Belém

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Na embocadura do rio Amazonas organizou-se historicamente a vida social e econômica e a entrada para o interland de expedições coloniais oficiais, de missionários de várias ordens religiosas, entre outros viajantes, disputando esse território de antiga ocupação e domínio, com as diversas etnias indígenas pré-colombianas ali existentes. E também aí se fizeram as primeiras tentativas de colonização portuguesa na Amazônia, registrando-se os primeiros povoamentos já no início do século XVII.

Em 1616, os colonizadores se estabeleceram na foz do Amazonas, inaugurando um processo de expansão a partir do povoado que daria origem à cidade de Belém. Essa região representou, por todos esses séculos, a passagem e a fixação de diferentes grupos sociais e de formas diversas de exploração econômica de recursos tais como as drogas do sertão, a madeira, a caça e a pesca, os minérios e os frutos.

Belém
Belém

Destacou-se também pela agricultura de várzea e de terra firme, com suas plantações de cacau, cana-de-açúcar, tabaco, frutas, grãos e mandioca, e que esteve ligada às atividades de engenhos e de inúmeros processos de trabalho e de transformação primária de outros recursos agrícolas.

Essa região estuarina ainda exerce grande influência na vida profissional dos pescadores tradicionais da região (tanto do Salgado quanto do Estuário), refletindo-se no movimento e volume das pescarias que são praticadas na extensão dos 598 km de litoral amapaense e dos 562 km de litoral paraense. Isto ocorre em razão do regime de vazão do rio Amazonas, que contribui para os movimentos norte-sul e sul-norte dos pescadores, que na Zona do Salgado eles costumam chamar de rodígio (rodízio).

Estuário é a área receptora dos produtos carreados pelo rio Amazonas e seus tributários. As alterações ambientais por que passa a Bacia Amazônica, com a erosão provocada pelos desmatamentos em suas cabeceiras e margens com o mercúrio lançado no rio pelos garimpeiros, podem exercer influência em sua foz com conseqüências ainda ignoradas.

Os limites da zona estuarina parecem ser ainda uma questão discutível. Há, entretanto, tendências para dimensioná-los segundo a influência direta do movimento das marés.

Em torno de Belém e de Macapá, o estuário é uma região considerada como berçário para a reprodução da biodiversidade aquática, por isso é uma área de notória influência de pescadores de categorias diversas, cuja pré-história, revelada pelas pesquisas arqueológicas, assinala uma sucessão de tradições ou fases de ocupação que atestam milenarmente a relação referida anteriormente.

E suas ilhas, principalmente a do Marajó, Caviana, Mexiana, Maracá, foram palco dessa cena pré-histórica. Os pesqueiros ou pontos de pesca desde os pesqueiros reais até os atuais, nessa região, são pontos de convergência de pescadores. Entre os atuais, destacam-se os pesqueiros da Ponta Fina, Castelão, Maguari, Pepéua, Croinha (na ilha de Marajó), Canal do Navio, Anjo e Anjinho (no litoral do município de Marapanim), Ponte de Algodoal (no litoral de Maracanã) e outros, segundo estudos de Lurdes Furtado.

Dentre os ambientes que integram os ecossistemas estuarinos, estão os rios, os igarapés, as florestas, a várzea, as baías, as ilhas com suas praias, os campos alagados; todos com suas especificidades ambientais e sociais. Inclui-se nas áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na região costeira região Norte, segundo o MMA (2002, p. 14), na categoria da área de extrema importância biológica , fazendo jus ao adjetivo de berçário ou criadouro natural de espécies ictiológicas.

Para se compreender os usos sociais dos diferentes ambientes nessa região, precisamos evocar a sua dinâmica sociocultural que remonta à fase pré-histórica de ocupação da Amazônia, cuja cultura dos povos primevos perpassou séculos, deixando um legado sociocultural para as populações contemporâneas em termos de manejo ambiental, hábitos alimentares, relação entre mundo terrestre e mundo aquático e um modus vivendi particular.

Arqueólogos e antropólogos denominam essa cultura de cultura de floresta tropical, dominante na Amazônia. Há duas versões quanto à origem dessa cultura como mostra Furtado. Clifford Evans e Betty Meggers consideram que ela teria se originado nas margens de rios da bacia amazônica, e atingida por diferentes influências oriundas do oeste e do norte da América do Sul.

A de Donald Lathrap, que acha ser essa cultura originária de alguns pontos da América Central, nas planícies ribeirinhas do Amazonas, ou ainda, nas planícies da América do Sul, e daí se irradiado para o oeste (OLIVEIRA, 1983). Não obstante divergências na definição de sua origem, para Evans/Meggers tal cultura representaria um nível mais simples e menos complexo de arranjo societário do que para Lathrap. Ambos concordam que o padrão de ocupação, ao qual chamam de floresta tropical, teria sido a adaptação mais efetiva do homem ao ambiente amazônico.

Um dos exemplos clássicos é o do viver indígena, com maiores concentrações populacionais às margens dos rios e o das formas simples de vida social. Testemunhos dessa ocupação pré-histórica são revelados pelas prospecções arqueológicas que trouxeram a lume evidências das culturas que se desenvolveram na região, em particular na região do estuário amazônico como nas ilhas do Marajó, Caviana, Mexiana e no Amapá, por exemplo. Em estudos mais recentes, a arqueóloga Edithe Pereira, da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Paraense Emilio Goeldi, apresenta quadros com dados sobre as seqüências cronológicas do povoamento pré-histórico da Amazônia, segundo Simões (1982) e Roosevelt (1992), como resultado das pesquisas nesse campo, permitindo-se ter uma visão mais detalhada das concepções dos respectivos arqueólogos.

Cidades ribeirinhas e a relação com a água

O estuário amazônico é berço de grande biodiversidade, dada a complexidade dos ecossistemas. As populações indígenas, ribeirinhas ou urbanas, viveram historicamente de uma economia baseada nos recursos florestais e aquáticos ali presentes e abundantes. O delta do Amazonas, com suas dezenas de ilhas espalhadas nas proximidades de sua maior, a do Marajó, causou surpresa e admiração aos naturalistas e viajantes que por ali passaram nos séculos XVII e XVIII e que registraram, em seus escritos, a admiração pela exuberância da floresta sobressaindo as referências à água, sua abundância, sua força e seu movimento.

Na embocadura e em todo o estuário formado pelo rio Amazonas e seus afluentes próximos à embocadura, pelas ilhas, lagos, furos e igarapés, os grupos sociais espalharam-se, dominaram os territórios e sobreviveram graças aos saberes que produziram e acumularam sobre esses ecossistemas, seus recursos, aplicações e usos, desenvolvendo práticas que são atualizadas pela cultura local do presente (TOCANTINS, 1998).

Efetivamente, a Amazônia é a parte do planeta de maior diversidade biológica e onde se encontra uma das maiores concentrações de água doce e enormes extensões de terras ainda com cobertura florestal.. No estuário a floresta encontra-se parcialmente inundada, com seus períodos de enchentes e vazantes, e os ecossistemas de várzea, manguezais e terra firme. É uma enorme área composta pelas embocaduras dos rios Amazonas e Tocantins, cuja biodiversidade apresenta altas taxas de fitoplâncton. É ainda a zona de contato da água doce com a água salgada, dinâmica importante para a vida no estuário, onde os recursos de água doce se alternam com os do mar. A densidade da ocupação dessa região deve-se em especial à proximidade da cidade de Belém , em torno da qual foi lentamente se organizando a economia e a sociedade desde o período colonial, com suas freguesias rurais, muitas dando origem a cidades ribeirinhas.

A disponibilidade de água potável na terra é de apenas 2%, pois 97,2% das águas do planeta estão nos oceanos e mares. A Amazônia brasileira recobre uma área de 5.034.740 km2 e corresponde a 59,12% do território do país. Alguns países como o México e o Brasil, nas Américas, a África Central e as ilhas que conformam o mundo asiático, são os que possuem maior concentração da biodiversidade, o que significa também a presença de recursos aquáticos. Na América do Sul, encontram-se 47%, sendo o Brasil o mais beneficiado pelo recurso água, com 20% das águas do planeta, dos quais quase 70% estão na Amazônia.

O potencial dos recursos localizados na bacia do Amazonas ainda está por ser estimado. Porém as alterações nos ecossistemas já são bem visíveis (CASTRO, 2003). Estudos detectaram processos de erosão provocados pelos desmatamentos decorrentes de atividades econômicas variadas, insistindo na necessidade de controle por parte do Estado que possa tornar eficiente a relação economia x natureza, porém, na prática, não tem havido grandes avanços nessa direção. Tem a ver também com o crescimento demográfico das áreas urbanas, aproximando-se da média nacional, sem ter tido tempo de se preparar para atender às demandas dessa população crescente nas cidades. Há carência de serviços básicos, como escolas, postos de saúde, saneamento e emprego.

Na atualidade, a economia tornou-se mais complexa, com a implantação de estruturas industriais e de serviços, a diversificação das profissões e das qualificações, e mesmo, para alguns setores, o uso de tecnologias informacionais enquanto base dos processos de produção e de comercialização, atendendo assim, a um mercado mais exigente e dinâmico. Essas observações nos levam a considerar a tendência de continuação dos processos urbano de complexificação e de fragmentação social e territorial. As fotos a seguir ilustram formas de ocupação na margem de rios, locais de produção e comercialização de recursos naturais florestais e aquáticos.

Fonte: www.ufpa.br

Belém

BELEM e ILHA DE MARAJÓ – PA

Considerada a porta de entrada para a Amazônia, Belém é muito quente e úmida e possui uma grande variedade de fauna e flora. Devido sua ocupação e crescimento ter ocorrido no início do século XX no auge da cultura da borracha, a capital do Pará tem construções luxuosas como o Teatro da Paz, que já foi a mais rica casa de shows do Brasil, e os imponentes casarões da época permanecem intocados, perfeitos para quem busca um passeio rico em história.

A cidade velha, em Belém guarda lembranças de uma época ainda mais distante: Os casarões em azulejo azul, datam o século XVII. 

É nessa parte da cidade que você pode visitar também as belas igrejas da época, como a Igreja do Carmo, e a Capela São João Batista. O museu Emílio Goeldi também merece uma visita.

O maior atrativo da cidade, é com certeza o Mercado Ver-o-peso, que leva esse nome, pois no período colonial, se fazia nele a verificação do peso das mercadorias, que desembarcavam no porto ao lado. Nos dias de hoje, funciona como um mercado, que vende de tudo. 

Um dos produtos mais procurados, é com certeza o Perfume do Boto, que promete trazer, a quem o usar, a cara metade em pouquíssimo tempo.

Outros destaques da cidade são o Bosque Rodrigo Alvez, que mostra um pouco da floresta amazônica, os passeios ecológicos de barco pelo Rio Guamá, o Instituto Padre Guido del Toro, para compras de artesanato, e a Praça da República, para passear na feirinha. 

Além disso, fartar-se com a culinária da região que é deliciosamente exótica, com toques indígenas, misturados à tradicional comida portuguesa é uma boa pedida. Um dos pratos típicos é o pato no tucupi, que por ter as folhas de jambú em sua receita, provocam uma leve sensação de dormência.

Quem vai a Belém não deve deixar de visitar a Ilha de Marajó que durante a cheia, de dezembro a julho, tem seus campos alagados, dificultando a observação da fauna, e da flora, portanto prefira a seca para aproveitar melhor o seu passeio. 

Lembrando que para ter acesso à ilha, é necessário uma viagem de 4 horas de barco (saídas junto ao Mercado Ver-o-peso, ou ainda 40 minutos de taxi-aéreo.

A Ilha de Marajó é a maior ilha fluvio-marinha do mundo, e podemos dizer que há duas cidades principais, aonde se pode permanecer durante a estadia: Soure e Salvaterra.Ambas tranqüilas e não muito grandes, proporcionam momentos inesquecíveis.

Em Marajó também se pode apreciar o fenômeno da Pororoca, que ocorre quando os Rio Amazonas se encontra com o mar, formando ondas gigantescas!Além disso, a ilha oferece praias belíssimas, praticamente inexploradas. 

Em Soure, a Praia do Pesqueiro, é a preferida dos moradores e dos visitantes, mas se preferir mais tranqüilidade, a opção é a Praia de Araruna.Em Salvaterra, as melhores opções são a Água Boa e a Praia Grande.

O artesanato, principalmente o de cerâmica, é um dos pontos fortes da cidade, assim como as danças e festas típicas, com destaque para o Festival de Quadrilhas e Boi-Bumbá. 

Também não ficam de fora os famosos e procurados pratos à base de peixes da região, e o exótico Frito do Vaqueiro, feito com carne de búfalo.Aliás, o búfalo é o animal símbolo da região, sendo muito utilizados como meio de transporte. 

Pode-se observá-los pastando por toda a ilha, e até mesmo dar um passeio montado em um deles, acompanhado por guias, numa das fazendas da região. Com certeza será inesquecível!

Fonte: www.stw.tur.br

Belém

PORTO DE BELÉM

ORIGEM

O projeto de construção do porto de Belém foi elaborado no começo do ano de 1897, prevendo novas instalações de atracação e armazenagem em substituição às precárias docas de Ver-o-Peso, Reduto e Souza Franco. As obras tiveram início com a edição do Decreto nº 5.978, de 18 de abril de 1906, que autorizou a implantação do projeto, e do Decreto nº 6.283, de 20 de dezembro de 1906, que definiu o funcionamento da Port of Pará Co., de capital privado, como concessionária do porto. O primeiro trecho de cais, com 120m, e um armazém para carga geral, com 2.000m2, foram inaugurados em 2 de outubro de 1909.

Pelo Decreto-Lei nº 2.142, de 17 de abril de 1940, a União assumiu a direção do Porto de Belém criando as administrações autônomas: Serviço de Navegação da Amazônia (SNAPP) e a Administração do Porto do Pará. Mais tarde, o Decreto-Lei nº 155, de 10 de fevereiro de 1967, extinguiu a SNAPP, dando lugar a Empresa de Navegação da Amazônia S.A. (Enasa), e a Companhia Docas do Pará (CDP), ambas sociedades de economia mista. Esta última vinculada à Portobras, extinta em 1990 e por sucessão à União.

ADMINISTRAÇÃO: O porto é administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP).

LOCALIZAÇÃO: Está localizado na margem direita da baía de Guajará, em frente à Ilha das Onças, na cidade de Belém (PA), distando aproximadamente 120km do oceano Atlântico.

ÁREA DE INFLUÊNCIA: Abrange a quase totalidade do território paraense, destacando-se a região centro-leste do estado, bem como, o extremo norte de Goiás e o sudoeste do Maranhão.

ÁREA DO PORTO ORGANIZADO

Conforme a Portaria-MT nº 1.025, de 20/12/93 (D.O.U. de 22/12/93), a área do porto organizado de Belém no estado do Pará, é constituída:

a) pelas instalações portuárias terrestres existentes na margem direita da baía de Guajará, desde a extremidade sul do mercado Ver-o-Peso até o riacho Burrinhos, abrangendo todos os cais, docas, pontes e píeres de atracação e de acostagem, armazéns, edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e ferroviária e ainda os terrenos ao longo dessas áreas e em suas adjacências pertencentes à União, incorporados ou não ao patrimônio do porto de Belém ou sob sua guarda e responsabilidade;

b) pela infra-estrutura de proteção e acessos aquaviários, compreendendo as áreas de fundeio, bacias de evolução, canal de acesso e áreas adjacentes a esse até as margens das instalações terrestres do porto organizado, conforme definido no item “a” acima, existentes ou que venham a ser construídas e mantidas pela Administração do Porto ou por outro órgão do poder público.

ACESSOS

RODOVIÁRIO: Pelas rodovias BR-010 e BR-316, que chegam a Belém com seus traçados coincidentes.

FERROVIÁRIO: Não há.

MARÍTIMO

Pela baía de Marajó, com a barra demarcada pelos faróis da ilha Tijoca e do cabo Maguari, apresentando largura de 55km e profundidade mínima de 10,5m.

Por um trecho navegável natural com aproximadamente 110km de extensão, largura de 3,2km a 15km e profundidade de 9m, é alcançada a entrada da baía de Guajará entre as ilhas da Barra e do Forte, compreendendo uma largura de 350m e profundidade de 10m. O canal de acesso se desenvolve por cerca de 4km, com largura variando entre 90m e 180m e profundidade mínima de 6m.

INSTALAÇÕES

O Cais acostável com 1.295m de extensão, e dividido em 3 (três) trechos:

1) Trecho do armazém de 4 ao 8, onde estão sendo movimentados carga geral e contêineres

2) Trecho do armazém 9 e 10, onde operam apenas embarcações de navegação interior, movimentando carga geral e passageiros

3) Trecho dos armazéns 11, 12 e silos, onde são movimentados contêineres e trigo a granel.

O porto dispõe de 6 (seis) armazéns de primeira linha, medindo 100mx20m; 2 (dois) armazéns de primeira linha, medindo 120mx20m; 4 armazéns de segunda linha, medindo 100mx20m, 1 pátio interno para contêineres com área de 12.000m2, pátios internos descobertos para estocagem de contêineres vazios; 5 (cinco) pátios externos para contêineres.

O terminal de Miramar, para inflamáveis, reúne 91 tanques para granéis líquidos (derivados de petróleo e produtos químicos), com capacidade estática total de 207.215t, utilizados por diversas empresas distribuidoras.

EQUIPAMENTOS: 2 empilhadeiras, 16 guindastes elétricos de pórtico, sendo 12 de 13,2t, 3 de 6t e 1 de 12,5t, 1 cábrea para 200t, 1 caminhão much, 2 caminhões, 2 sugadores para trigo, 3 balanças, sendo 1 para 80t, 1 para 60t e 1 para 30t, 6 veículos utilitários e 1 trator.

FACILIDADES

O porto possui 16 hidrantes de água potável para fornecimento aos navios. Os contêineres desembarcados e embarcados no porto devem ser operados com o equipamento do navio. No caso de granéis sólidos a operação pode ser feita com equipamento do porto e a carga geral pode ser operada pelos equipamentos do navio e do porto.

Fonte: www.antaq.gov.br

Belém

Belém DO PARÁ: HISTÓRIA, URBANISMO E IDENTIDADE

INTRODUÇÃO

A cidade de Belém situada no Norte do Brasil, é um ponto de confluência em sua região, sendo considerada como a metrópole da Amazônia, por ser a maior concentração populacional do Norte brasileiro.

Desde seu descobrimento, no início do século XVII, a cidade passou por diversas alterações em sua malha urbana, influenciadas por diversos acontecimentos históricos que ocorreram em suas terras.

Apresenta-se a história da cidade, delineando acontecimentos que influíram para alterações na malha urbana. Após, é apresentada a frente urbanística que relata as alterações realizadas em decorrência dos eventos descritos na parte histórica.

Em seguida passa-se para a identidade do cidadão belenense, desde o século XVI até os dias de hoje. Todas as frentes são relatadas de maneira cronológica. A metodologia da presente pesquisa ocorreu através de entrevistas in loco com a população nativa e/ou residentes na cidade há mais de 10 anos, e através de referenciais bibliográficos.

FRENTE HISTÓRICA

A colonização da cidade de Belém data do início do século XVII, como conseqüência da disputa da colonização das Américas pelas duas maiores potências da época, as Coroas Portuguesa e Espanhola (VIANA, 1967).

Geograficamente singular, foi colonizada por sobre o Meridiano de Tordesilhas, em terras então pertencentes à Espanha. Foi fundada em 1616, sob comando da Dinastia Filipina6, para proteger a foz do Rio Amazonas e garantir o território sob posse e domínio ibérico (PEREIRA et al, 2007). Inicialmente batizada de Feliz Lusitânia, foi denominada também de Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará e, finalmente, Belém ;

A morfologia da cidade era diminuta, consistindo somente em um forte, terminado em 1616, e o colégio jesuíta de 1626 (JESUÍTAS, [s.d.]). Ambas as edificações estavam localizadas no ponto mais alto do terreno, margeando a orla fluvial.

A decisão de alocar os principais edifícios na cota mais elevada parte de conceitos militares de defesa, pois quando em ponto mais alto, é facilitada a visibilidade de qualquer atividade ocorrida: no caso de Belém a visibilidade fica facilitada tanto na orla fluvial quanto em terra.

