Turismo no Camboja

PUBLICIDADE

Iniciaremos o percurso pela capital, Phnom Penh, e os seus arredores, para continuar pela área da antiga capital, Angkor. Finalizaremos a nossa viagem pelas belas Costas do Sul.

PHNOM PENH

Entre os rios Tonlé Sap e Mekong acha-se a capital do país (desde 1373), quando supõe-se ter deixado de ser a antiga Angkor. Tem-se dito que a cidade possui as mais belas construções francesas da indochina. O nome da capital, que significa “Monte de Penh”, tem a sua origem numa crença popular que conta como uma mulher chamada Penh achou umas estátuas de Buda, após uma subido do rio Mekong, e construiu uma pagoda para acolhe-las, justamente na colina Wat Phnom. Ao pé da montanha há um pequeno zoológico, com macacos, animais que habitam nas árvores em liberdade e elefantes que constituem a maior atração.

Entre os lugares que destaca-se na cidade, está o Palácio Real, a residência oficial do Rei Norodom Sihanouk, um dos lugares mais importantes de Phnom Penh.

Abre-se ao público às vezes sem um calendário fixo. O palácio dispõe de vários edifícios entre os quais destaca-se a Sala do Trono e a Pagoda de Prata, construida no século passado com 5.000 baldosas de prata maciça que pesam um quilo, cada uma. É conhecida também com o nome de “Wat Preah Keo”, que significa “Pagoda do Buda de Esmeralda” e acha-se em um alto pedestal. Também neste lugar, há um Buda de ouro decorado com diamantes. É o Jemer Vermelho o que tem salvaguardado a Pagoda de Prata. Este lugar acolhe visitantes, mas as fotografias estão proibidas por razões de segurança.

O Museu Nacional aloja numerosas obras mestras de arte jemer e peças que datam do século IV ao século XIX e que pertencem a distintos períodos da cultura Cambojana. Outro museu que não há que perder-se é o Museu Tuol Sleng que aloja no seu interior o testemunho dos crimes e torturas acontecidos no país nos anos setenta. Está aberto ao público.

Os mercados de Phnom Penh gozam de grande popularidade. Entre os bazares mais representativos estão o Mercado Central, onde poderá comprar numerosos objetos típicos da região, ao mesmo tempo que desfruta do ambiente mais animado da cidade, e o Mercado Olímpico, onde vendem-se as sedas e as roupas típicas dos Cambojanos chamados “Kramas”.

O Monumento Vitória foi construido em 1958 em memória dos mortos, na guerra. Encontra-se entre os boulevares Norodom e Sivuthe.

Chrouy Changvar é a maior ponte do país e um lugar escolhido pelos amantes para dar passeios românticos. O parque de Boeng Kak é um lugar ideal para o recreio, dispõe de um pequeno zoo, um lago para navegar em bote e alguns restaurantes.

Outros locais interessantes na cidade são os diferentes templos (Wat) como é o caso do Wat Phnom, o lugar sagrado onde foram depositadas as estátuas de Buda encontradas no rio, segundo conta a lenda; o Wat Ounalom, centro da fé budista em Camboja; e os templos Wat Lang ka, Wat Koh e Wat Moha Montrei.

ARREDORES DE PHNOM PENH

Tomando a rota sul chega-se a Phnom Chisor. Além de poder contemplar a maravilhosa paisagem também há um templo do século XI para visitar. Encontra-se situado no alto de uma colina.

Aos seus pés há dois templos jemeres: Sem Thmoi e Sem Ravang. Aconselhamos visitar Tonlé Om.

Tonlé Bati é um templo consagrado a Buda que data do século XII e que contém maravilhosos baixo relevos.

Se tomarmos direção norte desde a capital, a poucos quilometros está a Mesquita de Nur ul-ihsan, fundada no século passado. Trata-se de um lugar sagrado utilizado agora pela comunidade cham e alguns grupos musulmanos. É necessário descalçar-se para entrar.

Os Campos da Morte de Choeung Ek são antigos campos de concentração. Estão a poucos quilometros da cidade e relatam os desastres sofridos pelo povo do Camboja.

Udong, fundada pelo Rei Soryopor em 1601, foi uma antiga capital do Camboja. No século passado construiram-se canais, pontes e terraços, por ordem do Rei Ang Duong para acrescentar a sua grandeza.

