Igreja Católica no Brasil

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Instituição religiosa de grande presença social, política e cultural no Brasil, a Igreja Católica Apostólica Romana chega ao país no descobrimento e lança profundas raízes na sociedade a partir da colonização.

Ordens e congregações religiosas assumem os serviços nas paróquias e dioceses, a educação nos colégios, a evangelização indígena e inserem-se na vida do país.

Até meados do século XVIII, o Estado controla a atividade eclesiástica na colônia por meio do padroado. Arca com o sustento da Igreja e impede a entrada no país de outros cultos, em troca de reconhecimento e obediência. O Estado nomeia e remunera párocos e bispos e concede licença para construir igrejas.

Confirma e executa as sentenças dos tribunais da Inquisição. Em contrapartida, controla o comportamento do clero, pela Mesa de Consciência e Ordens, órgão auxiliar do Conselho Ultramarino.

Igreja Católica no Brasil – Conflitos

Em 1707, com as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, elaboradas por bispos em uma reunião em Salvador, a hierarquia da Igreja conquista mais autonomia. As constituições uniformizam o culto, a educação, a formação do clero e a atividade missionária.

Não impedem, porém, o agravamento dos conflitos entre colonos e padres, em torno da escravização dos índios, que desembocam no fechamento da Companhia de Jesus pelo marquês de Pombal em 1759.

Nas décadas de 1860 e 1870, a Santa Sé, em Roma, decreta regras mais rígidas de doutrina e culto.

Bispos brasileiros, como o de Belém, dom Macedo Costa, e o de Olinda, dom Vital de Oliveira, acatam as novas diretrizes e expulsam os maçons das irmandades. Isso não é aceito pelo governo, muito ligado à maçonaria, e os bispos são condenados à prisão em 1875.

República leiga

Em 7 de janeiro de 1890, logo após a proclamação da República, é decretada a separação entre Igreja e Estado. A República acaba com o padroado, reconhece o caráter leigo do Estado e garante a liberdade religiosa. Em regime de pluralismo religioso e sem a tutela do Estado, as associações e paróquias passam a editar jornais e revistas para combater a circulação de ideias anarquistas, comunistas e protestantes.

Igreja Católica no Brasil
Igreja Católica no Brasil

A partir da década de 30, o projeto desenvolvimentista e nacionalista de Getúlio Vargas influencia a Igreja no sentido de valorização da identidade cultural brasileira. Assim, a Igreja expande sua base social para além das elites, abrindo-se para as camadas médias e populares.

A Constituição de 1934 prevê uma colaboração entre Igreja e Estado. São atendidas as reivindicações católicas, como o ensino religioso facultativo na escola pública e a presença do nome de Deus na Constituição.

Nessa época, o instrumento de ação política da Igreja é a Liga Eleitoral Católica (LEC), que recomenda os candidatos que se comprometem a defender os interesses do catolicismo.

Contra a ascensão da esquerda, a Igreja apoia a ditadura do Estado Novo em 1937. São do período os Círculos Operários Católicos, favorecidos pelo governo para conter a influência da esquerda.

Em 1952 é criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que coordena a ação da Igreja no país. O atual presidente, com mandato até abril de 1999, é o bispo de Pelotas (RS), dom Jayme Henrique Chemello. No final dos anos 50, a Igreja preocupa-se com questões sociais geradas pelo modelo de capitalismo no país, como a fome e o desemprego.

Em 1960, a Juventude Universitária Católica (JUC), influenciada pela Revolução Cubana, declara sua opção pelo socialismo.

Pressões de setores conservadores da Igreja levam os militantes da JUC a criar um movimento de esquerda, a Ação Popular (AP). Na época, a Igreja está dividida quanto às propostas de reformas de base do presidente João Goulart.

Com o Regime Militar de 1964 crescem os conflitos entre Igreja e Estado. A partir de 1968, com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), há uma ruptura total diante da violenta repressão – prisões, torturas e assassinatos de estudantes, operários e padres e perseguições aos bispos.

Na época, a Igreja atua em setores populares, com as comunidades eclesiais de base. Inspiradas na Teologia da Libertação, elas vinculam o compromisso cristão e a luta por justiça social. Nos anos 70, os abusos contra a ordem jurídica e os direitos humanos levam a Igreja a se engajar na luta pela redemocratização, ao lado de instituições da sociedade civil.

