Jaborandi

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A planta jaborandi oferece vários benefícios devido suas propriedades medicinais. Pode ser usado de forma interna ou externa.

É utilizado para queda capilar, acne, caspa, cólicas, glaucoma, gripe, tosse, reumatismo entre outros.

( Por Portal São Francisco)

A planta herbácea conhecida como jaborandi pode atingir alturas de 4-5 metros de altura. É um arbusto perene que cresce nas florestas amazônicas tropicais. A planta jaborandi tem folhas grandes que são cobertas com muitas glândulas secretoras de óleo.

Cada ponto individual sobre a superfície da folha é uma glândula que exala um óleo rico em alcalóides compostos. Várias substâncias extraídas do petróleo são usadas em muitos tipos de medicamentos úteis, o alcalóide chamado pilocarpina encontrado no óleo é o tratamento primário em lidar com o perigosa doença glaucoma – que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.

Um chá de folhas de jaborandi tem uma longa história de uso na medicina popular tradicional brasileira, os povos indígenas da Amazônia usam o chá de ervas no tratamento de muitos problemas diferentes. O chá de jaborandi tem um efeito diurético potente e induz a transpiração do corpo da pessoa. A infusão pode também ser utilizada como uma solução tópica e pode ajudar na prevenção da calvície, se for aplicada ao couro cabeludo – no entanto, os estudos científicos não confirmaram esta crença tradicional na erva.

A infusão de ervas preparada a partir de folhas secas também tem sido utilizada como um estimulante e expectorante em outros lugares. A perfusão é geralmente incluída nos regimes de tratamento à base de plantas para uma série de doenças bem conhecidas, tais como o reumatismo. Os extratos estavam em um tempo empregado nos Estados Unidos, para estimular o fluxo urinário em pacientes afetados por problemas com a função da bexiga em casos em que a inatividade da bexiga foi induzida pelo choque de um procedimento cirúrgico. Hoje em dia, este problema é tratado com outras técnicas.

A verdadeira natureza e as formas em que o alcalóide pilocarpina trabalha no interior do corpo humano é indicado por estes diferentes efeitos que induz. O alcalóide tende têm um comportamento que se assemelha a ação de uma substância no organismo que ativamente ajuda o corpo na transmissão de impulsos a partir das extremidades dos nervos autônomos do sistema nervoso – em particular os que estão envolvidos no desencadear as funções automáticas no corpo, incluindo os nervos dos músculos cardíacos que são responsáveis pela estimulação do batimento do coração e os incluídos em óptica de focalização do olho humano, assim como os grupos musculares envolvidos na força e movimento. As outras ações da presente alcalóide incluem a estimulação do ritmo cardíaco, induzindo contrações peristálticas nos músculos do revestimento na região intestinal, e nas contrações musculares do grupo do músculo uterino.

O alcalóide tem efeitos benéficos sobre os olhos. Se um pouco do extrato alcalóide é untado sobre o olho de uma pessoa que sofre de sintomas iniciais do glaucoma, tende a estimular os músculos óptico no olho responsáveis pela contração das pupilas – Este efeito resulta no alívio da pressão no interior do globo ocular.Embora esta ação da erva não vai resultar em uma cura completa do glaucoma, a fim de que ele pode aliviar os sintomas desta doença fatal e a acuidade visual do indivíduo afetado durante o glaucoma, a cegueira resultados pela acumulação gradual de pressão no interior do globo ocular, até que todos os mecanismos de funcionamento do sistema nervoso no funcionamento de paragem olho. Em pouco mais de 15 minutos, os efeitos benéficos de uma aplicação de pilocarpina e tornar-se evidente que o alcalóide continua a proteger o olho para um total de 24 horas após uma única aplicação.

PARTES USADAS

Folha.

