Dom Pedro II

Dom Pedro II – Vida

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Local e data de nascimento: Paço de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista) – Rio de Janeiro às 2:30 da madrugada do dia 2 de dezembro de 1825.

Local e data da morte: No quarto nº 18 do Hotel Bedford em Paris -5 de dezembro de 1891.

Pedro II, nome original Dom Pedro de Alcântara foi o segundo e último imperador do Brasil (1831-1889), cuja benevolente e reinado populares durou quase 50 anos.

Em 7 de abril de 1831, quando ele tinha apenas cinco anos de idade, seu pai, Pedro I (Pedro, ou Pedro, IV de Portugal), abdicou em seu favor; e por nove anos o Brasil foi governado por uma regência turbulenta.

Para restaurar a estabilidade política, Dom Pedro II foi declarado de idade em 23 de Julho de 1840, e coroado imperador em 18 de Julho de 1841.

Embora os distúrbios nas províncias que atormentaram a regência continuou para os próximos cinco anos, a curiosidade intelectual do jovem imperador e profunda preocupação para seus súditos logo se tornou aparente.

Ele se considerava o árbitro da vida política do Brasil, e ele usou o poder que lhe foram delegado pela constituição para regular os grupos antagônicos que procuraram dominar o país.

Ele foi muito auxiliado nessa atividade pelo apoio oferecido pela figura militar dominante no país, o Duque de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva).

O primeiro monarca brasileiro que nasceu no Brasil, Dom Pedro II guardava a soberania de seu país em disputas com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

Ele levou o Brasil para a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870), ganhando um novo território e prestígio para o Brasil.

Dom Pedro II, um homem calmo, sério, e inteligente, trouxe estabilidade e progresso para a economia conturbada. Ele incentivou a produção de café em vez de açúcar, e sob sua orientação Brasil obteve ganhos significativos na estrada de ferro, o telégrafo, e construção do cabo. Como resultado de sua liderança, ele contou com o apoio quase irrestrito durante 40 anos.

Assim, apesar da liderança geralmente benigna e progressiva de Dom Pedro II, até o final do seu reinado seu apoio tinha enfraquecido. A questão crucial era a abolição da escravatura.

Pessoalmente contra a escravidão (ele havia libertado seus próprios escravos em 1840), Dom Pedro II sentiu que a abolição da economia brasileira baseada em agricultura teria de ocorrer gradualmente, de modo a não perturbar os proprietários de terras. Quando a emancipação foi completa ,finalmente decretada (1888), com sua filha Isabel atuando como regente, 700.000 escravos foram libertados, e não foi constituída provisão para indenização aos proprietários.

Dom Pedro II também teve relações tensas com a Igreja Católica Romana depois de 1872 por causa de sua oposição às leis anti-maçônicas que passaram pela igreja.

Em 15 de novembro de 1889, um golpe militar obrigou-o a abdicar.

A família real foi para o exílio na Europa.

Seus restos e os de sua esposa retornaram ao Brasil em 1920 e colocado em uma capela na cidade de Petrópolis, nomeado em sua honra.

Dom Pedro II – Biografia

Dom Pedro II
Dom Pedro II

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, segundo imperador do Brasil, nasceu no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825. Assumiu o trono em 18 de julho de 1841, aos 15 anos de idade, sob a tutela de José Bonifácio e depois do Marquês de Itanhaém.

Em 1843, casou-se como a princesa napolitana Tereza Cristina Maria de Bourbon, com quem teve quatro filhos, dos quais sobreviveram as princesas Isabel e Leopoldina.

D. Pedro II consolidou a soberania nacional e incentivou o progresso do país. Homem culto e avesso à política, protegeu artistas, escritores e cientistas, havendo mantido correspondência com vários deles ao longo de sua vida. Fez inúmeras viagens ao exterior, tendo trazido para o Brasil modernas tecnologias, tais como o telégrafo e o telefone, além do selo postal.

Muito preocupado com a ecologia, construiu um jardim botânico em Manaus e reflorestou parte do maciço da Tijuca, no Rio de Janeiro, criando a floresta do mesmo nome.

Deixou o país dois dias após a proclamação da República, em 17 de novembro de 1889, vindo a falecer dois anos depois em Paris, aos 66 anos, debilitado pela diabetes.

Dom Pedro II – Imperador do Brasil

Dom Pedro II
Dom Pedro II

O segundo imperador do Brasil nasceu no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 1825, sendo o sétimo filho e terceiro varão do casal de imperadores D. Pedro 1° e D. Maria Leopoldina, que faleceu quando o príncipe tinha apenas um ano. Com a morte de seus irmãos mais velhos, Miguel e João Carlos, herdou o direito ao trono do Brasil.

Após a abdicação do trono e a partida de D. Pedro 1° para Portugal, ascendeu ao poder com apenas 6 anos, em 7 de abril de 1831. Até assumir de fato o poder, ficou sob a tutela de José Bonifácio de Andrade e Silva e depois do marquês de Itanhaém, Manuel Inácio de Andrade Souto Maior.

Dom Pedro II
Dom Pedro II

Enquanto o Brasil era governado por uma regência, D. Pedro 2° iniciou os seus estudos com a sua camareira, D. Mariana Carlota Magalhães Coutinho, a condessa de Belmonte. Com diversos mestres do seu tempo, aprendeu outros idiomas, música, dança, geografia, literatura, ciências naturais, pintura e equitação.

Após nove anos de conflitos políticos internos no Brasil, D. Pedro 2° foi declarado maior de idade pela Assembléia Legislativa, atendendo a pressões do Partido Liberal, sendo sagrado e coroado um ano depois, em 18 de julho de 1841, na Capela Imperial do Rio de Janeiro. Dois anos após, no dia 30 de maio, casou-se com a princesa napolitana Teresa Cristina Maria de Bourbon.

Com ela, teve quatro filhos, mas somente dois sobreviveram: as princesas Isabel e Leopoldina.

Assumindo o poder

Entre seus primeiros atos de governo, decretou a anistia geral e restabeleceu o conselho de Estado. Neste primeiro período, tentou buscar a pacificação do país, contornando diversas revoltas como a dos Liberais (1842), em Minas Gerais e São Paulo; a Guerra dos Farrapos (1845) e a Insurreição Praieira (1848), em Pernambuco.