Tanto por estar situada na chamada entradada Amazônia, próximo à foz do Rio Amazonas, quanto por obter índios educados pelos jesuítas, Belém se tornou um chamariz: para os ingleses, franceses e holandeses, interessados na dominação territorial pan-americana, como para os bandeirantes, cujos quais viam no índio doutrinado pela educação missionária, potencial mão de obra a ser utilizada nas fazendas ao Sul.

Em 1688 é criado o Mercado do Ver-o-Peso, que auxilia a cidade a comercializar seus bens locais. Localizado na orla, se torna o primeiro meio de comunicação entre a cidade e o mundo. Por se tratar de um ponto confluente de vias fluviais e, conseqüentemente, geograficamente favorável, a cidade de Belém ganha atenção internacional.

Com isto, não é incomum a vinda de grande número de europeus, principalmente provindos da península ibérica. Entretanto, o contingente indígena era imensamente maior que o europeu.

Ocorre nesta região um fato singular na história das conquistas das coroas nas Américas: os dominadores, necessitando do auxílio da sabedoria indígena com relação à orientação e sobrevivência dentro da selva, conjuntamente com a necessidade de comunicação entre portugueses e os índios, e com o intuito de promover eventual miscigenação, aprenderam a língua nativa, e não o contrário.

Belém como toda a ocupação portuguesa na Amazônia, foi realizada além dos limites do Tratado de Tordesilhas (VIANA, 1967). Apesar de ser uma colônia portuguesa, o território belenense somente irá, de fato, pertencer a Portugal, com a assinatura do Tratado de Madrid,em 1750.

Com o resultado do Tratado de Madrid, a Coroa Portuguesa, através de seu primeiro ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês de Pombal, promove mudanças significativas no relacionamento entre metrópole e colônias. Estas mudanças, a nível nacional e regional, dentre outros quesitos visando a uniformidade cultural, proíbem o uso do Nheengatu e línguas indígenas por sobre o reino.

Estas medidas fizeram com que o Norte brasileiro mantivesse contato mais estreito com Portugal12 do que com as demais regiões brasileiras. Somente com a proibição do uso das línguas indígenas foi que esta região iniciou, de fato, a falar a língua portuguesa. Ainda hoje é perceptível o fato de que, em Belém se fala o português com sotaque da antiga metrópole.

Durante a época do ciclo econômico da borracha (1850-1920), a cidade foi palco de diversos acontecimentos. O ouro branco, nome dado ao látex, oportunizou à Belém diversos melhoramentos em sua infra-estrutura, sendo o mais significativo à implantação de luz elétrica. Houve também uma internacionalização da cidade e, conseqüentemente, o requinte de sua elite, que vivia deslumbrada com o glamour da belle-époque de inspiração parisiense(DUARTE, 2007).

Na época, o censo de 1900 indicava que Belém era uma das grandes capitais brasileiras, contando com 96 mil habitantes (JUNIOR, 2007).

Com o declínio da borracha brasileira, na década de 1920, em detrimento da ascensão da borracha da Malásia, a economia e, conseqüentemente, a população belenense, declinaram.

O pequeno sopro do segundo ciclo da borracha, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), trouxe nova esperança e contingente populacional interessado em trabalhar nos as plantações de seringueiras. Entretanto, após a guerra, este ciclo, como o primeiro, também se findou.

A cidade hoje, capital da Região Metropolitana de Belém continua sendo um grande chamariz populacional instigando nas massas o sonho de riqueza nos grandes centros urbanos.

FRENTE URBANÍSTICA

Iniciada como uma pequena aglomeração com intuitos militares, seus primeiros anos foram marcados pelo convívio quase que único com os nativos. Somente com a inauguração do Mercado do Ver-O-Peso e conseqüente mercantilização, a cidade começa a desenvolverse.

Apesar de se apresentar como uma comunidade com características de relações de troca, tanto cultural com os nativos, quanto mercantil através de sua orla, (SILVA et al, 2007), e devido ao fator defensivo, a cidade vai se desenvolver de costas para a orla, em direção a Leste (AMARAL, 2007).

O ciclo da borracha irá se apresentar para a comunidade belenense como o grande estopim das mudanças urbanísticas ocorridas na malha urbana. A criação de uma elite da borracha, com grandes vínculos e fortes laços com a cultura européia, em especial à francesa (JÚNIOR, 2007), irá transpor para o território brasileiro conceitos como a Haussmannização, que consiste na transposição do modelo de renovação urbana parisiense para outros contextos(ibid.).

O recorrente perfeccionismo da elite emergente exigiu um maior tecnicismo para com as propostas de intervenções urbanas:

A presença de engenheiros no tratamento de problemas urbanos começava nessa época a se firmar, num cenário que até então tinha sido dominado por administradores públicos com formação nas ciências jurídicas. (JÚNIOR, 2007. p. 112).

Os melhoramentos realizados na capital paraense a condicionaram de acordo com seu papel no contexto internacional, ou seja, o ponto de saída da borracha brasileira. As propostas de intervenções realizadas em Belém principalmente o melhoramento da Boulevard da República, foram destaques nacionais (JUNIOR, 2007).

A Revolução Industrial Brasileira, ocorrida em 1930, conjuntamente com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, criam no país uma nova burguesia, que diferentemente das anteriores, possui anseios empresariais (BRUAND, 1999). A onda de industrialização ocorrida na grande maioria do território brasileiro chegará à região Norte, mais amena em comparação com as demais regiões. Suas conseqüências afetarão Belém somente na verticalização do centro da cidade.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) irá trazer alguns benefícios para a cidade de Belém: com a conquista nipônica por sobre o pacífico e, especialmente, sobre a Malásia, o Brasil é novamente procurado pelos países europeus e norte-americanos para exportar o látex.

Este período, conhecido como o segundo ciclo da borracha, trouxe algum alívio econômico para a região amazônica. Através dos presidentes Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt, é firmado em 1943 um acordo entre Brasil e Estados Unidos da América, estabelecendo a implantação de uma base naval norte-americana em Belém

Em contrapartida, o governo estadunidense deveria instalar infra-estrutura na cidade. Com este acordo foi implementado um complexo sistema de diques, similar ao da cidade de Amsterdam, para nivelar e amenizar os efeitos das marés por sobre o território belenense, que possui grande parte de sua área sobre pântanos. Conjuntamente com o sistema de diques, foi implantado o sistema de saneamento básico e telégrafos (BRASIL, [s.d.]).

A Revolução Industrial somente ocorrerá na região Norte com as intervenções do então Presidente da República, Juscelino Kubitchek de Oliveira13. Através de seu Plano de Desenvolvimento Nacional PDN, da Operação Amazônia e do Plano de Intervenção Nacional PIN, conjuntamente com a construção da rodovia Belém-Brasília, estimulou-se à intensificação da ocupação urbana e criação de novos municípios na região Norte.

Esta política de desenvolvimento irá desencadear um processo intenso de ocupação com a chegada de migrantes do Nordeste e Sul do Brasil(SOARES, 2007).

O processo migratório gerou em Belém não diferentemente das outras capitais brasileiras, um inchaço urbano. São edificados na cidade diversos conjuntos habitacionais (CHARLET, 2007), procurando amenizar o contingente populacional presente nas diversas áreas invadidas pela população. Segundo a Comissão de Bairros de Belém o déficit habitacional, em 1994, estaria na ordem de 200.000 unidades habitacionais. (ibid.).

Outro fator apresentado como conseqüência do intenso processo de urbanização e desenvolvimento, acarretando no indevido inchaço urbano é o aumento considerável da atividade comercial informal, localizada nas vias centrais da cidade. A informalidade iniciada com a recessão econômica nacional do final da década de 1980 torna-se latente. (MEDEIROS, 2007).

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio- Econômicos do Pará DIEESE, o mercado informal na Região Metropolitana de Belém que contava com 173.800 pessoas em Janeiro de 1989 aumentou para 205.000 pessoas em Outubro de 1997 (DIEESE apud MEDEIROS, 2007). Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego PED concluem que, em 1994, quando no início do Plano Real, haviam 73 mil desempregados em Belém ;

Apesar de haver uma grande porcentagem da população belenense residindo nas regiões de baixadas e tirando seu sustento graças à informalidade econômica, irá ocorrer na capital paraense um fenômeno que tem por objetivo produzir uma novaimagem.

De acordo com Amaral (2007), procuram-se buscar referenciais locais, como o rio e a baía, para compor estratégias de marketing urbano e, conseqüentemente, de atração turística.

Conforme conceitos de urbanismo espetáculo(SANCHÉZ, 1997; apud FERREIRA, 2007), ou espetáculo urbano(ARANTES, 2000; apud FERREIRA, 2007), são implantadas pelos governos municipal e estadual estratégias mercadológicas para criar uma imagem fantasiosa da cidade (FERREIRA, 2007). Estas estratégias, realizadas principalmente em reformas de edifícios de cunho histórico e/ou cultural, serão concebidas somente na área central. Exemplo disto é a revitalização de parte da região portuária, criando a Estação das Docas, projeto embasado no Puerto Madero, de Buenos Aires. Esta onda irá gerar, na segunda metade da década de 1990, um marketing residencial da região central de Belémprincipalmente no bairro do Umarizal, onde torres de 30 a 35 pavimentos são edificadas frente à baía. De acordo com Ferreira (2007), esta prática se torna viável devido à morfologia topográfica favorável à verticalização.

FRENTE IDENTITÁRIA

De acordo com Castells (apud RIBEIRO, 2007), a identidade é o processo de construção de significado com base em um atributo cultural […]. Segundo Hall (ibid.), o indivíduo pode possuir identidades múltiplas, sendo considerado como um sujeito pósmoderno não tendo identidade fixa, essencial ou permanente.

Ribeiro (2007), afirma que as identidades não são absolutas, e sim estabelecidas no convívio social, onde podem sofrer mutações com a constante mudança, criação e recriação do sistema de valores e crenças. A identidade pode, ainda, ser construída e mutável de acordo com a escala do lugar, segundo Santos (apud RIBEIRO, 2007).

As frentes históricas e urbanísticas apontam fatores que indicam que a identidade do belenense, até o início do ciclo da borracha, se manteve como a de uma população ribeirinha, dentro de uma sistemática econômica, basicamente de trocas e com intensos contatos com os indígenas da região.

A relação construída com os nativos fez com que os estrangeiros adquirissem a identidade local. Exemplo disto é o fato dos europeus e brasileiros falarem o Nheengatu até a segunda metade do século XVIII e a população atual belenense falar em seus dia-a-dia, 7200 palavras provindas da língua tupi.

O ciclo da borracha trouxe uma identidade para o belenense, a do cidadão internacional, devidamente educado e politizado. O contato da elite citadina com o continente europeu, principalmente a França, trouxe para a cidade novos comportamentos, pensamentos e conceitos.

As correntes migratórias da segunda metade do século XX oportunizaram para a sistemática citadina belenense experiências identitárias multiterritoriais, constituindo sua identificação através da reformulação de sentidos e valores(HAESBAERT, apud RIBEIRO, 2007) trazidos das outras regiões brasileiras.

Sendo assim, entende-se que a sistemática da cidade ocorre como conseqüência de diversas vertentes identitárias, transformando a malha urbana em um espaço constantemente mutável. Entretanto, apesar de apresentar inúmeras identidades díspares, algumas historicamente intrínsecas no cidadão belenense e outras atuais, entende-se que a ligação ribeirinha se mantém presente na identidade local.

Apesar da intensa verticalização da cidade, ainda permanecem na cidade as formas mais antigas de ocupação do espaço, com estreitas vilas e passagens que acusam um uso bastante desorganizado do solo urbano abarrotados de casas estreitas(RODRIGUES, 2007).

Ainda é presente em Belém um grande contato identitário com os índios. Exemplo disto é o fato de existir na cidade o terceiro maior contingente populacional indígena de todo o país (XIMENES, 2007). Os dados do censo do IBGE de 1999 registraram um total de 2.291 índios de diferentes etnias na Região Metropolitana de Belém (ibid).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a pesquisa realizada, entende-se que a cidade apresentada foi e ainda é palco de diversos acontecimentos de cunho nacional. As três frentes abordadas apresentam-se ricas e extensas, oportunizando material para futuras pesquisas acadêmicas.

A história, o urbanismo e a identidade se mostraram interligados, durante todos os períodos analisados. Entende-se que os fatores são complementares entre si, auxiliando o entendimento das frentes supracitadas.

Entende-se ainda que Belém apesar de ser a maior concentração populacional da Amazônia e um renomado pólo regional, possui em sua imagem/identidade características e comportamentos comunitários e individuais similares aos realizados por seus ancestrais há séculos atrás.

Caio Smolarek Dias

Solange Irene Smolarek Dias

REFERÊNCIAS

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Fonte: www.fag.edu.br

Belém

Belém do Pará é conhecida como cidade das mangueiras. O título faz referência a beleza das árvores que dão um charme diferente no paisagismo das ruas e avenidas da chamada cidade morena.

Santa Maria de Belém do Grão Pará foi fundada em 12 de janeiro de 1616, e reúne um grande potencial histórico nesses 391 anos.

São pelas ruas estreitas da cidade velha que Belém começou. O bairro ainda guarda algumas construções que a colonização portuguesa deixou em solo belemense, locais como o Forte do Castelo, uma das primeiras edificações da capital.

Fugindo um pouco da nostalgia do passado, vir até a capital paraense e não visitar o Mercado do Ver-o-pêso é o mesmo que não ter passado em Belém .

Na maior feira livre à céu aberto da América Latina encontra-se de tudo, desde a mais exótica fruta, até os ?milagrosos banhos cheirosos? que têm o poder de até fazer com que uma pessoa se apaixone por você. Misticismo ou não, isso faz parte da cultura de quem vive em Belém .

A capital também tem a chuva da tarde que praticamente tem hora marcada pra cair; tem a devoção a Nossa Senhora de Nazaré, que sempre no segundo domingo de outubro reúne mais de dois milhões de pessoas em sintonia com a fé.

Neste dia as ruas se tornam verdadeiros rios humanos com direito a braços e afluentes.

Belém 
Mangal das Garças

Fonte: www.prodepa.gov.br

Belém

Localização

Belém do Pará é a capital do estado do Pará. Fundada em 12 de janeiro de 1616, a cidade tem hoje cerca de 1.408.847 habitantes (IBGE 2007) distribuídos entre seu núcleo urbano e suas 39 ilhas. Por se assemelhar a uma península a malha urbana teve pouco espaço para expansão ocasionando uma conurbação que deu origem à Região Metropolitana de Belém que conta com mais de 2,3 milhões de habitantes, tendo assim a maior população metropolitana da Amazônia.

Latitude: 01° 23′.6 Sul

Longitude: 048° 29′.5 Oeste

Construída em plena selva, é a maior Região Metropolitana do Norte do país e portão de entrada da Amazônia. A cidade é possuidora de alguns cenários e aspectos inigualáveis, senão vejamos.

A arquitetura da cidade, principalmente a da sua Belle Époque gerada pela extração da borracha, vale a pena de ser observada;

A foz do maior rio do mundo, o Amazonas, defronte da cidade, é uma verdadeira profusão de água que mais parece um mar barrento;

A Ilha do Mosqueiro, bucólico balneário com suas praias paradisíacas e com ondas do rio Amazonas, construções coloniais e a calmaria em sua orla

Ontem e Hoje

Historicamente constituiu-se na principal via de entrada na Região Norte do Brasil, devido à sua privilegiada posição geográfica. Situada na foz do rio Amazonas, o maior do mundo, a cidade dispõe do moderno Aeroporto Internacional de Belém (Val de Cans) e rodovias importantes da malha rodoviária Norte do país, como a BR-316 ( Belém-Nordeste), a BR-010 ( Belém- Brasília) e a PA-150 ( Belém Sul do Pará), o que torna a cidade de Belém do Pará facilmente acessada, não só quanto a toda a Região Norte, mas também em relação ao restante do país.

Em seus quase quatrocentos anos de história, após ser fundada por portugueses no ano de 1616, Belém vivenciou momentos de plenitude como o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, tornando-a conhecida como Paris n’América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões e das suas inúmeras igrejas, capelas e demais construções do período colonial.

Cidade das Águas

A cidade tem o clima quente e úmido, com uma temperatura média anual de 26ºC, a umidade do ar média de 90%, provocando chuvas de 2500 a 3000 mm. As estações aqui são simplesmente transformadas entre a época que chove muito que vai de dezembro ao início de maio e a que chove menos , de junho a novembro.

Mas por incrível que pareça, as chuvas não atrapalham a vida do belenense e seus visitantes. Muito pelo contrário, elas são sempre bem-vindas, pois uma de suas grandes funções é a de servir para amainar o calor amazônico. As chuvas, quase que diárias, geralmente não ultrapassam uma duração maior do que dez minutos, se é que devemos nominar assim os verdadeiros dilúvios que caem sobre a cidade. As estações chuvosas e menos chuvosas são bastante definidas, pois o micro-clima da cidade é quase que imutável.

Além desses detalhes peculiares, a cidade fica praticamente em um istmo que avança sobre o rio Amazonas e todos os seus afluentes localizados as proximidades da cidade. Os rios na verdade são as ruas dos belenenses, como dizia o grande poeta paraense Ruy Barata, Esse rio é minha rua, minha e tua mururé, piso no peito da lua, deito no chão da maré .

Espaço para Eventos

A cidade de Belém do Pará conta atualmente com centros de convenções e feiras para a realização dos mais variados tipos de eventos, inclusive esportivos no Estádio Olímpico do Mangueirão, um dos mais completos do país, passando pelos espaços multiusos em diversos hotéis, centros particulares e espaços administrados pelo setor público.

Turismo

A Cia. Paraense de Turismo Paratur, órgão oficial do turismo do Governo do Estado do Pará, e a Coordenadoria Municipal de Turismo Belemtur, são as entidades públicas responsáveis pelas informações turísticas da cidade. Assim, são inúmeros os roteiros ofertados por esses dois órgãos em seus endereços eletrônicos, na cidade, suas imediações, na costa Atlântica, e interior do Pará.

Fonte: www.eventos.cpatu.embrapa.br

Belém

Pontos Turísticos

Complexo Feliz Luzitânia retrata a história da cidade

BelémBelém

O complexo turístico, localizado na região portuária de Belém , com construções que datam do período colonial, atualmente abriga museus, restaurantes e oferece diversas opções de lazer às margens da Baía do Guajará.

Engloba a Igreja de Santo Alexandre, com seus belos jardins externos; o Museu de Arte Sacra, repleto de estátuas e artefatos religiosos que retratam a história regional; o Forte do Presépio e a Casa das 11 Janelas.

Mercado do Ver-o-Peso

Belém

Um dos cartões postais de Belém , o Ver-o-Peso reúne tudo o que há de mais paraense. Na feira diversificada são encontrados peixes de água doce, carnes, frutas e legumes regionais, além de artigos religiosos e ervas medicinais.

O complexo, localizado no centro histórico de Belém , enche a alma dos visitantes e moradores com sua beleza, cheiros, cores e sabores.

Estação das Docas – o sabor regional às margens da baía

Belém

Com uma área de 32 mil metros quadrados em 500 metros de orla fluvial de Belém , a Estação das Docas é um grande complexo de lazer, excelente para qualquer idade e para todos os gostos.

Ideal para passear e contemplar a Baía do Guajará, tomar deliciosos sorvetes de frutas regionais, assim como assistir a shows folclóricos e se deliciar com os pratos típicos da culinária paraense. Também abriga , museu, feira de artesanatos, lojas e muito mais.

O complexo todo construído em ferro inglês, no antigo porto da capital, foi restaurado e tombado pelo Patrimônio Histórico.

Complexo Ver-o-Rio – espaço cultural em praça pública

Belém

Comidas típicas, shows musicais, cultura e uma exuberante paisagem podem ser apreciados no Complexo Turístico Ver-o-Rio, uma espécie de praça pública, localizada às margens da Baía do Guajará .

O complexo conta com barracas de comidas típicas, bares, um palco, playground, calçadão de pedra portuguesa e um marégrafo – aparelho que mede o nível da maré.

Mangal das Garças – síntese do ambiente amazônico

Belém

Lindíssimo local com borboletário, viveiro de pássaros, restaurante, farol e museu. Às margens do Rio Guamá, o parque fica localizado no entorno do Centro Histórico de Belém , em uma área de aproximadamente 40.000 m², contígua ao Arsenal de Marinha.

O Mangal das Garças representa uma síntese do ambiente amazônico, bem no coração da cidade. Uma obra emblemática onde a natureza é preservada e o homem aprende a conviver, sem destruir, com a sua circunstância ambiental.