ANGKOR

Fundada no ano 889 com o nome de Yaso-dharapura, foi a capital de quase todos os reinados Jemer, que perdurou durante mais de mil anos. Está considerada como uma das mais esplendorosas civilizações da Ásia sul oriental. A última inscrição da cidade data de 1747, mas desconhece-se a data exata do abandono. A selva pegou na mística cidade e as raizes das árvores entraram pelos seus muros. No século passado toda a área de Angkor estava coberta pela selva.

Angkor é uma cidade vermelhiça, devido à pedra arenisca dos seus edifícios, que procede das canteiras de Pnom Kulen, a quatro quilometros da antiga capital.

Naqueles tempos as pedras eram transportadas pelo rio. Depois eram lavradas pelos artesãos. Os templos construidos aqui constituem um dos universos sagrados mais impressionantes do mundo. Para visitá-los a maioria dos turistas alojam-se em Siem Reap, situada a beira do rio, que leva o seu nome, sendo escolhida como base para a visita aos monumentos da zona. Encontra-se a muitos poucos quilometros dos templos de Angkor e a 250 quilometros ao noroeste da capital.

TEMPLOS DE ANGKOR

O conjunto de templos da província de Siem Reap é grandioso, mas na realidade não é mais do que uma pequena parte da totalidade que encontra-se espalhada por todo o país. Angkor é um conjunto monumental de 9 quilometros de longitude e 8 de largura, nos quais repartem-se centenas de templos. Cada um com um tanque como sinal da cultura da água que criou-os. Para os jemeres o templo é o centro físico do universo, que extende-se ao redor dele, em uma confusão de corredores intrincados e portas carregadas de simbolismos.

Começaremos o percurso pelos templos em Angkor Thomou a Grande Cidade, que em tempos era a capital. Ali alçava-se em forma de pirâmide o Bayon, no centro como templo de Estado, e representação do meru, a montanha dos deuses e centro do universo. Foi construido por Jayavarmám VII. As torres do Bayão, 49 no total, estão decoradas com 171 cabeças de Buda, além dos baixo relevos alusivos às campanhas militares dos jemeres. Os seus exércitos tinham mais de 200.000 elefantes. As galerias e corredores do Bayão, acolhem também multidões de imágens de apsaras, as bailarinas celestiais que, segundo supõe-se, entreteniam os deuses.

Decoravam o cenário da cidade os Terraços Reais, adornados todos eles com figuras de animais. Destaca-se o Terraço dos Elefantes, a muralha de 12 quilometros de longitude, e cinco monumentais portas, tudo rodeado nessa altura, de grandes tanques. O rosto do rei Jayavarmám VII, vigia desde todas as portas do templo a cidadela que ordenou construir.

Angkor Wat é uma obra prima da arte jemer e um dos maiores templos do mundo. Data do século XII e está construido a base de três terraços, com forma de pirâmide, com um santuário central, galerias e uma torre ricamente decorada. A obra foi concebida por Suryavarmám II em homenagem a Vishnu e para ser utilizada como o seu túmulo. Cada uma das terraças está rodeada de intrincados labirintos. A torre central encontra-se na planta alta a 55 metros do solo.

Aprisonado pela selva Ta Prohm é um dos maiores templos de Angkor, cujas estruturas estavam adornadas ricamente e com uma rara sofisticação segundo está escrito. Embora a natureza tinha-se apoderado materialmente da estrutura, vale a pena uma visita para contemplar o que fora um dos maiores templos do império.

O mosteiro de Ta Prohm é um dos mais conservados, e diz-se que acolhia durante a sua época de esplendor 39 santuários e alojava a 2.740 monges.

Os Monumentos de Roluos foram a capital para Indravarmám I, quem reinou no século IX. O estilo de alguns dos seus templos marca o começo da era Jemer.

Muitas das inscrições que aparecem nas suas portas estão em sânscrito. O templo de Preah Ko está composto por seis torres de tijolo alinhadas em duas filas e decoradas com baixo relevos curiosos. Bakong está dedicado à divindade Shiva.

Outros templos interessantes são Preah Khan, Neak Pean, Pre Rup e Banteay Srei.

