História de Brasília

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Brasília é a capital da República Federativa do Brasil e do Distrito Federal brasileiro.

Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, sendo a 3ªcapítal do Brasil.

A partir desta data iniciou-se a transferência dos principais órgãos da Administração Federal para a nova capital com a mudança das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais.

Localiza-se no Distrito Federal.

No último censo realizado pelo IBGE (2000) foi indicada uma população de 2,05 milhões de habitantes, sendo 1,96 milhão na área urbana e cerca de 90 mil na área rural. As últimas projeções (IBGE 2004) indicam que a população total já esteja em cerca de 2,36 milhões de habitantes. Está situada na Região Centro-Oeste.

Seu Plano Piloto foi feito por Lúcio Costa e muitas de suas construções foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer

Brasília é formada pela Asa Norte, Asa Sul, Setor Militar Urbano, Setor de Garagens e Oficinas, Setor de Indústrias Gráficas, Área de Camping, Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios, Setor de Embaixadas Sul e Norte, Vila Planalto, Granja do Torto, Vila Telebrasília, Setor de áreas Isoladas Norte e sedia os três poderes da República Federativa do Brasil: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Segundo o geógrafo Aldo Paviani, Brasília é constituída por toda a área urbana do Distrito Federal, e não apenas a parte tombada pela UNESCO ou a região central, pois a cidade é polinucleada, constituída pelas várias regiões administrativas, sendo uma delas o Plano Piloto, de modo que as regiões perífericas, como Ceilândia e Gama, entre outras, estão articuladas às centrais, especialmente na questão do emprego, e não podem ser entendidas como cidades autônomas.

Naturalidade

Brasiliense é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília. Candango é o termo dado a quem vive em Brasília, mas nao nasceu na cidade. Atualmente também tem sido utilizado por alguns brasilienses para se identificarem. De origem africana, Candango significa “ordinário”, “ruim”, e era a denominação que se dava aos trabalhadores que participaram da construção de Brasília.

Turismo

Palácio do Planalto (ao fundo)No mundo inteiro, Brasília é a única cidade construída no Século XX classificada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Tem belos prédios, construções magnifícas e a arte está presente em todos os lugares. Entre suas atrações mais visitadas estão o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes, a Catedral, o Catetinho, a Torre de TV, o Memorial JK e o Santuário Dom Bosco. A cidade ainda conta com várias áreas verdes, como o Parque da Cidade Sarah Kubitscheck, o Parque Nacional de Brasília, mais conhecido como Água Mineral e o Jardim Botânico.

Brasília ainda é conhecida por suas comunidades religiosas, localizadas na cidade (como o Templo da Boa Vontade da LBV) ou nos seus arredores, como o Vale do Amanhecer, a Cidade Eclética e a Cidade da Paz.

História de Brasília
Brasília

Geografia

Brasília se localiza a 15°50’16” sul, 47°42’48” oeste a uma altura de 1050 a 1200 metros acima do nível do mar. Seu relevo é na maior parte plano, apresentando algumas leves ondulações. O clima é tropical de altitude de alternância e altitude, com um verão úmido e chuvoso e um inverno seco.

A temperatura média anual é de 19ºC, podendo chegar aos 28ºC no verão e a menos de 07ºC nas madrugadas de inverno, a noite mais fria do ano de 2006 foi no dia 09 de junho, as 3 e 55 da manhã fez 7.8 graus. Porém a temperatura pode variar no Distrito Federal, pois infelizmente o inmet só possui bases registradoras na região do plano-piloto e aeroporto. é muito normal durante os meses de inverno e outono, no Pico do Roncador, na serra do Sobradinho, registrar temperaturas negativas, pois o pico é o mais alto dentro do Distrito Federal. Ele fica a mais de 2.200 metros acima do nível do mar.

O frio também predomina na região rural e nas marges de rios e lagos. A umidade relativa do ar é de aproximadamente 70%, podendo chegar aos 30% ou menos no inverno. Fauna predominantemente típica de cerrado, em alguns lugares da cidade é possivel observarmos espécies de gimnospermas (pinheiros e também outros tipos de árvores provenientes de outra flora brasileira.

A cidade foi construída estrategicamente no Planalto Central, uma vasta região sem grandes acidentes geográficos no interior do Brasil. Algumas razões para sua construção são deslocamento do centro político do país para fora do eixo Rio-São Paulo, incentivo ao povoamento do interior quase vazio do país e melhor posição estratégica e militar da capital.

Brasília cresceu muito desde que foi construída. A cidade foi projetada para comportar no máximo 500.000 habitantes, sendo que hoje o Distrito Federal, quadrilátero em meio ao planalto determinado para abrigar a cidade, já possui mais de 2,2 milhões de pessoas, com 1,5 milhão nas cidades satélites e 600.000 habitantes em Brasília. A maior razão para seu superpovoamento é o fato de sua economia estar intimamente ligada ao poder público.

Brasília é a cidade com uma das maiores rendas per-capita do Brasil. Um dos problemas crônicos causados por tudo isso é que o número de carros em Brasília tende a aumentar a níveis para os quais a cidade não foi projetada; começaram a surgir inúmeros engarrafamentos na cidade, e alguns lugares se tornam intransitáveis na hora do rush. Para tentar amenizar esse quadro, foi construído um metrô, mas devido à sua extensão limitada e ao próprio crescimento da cidade, não alterou significativamente o problema de trânsito na cidade.

História

História de Brasília
Brasília

A primeira sede administrativa do Brasil foi São Salvador (atualmente Salvador), onde funcionou de 1578 até 1763, transferida posteriormente para o Rio de Janeiro. Mas desde o início da colonização a idéia de uma capital no interior esteve sempre presente. Apesar da falta de evidências, credita-se a originalidade da idéia ao Marquês de Pombal (1699-1782), que desejaria, então, uma capital inexpugnável, não apenas para a colônia, mas de todo o reino português.

Os patriotas da Conjuração Mineira de 1798 pretendiam instalar a capital do país na cidade de São João del Rei, enquanto os revolucionários nordestinos de 1817 imaginaram para a capital da república que pretendiam construir, uma cidade central, a 30 ou 40 léguas do mar.

Em 1808, a corte portuguesa refugiou-se no Rio de Janeiro. Em 1809, William Pitt, primeiro-ministro do Reino Unido recomenda, por motivos de segurança, a construção de uma Nova Lisboa no Brasil central.

A partir de 1813, Hipólito José da Costa, em repetidos artigos de seu Correio Braziliense, reivindicava “a interiorização da capital do Brasil, pròxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste”.

Em 1821 José Bonifácio preparou a minuta de reivindicações da bancada brasileira para a parecer da comissão encarregada da redação de aditamentos à constituição. Acredita-se que tais reivindicações inspiraram a publicação em 1822 de um in-fólio sob o título de “Aditamento ao projeto de Constituição para fazê-lo aplicável ao reino do Brasil”, em que se sugere “no centro do Brasil, entre as nascentes dos confluentes do Paraguai e Amazonas, fundar-se-á a capital desse Reino, com a denominação de Brasília”.

José Bonifácio de Andrada e Silva, tão logo viu proclamada a independência do Brasil, ofereceu à assembléia constituinte, a que então presidia, uma Memória, onde demonstra as vantagens “de uma nova capital do Império no interior do Brasil, em uma das vertentes do rio São Francisco, que poderá chamar-se Petrópole ou Brasília…”.

Na legislatura de 1852 a questão tornou a ser ventilada, despertando a atenção do historiador Varnhagen, que defendeu ardorosamente no compêndio “A questão da capital marítima ou no interior?”. Coube-lhe a primeira verificação prática no local (1877). Apontou então como local mais apropriado “para a futura capital da União Brasílica o triangulo formado pelas lagoas Formosa, Feia e Mestre d’Armas, das quais manam águas para o Amazonas, para o São Francisco e para o Prata!”. Determinava assim, com oitenta e três anos de antecedência, o ponto onde se iria instalar a nova capital.

Com o advento da república, volta a velha questão à tona, sempre ligada à defesa e ao desenvolvimento do país, afirmando-se expressamente, no art. 3o.da constituição republicana de 1891; “Fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.000 km², que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal.” Floriano Peixoto (segundo presidente da república) deu objetividade ao texto, constituindo-se a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil (1892), sob a chefia do geógrafo Luís Cruls, que apresentou substancioso relatório, delimitando, na mesma zona indicada por Varnhagen, uma área retangular que ficou conhecida como Retângulo Cruls.