Entre 1864 e 1870, quando o país esteve envolvido na guerra contra o Paraguai, chegou a se incorporar ao Exército nacional, durante o período do cerco da cidade de Uruguaiana, e foi até o local do conflito, numa viagem que durou seis meses.

Durante o seu governo, foram construídas as primeiras linhas telegráficas e a primeira estrada de ferro do país. A imigração estrangeira e a instrução pública também receberam incentivos do imperador, que por diversas vezes foi nomeado árbitro em litígios internacionais.

Fim da escravidão

Em seu Império, ocorreram o fim do tráfico negreiro (4 de setembro de 1850), a implantação do sistema de esgotamento das duas principais cidades da época, São Paulo e Rio de Janeiro (1850); a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871); a libertação dos escravos sexagenários e a lei Áurea, em 13 de maio de 1888, sancionada pela princesa Isabel, que ocupava a regência.

Interessado pelas letras e pelas artes, trocou correspondências com vários cientistas europeus da época, como Louis Pasteur e Arthur de Gobineau, sempre incentivando intelectuais e escritores. Durante o seu reinado, excursionou pelo Brasil e visitou diversos lugares do mundo, como a América do Norte, a Rússia, a Grécia, o Egito e a Palestina. Nestas visitas sempre buscava trazer inovações tecnológicas para o país, como a câmera fotográfica, onde os registros de suas viagens se tornaram preciosidades históricas.

Proclamação da República

Em 1870, com o final da Guerra do Paraguai, as divergências políticas se acirraram e o surgimento do Partido Republicano neste ano deu início à decadência política do Império. Em 1887, apesar dos problemas de saúde, fez a sua última viagem ao exterior como imperador, onde visitou a França, Alemanha e Itália. Em Milão, chegou a ficar por um período internado devido a uma pleurisia.

Com a proclamação da República em 15 de Novembro de 1889, ficou prisioneiro no paço da Cidade, para onde foi ao sair de Petrópolis, numa tentativa frustrada de sufocar o movimento. Com a decretação de que teria que sair do país em 24 horas pelo governo provisório, D. Pedro 2° deixou o Brasil e foi para Portugal com a família dois dias depois, chegando em Lisboa e depois indo em direção ao Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 de dezembro.

Na Europa, viveu em Cannes, Versailles e Paris, onde participa de palestras, conferências e espetáculos de arte. Aos 66 anos, morre de pneumonia em um luxuoso hotel em Paris, no dia 5 de dezembro de 1891. Seu corpo foi transladado para Lisboa, onde foi colocado no convento de São Vicente de Fora, juntamente com o de sua esposa. Em 1920, os restos mortais do imperador vieram para o Brasil, onde foram depositados na catedral do Rio de Janeiro e depois foram transferidos para a catedral de Petrópolis, onde se encontra sepultado.

O nome completo de D. Pedro 2° era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

Dom Pedro II – História

Dom Pedro II
Dom Pedro II

Imperador do Brasil durante quase cinqüenta anos, D.Pedro II passou à história como um intelectual, apreciador da ciência, das artes e da liberdade de informação e como homem tolerante, aberto ao diálogo e às transformações da vida social.

D.Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga nasceu no palácio de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), no Rio de Janeiro RJ, em 2 de dezembro de 1825.

Sétimo filho e terceiro varão de D.Pedro I e D.Maria Leopoldina, era herdeiro do trono desde o berço, pois seus dois irmãos mais velhos já haviam morrido antes de completar um ano.

Em 7 de abril de 1831, com a abdicação do pai, foi aclamado segundo imperador do Brasil, aos seis anos de idade.

José Bonifácio de Andrada e Silva, tutor do menino, apresentou-o ao povo de uma janela do paço da Cidade.

Em 1833 a assembléia geral do império destituiu o patriarca e nomeou em seu lugar Manuel Inácio de Andrade Souto Maior, marquês de Itanhaém.

Pedro começou a estudar sob a orientação da camareira-mor D.Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte.

Com diversos mestres ilustres de seu tempo, o jovem imperador instruiu-se em português e literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, música, dança, pintura, esgrima e equitação.

A um de seus preceptores, o de português e literatura, Cândido José de Araújo Viana, futuro marquês de Sapucaí, atribui-se influência não pequena nas atitudes resolutas do jovem de apenas 15 anos.

Quando da revolução da Maioridade, por exemplo, ao receber a delegação parlamentar que lhe fora indagar se desejava esperar mais três anos ou assumir desde logo o poder, respondeu: “Quero já!” Reinado.

Proclamado maior em 23 de julho de 1840 e coroado em 18 de julho do ano seguinte, D.Pedro II iniciou um reinado que só terminou com a república, 48 anos depois.

A princípio, seu governo representou o triunfo do Partido Liberal sobre o Conservador, mas um ano depois este voltou à carga, com medidas reacionárias que deixaram clara sua disposição de retomar a cúpula do poder – como a criação do Conselho de Estado e a reforma do código de processo criminal – e que suscitaram a revolução liberal de 1842, circunscrita a Minas Gerais e São Paulo.

Em maio do mesmo ano, o imperador casou-se com a princesa Teresa Cristina Maria, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias, e de Maria Isabel de Bourbon, após outras negociações malsucedidas junto às cortes da Áustria, Espanha e Rússia.

Somente em 23 de julho a notícia chegou ao Rio de Janeiro.

Em 1845, no final da guerra dos Farrapos, os liberais dominaram a situação, mas os conservadores logo reconquistaram a liderança e, em conseqüência de sua atuação, deflagrou-se a insurreição praieira de 1848, em Pernambuco.

Com 23 anos e já pai de Afonso (morto antes de dois anos de idade), Isabel (que seria cognominada “a Redentora”), Leopoldina e Pedro (que morreu também criança, em 1850), D.Pedro II não era mais um mero observador dos acontecimentos: começara um amplo trabalho de conciliação política apartidária, nas nomeações dos integrantes do Conselho de Estado e dos presidentes de província.

Encarnou esse espírito conciliador Honório Hermeto Carneiro Leão, mais tarde marquês de Paraná, que dobrou a resistência do Partido Conservador.

Tal comportamento político propiciou, na década de 1860, a criação da Liga Progressista, que cindiu a ala conservadora e permitiu a Zacarias de Góis e Vasconcelos, à frente do Conselho de Ministros, realizar importantes reformas no final do período.