A COSTA SUL DO CAMBOJA

KAMPOT

É uma cidade cheia de encanto que encontra-se a cinco quilometros do mar a beira do rio Tuk Chhou. Nas suas colinas estão as Cascatas de To Chu.

BOKOR

É conhecida pela seu agradável clima e a sua formosa paisagem. Está situada na Cordilheira do Elefante e nos arredores encontram-se duas importantes cascatas de 14 e 18 metros de altitude.

KEP

Encontra-se assentada em plena beira do mar e foi um elegante lugar de férias para a elite francesa. Agora é uma cidade fantasma mas não deixa de ser um destino ideal para desfrutar da praia.

KIRIROM

Está na Cordilheira do Elefante a 675 metros sobre o nível do mar. É um bonito lugar cheio de bosques, ideal para as excursões.

SIANOUKVILLE OU KOMPONG SOM

É o único porto Cambojano, que dispõe também de magníficas praias. Nos últimos tempos têm-se convertido em um lugar excepcional para a prática do esporte submarino.

Fonte: www.rumbo.com.br

Turismo no Camboja

Angkor Wat (Camboja)

O templo dos templos de Angkor, agora tomado por multidões de turistas, já passou por duras penas. Ele só foi reaberto à visitação nos anos 90, depois de ter sido abandonado no século 15, quando a cidade foi saqueada; engolido pela selva nos anos seguintes; redescoberto no século 19, quando o Camboja era parte da colônia francesa da Indochina; e fechado, durante 30 anos, por causa da guerra civil e, depois, devido aos bombardeios americanos.

Grande parte da beleza desse templo construído no século 12 – além de sua comovente capacidade de resistência – é associada às torres em forma de botão de flor de lótus e às madeiras entalhadas que o adornam. Elas são marcas da arquitetura khmer (denominação dada aos cambojanos) nas dezenas de monumentos construídos em Angkor, uma espécie de Império Romano do Ocidente (durante o apogeu do Império Khmer, entre os séculos 9 e 15, os khmer conquistaram grande parte do Sudeste Asiático).

Turismo no Camboja
Angkor Wat – Camboja

Ocupando 210 hectares, o Wat é o maior e mais importante deles. Sem tijolos, sem cimento e sem o conhecimento arquitetônico grego e romano, os khmer construíram um dos mais significativos monumentos religiosos do mundo. Angkor Wat foi transformado em templo budista nos séculos 14 e 15 – e continua assim. Motivo de orgulho para o cambojano, é o único monumento a aparecer na bandeira de um país.

E O CRISTO?

Turismo no Camboja
Cristo –
Camboja

O Angkor Wat tem torre principal de 200 metros de altura e é cercado por um canal de 6 quilômetros.

O Cristo tem 38 metros de altura e pesa 1 145 toneladas.

Fonte: viajeaqui.abril.com.br

Turismo no Camboja

Capital: Phnom Pehn
Idioma: khmer
Moeda: riel
Clima: tropical úmido

Pontos turísticos

Angkor Vat

Complexo de templos e antiga cidade do Khmer, foi esquecido e desapareceu na selva tropical. Redescoberto, está em boas condições, apesar dos saques constantes e do difícil acesso, e pode ser considerado um dos principais pontos turísticos de todo o sudeste asiático.

Os templos foram construídos em pedra entalhada, cercados de canais, que não só armazenavam as águas na época da estiagem, como também serviam para umidificar e baixar a temperatura de todo o complexo.

Phnom Pehn

Entre a confluência do rio Mekong e Tonle Sap, a cidade possui alamedas arborizadas e prédios baixos.

O Royal Palace abriga magníficas torres khmer e é um dois locais mais agradáveis de se visitar.

Outros pontos interessantes são: o Pagode de Prata, o museu nacional, o Wat Phnom e os interessantíssimos mercados. Nas redondezas da cidade há diversos pontos turísticos principalmente da época khmer.

Fonte: www.geomade.com.br

Turismo no Camboja

Em Angkor, pratique ciclismo e torne-se um cambojano

Principal atração turística do Camboja, o conjunto de mais de cem templos e edifícios de Angkor é daquelas imagens que jamais sairão de sua memória. Construídos a partir do século 8, no auge do império do Khmer (nome que serve para designar o cambojano), as construções de Angkor estão espalhados em uma área de 100 km2.