Durante vários anos pouco se falaria na questão, e, na verdade, para tão arrojado plano, naquela época, seria necessário vencer as distancias com razoáveis estradas de ferro até o mar, exigindo uma tecnologia de que não dispunha o Estado.

Muito embora a constituição de 1934 previsse a interiorização da capital federal e ordenasse que, “concluídos os estudos, serão apresentados à Câmara dos Deputados, a qual tomará, sem perda de tempo, as providencias necessárias à mudança”, sobreveio a carta constitucional de 1937 e foram esquecidos tais propósitos. Reapareceu o mesmo texto no art. 4 das disposições transitórias da constituição de 1946, motivando a comissão chefiada pelo engenheiro Poli Coelho, que reconheceu a excelência do local já preconizado.

Outra comissão, constituída em 1953 e presidida (em 1954) pelo general José Pessoa, completando os estudos já realizados, delineou a área de futura capital entre os rios Preto e Descoberto, e os paralelos 15o30′ e 16o03′, abrangendo parte do território de três municípios goianos (Planaltina, Luziânia e Formosa), o que foi aprovado.

Em 09 de dezembro de 1955, o presidente da Repúbica em exercício, Nereu Ramos, através do decreto n.38.261 transforma a Comissão de Localização da Nova Capital do Brasil, em Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal, da qual foi presidente, de maio a setembro de 1956, o doutor Ernesto Silva, que, a 19 de setembro, lançou o concurso nacional do Plano Piloto de Brasília.

Em Jataí, no início de sua campanha eleitoral, Juscelino Kubitschek de Oliveira fora interpelado sobre o assunto da mudança da capital por um popular.

Respondera que a mudança era obrigação constitucional e daria os primeiros passos para sua efetivação.Eleito presidente da república, logo após sua posse, em janeiro de 1956, afirmou o seu empenho “de fazer descer do plano dos sonhos a realidade de Brasília”; Em 12 de março de 1957, instalou-se a Comissão julgadora do Concurso Público para a escolha do Plano Piloto da cidade de Brasília.

O arquiteto Oscar Niemeyer foi escolhido para chefia do Departamento de Urbanística e Arquitetura, sendo encarregado de abrir concurso para escolha do plano-piloto; assim, em março de 1957, uma comissão julgadora constituída por sir William Halford, Stano Papadaki, André Sive, Oscar Niemeyer, Luís Hildebrando Horta Barbosa e Paulo Antunes Ribeiro escolheu o projeto do arquiteto Lúcio Costa.

No dia 2 de outubro de 1956, em campo aberto, o presidente Kubitschek assinou o primeiro ato no local da futura capital, lançou então a seguinte proclamação: “Deste planalto central desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.”

No mesmo ano iniciaram-se os trabalhos de construção. Formou-se o Núcleo Bandeirante, onde se permitia maior liberdade à iniciativa particular e foi batizado com o nome de “Cidade Livre”. Especialmente do Nordeste, Minas Gerais e Goiás, principiaram chegar levas de trabalhadores. Os primeiros candangos.

Fonte: www.geocities.com

História de Brasília

Brasília foi inaugurada oficialmente em 22 de abril de 1960, mas os preparativos começou há mais de dois séculos atrás.

As duas primeiras capitais brasileiras, Salvador e Rio de Janeiro, foram construídas pela costa.

Desde a segunda metade do século 18, os governants (o Rei Português, os imperadores brasileiros e os presidentes da República do Brasil) tinha interesse em mudar a capital para uma área mais interior, menos expostos a ataques marítimos.

Em 1823, José Bonifácio de Andrade e Silva, um dos mentores da Independência do Brasil (conquistada em 1822), é uma de propor o movimento, já sugerindo o nome de Brasília.

Em 1891, a primeira Constituição da República do Brasil (proclamada em 1889) determinou que uma nova capital seria construída, em 1894, uma área de 14.400 quilômetros quadrados foi reservado para a capital.

Em 7 de setembro de 1922, a primeira pedra de Brasília está posto, em um local que hoje é administrada por Planaltina , uma das cidades satélites de Brasília.

No mandato do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950), o Brasil estava vivendo um período próspero (a guerra tinha se aproximado Brasil e EUA), e a mudança de capital saiu do papel para se tornar realidade. Em 1955, a comissão para a nova capital federal escolheu o local em que Brasília seria construída.

Em 1956, Juscelino Kubitschek de Oliveira é eleito presidente e cria a Companhia de Urbanização da Nova Capital ( Novacap ).

Kubitschek convida um jovem arquiteto, Oscar Niemeyer, para comandar o projeto. No mesmo ano de 1956, o trabalho no local começa.

Em 1957, um concurso público é ganho pelo urbanista Lúcio Costa, que apresentou as idéias inovadores para o projeto da nova capital, em seu trabalho que ficou conhecido como Plano Piloto (Plano Piloto).

Juscelino Kubitschek, ou JK, teve o lema “cinqüenta anos em cinco”, seu plano era fazer o Brasil crescer durante o seu mandato de cinco anos, tanto quanto os anteriores 50 anos; JK convidou os fabricantes de automóveis (como a Ford, GM e Volkswagen) para vir para o Brasil, e abriu várias estradas (em detrimento de ferrovias) para estimular a venda de carros. No entanto, querida JK era Brasília; ter a cidade terminou ainda durante seu mandato, ele não hesitou em alocar recursos humanos e financeiros para as obras; Boeings vários foram alugados para voar cimento, areia e outros supriments nos locais.

Juscelino estava tão obcecado com a idéia de ser o fundador de Brasília, que abriu oficialmente a cidade em 22 de abril de 1960, antes de ser concluída.

Desde o início, o crescimento de Brasília foi superior aos planejamentos.

De acordo com os planos originais, Brasília seria uma cidade para as autoridades governamentais e funcionários. No entanto, durante o período de construção, muitos brasileiros de todo o país (mas sobretudo das regiões Norte e Nordeste) migrou para Brasília; esses imigrantes eram chamados de “candangos”.

Os candangos era para voltar para casa quando Brasília foi concluída, mas a maioria não, muitos simplesmente não podia sair, e mais Brasília viu uma oportunidade para uma vida melhor.

Para acomodar os candangos, pequenas aldeias foram construídas no entorno do Plano Piloto. Como mais e mais migrantes foram atraídos pelas oportunidades de crescimento da capital, estas aldeias cresceu e tornou-se o Satélies Cidades (cidades satélites) de Brasília.

Até os anos 1980, o prefeito de Brasília foi nomeado pelo Governo Federal, e as leis de Brasília foram emitidos pelo Senado Federal.

Depois da Constituição de 1998, Brasília ganhou o direito de eleger seu governador, e uma Assembleia Distrital foi eleito para exercize do Poder Legislativo (ainda existem algumas diferenças entre Brasília e outras cidades brasileiras).

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Brasília

Fonte: www.colegiosaofrancisco.com.br

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Brasília capital da esperança

21 de abril de 1960, Brasília tornou-se oficialmente a capital do Brasil . Provavelmente não é coincidência que o evento ocorre no dia do aniversário da fundação de Roma …

Quatro anos antes, o presidente brasileiro Juscelino Kubitschek decidiu construir uma nova capital no centro do país, nas estepes do Estado de Goiás, para reorientar o desenvolvimento do Brasil para dentro.

O trabalho do planejador Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer é fiel ao “estilo internacional” inventado por Le Corbusier. Ela encanta estetas, mas não convenceu os seus habitantes ou aqueles nostálgicos da antiga capital, Rio de Janeiro.

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Catedral de Brasília, DR

Por que uma nova cidade?

A primeira capital colonial do Brasil, Salvador da Bahia foi fundada em 1549 no extremo oriental do país. Ele manteve seu status de dois séculos antes de ser substituído por Rio de Janeiro em 1763.

Logo fica evidente que os líderes do país com a altamente desenvolvida sul de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, no coração de áreas de mineração e do café, poderia engolir o resto do Brasil. Como unificar a nação e explorar suas possibilidades, se o capital está situada à margem desta área? A Constituição republicana de 1891, inspirado pelos Estados Unidos, prevê, no seu artigo terceiro, assim, a construção de uma nova capital no planalto central.