Em 1870, no entanto, quando acabou a guerra do Paraguai, o país novamente encontrou os conservadores nos postos mais significativos e o imperador, aos 45 anos, cansado e envelhecido, com a barba branca que lhe dava a aparência de um sexagenário.

A guerra tornara ainda mais agudas as divergências políticas.

Os liberais queriam a reforma da constituição e, em 1870, surgiu o Partido Republicano.

O futuro marquês de São Vicente, José Antônio Pimenta Bueno, que presidia o Conselho de Ministros, considerou inconveniente o exercício de cargos públicos por republicanos, ao que D.Pedro II respondeu: “O país que se governe como entender e dê razão a quem tiver.

” E, ante a insistência do primeiro-ministro, arrematou: “Ora, se os brasileiros não me quiserem como imperador, irei ser professor.

” Essa tolerância, no entanto, não implicava a falta ou recusa da autoridade.

O imperador influía pessoalmente nas indicações para o Conselho de Estado e para o Senado, e contrariava com freqüência as intenções partidárias.

Na questão religiosa de 1872, fez prender e processar os bispos D.Vital e D.Macedo Costa, que desafiaram o poder real.

Após julgados e condenados pelo Supremo Tribunal em 1875, concedeu-lhes a anistia.

É indiscutível, porém, que o imperador exerceu sua autoridade com discernimento, assegurou ao legislativo o pleno desempenho de suas funções e à imprensa a inteira liberdade de expressão.

Chegou mesmo a declarar, em seu diário, que nascera para consagrar-se “às letras e às ciências e, a ocupar posição política, preferiria a de presidente da república, ou ministro, à de imperador”.

O império não foi um período de grande desenvolvimento econômico.

Enquanto o escravismo declinava, sobretudo a partir de 1850, com a extinção do tráfico negreiro, o país manteve-se economicamente dependente, preso ao latifúndio e à monocultura.

A abolição, em 1888, ao favorecer o encerramento de mais um ciclo da economia, determinou também o fim do regime político.

A oscilação entre conservadores e liberais continuava a ocorrer sem alterações expressivas, já que a palavra final cabia sempre ao imperador.

Últimos anos.

A partir de 1887, quando sua diabetes se agravou e ele teve outros problemas de saúde, D.Pedro II afastou-se aos poucos do poder.

Viajante experiente, já percorrera quase todo o Brasil e, a suas próprias expensas, fora duas vezes à Europa.

Visitara também a América do Norte, a Rússia, a Grécia e o Oriente Médio.

Em junho de 1887, partiu para a França, Alemanha e Itália.

Em Milão, foi acometido de uma pleurisia e levado para Aix-les-Bains, onde permaneceu em tratamento até meados de 1888, antes de poder voltar ao Brasil.

Na sua ausência, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.

Nessa época, o imperador dedicou-se ainda mais às letras e à cultura.

Habituado a corresponder-se com artistas e cientistas famosos como Wagner, Pasteur e Agassiz, lia e escrevia diariamente.

No dia 15 de novembro de 1889 tornou-se virtualmente prisioneiro do paço da Cidade, para onde viera, descendo de Petrópolis, na esperança de sufocar o movimento republicano.

O governo provisório deu-lhe 24 horas para deixar o país.

Embarcou no dia 17, com a família, chegou a Lisboa em 7 de dezembro e seguiu para o Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28.

O imperador deposto viveu então entre Cannes, Versalhes e Paris, onde freqüentava concertos, conferências e o Instituto de França, ao qual se associara.

D.Pedro morreu em Paris, em 5 de dezembro de 1891, no hotel Bedford.

Seus restos, trasladados para Lisboa, foram colocados no convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa.

Revogada a lei do banimento, em 1920, foram os despojos dos imperadores trazidos para o Brasil.

Depositados de início na catedral do Rio de Janeiro, em 1921, foram em 1925 transferidos para a de Petrópolis.

Em 1939 foram definitivamente enterrados, em cerimônia presidida pelo presidente Getúlio Vargas.

Dom Pedro II
Dom Pedro II

Herdou o trono brasileiro em 1831, aos cinco anos de idade, devido à abdicação de D. Pedro I.

Nos anos seguintes esteve aos cuidados dos tutores José Bonifácio de Andrade e Silva e posteriormente do Marquês de Itanhaém. Foi coroado Imperador do Brasil aos 15 anos, em 1841.

Apreciador da literatura, da ciência e das artes, incentivou a criação das Escolas Normais, dos Liceus de Artes e Ofícios e dos Conservatórios Dramático Brasileiro e Imperial de Música.

Criou e coordenou o Instituto Histórico Brasileiro e apoiou os estudos de Artes Plásticas com doações de bolsas e prêmios de viagem à Europa para os alunos da Academia Imperial de Belas Artes.

Viajou por vários países do mundo, principalmente da Europa, e correspondeu-se com cientistas e artistas estrangeiros, como Gobineau, Pasteur, Wagner.

Decretou a construção das primeiras estradas de ferro e linhas telegráficas do país e introduziu a produção cafeeira, o que promoveu o crescimento da economia brasileira.

Em seu governo também foram aprovadas as leis que levaram à abolição da escravatura. Com a Proclamação da República, em 1889, passou a viver na França.

Sua obra poética, filiada à estética romântica, constitui-se dos livros Poesias de S. M. O Senhor D. Pedro II (1889) e Sonetos do Exílio (1898). Em 1932 foram publicadas suas Poesias Completas.

Dom Pedro II – Resumo

Dom Pedro II
Dom Pedro II

Registrando em seu diário, a primeira vez em que viu a condessa, e se referindo a forma como ela fez a reverência a frente dele, Pedro diz: “…ela fez a reverência de forma soberanamente submissa… transformava a reverência em obra de arte”

A Condessa de Barral, Condessa da Pedra Branca por parte de pai, Marquesa de Monferrat por casamento, era baiana, porém foi criada na Europa, filha do diplomata Domingos Borges de Barros (Visconde de Pedra Branca) e no Brasil foram famosos suas festas (saraus) regados a boa música e conversas intelectuais.

Foi casada com o fidalgo francês, o Chevalier de Barral que também era Visconde de Barral, filho do Conde de Barral que também era o Marquês de Monferrat; casou por amor, pois já havia recusado um casamento por conveniência arranjado pela família.