Em harmonia com essa paisagem, foram introduzidas algumas edificações: pórtico, restaurante, mirante, viveiro de pássaros, viveiro de borboletas e beija-flores e quiosques para lanches.

Jardim Botânico da Amazônia Bosque Rodrigues Alves

Belém

Um pedaço da da Floresta Amazônica no meio do centro urbano, o Bosque, idealizado pelo Barão de Marajó, por volta de 1880, é um dos pontos turísticos mais visitados de Belém .

Possui viveiro de pássaros e animais em extinção, orquidário, aquário e lago que oferece passeio fluvial em canoas.

Além de opção de lazer, hoje, na qualidade de Jardim Botânico da Amazônia, realiza estudos e abriga programas de preservação ambiental de espécies ameaçadas.

Parque da Residência

Belém

Antiga residência dos governadores do Pará, no início do século, hoje mantém um orquidário que abriga espécies raras da Amazônia.

Um traço peculiar do Parque é que, na sua área central, encontra-se um antigo vagão de trem, da Estrada de Ferro de Bragança, onde hoje funciona uma sorveteria de sabores regionais.

A Estação Gasômetro, toda em ferro, comporta um teatro para 400 pessoas, um café e lojas de produtos regionais e um restaurante.

Espaço São José Liberto

Belém

O Espaço São José Liberto (Antigo Presídio São José), abriga hoje o Pólo Joalheiro e a Casa do Artesão. Além de oferecer aos visitantes amostras do potencial mineral e artesanal do Pará, aliadas a um ambiente agradável e climatizado, também abriga diversos eventos culturais.

Mercado de São Brás

Belém

Construído na primeira década do século XX, em estilo art nouveau e neoclássico. Em suas dependências, funcionam lojas de artesanato paraense.

Fonte: servicos.belem.pa.gov.br

Belém

Belém é a capital do estado do Pará, localizada na Baía de Guajará, a uma distância de 120 km da costa Atlântica. Está construída sobre terraços planos antigos, variando sua altitude entre 6 e 14 metros.

Tem clima equatorial úmido, com temperatura máxima de 33,8°C e mínima de 20,2°C, registrando-se grandes amplitudes térmicas diárias.

As chuvas atingem 3.752 mm anuais, concentradas especialmente no verão. A umidade é de cerca de 89%. Originou-se de um povoado em torno do Forte do Presépio, construído em 1616, para controle português da Bacia Amazônica.

Depois passou a chamar-se Santa Maria de Belém do Grão Pará. O núcleo pouco prosperou. Somente nos fins do século XIX, com a exploração da borracha, Belém tomou impulso, tornando-se o grande entreposto da Amazônia.

A concorrência da seringueira cultivada na Ásia Sul-Oriental (Sudeste Asiático), a custos menores, acabou bruscamente com o extrativismo na Amazônia.

Belém estagnou-se a partir de 1914. Retomou o crescimento com a abertura da rodovia Belém -Brasília, e como já dispunha de aeroporto internacional e dominava a navegação fluvial, transformou-se em metrópole da Amazônia, centro comercial e de serviços para a região.

É uma cidade essencialmente comercial e de serviços e, também, centro político, administrativo e universitário. A Universidade Federal do Pará recebe estudantes dos diversos países amazônicos, como resultado do Tratado de Cooperação Amazônica.

Conta, ainda, com outras renomadas instituições de pesquisa e com a sede da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e o Museu Emílio Goeldi.

Fonte: www.timebrazil.com.br

Belém

Porto fluvial num dos braços do Rio Amazonas, às margens do Estuário do Rio Pará, na Baía de Guajará. Destaque para a Floresta Amazônica e para a forte influência indígena na alimentação.

A cidade velha é o núcleo original da capital paraense. Tem monumentos históricos importantes, como o Forte do Castelo, construído em 1616 (sede do círculo militar, com loja de artesanato).

Praias

Ilha do Mosqueiro

Ligada a Belém pela Ponte Sebastião R. Oliveira, é o principal balneário da capital. É uma ilha fluvial com praias de água doce muito parecidas com uma orla marítima e algumas dunas. Apresenta ondas fracas, boas para windsurfe. A maioria das águas é poluída.

Baía do Sol

Praia de ondas fracas e em forma de ferradura, com boa faixa de areia grossa e clara.

Paraíso

Inclinada em forma de ferradura e com estreita faixa de areia escura e grossa. Dependendo do vento e da maré, há ondas boas para surfe. Possui palmeiras e é possível acampar. Tranqüila.

Marahú

Tem pequenas dunas. Ocasionalmente há ondas para surfe.

Carananduba

Praia de enseada, em forma de ferradura e sem ondas. Possui areia fina e clara e vegetação nativa.

Praia do Areião

Plana, com areia clara e batida e pedras. Há recifes em frente. Tem molhe de madeira, onde se pode pescar. Está no Centro, e os barcos pesqueiros atracam no local, deixando restos de peixe que sujam a praia.

Ilha do Outeiro

Com praias fluviais recebem detritos químicos das indústrias nas proximidades. Para piorar, o esgosto também é despejado diretamente nas águas da Baía de Marajó, pois não há saneamento básico na ilha.

Icoaraci e Praia Cruzeiro

Reta, com estreita faixa de areia escura (misturada com terra) e grossa com mato. Há casas de veraneio. Poluída.

Dicas

Passeios diários de barco pelo Rio Guamá (com furos e igarapés) e vários locais de interesse na região Ilha do Marajó, Ajuruteua, Icoaraci, Ilha do Mosqueiro, Salinópolis, Vila do Algodoal, Parque dos Igarapés.

A melhor época para visitar Belém é no período de menos chuva, entre junho e dezembro.

Passeios de barco pelo Rio Amazonas até Manaus – Há duas maneiras de se fazer esta viagem de 5 dias de duração: uma pelos barcos conhecidos como gaiolas, utilizados pela população ribeirinha, que oferecem acomodações em redes ou beliches, com refeições incluídas nos preços; ou em navios com acomodações em camarotes com ar condicionado e piscina a bordo, com escalas em Soure e Santarém e Paratins.

Passeios de barco pelo Rio Guamá – furos, igarapés, Ilha dos Papagaios.

Passeio ao Parque dos Igarapés, bosque,piscinas, quadras de esportes, Rio Ariri, igarapés. Acesso pelo km 7 da Rod. Augusto Montenegro p/Icoaraci (conjunto Satélite), 18 km.

Fonte: www.melhorespraias.com.br

Belém

A Ilha de Maiandeua, mais conhecida por Algodoal, fica em um local privilegiado da costa atlântica do Pará. Esse pedacinho do céu está no município de Maracanã , região do Salgado. A vila de Algodoal, além de ser a principal ilha, possui a melhor infra-estrutura para acomodação de turistas.

As quatro vilas (Algodoal, Fortalezinha, Camboinha e Mocooca) são separadas entre si por porções de manguezais e seccionadas em alguns pontos por canais de maré.

Os 19 km² da Ilha de Algodoal são marcados pela tranqüilidade, pelos cenários maravilhosos que atraem turistas de todo o mundo. A comunidade da ilha é formada por pessoas simples e receptivas que vivem, basicamente, da pesca, da agricultura de subsistência e, ultimamente, do turismo.

A praia da Princesa , na Ilha de Algodoal – tem quase 14 quilômetros de extensão e foi classificada pela revista americana Time como uma das dez mais bonitas do Brasil. Quem a conhece sabe que a classificação é justa.

Na Princesa, há bares que funcionam nos períodos de alta temporada.

Nesses bares é possível encontrar refeições simples, como peixe frito e caldeirada, lanches e as bebidas mais consumidas no Brasil: cerveja e caipirinha.

Como chegar

O acesso à Ilha de Algodoal, normalmente, se dá por Belém do Pará, a cidade mais próxima provida de aeroporto internacional. De Belém são 165 km pela rodovia BR-316 e PA-127 até Marudá.

De lá, toma-se um barco que leva cerca de 40 minutos para chegar à ilha. Em Marudá, existem serviços de estacionamento para guardar o carro enquanto permanece na ilha.

Fonte: www.viapara.com.br

Belém

Belém é um município brasileiro, capital do estado do Pará. É considerada a maior cidade na linha do Equador, a segunda cidade mais populosa da região Norte e a maior Região Metropolitana do Norte, é conhecida como “Metrópole da Amazônia”. A cidade possui o maior IDH entre as capitais nortistas e concentra a maior população metropolitana.

A capital paraense, excluindo-se da população metropolitana, conta com cerca de 1.424.124 habitantes. Assemelhando-se a uma península, cercada por água, áreas militares e de proteção ambiental, teve pouco espaço para expansão, ocasionando conurbação com municípios próximos dando origem a Grande Belém que tem população estimada em 2,1 milhões de habitantes.

Pela abundância de mangueiras em suas ruas, é popularmente chamada de “Cidade das Mangueiras”. Denominada também de “Cidade Morena”, característica herdade da miscigenação do povo português com os índios Tupinambás, nativos habitantes da região à época da fundação.

Há 200 anos, a corte portuguesa embarcava em direção ao Brasil, numa viagem que mudaria completamente o rumo da história brasileira.

A família real foi para o Rio de Janeiro, mas na região Norte, outra cidade se preparou para ser a capital do reino: Belém do Pará virou a Capital das Especiarias.

No século XX, na década de 1970, a imigração japonesa fez do Pará um dos maiores exportadores mundiais da pimenta do reino, a mais nobre das especiarias da Índia. O Pará hoje é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil.

Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude entre os quais o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida na época como Paris n’América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.

Historicamente, constituiu-se na principal via de entrada na região norte do Brasil, devido a sua privilegiada posição geográfica. Situada às margens do rio Guamá, próxima à foz do rio Amazonas, abriga o moderno Aeroporto Internacional de Val de Cans. Com sua localização no extremo Norte da malha rodoviária brasileira BR-316 (Nordeste), BR-010 ( Belém-Brasília) e PA-150 (Alça Viária), Belém pode ser facilmente acedida por vias terrestre, aérea e fluvial, sendo uma das principais entradas para toda a região norte.

História

A região onde a atual cidade se localiza era primitivamente ocupada pelos Tupinambás.

O estabelecimento do primitivo núcleo do município remonta ao contexto da conquista da foz do rio Amazonas, à época da Dinastia Filipina, por forças luso-espanholas sob o comando do capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, quando, a 12 de janeiro de 1616, fundou o Forte do Presépio.

A povoação que se formou ao seu redor foi inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi sucessivamente denominada como Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará, até à atual denominação de Belém Belém foi a primeira capital da Amazônia.

Nesse período ao lado da atividade de coleta das chamadas drogas do Sertão a economia era baseada na agricultura de subsistência, complementada por uma pequena atividade pecuária e pela pesca praticada por pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha de Vigia.

Distante dos núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém reconheceu a Independência do Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.

Era da Borracha

Na Era da Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou a Belle Époque, momentos de luxo e glamour. Belém e Manaus eram na época consideradas as cidades brasileiras das mais desenvolvidas e umas das mais prósperas do mundo, principalmente Belém não só pela sua posição estratégica quase no litoral , mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.

O apogeu foi entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam.

A cidade possuía o Cinema Olympia (até hoje possui, sendo o cinema mais antigo do Brasil em funcionamento), considerado um dos mais luxuosos e modernos de seu tempo, inaugurado em 21 de abril de 1912 no auge do cinema mudo internacional.

A cidade possui o famoso Teatro da Paz, considerado um dos mais belos do Brasil, inspirado no Teatro Scala, de Milão, o mercado do Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina,o Palácio Antônio Lemos, o Colégio Gentil Bittencourt e Praça Batista Campos.

Pela mesma razão, foram atraídas nesse período levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com o fim de desenvolverem a agricultura nas terras da Zona Bragantina.

A comarca da capital, com sede em Belém envolvia além do seu município, os de Acará, Ourém e Guamá.

Possuía quinze freguesias: a de Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant’Ana da Campina, Santíssima Trindade e Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, estas na capital.

No interior as de São José do Acará, de São Francisco Xavier de Barcarena, de Nossa Senhora da Conceição de Benfica, de Sant’Ana de Bujaru, de Nossa Senhora do Ó do Mosqueiro, de Sant’Ana do Capim, de São Domingos da Boa Vista, de São João Batista do Conde, de São Miguel do Guamá, de Nossa Senhora da Piedade de Irituia e do Divino Espírito.

Observa-se que nessa época o indígena teve participação direta na economia local, por já está mais reservado nas áreas afastadas dos centros urbanos vivendo sua própria cultura, depois de ter enfrentado por muitas vezes os colonizadores em muitos conflitos.

Cresceu, em contrapartida, o comércio de escravos trazidos para os trabalhos gerais necessários e surgiu a figura do caboclo que já se desenvolvia com a miscigenação.

Cabanagem

Belém
Memorial da Cabanagem

Entre os anos de 1835 e 1840 o município esteve no centro da revolta dos Cabanos, considerada a de participação mais autenticamente popular da história do país, única onde a população efetivamente derrubou o governo local.

Posteriormente receberia o título de Imperial Município, conferido por D. Pedro II (1840-1889). Entre as causas dessa revolta citam-se a extrema miséria do povo paraense e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.

A denominação Cabanagem remete ao tipo de habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e índios. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora morasse muito melhor, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.

Geografia

Relevo: Planície

Vegetação: Floresta Amazônica

Principais rios: rio Guamá, rio Amazonas e rio Maguari.

Baía do Guajará é uma baía que banha diversas cidades do estado brasileiro do Pará, inclusive sua capital, Belém Foi formada pelo encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará.

Temperatura média anual: 25°C

Índice Pluviométrico: 1900 mm (ano)

Clima

O clima em Belém é quente e úmido, tipicamente equatorial, influência direta da floresta amazônica, onde as chuvas são constantes. As incontáveis mangueiras existentes nas ruas de Belém ajudam a amenizar o calor, principalmente nos meses mais quentes de julho a novembro quando a temperatura pode chegar a 41 graus. Além de aliviar o calor, as mangueiras ornamentam a cidade e fazem a delícia dos amantes da manga, já que em janeiro e fevereiro, época da safra, Belém é inundada pelo fruto, sendo assim conhecida como Cidade das Mangueiras.

Temperaturas e Médias

Tabela climática de Belém – Pará
Temperatura
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez   Média
Média Máxima °C 30,9°C 30,5°C 30,4°C 30,8°C 31,3°C 31,7°C 31,7°C 32,1°C 32,1°C 32,2°C 32,3°C 31,9°C    31,4°C
Média minima °C 22,1°C 22,2°C 22,4°C 21,8°C 22,6°C 22,1°C 21,7°C 21,7°C 21,7°C 21,6°C 21,9°C 22°C    21,9°C
Precipitação
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez   Total
Total mm 366 417 436 360 304 140 152 131 140 116 111 216    2889

Demografia

Belém com uma população de 1.424.124 habitantes, ocupa a 10º posição do ranking das cidades mais populosas do Brasil e a 2º da região Norte.

A cidade possui o maior IDH entre as cidades do norte e nos últimos anos, vem se verticalizando de forma acelerada, pelo fato de não haver mais áreas horizontais, levando investimentos para sua região metropolitana. a Cidade tem o 5º metro quadrado mais caro do País.

Religião

O município sedia o Círio de Nazaré, que acontece anualmente no segundo domingo de outubro e que reúne cerca de dois milhões de fiéis. O Círio de Nazaré, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, é a maior festa cristã do país e a maior procissão católica do mundo, sendo celebrada desde 1793, no município de Belém do Pará.

Atualmente as manifestações de devoção profanas e religiosas estendem-se por quinze dias, durante a chamada quadra Nazarena.

Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se:

A Romaria Fluvial
A Romaria Rodoviária
A Moto-Romaria
Transladação
A Procissão do Círio
O Círio própriamente dito
Recírio

Católicos

Belém possui inúmeras igrejas, capelas e santuários, dos quais destacam-se:

Igreja Nossa Senhora das Graças (Catedral da Sé ou Catedral Metropolitana)
Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré
Santuário de Fátima
Igreja Nossa Senhora Mercês
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Igreja Nossa Senhora da Trindade
Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Igreja Santo Antônio
Igreja Santo Alexandre
Capela de Santo Antônio
Capela de São João Batista
Capela do Nosso Senhor Jesus dos Bons Passos
Capela Nossa Senhora da Graça

Protestantes

A cidade possui um grande números de Igrejas Protestantes, dentre elas, as principais são: Assembléia de Deus, tendo sua fundação nacional primeiramente em Belém (com mais de 350 templos),Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Batista, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entre outras.

Política

Criada por lei complementar federal em 1973 (alterada em 1995), a Região Metropolitana de Belém (RMB), com 2.078.405 habitantes IBGE/2008, compreende os municípios de Ananindeua, Belém Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. A RMB é a 179ª maior área metropolitana do mundo, a maior da região norte e uma das cinco maiores regiões metropolitanas brasileiras.

O município de Ananindeua, que já foi considerado “cidade-dormitório” ou “anexo de Belém”, apresentou um grande desenvolvimento nos últimos dez anos, tornando-se, hoje, a terceira maior cidade da Amazônia e a 39ª do Brasil. Segundo as estimativas de 2008 do IBGE, o município conta com 495.480 habitantes.

O crescimento decorre da falta de espaço na capital paraense e consolidou-se com a construção do conjunto habitacional Cidade Nova, na década de 1980, que desponta como uma boa alternativa próxima a Belém ;

Área do Entorno

Santa Isabel do Pará, localizada 36 quilômetros de Belém não faz parte da região metropolitana, porém, encontra-se em processo de conurbação com Benevides. Outras cidades próximas, como Castanhal e Abaetetuba, seguem o mesmo caminho e já ultrapassaram a marca de cem mil habitantes cada uma.

A região do “Entorno de Belém”, que compreende municípios em um raio de até 60 quilômetros a partir da capital paraense, tem uma população que se aproxima de 3 milhões de pessoas, incluindo a região metropolitana.

Subdivisões

A capital paraense possui oficialmente 71 bairros, distribuídos em 8 distritos administrativos.

Distrito Administrativo de Belém (DABEL)
Distrito Administrativo do Bengui (DABEN)
Distrito Administrativo do Entroncamento (DAEN)
Distrito Administrativo do Guamá (DAGUA)
Distrito Administrativo de Icoaraci (DAI)
Distrito Administrativo de Mosqueiro (DAM)
Distrito Administrativo de Outeiro (DAO)
Distrito Administrativo da Sacramenta (DASAC)

Principais logradouros

Avenidas

Avenida 25 de Setembro
Avenida Alcindo Cacela
Avenida Almirante Barroso
Avenida Almirante Tamandaré
Avenida Brás de Aguiar
Boulervard Castilho França
Avenida Conselheiro Furtado
Avenida Duque de Caxias
Avenida Gentil Bittencourt
Avenida Governador José Malcher
Avenida Júlio César
Avenida Magalhães Barata
Avenida Nazaré
Avenida Pedro Álvares Cabral
Avenida Presidente Vargas
Avenida Senador Lemos
Avenida Visconde de Sousa Franco (Doca)

Rodovias

BR-316
Rodovia Artur Bernardes
Rodovia Augusto Montenegro
Rodovia do Coqueiro
Rodovia dos Trabalhadores
Rodovia Mário Covas

Praças

A capital paraense é famosa por suas praças amplas e arborizadas, algumas delas projetadas com elementos da arquitetura européia.

A cidade é bem servida de praças e outras áreas verdes. Hoje existem na cidade 236 praças, entre as quais:

Praça da República: é uma das mais antigas e a mais importante do município, sendo que ao seu redor funcionam o Teatro da Paz e o Teatro Experimental Waldemar Henrique, além do Núcleo de Artes da UFPA e o Bar do Parque. Na praça existem diversas Mangueiras e todos os fins de semana, realizam-se manifestações culturais e uma variada feira de artesanato
Praça Batista Campos
Praça Rui Barbosa
Praça do Relógio
Praça do Pescador: é um grande espaço popular que embeleza o Complexo Ver-o-Peso,localizada em frente à baía do Guajará.
Praça Santuário
Praça Amazonas
Praça Princesa Isabel (Terminal Turístico)
Praça Magalhães Barata
Praça Maestro Valdemar Henrique
Praça Dom Pedro II
Praça Dom Mário Vilas Boas: a primeira praça a ser visualizada por quem chega a Belém pelo aeroporto internacional e segue pela avenida Júlio César)
Largo das Mercês

Economia

A economia de Belém baseia-se primordialmente nas atividades do comércio, serviços e turismo, embora seja também desenvolvida a atividade industrial com alguns estaleiros, metalúrgicas, pesca e beneficiamento do palmito, mas principalmente madeireira. O Círio de Nazaré, a maior procissão cristã do planeta, movimenta a economia da Cidade. No período há aquecimento na produção industrial, no comércio, no setor de serviços.