Em oposição à Teologia da Libertação desponta o movimento de Renovação Carismática Católica (RCC), de moral conservadora e rituais semelhantes aos das Igrejas pentecostais.

Igreja Católica no Brasil – Política

A igreja tornou-se poderosa instituição religiosa de grande presença social, política e cultural no Brasil.

Igreja Católica Apostólica Romana chega ao país no descobrimento e lança profundas raízes na sociedade a partir da colonização.

Além da Igreja Católica, outras ordens e congregações religiosas assumem os serviços nas paróquias e dioceses, a educação nos colégios, a evangelização indígena e se inserem na vida da população.

Após a proclamação da Republica foi decretada a separação entre Igreja e Estado. Foi, assim, reconhecido o caráter laico do Estado e garantida a liberdade Religiosa que temos hoje.

Catolicismo

Sacramentos, Festas religiosas, História e Organização, Os papas, Movimentos teológicos recentes, Teologia da Libertação

O maior ramo do cristianismo e o mais antigo como igreja organizada. O termo católico deriva do grego katholikos, universal. Exprime a idéia de uma igreja que pode levar o evangelho a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo.

Tem uma rígida hierarquia, centrada na autoridade do papa, que é eleito pelo colegiado superior da Igreja e o representa. A sede da Igreja fica no Vaticano, um pequeno Estado independente no centro de Roma, Itália.

Um dos pontos históricos de sua doutrina é a canonização dos cristãos que a Igreja acredita terem sido mártires ou realizado atos milagrosos, reconhecendo-os santos.

Os fiéis católicos veneram os santos como intermediários entre os homens e Deus. Maria, mãe de Jesus Cristo, é considerada a maior intermediária entre os fiéis e seu filho.

Segundo a doutrina da Imaculada Conceição, a mãe de Jesus teria nascido sem pecado e concebido seu filho virgem. E teria ascendido aos céus viva.

A veneração aos santos e os dogmas relativos a Maria são dois dos principais pontos que distinguem os católicos dos cristãos protestantes.

Sacramentos

A missa é o principal ato litúrgico católico e seu ponto culminante é a Eucaristia, um dos sete sacramentos da Igreja, momento em que os fiéis ingerem uma hóstia de trigo, embebida ou não em vinho, os quais, de acordo com a liturgia, estão transubstanciados no próprio corpo e no sangue de Jesus Cristo.

Os demais sacramentos são o batismo (ingresso na fé e na comunidade da Igreja com a unção do Espírito Santo, habitualmente no recém-nascido), crisma (confirmação do batismo e da fé), penitência ou confissão, casamento, ordenação e unção dos enfermos. As missas são rezadas em latim até a década de 60, quando o Concílio Vaticano II autoriza o uso da língua de cada país.

Festas religiosas

Além de Natal, Páscoa e Pentecostes – principais festas cristãs, existem outras comemorações de grande importância para os católicos. No Corpus Christi, dez dias após o Pentecostes, os fiéis celebram a presença de Jesus Cristo na eucaristia. Em muitos lugares, procissões de fiéis percorrem ruas decoradas com mosaicos coloridos, retratando temas religiosos.

O Dia de Reis, 6 de janeiro, lembra a visita dos três reis magos (Gaspar, Melchior e Baltasar) ao menino Jesus recém-nascido em Belém, quando o presenteiam com ouro, incenso e mirra, substâncias que representam sua realeza, sua divindade e sua humanidade.

A comemoração do Dia de Nossa Senhora de Aparecida, a santa padroeira do Brasil, é restrita ao país. Em 12 de outubro, feriado nacional, milhares de fiéis se dirigem à Basílica de Nossa Senhora de Aparecida, em Aparecida do Norte (SP), para homenageá-la.

História e Organização

A história do catolicismo está associada à expansão do Império Romano e ao surgimento dos novos reinos em que este se divide. A partir do século XVI, sua difusão se acentua com as grandes navegações, a chegada dos europeus à Ásia e a colonização da América.

Sua administração está estruturada em regiões geográficas autônomas chamadas dioceses, dirigidas por bispos subordinados ao papa. No decorrer de sua história milenar surgem inúmeras ordens religiosas, como a dos Beneditinos e a dos Franciscanos, que possuem mosteiros e conventos, e buscam desenvolver seus carismas, ou seja, os ideais específicos que as animam.

O casamento de sacerdotes é proibido desde a Idade Média na maioria absoluta das ordens, salvo em algumas igrejas orientais unidas a Roma, como a maronita. As mulheres são admitidas no trabalho missionário, em mosteiros, mas não no sacerdócio.