Provavelmente só após a morte do marido, em 1868, que a condessa se tornou amante do imperador. Até então, o tom das cartas mostra um relacionamento platônico.

Em sua casa na Rue D’Anjou em Paris freqüentaram grandes nomes da cultura, dentre eles nada mais nada menos que Frederic Chopin.

Dom Pedro II no Brasil trocava correspondência com Louis Pasteur, Alexander Graham Bell, Richard Wagner dentre outros, ou seja a afinidade entre eles era enorme.

Esta relação entre Dom Pedro e a Condessa de Barral, rendeu uma peça teatral chamada Os Olhos Verdes do Ciúme, texto de Caio de Andrade; e Jô Soares utiliza Dom Pedro e a condessa como argumento histórico para o livro e o filme O Xangô de Baker Street. (no livro e no filme ele trata a personagem como Maria Luiza e lhe atribui o título de baronesa).

Em 20 de julho de1847 através do decreto 523 o Brasil teve o sistema Monárquico Parlamentar de governo elaborado e definido, criando o cargo de Presidente do Conselho de Ministros. O que seria hoje como o cargo de Primeiro Ministro.

1847 faleceu seu filho Dom Afonso.

Também em 1847 nasce sua filha Dona Leopoldina Tereza. (é muito importante, não confundir esta com a Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I). Dona Leopoldina, casou em 1864, com o Duque de Saxe.

Em 1848, nasce seu segundo filho Dom Pedro Afonso.

No mesmo ano de 1848 ocorreu a Insurreição Praieira, em Pernambuco.

Em janeiro de 1850 morre seu segundo filho Príncipe Dom Pedro Afonso.

Proibiu o tráfico de escravos em 1850.

Em 1850, Dom Pedro II cria a província (hoje estado) do Amazonas.

Fundada em 1851 com a finalidade de servir como nova capital da província do Piauí, Teresina, foi oficializada como tal no ano seguinte e recebeu seu nome em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II.

Há 24 de outubro de 1854, a Câmara Municipal da Corte delibera, e é homologada pelo Imperador Dom Pedro II a criação do quadro de Despachantes Municipais, assim é regulamentada a profissão de despachante, basicamente com as mesmas atribuições de hoje, inclusive a legalização de veículos.

Em 30 de abril de 1854, inaugura a Estrada de Ferro Petrópolis, fundada por Irineu Evangelista de Souza, Visconde e depois Barão de Mauá, patrono do Ministério dos Transportes. Foi no ato de inauguração da nossa primeira ferrovia que o Imperador Dom Pedro II batizou a primeira locomotiva a vapor do Brasil de “Baronesa” , em homenagem à esposa do Barão de Mauá, Dona Maria Joaquina, a Baronesa de Mauá. Após servir o Imperador Pedro II, por muitos anos, foi retirada de tráfego em 1884, voltando ao serviço algum tempo depois, para transportar um visitante ilustre, o Rei Alberto da Bélgica.

Em 1856 manda importar dromedários e camelos para o Ceará, coisa que não deu certo.

No dia 2 de outubro de 1857, um decreto emitido pelo Conselheiro Tolentino, por ordem do Imperador, Magé tornou-se Cidade.

Em 1857 chega ao Brasil a convite do imperador o Padre Huet, um professor surdo que trouxe um método de ensino, fundando a primeira escola de surdos o INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio de Janeiro.

Das inúmera viagens por todo o território nacional que o imperador fez, a propósito de suas posições sobre a escravidão, registro aqui a seguinte passagem:

Numa viagem ao interior de Minas Gerais, o Imperador observou, no meio da multidão que o cercava, uma negra que fazia grande esforço para se aproximar dele, mas as pessoas à sua volta não deixavam. Compadecido, ordenou que a deixassem passar.

– Meu senhor, meu nome é Eva, uma escrava fugida, e vim aqui pedir a Vossa Majestade a minha liberdade.

O Imperador mandou tomar nota dos dados necessários, e prometeu que a libertaria quando regressasse a corte. E realmente mandou entregar à negra o documento de alforria.

Algum tempo depois, estando em uma das janelas do Palácio de São Cristóvão, viu um guarda tentando impedir que uma negra idosa entrasse.

Sua memória incrível reconheceu imediatamente a ex-escrava mineira, e ordenou:

– Entre aqui, Eva!

A negra seguiu, entrou, e entregou ao imperador um saco de abacaxis, colhidos na roça que plantara depois de liberta.

No início de seu reinado, faz viagens diplomáticas às províncias mais conflitadas.

Protege artistas e escritores e mantém correspondência com cientistas e artistas de várias partes do mundo.

1858 é inaugurada a estrada de ferro Dom Pedro II.

Entre os anos de 1859 e 1860, faz uma viagem antológica pelo nordeste brasileiro incluindo o Rio São Francisco. Atravessou grande parte do território nacional, do Rio de Janeiro à Paraíba, muitas vezes montado em lombo de burro ou a bordo embarcações rudimentares e frágeis.

Quando passou pela Bahia, escreveu em seu diário: “Na fazenda dos Olhos d’água fiquei mal acomodado na senzala – nome que convém à casa que aí há – mas sempre arranjei cama em lugar de rede e dormiria bem, apesar das pulgas, cujas mordeduras só senti outro dia de manhã, se não fosse o calor, e a falta de água que é péssima aí, tardando a de Vichy, que vinha na bagagem pela falta de condução.”

Em 1860 Dom Pedro II visita o Espírito Santo.

Em 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II criou a casa de penhor Monte Socorro da Corte e a Caixa Econômica da Corte, duas instituições financeiras que acabaram se fundindo. Desde a época imperial, portanto, damas brasileiras e alguns nobres sem fortuna passaram a recorrer à essa modalidade de empréstimo; empenhando jóias. Esta instituição, mais tarde se tornaria a Caixa Econômica Federal.

A Caixa Econômica, teve como primeiro cliente do novo banco, garantido pela Corte de Dom Pedro II, Antônio Alvarez Pereira Coruja, o gaúcho Comendador Coruja, que abriu poupança para seus filhos e virou nome de agência da Caixa Econômica no Rio Grande do Sul (por lá ele também tem nome de rua). Desde o primeiro depósito do Comendador Coruja, a Caixa foi sinônimo de garantia por 129 anos consecutivos, até a chegada ao poder de Fernando Collor de Mello que confiscou os ativos financeiros de toda a população incluindo as cadernetas de poupança.