Este texto é uma letra morta até a posse do presidente Juscelino Kubitschek em 1956! Este último, que sucedeu Getúlio Vargas em condições muito difíceis, decidiu criar uma nova capital, de acordo com a Constituição, a fim de consolidar a sua legitimidade.

Este grande projeto irá proporcionar-lhe novos adeptos no país. É, portanto, um argumento para a campanha e, em 1957, por decreto fixou a data de abertura da nova capital, 21 de abril de 1960, duplo aniversário da fundação de Roma, por um lado, a execução do primeiro herói independência do Brasil, Tiradentes, em 1792, por outro lado.

O símbolo do novo Brasil

É o planejador Lúcio Costa, que desenhou os planos para a nova capital, com a idéia de que ela deveria simbolizar muito assertiva modernidade extrema no Brasil. Ele chama dois eixos, o eixo monumental (leste-oeste), que estão localizados ao longo dos edifícios dos ministérios e oficial, mas também o negócio, e um segundo eixo, curva (norte-sul), que estão localizados bairros habitação, superquadras. Tudo na forma de uma cruz ou um símbolo do avião da cidade e longe de todos dependentes de ligações aéreas. No cruzamento dos eixos, a estação de ônibus.

O arquiteto Oscar Niemeyer é responsável por edifícios principais, o mais importante é, sem dúvida, a catedral estrutura, hiperbolóide com uma base circular de 70 metros de diâmetro, cujos pilares convergir antes de partir novamente no topo.

Tudo está longe de terminar quando a capital foi aberto no dia marcado (a catedral em si vai ser consagrado em 1970). Qualquer que seja. O Cardeal Arcebispo de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, oferece a missa inaugural da cidade, com a cruz de ferro Cabral, descobridor do Brasil, que havia servido na primeira missa celebrada no Brasil, símbolo da renovação na continuidade.

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Palácio da Alvorada, Brasília (Oscar Niemeyer), DR

Um misto

A fundação de Brasília, sem dúvida, dado um novo impulso no Brasil, que é voltado para o interior e para a exploração da Amazônia para o melhor … ou pior, um ponto de vista ecológico.

No entanto, algumas ambições urbanas não poderia ser realizado.

O ala sistema independente, superquadras, com suas lojas e escolas, tende a isolar o seu povo e faz uso essencial do carro, porque a rua não é mais pensada como um lugar de interação social: Brasília é uma cidade projetada para automóveis.

Não ter os meios para aceder a estes superquadras, em que casa No total, 300.000 habitantes, migrantes de regiões mais pobres do Nordeste, atraídos pela capital, amontoados em cidades satélites caóticas, separado centro por um “cinturão verde” que preserva o ecossistema e fornece um espaço relaxante para os moradores da cidade. Um total de dois milhões de pessoas.

Brasília permanece quase exclusivamente como um centro administrativo e não tem nenhuma oferta de emprego, a taxa de desemprego é muito elevado.

Politicamente, a construção da nova capital, tem permitido a curto prazo poder estabilizador, mas não evitou o golpe militar de 1964.

Fonte: www.herodote.net

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“Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cerébro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Juscelino Kubistchek

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Brasília

Brasília, a capital do Brasil, inaugurada em 21 de abril de 1960, continua sendo uma das mais belas e a mais moderna cidade do país. Mas a sua história começa há mais tempo do que a maioria das pessoas imaginam.

O Começo do Sonho

Desde a época do Brasil Colônia já se pensava em construir uma nova capital. O Brasil tinha um imenso território e além das escaramuças de piratas e contrabando de pau-brasil, muitas nações européias foram tornando constantes os seus ataques à costa brasileira, desafiando a Coroa Portuguesa.

De nada valeram os esforços de D. João III em tentar criar um sistema de policiamento da costa do Brasil. Os ataques estrangeiros foram ficando cada vez mais freqüentes e revelavam a intenção de algumas nações em ocupar partes do território brasileiro. Basta lembrar que Salvador, a primeira capital do Brasil, sofreu diversos ataques de piratas ingleses e foi tomada pelos holandeses liderados pelo almirante Willenkens.

Os invasores só foram expulsos da capital brasileira um ano depois. Aos poucos, alguns brasileiros começaram a perceber que o Brasil estava de costas para o Brasil. Era um povo agrupado no litoral, lançando um olhar nostálgico para o continente europeu. Surgiriam então as primeiras vozes a defender a interiorização do país. Longe do litoral e dos ataques de canhões das naus inimigas, uma nova capital no interior do Brasil teria muito mais segurança.

Essa idéia foi defendida pelo Marquês de Pombal, em 1761. A Inconfidência Mineira, em 1789, já demonstrava a insatisfação dos brasileiros com a Coroa portuguesa e um anseio latente por um processo de interiorização do Brasil. Entre os planos dos inconfidentes estava a transferência da capital do Rio de Janeiro para São João Del Rei. Em 1808, o jornalista Hipólito José da Costa defendia a independência política do Brasil e fundou, no exílio em Londres, o jornal “Correio Braziliense”.

Hipólito José da Costa pregava a mudança da capital para o interior do país, que ele chamava de “paraíso terreal”.

A Independência do Brasil, em 1822, trouxe mais ânimo para os defensores da interiorização. Na Assembléia Constituinte de 1823, José Bonifácio defendeu a construção de uma nova capital que, segundo ele, seria uma grande chance de estimular a economia e o comércio. Essa foi a tese que José Bonifácio apresentou no documento que se intitulou “Memória sobre a necessidade e meios de edificar no interior do Brasil uma nova capital”.

José Bonifácio chegou a sugerir dois nomes para a nova cidade, que ele imaginou no Planalto Central: Petrópolis e Brasília. O diplomata e historiador Francisco Adolfo de Varnhagem, Visconde de Porto Seguro, também foi outro importante defensor da mudança da capital. Ele chegou a realizar estudos e também concluiu que a região do Planalto Central seria o local ideal para a nova capital.

Em 1891, na elaboração da primeira constituição republicana, a transferência da capital voltou a ser discutida. Foi aprovada a emenda do deputado catarinense Lauro Müller, que estabeleceu a demarcação de uma área no Planalto Central de 14 mil quilômetros para a construção da nova capital da República. Esse foi o primeiro passo constitucional para a mudança. Mas, se você acompanhar os próximos capítulos, verá que essa foi uma longa jornada, cheia de acidentes políticos, que percorreram a Primeira e a Segunda República.

A Assembléia Constituinte de 1891 aprovou a emenda do deputado Lauro Müller, que propunha a mudança da capital para o interior do país. Coube então ao novo governo republicano organizar uma missão de reconhecimento e demarcação da área do futuro Distrito Federal. O diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, Luís Cruls, foi encarregado de chefiar a missão.

Primeiras Concretizações

Em 9 de Junho de 1892, os vinte e dois membros da missão Cruls partiram de trem, com destino a Uberaba, Minas Gerais. Eles levavam quase dez toneladas de equipamentos, como lunetas, teodolitos, sextantes, barômetros e material fotográfico para demarcar a área da futura capital no Planalto Central.

A partir de Uberaba, a expedição seguiu em cavalos e mulas, passando por Catalão, Pirenopólis e Formosa. A missão formada por biólogos, botânicos, astrônomos, geólogos, médicos e militares percorreu mais de quatro mil quilômetros.

Foram sete meses de muitas caminhadas e trilhas percorridas a pé ou em mulas, descobrindo a imensidão do Planalto Central do país. Através dos relatórios da Missão Cruls, o Brasil pôde, pela primeira vez, conhecer em detalhes o clima, o solo, os recursos hídricos, minerais, a topografia, a fauna e a flora do Planalto Central. Cruls destacou a qualidade do solo pesquisado, suas possibilidades para a agricultura e fruticultura e também o clima da região. “É inegável que até hoje o desenvolvimento do Brasil tem-se sobretudo localizado na estreita zona de seu extenso litoral, salvo, porém, em alguns dos seus Estados do sul, e que uma área imensa de seu território pouco ou nada tem se beneficiado com este desenvolvimento. Existe no interior do Brasil uma zona gozando de excelente clima com riquezas naturais, que só pedem braços para serem exploradas.”

O Arquivo Público do Distrito Federal mantem os documentos originais da expedição. É emocionante verificar os diários, as anotações e dados científicos misturados a pequenos bilhetes de amor dos integrantes da missão endereçados às suas esposas e namoradas.