Por isso, se você tem pressa ou é um “turista de um dia”, é bom deixar sua visita ao Camboja para outra data. Angkor merece e precisa de pelo menos três dias para uma exploração adequada dos templos.

Para conhecê-los, a melhor forma é utilizar o meio de transporte preferido dos asiáticos: a bicicleta.

Na vila de Siem Reap, que serve de base para o turista, é possível alugar uma boa magrela por menos de US$ 2 ao dia -bem mais barato do que os US$ 25 cobrados por um carro. Além da economia, o turista vai ter o prazer de gastar todo o tempo disponível no templo de sua preferência, parar onde bem entender e conversar de perto com os cambojanos.

Com um bom mapa em mãos –à venda em qualquer esquina de Siem Reap– é impossível se perder na região, que é ultraplana. Simpáticos, os cambojanos estão sempre dispostos a indicar caminhos e dar informações aos estrangeiros.

O perigo das minas terrestres, uma das grandes heranças da guerrilha do Khmer Vermelho, que começou em 1970 e até 1999 ainda se mantinha em alguns núcleos de resistência, é nulo. O trabalho de limpeza de minas realizado pela agência Angkor Conservation foi exemplar. Portanto, para o turista, pedalar entre os templos não é nada arriscado. Basta disposição e um pouco de preparo físico.

Não deixe de conhecer Angkor Thom, com quase 10 km2, um dos templos que mais chamam a atenção dos turistas. Acredita-se que nos anos de 1181 e 1201, cerca de 1 milhão de habitantes viviam por lá, número muito superior a qualquer cidade européia daquela época. Cercado por uma muralha de 12 km de extensão e 8 m de altura, Angkor Thom é rodeado por um lago artificial que ficava lotado de crocodilos ferozes.

Mas a atração que mais agrada aos turistas é o Ta Prohm, templo datado do século 17. Ao contrário das outras construções, que tiveram a vegetação retirada pelos pesquisadores franceses, Ta Prohm foi deixado tal qual encontrado. Hoje em dia, pelas janelas e portas das ruínas, árvores centenárias cresceram, mesclando grossas raízes e troncos com as pedras. É uma visão de perder o fôlego que vale a viagem.

Onde fica

O complexo de Angkor está localizado a 308 km a noroeste da capital, Phnom Penh. A melhor base para conhecer as ruínas é a cidade de Siem Reap

Melhor época

Os meses de dezembro a janeiro são os mais agradáveis para visitar o Camboja. Durante o resto do ano, o visitante pode se preparar para enfrentar bastante umidade e chuvas

O que levar

Água mineral, câmera com muitos filmes (ou cartões de memória), boné, protetor solar, lanchinho, botas de trekking

Não perca

A arquitetura colonial francesa da charmosa capital, Phnom Penh, vale alguns dias de visita. Nos restaurantes, os peixes do rio Mekong fazem do cardápio cambojano uma das melhores atrações do país

Câmbio

US$ 1 equivale ma 3.990 riel. O dólar é amplamente aceito, leve notas pequenas

Fuja

Cuidado com falsos guias, que oferecem para levar a um templo “proibido” ou tentam vender uma peça “original” da época do Khmer. É roubada na certa

Quem leva

City Pass Tour. A partir de U$$ 3.990. Inclui parte aérea, traslados, oito noites em apto. duplo em hotelaria de categoria superior com café da manhã, uma noite em Bancoc, outra em Phnom Penh e quatro noites em Siem Reap.

Mundus Travel. A partir de U$$ 4.900. Inclui parte aérea, traslados e tours privativos, 21 noites em apto. duplo em categoria superior com café da manhã, três noites em Saigon (Vietnã), duas em Hoi An, duas em Hue, duas em Hanói, uma a bordo de um barco em Ha Long Bay (acomodação básica), duas em Vientiane (Laos), três em Luang Prabang, uma em Phnom Penh e duas em Siem Reap.

STB – Student Travel Bureau (tel. 3038-1555). A partir de US$ 2.862. Quinze dias (dois dias em Angkor), inclui parte aérea, traslados, transporte e hospedagem em quarto duplo com café da manhã.