Em 1861, o navio inglês Príncipe de Gales afundou na costa do Rio Grande do Sul, sendo sua carga pilhada pelos brasileiros. O governo inglês, através de seu representante no Brasil o diplomata William Christie, exigiu uma indenização de 3.200 libras esterlinas.

As coisas pioraram quando três oficiais ingleses, embriagados e à paisana, foram presos por promoverem desordens. William Christie exigiu a soltura dos oficiais e a punição dos policiais que os prenderam. Tinha início nesse momento o episódio que ficou conhecido como a “Questão Christie”.

Dom Pedro aceitou indenizar os ingleses pelos prejuízos na pilhagem do navio inglês no litoral gaúcho e soltar os oficiais. Mas, recusou-se a punir os policiais brasileiros. Christie ordenou o aprisionamento de cinco navios brasileiros, o que gerou indignação e atitudes de hostilidade dos brasileiros em relação aos ingleses aqui radicados. As relações diplomáticas e comerciais entre Inglaterra e Brasil foram rompidas em 1863 por iniciativa de Dom Pedro, sendo reatadas dois anos mais tarde. O imperador aceitou receber o embaixador da Rainha Vitória, que veio apresentar desculpas formais e pedir o reatamento das relações diplomáticas, diante do fortalecimento do Paraguai na região platina.

Em 26 de junho de 1862, Dom Pedro II promulgava a Lei Imperial nº 1157 que oficializou em todo o território nacional, o sistema métrico decimal francês. O Brasil foi uma das primeiras nações a adotar o novo sistema, que seria utilizado em todo o mundo.

Também em 1862, ordenou o replantio de toda a vegetação nativa onde hoje é a Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro a maior floresta urbana do mundo.

Totalmente devastada em função do plantio de café, comprometeu as nascentes dos rios e alterou o equilíbrio climático da época.

A Princesa Isabel casou, dizem, totalmente apaixonada em 1864 com Luiz Felipe Gastão Orléans, o Conde d’Eu, ela contava com 18 anos.

Em fevereiro de 1864, Dom Pedro II inaugurou, no Bairro da Glória, a Estação Elevatória de Tratamento de Esgotos do Rio de Janeiro. (leia um pouco mais sobre este assunto na página inicial do site, na coluna “Biografias Relacionadas com o Bairro”, na biografia de Frederico Russel).

Em 1864 estoura a Guerra do Paraguai que se estende até 1870.

Em 7 de maio de 1865 após uma obra que se arrastou lentamente por 106 anos, foi inaugurado com a presença de Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina a Igreja de São Francisco de Paula, no atual Largo de São Francisco pertencente a Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula fundada no Rio em 1752.

Em 1866, um decreto imperial de Dom Pedro II autorizava o funcionamento da Companhia de Seguros Marítimos e Terrestres Garantia, que muito mais tarde após fusões e mudanças de razão social veio a se tornar o UNIBANCO. A seguradora se propunha a cobrir riscos marítimos e fluviais, de incêndios produzidos por raios e de inundações, mas a ênfase era sobre os seguros de navegação.

Em 1868, a Princesa Isabel resolveu fazer um milagroso tratamento a base de água mineral, a ultima novidade na Europa para tratamento de infertilidade, pois até então ela não havia engravidado o que abalava o seu casamento.

Viajou para Minas Gerais com seu marido o Conde d’Eu, o Dr. N. Feijó, e alguns amigos para experimentar as águas minerais da Cidade de Caxambu, ninguém sabe como, mas a cura chegou logo; pouco depois ela geraria três filhos para garantir a perpetuação dos Orléans e Bragança: Dom Pedro de Alcântara Príncipe de Grão Pará (titulo do herdeiro do trono imperial do Brasil), Dom Antonio e Dom Luiz, bonitos, corados e saudáveis.

Em 1870, fazendeiros, políticos, jornalistas e intelectuais lançam no Rio de Janeiro o Manifesto Republicano.

Também em 1870, foi redigido o Manifesto Republicano na cidade de Itu – SP.

No mesmo ano de 1870 a enfermeira Ana Néri (Ana Justina Néri) recebe do imperador Dom Pedro II uma pensão vitalícia, com a qual educa quatro órfãos recolhidos no Paraguai.

Em 1870, surgiu o Partido Republicano, o Marques de São Vicente (José Antônio Pimenta Bueno) presidia o Conselho de Ministros, comentou com o imperador, não achar adequado que republicanos ocupassem cargos públicos Dom Pedro II falou ao ministro: “O país que se governe como entender e dê razão a quem tiver”.

E, como Pimenta Bueno insistiu, encerrou a questão com a seguinte frase: “Ora, se os brasileiros não me quiserem como imperador, irei ser professor”.

Em 1871 morre aos 24 anos de idade sua filha Dona Leopoldina Teresa.

A 25 de maio de 1871 faz sua primeira viagem internacional; não era muito simples para ele se ausentar do Brasil, ele tinha que pedir autorização a Câmara, e os políticos relutavam em conceder, pois temiam deixar o trono nas mãos da Princesa Isabel, que contava com apenas 24 anos.

A 12 de junho, quando desembarcou em Lisboa, ocorreu o seguinte episódio, havia a necessidade de quarentena para todos os viajantes provenientes das Américas, ele foi informado que essa medida não se aplicava a ele, então teria dito: Porque não? a ordem não é para todos? E assim ele ficou sob quarentena como todos os demais passageiros.

Entre 1871 e 1887, faz várias viagens ao exterior visitando América do Norte, a Rússia, a Grécia e vários outros países da Europa, sempre pagando suas próprias despesas.

Em Alexandria, Egito, existe uma Igreja Greco-Melquita Católica (Rito Bizantino) dedicada a São Pedro, construída por um emigrante libanês no Egito, Conde Miguel Debbane (1806-1872) e Cônsul Honorário do Brasil em Alexandria. A igreja foi construída em 1868 em honra de Dom Pedro II, e em 1871 o Imperador visitou Alexandria e a igreja. Ainda nos dias de hoje são celebradas missas em memória do Imperador e do Conde Miguel Debbane.