Os papas

Desde a Idade Média os papas são eleitos por um colégio especial de cardeais.

Com o decreto de Gregório X, no início do século XIII, o conclave torna-se uma votação secreta para evitar a interferência de pressões externas. Atualmente existem cerca de 150 cardeais no mundo, dos quais aproximadamente 120 têm direito a votar.

A escolha do novo papa começa com uma missa solene na Basílica de São Pedro. Depois, os cardeais se dirigem à Capela Sistina, onde é realizada a eleição, que pode durar vários dias. Durante esse processo, eles ficam incomunicáveis e são proibidos de deixar o local da votação.

O primeiro pontífice foi o apóstolo Pedro, no século I. Desde então, a Igreja Católica já teve 264 papas, entre eles João XXIII, um dos mais populares de todos os tempos. Seu papado, de 1958 a 1963, inaugura nova era na história do catolicismo, marcada por profunda reforma religiosa e política. João XXIII convoca o Concílio Vaticano II, responsável por mudanças que permitem maior integração da Igreja Católica com o mundo contemporâneo.

Ele busca, também, amenizar a hostilidade no interior do cristianismo, promovendo o diálogo entre suas principais vertentes (catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa). No plano político, enfatiza a necessidade de o papa intervir como conciliador em questões internacionais.

No poder desde 1978, o papa atual, o polonês Karol Wojtyla (1920-), adota o nome de João Paulo II. Ele é o primeiro não-italiano a ser eleito para o cargo em 456 anos.

Seu papado procura promover o crescimento do catolicismo, ameaçado pela crescente secularização e pela expansão do protestantismo, salientando a identidade católica.

Ele enfatiza o conteúdo moralizante da doutrina, defendendo o celibato clerical e condenando aos fiéis práticas como o divórcio, o uso de métodos artificiais de contracepção e o aborto.

Também incentiva o lado místico, expresso pelo apoio à corrente Renovação Carismática, entre outras. Sob sua liderança, a Igreja Católica admite, pela primeira vez, ter cometido erros durante a Inquisição.

Movimentos teológicos recentes

Renovação Carismática Católica – Surge nos Estados Unidos, em meados da década de 60, com o objetivo de reafirmar a presença do Espírito Santo no catolicismo.

Preserva as doutrinas básicas e enfatiza a crença no poder do Espírito Santo, que, segundo os carismáticos, realiza milagres, como a cura de fiéis.

Teologia da Libertação – Surgido na década de 60, principalmente na América Latina, o movimento tem um histórico conflituoso com o Vaticano por associar o cristianismo a questões políticas e sociais.

Defende a luta por justiça social como um compromisso cristão, admitindo o emprego das teorias marxistas na análise da injustiça das sociedades do terceiro mundo, o que leva a um conflito com setores conservadores da Igreja.

O teólogo brasileiro e ex-frade franciscano Leonardo Boff é um dos formuladores do movimento. Em 1984, é condenado pelo Vaticano ao silêncio por um ano, sendo proibido de se manifestar publicamente como punição pelas idéias contidas no livro Igreja, Carisma e Poder. Em 1992, ao ser sentenciado a novo período de silêncio, Leonardo Boff renuncia ao sacerdócio.

Catolicismo no Brasil

Basílica de Nossa Senhora de Aparecida

Estrutura da organização, Comunidades Eclesiais de Base, Renovação Carismática Católica (RCC)

Para a Igreja Católica, todos aqueles que receberam o sacramento do batismo são católicos.

Reverenciam a Virgem Maria, considerada a mais importante intermediária entre os fiéis e seu filho, Jesus Cristo, e os santos, mediadores entre o homem e Deus.

A missa é o principal ato litúrgico católico e seu ponto culminante é a Eucaristia. A maioria dos católicos, porém, é de não-praticantes. A pouca adesão às missas de domingo, principalmente nas grandes cidades, é um reflexo desse comportamento. Há, ainda, grandes divergências entre as orientações da Igreja e o pensamento dos fiéis. Segundo a pesquisa “Desafio do catolicismo na cidade”, do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris), em seis cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife), 73,2% dos católicos são favoráveis aos métodos contraceptivos, 59,4% ao divórcio, 62,7% ao segundo casamento e 43,6% ao sexo antes do casamento, todos proibidos oficialmente pela Igreja. Todavia, 84,3% dos fiéis confiam na instituição e 81,5% confiam no papa. Dos 124,9 milhões de adeptos em 2002, 18% participam de grupos formados por leigos (não-religiosos), como o movimento da Renovação Carismática e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

Estrutura da organização

A Igreja Católica experimenta rápida ascensão em número de administrações eclesiásticas durante a primeira metade do século XX.