Fonte: www1.folha.uol.com.br

Turismo no Camboja

Angkor Wat, era uma vez um império

Turismo no Camboja
Templos de Angkor Wat, Camboja

Situada no centro do Camboja, a cidade de Angkor já foi capital e centro religioso de um império pujante, que abrangia partes da Tailândia, Laos, Vietname e China. Hoje, Angkor Wat é o único chamariz turístico de um país permanentemente à beira do caos. Viagem aos templos de Angkor, nas proximidades de Siem Riep.

A história dos magníficos templos de Angkor

Angkor faz-se merecer. Para lá chegar, é provável que o viajante tenha de passar pela capital, Phnom Penh, e deparar-se com algo que o fará visualizar o aspecto de um gigantesco campo de refugiados. Aqui aglomera-se cerca de um milhão de habitantes, muitos deles agricultores que preferiram as dificuldades de uma vida incerta na cidade, onde a segurança se tem vindo a tornar um problema, ao risco das minas perdidas e de uma agricultura improdutiva.

À vista da capital, ninguém pensaria que este foi o berço de um grande império asiático, que ocupou um território que abrangia partes da Tailândia, Laos, Vietname e a província do Yunnan, na China. Mesmo na pequena povoação de Siem Reap, uma terrinha poeirenta que serve de base para qualquer visita a Angkor, é impossível adivinhar que ali muito próximo fica o expoente máximo das capacidades artísticas e criativas deste povo, e uma das mais magníficas cidades jamais construídas.

Turismo no Camboja
Vista dos templos de Angkor, Camboja

O Camboja é um dos mais homogéneos países da Ásia, no que diz respeito à etnia: aponta-se para uma população constituída por 90% de khmer, o povo originário desta zona.

Começa a falar-se dos khmer depois do reino de Funan se fundir com os reinos Chenla dos Kambujas, os “nascidos de Kambu”, uma figura da mitologia hindu. No século VIII, javaneses invadiram parte deste território e um século mais tarde iniciou-se o glorioso e fascinante período angkoriano.

Entre os séculos IX e XIII, uma sucessão de reis khmer foi contribuindo para o esplendor artístico de Angkor, com centenas de palácios e templos budistas e hinduístas, os últimos dedicados aos deuses Xiva e Vixnu. O rei Jayavarman II, descendente de tribos vindas de Java por volta do ano 800, tornou-se o primeiro devaraja, ou rei-deus, e instalou-se sucessivamente em quatro capitais, todas bem perto do Tonlé Sap, à letra “Grande Lago”, que é, de fato, o maior do país.

Na última capital, Roluos, ensaiaram-se as técnicas e materiais de construção que atingiriam o apogeu em Angkor. O tijolo e a pedra trabalhada começaram por ser apenas utilizados em construções religiosas, para garantir a sua nobreza e eternidade; das casas de madeira do povo, que não deviam ser muito diferentes das palafitas onde ainda hoje vive grande parte da população, já nada resta.

Construídos entre os anos de 879 e 900, os primeiros templos têm já os traços originais da arte khmer: torres torneadas, elefantes e nagas (cobras-capelo) que assinalam os pontos cardeais, largas ruas empedradas de acesso e muros altos que protegem os edifícios.

A morada mitológica dos deuses hindus e centro do universo, o Monte Meru, é repetida simbolicamente vezes sem conta, sob a forma de pirâmides de pedra onde se erigiam santuários, rodeadas por grandes reservatórios de água, os baray, que representavam o igualmente mítico Oceano de Leite.

Indravarman I fez construir um sistema de irrigação que permitiu o cultivo intensivo, dando origem a obras de génio que para sempre ficarão associadas à civilização khmer. Para além da reserva de água para as populações, tão importante nos países asiáticos, que alternam fortes monções com períodos de seca, a cultura do arroz, base da sua alimentação, também dela exige vastíssimas quantidades.

O reino de Angkor elaborou um complexo sistema de diques, canais e reservatórios, que chegou a prover a cerca de um milhão de habitantes. O maior dos reservatórios, o Baray Ocidental, tinha oito quilómetros de comprimento, mais de dois de largura e uma profundidade de doze metros, representando uma capacidade de armazenamento de mais de duzentos milhões de metros cúbicos de água.