História de Brasília
Pedra fundamental da nova capital do Brasil, em Planaltina, no estado de Goiás

O Presidente Epitácio Pessoa, amparado na constituição de 1891, lança a pedra fundamental da nova capital do Brasil, no morro do Centenário, em Planaltina, no estado de Goiás.

O Presidente atendia ao pedido de alguns deputados, entre eles um de nome bastante curioso: Americano Brazil, que disse: “a pedra fundamental, em Planaltina, é um alento para a fibra adormecida do ideal nacional.” Americano Brazil seguiu sua cruzada, discursando no Congresso Nacional em defesa da mudança da capital. Ele até lançou um título para a dura caminhada “rumo ao Planalto.” Mas nada aconteceu durante um longo tempo.

Era Juscelino

História de Brasília
Juscelino Kubitscheck chegando ao Planalto Central

No dia 2 de outubro de 1956, pousou numa pista improvisada no Planalto Central um avião da FAB trazendo o Presidente Juscelino Kubitscheck. Na comitiva presidencial estavam o Ministro da Guerra, General Lott, o Governador da Bahia, Antonio Balbino, o Ministro da Viação, Almirante Lúcio Meira, o arquiteto Oscar Niemeyer, a diretoria da Novacap e ajudantes do presidente. Eles foram recepcionados pelo Governador de Goiás, Juca Ludovico e por Bernardo Sayão.

O avião aterrisou às 11:45h, numa manhã de outubro.

Olhando as fotografias daquele ensolarado dia, dá para imaginar o desafio que se apresentava aos olhos do Presidente: o vasto e imenso horizonte de um cerrado virgem, longe de tudo e de todos, sem estradas, sem energia ou sistemas de comunicação.

Juscelino, em seu livro “Por que construí Brasília”, conta que “de todos os presentes, o General Lott era o que se mostrava mais desconcertado. Distanciado-se dos presentes, deixou-se ficar à beira da pista.

O presidente lembra em sua obra: ” Ao me aproximar dele, não se conteve e perguntou: O senhor vai mesmo construir Brasília, Presidente ?”

Juscelino escreveu no livro de ouro de Brasília: “Deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cerébro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.

A primeira visita do Presidente Juscelino Kubitschek ao sítio castanho, escolhido para sediar a futura Capital, não foi apenas simbólica. Na ocasião, foram determinados o local para construção do aeroporto de Brasília, restauração e melhoria das estradas para Goiânia e Anápolis, construção das estradas entre os canteiros de obras, dos prédios provisórios para os operários e a elaboração do projeto do Palácio da Alvorada.

Mas antes da conclusão do projeto do Alvorada, um grupo de amigos de Juscelino resolveu presentear o Presidente com uma residência provisória no Planalto.

História de Brasília
“Catetinho”, primeiro prédio de Brasília

Nascia, assim, o “Catetinho”, primeiro prédio de Brasília, um palácio de tábuas projetado por Oscar Niemeyer.

O nome veio do diminutivo do palácio presidencial no Rio, Palácio do Catete. Niemeyer elaborou um projeto simples, apenas com o uso da madeira e que pudesse ser executado em dez dias. Apesar da simplicidade de seu projeto, o Catetinho traz os traços da arquitetura moderna brasileira.

É como se Niemeyer tivesse criado uma maquete de sua futura e imensa obra na Capital. O Catetinho é um símbolo dos pioneiros, um palácio de tábuas, mas que serviu como a primeira residência de Kubitschek e foi também a primeira sede do Governo na Capital. Foi construído próximo à sede da antiga Fazenda do Gama, onde Juscelino descansou e tomou o seu primeiro cafezinho no Planalto.

Houve quem acreditasse em Brasília e, tão logo a notícia se espalhou, surgiria na poeira do cerrado um herói anônimo: o candango.

A expressão candango, que no ínicio teve um tom pejorativo, aos poucos, passou a ser a marca dos pioneiros que se engajaram na aventura de construir Brasília.

A nova capital abria a chance de uma vida melhor. Os candangos foram chegando e erguendo barracos e casas de madeira na cidade provisória. Em dezembro de 1956 eram apenas mil habitantes; em maio de 1958 já havia mais de trinta e cinco mil.

O movimento era frenético, jipes e tratores cortando o cerrado. Um trabalho duro, sem domingo nem feriado. Israel Pinheiro organizou suas equipes de trabalho com uma disciplina de guerra. Dia e noite, sol ou chuva, Brasília não parava.

No dia 19 de setembro de 1956, foi lançado o edital para o concurso do plano piloto, que estabelecia o prêmio de um milhão de cruzeiros para o autor do projeto vencedor.

A nova capital nascia sob o signo de uma grande aventura e havia a expectativa de se encontrar um projeto que imprimisse a contemporaneidade e a ousadia esperada de Brasília.

Sonho realizado

Cabe lembrar que a arquitetura moderna brasileira despontara a partir de 1927 com a construção da primeira casa modernista de Warchavchik, em São Paulo.

Rino Levi, Lúcio Costa, Álvaro Vital Brazil, o polêmico Flávio de Carvalho e Oscar Niemeyer deram grande impulso à criação da arquitetura moderna no país.

Era grande a influência das idéias de arquitetos como Mies Van der Rohe, Frank Loyd Wright, Gropius e, sobretudo, o grande mestre Le Corbusier, que teve imensa importância na formação e avanço da moderna arquitetura no Brasil.

Até o dia 11 de março de 1957, a comissão julgadora do concurso tinha recebido 26 projetos, num total de 63 inscritos. Dentre os jurados estavam o arquiteto Oscar Niemeyer, um representante do Instituto de Arquitetos do Brasil, outro do Clube de Engenharia do Brasil, bem como o urbanista inglês William Holford, o francês André Sive e o americano Stamo Papadaki. Havia projetos ousados e até mesmo curiosos como o de M.M.M Roberto, que previa uma cidade construída em sete módulos circulares com 72.000 habitantes em cada módulo.

No projeto de Rino Levi, Cerqueira Cezar e Carvalho Franco, seriam construídos superblocos de 300 metros de altura, que abrigariam 288.000 pessoas.

O projeto escolhido foi o de Lúcio Costa, que nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar, promovendo o encontro de dois eixos. Um conceito simples e universal.

Lúcio Costa foi o vencedor, não pelo seu detalhamento, que era pobre perto de outros concorrentes, que apresentaram maquetes, croquis e estatistícas, mas pela concepção urbanística e pela fantástica descrição de seu estudo. Não deixa de ser curioso que num concurso urbanístico, as palavras tenham vencido o detalhamento técnico.

Mas Lúcio Costa tratava as palavras com a precisão de um poeta, era a obra de um ser livre que se permitiu sonhar. O próprio Lúcio Costa destaca, entre os “ingredientes” da concepção urbanística de Brasília, as lembranças dos gramados ingleses de sua infância, das auto-estradas americanas, dos altiplanos da China e da brasileríssima Diamantina. Lúcio Costa planejou uma Brasília moderna, voltada para o futuro, mas ao mesmo tempo “bucólica e urbana, lírica e funcional”.

Ele eliminou cruzamentos para que o tráfego dos automóveis fluísse mais livremente, concebeu os prédios residenciais com gabarito uniforme e construídos sobre pilotis para não impedir a circulação de pessoas.

Uma cidade rodoviária com amplas avenidas e vasto horizonte, valorizando o paisagismo e os jardins. O plano de Lúcio Costa foi, contudo, vago no que se referia à expansão imobiliária e à criação de bairros operários. Ele diz na memória descritiva do Plano Piloto “deve-se impedir a enquistação de favelas tanto na periferia urbana quanto na rural. Cabe à Companhia Urbanizadora prover dentro do esquema proposto acomodações decentes e econômicas para a totalidade da população”.

Não foi preciso que muitos anos se passassem para que surgissem problemas ligados à habitação popular que, durante a própria construção da capital foram chamados de invasões e se multiplicaram. Todos os dias, novos barracos eram erguidos na chamada Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e também próximos aos canteiros de obras. Os operários que trabalhavam na construção da cidade não pretendiam abandonar a Capital depois de sua inauguração.

As cidades satélites não surgiram como fruto de um plano detalhado, conforme o que regia a construção do Plano Piloto, mas pela urgência imposta pelas invasões.

Em junho de 1958, nascia a primeira cidade satélite, propriamente dita: Taguatinga, construída às pressas para abrigar 50.000 pessoas, em sua maioria operários com suas famílias.

As Satélites, aos poucos, se transformariam em importantes centros econômicos.