As dioceses, que em 1900 eram 19, passam a ser 114 em 1940. Apesar de menos acelerado, o crescimento continua no fim do século XX. Em 1980, as dioceses eram 162, em 2000, passam para 268. Em 2002, de acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Católica, no país, conta com seis cardeais, 61 arcebispos (42 na ativa e 19 eméritos), 197 bispos e mais 71 membros, entre abades, coadjutores e bispos auxiliares. Há, ainda, 17 mil padres e 35 mil freiras. Em todo o Brasil, a Igreja organiza-se em 270 dioceses e 8,9 mil paróquias. No dia 19 de maio de 2002, o papa João Paulo II canoniza madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa brasileira. Nascida na Itália, madre Paulina veio para o Brasil com 10 anos de idade, em 1875.

Morreu em 1942, em São Paulo. O Vaticano reconhece dois dos inúmeros milagres atribuídos à madre.

Comunidades Eclesiais de Base

Grupos formados por leigos que se multiplicam pelo país após a década de 1960, sob a influência da Teologia da Libertação.

Curiosamente, as CEBs foram idealizadas pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro dom Eugênio Sales, integrante da corrente católica mais conservadora. Com o decorrer do tempo, as CEBs vinculam o compromisso cristão à luta por justiça social e participam ativamente da vida política do país, associadas a movimentos de reivindicação social e a partidos políticos de esquerda.

Um dos principais teóricos do movimento é o ex-frade brasileiro Leonardo Boff. Apesar de entrarem em declínio nos anos 1990, continuam mantendo milhares de núcleos em todo o país.

Em 2000, de acordo com pesquisa do Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser), havia cerca de 70 mil núcleos de Comunidades Eclesiais de Base no Brasil.

Renovação Carismática Católica (RCC)

De origem norte-americana, o movimento carismático chega ao Brasil em 1968, pelas mãos do padre jesuíta Haroldo Rahn.

Esse movimento retoma valores e conceitos esquecidos pelo racionalismo social da Teologia da Libertação. Os fiéis resgatam práticas como a reza do terço, a devoção a Maria e as canções carregadas de emoção e louvor.

A RCC valoriza a ação do Espírito Santo, um dos elementos da Santíssima Trindade, o que aproxima o movimento, de certo modo, dos protestantes pentecostais e dos neopentecostais.

Os carismáticos têm mais força no interior e entre a classe média.

Em 2000, segundo estudo do Instituto Superior de Estudos das Religiões (Iser), a RCC somava 8 milhões de simpatizantes, representados em 95% das dioceses, na forma de grupos de oração. Desse total, 2 milhões são jovens entre 15 e 29 anos, atraídos pela proposta renovadora e alegre, embalada pelas canções de padres-cantores, como Marcelo Rossi, religioso paulistano que se torna fenômeno de mídia em 1998 com o lançamento do CD Músicas para Louvar o Senhor.

A Igreja Católica no Brasil

A influência do catolicismo no Brasil é forte desde a chegada dos portugueses. No período colonial, ordens e congregações religiosas assumem os serviços nas paróquias e nas dioceses, a educação nos colégios e a catequização indígena. Até meados do século XVIII, o Estado controla a atividade eclesiástica na colônia, responsabiliza-se pelo sustento da Igreja Católica e impede a entrada de outros cultos no Brasil, em troca de reconhecimento e obediência.

Em 1750, o agravamento dos conflitos entre colonos e padres por causa das tentativas de escravização dos índios leva à expulsão dos jesuítas pelo marquês de Pombal nove anos depois. No entanto, só em 1890, após a proclamação da República, ocorre a separação entre a Igreja e o Estado e fica garantida a liberdade religiosa.

A partir da década de 1930, o projeto desenvolvimentista e nacionalista de Getúlio Vargas incentiva a Igreja a valorizar a identidade cultural brasileira, o que resulta na expansão de sua base social para as classes médias e as camadas populares. A instituição apóia a ditadura do Estado Novo, em 1937, a fim de barrar a ascensão da esquerda.

