História do Iraque

História Antiga

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Há mais de 10.000 anos tribos nômades se assentaram no que é agora o norte do Iraque, gradativamente foram-se deslocando para o sul e muitos assentaram-se no fértil vale que formam o Tigres e o Eufrátes, e que os gregos chamaram Mesopotâmia.

A civilização suméria permaneceu durante 4000 antes do Cristo.

A antiga Mesopotâmia foi o berço da civilização suméria e assíria babilônica, na antigüidade. Depois o país pertenceu aos iranianos, helenos e disputado entre Roma e o Irão. No ano 630 foi posse dos árabes e no ano 1534 converteu-se em província do Império Otonão.

Século XX

Em 1921, com Faysal I como soberano converteu-se em reinado do Iraque, embora seguiu sob mandato britânico até 1932. Em 1955 assinou o pacto do Bagdá com Turquia. Depois da sangrenta revolta de 1958 o rei Faysal II morreu assassinado, e proclamou-se a república. Em 1963 o general Abdul Karin Kassen governava o país e foi derrotado por um golpe militar e substituido pelo coronel Abd-al Salam Aref. Iraque decidiu então unir-se com Síria e Egito na República Arábe Unida, união que fracassou. Criou-se um partido único, a União Socialista Árabe, iniciando-se uma política de nacionalizações que foi freiada pelas pressões burguesas. Em 1966, morre Aref em acidente e é substituido por seu irmão Abd-al Aref, que declarou a guerra a Israel, em 1967. Depois foi derrotado e eleito presidente Hassam Al-bakar, mais progressista.

As dificuldades econômicas e o problema com os kurdos favoreceu um acercamento União Soviética e a reforma constitucional em favor dos comunistas, que trouxe consigo uma proposta de autonomia das regiões povoadas pelos kurdos.

Guerra Irão-Iraque

Em 1979, sobe ao poder Saddam Hussein e em 1980 os conflitos fronteriços com Irão desembocam em uma guerra entre ambos países, o que incidiu negativamente sobre a produção e venda do petróleo iraquiano e as dificuldades econômicas incrementaram-se. Esta guerra transladar-se ia ao Golfo Pérsico. Os ataques entre os dois países continuaram, aumentando a crise econômica.

Em 1968 Irão anuncia o cessar fogo e ambos países iniciam a trégua acordada pela ONU. Iraque aceita acordar as negociações com Irão empregando à URSS como mediadora. Em 1960 Saddam Hussein adverte que tem armas químicas e que irá usá-las para destruir Israel se este atacar o Iraque.

Guerra do Golfo

Os problema fronteriços entre Iraque e Kuwait, em grande medida provocados pela disputa da posse das zonas petrolíferas, levam à um confronto verbal entre os dois países que desemboca na invasão do território kuwaiti por Iraque. USA e o resto dos aliados concentram-se contra Iraque na Arábia Saudita.

O Conselho de Seguridade da ONU autoriza o emprego da força contra Iraque caso não se retire de Kuwait. Em 1991 Iraque aceita as resoluções do Conselho de Seguridade da ONU e estabelece-se o cessar fogo no Golfo Pérsico.

O Conselho de Seguridade da ONU impusera restritas condições ao Iraque, que incluiam a destruição do armamento nuclear, químico, biológico, etc. Assim como, consertar os danos ocasionados ao Kuwait pela invasão. Hussein não aceitou nunca o novo tratado fronteriço fixado pela ONU, em abril de 1992, que privava-o de vários poços de petróleo e de parte de sua base naval de Umm el-Qasr, e nem a exclusão estabelecida ao sul do paralelo 32 em 1992, pela que seus aviões não poderiam sobrevoar, como medida destinada a proteger as povoações chiítas refugiadas nos pântanos. Os atritos continuaram até que com a mudança do presidente no USA a tensão diminuiu. Porém, Clinton, o novo presidente da Casa Branca, continuou no mesmo estilo que seu antecessor Bush.

Em 1993, o Conselho de Seguridade da ONU decidiu manter a retenção econômica no país, porque considerou que não cumpria com suas obrigações, sobretudo no referente à sua atitude com kurdos e chiítas.

Acontecimentos Recentes

No interior do país as rebeliões, dos kurdos no norte e chiítas no sul, forçou os kurdos a huir para as montanhas e zonas fronteriças de Irão e Turquia. Os chiítas no sul continuavam sendo atacados pelo governo. Um poder kurdo autônomo instalou-se nas montanhas, findando a criação de um Estado Kurdo Federado.

Fonte: www.rumbo.com.br

História do Iraque

Independência

ANTECEDENTES

Na última parte do século XIX, o Reino Unido e a Alemanha tornaram-se rivais no desenvolvimento comercial da área da Mesopotâmia. Os britânicos primeiramente se interessaram pela região. Em 1861 estabeleceram uma companhia de barcos a vapor no porto de Bassora.

Enquanto isso, os alemães de Bismarck estavam planejando a construção de uma estrada de ferro no Oriente Médio (Ferrovia Berlim-Bagdá). Apesar da oposição britânica, conseguiram uma concessão, a troco de concessões petrolíferas, para a construção de uma ferrovia ligando Bagdá a Baçora (Golfo Pérsico).