Ainda hoje se vê claramente o seu leito, embora só fique cheio na altura da monção, à falta de manutenção regular.

Angkor torna-se capital

Foi o rei Yasovarman que mudou a capital para Angkor, ao mesmo tempo que alargava o império, conquistando vasto território aos países vizinhos.

Tal como já antes tinham feito outros monarcas, a sua cidade seguiu o esquema arquitetônico que veio a ser conhecido como “angkoriano”: cada rei se identificava com um deus do panteão hindu a quem eram de dedicados os templos, e a cidade organizava-se em volta das réplicas do sagrado Monte Meru.

Palácios, templos, estradas e reservatórios alternavam com as habitações e os campos de arroz, em volta deste simbólico “umbigo do mundo”.

Entre os séculos X e XII, o reino viveu um longo período de pujança política e econômica até à invasão Champa, que destruiu a capital e a ordem no Império.

Esta foi restabelecida por Jayavarman VII, que construiu um dos mais importantes símbolos desta civilização: a cidade de Angkor Thom, a última das capitais, que manteve o seu estatuto até meados do século XV.

A cidade ocupava cerca de dez quilómetros quadrados e era rodeada por uma muralha e um fosso com cem metros de largura. Cinco arcos de pedra, semelhantes a “arcos de triunfo”, davam acesso ao seu interior, recheado de templos e monumentos de um insuperável génio artístico – mercadores chineses do século XIII descreviam-na como uma “metrópole trepidante”.

Ali próximo, Suryavarman II fez erguer outro símbolo do império, hoje símbolo nacional graças à sua presença na própria bandeira do país: o complexo de templos, palácios, lagos e bibliotecas de Angkor Wat, uma maravilha de pedra construída durante o século XII – enquanto na Europa se cultivava a sobriedade do estilo românico.

Angkor Wat é ainda hoje considerado um dos mais inspirados monumentos arquitetônicos jamais construído. Os seus relevos e estatuária revelam as requintadas pompas do rei-deus, que incluíam desfiles de elefantes, apsaras (dançarinas dos templos), faustosas celebrações de vitória sobre os inimigos e cenas do Mahabarata, célebre obra épica hindu.

A delicadeza e o pormenor são impressionantes, e o seu estilo, único.

Durante o século XIV, o hinduísmo foi sendo substituído pelo budismo, que veio a tornar-se a religião maioritária no Camboja. Guerras constantes com o reino Tai levam a pedidos de ajuda a portugueses e espanhóis, de passagem pela zona; os portugueses acabam por não intervir, mas a resposta dos espanhóis é tal que os príncipes khmer acabam por se associar aos inimigos, os tailandeses!

Por fim, no século XV, a capital é mudada para Phnom Penh e o país vai perdendo importância; nos séculos XVI e XVII, e até à chegada dos franceses, em 1863, os reis governaram sempre sob a proteção do Vietname ou da Tailândia. Foi assim que o delta do rio Mekong acabou por ficar a pertencer aos vietnamitas, num acordo político que ainda hoje é motivo de ressentimento por parte dos cambojanos. Já longe dos tempos imperiais, a independência desta parte da Indochina francesa só chegou em 1953.

O império redescoberto em Angkor Wat

Desde a mudança de capital que Angkor ficou entregue a si mesma – e à selva. Angkor Wat, ocupado por monges, chegou a ser um importante centro de peregrinação budista, mas o resto dos monumentos foi, ora pilhado por locais e pelos famigerados Khmer Vermelhos, que financiaram as suas atividades assassinas com o saqueio de obras de arte, ora devorado pela selva.

Pedras levantadas, tetos abatidos pelo peso das árvores, relevos cobertos por raízes gigantescas – a vegetação foi recuperando o espaço que lhe tinham tirado, pintando de verde o cinzento das pedras, esvaziando os tanques e lagos, apagando as formas soberbas de Budas, elefantes e dançarinas de pedra.

Henri Mouhot, naturalista francês, despertou a curiosidade do mundo sobre esta “cidade perdida” com a publicação do seu livro “Le Tour du Monde”, em 1860. O desbravar da selva e a recuperação progressiva de alguns monumentos começou no início do século XX, interrompida pelo reinado de terror dos Khmer Vermelhos, nos anos setenta.