Em 1952 cria-se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a primeira agremiação episcopal desse tipo no mundo, idealizada por dom Hélder Câmara, para coordenar a ação da Igreja. No fim dos anos 1950, a preocupação com as questões sociais fortalece movimentos de caráter fortemente político, como a Juventude Universitária Católica (JUC). Desse movimento sai, em 1962, a organização socialista Ação Popular (AP).

Crise da Igreja contra o Estado

Durante a década de 1960, a Igreja Católica, influenciada pela Teologia da Libertação, movimento formado por religiosos e leigos que interpreta o Evangelho sob o prisma das questões sociais, atua em setores populares, principalmente por meio das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A instalação do regime militar de 1964 inaugura a fase de conflitos entre a Igreja e o Estado.

O auge da crise se dá em 1968, com a implantação do Ato Institucional Nº- 5 (AI-5), quando grande número de católicos se alia aos grupos oposicionistas, de esquerda, para lutar contra a repressão e os abusos que violam a ordem jurídica e os direitos humanos. A ação é intensa nos anos 1970.

Romanização

A partir dos anos 1980, com o papa João Paulo II, começa na Igreja o processo da romanização. O Vaticano controla a atividade e o currículo de seminários e diminui o poder de algumas dioceses, como a de São Paulo comandada na época pelo cardeal-arcebispo dom Paulo Evaristo Arns, afinado com os propósitos da Teologia da Libertação, que a Santa Sé pretende refrear.

Após o engajamento da Igreja na luta pela redemocratização, nos anos 1970 e 1980, os movimentos mais ligados à Teologia da Libertação cedem espaço, a partir da década de 1980, à proposta conservadora da Renovação Carismática.

A IGREJA E A COMUNIDADE

A igreja possui um papel fundamental na formação do caráter de seus discípulos, através da divulgação de suas doutrinas e aprendizados vividos do exemplo de vida Cristã, ainda mais em uma sociedade o qual se mostra cada vez mais tendendo para um caráter corrompido. O que preocupa ainda mais é a parte da comunidade jovem tombando para o descaminho, com o uso de drogas ilícitas, sexo inconsciente, casos de gravidez cada vez mais cedo, o que por si só gera um resultado de insatisfação e revolta dentro de cada indivíduo afetado, bem como para sua família, outro pilar importante para a pessoa.

Mas a pergunta que se faz agora é sobre a importância e influência da igreja na segurança pública, e a resposta é unânime entre os líderes religiosos: Toda.

Ao se ouvir as homilias e pregações nas igrejas cristãs percebe-se que está mais frequente a reclamação e revolta da sociedade para o cometimento de crimes perversos, e uns dos motivos apontados é o afastamento das pessoas com a igreja.

Ao indagar ao líder religioso da igreja Santa Terezinha, sobre a importância da Igreja e quais os impactos que ela exerce na sociedade, discorreu que houve um afastamento das pessoas para com a igreja, e o motivo elencado é a oferta de diversas tentações para essas pessoas, tal como é o consumo de substâncias entorpecentes, bebidas alcoólicas, sexo desenfreado e irresponsável, e que é muito difícil viver em uma vida de sacrifício como é a vida cristã, o qual se pauta bastante na responsabilidade. Se for observado o motivo dos roubos e furtos que ocorrem maciçamente na capital amazonense, encontra-se como resposta a manutenção do consumo e vícios, tal como é verdade que nos programas policiais exibidos nos meios de comunicação, os próprios infratores respondem que só fizeram isso para a compra de drogas, roupas, calçados, ou seja, na que tenha realmente uma devida importância.

Como a igreja tenta se reaproximar da sociedade é outro ponto fundamental para buscar compreender a atual conjuntura da sociedade.

A igreja por si só, como um dos aparelhos ideológicos e responsáveis pela formação moral do ser humano busca sua reaproximação com a parcela afastada da igreja através de seu meio social, pelo menos em seu auxílio para a inserção social, um dos exemplos mais marcantes são as pastorais católicas, tanto da juventude como da criança, que através de seus projetos sociais buscam as crianças e adolescentes a ocuparem seus tempos vagos com atividades ligadas ao ensino, lazer, bem-estar e capacitação, oferecendo serviços como: aulas de reforços, atendimentos médico e odontológico, atividades recreativas, além do ensino religioso. Mas não é necessária uma ação global para que se possam cumprir tais objetivos, na própria paróquia de Santa Terezinha, a oferta desses serviços, apesar de serem em menor proporção, já consegue surtir efeito na comunidade daquela região, tal como expôs o padre. Salienta-se a parceria da Polícia Militar com a comunidade religiosa, que visam minimizar cada vez mais os impactos sociais resultante do desvio de conduta dos indivíduos.