Apesar da derrota, o governo britânico conseguiu consolidar sua posição no Golfo Pérsico fazendo tratados de proteção com os xeques árabes locais. O Reino Unido, a pretexto de defender a rota terrestre para o seu Império das ndias, ocupou não apenas aquele porto do Golfo Pérsico mas também as costas de Omã, o Catar e os pequenos emirados agora unidos sob uma bandeira única.

Londres estendeu a seguir a mão para o Kuwait, um emirado dependente de Baçorá separado à força do seu tronco. O protesto turco de nada valeria, nem tão pouco o esforço de uma pequena tropa de voluntários da Mesopotâmia, prontamente desbaratada pelo fogo dos britânicos. Financistas britânicos obtiveram sucesso em conseguir uma concessão para, em 1901, explorar campos petrolíferos no Irã.

A entrada, em novembro de 1914, da Turquia na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ao lado dos dos Impérios Centrais, formadores da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria-Hungria), motivo para que o Reino Unido enviasse tropas à região de Chatt al-Arab, para proteger seus interesses petrolíferos em Abadan e assegurar o controle de Bassora.

Uma divisão de exército britânica ocupou Bassora. Esta cidade foi ocupada porque os britânicos precisavam proteger os campos e as refinarias de petróleo iranianas. O exército britânico marchou gradativamente para o Norte, sob forte oposição otomana, até alcançar Bagdá em Março de 1917.

Os turcos otomanos e os britânicos assinaram um armistício em Outubro de 1918, mas o exército britânico continuou a mover-se para o norte até capturar Mosul no início de Novembro. Com a captura de Mosul, a Grã-Bretanha externa seu controle sobre quase todo o atual Iraque, que passaram a chamar de Mesopotâmia.

O mandato britânico

Ainda na Guerra, com o intuito de garantir o interesse dos Árabes numa revolta contra os turcos, o governo britânico prometeu a um grupo de líderes árabes que seu povo receberia a independência se uma revolta tivesse sucesso.

Em Junho de 1916, irrompeu a Grande Revolta Árabe, liderada pelo saudita Hussein Ibn Ali, xerife de Meca. Sob a liderança do general britânico Edmund Allenby e com a direção do comando tático nas mãos do coronel britânico T. E. Lawrence (imortalizado como Lawrence da Arábia), as forças árabes e britânicas varrem de surpresa a infantaria otomana, libertando a maior parte dos territórios beduínos.

Claro que isto só foi possível graças à ação da espionagem inglesa, e sobretudo das manobras do coronel Lawrence, dos serviços secretos.

Depois da assinatura o armistício com o governo otomano em 1918, o governo britânico e o francês emitiram uma declaração conjunta emitindo a intenção de assistir no estabelecimento de nações árabes independentes nas áreas que eram controladas pelo Império Otomano.

Na conferencia de Paz de Paris (1919), os aliados (a coalizão das nações vencedoras da Guerra, entre elas a França e a Grã-Bretanha), fez do Iraque um mandato Classe A, confiado aos britânicos. Sobre o sistema de mandatos, um território que fora ocupado pelos otomanos ou pelos alemães, eram nominalmente colocados sob a supervisão da Liga das Nações. A administração dos mandatos era delegada a uma das nações vitoriosas até que o território pudesse governar-se.

Esperava-se dos mandatos classe A que alcançassem a independência em poucos anos. Em Abril de 1920 os governos aliados confirmaram a criação de um mandato britânico numa conferencia em São Remo, na Itália.

Em Julho de 1920, os árabes iraquianos começaram, revoltados com a quebra das promessas de Lawrence da Arábia, uma sublevação armada contra o exército britânico que ocupava o Iraque. A revolta foi esmagada em sangue pela incipiente mas já traquejada Real Força Aérea. Os britânicos foram forçados a gastar enormes quantidades de dinheiro para suprimir a revolta e o governo britânico concluiu que seria melhor acabar com seu mandato na Mesopotâmia.

Ao comissário civil britânico (o mais alto administrador no Iraque) traçou um plano para instalar um governo provisório no novo estado do Iraque: um reino com um governo dirigido por um conselho de ministros árabes, sob a supervisão do Alto Comissionado Britânico. A Grã-Bretanha ofereceu-se para reconhecer o filho de Hussein, o emir Ahd Allah Faissal (casa hachemita do Hedjaz), como governante do novo Estado.

No plebiscito de Agosto de 1921, controlado pelo Colonial Office, a população das margens do Tigre e do Eufrates guiou, com 96% dos votos, Faisal (ou Faiçal) s alturas de rei do Iraque – uma designação que surge nessa altura, e que em árabe significa “a bem plantada”, numa alusão à fertilidade dos terrenos mesopotâmicos.

O novo monarca precisava construir sua base de apoio no Iraque. Ele concluiu essa tarefa principalmente ganhando apoio dos militares nascidos no Iraque que serviram no exército Otomano e dos árabes sunitas, líderes religiosos e comerciais em Bagdá, Bassora e Mosul.

Para ganhar apoio dos xiitas do Sul, das tribos sunitas do centro-norte e dos curdos, o rei, com apoio dos britânicos, deu aos chefes tribais amplos poderes sobre suas tribos, incluindo poderes judiciais e de coleta de impostos nos seus domínios tribais.

Os líderes urbanos árabes sunitas e alguns chefes curdos dominaram o governo e o exército, enquanto que os chefes árabes xiitas e, em menor extensão, chefes árabes sunitas dominaram o parlamento, decretando leis que os beneficiavam. As classes mais baixas não tinham participação nos negócios de Estado.