Depois de Taguatinga, Israel Pinheiro iniciou a construção de outras Satélites: Sobradinho, Paranoá e Gama.

Durante três anos, Brasília viveu um ritmo de trabalho alucinante. O Presidente Juscelino Kubitscheck vistoriava as obras pessoalmente com Israel Pinheiro.

Os partidos de oposição alegavam que Brasília não ficaria pronta no prazo e insistiam para que adiassem a transferência da Capital.

Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960, com toda pompa que a capital merecia. Vencendo os prognósticos pessimistas da oposição.

Hoje, Brasília é uma bela cidade como no sonho de um homem que um dia vislumbrou o futuro de olhos bem abertos.

Fonte: www.skyscrapercity.com

História de Brasília

Rumo ao planalto

Menos de três meses depois de tomar posse na presidência, JK deu o primeiro passo para construir uma nova capital no centro do país – cumprindo, assim, promessa que fizera, no início da campanha, durante um comício na cidade goiana de Jataí.

Cumpria também um dispositivo incluído em sucessivas Constituições – a idéia de transferir a capital federal vinha de muito longe, do tempo do Império, sem que os governantes fizessem muito para tirá-la do papel. Disposto a fazer dela a “meta-síntese” do ambicioso Plano de Metas com que chegou à presidência, a 18 de abril de 1956 Juscelino enviou projeto de lei ao Congresso Nacional.

Depois de vencer resistências de parlamentares da oposição, o projeto se transformou em lei, sancionada a 19 de setembro, que fixava os limites do novo Distrito Federal e autorizava a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Para presidi-la, JK escolheu um velho amigo, o engenheiro Israel Pinheiro, deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) de Minas Gerais.

Outra lei, de 1º de outubro, fixou a data para a mudança da capital: 21 de abril de 1960. Significava que tudo teria que ser feito no curto espaço de três anos e sete meses.

Mesmo entre os governistas, poucos acreditavam que isso aconteceria. E a oposição apostava que o presidente, ao se meter naquela missão impossível, acabaria desmoralizado.

A primeira visita ao planalto

Marcada para 21 de abril de 1960 a mudança da capital, a 2 de outubro de 1956 o presidente JK embarcou com pequena comitiva num DC-3 da Força Aérea Brasileira e foi conhecer o lugar onde Brasília seria edificada.

O avião desceu numa precaríssima pista de 2 mil metros, rasgada dias antes pelo vice-governador de Goiás, o engenheiro agrônomo carioca Bernardo Sayão – responsável, entre outras obras, pela abertura da rodovia Belém-Brasília, em cuja construção morrerá, em janeiro de 1959.

Por ocasião dessa primeira visita, JK deixou no Livro de Ouro da futura capital uma frase que se tornou célebre e está gravada no mármore do Museu da Cidade, na praça dos Três Poderes:

“Deste planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.”

Nasce uma cidade

História de Brasília
Juscelino Kubitschek

Sob o comando de Israel Pinheiro, o presidente da Novacap, a 3 de novembro de 1956 tratores já levantavam poeira nos trabalhos de terraplenagem em Brasília. Uma semana depois, estava pronto um “palácio” de madeira, o Catetinho. A pista de pouso provisória aberta por Bernardo Sayão para a primeira visita de JK, um mês antes, foi espichada para 3 mil metros e no começo de 1957 estava pavimentada.

O presidente, que tinha paixão por aviões, haveria de usá-la, nas freqüentes viagens que fazia do Rio de Janeiro – a “Belacap”, dizia-se então, ou “Velhacap” –, a bordo de valentes DC-3 (trocados, mais adiante, por um turboélice Viscount), em vôos que duravam quase cinco horas. Saía no começo da noite, inspecionava obras no início da madrugada, pegava o avião de volta e, acomodado num leito improvisado, ia amanhecer no Rio. Em cinco anos de governo, faria 365 viagens a Brasília.

Estradas eram abertas para ligar a lonjura do planalto aos grandes centros do país, pondo por terra a lenda, alimentada pelos críticos da mudança, de que a construção de Brasília dependia do dispendioso transporte aéreo.

Em março de 1957, no Rio, uma comissão julgadora formada por urbanistas brasileiros e estrangeiros escolhia o melhor projeto para a nova capital, com previsão de 600 mil habitantes – o de número 22, assinado por Lúcio Costa.

No Plano Piloto por ele concebido, de genial simplicidade, tudo se organizava em torno de dois eixos dispostos em cruz. Brasília, dirá o autor:

“nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal-da-cruz”.

Do alto, JK vê as obras

Com a mudança da capital marcada para 21 de abril de 1960, tudo teria que ser feito em regime de urgência. O planalto Central transformou-se num fervedouro de candangos, como eram chamados os operários, em sua maioria vindos do Nordeste em busca de trabalho. (Junto com o nome do presidente, o apelido desses trabalhadores foi tomado para batizar uma espécie até então desconhecida de roedor, encontrada no cerrado goiano, nessa época, pelo biólogo João Moojen de Oliveira.)

Instalados em cidades-satélites que brotaram à margem do plano-piloto, em abril de 1957 eles eram 10 mil. Três anos depois, 60 mil. JK recordará aquele poeirento formigueiro:

“Sobrevoando o planalto é que se tinha uma visão de conjunto dos trabalhos. Caminhões iam e vinham, levando ou trazendo material de construção. Bulldozers, às dezenas, revolviam a terra, abrindo clareiras no cerrado. […] Aqui e ali, já se viam as torres metálicas das estações de telecomunicações, através das quais centenas de mensagens eram enviadas, pedindo cimento, cobrando remessas de material elétrico, exigindo jipes, caixas-d’água, tambores de gasolina, gêneros enlatados, peças de veículos. Era um mundo que despertava no cerrado, ressonante de sons metálicos e estuante de energia humana. […] O próprio chão estremecia, rasgado pelas estacas Franki. Os edifícios iam surgindo da terra, perfurada em todas as direções. Cada obra ostentava uma tabuleta com os dizeres: ‘Iniciada no dia tal. Será concluída no dia tal’.”

Os críticos de Brasília

No bem-bom do litoral, adversários de JK duvidavam de que ele concluísse a tempo a construção da cidade. Os prazos, porém, foram pontualmente observados. Em apenas um ano se fez o Palácio da Alvorada, inaugurado em junho de 1958. Do mesmo ano são o Palácio do Planalto, as duas cuias e os prédios gêmeos do Congresso Nacional, a praça dos Três Poderes e edifícios dos ministérios.

Um dos detratores de Brasília, o escritor Gustavo Corção, sacava seu diploma de engenheiro para afirmar que o lago Paranoá nunca encheria, pois o solo era por demais poroso.

Até receber um telegrama presidencial: “Encheu, viu?!”.

Duvidou também de que o ermo de Brasília pudesse ser ligado por telefone com o Rio de Janeiro. Quando isso aconteceu, a 17 de abril de 1960, JK mandou discar para a casa de Corção.

Crítico feroz de Juscelino e de Brasília, o economista Eugênio Gudin recusou convite de Israel Pinheiro, para visitar a capital em construção – morreu falando mal da cidade e de seu criador, em 1986.

Menos azedo, um jovem compositor popular, Juca Chaves, alfinetava JK numa canção que fez sucesso em 1960: “Presidente bossa-nova”, expressamente dedicada “ao muso”. Censores por demais zelosos apressaram-se em proibir a música, mas o “muso” não apenas mandou liberá-la como convidou o autor a visitá-lo no palácio. Juca Chaves compareceu de terno – e sem sapatos.

A nova capital dava samba – e também marchinha: “Vamos pra Brasília”, que animou o Carnaval de 1958, na voz de Jorge Veiga. “Não vou pra Brasília”, retrucava, no mesmo ano, um samba de Billy Blanco, cantado pelo grupo Os Cariocas.

Para JK, cinco anos de mandato foram cinqüenta de brincadeiras e piadas, por vezes ofensivas. Nem por um minuto perdeu o bom humor e a tolerância.

“Só mesmo o Nonô”

A festa da inauguração de Brasília começou na noite da véspera, 20 de abril de 1960, com uma missa campal que invadiu o dia 21 e arrancou lágrimas do criador da cidade.

Despertado na manhã seguinte com um toque de alvorada, ele enfrentou alegremente uma agenda em que lhe coube, entre muitos outros compromissos, recepcionar embaixadores estrangeiros e presidir uma reunião do ministério – formalmente, a instalação do poder executivo na nova capital.

