Que poderei do mundo já querer (1598)

Sonetos de Luís Vaz de Camões

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Que poderei do mundo já querer,

que naquilo em que pus tamanho amor,

não vi senão `desgosto e desamor,

e morte, enfim, que mais não pode ser!

Pois vida me não farta de viver,

pois já sei que não mata grande dor,

se cousa há que mágoa dê maior,

eu a verei; que tudo posso ver.

A morte, a meu pesar, me assegurou

de quanto mal me vinha; já perdi

o que perder o medo me ensinou.

Na vida desamor somente vi,

na morte a grande dor que me ficou:

parece que para isto só nasci!

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

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