Faziam parte dessa classe os camponeses pobres e, nas cidades, a grande camada de jovens educados no ocidente, que eram economicamente vulneráveis e dependiam do governo para arranjar emprego. Esse último grupo, conhecido como os efendiyya, tornou-se mais numeroso e inquieto. Tanto a elite governante quanto os efendiyya abraçaram a idéia do movimento pan-arabista, que sonhava juntar todas as regiões árabes em um único e poderoso Estado.

O Pan-arabismo era visto como meio de unir a maioria da diversificada população através de uma identidade árabe comum. A elite defendia alcançar o pan-arabismo através da diplomacia, com o consentimento britânico, enquanto que os efendiyya desenvolveram uma ideologia radical, revolucionária e antibritânica.

A consolidação da Monarquia

A integridade do recém-instalado Estado foi desafiada por vários grupos com aspirações separatistas, como os xiitas da área do rio Eufrates e as tribos curdas do norte. Esses grupos agiram em conjunto com as forças armadas turcas, num esforço de tomar a região de Mosul para a Turquia.

Deste modo, a Grã-bretanha foi obrigada a manter um exército no Iraque, e as agitações contra o mandato britânico continuaram. O rei Faisal I (ou Faiçal I) requereu solenemente que o mandato sobre o qual o Iraque era mantido fosse transformado em um tratado de aliança entre duas nações.

Apesar da Grã-bretanha não ter terminado o mandato, em Junho de 1922 foi assinado um tratado de aliança entre o Iraque e a Grã-bretanha. O tratado requeria que o rei ouvisse os britânicos em todos os assuntos que afetassem os interessem britânicos e que oficiais britânicos servissem em postos governamentais específicos.

Em retorno, os britânicos forneceram assistência militar e outros auxílios para o Iraque. Os britânicos também criaram um exército nacional Iraquiano, que se transformou numa indispensável ferramenta de controle interno da elite governante.

Na primavera de 1924 uma assembléia constituinte se reuniu. Uma lei orgânica estabelecendo a forma de governo permanente no Iraque passou. Ao rei foi dado grande poder, porém não absoluto. Ele podia dissolver o parlamento, convocar novas eleições e apontar o primeiroministro.

Eleições para o primeiro parlamento iraquiano foram feitas em Março de 1925. No mesmo ano, a província de Mossul é incorporada ao Iraque. Ainda em 1925 foi dada a uma companhia petrolífera estrangeira uma concessão de exploração das reservas de petróleo da região de Bagdá e Mosul.

Em 1927, a Iraq Petroleum Company, sediada em Londres, inicia a exploração de petróleo. No mesmo ano Faisal pediu ajuda do governo britânico para amparar a solicitação de ingresso do Iraque na Liga das Nações. A Grã-bretanha recusou-se a fazê-lo no momento, mas, em Junho de 1930, um novo tratado de aliança entre a Grã-bretanha e o Iraque incluía uma recomendação britânica para que o Iraque fosse admitido na Liga como um Estado livre e independente.

A recomendação foi feita no mesmo ano e o mandato britânico terminou oficialmente – sem que isso implicasse, de qualquer modo, a retirada da potência ex-mandante, que continuou a administrar o país através de Faiçal até à morte deste.

Com o fim do mandato, o Iraque oficialmente conseguiu também sua independência. Em Outubro de 1932 o Iraque entrou na Liga das Nações como um Estado livre e soberano. Faisal I morreu em 1933 e foi sucedidas por seu filho, Ghazi, que governou de 1933 a 1939.

O reinado de Ghazi caracterizou-se pela instabilidade política e pela intervenção cada vez maior dos militares no governo do país. Em 1936, começou a se desenvolver no Iraque um movimento em busca da união de todos os árabes, conhecido como pan-arabismo.

O novo rei, uma radical figura pan-arabista e antibritânica, morreria por sua vez em 1940, aos 28 anos, num acidente automobilístico de recortes suspeitos, tanto mais que eram notórias as suas ligações à oposição kuwaitiana, que propugnava a reintegração do pequeno emirado à Mesopotâmia a que sempre pertencera.

Em 1939, subiu ao trono o pequeno Faiçal II, que tinha quatro anos, motivo pelo qual se estabeleceu uma regência. Coube ao tio deste, Abdulillah (Abdel Ila), que entregou-se ainda mais à Grã-Bretanha e seus interesses pretolíferos.

A Segunda Guerra Mundial

De acordo com o tratado de aliança com os britânicos, o Iraque rompeu as relações diplomáticas com a Alemanha no início de Setembro de 1939, no começo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Durante os primeiros meses da guerra o Iraque tinha um governo próbritânico, com o General Nuri as-Said como primeiro-ministro.

Em Março de 1940, entretanto, Saíd foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical, que instaurou de imediato uma política de não-cooperação com os britânicos. Estes pressionaram os iraquianos para que retomassem a cooperação. Essa pressão precipitou uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, e foi formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado pelo germanófilo Gailani.

Alarmados ante a política de não cooperação com a Grã-Bretanha, os britânicos desembarcaram tropas em Baçorá. Declarando esse ato como uma violação do tratado entre o Iraque e a Grã-Bretanha, Gailani mobilizou o exército iraquiano, e a guerra entre os dois países começou em Maio.