Em 26 de janeiro de 1873 falece Dona Amélia de Leuchtenberg, 2ª esposa de Dom Pedro I, Imperatriz do Brasil e Duquesa de Bragança em Queluz, Portugal, aos 61 anos.

Surgiu em 16 de abril de 1873 na Cidade de Itu – SP, o Partido Republicano Paulista (PRP).

Em 1876 fez a sua segunda e mais longa das viagens ao exterior, durou 18 meses, a Imperatriz Teresa Cristina teve problemas de saúde e foi atendida na Europa pelo famoso médico neurologista Jean Martin Charcot, que foi professor de Freud.

Nessa mesma viagem, Dom Pedro II aproveitou para passear pelos Estados Unidos, onde se encantou com os arranha-céus, os trens e o desenvolvimento da agricultura; esteve na companhia do presidente americano Rutherford Hayes e escreveu no seu diário: “Seu aspecto é grosseiro. Pouco fala. A nora é muito amável. A mulher feia e vesga faz o que pode para ser amável. O filho parece rapaz muito inteligente.” Nessa mesma viagem visitou Rússia, Criméia, Constantinopla e Atenas. Visitou também o Líbano, Síria e Palestina, a bordo do navio de bandeira brasileira “Aquiíla Imperial”; mesmo estando com uma comitiva de cerca de 200 pessoas, não foi gasto um centavo do dinheiro público. Segundo o livro “Líbano – Guia Turístico e Cultural”, em sua estada no Líbano, de 11 a 15 de novembro de 1876 em Beirute ficou hospedado no hotel “Hotel Belle Vue”.

Pedro o Imperador escreveu a seu amigo, o Embaixador francês Joseph Gobineau, que ficara em Atenas, Grécia: “Tudo vai bem… A partir de hoje começa um mundo novo. O Líbano ergue-se diante de mim com seus cimos nevados, seu aspecto severo, como convém a essa sentinela da Terra Santa…”

Uma curiosidade: Durante 127 anos nenhum outro chefe de estado brasileiro esteve no Oriente Médio, só em 2003 o Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva esteve por lá para viagens para acordos comerciais.

Em 1876, o artesão cervejeiro Henrique Kremer já como fornecedor oficial do Palácio Imperial, resolve batizar seu estabelecimento como Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, o nome nunca “pegou”, sua cerveja sempre foi chamada de Bohemia pela população e Bohemia continua até hoje. Ninguém sabe porque o povo chamava esta cerveja de Bohemia.

Em maio de 1876 Dom Pedro compareceu a Exposição Internacional Comemorativa ao Centenário da Independência dos Estados Unidos na Filadélfia (EUA), comprou passagem em navio de linha regular, como sempre fazia quando viajava; recusava o cruzador como escolta que o Parlamento lhe oferecia, e viajava em navio de passageiros. Quando o navio se aproximou das águas territoriais norte-americanas, uma esquadra americana o esperava, para escoltá-lo até o porto. O presidente americano Ulisses Grant fez questão de que o Imperador brasileiro cortasse junto com ele a fita de abertura, inaugurando a exposição.

Visitando a exposição foi até a mesa onde estava o professor Graham Bell e seu invento, uma coisa chamada telefone. Dom Pedro II começou a fazer perguntas sobre a novidade, assim ele conseguiu despertar interesse e aceitação dos juizes do concurso de invenções da exposição para o aparelho. (não é claro, mas parece que Dom Pedro era um dos juizes).

Ele já conhecia o professor, tendo assistido uma palestra sobre surdos-mudos ministrada por Graham Bell.

Os juízes da exposição (que ao final auferiam prêmios aos vencedores), começaram a se interessar.

O telefone foi examinado.

Graham Bell estendeu um fio de um lado a outro da sala, e colocou Dom Pedro na extremidade onde ficava a parte receptora do aparelho e dirigiu-se ao transmissor, após um momento de total silêncio o Imperador do Brasil que tinha o receptor ao ouvido exclamou de repente:

– Meu Deus, isto fala!

Ficou fascinado e encomendou alguns aparelhos para poder se comunicar entre as suas residências. Na Cidade de Petrópolis (Região Serrana do Rio de Janeiro) existe, um pouco antes de se chegar ao centro da cidade, uma ponte chamada de “Ponte Fones” este nome existe em função de Dom Pedro ter mandado instalar ali uma caixa com um aparelho telefônico rudimentar.

Em 1877 o Brasil adere ao tratado de criação da União Postal Universal, selado em Berna, na Suíça, três anos antes.

No primeiro sábado de cada mês, recebia, todo o corpo diplomático.

Todos os sábados concedia audiência pública, recebendo a todos, ricos e pobres, nobres e plebeus.

Todas às quintas-feiras o Imperador tinha o hábito de jantar com a Princesa Isabel, no Palácio Guanabara (no Bairro das Laranjeiras, Rio de Janeiro), para onde seguia com a Imperatriz às 4 horas da tarde, escoltado pela guarda imperial.

Não era previsto no protocolo que os guardas seriam alimentados pela cozinha do palácio, acontece que o Imperador desconhecia este fato.

Certo dia, um soldado da guarda estava com fome e resolveu arranjar alguma coisa para comer. Foi aos fundos do palácio e entrou na sala de jantar. Pegou uma umas bananas, e quando ia apanhar também uma garrafa de vinho deu de cara com o Imperador.

Colocou sobre a mesa as bananas, fez continência e disse:

– Vossa Majestade me perdoe. Estava com fome, vi estas bananas e não me contive.

– Por que não esperou o jantar, seu guarda?

– Saiba Vossa Majestade que aqui não nos fornecem jantar, e os que não têm dinheiro para comprar alguma coisa passam fome.

O Imperador ficou consternado mas nada disse. Pouco depois veio o jantar do palácio para os guardas, e daí em diante nunca mais isto se repetiu.

1871 promulga a Lei do Ventre Livre. A lei é assinada pela Princesa Isabel, porém a promulgação historicamente é atribuída a Dom Pedro.

Em 1872, mandou prender os bispos Dom Vital e Dom Macedo Costa, por desafiarem o poder real no episódio conhecido como “Questão Religiosa”. Julgados e condenados pelo Supremo Tribunal (1875), depois foram anistiados pelo imperador.