Primeiro ato oficial de JK: assinatura de mensagem propondo a criação da Universidade de Brasília.

Numa paisagem em que a poeira do planalto cobria democraticamente as cartolas e casacas das autoridades e as roupas domingueiras dos trabalhadores, tudo era festa em Brasília naquela quinta-feira. Parada militar, desfile de candangos, baile improvisado nas ruas, queima de fogos no Eixo Rodoviário, JK percorrendo avenidas em carro aberto, Esquadrilha da Fumaça roncando no céu onde no final da tarde se abriu um arco-íris. À noite, no Palácio do Planalto, baile de gala para 3 mil convidados.

A certa altura do dia, a primeira-dama, d. Sarah, encontrou a sogra debruçada numa janela do Palácio da Alvorada. “Só mesmo o Nonô”, murmurou d. Júlia, “seria capaz de fazer tudo isso”.

Fonte: www.projetomemoria.art.br

História de Brasília

A História de Brasília

Brasília não foi formada ao acaso.

Foi criada para ser a capital do país. Do Relatório Belcher (1955) transcrevemos: “O Brasil deve ser louvado pelo fato de ser a primeira nação na história a basear a seleção do sítio de sua capital em fatores econômicos e científicos, bem como nas condições de clima e beleza”.

Já em 1810, existia a proposta de fixação do governo no interior, longe dos portos, para garantir a segurança da capital do País. Entretanto, foi em 1891, com a promulgação da Primeira Constituição Republicana do Brasil, que surgiram as primeiras atitudes concretas, ao ser fixado, em seu artigo 3º, que seria demarcada, no Planalto Central, uma área de 14 mil quilômetros quadrados para a construção da futura capital. Em conseqüência, em 1892, foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, integrada por médicos, geólogos, botânicos, entre outros, e liderada pelo astrônomo Luiz Cruls.

Cruls e seus companheiros, em apenas 7 meses, percorreram mais de quatro mil quilômetros do Planalto Central Brasileiro, elaborando um levantamento minucioso sobre a topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região. A área ficou conhecida por Quadrilátero Cruls. Em 1894, o astrônomo apresentava ao Governo Republicano o Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central, o qual passou a ser conhecido por Relatório Cruls.No dia 7 de setembro de 1922 foi lançada, neste local, a pedra fundamental da futura capital do Brasil.

Muitos anos se passaram até que a Constituição de 1946 determinasse um estudo para a localização da nova capital federal. A Comissão nomeada em 1948, pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra, conhecida como Missão Polli Coelho, constatou, após 2 anos de trabalho, que o melhor local era, de fato coincidentemente, o Quadrilátero Cruls. Somente em 1955, Donald J. Belcher entrega à Comissão um relatório onde delimita uma área de 50 mil quilômetros quadrados, nascendo o atual Distrito Federal.

Em outubro de 1956, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira deu início à instalação da Nova Capital, viajando pela primeira vez ao Planalto Central. Criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – NOVACAP, empresa pública que planejou e executou o projeto da construção de Brasília.

Juntamente com a equipe do urbanista Lúcio Costa, o grupo de arquitetos encabeçado por Oscar Niemeyer projetou, em curto espaço de tempo, todos os prédios públicos e grande parte dos residenciais. A solução urbanística de Lúcio Costa partiu do traçado de dois eixos, cruzando-se em ângulo reto, como o sinal da cruz. Um deles, o Eixo Rodoviário, foi levemente arqueado para dar à cruz a forma de um avião, e as áreas residenciais do Plano Piloto foram chamadas de Asa Norte e Asa Sul. O corpo do avião tornou-se o Eixo Monumental, com 16 quilômetros de extensão, abrigando no lado leste os prédios públicos e palácios do Governo Federal; no centro, a Rodoviária e a Torre de TV; e no lado oeste, os prédios do Governo do Distrito Federal.

Brasília, nome sugerido já em 1823 por José Bonifácio, em memorial encaminhado à Assembléia Geral Constituinte do Império, foi inaugurada em 21 de abril de 1960, 150 anos após o então chanceler Veloso de Oliveira ter apresentado a idéia ao príncipe-regente.

Anos mais tarde, em 1987, Brasília foi declarada pela Unesco: Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

A cidade recebeu pessoas de todas as regiões do país, e a diversidade de costumes de seus habitantes vêm contribuindo para a definição da identidade cultural de Brasília. A arquitetura, a concepção urbanística, a importância política, econômica e social, oriunda das decisões tomadas pelos Três Poderes, deram a cidade atividades econômicas características à sua função administrativa. Prevalece a prestação de serviços, posto que a preservação ambiental e a manutenção do equilíbrio arquitetônico determinaram a cautela no planejamento industrial da capital.

Brasília e Distrito Federal

Brasília e DF são o resultado de um ambicioso projeto urbano, que foi posto em marcha pelo heróico Presidente Juscelino Kubitschek, e orquestrada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, urbanista Lúcio Costa eo arquiteto paisagem Burle Marx. A coisa toda foi construída em apenas 41 meses, apesar de ter sido um tempo para chegar.

O conceito de um capital interior foi concebido em 1823 pelo brasileiro estadista José Bonifácio, que acreditava que a mudança da capital do Rio de Janeiro foi fundamental para capitalizar os recursos do país interior vastas e traria um choque econômico para o interior. Sua idéia foi descartada até anos depois, quando Dom Bosco, a vida padre salesiano em Turim , Itália , profetizou uma nova civilização surgiria no Brasil , em algum lugar entre os paralelos 15 e 20. Isso chamou Brasil atenção da terra e foi alocado na Constituição de 1891 de uma nova capital.

Ainda assim, não foi até 1955 que Brasília começou a se tornar uma realidade. Depois de quase 150 anos de debate, o presidente Kubitschek ordenou que o DF ser esculpida para fora do estado de Goiás para abrigar a nova capital, Brasília. Com milhões de camponeses pobres do Nordeste trabalhando contra o relógio, Brasília foi construída, incrivelmente, em apenas três anos (Niemeyer admitiu mais tarde que tudo foi feito muito rapidamente) – não foi exatamente terminado, mas estava pronto para ser o capital. A capital foi transferida oficialmente do Rio para Brasília em 21 de abril de 1960.

O sonho de uma capital no interior sempre foi considerada como loucura caro. O que deu Kubitschek realmente fazê-lo? Política. Ele fez a construção de Brasília um símbolo da determinação do país e capacidade de se tornar uma grande potência econômica. Kubitschek com sucesso apelou a todos os brasileiros a deixar de lado suas diferenças e rali para a causa. Ao fazer isso, ele distraiu a atenção dos problemas sociais e econômicos do país, ganhou popularidade pessoal enorme, e emprestado pesadamente de bancos internacionais.

Hoje, Kubitschek é anunciado como um herói nacional (ele morreu em um acidente de automóvel suspeito em 1976) e que o júri é ainda para fora em Brasília.

Para alguns, a cidade representa os recursos pendentes desta nação grande e vasto, um modelo mundial para o desenvolvimento urbano, arquitetura e sociedade.

Por outro lado, alguns consideram a cidade uma oportunidade perdida, cheia de belos edifícios, mas falta uma alma. Você pode julgar por si mesmo. Enquanto isso, os planos originais de Niemeyer para a cidade continuam a este dia, com a abertura, mais recentemente, do Museu Nacional.

Fonte: www.lonelyplanet.com

História de Brasília

Com um plano urbanístico inovador e um conjunto arquitetônico mais significativo do século XX, Brasília, a capital do Brasil, foi inaugurada em 1960 por Juscelino Kubitschek.

Construída em três anos e meio configura-se em um projeto, que sintetizou nas idéias, projetos e leis sobre a transferência da capital. Marcada por quatro fases: a interiorização, a construção, a inauguração e a consolidação, o Distrito Federal, hoje conta com alto índice de desenvolvimento e uma população de 2 milhões de habitantes.

A primeira idéia da interiorização da capital remete ao século XVIII e é atribuída ao Marquês de Pombal. Os inconfidentes mineiros em 1789 incluíram nas metas do movimento a transferência da capital para o interior. Quase cem anos depois, em 1892, foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central, conhecida como Missão Cruls, em homenagem ao líder do grupo, o astrônomo belga Luiz Cruls.