Como agravamento da crise, os sublevados haviam pedido auxílio à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini. Do ponto de vista local, todas as formas de combater o jugo britânico eram válidas. No final daquele mês, entretanto, o governo iraquiano reconheceu sua derrota. Os termos do armistício restabeleceram o controle britânico sobre o transporte iraquiano. Faiçal II foi reconduzido ao poder.

Seguiu-se a formação do governo do regressado Abdullilah, chefiado quase em permanência durante os quinze anos seguintes pelo chefe de gabinete Nuri Saíd, cuja política era pró-britânica. A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945. Esta realidade constitui o mundo fictício de Hergé e das aventuras de Tintin.

Em 1942 o país transformou-se em um importante centro de suprimento para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio e de transbordo de armas para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha, sendo o primeiro país islâmico independente a fazê-lo.

A Guerra com Israel

Durante 1945-1946, as tribos curdas do nordeste estavam num estado de inquietação – apoiadas´, acreditava-se, pela União Soviética (URSS). Os britânicos, temendo uma intromissão soviética nos campos petrolíferos iraquianos, deslocou tropas para o Iraque. Em 1947, Saíd começou a defender uma nova proposta para uma federação de Estados Árabes.

Ele sugeriu que a Transjordânia (atual Jordânia) e o Iraque fosse unidos e começou negociações com o rei da Transjordânia a respeito de sua proposta. Em Abril de 1947 um tratado de afinidade e aliança foi assinado pelos dois reinos, estabelecendo auxílio militar e diplomático mútuo.

Em 1948, o Iraque aderiu à Liga Árabe.

Ao declarar-se a independência de Israel, em maio de 1948, os exércitos do Iraque e Transjordânia invadiram o novo Estado. Durante todo o restante do ano as forças armadas iraquianas continuaram a combater os israelenses, e a nação continuou os trabalhos diplomáticos com o reino da Transjordânia. Em Setembro, o Iraque juntou-se a Abdullah ibn Hussein, rei da Transjordânia, na denúncia de que estabelecer um Estado árabe na Palestina era igual a reconhecer a partilha da Palestina em Estados árabe e judeu, que o Iraque era contra.

Com a derrota geral das forças árabes que atacavam Israel, entretanto, o governo iraquiano preparou-se para negociar um armistício, representado pela Transjordânia. Em 11 de Maio de 1949, um cessar-fogo entre Israel e Transjordânia foi assinado, mas o Iraque continuou a combater os israelenses área árabe ocupada no centro-norte da Palstina. Tropas da Transjordânia subistituíram as unidades do Iraque nessa área, nos termos do armistício assinado em 3 de Abril de 1949. Terminado o conflito, a maioria dos 80 mil judeus da Mesopotâmia emigraram para o Estado hebraico.

Pacto Pró-Ocidente

Em fevereiro de 1955, o Iraque concluiu com a Turquia o Pacto de Bagdá, um acordo de segurança mútua. Os planos para transformar a aliança em um sistema de defesa do Oriente Médio fizeram com que os dois países convidassem os outros Estados árabes, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o Paquistão a aderir ao pacto. A Grã-Bretanha juntou-se a aliança em Abril, o Paquistão tornou-se um signatário em Setembro e o Irã, em Novembro.

Naquele mês, as cinco nações estabeleceram a Organização do Tratado do Oriente Médio. O Iraque alinhou-se formalmente com os ocidentais, pondo fim a veleidade de aproximação com a URSS e o Egito não-alinhado de Gamal Abdel Nasser (cuja revolução dos Oficiais Livres triunfara recentemente no Cairo, pondo termo ao regime pró-britânico do corrupto rei Faruk). A Pax Britannica estava condenada.

A Crise de Suez

Em julho de 1959, a Jordânia (como a antiga Transjordânia fora renomeada) acusou Israel de estar preparando e organizando tropas de invasão perto de Jerusalém. O Iraque, então, deslocou tropas para a fronteira jordaniana.

No mesmo mês, em resposta a nacionalização por parte dos egipsios do canal de Suez – que os britânicos e franceses controlavam -, o governo iraquiano expressou um claro apoio ao Egito. No desenrolara da Crise do Suez, o Egito foi invadido por Israel, Grã-Bretanha e França em outubro de 1956.

Dentro de uma semana, entretanto, a ONU, estimulada pelos EUA e URSS, exigiu um cessar-fogo, forçando a Grã-Bretanha, França e Israel a recuarem das terras que tinham capturado. No começo de Novembro, tropas iraquianas e sírias ocuparam posições na Jordânia, de acordo com os termos do tratado de mútua defesa.

A doutrina Eisenhower e as Federações Árabes

Em janeiro de 1957, o Iraque apoiou a recém-promulgada Doutrina Eisenhower. Essa doutrina determinava que os EUA daria ajuda militar a qualquer governo do Oriente Médio cuja estabilidade estivesse ameaçada por agressão comunista.

Em fevereio de 1958, depois de uma conferência entre Faisal II e Hussein I (rei da Jordânia), o Iraque e a Jordânia confederaram-se. A nova união, posteriormente chamada de União Árabe da Jordânia e Iraque (Arab Union of Jordan and Iraq), foi estabelecida como uma medida defensiva contra a República Árabe Unida (RAU), uma federação do Egito e Síria formada em fevereiro do mesmo ano. A constituição da confederação recém formada foi promulgada sumultaneamente em Bagdá e em Amã, em 19 de Março, e o documento foi ratificado pelo parlamento iraquiano em 12 de Maio. Ainda em Maio, Nuri as-Said, ex-primeiro-ministro do país, foi nomiado premier da União Árabe.