Centros comerciais

Grande porte (mais de 30.000 m² de ABL – área bruta locável)

Castanheira Shopping Center – 38.774,49 m² de ABL
Shopping Pátio Belém – 37.260m² de ABL
Boulevard Shopping Belém – 35 mil m² de ABL

Pequeno e médio porte

IT Center
Shopping Somensi
Shopping São Brás

Principais mercados municipais

Mercado do Ver-o-Peso (1688)

É a maior feira livre da América Latina, é também o símbolo de Belém e sua maior atração turística. Localizado na área da Cidade Velha e diretamente às margens da baía do Guajará, abastece a cidade com produtos alimentícios do interior paraense, fornecidos pricipalmente por via fluvial.

Foi eleito entre as 7 Maravilhas do Brasil. O posto fiscal criado em 1688 no porto do Piri que, a partir de então foi popularmente denomindo lugar de Ver-o-Peso, deu origem ao nome do mercado, já que era obrigatório ver o peso das mercadorias que saiam ou chegavam à Amazônia, arrecadando-se os impostos correspondentes.

Mercado de São Brás (1911): Na Praça Floriano Peixoto, próximo à antiga “Estação de Ferro de Bragança”, foi construído na primeira década do século XX, em função da grande movimentação comercial gerada pela ferrovia Belém/Bragança.

Na mesma época, o intendente Antônio Lemos estabeleceu uma política para descentralizar o abastecimento da cidade, até então o Ver-o-Peso. O abastecimento começou a ser expandido para os bairros, a exemplo do que ocorreu em São Brás. O mercado de São Brás foi inaugurado no dia 21 de maio de 1911, em estilo art nouveau e neoclássico. Em suas dependências, funcionam lojas de artesanato, produtos agrícolas, domésticos e vestuário.

Educação

Pode-se dizer que Belém possui as melhores instituições de ensino da região.

Universidades/Faculdades

A UFPA é a melhor Universidade Pública da região Norte desde 2005 a 2007 (categorias: Destaque Regional/ As melhores por área de conhecimento = Ciências da Natureza). e o CESUPA é a instituição privada de ensino superior da Região Norte melhor posicionada no ranking do Índice Geral de Cursos (IGC) em 2008, novo indicador criado pelo MEC para avaliar a qualidade das instituições de ensino superior de todo o país. (O CESUPA desponta na primeira colocação do IGC entre os estados da região Norte.).

Dentre as diversas universidades/faculdades presentes em Belém destacam-se:

Públicas

Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA)
Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará (CEFET/PA)
Universidade do Estado do Pará (UEPA)
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Universidade de Taubaté (Fora de sede – EAD)

Privadas

Centro Universitário do Pará (CESUPA)
Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ)
Faculdade de Belém(FABEL)
Faculdade de Tecnologia da Amazônia (FAZ)
Faculdade do Pará (FAP)
Faculdade Estudos Avançados do Pará (FEAPA)
Faculdade Ideal (FACI)
Faculdade Integrada Brasil-Amazônia (FIBRA)
Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (IESAM)
Universidade da Amazônia (UNAMA)
Universidade Paulista (UNIP)

Bibliotecas públicas

Biblioteca Central da Universidade Federal do Pará
Biblioteca Clara Galvão
Biblioteca Irmãos Guimarães
Biblioteca Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional (IPHAN)
Biblioteca Municipal Avertano Rocha
Biblioteca Pública Arthur Vianna (1871)

Infra-estrutura

Transporte

Aeroporto Internacional de Belém – Av. Júlio Cesar s/n

Distante 12 km do centro, o sítio aeroportuário possui uma área de 5.615.783,22 m², se transformou em um exemplo do padrão que a Infraero implementa em seus aeroportos. Atualmente o Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, tradicionalmente denominado, opera com a capacidade de atender a demanda de 2,7 milhões de passageiros por ano, em uma área construída de 33.255,17 metros quadrados e é responsável pelo incremento do turismo na região, escoamento da produção e captação de novos investimentos.

Conta com uma arquitetura futurista, projetada para aproveitar a iluminação natural do ambiente e em seu interior ornamentado com plantas da região amazônica que se encontram cercadas por uma fonte capaz de imitar o barulho das chuvas que caem todos os dias na região. Possui estacionamento para aeronave com 11 posições, e 700 vagas para veículos, o movimento operacional em 2007 era de 2.119.552, dados cedidos pela Infraero.

Aeroporto Júlio Cesar – Av. Senador Lemos s/n
Aeroclube do Pará – Av. Júlio César
Terminal Rodoviário Hildegardo da Silva Nunes
Terminal Fluvial – Av. Marechal Hermes
Ferry-Boat ( Belém-Marajó)
Terminal Turístico da Estação das Docas – Av. Boulevard Castilhos França

Distâncias Rodoviárias / Aéreas

Altamira/PA: 830 km
Belo Horizonte/MG: 2824 km / 2111 km
Brasília/DF: 2.132 km / 1593 km
Cuiabá/MT: 2970 km / 1778 km
Florianópolis-SC: 3577 km / 2905 km
Manaus/AM: 5298 km / 1292 km – transporte aquático ou aéreo.
Marabá/PA: 541 km
Rio de Janeiro-RJ: 3.250 km / 2451 km
São Luís-MA: 806 km / 482 km
São Paulo/SP: 2.971 km / 2463 km
Santarém/PA: 1384 km
Teresina/PI: 923 km / 750 km

Turismo

Belém conhecida também como Portão de Entrada da Amazônia, proporciona diversas possibilidades de cultura e lazer. A cidade é rica em história, cultura, cores, cheiros, sabores e em natureza, podendo ser observado nos seus diversos pontos turísticos.

A capital paraense desponta como grande roteiro turístico do Brasil, gerando uma excelente oportunidade para investimentos turísticos e está entre as 10 cidades mais movimentadas e atraentes do Brasil. O conforto da civilização e o fascínio das matas pode-se encontrar em um só lugar.

Principais atrações turísticas

Bioparque Amazônia, parque particular, criado pelo Dr. Jorge Aarão Monteiro, em 1989.

Bondinho de Belém

Casa das Onze Janelas, é um famoso edifício histórico, construído no século XVIII.

Complexo Feliz Lusitânia, localiza-se as margens da baía do Guajará.

Complexo Ver-o-Peso, formado pelo mercado de peixe e o de carne, a estrutura é toda feita em ferro e foi trazida da Inglaterra. Em 1977, o complexo foi tombado pelo Instituto Histórico e Arquitetônico Nacional IPHAN.

Corveta Museu Solimões, o primeiro navio-museu do Norte.

Estação das Docas, Estação, assim também conhecida, possui um moderno terminal fluvial, o Amazon River, com ancoradouro flutuante, capaz de aportar até 4 embarcações de 70 pés. Diariamente são realizados diversos passeios fluviais pela orla e ilhas de Belém partindo do Amazon River.

Estádio Olímpico do Pará (1978)

Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Centro de Convenções conta com uma área total de 64.000m² e 25.000m² de área construída totalmente integrada ao ambiente amazônico, o HANGAR está equipado com recursos de última tecnologia e preparado para qualquer tipo de evento, como feiras, congressos, convenções, encontros, seminários, simpósios e exposições.

Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves

Mangal das Garças, localizado às margens do rio Guamá, fica em pleno centro histórico, o parque é resultado da revitalização de uma área de 40.000m2, no entorno do Arsenal da Marinha.

Museu Paraense Emílio Goeldi, criado em 6 de outubro de 1866, é a mais antiga instituição de pesquisas da região Amazônica e referência mundial na Amazônia.

Orla de Icoaraci, um dos mais bonitos pontos turísticos de Belém ;

Parque da Residência, residência oficial dos governadores do estado, agora é a sede da Secretaria Executiva de Cultura (SECULT)do estado do Pará.

Planetário Sebastião Sodré da Gama, é o 1º do Norte e considerado um dos mais modernos do país.

Theatro da Paz, construído com recursos auferidos da exportação de látex, no Ciclo da Borracha.

Ver-o-Rio, Numa área de cinco mil metros quadrados de frente para a baía do Guajará, o projeto alia contemplação à natureza com a praticidade na utilização do espaço urbano.

Centros históricos

Cidade Velha – conhecido como Centro Histórico de Belém o local tem como característica principal a herança arquitetônica do período Brasil Colônia. O bairro é um dos maiores referenciais do patrimônio histórico e cultural do Pará. O bairro nasceu com a construção do Forte do Presépio, hoje chamado Forte do Castelo, construído a mando da Coroa portuguesa, no início do século XVI. Na Cidade Velha surgiu a primeira rua de Belém a rua da Ladeira, que liga a Feira do Açaí ao Largo da Sé e onde se encontram bares e restaurantes antigos e simples. Outro lugar famoso do bairro é a Praça do Relógio, onde se localiza um relógio inglês levantado na década de trinta, com seus 12 metros de altura. Nela também está localizada a Catedral Metropolitana, a praça Dom Pedro II, igreja das Mercês, o prédio da prefeitura, o complexo Feliz Lusitânia e o Mangal das Garças.

Engenho Murucutu – Ruínas do antigo engenho de cana-de-açúcar prospero, móvido a vapor, que contava com muitos escravos. Foi destruído à época da Cabanagem, construído no século XVIII. Destacando-se a Capela de Nossa Senhora da Conceição 1711, em estilo neoclássico, cuja obra é atribuída a Antônio José Landi.

Museus

Museu Paraense Emílio Goeldi
Corveta Museu Solimões
Museu das Onze Janelas (artistas brasileiros do século XX)
Museu da Primeira comissão Demarcarora de Limites
Museu da Santa Casa de Misericórdia
Museu da Universidade Federal do Pará

Teatros

Teatro da Paz
Teatro Experimental Waldemar Henrique
Teatro Gabriel Hermes
Teatro do SESC
Teatro do Museu Emílio Goeldi
Teatro Margarida Schivasappa no CENTUR
Teatro Maria Sylvia Nunes
Teatro Estação Gasômetro

Palacetes

Palácio Antônio Lemos
Palacete Augusto Montenegro
Palacete Bibi Ferreira
Palacete Bolonha
Palácio do Governo
Palácio Lauro Sodré
Palacete Pinho
Palácio Velho de Belém

Culinária

Hoje, pode-se dizer que a cidade é uma das capitais gastronômicas do mundo. A Belém gastronômica é um interessante caldeirão de misturas étnicas. A comida indígena paraense única, verdadeiramente brasileira, segundo o filósofo José Arthur Gianotti tem sabores africanos, portugueses, alemães, japoneses, libaneses, sírios, judeus, ingleses, barbadianos, espanhóis, franceses e italianos.

Os povos que chegaram à capital se encantaram com a cozinha nativa e, aos poucos, foram incorporando seus ingredientes. A culinária belenense tem forte influência indígena.

Possui pratos típicos como: pato no tucupi com jambu, o tacacá, a maniçoba, entre outras delícias como o açaí.

Há quem diga que o sabor dos peixes e das frutas é realmente diferente. Os elementos encontrados na região formam a base de seus pratos. Com mais de uma centena de espécies comestíveis, as frutas regionais podem ser encontradas no Ver-o-Peso, feiras livres, mercados e supermercados do município; elas são responsáveis diretas pelo sabor das sobremesas que enriquecem a mesa paraense.

Destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará,bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá.

Futebol

Os principais clubes de futebol são Clube do Remo e Paysandu Sport Club, conhecidos por sua rivalidade. Outro tradicional clube de futebol do Pará é a Tuna Luso Brasileira, fundada pela comunidade portuguesa de Belém Também existem outros grupos menores que disputam o campeonato, como o Abaeté Futebol Clube, o Clube Municipal Ananindeua o Águia de Marabá Clube, e o Castanhal Esporte Clube .

Remo contra Paysandu é o clássico da cidade de Belém conhecido como Re-Pa: estes dois clubes se confrontam desde 10 de junho de 1914 (Remo 2 a 1) . Nenhum outro clássico do Brasil foi jogado tantas vezes quanto este, com quase 700 edições, e é considerado o maior clássico da região Norte do Brasil.

Grand Prix de Atletismo

Grand Prix Brasil de Atletismo, em Belém é realizado desde 2002, no Estádio Olímpico do Pará. Em 2004, Belém reuniu cerca de 42.640 pessoas no mangueirão, batendo o recorde de público em competições de atletismo na América do Sul. Entre os brasileiros que estiveram em Belém destacam-se Jadel Gregório, um dos melhores do mundo no salto triplo; Maurren Higga Maggi, estrela nacional do salto em distância; Fabiana Meurer, uma das revelações do salto com vara no circuito internacional; os fundistas Hudson de Souza e Fabiano Peçanha, presentes em Belém desde 2003; e Sandro Viana, Vicente Lenilson, André Domingos e Sabine Heitling, que competem nos 3 mil metros com obstáculos. Jadel Gregório é campeão pan-americano, vice-campeão mundial e dono da melhor marca mundial entre os triplistas em atividade, com 17,90 metros.

Maurren foi medalha de prata no Mundial Indoor de Valência, em março, e é recordista sul-americana da prova, com 7,26 metros e entre os atletas internacionais, os norte-americanos, J. J. Johnson (100 m e 200 m) e Joel Broen (110 m com barreiras); o queniano Julius Nyamu (3000 m com obstáculos); o cubano Osniel Tosca (salto triplo); os jamaicanos Maurice Wignall (110 m com barreiras); e Sheri-Ann Brooks (100 m e 200 m). Alguns dos principais destaques são a norte-americana Sheena Tosta, número dois do mundo em 2007 nos 400 m com barreira, e a cubana Yumisleidi Cumba, atual campeã olímpica do arremesso de peso.

Rallye du Soleil

Todo o ano Belém recebe o Rallye du Soleil, uma das mais importantes regatas do iatismo mundial.

Eventos

Por ser a cidade mais antiga da Amazônia e com todas as condições infraestruturais, tendo o Aeroporto Internacional de Belém considerado um dos mais modernos, terminal de uma das maiores malhas aéreas do país e com inúmeras ligações nacionais e o exterior, Belém é palco de grandes eventos da Amazônia, que vão desde eventos municipais até internacionais e está entre as 5 cidades brasileiras mais citadas para a realização de grandes eventos, de acordo com pesquisa nacional feita pelo SEBRAE/FBC&VB (2002) e além da gastronomia, atrações de lazer e turismo que são diversos na Região Metropolitana.

A capital possui grandes eventos fixos locais, é o caso do Círio de Nazaré (anual e maior evento religioso do país), Feira Amazônica do Livro (a 4ª maior feira do gênero no país é anual – 350 mil participantes), Supernorte (anual, é o maior evento empresarial do Norte do país – 45 mil participantes), a FITA-Feira Internacional de Turismo da Amazônia (18 mil participantes) e o Amazônia Fashion Week (maior evento de moda da Amazônia), dentre outros.

A cidade conta atualmente com o Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, atualmente um dos maiores do Brasil e o maior da Amazônia., para a realização de diversos tipos de eventos, o CENTUR, o maior centro de debates e manifestações culturais do norte do Brasil, inclusive esportivos no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), um dos mais completos do país, passando pelos espaços multiusos em diversos hotéis, centros particulares e espaços administrados pelo setor público.

Eventos realizados em Belém

Belém sediou, sedia e sediará variados eventos, dentre os mais recentes, destacam-se:

IX Fórum Social Mundial – Amazônia 2009
I Assembléia do Fórum de Autoridades Locais da Amazônia (FALA) – 2009
VI Fórum Mundial de Educação – 2009
VI Fórum Parlamentar Mundial – 2009
Fórum de Ciência e Democracia – 2009
X Fórum Mundial de Juízes – 2009
6º Congresso Norte-Nordeste de Psicologia – 2009
VI Confintea – Conferência Internacional sobre Educação para Adultos – 2009
Feira da Indústria do Pará – IX FIPA – 2009
2º Expo Norte Sthetic & Look Hair -2009
VI FITA – Feira Internacional de Turismo da Amazônia – 2008
XXIII Congresso Brasileiro de Anatomia – 2008
1º Expo Norte Sthetic & Look Hair – 2008
XICongresso Brasileiro de Biomedicina- 2008
Supernorte – 2008
XIV Congresso Médico Amazônico – 2008
Encontro de Governadores da Frente Norte Mercosul – 2007
III Congresso Brasileiro sobre o Movimento Dekassegui – 2007
XI Festa de San Gennaro – 2007

Calendário oficial

Feriados em Belém

15/08 Adesão do Pará à Independência
05/09 Desfile Escolar do Dia da Raça (Embora não seja feriado, faz parte do calendário oficial de Belém)
07/09 Desfile Militar
2º Domingo de Outubro – Círio de Nazaré

Feriados Federais

01/01 Confraternização Universal
21/04 Tiradentes
01/05 Dia do Trabalho
07/09 Independência
12/10 Nossa Senhora Aparecida
02/11 Finados
15/11 Proclamação da República
25/12 Natal

Obs.: Pontos facultativos são determinados pelo prefeito.

Fonte: www.guiadoturista.net

Belém

Pontos Turísticos

Ilha de Caratateua (Outero)

Raia de Outeiro, banhada pela Baía do Guajará, fica em frente ao Distrito de Icoaraci, na Ilha de Caratateua. É o balneário mais próximo de Belém Situa-se 18 Km da capital. Suas praias, de água doce, são bastante procuradas nos finais de semana e feriados prolongados. À beira-mar há uma variedade grande de bares e restaurantes que oferecem o tradicional peixe frito. Lá já é possível ter contato com a imensidão da Baía do Guajará, o movimento de maré da água doce e a fartura dos peixes da região. Um final de tarde na Praia do Amor é um passeio imperdível. Agência Distrital de Outeiro

Como Chegar

O acesso é feito pela Rodovia Augusto Montenegro até o Km 12. Depois segue pela estrada do Maracacuera até o Km 02. O transporte rodoviário é de responsabilidade da empresa de ônibus Icoaraciense.

Ilha do Mosqueiro

A ilha está localizada na costa oriental do rio Pará, no braço sul do Rio Amazonas, em frente à Baía do Guajará, ligada ao continente por uma grande ponte.

Mosqueiro é uma das mais belas ilhas fluviais do Pará, distante 60,5 Km de Belém São 17 km de praias de água doce com movimento de maré. O clima é agradável e a cidade é típica de veraneio. Seus casarios seculares, à beira-mar, dividem espaço com mansões modernas, restaurantes, bares e hotéis que ficam lotados, principalmente, no mês de julho e nos feriados. De carro, a pé ou de bicicleta, descobrir os caminhos da ilha é sempre uma delícia. O veranista escolhe entre passear pela rua das Mangueiras, comer uma tapioquinha na Vila ou ainda saborear um peixe-frito na beira da praia.

Orla do Murubira

Bioparque Amazônia – Crocodilo Safari

Localizado a menos de 15 quilômetros do centro de Belém no bairro do Tenoné, o Bioparque Amazônia – Crocodilo Safari é cercado de florestas,rios e igarapés. Resumo da paisagem amazônica com sua fauna e flora exuberantes, o local guarda cerca de 13 quilômetros de trilhas, em uma área composta de quatro ecossistemas interligados, dispostos em 80 hectares.

Um dos atrativos do bioparque é o Museu de Malacologia e Paleontologia onde os convidados podem conferir uma coleção de três mil peças expostas entre conchas e moluscos coletados em todos os continentes. No local, você também encontra fósseis de répteis, insetos e vegetais.

O Bioparque Amazônia é um investimento privado de R$ 15 milhões, habilitado e licenciado pelo Ibama para funcionar como zoológico classe C, o único desta categoria no Pará. Lá existem quatro espécies diferentes de jacarés, dando destaque para o jacaré açu, tamanduá, além das ariranhas, um serpentário com dezenas de espécies diferentes, gavião real, entre outros animais exóticos.