1872 foi feito o primeiro recenseamento no Brasil, que contava com uma população total de 9.930.478 sendo 5.123.869 de homens e 4.806.609 de mulheres e cerca de 1.500.000 de escravos. Os resultados não incluem 181.583 habitantes, estimados para 32 paróquias, nas quais não foi feito o recenseamento na data determinada. (dados do IBGE).

1874 foi inaugurado o cabo submarino entre o Brasil e a Europa, usado nas comunicações telegráficas.

A 1º de janeiro de 1878 nasce Dom Luís, seu neto o Príncipe Perfeito, 2º filho e herdeiro da Princesa Isabel.

Em 1879 o Imperador decretou a Lei de Extinção dos Aldeamentos solicitada pela Câmara de Cimbres para resolver os conflitos gerados pelas invasões das terras indígenas.

Em 6 de setembro de 1881, o Imperador Dom Pedro II recebeu uma comissão de espíritas do Rio de Janeiros, pedindo o fim das perseguições e injustiças contra os seguidores desta religião.

Em 1883 Dom Pedro II inaugura os serviços da Estrada de Ferro Carangola, a cerimônia se realiza na Cidade de Itaperuna.

Em outubro de 1884 inaugura a Estrada de Ferro do Corcovado que foi a primeira ferrovia eletrificada do Brasil.

Em 1884 a partir de um decreto do imperador, a odontologia brasileira tornou-se profissão de nível universitário.

Em 1885 é promulgada a Lei Saraiva-Cotegipe (lei dos sexagenários), que torna livres os escravos com mais de 60 anos de idade.

Em 1886, Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina, inauguram o ramal Cascavel – Poços de Caldas, da Estrada de Ferro Mogiana.

A 27 de junho de 1887, por decisão do Imperador Dom Pedro II, surgia a Imperial Estação Agronômica, mais tarde chamada de Instituto Agronômico.

Em sua última viagem como imperador (1887), com muitos problemas de saúde, partiu para a França, Alemanha e Itália. Em Milão, foi acometido de uma pleurite (inflamação da pleura, tecido que envolve os pulmões) é levado para Aix-les-Bains, onde permaneceu em tratamento. Antes de poder voltar ao Brasil, na sua ausência, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que acabou com a escravidão no Brasil a 13 de maio de 1888; a princesa contava com 42 anos de idade.

No dia 13 de maio de 1888 ao ouvir a notícia da assinatura da Lei Áurea, Dom Pedro II enviou um telegrama a filha:

“Abraço a Redentora. Seu pai, Pedro”.

José do Patrocínio, orador popular da libertação, escreveu em seu livro:

“Os reis criam princesas. O imperador criou uma mulher”.

Em setembro de 1889, Deodoro da Fonseca, que servia em Mato Grosso, voltou ao Rio de Janeiro, no momento em que ocorria novos choques entre o governo e os militares.

Em 9 de novembro de 1889, a oficialidade do Rio de Janeiro, se reunia no Clube Militar, confiou a Benjamin Constant a chefia do movimento destinado a combater as medidas governamentais do Visconde de Ouro Preto (Affonso Celso de Assis Figueiredo) chefe do gabinete de ministros, considerados ofensivas ao exército.

Teria estado presente nesta reunião um certo Alferes Cardoso (alferes seria o equivalente ao posto de tenente nos dias de hoje) que ao aventarem a possibilidade do imperador se recusar a ir para o exílio ele teria dado a sugestão de fuzilar Dom Pedro II; detalhe: Este Alferes Cardoso era o avô do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso.

O Visconde de Ouro Preto, além de ter sido o chefe do gabinete de ministros era um lançador de “modinhas”, ele é freqüentemente citado na história da musica popular brasileira, principalmente nas origens do “choro” ou “chorinho”.

No noite de 9 de novembro de 1889 ocorre na Ilha Fiscal na Baía de Guanabara o último baile do império, com cerca de 3.000 convidados. O baile era homenagem do império aos tripulantes do couraçado chileno Almirante Cochrane.

O espaço não foi projetado para esta quantidade de pessoas e o aperto foi enorme, para dançar foi um sacrifício e ao final da festa ficaram ao chão muita coisa; segundo a Revista Ilustrada foram deixados para trás no assoalho do castelo e no solo da ilha os seguintes apetrechos: “17 travesseiros, 6 almofadinhas, oito raminhos de corpete, 13 lenços de seda, 9 de linho, 15 de cambraia, 9 dragonas, 3 coletes de senhoras, 17 ligas, 8 claques, 16 chapéus de cabeça e grande quantidade de algodão em rama”. Nas quatro grandes mesas montadas para a ceia do Baile da Ilha Fiscal, os convidados encontraram nove copos de diferentes tamanhos. Destinavam-se aos 39 tipos de vinhos oferecidos pelo Visconde de Ouro Preto, presidente do Conselho de Ministros e responsável pela festa.

Na noite do dia 10, após uma longa discussão, Constant convenceu Deodoro, então gravemente enfermo, a participar de uma conspiração para a deposição do Gabinete do Visconde de Ouro Preto. Na ocasião, foi acertado que o golpe seria dado na noite de 17 de novembro.

Quando servia no Rio Grande do Sul, o Marechal Deodoro disputou com Gaspar Silveira Martins os favores de uma lindíssima gaúcha, e perdeu a parada. Por isso nutria um ódio de morte por Silveira Martins. E, só se dispôs a assinar o Decreto Nº 1 que implantava a República, na tarde de 15 de novembro quando Benjamin Constant Botelho de Magalhães lhe segredou (era tudo mentira) que Dom Pedro II ia nomear Silveira Martins como Primeiro-Ministro, em substituição ao Visconde de Ouro Preto. (veja na página inicial do site na coluna “Significado do Nome das ruas, mais informações sobre Silveira Martins).

Dom Pedro II foi deposto a 15 de novembro de 1889 com a Proclamação da República; o governo provisório deu-lhe 24 horas para deixar o país, e assim ele fez; foi com a família para Portugal no dia 17.

Foi enviada uma carta/telegrama pelos republicanos através do Coronel Mallet exigindo seu exílio, abaixo um trecho da mesma:

“… o governo provisório espera de vosso patriotismo o sacrifício de deixardes o território brasileiro, com a vossa família, no mais breve possível. Para esse fim se estabelece o prazo máximo de vinte e quatro horas que contamos não tentareis exceder”.

Mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar o telegrama (carta) com a notícia para Dom Pedro II, que estava em seu palácio, em Petrópolis.