Início da República do Iraque (1958 – 1979)

Em 1953, foram feitas as primeiras eleições parlamentaristas por sufrágio direto.

Restabeleceu-se o governo constitucional e Faiçal II cedeu o trono formalmente.

A tendência pró-ocidental da União Árabe (federação da Jordânia e Iraque), a repressão que sofriam os grupos opositores e o entusiasmo que a criação da República Árabe Unida (RAU), da federação do Egito e da Síria levantou entre os dirigentes nacionalistas do Iraque, (que viam a possibilidade de levar a cabo seus ideais de pan-arabismo), acabaram com a monarquia.

A República Árabe Unida, amargamente antagonista á União Árabe pró-ocidente, despachou repetidas chamadas de rádio incitando a população, polícia e exército do Iraque a derrubarem o governo do país. No dia 14 de Julho de 1958 o exército Iraquiano fez um repentino golpe de estado pan-arabista, liderado pelo general iraquiano Abdul Karim Kassem. O rei rei Faisal II, de 23 anos de idade, foi assassinado, juntamente com a sua família.

O primeiro-ministro Nuri as-Said, que era tido como uma figura símbolo da ligação ao Reino Unido foi linchado nas ruas de Bagdad. A União com a Jordânia foi terminada e o novo governo anunciou uma aproximação com a RAU e a dissolução da União Árabe. Foi posto fim à monarquia, fundando-se a República do Iraque.

No segmento do golpe de Estado de 1958 tiveram lugar algumas reformas sociais e democráticas. Foi aprovada uma nova Constituição, foi permitida a formação de partidos e de sindicatos.

O petróleo foi nacionalizado, bem como outras indústrias, e uma reforma agrária incipiente foi lançada. Ao mesmo tempo era denunciado o pacto de Bagdá e estabelecidas relações próximas com a República Árabe Unida (15 de Julho). Kassem, entretanto, fez tentativas de ganhar a confiança do Ocidente mantendo a oferta de petróleo. Em março de 1959 o Iraque abandonou o pacto de Bagdá, que foi então renomeado de Organização do Tratado Central (Central Treaty Organization).

Em junho de 1959 o Iraque abandonou o bloco esterlino – grupo de países cuja moeda corrente era vinculada a libra esterlina britânica.

Após o término do mandato britânico no Kuwait (junho de 1960), o Iraque reivindicou o território, declarando que a área fazia parte do Estado Iraquiano na época de sua formação.

Convidadas pelo governante kuwaitiano, forças britânicas entraram no Kuwait em Julho. O Conselho de Segurança da ONU rejeitou um pedido iraquiano ordenando sua retirada.

Em 1961, houve uma rebelião da minoria curda. O governo do Iraque afirmou que suprimiu a rebelião no Norte do país em 1961-1962. A agitação curda persistiu, entretanto. O longo conflito foi temporariamente apaziguado no começo de 1970, quando o governo prometeu formar uma região curda autônoma e admitiu ministros curdos no gabinete.

Golpes Militares

Na luta pelo poder que se seguiu entre os golpistas, Qasim levou a melhor sobre Arif, que foi preso. Qasim prosseguiu inicialmente as reformas (reforma agrária de 30 de Setembro de 1958), passou no entanto a governar de forma cada vez mais autoritária. Em pouco tempo tinha-se estabelecido um regime militar autoritário.

Entre 1963 e 1966 registraram-se golpes palacianos sangüinários. Em 8 de Fevereiro de 1963, Kassem foi deposto por um grupo de oficiais, muitos deles pertencentes ao partido Baath, e assassinado no dia seguinte.

O coronel Abdel Salem Aref (Abdul Salam Arif) tronou-se presidente e as relações com o ocidente melhoraram. Arif implantou um regime socialista de feição nasserista (Gamal Abdel Nasser era então o presidente do Egito). Em abril de 1966, Aref morreu num acidente de helicóptero e foi sucedido por seu irmão, o general Abdel Rahman Aref (Abdul Rahman Arif).

Durante a Guerra árabe-israelense dos Seis Dias (1967), tropas e aviões iraquianos foram mandados para a fronteira da Jordânia-Israel. Mais adiante, declarou guerra a Israel e fechou seus oleodutos, cortando a provisão de petróleo aos países ocidentais, enquanto rompia relações diplomáticas com os Estados Unidos.

Em julho de 1968 houve um golpe militar, a ala direita do partido Baath (o qual tinha sido fundado por Michel Aflaq na Síria) assume o poder e o general Ahmad Hassan Al-Bakr, um exprimeiro-ministro, se colocou a frente do Comando Supremo da Revolução. Al-Bakr tornou-se presidente da República, sendo o seu braço-direito Saddam Hussein al-Takriti (então com 31 anos).

O predomínio militar foi abalado em 1971, quando o líder baathista Saddam Hussein destituiu da vice-presidência o general Salek Mahdi Amas. As relações entre os partidos Baath e Comunista, até então hostis, melhoraram bastante.

Nacionalista, a nova equipe dirigente nacionaliza totalmente o petróleo e as companhias petrolíferas estrangeiras operantes no Iraque (1972 à 1975). Dentre as companhias nacionalizadas internacional do produto aumentaram exorbitantemente. À essa altura, tornou-se um país rico. A grande descoberta de petróleo nas adjacências de Bagdá foi divulgada publicamente em 1975.