O espaço ideal para pesquisa e educação ambiental, o bioparque é hoje uma das atrações do turismo de lazer mais procurado. O acesso pode ser feito via fluvial através do rio Maracacuera, por meio da empresa especializada em viagens e turismo na região amazônica Atakan Amazon Tour, com saídas de lancha pela Estação das Docas e via terrestre pela rodovia Augusto Montenegro.

Bosque Rodrigues Alves

Uma reserva ecológica, de 16 hectares, localizada na avenida Almirante Barroso, corredor de entrada de Belém Criado em 25 de agosto de 1883, foi idealizado com o objetivo de preservar o ambiente natural na área urbana da cidade de Belém As 2.500 espécies florestais do bosque não foram plantadas. A reserva, de mata nativa, foi apenas cercada para que a cidade pudesse desfrutar de um pedaço natural da floresta Amazônica.

Casa das Onze Janelas

O prédio que deu lugar a Casa das Onze Janelas foi projetado pelo arquiteto italiano Antonio Landi no século XVIII. O local reúne paisagem, lazer e cultura, nele os visitantes podem apreciar um grande acervo de arte contemporânea, importante referencial para as regiões Norte e Nordeste. Na Sala de Ensaios Visuais, acontecem as exposições de curta duração, com base em pesquisas ou em propostas que possam provocar discussões e reflexões sobre a arte do século XXI.

Para integrar a arte contemporânea à edificação histórica do século XVIII, várias obras ocupam os demais compartimentos do prédio e se incorporam ao cenário urbanístico. Peças de grandes proporções dialogam com a arquitetura e com o Jardim Feliz Lusitânia, para permitir que o visitante sinta-se envolvido pelo ambiente artístico.

No Casario da rua Padre Champagnat funcionam o Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Pará (DPHAC) e o Museu do Círio, onde estão guardados objetos de promesseiros que participam da maior festa religiosa do norte do país. O museu ganhou uma nova expografia com objetos de culto, brinquedos populares, mantos, estandartes, documentos impressos e painéis fotográficos que revelam a procissão em décadas passadas.

Serviço: O Núcleo Cultural Feliz Lusitânia está aberto à visitação pública das 10 às 20 horas. Para os espaços abertos, com vista para a Baía do Guajará, que funcionam 24 horas, o acesso é livre.

Complexo São José Liberto

O velho presídio agora é São José Liberto. Abriga o Museu de Gemas do Pará, o Pólo Joalheiro e a Casa do Artesão. O local, inaugurado em outubro de 2002, pelo então governador Almir Gabriel, está se tornando referência para o mercado joalheiro paraense por conta das jóias em ouro e gemas produzidas pelo talento dos ourives e designers paraenses. No local, o artesanato e as cerâmicas marajoara e tapajônica também ganharam espaço.

O prédio do antigo presídio levou quase dois anos para ser totalmente reformado, representando um investimento de R$ 8 milhões. A inauguração do Pólo Joalheiro também representa um novo estágio no processo de verticalização mineral do Estado que detém mais de 50% das reservas minerárias brasileiras, sendo o ouro um dos principais produtos explorados e comercializados em todo o país.

O Complexo foi inaugurado em plena semana do Círio de Nazaré. O objetivo foi homenagear os turistas, em especial os paraenses, que estão em Belém motivados pela energia positiva da maior festa religiosa do país. O antigo presídio foi palco de muitas rebeliões e sofrimentos.

A solenidade de inauguração reuniu autoridades, políticos, operários e artistas como a cantora Fafá de Belém Além do padre Ronaldo Menezes que abençoou a obra e o artesão paraense Levy Cardoso que falou em nome da classe. O Complexo São José Liberto despertou nos artistas o sonho e a perspectiva de um futuro promissor para a carreira e para a comercialização de suas peças.

Estação das Docas

Que tal passear por antigos galpões de ferro ingleses do século XIX e ainda dar uma paradinha para tomar um sorvete de suco de frutas regionais, apreciando o pôr-do-sol amazônico às margens da baía do Guajará?

Esse lugar está localizado no bairro do Comércio, em Belém do Pará. Um dos principais pontos turísticos e parada obrigatória para quem visita o Estado, a Estação das Docas é um dos lugares noturnos mais animados da cidade de Belém ;

Inaugurada em 2001, a Estação das Docas é formada pelos antigos galpões do porto em ferro inglês, antes usados para armazenamento de carga, que foram restaurados e hoje oferecem lazer e conforto para os visitantes.

O local associa gastronomia e entretenimento e oferece bares e restaurantes com o melhor da culinária paraense. São 500 metros de orla fluvial urbanizada, seguindo o exemplo de grandes centros como Nova York e Buenos Aires.

É resultado de um grandioso projeto do governo do Estado, de revitalização da zona portuária de Belém A reurbanização da área, com a construção de um enorme calçadão à beira-rio, deu vida a um pedaço da cidades que tinha sido abandonado e impulsionou novos projetos de restauro na região central.

Nos palcos deslizantes acontece o projeto “Pôr-do-Som”, que celebra o cair da tarde ao som do Bolero de Ravel, seguido da apresentação de danças folclóricas paraenses, em frente ao Boulevard das Feiras e Exposições.

Aos domingos é a vez do “Teatro ao Pôr-do-Sol”, com apresentação de espetáculos no Anfiteatro do Forte de São Pedro Nolasco, a partir das 17 horas.

No Armazém 2, o Boulevard da Gastronomia, estão reunidos seis dos melhores restaurantes da cidade e uma sorveteria especializada em sabores regionais.

No Armazém 1, o Boulevard das Artes, estão os memoriais históricos, uma galeria de arte, uma cervejaria, barracas de artesanato, quiosques de comidas regionais, lojas de serviço e bancos 24 horas.

No Boulevard das Feiras e Exposições há espaço e infra-estrutura garantidos para feiras, simpósios, seminários e outros eventos de grande porte.

E tem ainda o Cine Estação, um moderno cinema adaptado no Teatro Maria Sylvia Nunes, com capacidade para 428 lugares. A proposta é oferecer cinema de qualidade a um público mais abrangente.

Para quem curte passeios fluviais, a Estação das Docas é destino certo. De lá partem barcos com passeios diários pela orla e ilhas de Belém sempre saindo do ancoradouro flutuante Amazon River.

A Estação das Docas representou um investimento de R$ 19 milhões do governo estadual. É prova de que Belém chega ao século 21 demonstrando que é possível restaurar centros históricos sem aprisionar-se às glórias do passado. O empreendimento recebe diariamente cerca de duas mil pessoas, e gera 600 empregos diretos e 1.800 indiretos.

Feliz Luzitânia

Belém deu mais um importante passo na recuperação de sua origem ribeirinha com a conclusão do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia. O espaço é um novo marco arquitetônico e urbanístico da capital paraense, um trabalho de valorização do patrimônio histórico da Cidade Velha iniciado com o Arcebispado, onde estão a Igreja de Santo Alexandre e o Museu de Arte Sacra (MAS).

Além desses dois espaços, fazem parte do núcleo o Museu do Forte do Presépio, o Casario da rua Padre Champagnat e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. O Governo do Pará investiu cerca de R$ 18 milhões no projeto que vai incluir também a restauração da Catedral de Belém que se integrará ao conjunto de obras já realizadas no Centro Histórico.

Complexo composto pelo Museu de Arte Sacra – MAS, Igreja de Santo Alexandre e Galeria de Artes Fidanza.

Forte do Castelo

Marco da fundação da cidade de Belém onde os portugueses desembarcaram no dia 12 de janeiro de 1616, sob o comando de Francisco Caldeira Castelo Branco, com o objetivo de conquistar terras amazônicas e defender a região da invasão de estrangeiros. Foi nessa época uma fortaleza militar, denominada de Forte do Presépio.

Por estar situado num lugar estratégico, à beira do Rio Pará, de onde era possível ter uma visão geral de toda a movimentação de entrada e saída de barcos, funcionou como quartel general. Ali foram arquitetados todos os planos para expulsar os ingleses, franceses e holandeses da região.

Forte do Presépio

Marco histórico da fundação de Belém o Forte do Presépio foi erguido em uma península habitada pelos índios Tupinambá, estrategicamente situada na margem direita da foz do rio Guamá, na confluência com a Baía de Guajará, bem no coração da Cidade Velha, centro histórico de Belém ;

O Forte do Presépio foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1962 e foi restaurado em 2002, durante o governo de Almir Gabriel. Integra o Projeto Feliz Lusitânia e hoje funciona como pólo de atração turística do Estado. Foi transformado em museu para exibir justamente as peças encontradas nas escavações feitas durante a restauração.

Na parte interna do Forte, o turista encontra o “Museu do Encontro” que reúne objetos em cerâmicas tapajônica e marajoara, como as urnas funerárias marajoaras que exibem traços dos primeiros habitantes da região.

Além da cultura material recolhida no próprio sítio histórico: fragmentos de porcelana, balas, moedas, entre outros.

No circuito externo, denominado de “Sítio Histórico de Fundação da Cidade”, estão expostos os vestígios arquitetônicos revelados em escavações arqueológicas: rampas de acesso ao terrapleno (1808), casa de pólvora (1697) e o forno de balas ardentes (1808), além das peças de artilharia.

Em toda a área do Forte há portais, onde estão afixadas informações sobre a história da colonização da Amazônia. Descendo do Forte do Presépio, é possível passar pela Ladeira do Castelo, a primeira rua de Belém – antiga rua do Norte-, com construções que remontam o período colonial português que conduz à área portuária de Belém ;

Igreja da Sé (Catedral Metropolitana de Belém)

Projetada pelo arquiteto italiano Antonio Landi, sua construção foi iniciada em 1748. A Catedral Metropolitana de Belém ou Igreja da Sé, em estilo barroco e neoclássico, é considerada uma das mais belas igrejas do Brasil em arquitetura e artes sacras. Abriga em seu interior imagens em afrescos, telas e painéis.

A Catedral é o ponto de saída da procissão do Círio de N. S. de Nazaré, que acontece todo segundo domingo de outubro em Belém há mais de 200 anos.

Mangal das Garças

O Mangal das Garças é o mais novo complexo turístico da cidade de Belém Localizado às margens do rio Guamá, no entorno do centro histórico, o complexo ocupa área de cerca de 34,7 mil metros quadrados que foi revitalizada e representa uma síntese do ambiente amazônico no coração da capital paraense.

No parque naturalístico, o visitante conhece as diferentes macrorregiões florísticas do Estado, ou seja, as matas de terra firme e várzea e os campos.

O Magal possui um pórtico, restaurante, viveiro de borboletas e beija-flores, viveiro de pássaros, quiosques para lanches e uma torre-mirante-farol de onde o turista pode visualizar a singular paisagem composta pelo rio Guamá e pelo verde espalhado por todo o parque. Sem contar o pôr-do-sol, que é um espetáculo à parte.

Próximo à entrada do parque, foi remontado e reciclado um antigo galpão de ferro, pertencente à Enasa (Empresa de Navegação da Amazônia, já extinta) e doado à Secretaria Executiva de Cultura. No espaço, há exposição e venda de plantas e artesanatos.

Durante o passeio, o turista se depara com lagos artificiais onde ficam aves pernaltas, marrecos e quelônios. O visitante poderá, ainda, percorrer as áreas internas dos viveiros de pássaros, beija-flores e borboletas.

Além disso, o pavilhão central – que abriga o Museu da Marinha e um restaurante -, em dois pavimentos, fica num promontório que avança sobre o aningal e dá acesso a uma passarela sobre a várzea, de 100 metros de comprimento. O visual permite uma bela vista para as torres da Catedral Metropolitana de Belém ;

Museu Emílio Goeldi

Fundado no ano de 1866 pelo naturalista Domingos Soares Ferreira Pena, é conhecido mundialmente, e constitui-se em importante centro de estudos e pesquisas da natureza da Amazônia, além de ser um museu natural rico em espécies da flora e da fauna da região. Sua criação originou-se da organização da chamada Sociedade Filomática, que depois se tornou Museu Paraense, resultado do esforço de um grupo de estudiosos, liderados pelo cientista Domingos Soares Penna, que desejavam criar um centro de estudos de História Natural. Mais tarde recebeu o nome de Museu Paraense Emílio Goeldi, em homenagem ao zoólogo suiço que levou a instituição ao auge de seu prestígio internacional.

Existem no Museu Emílio Goeldi amostras de grande número de espécies nativas da fauna da Amazônia: onças, macacos, araras, papagaios, gaviões, periquitos, urubus-rei, mutuns, jacarés, grande variedade de peixes, lontras, ariranhas, tartarugas, serpentes etc. A flora encontrada no Museu torna o espaço uma miniatura da floresta Amazônica, onde se encontra também um lago repleto de espécies de vitórias-régia. O Museu possui ainda uma biblioteca especializada em assuntos amazônicos e vasto acervo arqueológico e etnológico, que inclui todos os aspectos da cultura indígena da Amazônia. O campus do Museu, localizado fora do sítio urbano, realiza pesquisas da Amazônia, alcançando renome científico internacional.

Contabiliza mais de 2.000 espécies de plantas e árvores, animais exóticos e um aquário com espécies raras da região.

Trata-se da instituição de pesquisa mais antiga da Amazônia. É centro de referência aos pesquisadores do mundo inteiro. Dedica-se aos estudos da fauna e da flora, do homem da Amazônia e de seu ambiente físico.

Fonte: www.citybrazil.com.br

Belém

O Círio de Nazaré em Belém do Pará

Olha, lá vai passando a procissão
Se arrastando que nem cobra pelo chão
As pessoas que nela vão passando
Acreditam nas coisas lá do céu,
As mulheres cantando, tiram verso
E os homens, escutando, tiram o chapéu
Eles vivem penando aqui na terra
Esperando o que Jesus prometeu..

(Procissão de Gilberto Gil)

Todas as referências à origem da festa do Círio de Nazaré remetem à lenda do aparecimento da imagem de N. Sra de Nazaré, com poderes miraculosos, achada por um caboclo. Conta-se, em livros, edições especiais de jornais, artigos e outros escritos, que Plácido José de Souza era um caboclo da região, filho de um português e uma índia nativa. Era agricultor e caçador, e possuía um sítio na estrada do Maranhão (hoje Bairro de Nazaré).

Num certo dia de outubro de 1700, Plácido saiu para caçar na região do igarapé Murutucu (onde hoje é a Basílica). Depois de muito caminhar pela mata, parou para refrescar-se nas águas do igarapé. Ao levantar a cabeça, enxergou a imagem de Nossa Senhora entre as pedras cheias de lodo. Católico fervoroso, Plácido levou a santa para o barraco onde morava e ali, em um altar humilde, passou a venerar Nossa Senhora.

Procurada pelos viajantes que passavam pela estrada do Maranhão, a casa de Plácido tornou-se lugar de culto a Nossa Senhora. Sabendo de seus milagres, muitos devotos iam rezar, pagar promessas e agradecer os milagres alcançados. Uma das passagens mais importantes do história de N. Sra. de Nazaré, constantemente citada como justificativa da construção da Basílica no lugar onde se encontra, diz respeito ao eventos chamados pelo povo de sumiço da santa .

Diz-se que no dia seguinte àquele em que foi encontrada, a imagem não amanheceu no altar da casa de Plácido. Sem saber o que acontecera, este saiu andando pela estrada indo parar às margens do Murutucu. Para sua surpresa, a imagem estava novamente entre as pedras. Diz-se que a santa sumiu outras vezes, quando retirada dali.

Esta história chegou aos ouvidos do governador da época, que ordenou que se levasse a imagem para o Palácio do Governo, onde ficou sob intensa vigilância.

Pela manhã, contudo, o altar estava vazio. Impressionados com o milagre, os devotos concluíram que Nossa Senhora queria ficar às margens do igarapé. E ali foi onde construíram uma ermida, ao lado da qual o caboclo Plácido ergueu sua nova casa. Com o passar do tempo, os milagres foram aumentando, trazendo à cidade gente de vários lugarejos do interior, e a imagem acabou indo parar em Belém .

Naquela época, os viajantes que passavam pela casa de Plácido vinham do Maranhão ou da Vigia (cerca de 200 quilômetros distante de Belém ), onde já havia o culto a Nossa Senhora. Talvez algum devoto, após a viagem, tenha parado no igarapé e deixado a imagem da santa nas pedras, mas isto não importa.

Depois de um longo processo de reconhecimento dos milagres da santa e da devoção local por parte da igreja, em setembro de 1790, chegou a autorização para a realização de homenagens à santa conforme o Ritual Litúrgico. Foi então que o governador Francisco Coutinho pensou em fazer uma procissão pela cidade.

Dias antes da romaria, porém, o governador adoeceu.

Prometeu, então, à santa que, caso se recuperasse, ele mesmo levaria a imagem até a capela do Palácio. Restabelecido, cumpriu sua promessa e na madrugada de 8 de setembro de 1790, a Virgem chegou ao Palácio. Ao amanhecer, a população de Belém se preparava para o primeiro Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

Belém
Nossa Senhora de Nazaré

No mesmo dia, à tarde,após a celebração da missa, o governador carregou a imagem da santa, apresentando-a à população e entregando-a ao capelão do Palácio. Teve início, então, a procissão com a tropa da cidade à frente, seguida pelos esquadrões de cavalaria, batalhões de infantaria, duas filas de cavaleiros em traje de gala, várias seges e serpentinas transportando as senhoras. O palanquim, puxado por bois e ornamentado com flores – que conduzia o padre com a santa percorreu o trajeto cercado por romeiros, o governador, com um grande círio, os membros das Casas Civis e Militar (todos uniformizados e à cavalo) e, por último, as baterias de artilharia.

Escrevendo a respeito do primeiro Círio, diz Artur Vianna:

A imagem foi transportada na véspera daquele dia à noite da ermida para o palácio do governo. Pela iluminação de azeite da cidade, escoou-se a multidão que cercava o carro da santa até desembocar no largo da Campina, então sem as suas lâmpadas de arco voltaico, sem o seu belo teatro, sem seus circos e restaurantes, e apenas com seu belo cemitério, lúgubre, onde jaziam cadáveres dos infelizes escravos e dos pobres flagelados pela varíola. […] No dia seguinte, à tarde, com todo o esplendor possível a uma estréia, desfilou do palácio a romaria; na frente e no couce marchava toda a tropa da cidade (Vianna, 1904: 237).

Desde sua instituição, o Círio era realizado à tarde, prolongando-se pela noite. O costume mudou em 1853 quando, ao atingir o Largo da Pólvora (atual Praça da República), a romaria foi atingida por uma violenta chuva.

A imagem da santa foi levada às pressas pela tropa até a ermida, a mando do comandante das armas. Para evitar a possibilidade da chuva, o Círio passou a ser realizado durante a manhã, horário em que raras vezes chove em Belém .

Em 1855, baía transbordou às vésperas da procissão do Círio, transformando as ruas próximas em verdadeiros lamaçais. Durante a procissão o carro puxado por bois, que conduzia a berlinda, não conseguia passar. Alguém teve então a idéia de que seria melhor desatrelar os bois, passar uma corda em volta da berlinda e sair puxando até desatolar. Puxada pelos fiéis, a berlinda saiu do atoleiro no alagado do Piri, no Ver-o-Peso, e chegou ao Largo das Mercês.

Desse modo foi levada até a ermida. Esta prática foi incorporada e, com o passar dos anos, os romeiros continuaram a usar cordas e a força dos braços para vencer os obstáculos do caminho, até que em 1868, a diretoria da festa decidiu oficializar a corda no Círio. O fato provocou alguns protestos, mas com o tempo se tornou a maior tradição da romaria.

Desde o início, o Círio de Nazaré saía da capela do Palácio do governo, para onde a imagem era levada na véspera, durante a transladação. Em 1882, no entanto, o bispo e o governador da Província, chegaram à conclusão de que a catedral da Sé seria o melhor lugar para a saída da procissão.

Em 1886, a Sagrada Congregação dos Ritos transferiu a festa de Nazaré para o último domingo de outubro. Em 1901, o bispo fixou o segundo domingo como data oficial do Círio. Coube ao poeta maranhense Euclides Farias que vivia em Belém , compor o Hino a Nossa Senhora de Nazaré, no ano do lançamento da pedra fundamental da nova igreja que se decidiu construir, mais suntuosa e ampla. “Vós sois o lírio mimoso” agradou muito aos fiéis e se transformou no Hino Oficial do Círio. Em dez estrofes, o poeta canta as virtudes da Virgem de Nazaré e pede sua benção.

