Peri virou Ioiô
De lá…
Pra cá tudo mudou!
Passou-se o tempo da vovó
Quem manda é a Severa
E o cavalo Mossoró

“Nos versos finais, Lamartine faz referência a dois grandes ídolos do público na época: a fadista portuguesa Severa e o cavalo Mossoró, ganhador do Grande Prêmio Brasil.

Paraty, na segunda estrofe, refere-se a uma cachaça.” – explica o site “Ao Chiado Brasileiro”, de onde obtivemos os fonogramas e algumas histórias que contamos aqui.

O site é imperdível para quem quer conhecer a música brasileira do início do século passado.

Uma curiosidade sobre o grande Lamartine Babo: foi ele o autor de todos os hinos dos principais times de futebol do Rio de Janeiro – Botafogo, América, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama.

Diz a lenda que as composições nasceram de uma aposta, e que ele criou todas em uma única noite.

Composta em 1935, mais uma marcha de carnaval se transformaria em clássico eterno, além de hino do Rio de Janeiro: Cidade Maravilhosa, de André Filho.

A “idade de ouro” do carnaval carioca também foi marcada pela elegância dos grandes bailes carnavalescos – entre os quais destacavam-se o do Teatro Municipal e o do Hotel Copacabana Palace – e dos Desfiles de Fantasia, cuja maior figura foi Clóvis Bornay. Hoje considerado hors concours pelas dezenas de títulos que já conquistou, Bornay foi o vencedor do primeiro Desfile de Fantasias do teatro Municipal, em 1937.

Carnaval – Brasil

carnaval foi chamado de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas.

No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa.

Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baiana, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.

Carnaval – Recife

Século XVII

De acordo com as antigas tradições, mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores de Mercadorias.

Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para a Festa de Reis, Esta massa de trabalhadores era constituída, em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos, que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos em grande parte da cidade.

Século XVIII

Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana, surgiram particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado, no seu livro “Festas e Tradições Populares”, descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro, “Folk Lore Pernambucano”, transcreve um documento relativo à coroação do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife.

Os primeiros registros destas cerimônias de coroação, datam da segunda metade deste século nos adros das igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de SÃO BENEDITO.

Século XIX

Depois da abolição da escravatura, em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas, formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais.

Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviu de inspiração para a animação do carnaval recifense.

De acordo com informações de pessoas antigas que participaram desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi fundador, entre outros, um português de nome Antônio Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube comparecia à Matriz de São José, tocando uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente.

Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.

Século XX

O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na Rua do Imperador.

A Charanga do Recife, sociedade musical e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia em seus salões a mocidade do bairro de São José.

O carnaval do início deste século era realizado nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade, a iluminação pública eram lampiões queimando gás carbônico. Os transportes nos dias de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para a cidade.

As linhas eram feitas pelos trens da Great Western e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial, Beberibe e Olinda. A companhia de Ferro Carril, com bondes puxados a burros, traziam foliões de Afogados, Madalena e Encruzilhada.

Os clubes que se apresentaram entre 1904 e 1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado como pilhéria aos homens que não tinham mais virilidade.

O Corso

Percorria o seguinte itinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade.

O corso era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e outros.

A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias, desfilavam em lindos carros alegóricos.

Fonte: www.fundaj.gov.br/www.educacaopublica.rj.gov.br/www.unicruzeiro.org.br/www.artes.com/www.areliquia.com.br

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