Na política internacional, o Iraque distanciou-se neste período das nações ocidentais e passou a ser apoiado pela União Soviética. A equipe dirigente assina um tratado de amizade com Moscou e convida dois comunistas para o Executivo.

A posição de certos países árabes com relação à Israel causou alguns atritos entre o Iaque e seus vizinhos. Em 1971, o Iraque fechou sua fronteura à Jordânia e pediu a expulsão desse país da Liga Árabe por causa do esforço dos jordanianos em esmagar o movimento guerrilheiro palestino operante dentro de suas gronteiras.

O Iraque ajudou a Síria com tropas e equipamentos durante a Guerra árabe-israelense de 1973 (Guerra do Yom Kippur). Clamando por ações militares contínuas contra Israel, o Iraque denunciou o cessar-fogo que acabou com o conflito e se opôs ao acordo negociado interinamente com Israel entre Egito e Síria em 1974 e 1975.

No início de 1974, irrompeu uma luta no Iraque setentrional entre as forças governamentais e os nacionalistas curdos, que achavam inadequada a nova lei de autonomia curda baseada no acordo de 1970. Os curdos, liderados por Mustafa al-Barzani, receberam armamento e outros suprimentos do Irã. Em 1975, um acordo com o Irã (fazendo concessões para acabar com disputas de fronteira) obtêm armistício com os curdos.

A aliança entre os partidos Baath e Comunista rompeu-se em 1978, quando vários dirigentes comunistas acusados de traição foram fuzilados.

Regime Ditarorial de Saddam Hussein

Em 15 de Julho de 1979, data da demissão de Ahmed Hasan Al-Bakr por motivos de saúde, o general sunita Saddam Takriti Hussein assumiu o poder, cercando-se imediatamente de uma dezena de oficiais leais, os quais colocou em cargos de responsabilidade.

É então que o poder se torna verdadeiramente autocrático, com os primeiros anos de goveno do auto-intitulado El-Raïs el-Monadel (o Presidente Combatente) a serem marcados pela execução de centenas de oposicionistas e o gaseamento de 5.000 curdos em Halabja.

A primeira guerra do Golfo: Irã-Iraque Surpreendido (tal como o Ocidente e as Monarquias do Golfo) pela derrubada do Xá do Irã, Reza Pahlevi, através da revolução fundamentalista do aiatolá Khomeini, Saddam (que também desejava recuperar o controle do Chatt al-Arab) lançou-se, em 22 de Setembro de 1980, numa guerra com o Estado vizinho (Guerra Irã-Iraque).

A 7 de Julho de 1981 um raid da aviação israelita destruiu um reator nuclear perto de Bagdá, na posse do Iraque. Um reator que tinha sido vendido a Saddam Hussein pelos franceses. Os israelenses alegaram que a função do reator era desenvolver armas nucleares para serem usadas contra Israel (Operação pera)

A partir de 1983 os EUA aumentaram a sua presença no Golfo Pérsico. O Iraque foi apoiado na guerra contra o Irão pelo Kuwait, a Arábia Saudita e outras nações árabes

Em Fevereiro de 1986 a península iraquiana de Fao é ocupada por tropas iranianas

A 16 de Março de 1988, a cidade curda de Halabdscha é bombardeada com gás venenoso

A 20 de Agosto de 1988 termina a guerra Irão-Iraque, com 250 mil mortos do lado iraquiano; e

Em Setembro de 1988 são gaseados os curdos que apoiaram o Irão.

Enquanto o Irã é o Iraque combatiam, os Estados Unidos vendia armas para o Iraque, porém por outro lado os Estados Unidos também vendia armas para o Irã, ao fim da guerra entre Irã e Iraque, ambos estavam com várias dividas, os Estados Unidos lucrou com essa guerra.

A segunda guerra do Golfo: 1991

Terminada a Guerra Irã-Iraque, Saddam Hussein estava fortemente endividado. Um dos principais credores era o vizinho Kuwait. A anexação do Kuwait – e dos seus poços de petróleo – apresentou-se então ao Raïs como uma solução genial.

Há décadas que Bagdá reivindicava a reabsorção do emirado arrancado pelos ingleses, além da enorme divida com o Kuwait, havia outros motivos para o Iraque querer invadir aquele país:

O Iraque queria uma saída estratégica para o mar, afinal ele não tinha como exportar o seu petróleo de uma boa forma sem ter uma saída para o mar

O Kuwait no passado era uma área do Iraque, eles alegaram que queriam apenas recuperar uma coisa que era deles; e

O Kuwait vendia petróleo para os Estados Unidos por um preço extremamente barato, isto atrapalhava muito o Iraque, Saddam chegou até mesmo a reclamar para a OPEP, porém ele não foi atendido

Em 2 de agosto de 1990 as tropas de Bagdá invadem o Kuwait e recusam-se a abandonar o país. Os Estados Unidos da um prazo de 5 meses para o Iraque retirar as suas tropas do Kuwait, o motivo pelo qual os Estados Unidos deu um prazo tão longo foi porque precisava se preparar para aquela guerra, afinal um dos motivos para a perda no Vietnã foi porque o relevo ajudou os vietnamitas (os americanos não estavam com preparação para uma guerra no deserto), nestes cinco meses vários soldados norte-americanos foram treinados no deserto do Arizona, outra coisa que os Estados Unidos fizeram nestes cinco meses foi convencer dois países vizinhos ao Iraque a deixar que os estadunidenses instalassem duas bases militares nesses países, assim que convenceu e as bases foram construídas os Estados Unidos apenas esperavam o prazo acabar.