HINO DE N. SRA. DE NAZARÉ – (Euclides Farias)

Vós sois o lírio mimoso
do mais suave perfume,
que ao lado do Santo Esposo
a castidade resume.

Ó Virgem Mãe amorosa,
fonte de amor e de fé
dai-nos a benção bondosa, [Refrão] Senhora de Nazaré [Bis]

De vossos olhos o pranto
é como gota de orvalho
Que dá beleza e encanto
à flor pendente do galho

Se em vossos lábios divinos,
um doce riso desponta,
nos esplendores dos hinos
nossa alma ao céu remonta

Vós sois a flor da inocência,
que nossa vida embalsama,
com suavíssima essência
que sobre nos se derrama

Quando na vida sofremos
a mais atroz amargura,
de vossas mãos recebemos
a confortável doçura.

Vos sois a ridente aurora
de divinais esplendores
que a luz da fé avigora
nas almas dos pecadores.

Quando em suspiros e ais
sentimos a vida morta
nessas angústias finais
o vosso amor nos conforta

Sede bendita, senhora,
farol da eterna bonança
nos altos céus, onde mora
a luz da nossa esperança

E lá da celeste altura,
no vosso trono de luz,
dai-nos a paz e ventura
do nosso amado Jesus.

Com linhas arquitetônicas seguindo o estilo romano, o templo tem 62 metros de comprimento e 20 de altura. O interior tem a nave central e duas naves laterais, divididas por 36 colunas de granito róseo. As doações em dinheiro feitas pelos devotos, incluindo os romeiros que vinham do interior, foram fundamentais para a construção da igreja. A inauguração aconteceu em outubro de 1941, já com o título de Basílica, que recebeu em 1923. Desde 1920, porém, a imagem da santa está em seu novo altar.

A Festa do Círio como evento total

O Círio é um conjunto ou seqüência de rituais, podendo ser entendido, todo ele, como um ritual complexo (Alves, 1980), com desdobramentos de eventos que combinam os mesmos elementos. Ele mobiliza toda a cidade de Belém e faz dela, durante os quinze dias em que se realiza, o pólo de atração de romeiros de todo o norte e nordeste do país, alcançando, atualmente, também os romeiros de outros estados e ainda turistas de todo o mundo. A festa do Círio de Nazaré já é reconhecida entre as maiores do mundo.

Toda a cidade de Belém , portanto, católica ou não, se vê envolvida pela perspectiva da festa, seja em termos sociais (a volta para a festa dos parentes que vivem distantes, a chegada de um enorme contingente de pessoas que ocupam a cidade, os novos conhecimentos etc) ou em termos econômicos (serviços de hotelaria, comércio de artefatos, turismo de todo tipo, transporte, restaurantes e toda infra-estrutura necessária à recepção dos convidados da festa, romeiros e pagadores de promessas) ou mesmo religiosos (mesmo outras religiões devem se posicionar com relação ao Círio, manifestação gigantesca de fé católica, totalizante, que impressiona fortemente os que assistem ao evento).

Toda a região entra em movimento a partir da perspectiva da festa.

Três eventos, contudo, podem ser entendidos como mais significativos e organizadores dos demais, dentro da festa:

As procissões, com a do Círio servindo de paradigma

O arraial ou festa propriamente dita, que coloca em relação o sagrado (missas, novenas, romarias) e o profano (um parque de diversões, entretenimento e o arraial no Largo de Nazaré).

O almoço do Círio

A procissão do Círio, propriamente dita, é evento principal. Ela abre o Círio, que reúne aproximadamente um milhão e meio de pessoas nas ruas de Belém. É um evento prolongado, pois o percurso da procissão ao ser percorrido por milhares de pessoas simultaneamente, demora horas. A festa, entretanto, continua durante quinze dias, especialmente nos eventos localizados no Arraial do Círio , montado no Largo de Nazaré.

Belém
Procissão do Círio

O arraial funciona nos quinze dias da festa, com bares, barracas, parque de diversões, comidas típicas regionais e o movimento de pessoas que circulam o dia inteiro pelo largo. No último domingo da quinzena realiza-se outra procissão e, na segunda-feira que se segue, o Recírio.

Como acontece com todas as grandes festas é necessário que seja tomado um conjunto de providências, o que é feito por uma organização formalmente estabelecida . A Festa de Nazaré(como muitas vezes é chamada), do mesmo modo, começa sempre muito anteriormente à data do evento e, no caso do Círio, os responsáveis por sua organização se reúnem no que chamam de Diretoria da festa , a quem a Igreja delega poder e que é a responsável pelos contatos com as autoridades locais e estabelecimento da ordem dos festejos.

A diretoria da festa é composta por cerca de trinta membros que se dividem em funções administrativas e em comissões.

As principais, do ponto de vista da tomada de decisões são:

Presidente: sempre o vigário da paróquia de Nazaré

Coordenador

Dois secretários

Dois tesoureiros

Um diretor de patrimônio.

Os demais membros da diretoria se distribuem em doze comissões:

Comissão do arraial, de procissões, de culto, de divulgação e relações públicas, da barraca da santa, da preparação da berlinda e carros, de instalação dos serviços de som, de organização do programa da festa, de decoração da cidade, de decoração do arraial, de promoção artística, de organização das exposições.

Estas comissões, pela quantidade e qualidade das atividades cobrem um campo bastante amplo e implicam relações formais com o poder municipal e estadual.

Implicam ainda um alto grau de comunicabilidade, integração e organização entre elas, a fim de que a festa seja bem sucedida. Para isto, são divididas em executivas e especiais às quais se juntam as comissões arrecadadoras que mobilizam todos os diretores para um trabalho de levantamento de fundos em toda a cidade que, para tanto, é dividida em zonas.

A diretoria da festa é constituída por industriais, comerciantes, militares, profissionais liberais, altos funcionários públicos e afins. Formalmente, a escolha da diretoria é da competência do Arcebispo de Belém , que segue as sugestões da paróquia de Nazaré. Os diretores e o coordenador fazem as indicações dos demais membros.

Alguns nomes permanecem na diretoria por anos seguidos, trazendo assim sua experiência executiva para a realização do evento. Isidoro Alves diz que há uma tendência em manter a grande maioria dos diretores, o que pode significar, de todo modo, um maior grau de coesão (Alves, 1980).

A diretoria compatibiliza ainda, no nível organizacional, dois campos de poder concorrentes na festa: o religioso e político. E faz também as mediações entre a ordem que a orientação eclesiástica pretende imprimir à festa e a vontade de manifestação popular, que acontece durante a festa.

Nem sempre […]as relações entre a Diretoria da festa e a autoridade eclesiástica foram harmônicas na história da festa. Constituída não nos moldes de agora [1980], mas enquanto Confraria de Nazaré, a direção dos festejos durante a primeira grande questão do Círio , quando D. Macedo Costa em 1877 a proibiu como uma festa religiosa, foi nitidamente contrária à decisão do bispado. Nesse momento, coloca-se ao lado do poder político que, em época de conflito, disputa mais claramente a consagração com o outro poder concorrente . (Alves, 1980: 34).

Entre as diversas ações da diretoria está a criação da Guarda de Nossa Senhora (ou Guarda da Santa ), uma corporação de voluntários aos quais cabe a função de acercar-se da berlinda, que é puxada por eles, pessoalmente e, também, a de zelar pela disciplina na corda e no arraial. A criação da guarda de Nossa Senhora corresponde a uma tentativa da diretoria de organizar um modo de controle sobre as manifestações que geralmente lhe escapam ou que seriam exercidas pela polícia. Como a ação da diretoria não pode se confundir com a ação repressiva, uma vez que ela não recebe ordens do Estado e sua função é equilibrar a ordem religiosa com a manifestação popular, a guarda da santa exerce esta função.

A Guarda de Nossa Senhora reúne membros pertencentes às camadas mais pobres na hierarquia social belenense, embora não exclusivamente. Sua ação no arraial também corresponde ao mandato que a diretoria recebe quando a Prefeitura Municipal de Belém lhe transfere o Largo de Nazaré, ou seja, a área da praça em frente à igreja.

Durante a festa a diretoria passa a ser a dona da praça no sentido de que pode alugar espaços aos que desejem ali se localizar e, conseqüentemente, ordenar o arraial segundo sua vontade, hierarquizando posições, demarcando a circulação através da disposição das barracas e demais eventos. Assim, na medida em que a Direção da Festa responde pela área que ritualmente representa a cidade e para onde converge a atenção da população durante os 15 dias e noites, ela cria um corpo para atuar no nível do arraial, isto é, da manifestação coletiva.” (Alves, 1980: 34).

Segundo Vianna, o primeiro arraial foi uma feira. O capitão-general do Rio Negro e do Grão-Pará, D. Francisco Coutinho autorizou que se inaugurasse no Largo de Nazaré uma grande feira de produtos agrícolas e industriais do Estado à qual pudessem estar presentes todos os agricultores, inclusive os índios.

Ordenava-se que em fins de agosto de cada ano deviam achar-se em Belém todas as canoas que tivessem subido ao comércio do sertão; que os diretores providenciassem de modo a ser facultado a oito ou dez indivíduos de um e outro sexo nas povoações grandes e a quatro ou seis nas povoações pequenas o embarque para a capital, a fim de virem a feira de Nazaré vender seus produtos e os dos outros que lhes desse incumbência de vendê-los . (Vianna, 1904: 324/25).

Segundo Alves, o arraial do Círio é um local onde se pode encontrar os mais diferentes tipos de comércio. Diz ele que o arraial é o lugar onde acontece, de fato, a festa, como ponto de encontro, diversão e comemoração.

É para o arraial que se dirigem as pessoas que participam do Círio nos momentos em que não acontecem as missas, procissões e outras cerimônias religiosas da festa. Com barracas de comidas típicas, jogos, dança etc., pode-se dizer que predomina o caráter de uma grande feira que objetiva, atualmente, vender o que Alves chama de idéia do desenvolvimento de Belém , através dos estandes para exposições patrocinadas pelo Governo do Pará e outros órgãos públicos e empresas. (Alves, 1980, Site).

A principal atração do arraial são brinquedos , termo que designa o parque de diversão, barracas pequenas e grandes destinadas à venda de bebidas e comidas como o tacacá, pato no tucupi, maniçoba, vatapá etc. E entre as mercadorias do arraial, os brinquedos de buriti, feitos artesanalmente nas cidades do interior do Pará. Os brinquedos do Círio são um espetáculo à parte durante as festividades de Nossa Senhora de Nazaré e se tornaram elemento indispensável da quadra nazarena . Sãoserpentes, aves, barcos, carrosséis, bonecos, feitos de caranã – a polpa dos galhos de uma palmeira, conhecida por miriti ou buritie pintados com cores fortes.

Os brinquedos são fabricados em Belém e outras localidades, mas a maior parte vem do município vizinho de Abaetetuba. A chegada dos brinquedos em Belém já se transformou em mais uma atração da festa. No sábado, chegam as embarcações com os brinquedos e todos os vendedores se reúnem no Largo do Carmo, na Cidade Velha, primeiro bairro da capital, onde os brinquedos são colocados em girândolas. Os vendedores ganham as ruas da cidade, dando um colorido único à festa.

Se as noites do arraial são momentos de encontro, circulação, namoro e várias atividades que por sua própria natureza não podem estar sob o controle da diretoria da festa, algumas delas exigindo, por vezes, a intervenção da polícia e da Guarda da Santa, o universo do arraial não é um universo desordenado, havendo mesmo uma hierarquia das barracas no que diz respeito à sua localização.

Assim pode-se notar […]que a Barraca da Santa se localiza ao lado da igreja e todas as noites tem um patrocínio, os noitários […].À Barraca da Santa acorrem normalmente as camadas mais altas da sociedade, os de maior poder aquisitivo, as autoridades, os altos funcionários.

Normalmente as mesas são vendidas com antecedência e na maioria das vezes em caráter compulsório , como nas noites patrocinadas pela Universidade Federal do Pará, […] etc, isto é, junto com um convite acompanha o talão da mesa que o convidado fica obrigado a pagar em termos da consumação mínima (Alves, 1980: 77).

Nos outros espaços do arraial circulam muito diferentes categorias sociais e, diz Alves, à medida que o espaço do arraial vai se distanciando da igreja é notória a presença de segmentos mais baixos da sociedade paraense.

Há inclusive uma expressão antiga que denomina a parte final do arraial como o “orifico retal” da festa . Sua localização espacial é marginal ao largo (Alves, 1980: 77/78).

Até 1973 as áreas do arraial eram leiloadas, mas a partir de então, a diretoria da festa decidiu que, ao invés de faria a seleção dos interessados e indicaria a área onde deveriam se localizar, embora mantenham ainda o pagamento. A diretoria da festa requisitou um controle maior sobre o arraial com o argumento de que ele estava se desvirtuando . Essa tentativa de maior controle coincide com mudanças na direção da festa e aconteceram quando foi indicado um professor universitário, com uma posição destacada na Universidade local e grande experiência como empresário, para organizar o arraial, tendo este proposto uma maior racionalização da festa e dar a ela o que chamou de nova ordem (Alves, 1980). Ele e outro diretor da festa, reclamaram contra os desvios do arraial onde, segundo viam, aumentava cada vez mais o número de bares com músicas e até outras festas verdadeiras sucursais das boates conhecidas na cidade, por onde transitavam prostitutas . E segundo este, seria de espantar que numa festa em que se celebrava a Virgem Maria, em pleno arraial, em frente à igreja, a prostituição fosse evidente (Alves, 1980: 79).

Este objetivo já vinha sendo buscado há tempos, pois Vianna, em 1904, já dizia:

Houve aqui um belo esforço para reformar o Círio e a Festa de Nazaré, expurgando-os da dissolução que os contamina, dando-lhes um cunho de seriedade que não tem, buscando ampliar as demonstrações do culto do povo, reduzindo as exibições grotescas e ridículas, despendendo mais utilmente a soma das esmolas. (Vianna, 1904: 241).

Segundo pude perceber em todos os textos, estes momentos de tensão são constantes na história do Círio de Nazaré e acontecem preferencialmente quando há predomínio dos aspectos considerados profanos, ou seja, da manifestação festiva que foge ao aspecto religioso propriamente dito. Então, a Igreja tenta coibir os comportamentos considerados lascivos e permissivos, contrários aos valores da ética cristã .

O mesmo acontece por outro lado, quando opovo percebe que há umexcessivo controle da festa pelas autoridades religiosas (que chegaram a proibi-la , mas que foi realizada mesmo assim), e delas retoma o controle, estabelecendo, contudo um equilíbrio entre os valores estritamente festivos e os religiosos. A festa, diz Isidoro Alves, parece demonstrar uma negociação, um compromisso entre as manifestações mais formais dirigidas pela autoridade religiosa e outras mais informais, onde tem lugar a manifestação popular tal como o povo entende que seja a festa (Alves, 1980: 79).

A disputa pelo controle da festa implica tensões de todo tipo, especialmente porque uma festa não acontece sem povo, e é a este povo que tanto Igreja como Estado tentam impor regras e modelos. O manifesto de 1974, feito pela diretoria da festa e citado por Alves, e que constava do programa da festa naquele ano, é exemplar da vontade de sua apropriação por uma e outra instância, mas também das dificuldades que devem enfrentar para impor mudanças.

Ele diz o seguinte:

A Diretoria da Festa de N. Sra. de Nazaré, consciente da rápida evolução que vem tendo a sociedade moderna, sobretudo aquelas parcelas mais atingidas pelo impacto das comunicações, decidiu orientar sua atuação no corrente ano, promovendo uma revisão geral da festividade, não só quanto aos princípios que devem nortear o culto à Virgem, mas também quanto à organização de cada um dos elementos ou etapas que a integram.

Não se trata portanto de promover transformações pela preocupação simplista de inovar, mas sobretudo de uma atitude de busca e aperfeiçoamento que seja capaz de colocar o culto que tradicionalmente o Povo de Deus, no Pará, presta nossa Mãe de acordo com as diretrizes pastorais pós-conciliares (apud Alves, 1980: 80).

Alves diz que neste documento a diretoria da festa reconhece que ela tem, ao mesmo tempo, caráter religioso, recreativo e turístico, e acrescenta que a estas dimensões se junta a educativa, constatando ainda que:

as parcelas do povo que mais intensa participação têm na festividade são formadas de pessoas mais simples originárias das camadas mais modestas da sociedade.

É indispensável, por isso, que a festa se constitua numa oportunidade extraordinária para a participação do povo na cultura paraense (Alves, 1980: 80).

O documento mostra, depois, que a diretoria tem como estratégia de atuação preservar tudo aquilo que ela julga representar autênticos valores tradicionais e excluir tudo que ao longo dos anos foi acrescido ou se imiscuindo na festa. Diz Alves que no conjunto das medidas preconizadas pela diretoria, a partir de 1974, está uma pesquisa sistemática sobre a festividade como valor religioso, ético e antropológico, visando a definição de uma estratégia de pastoral mais adequada à realidade amazônica.

Entre as proposições da diretoria neste documento encontrava-se a implantação, no Círio, de um sistema de comando único, apoiado num sistema de comunicações que chegue até o romeiro sem interferência. Para tanto a diretoria da festa pensava contar com o sistema de freqüência modulada da Polícia Militar do Estado.

Temos que levar em consideração que estas propostas são apresentadas em plena vigência da ditadura militar no Brasil, e que a tentativa de exercer controle maior sobre a festa corresponde, inclusive, a uma visão que o poder político tinha, à época, sobre as manifestações populares. Nesta época, quando os modelos de gestão autoritária estavam em vigor, eles tentaram controlar também a festa, mesmo a religiosa. A diretoria da festa afirma ainda, no documento, que seu objetivo era o de aproveitar a oportunidade em que se reinia toda a família paraense para que os órgãos de Estado informem o povo sobre o que estavam fazendo e que programas pretendiam desenvolver em favor da economia regional.

Como resultado disto, foram retirados os bares, os teatrinhos de monstros, e acabou o leilão dos espaços das barracas. Foram mantidos apenas os parques de recreação infantil e as barracas-restaurantes, para fins de beneficência (Alves, 1980).

O que se observou, entretanto, na quinzena do Círio, foi que nem tudo podia estar sob o controle da diretoria da festa. Nas ruas que contornam a praça onde estava montado o arraial desenvolveu-se intenso comércio de quinquilharias, comidas e bebidas.

Ao mesmo tempo, nos últimos dias da festa as pequenas barracas já não obedeciam a proibição de se colocar bancas para servir bebidas. Os excessos de bebidas em certos locais, o footing e o trottoir, a pura diversão e completa descontração das pessoas que iam ao largo fugiram ao controle da diretoria. A participação popular efetiva, na festa ,realiza-se, portanto, no sentido oposto ao da ordem e do controle. Do mesmo modo, não é possível um rígido controle sobre o comércio de miudezas que acontece no arraial, apesar das taxas cobradas pela prefeitura.

Os pequenos vendedores aproveitam a época da festa para obter alguma renda. A tentativa de ordenar o espaço público acaba desagradando.

A história do arraial do Círio é marcada por vários momentos em que diferentes funções e atividades são incorporadas a ele, somando a seu caráter original de feira, o de lazer, diversão. Fala-se muito numa fase áurea da festa, que corresponderia a um período em que o lazer assumia o papel principal, refletido nos teatros e companhias teatrais que se apresentavam durante a festa, do mesmo modo que renomados artistas nacionais , o que só voltou a acontecer mais recentemente. Segundo pude inferir, o princípio de organização do arraial não se modificou.

Ainda se vê a representação teatral, as performances, e outras manifestações culturais que se mantiveram com o passar dos anos, apesar do constante vaivém entre os interesses oficiais e populares neste espaço da festa. Alguns paraenses com quem conversei declaram que o espaço do arraial não é espaço dirigido pela igreja, e sim o espaço onde os belenenses fazem o lado profano da festa do Círio.

Muitos dizem que realmente, em alguns momentos, brigas e baixarias nas proximidades da igreja propriamente dita, são constrangedoras, especialmente em se tratando de uma festa cristã, de louvor à virgem. Mas tais fatos são episódicos, dizem. A disputa entre os interesses da Igreja e da diretoria, que incorpora também forças aliadas ao interesse popular, tem permitido o equilíbrio. Todos, entretanto, notam que a verdadeira força que vem surgindo e mexendo no Círio é a televisão que, para transmitir a festa, ocupa lugares demais, incomoda os participantes e gera um caráter exibicionista, seja no arraial, seja na grande procissão.

