Revolução Farroupilha

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Também conhecida como Guerra dos Farrapos, a Revolução Farroupilha foi o mais duradouro dos conflitos ocorridos durante o conturbado período Regencial brasileiro (1831-1840), estendendo-se até os primeiros anos do Segundo Reinado(1840-1889), momento em que o Brasil já se encontrava sob a batuta de D. Pedro II.

Dentre os motivos políticos que levaram a ocorrência da revolução, podemos destacar o forte ideário republicano dos revoltosos, descontentes quanto aos traços centralistas do governo imperial. Além desse fator, não podemos esquecer da grave crise política instaurada após da abdicação de D. Pedro I,em 07 de abril de 1831. Pela linha natural de sucessão ao trono real, quem deveria assumir as funções seria seu filho D. Pedro II, naquele momento inapto a exercer as devidas funções devido a sua idade.

Grande parte das motivações ideológicas dos revoltosos deu-se graças ao distanciamento da região sul do restante das províncias e, em especial, do governo federal, naquele momento localizado no Rio de Janeiro. Outro ponto que não pode ser descartado é a proximidade geográfica das províncias insurgentes com países da América Latina nos quais o republicanismo já havia adquirido grande força em termos políticos.

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Revolução Farroupilha

No que tange aos aspectos econômicos, a economia encontrava-se em crise devido aos altos impostos cobrados sobre o principal produto produzido na região sul, o charque (carne), muito consumido no local, que além dos impostos enfrentava também a concorrência dos países vizinhos localizados na região do Prata. Assim, não foi coincidência que os conflitos foram encabeçados, em especial, por indivíduos muito afetados pelos impactos da tributação sobre o charque, ou seja, os grandes estancieiros (fazendeiros).

A fim de acabar com as intervenções governistas, as elites da região pegaram em armas contra o governo, chegando a proclamar a separação da região em dois países independentes: a República Rio-Grandense (1839) no Rio Grande do Sul e a República Juliana (1839) em Santa Catarina, com a proposta de estabelecer uma futura confederação sulista.

Os conflitos foram encabeçados por dois grandes líderes: Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi, sendo que este último já havia participado de ações nas guerras de unificação italiana.

 Bento Gonçalves

Giuseppe Garibaldi

Após os primeiros combates, o conflito passou a se estender em demasia, o que gerava um desgaste humano e econômico muito forte para todas as partes envolvidas.

Ambos os lados já exauridos após anos de conflitos, deram início as discussões que acarretariam ao fim da insurreição, através do chamado Convênio de Poncho Verde, que concedia anistia aos revoltosos (muitos permaneceram nos seus cargos militares outrora concedidos pelo governo), impunha a libertação dos escravos que haviam lutado em prol da região sul e determinava que houvesse a troca do presidente da província.

Assim, em 1840, após 05 anos de Revolução, chegava ao fim uns dos principais conflitos internos ocorridos no Brasil, sem dúvida um dos mais importantes de nossa história.

Até os dias atuais é perceptível o ideal separatista dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, inspirados nos conflitos que envolveram os farrapos.

Revolta Farroupilha ou Guerra dos Farrapos

Revolução Farroupilha

Revolta Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos (1835-1845), levante na província mais meridional do Rio Grande do Sul, a mais longa e perigosa das cinco grandes revoltas regionais que abalaram o Brasil durante a regência (1831-1840). Inicialmente ridicularizados como farrapos, ou “maltrapilhos”, por sua característica vestimenta de couro com franjas, os rebeldes adotaram o nome como uma bandeira de orgulho e desafio. As queixas políticas e econômicas alimentaram a rebelião.

As queixas de que o distante governo central negligenciava as necessidades da província, subestimava seus sacrifícios militares e adotava políticas discriminatórias contra seus produtos pastoris geraram intenso regionalismo e pressão por descentralização e maior autonomia.

As tentativas de oficiais imperiais impopulares de fortalecer o controle central e a rivalidade interpartidária extrema levaram as coisas ao ponto de ruptura, dividindo as cidades costeiras dos pecuaristas do interior.

A revolta foi lançada na retórica do liberalismo radical e do republicanismo e atraiu a participação dos exilados italianos Giuseppe Garibaldi e Luigi Rossetti.

revolta teve início em 20 de setembro de 1835, sob a competente liderança do fazendeiro Bento Gonçalves da Silva. Os rebeldes rapidamente capturaram a capital da província de Porto Alegre, mas a perderam em junho de 1836 para as forças legalistas, que controlaram a zona costeira pelo restante do conflito. Quando a Regência não atendeu às suas demandas, os rebeldes se reuniram na cidade interiorana de Piratini e declararam a república independente em setembro de 1836, elegendo Bento Gonçalves presidente provisório.

As forças imperiais tiveram pouco sucesso militar contra os rebeldes no interior, onde ocorreu a maior parte dos combates. Bento Gonçalves foi capturado em outubro de 1836, mas escapou no ano seguinte, dando renovada energia à revolta. Os rebeldes receberam armas, suprimentos e apoio financeiro do líder caudilho do Uruguai, José Fructuoso Rivera, que, junto com alguns riograndenses, tinha planos de formar um novo estado unindo Uruguai, Rio Grande do Sul e as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes. Rio Grande era uma extensão natural da cultura pastoril ao sul, seus fazendeiros tinham muitos laços além da fronteira e há muito estava enredado na agitação política do Rio da Prata.

Os sucessos dos Farrapos influenciaram a eclosão da Revolta da Sabinada na Bahia em 1837, e os rebeldes proclamaram uma segunda república independente em Santa Catarina em 1839, após uma expedição pela fronteira norte do Rio Grande. Essa república caiu quatro meses depois e a maré da batalha voltou-se contra os rebeldes, que foram assolados pelo facciosismo e pela escassez de suprimentos.

Do lado imperial, trapaças, escassez de tropas e conflitos de autoridade dificultaram os esforços para reprimir a revolta.

Em 1842, o mais formidável comandante militar do século XIX do Brasil, Luis Alves de Lima E Silva, o barão de Caxias, assumiu o comando das forças legalistas e da administração da província. No ano seguinte, os rebeldes redigiram uma constituição moderada para a república, mantendo a escravidão, o catolicismo como religião oficial e prevendo eleições indiretas.

A habilidade política do barão de Caxias e suas vitórias militares em Caçapava, Bagé e Alegrete aos poucos trouxeram a província de volta ao controle imperial. Sua paz generosa, que incluía a liberdade dos soldados escravos, pôs fim ao conflito em fevereiro de 1845.

A subsequente interrupção do comércio do Brasil com o Rio da Prata devido à instabilidade renovada ali, juntamente com novas tarifas brasileiras sobre as importações de carne seca, aliviou as queixas econômicas do Rio Grande ao afrouxar a concorrência, pelo menos temporariamente. Até que ponto a rebelião foi separatista ou federalista ainda é uma questão de debate. Nos anos seguintes, os riograndenses destacaram as vertentes federalista e republicana da revolta, vendo nela antecedentes da república federalista de 1889.

Fonte: Vinicius Carlos da Silva/www.encyclopedia.com

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