Apesar da condenação da ONU; em Janeiro, quinhentos mil soldados de treze países, encabeçados pelos Estados Unidos apoiados pela OTAN, restituem o pequeno país ao emir, Saddam apesar de tudo era um bom estratégista de guerra, ele lançou dois mísseis em Israel (Israel nem estava na guerra e não tinha nada a ver com tudo aquilo), os mísseis foram defendidos por Israel através de antimísseis, o objetivo era fazer Israel entrar na guerra, se caso entrasse na guerra, o conflito não seria apoiado pelos países aliados aos Estados Unidos do Oriente Médio, e depois disso tudo iria ficar mais fácil para o Iraque, e o plano tão brilhante dos Estados Unidos iria por água abaixo, porém os EUA não ficaram parados e conseguiram convencer Israel a não entrar na guerra se ela fosse terminada rapidamente.

Após a derrota do Iraque, os americanos aceitam a rendição do exército de Saddam. As forças iraquianas no Kuwait foram derrotadas facilmente, muitas delas rendendo-se voluntariamente à coligação.

Antes disso, a coligação bombardeara toda a velha Mesopotâmia durante seis semanas, destruindo as infra-estruturas que os seus próprios governos haviam ajudado a criar e fazendo milhares de vítimas civis, os Estados Unidos haviam deixado Saddam ainda no poder, afinal ele era um líder forte e capaz de enfrentar o Irã, se o Iraque fosse derrotado completamente, o Irã teria força suficiente para dominar boa parte do Oriente Médio e não ser derrotado pelos Estados Unidos e sua Coalizão.

Após o cessar fogo e o acordo de paz, o governo iraquiano utilizou os restos de seu exército para acabar com a rebelião dos xiitas no sul e dos curdos no norte. Centenas de milhares de curdos se refugiaram na Turquia e no Irã e tropas dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha se instalaram no norte do Iraque para estabelecer campos de refugiados.

Uma zona de exclusão aérea, no Norte, foi imposta pela ONU para proteger os curdos. Em 1993, outra zona, ao sul, foi criada para proteger os xiitas. O poder central se limita a metade do território do Iraque.

Essas duas vastas zonas de exclusão aérea são interditas a aparelhos locais e constantemente patrulhadas por caças-bombardeiros norte-americanos e ingleses. Periodicamente, ao longo da década de 1990, a RAF e a USAF lançaram ataques ao solo, e a própria cidade de Bagdá foi por mais de uma vez alvejada. Em 1994, Saddam Hussein reconhece oficialmente a independência do Kuwait.

Período das sanções econômicas: 1991-2003

A 6 de Agosto de 1990 o conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou a resolução 661, a qual impunha sanções econômicas ao Iraque, incluindo o embargo comercial, excluindo material médico, alimentação e outros itens de necessidade humanitária, a serem determinados pelo comité de sanções do conselho de segurança.

O Iraque foi autorizado, de acordo com o programa das Nações Unidas Oil-for-Food (Resolução 986), a exportar 5,2 bilhões de dólares de petróleo todos os seis meses (ou seja 10,4 biliões de dólares por ano) para poder comprar os itens de sustento da população. No entanto, apesar do programa, de acordo com estimativas da ONU, cerca de um milhão de crianças iraquianas morreram durante o embargo, devido à malnutrição e falta de medicamentos.

Com a imposição do embargo econômico, a nação de Saddam Hussein viveu uma profunda crise interna, nomeadamente econômica, mas mesmo assim o regime de Saddam manteve-se inabalável. Em eleições supostamente livres, realizadas em 1995, o povo optou pela permanência de Saddam Hussein no poder.

Na primavera de 1996, a ONU pôs fim ao embargo que pesava sobre o petróleo iraquiano.

Em outubro de 1997, a Grã-Bretanha ameaçou usar a força quando o Iraque não permitiu a entrada de uma equipe da ONU no país.

Houve um período de delicado equilíbrio nas relações, mas, em setembro de 1998, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou por unanimidade uma resolução, mantendo as sanções contra o Iraque até que Bagdá voltasse a cooperar com os inspetores do desarmamento. Atendendo ao apelo da China, da França e da Rússia, o Conselho acenou com a possibilidade de retomar a cooperação, o que previa um exame conjunto das relações do Iraque com a ONU.

Após a carta entregue in extremis ao secretário geral da ONU, Kofi Annan, pelo viceprimeiro-ministro do Iraque, Tarif Aziz, foi suspensa pelo presidente norte-americano Bill Clinton a intervenção militar no Iraque. Na carta, o presidente iraquiano Saddam Hussein decidia, finalmente, voltar a cooperar com o desarmamento do país, permitindo a volta dos inspetores da Comissão Especial das Nações Unidas. Em dezembro de 1998, ao final de uma série de inspeções fundamentais para testar a cooperação do Iraque, duas equipes de inspetores integrantes da comissão encarregada do desarmamento iraquiano deixaram Bagdá.