Um dos fortes argumentos da transferência da Capital era a questão da segurança. Quando a família real aportou-se à Colônia, o chanceler Veloso de Oliveira apresentou ao príncipe regente um memorial propondo a fixação da sede do governo no interior, distante dos portos marítimos, para garantir a segurança da capital do país. O Governo Provisório do Estado de São Paulo, em 1821, tomou a decisão de instalar a Regência do Brasil numa cidade central do Brasil “que poderá ser na latitude pouco mais ou menos de 15 graus”. Coincidentemente, o sonho de Dom Bosco previa o surgimento de uma nova civilização em uma cidade construída entre 15 e 20 graus de latitude sul. Em 1823, José Bonifácio sugeriu o nome Brasília. Um dos maiores defensor da transferência da capital, o historiador e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen, em 1939 sugeria estudos sobre a melhor localização da capital e em 1949 argumentou que a região ideal seria o Planalto Central, no triângulo formado pelas lagoas Formosa, Feia e Bonita.

Nas últimas décadas do Império alguns projetos sobre a interiorização da capital transitaram no Parlamento mas nenhum vingou.

Apenas depois de proclamada a República foi dado o primeiro passo oficial: O artigo 3º da Constituição Brasileira de 1891 previa: “Fica pertencente à União, no Planalto Central da República uma zona de 14.400 km², que será oportunamente demarcada para nela estabelecer a futura Capital Federal”. O Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Antão Gonçalves de Farias, por meio da portaria nº 119-A de 17 de maio de 1892 constituiu a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, a Missão Cruls, composta de 22 membros e chefiada pelo astrônomo Luiz Cruls, diretor do Observatório Imperial do Rio de Janeiro, hoje Observatório Nacional.

O Relatório Cruls foi editado a partir da experiência e do percuso da Comissão. Trata-se de minucioso levantamento sobre a topografia, o clima, a hidrografia, a fauna, a flora, a pedologia, os recursos minerais e materiais de construção existentes na região. O relatório é composto de textos descritivos, (português e francês na versão original) fotografias, tabelas, cálculos e croquis, além de um atlas com 83 caminhamentos (mapas) da região. Peça-chave da interiorização, o Relatório Cruls serviu de referência aos atos, os projetos e os estudos sobre a transferência da capital.

Destacam-se nesse período, a fixação do Distrito Federal no Quadrilátero Cruls, em 1922, pelo presidente Epitácio Pessoa e o lançamento no dia 7 setembro da pedra fundamental da futura capital nas proximidades de Planaltina, antiga cidade do estado de Goiás. A Constituição de 1946 retomou os estudos da localização da nova capital, o presidente Eurico Gaspar Dutra criou uma comissão presidida pelo general Djalma Poli Coelho. Após dois anos de estudos chegou-se a conclusão que o local adequado seria mesmo o Quadrilátero Cruls. Porém, somente a constituição de 1946 determinou que a capital fosse transferida para o Planalto Central.

O presidente Vargas voltou ao poder em 1953 e determinou a formação de uma Comissão de Localização sob o comando do marechal José Pessoa Cavalcante, com a alcunha de Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal. Aprovado pelo presidente Café Filho foram contratados os serviços da empresa americana Donald J. Belcher and Associated Incorporate, que em 1955 delimitou um retângulo de 50 mil km² para sediar a nova capital.Tais estudos resultaram na publicação do Relatório Belcher.

Em 1955, o governo de Goiás criou a Comissão de Cooperação para a Mudança da Capital e desapropriou a área escolhida para instalar o Distrito Federal. Na campanha presidencial em 1955, o candidato Juscelino Kubitschek, incluiu a construção de Brasília como meta-síntese de seu programa de governo. Eleito presidente, JK em abril de 1956 encaminhou ao Congresso Nacional a Mensagem de Anápolis, criando a Companhia Urbanizadora da Nova Capital NOVACAP. Em setembro do mesmo ano, a mensagem tornou-se lei. Em outubro de 1956 Juscelino Kubitschek desembarcou pela primeira vez no Planalto Central com o arquiteto Oscar Niemeyer, os engenheiros Israel Pinheiro e Bernardo Sayão, o governador de Goiás, José Ludovico de Almeida. No mesmo mês foi construído o Catetinho, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. O concurso para o Plano Piloto foi realizado em 1957. Entre 26 concorrentes venceu o projeto de Lucio Costa, segundo os membros do júri, por ser “um projeto coerente, racional, de essência urbana”.

A equipe de Lucio Costa e o grupo de Oscar Niemeyer projetaram em curto espaço de tempo os prédios públicos e grande parte da área residencial da nova cidade.

Em outubro de 1957 JK sancionou lei fixando a data da transferência da capital: 21 de abril de 1960. Como primeiro presidente da NOVACAP, o engenheiro Israel Pinheiro deu início aos trabalhos de terraplenagem. As grandes máquinas acionadas pelos candangos – trabalhadores vindo espontaneamente de todos os pontos do país, sobretudo do Nordeste – começaram a tornar realidade o Plano Piloto elaborado pelo urbanista Lucio Costa e executado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Quatro dias antes da inauguração, Israel Pinheiro foi nomeado Prefeito de Brasília, em 17 de abril de 1960.

Visionário, Juscelino Kubitschek afirmou ao inaugurar a capital. “Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais um vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. Em novembro de 1956, houve pela primeira vez eleições na capital, mas apenas para a Assembléia Nacional Constituinte com a eleição de oito deputados federais e três senadores.

Em 1987, a Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional Constituinte aprovou a autonomia política do Distrito Federal.

Ainda em 1987, outra boa notícia: Brasília foi declarada pela UNESCO “Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade”.

Em 1987, com a promulgação da Constituição, ficaram estabelecidas as eleições diretas para os cargos de governador, vice-governador, oito deputados federais e 24 deputados distritais, que tiveram como primeira atribuição a elaboração da Lei Orgânica do Distrito Federal. Em 1990 foi eleito o primeiro governador pelo voto direto.

Com uma área total de 5.789,16 quilômetros quadrados. Brasília, que tem um dos melhores índices de Desenvolvimento Humano do País (IDH), também ganhou destaque nacional como uma das cidades com melhor qualidade de vida do Brasil incluindo educação e saúde. Em 2002, foi aprovado o Fundo Constitucional do DF, que garantiria aportes financeiros obrigatórios da União para as áreas de educação, saúde e segurança.

Além de seus encantos próprios, Brasília é pródiga, por propiciar ao viajante, em seus arredores, um fundo mergulhar em um tempo ido. Próximas à capital, cidades históricas, coloniais, como Pirinópolis, Patrimônio Artístico e Histórico da Humanidade, e Goiás Velho, testemunha o barroco brasileiro. Nelas está a preservada a memória dos séculos XVI e XVII, quando, em seus córregos, em seus rios, os aventureiros de então entregavam-se ao garimpo do ouro e do diamante.

Epicentro da brasilidade, é Brasília em natural portão de entrada para a exuberância do Pantanal, com seus 230 mil quilômetros quadrados. Mundo encantado, paraíso das flores, pássaros e animais, ao qual se chega tanto por ar como por terra, pela rodovia BR-060, que no Estado do Mato Grosso transforma-se em BR-364. Com seus 1.133 quilômetros pavimentados, a viagem permite ao viajante cruzar, ainda no Estado de Goiás, o rio Araguaia, aonde se multiplicam dourados, jaús e pintados. Destino natural de quem, ao redor do planeta, viaja em busca das emoções da pesca farta, da luta contra peixes de grande porte. E extremamente saborosos.

Ao universo da mais preciosa reserva biológica do mundo , a Amazônia Brasileira, também tem fácil acesso o turista a partir de Brasília. Maior floresta úmida do planeta, a região cortada pelo maior rio em volume de água do mundo, o Amazonas, guarda primitivos, ancestrais povos de floresta, como os Yanomami e os Kayapó, e reservas biológicas de fauna riquíssima, da qual as atrações maiores são os botos, os macacos, os jacarés e as onças.

Desconcertante realidade. Pródiga visão de futuro. Brasília extravasa os limites clássicos de uma cidade. Íntima do firmamento, a capital do terceiro milênio é uma sinfonia. Composta por ventos, envolta em azul, banhada pelas matrizes se um sol resplandecente, zeloso de sua magia, criador de um anoitecer indescritível, em rosa, solferino, magenta e prata. E onde a lua, quando é cheia, quando é céu, não é apenas onipotente. É, como a terra e as águas que banha, grandiosa. E generosa como alma do povo brasileiro.