Todos também reconhecem que a partir da presença da TV no Círio mais pessoas conhecem não apenas a festa, mas a partir dela, o Pará, e principalmente Belém que, até então, não fazia parte do Brasil .

A Procissão do Círio

A procissão atualiza o mito do aparecimento da santa, enfatizando a origem do culto. Daí o despojamento nas atitudes e os pagamentos de promessas por milagres recebidos. Ao mesmo tempo, o deslocamento espacial da procissão refaz a ligação iniciada em 1793 entre o Palácio do Governo e a Igreja de Nazaré.

Nos primórdios, essa mobilização se fazia da cidade para o interior, uma vez que a cidade, no século XVIII, era apenas um núcleo reduzido. Depois, essa movimentação passou a ser feita no sentido do interior para a cidade, pois os romeiros se deslocam das mais diferentes cidades da região norte para participar do Círio em Belém ;m do Pará.

Segundo Isidoro Alves (1980), o trajeto e representação simbólica da procissão não se modificaram com o passar do tempo. Continua acontecendo a transladação na véspera, à noite, para na manhã seguinte acontecer a grande festa dos paraenses.

Segundo ele, é assim que a grande maioria das pessoas que entrevistou (também aquelas com quem conversei), entende o Círio de Nazaré: como uma festa e não apenas como uma procissão. Moreira, citado por Alves, acrescenta que a procissão se destacou por sua extrema popularidade, representando o predomínio de

uma romaria de origem popular sobre fórmulas tradicionais de origem oficial, as procissões ou festas reais, impostas por leis . E acrescenta que o Círio e a Cabanagem são os dois maiores exemplos do poder afirmativo das massas na história paraense (Moreira, 1971, apud Alves, 1980: 39).

A procissão atrai, anualmente, para Belém , romeiros e devotos do interior do Estado ou de outros estados, juntando-se a estes milhares de turistas. O fluxo de embarcações, ônibus, aviões etc. aumenta consideravelmente. As tres principais categorias de participantes do Círio, os romeiros, devotos e turistas, são referidas durante todo o tempo, na mídia.

Praticamente toda a cidade se divide nestas tres categorias. E toda a cidade participa, de uma forma ou de outra, da procissão. Mesmo quem fica em casa acompanha a procissão,através das emissoras de televisão e de rádio. Atualmente, todo o Brasil acompanha o Círio, ainda que através de flashes das redes de televisão.

Os jornais locais fazem edições especiais com cadernos inteiros dedicados exclusivamente ao evento e imprimem e distribuem posteres coloridos com a imagem de N. Sra. de Nazaré. Nestas edições são reproduzidas mensagens do governador, do prefeito, do arcebispo e de diversas associações, que aproveitam o momento para vincular sua imagem à festa. Toda a publicidade local gira em torno do acontecimento.

O nome da santa e o fato de ser aquele um dia especial são constantemente lembrados. Todos os que falam sobre o Círio dizem que o dia da procissão é o maior dia dos paraenses , lembrando os fatos que atualizam o mito de origem e permanência do Círio e da Festa.

De acordo com Isidoro Alves, a procissão, propriamente dita, do Círio de Nazaré, pode ser decomposta em três espaços em movimento: um núcleo estruturado, constituído pelas autoridades civis, militares, eclesiásticas, políticas, altos funcionários, irmandades religiosas e convidados, todos usando uma pequena flâmula que permite entrar na corda; um segmento intermediário ou liminar composto do grupo de pessoas que seguram a corda e puxam a berlinda com a santa e, um terceiro segmento, composto de uma massa compacta e gigantesca de acompanhantes, pessoas que seguem a berlinda ao redor, por todo o trajeto.

Assim, o núcleo é o centro da procissão e da consagração, disputado tanto pelo poder político como o religioso e onde as posições são demarcadas antecipadamente, com posições atribuídas a cada categoria participante de acordo com o costume e circunstâncias políticas do momento e interesses em jogo.

Como já disse, historicamente a procissão do Círio tem início com outra procissão, menor, a que chamam de transladação e que é realizada no sábado à noite, véspera do segundo domingo de outubro. Ela sai por volta das dezenove horas do Colégio Gentil Bittencourt que fica quase ao lado da igreja de N. Sra de Nazaré. A berlinda sai puxada pela corda, acompanhada por uma grande multidão levando velas acesas. Sem a presença de autoridades e diretores da festa, a procissão se encaminha para a Catedral, fazendo o percurso inverso ao do Círio. Na manhã do segundo domingo de outubro, então, sai a procissão maior da festa, a qual se chama de Círio.

A procissão do Círio sai pela manhã, por volta das sete e meia da manhã, da Catedral e demora cerca de quatro horas para deslocar-se num percurso de alguns quilômetros até a Basílica de Nazaré.

Ela faz inúmeras paradas durante o deslocamento. Uma das razões disso é conseguir um maior controle sobre o deslocamento da massa gigantesca de pessoas que se movimentam ao mesmo tempo. Esse movimento é feito com grande dificuldade e sacrifício pela maior parte dos que acompanham a procissão, especialmente os pagadores de promessa, que costumam acompanhar a santa nas áreas críticas , ou seja, segurando a corda, ou nas proximidades da berlinda onde se encontra a imagem da santa. As imagens são impressionantes e mostram um enorme esforço, por parte dos fiéis para não serem esmagados pela pressão da multidão.

No trajeto pelas ruas da cidade a santa recebe homenagens daqueles que esperam sua passagem ou dos que ficam nas janelas das casas. A passagem da santa é um dos momentos de maior emoção para os paraenses de Belém .

Os informantes dizem:

Quando a santa passa eu peço por mim, por todos. Eu rezo e choro(uma mulher, 40/50 anos, casada, informante de Alves 1980: 54)

Eu fiquei com a garganta apertada e lagrimei quando vi aquela multidão e a berlinda subindo a Av. Presidente Vargas. Foi uma coisa diferente (jovem estudante universitária informante de Alves 1980: 54)

A passagem da Santa é emocionante. Não sei lhe dizer se é mais por causa da santa ou da fé do povo que vai no rumo dela. É lindo ver tanta gente junto (Alisson, 25 anos, belenense).

Belém
Procissão do Círio de Nazaré

Em momentos como estes, os participantes, conscientes do significado que envolve o evento ritual, ficam mais sujeitos ao afloramento de suas emoções. As pessoas como que se transformam. Assim, chorar em público, ajoelhar-se no asfalto das ruas, vestir uma mortalha e distinguir-se no meio da multidão, são atos que para algumas pessoas só podem acontecer em tais momentos.

Entre os representantes eclesiásticos e a santa há um espaço quase vazio onde se situa o que seria o comando principal da procissão, que controla o deslocamento da berlinda.

Esta, por sua vez, é puxada por um grupo de homens que hoje fazem parte da guarda da santa (Alves, 1980: 44). No passado, porém, a berlinda não era puxada pela guarda da santa, que nem existia, mas por homens que pagavam suas promessas.

Na verdade, diz Alves:

Os que seguram o carro com a santa continuam pagando suas promessas mas, com a criação dessa guarda, a Diretoria procurou afastar as pessoas estranhas à devoção católica, como os chamados macumbeiros.

Relata-se mesmo o caso de um pai-de-santo da cidade que durante anos pagou sua promessa puxando a berlinda mas que nos últimos anos foi impedido, pois segundo um diretor, ele se aproveitava da situação para fazer suas obrigações, que nada tinham a ver com a procissão, uma festa católica (Alves, 1980: 44).

Próxima à berlinda segue uma densa massa humana que geralmente também está ali para pagar uma promessa. Todos dizem ser um lugar perigoso da procissão. Talvez pela excessiva disposição devocional, que resulta no aperto na multidão, com empurrões, pisões, quedas, desmaios, cortes nos pés e freqüentemente, brigas na disputa por um lugar. O pagamento das promessas de ir junto à corda implica sacrifício do próprio corpo.

A Corda

Separando o núcleo central com a berlinda existe uma corda, muito grossa, especialmente confeccionada para o Círio, que é segurada principalmente por pessoas que pagam promessas e que puxam por ela a berlinda com a santa.

Esse espaço central recebe a reverência sacral e se observa nitidamente uma redução em forma de modelo, de relações entre os campos de poder concorrentes como o político, o religioso e o de posição social. Esse centro é o que recebe a consagração através de gestos, acenos, etiquetas formais (Alves, 1980: 45).

Os que estão fora da corda dizem que dentro dela vão as autoridades, o Arcebispo e demais convidados. Os políticos costumam acenar para os que ficam nas janelas, nas ruas em que passa a procissão. Concordo com Alves, quando diz que a presença do poder político,-militar e das camadas dominantes junto com religioso num mesmo plano e num mesmo modelo de relações, concebido pelos que recebem a delegação do poder religioso para dirigirem a festa (a diretoria), indica que se oferece à leitura dos participantes do ritual uma imagem de pacto, de compromisso entre os poderosos políticos e religiosos e os vários segmentos da sociedade belenense.

Por ser um lugar onde as pessoas se unem pela promessa que cada uma delas fez à santa, ou seja, o espaço de reconhecimento da fraqueza humana e da dependência da interferência sagrada, a corda é, também, um local de afloramento de uma atitude solidária. A communitas não surge como um fato antiestrutural (Turner, 1974) mas como resposta à ordem que se impõe sob o núcleo hierarquizado da procissão.

Quem vai na corda, deve ir de pés descalços, e esta é a mais acabada expressão do despojamento que a situação de sacrifício implícita na promessa implica.

É assim que se neutralizam simbolicamente as diferenças, sendo comum ver-se indivíduos que desfrutam de altas posições sociais desempenharem um mesmo papel no ritual que os mais humildes e compartilharem o sacrifício de fazer o percurso da procissão descalços. Numa extensão que pode variar de 120 a 150 metros, a corda constitui uma espécie de parede humana, que circunda o centro da procissão. Só é feita a distinção de gênero. À direita vão as mulheres e à esquerda os homens.

Escoteiros com padiolas e medicamentos de emergência atendem os que se machucam ou desmaiam, e muitas pessoas pagam promessa distribuindo água em quartinhas ou garrafas térmicas. Há também quem distribua bebida alcoólica na procissão, sendo tradicionais as pessoas que carregam na cabeça potes e melancias cheios de cachaça(Alves,1980: 47). Além disso, existem também atitudes jocosas ou violentas mesmo na própria corda.

Vimos por exemplo um homem desafiar abertamente um soldado e chamá-lo para fora, o lado de fora , para a briga, depois de desacatá-lo. Este fato normalmente não aconteceria, mas como os espaços rituais têm seus limites, estes são respeitados.

A atitude jocosa em relação às pessoas, às autoridades, inclusive, que antes da procissão sair tomam lugar dentro da corda, era notória. Os comentários giravam sobre as mulheres normalmente bem vestidas, sobre um ou outro político ou figura conhecida na cidade, sempre mostrando um aspecto negativo daquele que na performance ritual vai para uma posição de destaque (Alves, 1980: 49).

Esta atitude jocosa, resulta do fato de que as pessoas vão na corda descalças, com trajes simples, muitas vezes de bermuda, camiseta ou saias muito simples que contrastam com o cotidiano mais formal, e às vezes até marcial, de alguns convidados que vão dentro da corda. Esta informalidade , entretanto, é acompanhada de uma atitude de enorme respeito pela santa. É fundamental, para quem vai na corda, o sentimento de estar pagando uma promessa, através de um ato que exige sacrifício e esforço. Esse fato faz com que as pessoas que vão na corda sejam alvo de respeito por parte dos demais acompanhantes da procissão.

A promessa paga por quem vai na corda revela uma intersecção de duas dimensões: a individual e a social. Como um pagador de promessa, a pessoa se refere a um pedido individual e seu modo de pagar é o gesto corporal. Mas esse seu gesto se confunde com uma gestualidade coletiva. Individualmente ele busca um estado de purificação necessário às suas relações de solidariedade com os demais que participam do mesmo ato de purificação[…].

O corpo emerge como representação social e sem a atomização que caracteriza um outro tipo de promessa […]Assim, é a coletividade que experimenta o sacrifício e a purificação. As promessas feitas durante situações críticas são as mais variadas possíveis, a maior parte ligada a crises de vida tais como doenças, aprovação em concursos, obtenção de casas.

Tais situações, supõe-se, são comuns às demais pessoas e freqüentes na vida cotidiana. […] Do ponto de vista individual o ato de promessa expressa de um lado o contrato estabelecido com o poder divino ou sobrenatural e, de outro, como um ato de cognição e controle de fatos que escapam à ação do indivíduo. Este é o caso das situações de doença, quando se faz a promessa visando a cura. Mas no contexto ritual ainda está em jogo o sacrifício auto-imposto pelo devoto representado pela dramatização das dificuldades em encontrar uma posição num sistema estruturado onde o leque de possibilidades é limitado. (Alves, 1980: 50).

Dizem alguns informantes de Alves que a corda é o elo entre o povo e a santa . Podemos pensar também que, sendo a corda uma espécie de defesa da santa, e o mesmo tempo aquilo que a move, é como se os fiéis estivessem experimentando uma espécie de inversão.

Se a santa protege seus fiéis e os carrega pela vida, provendo sua segurança, no dia da procissão são eles que, na procissão, fazem isso pela santa. E, na volta à sua vida diária provavelmente sentem-se aliviados por seu caráter humano frágil, de precisarem ser protegidos pela santa, e por não estarem em seu lugar, puxando a corda que carrega a humanidade.

A terceira e maior parte da procissão do Círio é a grande massa de acompanhantes que circunda o núcleo composto pela berlinda e contornado pela corda.

Uma boa parte destes acompanhantes da procissão caminha descalça e leva ex-votos, geralmente representando partes do corpo ou o corpo inteiro feito em cera ou, ainda, conforme a promessa, casas, livros, telefones, barcos etc. Há ainda o carro dos anjos (crianças vestidas de anjos) e da berlinda com a santa.

Juntam-se a eles, as bandas de música das corporações militares da cidade, os escoteiros, bandeiras dos Estados e de diversos países, faixas alusivas ao evento etc. Quando a procissão passa em frente ao sindicato dos estivadores, estes queimam fogos durante muitos minutos, e esta homenagem, diz-se, não encontra paralelo em nenhum dos dias da festa.

Diante do Sindicato a procissão pára, e todos voltam sua atenção para este espetáculo de sons. Mesmo quando a diretoria da festa mudou o trajeto da procissão (os sindicatos estiveram numa difícil posição durante a ditadura militar), a queima de fogos continuou acontecendo e atraindo uma multidão enorme.

Percebe-se claramente que uma categoria social que no dia-a-dia ocupa posição inferior no sistema social é, naquele contexto ritual, objeto de admiração. O fraco e desprovido de poder inverte a ordem das coisas e passa a ser também admirado. Todos acham que é uma das coisas mais bonitas do Círio, a homenagem prestada pelos estivadores e que se torna mais emocionante porque se dá no momento em que ressoa a sirene do antigo edifício do Jornal Folha do Norte, onde hoje se localiza O Liberal. A sirene, soando forte, anuncia a passagem da santa e serve como pano de fundo para a queima de fogos que em seu final recebe os aplausos da multidão ( Alves, 1980:72)

O comportamento dos acompanhantes da procissão é marcado pela informalidade. As pessoas conversam e podem mesmo parar para tomar um lanche ou comprar um brinquedo ou lembrança da procissão . Não há demarcação de posições nem o pesado sacrifício da promessa dos que vão na corda. Isidoro Alves observa que os gestos e atitudes denotam um clima de festa, ao mesmo tempo em que as pessoas têm atitude de respeito para com o evento.

Quando entrevistados, indivíduos que acompanhavam a procissão no meio dessa massa humana, sempre diziam estar cumprindo um dever religioso, ou cumprindo uma devoção, mas isso não exclui outros atos de completa informalidade. Assim, é comum pessoas beberem durante a procissão, pois é incalculável o número de vendedores de comidas e de bebidas localizados em praticamente todo o trajeto da procissão . (Alves, 1980: 50).

É comum, ainda, que grupos com uniformes de agremiações como times de futebol também participem da procissão e há, ainda, os que assistem, postados nas calçadas, ou em suas casas, das janelas, à passagem do cortejo de N. Sra. de Nazaré.

Trata-se […]de um momento de intensa emoção, em que as diferenças se diluem, o comportamento não está mais sujeito a regras fixas, a convergência emocional concentra-se em torno da Santa; na medida em que serve como poder aglutinador, propicia a momentânea formação de uma grande comunidade que estará para além do tempo e do espaço, mas que só será possível de ser vivida e revivida no contexto ritual(Alves, 1980: 51).

Nota-se, portanto, que enquanto o segmento central é marcado pela atitude de respeito e devoção, o segundo pela disposição comunitária e igualdade, no terceiro segmento é possível a informalidade, a inversão e mesmo a desordem. Este jogo corresponderia às disposições engendradas no dia-a-dia, como por exemplo o respeito à autoridade, às posições de domínio na sociedade desempenhadas por certos grupos ou, ainda, os mecanismos de inversão expressos nos modos jocosos de se referir ao poder e aos poderosos. Neste contexto, a presença da santa é fundamental, na medida em que ela se dispõe a participar da festa no mesmo nível dos homens. Estes, por sua vez, no momento ritual, apropriam-se de uma dimensão mais profunda, ou seja, a que diz respeito à própria vida.

Deste modo, ao pagar uma promessa feita em troca de um emprego, ou compra de uma casa, cura de uma doença etc., o homem reapropria o controle de si mesmo e também sobre o corpo social, uma vez que no dia-a-dia há um conjunto de instâncias e agentes aos quais deve recorrer numa situação de desemprego, compra da casa própria ou recuperação da saúde. Aproximar-se tanto da santa, na procissão implica, ainda, a simplificação da relação com o sagrado, que se torna mais direta, sem a mediação dos sacerdotes da Igreja (Alves,1980).

Segundo Isidoro Alves, a procissão do Círio de Nazaré coloca em destaque, aspectos cruciais da vida dos indivíduos que são expressos na promessa, nas orações, enfim, naquilo que pedem à santa.

O Almoço do Círio

O Círio é um evento aberto, como vimos, que envolve uma cidade inteira e uma quantidade gigantesca de pessoas que ao final se dispersam e se dirigem às suas casas onde tem lugar o almoço do Círio , realizado no âmbito familiar, para a consagração das relações de amizade, compadrio e parentesco.

Nestes momentos a festa se volta para dentro, seja do núcleo em que se situam a Santa, a autoridade política e os representantes das camadas dominantes, seja no âmbito do grupo familiar onde se celebra a festa com um almoço onde as relações de respeito convivem com relações jocosas e mais livres (Alves, 1980:61).

Isidoro diz ainda que o fim da procissão dá aos que a acompanharam um momento de informalidade e relaxamento. Quem não é da cidade vai para o arraial, brincar no parque de diversões ou sentar no chão, comer, beber. Os que têm família em Belém em geral vão para casa, cansados da procissão, para o almoço do Círio . Para este almoço são convidados ainda os amigos íntimos das famílias, que ao se encontrarem aproveitam a oportunidade para avaliar a procissão, o crescimento da festa, as personalidades presentes, a organização da festa etc.

O almoço reproduz a experiência vivida na procissão. O indivíduo se insere no grupo familiar reunido (parentes distantes que vêm à festa pagar promessas ou simplesmente compartilhar a presença de todos nesta reunião anual). Famílias nucleares e extensas, normalmente distanciadas pela geografia ou pelas atividades diárias, reúnem-se, reconstituindo, ao menos durante o almoço do Círio, seu clã. Depois de muitos tira-gostos e aperitivos, durante os quais a euforia das famílias que se encontram é visível, bem como a avaliação do progresso ou não de cada um dos membros (Alves, 1980: 63), o almoço é servido.

O cardápio varia, mas dois pratos são obrigatórios e sem os quais o almoço, segundo pude constatar nos contatos que fiz com os paraenses, não pode ser considerado almoço do Círio: a maniçoba e o pato no tucupi. Podem ser servidos, também peru, galinha, porco etc. Mas o essencial são os dois pratos típicos paraenses.

O clima de alegria é observável pela quebra de regras da etiqueta mais formal dos paraenses: os mais novos brincam com os mais velhos, contam-se piadas, dizem-se palavrões no meio das conversas. Atitudes consideradas inadequadas no cotidiano.