O chefe dos inspetores, Richard Butler, declarou ter sido impedido de entrar em alguns prédios em Bagdá, o que considerou, em seu relatório, “um fato grave”. Poucos dias depois, começou a operação militar de represália contra o Iraque, levada a cabo durante quatro dias pelas forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha (Operação Raposa do Deserto), motivada pela negativa do presidente iraquiano, Saddam Hussein, de colaborar com os inspetores do desarmamento da ONU. Uma comissão de desarmamento (Unmovic) foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em dezembro de 1999. Em 17 de janeiro de 2000, Kofi Annan, designou Rolf Ekeus para dirigir a comissão. O Iraque manteve sua recusa de cooperar com a Unmovic.

A terceira Guerra do Golfo: 2003

Invasão do Iraque em 2003

Em meados de 2002, os Estados Unidos lançaram uma campanha mundial de denúncias contra o governo iraquiano que destacaram em primeiro lugar a alegada existência de armas de destruição em massa no Iraque que supostamente representava um perigo sério (finalmente após a invasão não foram encontradas nenhuma arma de destruição em massa no país) e a outra razão superior para atacar o Iraque, caiu em desuso em favor de “libertar o povo iraquiano” e “impedir que o governo do presidente Saddam segui-se – supostamente – apoiando o terrorismo internacional”); posteriormente foi acusado de ser conivente com o terrorismo islâmico internacional.

Foi ainda dito também que a operação visava “libertar” o povo iraquiano (daí o nome da operação, intitulada Iraqi Freedom). Uma invasão cujo real objetivo era destinada a aponderar-se das reservas de petróleo do Iraque, abrir um novo mercado no Iraque para as grandes empresas ocidentais, fazer negócios com as indústrias armamentistas e de reconstrução do país, criando um governo fantoche pró-ocidental para permitir presença dos EUA no Iraque a longo prazo, a fim de impor a dominação dos EUA na região e a globalização capitalista. E, finalmente, também seria possível utilizar estrategicamente o Iraque para um possível ataque ao Irã que estava dentro de seus planos.

Assim, em 2003, norte-americanos e britânicos (com apoio de outros países), alegando que o Iraque detinha armas de destruição massiva, invadiram o Iraque, sem o aval da Organização das Nações Unidas, que não se convenceu com as “provas” mostradas pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, em total desrespeito à justiça internacional, e também com a oposição de muitos governos países ao redor do mundo e também da opinião pública mundial (incluindo os cidadãos dos Estados Unidos, Espanha e Grã-Bretanha), invadiram o Iraque.

A decisão de invadir o Iraque teve declarada oposição de muitas nações entre as quais sobretudo a França, cuja empresa estatal Total-Fina-Elf detinha contratos com Saddam Hussein para a exploração de campos de petróleo de Majnoon e Nahr Umar, os quais representam cerca de 25% do petróleo do Iraque, para além de ser credor de uma larga dívida do ditador.

A França era antes da invasão do Iraque também um dos principais parceiros comerciais do ditador, sendo responsável por cerca de 13% das importações de armas entre 1981 e 2001, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).

Depois de uma rápida campanha de três semanas, a coalizão chegou a cidade de Bagdá, que caiu no caos por causa do vazio de poder que ocorreu com a derrubada do governo soberano do Iraque. O governo de Saddam Hussein deixou de existir em 9 de abril de 2003.

Pós-invasão

Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi capturado por soldados invasores com a ajuda de colaboradores iraquianos. As eleições foram realizadas em seguida, aprovando uma nova constituição para legitimar o novo governo e eleger um novo presidente.

A verdade é que desde o início da invasão, o país sofre com um clima de constante instabilidade política e social, sofrendo vários ataques terroristas quase que diários realizados por grupos tribais e sectários descontrolados ou, mais freqüentemente, ataques de guerrilha convencional, daqueles que rejeitam a permanência das tropas de ocupação no território, bem como o constante confronto entre xiitas e sunitas, que a partir de fevereiro de 2006, deflagrou-se à beira da guerra civil.

O confronto que também é acompanhado por lutas pelo poder entre facções xiitas. Além de confrontos com iraquianos recrutados pelos islamitas wahabitas da Al Qaeda que querem ser fortes no país para evitar o controle dos EUA ou dos xiitas. Mas com nenhuma ou pouca chance de chegar ao poder.

Embora quando os americanos decretaram o fim das operações militares em maio de 2003, pensando que o país estava controlado e poderia facilmente ganhar a guerra, o exército de ocupação tem vindo a enfrentar uma complicada e devastadora guerra de guerrilha pela resistência iraquiana, formada por milícias e grupos guerrilheiros de diferentes tipos (ou nacionalista Baaths ou nãobaathistas, comunistas, marxistas, islâmicos sunitas, com ou sem referência à Al Qaeda, os islâmicos xiitas com ou sem relação com os xiitas do Irã …)

Vários países já começaram a repatriação de suas tropas, percebendo o perigo da situação no país, o alto custo da manutenção de tropas, a impossibilidade de vencer a guerra, e até mesmo percendo a insignificância da maioria dos seus argumentos iniciais em favor da invasão.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha também tem sido manchados pelo escândalo de torturas na prisão de Abu Ghraib ou soldados britânicos batendo em jovens iraquianos. E também pelos crimes de guerra pela morte de centenas de milhares de civis iraquianos capturados na guerra, e combates e bombardeios na pequena guerra civil causada pelas divisões étnicas, tribais e sectárias, e a deterioração geral das condições de vida desde o início da invasão.

Fonte: www.cprepmauss.com.br

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