Foram encontradas valas comuns na área de Angkor e as minas tornaram-se um problema que só nos anos oitenta pode começar a ser resolvido; foram retiradas cerca de seis mil minas e quinze mil engenhos explosivos, só do perímetro da cidade. Neste momento, este é o único chamariz turístico do país, visitado por mais de cem mil pessoas por ano, sobretudo desde que a paz estabilizou no país e a UNESCO o colocou sob a sua proteção, em 1992.

Surpreendente Angkor Thom

Angkor Thom. Depois de Phnom Penh, o confronto com o requinte das velhas ruínas é algo de surpreendente. Despojada de todos os edifícios que a poderiam fazer assemelhar-se a uma verdadeira cidade, é agora um museu ao ar livre, exibindo uma fabulosa coleção de monumentos, alguns ainda escondidos sob o verde da selva.

Um dos mais impressionantes é o templo Bayon. Tem três andares, quarenta e nove torres, cento e setenta e dois rostos de pedra, mil e duzentos metros de baixos-relevos. No entanto, a sua descoberta começa por ser decepcionante. A princípio não parece mais que um monte de pedras, mas a cada passo que damos na sua direção há um nariz, dois olhos e depois uma boca que sobressaem, deixando ver traços tipicamente khmer.

Subindo aos terraços, acabamos por ficar rodeados por aqueles sorrisos de felicidade estática que se tornam a esbater quando recuamos, dando lugar a uma amálgama de pedras cinzentas, amontoadas em torres bicudas, com alguma elegância mas nenhuma forma precisa.

À volta dos templos, leões elefantes e nagas guardam as entradas, impávidos e cinzentos mesmo quando miúdos os cavalgam debaixo de chuva, contentes com as inesperadas tempestades de Verão.

Não faltam monges em peregrinação – alguns de walkman e óculos escuros – agora que a liberdade religiosa voltou. Ali perto, no Terraço dos Elefantes, os monarcas assistiam a desfiles e procissões, rodeados por pequenas capelas com imagens religiosas e centenas de rostos esculpidos.

A cerca de três quilómetros fica Angkor Wat, considerado uma das mais espetaculares obras da humanidade, onde se reconstitui o mundo mítico dos deuses hindus com a maior perfeição e delicadeza.

Os relevos dos muros exteriores contam histórias fantásticas do Camboja do século XII e o interior sombrio e reservado foi, no início, dedicado a Vixnu, e mais tarde consagrado por monges budistas.

Na sua silhueta destacam-se cinco torres com a característica forma de espiga de milho, a única parte do edifício que se eleva acima da vegetação; vistas ao pôr-do-sol, exalam um misticismo que poucos lugares do mundo ainda possuem. Permanentemente restaurado e limpo de vegetação, este é um dos mais importantes lugares de peregrinação do país, constantemente visitado por monges, militares, e mesmo noivos em dia de casamento.

O templo de Ta Prohm, pelo contrário, continua debaixo de gigantescas raízes de árvores, tal como estava quando foi encontrado, permitindo aos visitantes reviver o êxtase da descoberta: os pátios levantam-se em degraus, os morcegos habitam o interior, as paredes desarticulam-se num gigantesco puzzle de pedra, as estátuas estão decepadas.

São aos milhares, as peças de estatuária retiradas do que é considerado como “o maior museu do mundo”, para longe da vista de quem visita o local – mas também a salvo dos que continuam a pilhagem dos monumentos, apesar das brigadas especiais que os vigiam.

Turismo no Camboja
Altos-relevos em Angkor Wat

Fonte: www.almadeviajante.com

Veja também

Pontos Turísticos de Moçambique

PUBLICIDADE Moçambique – Locais Turísticos Maputo É a capital de Moçambique. Foi uma bela cidade …

Locais Turísticos de Maurício

PUBLICIDADE Locais Turísticos Ilha Maurício aparece como uma delicada jóia rodeada e vigiada por um impressionante …

Locais Turísticos de Burkina Faso

PUBLICIDADE Pontos Turísticos UAGADUGU (OUAGADOUGOU), A CAPITAL É a capital de Burkina Faso e foi fundada há …

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.