No meio da noite, o Major Sólon Ribeiro (Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, pai de Ana de Assis a esposa de Euclides da Cunha), foi ao encontro do imperador, que teve que ser acordado.

Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, que a Princesa Isabel ficou muda e que o imperador apenas desabafou:“Estão todos loucos”.

Uma curiosidade: Antes desta carta/telegrama enviada já pelos republicanos o Visconde de Ouro Preto enviou um telegrama ao imperador, porém, o telegrama em que o Chefe do Gabinete de Ministros noticiava a Dom Pedro II o golpe de 15 de novembro foi “atrasado” nos correios, por ordem de Floriano Peixoto.

Mais tarde, no exílio sabendo deste fato Dom Pedro II declarou que se tivesse recebido no prazo correto o telegrama, teria saído de Petrópolis e ido para o Sul de Minas, e dali resistiria ao golpe.

Escreveu um bilhete pedindo que lhe trouxessem um exemplar de Os Lusíadas que ganhara do Senador Mafra, este livro se encontrava no Palácio de São Cristovão. A obra era uma raridade; além de ser uma primeira edição, tinha um autógrafo de nada mais nada menos de Luís de Camões, que tinha sido proprietário do livro. Foi a única coisa que pediu que viesse de São Cristóvão. (mais tarde já na Europa, ele mandou buscar alguns objetos pessoais e na iminência de ver documentos e livros importantes e raros serem leiloados ou destruídos ele doa tudo para a Biblioteca Nacional).

O Coronel Mallet exigiu que a família imperial embarcasse no meio da noite, o que provocou protestos de Dom Pedro II, que pretendia assistir à missa pela manhã, antes de partir: “Não sou negro fugido. Não embarco a essa hora!” mas, de nada adiantou. O Major Sólon Ribeiro evacuou o Paço Imperial que estava cheio de populares e a família imperial foi obrigada a embarcar em plena madrugada.

Antes de viajar, no dia 17 de novembro, Dom Pedro II escreveu uma mensagem para o povo brasileiro:

“Cedendo o império as circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de chefe de estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade”.

Antes mesmo da chegada da família à Europa diante da recusa de Dom Pedro em aceitar uma pensão de cinco mil contos, o governo baixou o decreto 78A, banindo o ex-imperador com toda a sua família do território nacional, com a proibição de ter bens no Brasil e dando-lhes um prazo para liquidar os que aqui possuíssem.

De 8 de agosto a 5 de dezembro de 1890, foi realizado o infeliz leilão de arte do Paço de São Cristóvão, feito com os bens da família imperial durando 5 meses, ao todo, foram realizados 18 pregões, incluindo os três leilões efetuados na Fazenda Imperial de Santa Cruz, todos os bens leiloados foram avaliados em 190:000$000, esta quantia não era suficiente para comprar duas carruagens do Imperador.

A Família Imperial exilada chegava a Lisboa. Antes de desembarcar, o Imperador quis despedir-se de todos os oficiais de bordo, entregando uma lembrança pessoal aos três oficiais mais graduados, o resto da tripulação, presenteou com uma quantia em dinheiro, tendo tido o cuidado de mandar organizar uma lista com os nomes de todos os marinheiros e empregados de bordo.

Como sempre, nenhum detalhe escapou:

– Falta o homem que trata dos bois. Não o esqueça.

Em 28 de dezembro de 1889 em um hotel da Cidade de Porto – Portugal morre a Imperatriz Teresa Cristina.

Nos seus últimos instantes de vida, confidenciou à Baronesa de Japurá:

– Maria Isabel, eu não morro de doença. Morro de dor e de desgosto.

Após a morte da esposa 40 dias após chegar a Europa vive então entre Cannes, Versalhes e Paris, onde freqüentava concertos, conferências e o Instituto de França, ao qual se associara.

Passou a viver no Hotel Bedford em Paris, com o tempo, foi se acostumando a sua nova vida de Sr. Alcântara como passou a ser chamado e também se acostumou à cidade, adquirindo um hábito; saía do hotel e alugava um coche, seguia até próximo à universidade. Ali ficava na Biblioteca Nacional Nazarino, que se tornou seu recanto preferido na cidade. Nesta biblioteca passou por um pequeno contra tempo, necessitou preencher a ficha de sócio da biblioteca que lhe daria direito ao empréstimo de livros, nela devia declarar seu nome e sua profissão, porém seu nome era comprido demais e não cabia na pequena ficha. Quanto à profissão, era difícil explica-la.

Em 1889 termina o livro Poesias de Sua Majestade O Senhor D. Pedro II.

Em novembro de 1891, uma ferida no pé fez com que não pudesse mais sair do hotel. No final do mês, contraiu uma pneumonia, e a 5 de dezembro morria o Imperador do Brasil.

Faleceu no quarto número 18 do mesmo Hotel Bedford, antes pediu um travesseiro onde havia terra brasileira para servir de apoio a sua cabeça.

Seus restos, trasladados de Paris para Lisboa, foram depositados no Convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa.

Em 1898 é publicado seu livro Sonetos do Exílio.

Em 1920 foi revogada a lei do banimento que impedia até mesmo o retorno de seus restos mortais para o Brasil.

Em 1921, o Conde D’Eu retorna ao Brasil para trazer os restos mortais do casal de ex-imperadores para serem depositados na Catedral do Rio de Janeiro depois foram transferidos para a Catedral de Petrópolis (1925) e definitivamente enterrados em1939.

Em 1932 foram publicadas as Poesias Completas de Dom Pedro II.

Transcrevo aqui as palavras de Priscila Morales no Novo Dicionário Dinâmico da Língua Portuguesa:

“Nenhum monarca desceu do trono com tanta dignidade e moral tão elevada quanto Pedro II. Foi um soberano inatacável, cultivava o direito, a justiça e a tolerância como pontos básicos de seu governo. Recusou uma pensão que a República lhe oferecera, jamais acusou aos que o traíam e nunca, no exílio, deixou um só momento de interessar-se pelos problemas da pátria distante. Protetor das artes e das letras, fomentador da imigração, difusor da instrução pública, amigo do progresso, Pedro II ainda hoje merece o respeito e a admiração dos brasileiros.”

Fonte: www.senado.gov.br/www.nomismatike.hpg.ig.com.br/www.bairrodocatete.com.br

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