USO

Os nativos da Amazônia têm usado a erva em muitos remédios tradicionais, e nome “jaborandi” é uma derivação de uma palavra nativa que pode ser traduzido como “erva daninha baba”, devido à salivação intensa que induz a erva em uma pessoa que tenha consumido. O nome “alfavaca” também tem sido usado para se referir ao jaborandi em algumas regiões da América do Sul, a erva é comercializado em grande parte da América Latina e os Estados Unidos como um ingrediente de xampus à base de plantas sob esse nome. Os nativos do Brasil costumava acreditar em épocas anteriores, que a aplicação do jaborandi na cabeça impediriam a calvície – esta crença tradicional na capacidade da erva na prevenção da calvície precisa ser estudado em uma clínica para que possa ser dada qualquer mérito.

O remédio jaborandi também foi usado pelos povos indígenas no Brasil como um tratamento para diabetes e estimulante da transpiração do corpo. A planta foi introduzida para os europeus na década de 1870, quando um homem chamado Symphronio Continho trouxe de volta espécimes vegetais para o continente europeu. Na Europa, a capacidade da planta para induzir a transpiração em pessoas e a sua potência para produzir salivação entrou em uso como um medicamento para indivíduos afetados por uma boca seca. Secura da boca é um sintoma de que ainda é tratado com a medicação de jaborandi, este tipo de secura é particularmente observável em indivíduos que são submetidos à quimioterapia em casos de câncer. O princípio ativo da erva, pilocarpina seriam isoladas dos extratos pelos contemporâneos de Continho. Este composto foi encontrado para ter grande utilidade em oftalmologia como poderia facilmente produzir contração nas pupilas e ajudar no tratamento do glaucoma, especialmente nas fases iniciais da doença. Os medicamentos utilizados na medicina homeopática para o tratamento de papeira inclui o jaborandi como um dos ingredientes principais. Dois alcalóides benéficos, chamados de pilocarpina e jaborine são encontrados no óleo extraído das folhas da planta jaborandi.

A acetilcolina é o transmissor químico principal de todos os impulsos nervosos no sistema parassimpático, bem como o cérebro. A pilocarpina alcalóide afeta e regula a salivação na boca, taxa de transpiração, e o funcionamento das glândulas lacrimais – como também influencia a contração muscular dos olhos. O efeito de outros alcalóides perigosos como atropina no corpo é contrariada pela pilocarpina pelo processo de estimulação das terminações nervosas paralisadas. A fração de outro alcalóide chamado jaborine é semelhante a atropina, na sua ação no corpo humano.

HABITAT E CULTIVO

A floresta tropical amazônica é o habitat natural da planta jaborandi, esta planta é originária das florestas tropicais encontradas no Brasil e nos países vizinhos da América do Sul que estão incluídos na região chamada Amazônia.

Jaborandi

Nome científico

Pilocarpus microphyllus Stapf ex Wardleworth

Sinonímia científica

Pilocarpus microphyllus Stapf ex Holmes

Família

Rutaceae

Partes usadas

Folhas ou folíolos.

Princípio ativo

Alcalóides

Pilocarpina (majoritariamente), pilocarpidina, isopilocarpidina, fisostigmina, pilosina, isopilosina, epiisopilosina. Óleos essenciais: limoneno, beta-cariofileno.

Propriedade terapêutica

Sudorífero, diurético, promovedor de saliva, revitalizante capilar.

Indicação terapêutica

Afecções bronqueais, reumatismo, glaucoma.

Espécies

Pilocarpus jaborandi Hulmes
Pilocarpus officinalis Pohl
Pilocarpus pinnatifolius Lem.

Aspectos botânicos

Trata-se de um arbusto pequeno pertencente à família Rutaceae, caracterizado por apresentar folhas emparedadas de 3-5 folíolos ovais lanceolados e sésiles, com sabor e cheiro de laranjas; flores pentâmeras dispostas em racimos delgados e alargados; e um fruto capsular composto por três folículos.

Este arbusto é característico da América Central e América do Sul de onde se estendeu até a Índia.

O P. jaborandi abunda na região de Pernambuco, enquanto que o P. microphyllus cresce no estado do Maranhão e o P. pinnatifolius no Paraguai. Atualmente também se cultiva na Índia.

Parte utilizada

Folhas ou folíolos. Uma vez dessecadas devem ser utilizadas rapidamente pois perdem sua atividade com o prolongado armazenamento.