IGREJA DE HOJE

Há no Brasil de hoje duas forças: a Igreja e o povo. O desejo do Papa Destacou-se também a história da Igreja, com a finalidade de buscar subsídios para a compreensão do forte vínculo, que ainda hoje, une essas duas Instituições.

Considerando que a maioria das cidades brasileiras foi construída em volta de uma igreja, que suas festividades e feriados dedicados ao sagrado, entendem- se que estas entidades exercem uma forte influencia nas questões sobre segurança publica.

Mediante o artigo do Conselho de Segurança Municipal de Quixabeira: O papel da Igreja na construção de uma sociedade mais segura.

Afirmamos que a Igreja influência na segurança de duas maneiras: mediante a evangelização, trazendo a paz espiritual oriunda do seu relacionamento com o seu criador; e a segurança por meio da relação interpessoal, sem brigas ou conflitos, aquela provinda pelo contrato social e o respeito aos direitos fundamentais a paz social.

A Igreja deixa em suas escrituras um testemunho da nossa realidade de nossa sociedade e prega a seus fiéis: Eu vos deixo a paz eu vos dou a minha paz (Jo 14,27).

Mas, também alerta: A paz que eu vos dou não é a paz que o mundo dá.

Tendo o intuito de cooperar como responsabilidade de todos em proporcionar a segurança, abraçando a causa da caridade no reconhecimento da falta, no perdão, na reconciliação e, dessa forma, na paz que traz a segurança para todos, a Igreja retrata a relatividade da segurança pública, onde a subjetividade da segurança deve ser combatida em comunidade.

Hoje a sociedade ultrapassou o limite daquilo que se pode suportar. O sujeito só quer que os outros façam paz para ele, mas não há esforço nenhum de sua parte para fazer com que o outro, também, viva em paz.

Partindo desta afirmação a instituição examinada busca em ações sociais e evangelizações suprimir a individualização.

Almejando apoiar a comunidade e as associações que lutam para superar as causas da insegurança, promovendo diálogos com os poderes públicos, leis e políticas públicas, a Igreja católica lança, em 2009, o tema Fraternidade e Segurança Pública e que tinha como lema a paz é fruto da justiça. Um projeto concreto que mirou a construção de uma cultura de paz por meio de atitudes, orientada por valores humanos, como a solidariedade, a fraternidade, o respeito ao outro e à natureza.

Através da mediação pacífica de conflitos a Igreja tenta colaborar como a segurança, fazendo a sua parte através de projetos sociais como a Pastoral da Criança, Pastoral da Juventude, Pastoral da Família e do estímulo aos seus fiéis para participar de uma política do bem comum.

Por outro lado, não há programas que resulte em segurança numa sociedade que possuam marginalizados. Portanto, nesse sentido de construção de uma cultura da paz, as Igrejas tentam colaborar com a força política na inclusão de todos, sem distinção de raça e religião, conforme o art. 5º CF/88.

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (BRASIL, 1988).

Assim sendo, com políticas públicas bem direcionadas para a educação, a saúde e a segurança, através de serviços públicos sociais, como também dando respaldo às instituições não governamentais que dão a sua contribuição em projetos que desenvolvem a comunidade garantindo esses direitos para os marginalizados da sociedade.

Com o crescimento da pobreza, bem como, que entre as necessidades sociais e os recursos destinados a atendê-las existe um enorme abismo, o qual tende a alargar-se progressivamente, a Igreja de modo geral vem enfrentando desafios e questões sociais de toda ordem, principalmente diante de uma crescente segregação social, com indicadores verdadeiramente alarmantes, diante da famigerada globalização.

Contudo, diante dessa gravidade e urgência, a Igreja enfrenta os seus efeitos e causas, mediante a capacitação do rebanho, desafiando as limitações e organizando atividades extraescolares para crianças e adolescentes, contribuindo para seu desenvolvimento físico, intelectual, emocional, espiritual e social. Diante desses fatos, os indivíduos indignam-se e reagem perante os problemas e das injustiças que os afetam.

Fonte: geocities.yahoo.com.br/arqueoparque.com/Almanaque Abril/UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

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