Ao terminar o almoço, volta-se a viver um mesmo clima de distensão e relaxamento, um período nitidamente liminar, no sentido de que todas as ações ficam suspensas, inclusive as de total informalidade. Esse período antecede aos vários momentos em que os membros não-residentes da família começam a se despedir e voltar para suas casas. O retorno significa entrar novamente na rotina, no domínio das relações formais e consagradas, não mais no âmbito familiar, mas no contexto mais amplo da sociedade. (Alves, 1980: 64).

A comida, portanto, como em qualquer festa, assume um caráter simbólico extremamente importante pois, dependendo da quantidade e da qualidade, além dos diferentes modos de preparo dos alimentos, o reconhecimento do grupo familiar como capaz de realizar um bom almoço, e conseqüentemente participar à altura da festa do Círio, será maior ou menor.

Existe um reconhecimento social belenense de que, no dia da festa, a comida tem que ser especial, diferente, algo da mesma importância e relevância que uma ceia de Natal ou festa de aniversário, quando as comidas obedecem a cardápios obrigatórios, sem o que a festa perderia seu caráter específico e sua identidade.

Está em evidência, no almoço do Círio, o grupo familiar, que durante o almoço se reconhece enquanto estrutura na qual a presença de cada um compartilhando o alimento reforça a relação entre os termos. O código culinário do almoço do Círio esclarece a natureza desta reunião.

A partir do triângulo culinário proposto por Lévi-Strauss (1968), podemos indicar que o cozimento obedece às transformações fundamentais na medida em que o cru transforma-se em cozido, através do assado e do fervido ao mesmo tempo. Considerando-se, como Lévi-Strauss, que o fervido pressupõe na maioria das vezes aquilo que se poderia chamar de uma endo-cozinha: feita para o uso íntimo e destinado a um pequeno grupo fechado, enquanto o assado pressupõe a exo-cozinha: a que é oferecida a convidados podemos dizer que a cozinha do Círio combina ambas as formas e manifestações através de uma multiplicidade de códigos, já que o almoço compreende, de um lado, o grupo familiar e de outro os convidados (Alves, 1980: 66).

Existe, como pano de fundo, tanto da procissão quanto do almoço do Círio, a prodigalidade, o esbanjamento, característicos da festa. Neste sentido, o código culinário se aproxima do código social. Tal como na procissão, no almoço as diferenças são temporariamente suspensas, e isto se expressa também na transformação culinária.

O mesmo acontece em todas as festas apresentadas aqui. É importante lembrar, contudo, que no mito de origem da festa do Círio, a comida não aparece em nenhum momento como elemento fundamental. Neste almoço, como na Festa de Nazaré em geral, surge com força a identidade regional. Todos dizem que na festa do Círio, tanto a maniçoba quanto o pato no tucupi são consumidos tanto na casa do rico como na do pobre.

O que importa realmente é o caráter especial do almoço, marcado por um cardápio específico. É importante lembrar que tanto no aspecto intrínseco quanto no aspecto extrínseco, a comida assume um duplo papel simbólico. Por um lado ela é a expressão de um código culinário voltado para o grupo familiar e, por outro, é a expressão de uma unidade social mais ampla, aparecendo como utopia, como ideal de unificação e confraternização que se opõe à realidade social.

No código culinário, a comida assim preparada assume uma dimensão sagrada, e a referência a ela corresponde a um modo específico de se referir ao gosto que presidiu o cozimento. Nesse aspecto, a referência é respeitosa, tanto à qualidade quanto à quantidade (o gosto e a fartura).

A comida, com predominância do fervido entre o assado, propõe o predomínio das relações internas do grupo, portanto as relações de dentro em oposição ao profano, que fica fora. Mas, como na realidade a vida é vivida lá fora, celebra-se, naquele momento ritual, a solidariedade grupal diluída na ordem profana. A forma de exprimir essa solidariedade é através da criação de mecanismos de ação que suspendem momentaneamente as diferenças entre categorias de parentes, tal como ocorre na procissão realizada antes (Alves, 1980: 69).

A ultima procissão , que fecha o ciclo de procissões e de desfiles que marcam os quinze dias da Festa do Círio, recolocando tudo na ordem do cotidiano, é chamada pelo povo belenense de Recírio. É a volta da imagem ao lugar de onde saiu. Ela é realizada nas primeiras horas da manhã da segunda-feira seguinte ao último domingo da festa.

A procissão do Recírio sai da igreja e vai até o Colégio Gentil Bittencourt, dando a volta ao redor da praça onde está montado o arraial, já que o colégio fica quase ao lado da igreja e é de lá que a imagem sai, na grande procissão. O Recírio segue o mesmo esquema da procissão do domingo, com a santa sendo carregada num andor comum, levado pelos diretores e com a presença do arcebispo que ergue a imagem antes que ela seja levada para a capela, onde ficará até o próximo ano.

O Recírio é marcado por intensa emoção. É incontável o número de pessoas que choram especialmente no momento de despedida quando lenços são acenados e estringem palmas etc. Para muitas pessoas, acompanhar o Recírio constitui promessa (Alves, 1980: 55).

O ciclo de procissões, portanto, é marcado pela entrada e a saída da santa no espaço da cidade, onde se dá sua performance . Ao deixar o lugar onde fica o ano inteiro e se tornar parte do mundo , ela não apenas traz a este o sagrado, contaminando com ele os espaços que percorre no andor ou na berlinda, como aproxima os homens do sagrado, através dos sacrifícios de cada um ou para a participação na festa, ou para o pagamento de promessas. A devoção da santa pelos homens se coloca ao lado da devoção dos homens pela santa. Sagrado e profano se reúnem temporariamente, para separar-se depois, quando a santa volta pra casa.

Mas fica a esperança do próximo Círio e de um mundo onde todos os dias serão dias de festa do Círio. Um mundo onde tudo deu certo.

Além de todo o aspecto mais claramente simbólico da Festa do Círio de Nazaré como a relação entre a festa e o mito, a profunda devoção popular e a organização destes símbolos de modo a formar um sistema coerente entre simbolismo e sociedade, é preciso salientar ainda os aspectos da festa que raramente são tematizados, como a criação de toda uma estrutura política local, organizada especificamente através da festa, do qual a Diretoria e a Guarda da Santa, são exemplos claros.

O aprendizado das instituições a partir de sua vivência nas festas é inestimável, e por se tratar da festa, os antagonismos ou ideologias ficam de certa forma em plano inferior. Toda a relevância da história popular também se mostra na produção da festa, uma vez que todos os elementos a ela se referem e, nela, devido à presença de milhares de visitantes e turistas, os paraenses são chamados a explicar detalhes, discorrer sobre origens e porquês, sistematizando conhecimentos e revendo o processo de transformação da festa e as relações do povo com o poder instituído. A festa do Círio é um fato social total, no mais pleno sentido, pois mobiliza todas as instituições sociais da cidade e é possível notar que a festa move e transforma não apenas os espíritos humanos mas também a sociedade e a economia.

Não se pode esquecer, ainda, todo um mercado de bens simbólicos e materiais criado a partir do referencial da Festa do Círio e que movimenta milhões de reais: velas, imagens, santinhos, escapulários, círios, berlindas, flores, lembranças, artesanato, os famosos brinquedos e cheirinhos do Pará , frutas e comidas típicas, mercadorias produzidas durante todo o ano mas que recebe um mercado consumidor capaz de esgotá-las no decorrer dos dias do Círio.

Há também o crescimento da infraestrura da cidade para a recepção dos turistas, gerando empregos não apenas nos quinze dias do Círio, mas durante todo o ano. Restaurantes, hotéis, estacionamentos, serviços de táxi e aluguel de carros, agências de turismo e aéreas, sem contar o que a festa representa em termos de matérias para jornais, rádio e televisão, vídeos, discos, livros e toda uma indústria cultural que cada vez mais encontra nas festas um produto de largo consumo. O fenômeno é significativo e podemos medir suas proporções quando já podemos ler, nos jornais de grandes centros urbanos, notícias sobre o Círio de Nazaré em Belém do Pará.

O sentido de representação do Círio é, portanto, invocar a história, os costumes religiosos, os milagres da santa, reforçando ainda a identidade regional e os laços comunitários ao se apresentar como a festa maior dos paraenses.

Neste sentido, ele representa a mediação entre passado e presente, o reviver de momentos decisivos da história do povo paraense e também das histórias pessoais. E, ao fazê-lo, constrói novos momentos a serem lembrados no futuro, uma vez que a produção e realização da festa implicam novos esforços, tão memoráveis quanto os esforços do caboclo Plácido para construir a ermida de N. Sra de Nazaré nos tempos passados.

Agora, são os esforços realizados para a realização da festa, que reverte também em benefício da cidade e dos pobres locais, além de tantos outros esforços que serão lembrados sempre em referência à Festa do Círio do ano tal .

Festa à brasileira

A análise de cinco grandes festas brasileiras, nas cinco diferentes regiões do país, com suas particularidades regionais, e de centenas de outras constantes dos calendários estaduais mostra que há, certamente, muitas semelhanças entre elas e, ao mesmo tempo, que apesar da estrutura comum que as une, elas não são, absolutamente, iguais. Por outro lado, elas também não se opõem. Na verdade elas se complementam.

Se a Festa do Peão Boiadeiro investe na construção de uma identidade rural associada aos caubóis americanos, heróis pioneiros dos filmes de western, inserindo Barretos e outras cidades no contexto internacional, a festa de São João, no nordeste, investe na versão mais brasileira desta identidade rural: a do caipira, esperto e jocoso, sábio e conhecedor da natureza, que através destas características sempre se sai bem no final das histórias.

Do mesmo modo, a valorização da cultura nativa, indígena, na Festa de Parintins, é complementada pela valorização do nosso pedaço alemão através da Oktoberfest, português na Marejada, italiano na festa da Achiropita e outros. Ao mesmo tempo em que comemoram as colheitas de milho, fruto do duro trabalho na terra, as festas juninas unem aspectos lúdicos e mágicos de origens diversas com o culto aos santos católicos mediadores do amor, em que a dança da quadrilha e do forró podem ser vistas como instrumentos dessa mediação, sendo ainda festas onde a descontração, irreverência e jocosidade são incentivadas e intensamente praticadas.

Estas características das festas juninas são complementadas pela profunda devoção do Círio de Nazaré, das Festas do Divino Espírito Santo e centenas de outras, com suas procissões que, ao sacralizarem os espaços das cidades onde se realizam, tornam sagradas também as relações sociais através da participação solene em novenas e missas, da distribuição dos cargos previstos na organização da festa,, da confecção de doces com nomes bíblicos. Com tantas congruências e incongruências, semelhanças e dessemelhanças, é possível falar em festa à brasileira?

A primeira impressão é a de que a festa não se deixa capturar, pois ela tem vários sentidos. Isto resulta exatamente de seu caráter mediador que lhe permite, através das inúmeras pontes que realiza entre valores e anseios, conter em si vários pares de oposição sem representar de modo exclusivo nenhum deles, constituindo-se, antes, de todos. Assim, ela é religiosa e profana, crítica e debochada, conservadora e vanguardista, divertida e devocional, esbanjamento e concentração, fruição e modo de ação social; ela ainda é o reviver do passado e projeção de utopias, afirmação da identidade particular de um grupo e inserção na sociedade global; expressão de alegria e de indignação.

No Brasil, a festa tanto nega como reafirma os valores sociais, utilizando-se, para isto, tanto de sua própria lógica como da lógica social. E neste sentido é possível falar em uma festa à brasileira.

Sendo a festa de um povo formado por rica diversidade cultural, ela incorpora seus diversos valores, até mesmo os mais antagônicos, fantasiando-os, mascarando-os ou mesmo ressaltando seu caráter de antípoda em relação ao seu par, do qual, entretanto, não pode se separar. Assim, a diversidade de sentidos e os múltiplos conteúdos resultantes da formação cultural brasileira podem ser entendidos como um dos elementos que diferenciam a festa à brasileira das demais.

São vários, ainda, os aspectos que permitem responder afirmativamente pela existência de um modelo brasileiro de festa. O primeiro a chamar a atenção é sua forma. Em geral, tanto as festas de massa como as locais, de grupos menores, são festas processionais, em que os valores, religiosos ou profanos, tornados signos e símbolos desfilam pelas avenidas das cidades, na forma de andores, berlindas, alegorias, carros de som, seguidos pelos que festejam, ligados uns aos outros, compartilhando-os. As procissões do Círio e do Divino Espírito Santo, o desfile da Festa do Peão, o junino de Caruaru e o típico alemão em Blumenau, além dos não descritos mas conhecidíssimos desfiles de escolas de samba, afoxés, Caboclinhos do carnaval e tantos outros que colocam a cultura nas ruas, revivendo a história do povo representada pelo próprio povo são recorrentes nas festas brasileiras.

Além disso, das maiores à menores, todas as festas não apenas atualizam mitos, como revivem e colocam em cena a história do povo, contada sob seu ponto de vista. Ela é, como vimos, desde os primeiros tempos da colonização, um dos lugares ocupados pelo povo na história brasileira, talvez uma de suas primeiras conquistas reais, e nela ele se vê e se representa em papéis ativos. Desfilando pelas ruas a riqueza de suas relações com outros grupos, o privilégio de suas relações com as divindades todas que ouvem suas preces e lhe entregam milagres, ele se reconhece. Como se reconhece em força nas massas que caminham por grandes avenidas, empurrando carros alegóricos com símbolos de sua historia, empurrando a própria história, em toda sua riqueza, levando em frente suas paixões e suas utopias.

E a breve substituição do poder oficial estabelecido por um poder de fantasia, mágico, pode ainda ser o meio para comunicar ao primeiro as críticas sociais e aspirações que não o alcançam no curso ordinário da vida política. Da Bandeira do Divino, com seu imperador e súditos desfilando pelas ruas das pequenas cidades ao monumental Carnaval Devoto de Nazaré, ou as alegorias futuristas de Joãosinho Trinta, o que está em cena é vida do povo, sua história e seus anseios encenados na forma de alegorias, máscaras e fantasias.

As festas que crescem muito tendem também a ocupar grandes espaços destinados a elas nos centros urbanos, muitas vezes construídos com esta função exclusiva, especialmente a partir da construção do Sambódromo do Rio de Janeiro, depois da qual surgiram espaços semelhantes em todo país, mais uma indicação de o Carnaval oferece elementos de referência a grande parte das festas brasileiras.

Ter um espaço especialmente construído para a festa, em geral utilizando um símbolo da festa (o Bumbódromo de Parintins foi projetado na forma de chifres de boi, o Parque do Peão em Barretos tem a forma de uma ferradura, a cidade cenográfica em Caruaru é uma vila caipira etc.), indica a importância da festa e seu lugar na vida das cidades e do país, além da preocupação em receber bem os que vão à festa. Isto acontece, em geral, nos lugares em que as festas tornaram-se festas de massas, o que pode ser explicado pela urbanização que permite o acesso e a recepção de pessoas de toda parte.

No Brasil, também, as festas populares movimentam milhões de dólares em sua produção, providos por patrocinadores que a vêm usando como mais um lucrativo espaço para a inserção de propaganda e promoção de consumo, investindo a cada ano mais neste filão, como é o caso da Coca-Cola que patrocina a Festa de Parintins, do Bradesco que patrocina a Festa do Peão Boiadeiro, da Brahma que patrocina centenas de festas no Brasil.

Não se trata, contudo, de a festa ter sido invadida pela publicidade e arrancada das mãos populares e, sim, da necessária negociação para seu crescimento juntamente à percepção, por parte das populações, das vantagens, além do divertimento, que ela é capaz de proporcionar ao crescer, mesmo se para isso for preciso que algo se transforme um pouco. Deste modo, as grandes festas já não são festas espontâneas mas cuidadosamente planejadas, para as quais os preparativos são feitos com muita antecedência e implicam a organização permanente de pessoas encarregadas de executar inúmeras tarefas. No caso das pequenas festas, isto também acontece, embora em escala menor, pois nela os patrocinadores são pessoas do povo, como é o caso da Festa do Divino ou ainda da Festa da Achiropita, entre centenas de outras.

As festas brasileiras são, ainda, festas de longa duração, período em que tudo se mobiliza em função delas, pontuado por momentos fortes, rituais, e outros, menos marcados, onde o que conta é o lazer, o namoro, a diversão, a transposição de limites e quebra de regras.

A festa à brasileira tem se mostrado ainda, surpreendentemente, como um modo informal de concentração e redistribuição de riquezas, como vimos nos exemplos da Oktoberfest, da Festa da Achiropita e do Peão Boiadeiro.

O investimento dos recursos arrecadados nas festas preferencialmente em obras sociais (creches, escolas, asilos) é freqüente e as associações criadas para realizar a festa acabam, muitas vezes, ultrapassando seu momento, tornando-se instituições ou mesmo organizações não governamentais, que visam agir de modo a melhorar as condições de vida populares. A Festa da Achiropita e o C.E.D.O, a Escola Criativa do Olodum na Bahia, os trabalhos sociais da Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro, e os investimentos da Oktoberfest, entre outros, são exemplares.

É claro que não estou afirmando que as festas são feitas com finalidades sociais ou de redistribuição de riquezas, mas esta é uma característica bastante significativa quando falamos de festa à brasileira.

Tanto a festa é um valor diacrítico na cultura nacional que ela é constantemente referida como característica brasileira e vem se tornando um produto turístico cada vez mais atraente, pelo que se pode deduzir dos relatórios da EMBRATUR e das Secretarias de Turismo. Ela tem gerado um crescente mercado de empregos, produtos e serviços que lhe são correlatos, o que propicia seu mais rápido crescimento e a difusão de modelos de festas por todo o país, como é o caso das Fests, das Festas de Peão e das Festas de Colheitas, inspiradas na Festa da Uva.

Além disso, toda a infra-estrutura necessária ao crescimento das festas (hotéis, estacionamentos, restaurantes, lojas, gráficas, farmácias, hospitais etc.), cresce à proporção em que as festas crescem. Elas retêm, ainda, uma fatia do mercado fonográfico, de marketing, jornalístico, televisivo etc., o que faz delas, também, um dos bons negócios brasileiros.

Existem ainda outras dimensões relevantes, como a organização política local e o uso da festa, como vimos no exemplo do São João nordestino, e no Círio de Nazaré.

O poder instituído tenta fazer uso da festa em seu favor, mas ela não se deixa capturar. A negociação entre os símbolos da festa e seu uso político é complexa, e ela não se rende, senão naquilo que considera necessário para atingir seus objetivos. Ao mesmo tempo, se o Estado tenta fazer da festa um produto turístico, e em certos pontos ela se permite usar, devemos lembrar que para aqueles que realmente dominam o código da festa, a leitura dos símbolos que ela contém é sempre diferente da leitura dos turistas e visitantes, que a vêem, geralmente, como espetáculo e diversão.

Não é à toa, como se vê, que se diz que “no Brasil tudo acaba em festa”. Isto é compreensível, já que ela pode comemorar acontecimentos, reviver tradições, criar novas formas de expressão, afirmar identidades, preencher espaços na vida dos grupos, dramatizar situações e afirmações populares. Ser o espaço de protestos (as passeatas e manifestações pelo impeachment do presidente Collor de Mello, em 1992, eram imensas festas, com música, dança e comida) ou da construção de uma cidadania “paralela”; de resistência à opressão cultural, social, econômica ou, ainda, de catarse.

Além disso, sendo capaz de mediar diferentes valores, termos e sentidos, numa sociedade pluricultural como a brasileira, ela se revela como poderoso instrumento de interação, compreensão, expressão da diversidade, englobando-as e permitindo a todos se reconhecerem, na festa, como um povo único.

Todas estas dimensões fazem, portanto, da festa brasileira, uma festa especial. Não porque seja exclusiva do povo brasileiro, mas porque, no Brasil, adquire significados sociais, culturais e políticos específicos, sendo inegável a disposição permanente dos brasileiros para a festa. Isto é percebido tanto pelos estrangeiros como pelos próprios brasileiros, conformando uma imagem social e uma auto-imagem em que a disposição para a festa constitui um traço marcante da identidade nacional.

Por fim, se quisermos dizer que, no Brasil, nem tudo acaba em festa, devemos lembrar que, com certeza, muitos projetos e transformações, muitos sonhos, começam e são vividos na festa, razão portanto para que ela seja querida e cresça, crescendo também o orgulho brasileiro de festejar. Afinal, a gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente quer festa.

Rita Amaral

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Fonte: www.aguaforte.com

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