História

Primitivamente os nativos sul-americanos mastigavam as folhas deste arbusto para aumentar a salivação, o qual chamou atenção dos primeiros conquistadores. Em 1874 um médico brasileiro chamado Coutinho inicia as investigações, logrando isolar no ano seguinte seu principal alcalóide: a pilocarpina. Pouco tempo depois, as ações sobre a pupila e as glândulas sudoríparas e salivares foram descritas por J. Weber.

Composição química

Alcalóides (0,50 – 1%)

Derivados do imidazol: pilocarpina (majoritariamente), pilocarpidina, isopilocarpidina, fisostigmina, pilosina, isopilosina, epiisopilosina e epiisopiloturina. A pilocarpina é solúvel em água.

Óleo essencial (0,50%)

Limoneno, beta-cariofileno, 2-tridecanona, sabineno, a–pineno e outros terpenos.

Ações farmacológicas

O efeito do principal alcalóide pilocarpina é bem conhecido desde o ponto de vista farmacológico. A partir de sua administração local, difunde rapidamente desde a córnea até o líquido aquoso, exercendo uma contração do músculo ciliar, de maneira antagônica a atropina, empurrando o espolão escleral e expandindo a malha trabécular até separar. Desta maneira se abrem as vias que conduzem o fluído, aumentando o efluxo do líquido aquoso, permitindo uma diminuição da pressão intraocular (glaucoma). Também permite aumentar a irrigação sanguínea local (Holmstedt B. et al., 1979; Neal M., 1996).

A pilocarpìna é um agonista colinérgico, de ação predominante muscarínica mas não nicotínica. Aplicada localmente ao olho provoca constrição pupilar, espasmo da acomodação do cristalino e um aumento transitório da pressão intraocular, seguido de uma imediata queda da mesma em forma mais prolongada. A miosis tem uma duração variável: entre várias horas até um dia. A fixação da acomodação do cristalino para a visão de perto desaparece ao cabo de duas horas (Goodman Gilman A. et al., 1986).

Por outra parte, a aplicação de 10-15 mg. subcutâneos de pilocarpina provocam vasodilatação e sudoração local aumentada, das quais são bloqueadas por atropina. Também pode promover a secreção de glândulas salivais, lagrimais, bronqueais, suco gástrico (ácido clorídrico e pepsina), pancreáticas e intestinais, aumentando a eliminação de água, uréia e cloruro sódico (sal comum, sal de cozinha). Aumenta o tônus muscular e as contrações estomacais.

A presença de um átomo de carbono terciário em sua estrutura química (derivada do imidazol) lhe confere maior liposolubilidade à droga, permitindo fácil penetração através da córnea quando se aplica localmente, ou ingressar no cérebro quando se administra por via sistêmica (Neal M., 1996).

Efeitos adversos

A pilocarpina pode estimular a musculatura bronquial provocando broncoespasmo, o qual contraindicaria ser empregado em pacientes asmáticos. Também se tem observado um aumento no tônus muscular e motilidade dos ureteres, bexiga, vesícula e condutos biliares, pelo que se deverá abster-se de utilizar em casos de suspeita de cálculos a esses níveis.

Durante o tratamento com esta droga podem aparecer alterações da acomodação ou dor no globo ocular, que cedem em poucos dias. Por último, as doses altas podem provocar depressão do SNC e do centro respiratório.

Efeitos tóxicos

Em caso de sobredose com pilocarpina se produz uma exacerbação de seus efeitos parasimpatomiméticos, similar ao produzido por intoxicação com fungos dos gêneros Inocybe e Citocybe, o qual é resistido pela administração parenteral de atropina (2 mg) seguida de medidas apropriadas para ajudar a respiração pulmonar e a circulação.

Os sintomas de intoxicação imputáveis à muscarina começam aos 30-60 minutos e consistem em salivação excessiva, lacrimejo, náuseas, vômitos, cefaléia, transtornos visuais, cólicas abdominais, diarréia, bradicardia, broncoespasmo, hipotensão, podendo ocorrer morte.