CRONOLOGIA

1761 – O Marquês de Pombal, por motivos políticos, lança uma idéia aparentemente fora do lugar: erguer uma nova capital de Portugal no sertão, a meio caminho da África e das Índias.
1789 –
Os inconfidentes associam a luta pela Independência do Brasil à mudança da capital do Rio de Janeiro para a cidade mineira de São João Del Rey.
1813 –
Com sucessivos artigos no Correio Braziliense, editado em Londres, o jornalista Hipólito José da Costa tenta empolgar a opinião pública com a idéia da construção de uma nova capital no interior.
1883 –
Na cidadezinha de Belcchi, na Itália, o padre salesiano João Bosco tem um sonho-visão: “no Brasil, entre os paralelos 15º e 20º surgiria uma grande civilização, a Terra Prometida, onde correria leite e mel”. Local da atual sede da nova Capital.
1891 –
A primeira Constituição da República estabelece, em seu artigo terceiro: “Fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.40 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal”.
1892 –
Floriano Peixoto constituiu a Comissão exploradora do Planalto Central do Brasil, sob a chefia do cientista Luís Cruls, diretor do observatório Astronômico do Rio de Janeiro, para estudar e demarcar a área do Distrito Federal.
1893 –
É editado um mapa do Brasil e no Planalto de Goiás havia um retângulo com a inscrição: “ Futuro Distrito Federal”.
1922 –
Num clima de festa, em 7 de Setembro, é lançada a pedra fundamental da futura capital, a 9km da cidade de Planaltina, em Goiás, no Centro da América Latina.
1940 –
O presidente Getúlio Vargas lança a “Marcha para o Oeste”, mas não pretende transferir a capital do Rio de Janeiro. Projeto adiado desde a instalação da ditadura do Estado Novo.
1946 –
O Brasil se redemocratiza. A mudança da Capital para o Planalto Central é incluída nas disposições transitórias da Constituição. O Presidente Eurico Gaspar Dutra nomeia a Comissão de Localização da Nova Capital, chefiada pelo General Aguinaldo Caiado de Castro.
1953 –
É sancionada a Lei nº 1.803, que autoriza o governo a definir o sítio da nova capital em três anos.
1955 –
Em 4 de abril, num comício em Jataí, Goiás, o candidato à Presidência da República, Juscelino Kubitschek promete que, se eleito, fará a transferência da capital para o Planalto Central.
1956 –
No dia 18 de abril, o Presidente Juscelino Kubitschek envia ao Congresso a “Mensagem de Anápolis” propondo a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP) e o nome de Brasília para a nova Capital. Em 19 de setembro é sancionada a Lei nº 2.874, que determina a transferência, em definitivo, da Capital. No mesmo dia é lançado o Concurso do Plano Piloto. Vence o projeto do urbanista Lúcio Costa.
1957 –
Em abril, surgem as primeiras casas de madeira na Cidade Livre, (hoje Núcleo Bandeirante) onde todas as atividades são isentas de impostos. No dia 7 de maio é rezada a primeira missa, na presença de 15 mil pessoas na Praça do Cruzeiro.
1959 –
Cerca de 60 mil candangos trabalham febrilmente na construção da cidade. No início, eram apenas mil. Faltando pouco mais de um ano para a inauguração, Brasília e arredores contavam com mais de 100 mil habitantes, vindos de vários estados do Brasil.
1960 –
Em 21 de abril, Brasília é inaugurada. Durante a missa comemorativa é lida uma mensagem radiofônica do Papa João XXIII. Emocionada, a multidão acompanha a cerimônia, ajoelhada no barro vermelho. Na instalação do Congresso Nacional, o deputado Ranieri Mazzilli diz: “Mais ainda que um milagre da vontade humana, Brasília é um milagre da fé”.
1962 –
Empossado o primeiro Conselho da Universidade de Brasília – UnB, começa a funcionar uma nova experiência em ensino superior. Os alunos de engenharia, por exemplo, podiam estudar filosofia. O campus foi batizado com o nome de um dos seus fundadores, o antropólogo Darcy Ribeiro. A idéia, que se concretizou, era transformar a UnB em um centro irradiador de cultura.
1965 –
O crítico Paulo Emílio Sales Gomes organiza o primeiro Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento se tornaria um símbolo da cidade.
1970 –
É inaugurada a Catedral de Brasília, um dos mais belos monumentos da Capital. No mesmo ano, as embaixadas e o Ministério das Relações Exteriores também foram transferidos para a Capital.
1976 –
Em 22 de agosto, morre o ex-presidente Juscelino Kubitschek em um na Esplanada dos Ministérios para homenagear JK. A multidão cantava o Peixe Vivo, sua música predileta.
1978 –
Surge o “Projeto Cabeças”, criado por jovens artistas da cidade, numa época de muita repressão, com a finalidade de envolver a comunidade de Brasília com a cultura e a arte local. Promove shows e diversas manifestações culturais ao ar livre. Brasília deixava de ser uma mera cidade administrativa para ser um espaço público de cidadania.
1979 –
É criada Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. A iniciativa teria o objetivo de popularizar a música clássica e o ensino de música.
1980 –
O Papa João Paulo II visita Brasília e celebra missa na Esplanada dos Ministérios para mais de 800 mil pessoas.
1981 –
Em setembro, é inaugurado o “Memorial JK”, espaço que abriga os restos mortais do ex-presidente, sua biblioteca particular e objetos pessoais Nesse mesmo ano, a atriz Dulcina de Moraes, inaugura Faculdade de Artes, que leva seu nome, e dois teatros, revelando grandes atores como os nacionalmente conhecidos Irmãos Guimarães.
1985 –
O rock leva Brasília ao cenário mundial. A música enriquece a crônica da cidade falando da vida cotidiana, dos impasses da expansão urbana, das pessoas, das influências místicas da capital e de “um silêncio, lindo onde Deus parece com esperança, entre bilhões de estrelas”. Bandas como Legião Urbana, chegam a vender um milhão de discos. Com a música, ganham espaço a poesia, o teatro, o cinema a as artes plásticas.
1986 –
Inaugurado o Panteão da Liberdade, na Praça dos Três Poderes. Uma homenagem o político Tancredo Neves e personagens históricos como Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Dom Pedro I.
1987 –
Ao contemplar 27 anos, Brasília passa a figurar ao lado de cidades milenares como Jerusalém e Cairo, na condição de Patrimônio Cultural da Humanidade. A designação dada pela Unesco se destina apenas a bens de valor universal excepcional.
1990 –
Em 15 de novembro, o Distrito Federal conquista autonomia política, elegendo seu primeiro governador pelo voto popular direto, além de 24 deputados distritais para formar a Câmara Legislativa.

Brasília – Patrimônio Cultural da Humanidade

Brasília é uma cidade totalmente construída com idéias modernistas. O valor do seu plano urbanístico e de seus monumentos faz com que Brasília seja um marco mundial da arquitetura e urbanismo modernos. Assim, a Capital do Brasil foi o primeiro núcleo urbano, construído no século XX, considerado digno de ser incluído na lista de bens de valor universal, recebendo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1987, pela UNESCO.

O reconhecimento de seu valor patrimonial fundamentou-se no plano urbanístico de Lúcio Costa, concebido em quatro escalas estruturais: a Monumental – compreendida em todo o Eixo Monumental e que abriga a alma político-administrativa do País -; a Gregária – representada por todos os setores de convergência da população -; a Residencial – composta pelas Superquadras Sul e Norte – e a Bucólica – que permeia as outras três, por se destinar aos gramados, praças, áreas de lazer, orla do lago Paranoá e aos jardins tropicais de Burle Marx. Da interação dessas quatro escalas nasceu uma cidade que “sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo, derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional…” (Lúcio Costa).

Para compor o plano urbanístico, Oscar Niemeyer projetou monumentos marcantes, considerados o melhor da expressão arquitetônica moderna brasileira.

O grande diferencial desses monumentos e de outros espaços de Brasília é a integração da arte à arquitetura. Com isso, vários artistas de renome participaram da construção da capital, transformando-a em palco de experimentação das artes.

Todo esse diferencial urbanístico, arquitetônico e artístico faz com que Brasília seja uma cidade muito especial, diferente de qualquer outra já vista no mundo.

Fonte: www.setur.df.gov.br

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