Desaconselha-se o uso de mióticos como a pilocarpina em aqueles casos em que a contração do íris não esteja recomendada tal como sucede na iritis aguda ou na iridociclitis.

Posologia e dose usual

A pilocarpina é empregada correntemente no tratamento de glaucoma, administrando-se em forma de solução aquosa entre 0,5% e 4% como gotas oftálmicas. Quando se aplique como colírio é conveniente pressionar o saco conjuntival para evitar una excessiva absorção sistêmica. Nos tratamentos de glaucoma crônico pode alternar-se com eserina, cuidando de não se administrar juntos pela possibilidade de antagonismo.

Também se emprega junto a outros componentes na formulação de loções ou xampus antisseborrêicos e revitalizantes capilares. Mesmo assim, é muito útil como sialagogo em casos de xerostomía ou aptialismo, nefrite crônica, uremia elevada e para neutralizar o efeito parasimpaticolítico de outras medicações como a atropina.

Usos etno medicinais

Formas galênicas: a infusão das folhas de jaborandi (2-4%) se emprega popularmente em afecções bronqueais e reumatismo. É excelente diaforético, logo após tomar a infusão, o paciente deve deitar-se totalmente coberto para assim promover uma transpiração abundante, útil em caso de febre, gripe e afonia.

No Peru se utiliza a decocção das folhas como lactagoga e diurética.

No Brasil se emprega como sudorífero, diurético, promovedor de saliva (sialagogo) e contra o glaucoma. O sumo das folhas é indicado como tônico capilar. A tal fim se preparam 70 gr. de folhas a macerar em 500 cc. de álcool de 60º durante um mês.

Curiosidade

A espécie quase chegou a beira da extinção nos anos 1960 e 1970, por causa do extrativismo desvairado encabeçado por uma multinacional para obter a pilocarpina, o principal princípio ativo do jaborandi.

Referências

Balick M.; Arvigo R. ; Shropshire G. and Mendelsohn R.: Ethnopharmacological Studies and Biological Conservation in Belize. Medicinal Resources of The Tropical Forest. 1996.

Burgstaller Chiriani C.: La vuelta a los vegetales. Edit. Edicial S.A. Buenos Aires. 15ª Edición. 1995.

Coussio J.; Rondina R.; Ferraro G.; Martino V. y Bandoni A.: Farmacognosia. Guía Teórica. CEFYB. 1996.

Goodman Gilman A.; Goodman L. and Gilman A.: Las Bases Farmacológicas de la Terapéutica. 7ª Edición. Edit. Panamericana, Buenos Aires. 1986.

Holmstedt B; Wassen S. and Schultes R.: Jaborandi: An interdisciplinary appraisal. J. of Ethnopharmacology Vol.1, Nº 3 (1979).

Kairos. Revista Farmacéutica. Nº 218. Buenos Aires. Noviembre de 1996.

Lapa A.: 270 Plantas Medicinales Iberoamericanas. CYTED. UNESCO. Colombia. 1996.

Magalhâes P.; Figueira G.; Montanari J. and Lucio E.: Aspectos agronômicos e fitoquímicos do cultivo de P. microphyllus. XII Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil. 15-17 de setembro. Curitiba, pp. 181 (1992).

Neal M.: Farmacología Médica en Esquemas. CTM: Servicios Bibliográficos S.A. Buenos Aires. 1996.

Ratera E. y Ratera M.: Plantas de la Flora Argentina Empleadas en Medicina Popular. Edit. Hemisferio Sur. S.A. 1ª Edición. Buenos Aires, 1980.

Vieira M. & Vieira R.: Conservaçâo de sementes de jaborandi. XII Simposio de Plantas Medicinais do Brasil. 15-17 de setembro. Curitiba, PR, pp.202 (1992).

Texto original: Associacion Argentina de Fitomedicina

Dilvo Bigliazzi Júnior, Médico (Canavieiras, BA), julho de 2005.

Carla Queiroz Becerra, estagiária do Centro de Informática na Agricultura, ESALQ-USP, Piracicaba (SP).

Fonte: www.herbs2000.com/www.ppmac.org

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