Giuseppe Garibaldi

1807-1882

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Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi

A principal figura militar e o herói mais popular na época da unificação da Itália que ficou conhecida como RISORGIMENTO. Com Cavour e Mazzini ele é considerado um dos criadores da Itália Moderna.

O patriota e soldado italiano Garibaldi, filho de Domenico Garibaldi, um pescador, e de Rosa Raimondi, nasceu em Nice em 4 de julho de 1807, sendo a cidade controlada pela França, não havia a Itália mas apenas um grupo de pequenos estados atrasados, há muito tempo sob o domínio estrangeiro. Camillo Cavour é tido como o “cérebro da unificação”, o que organizou o novo estado, Mazzini “a alma”, pois foi ele quem inspirou o povo a exigir a libertação e Garibaldi ” a espada”.

Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi

Por suas batalhas pela liberdade na América do Sul, Itália, e mais tarde França, ele é o ” Herói de Dois Mundos”.

Em busca de uma vida de aventuras, quando garoto foi para o mar.

Marinheiro do Mediterrâneo, da marinha do reino de Piedmonte-Sardinia, foi capitão mercador em 1832.

Durante a jornada para Raganrog, no Mar Negro, ele foi iniciado no movimento nacional italiano por um amigo liguriano, Giovanni Battista Cuneo.

Em 1833 aventurou-se para Marselha onde encontrou Mazzini e entrou na sua Giovane Italia, ou Jovem Itália. Mazzini teve um impacto profundo em Garibaldi, que sempre reconheceria esse patriota como ” o mestre”. Em fevereiro de 1834 ele participou em uma abortada inssureição Mazziniana em Piedmont para tomar a fragata na qual navegava a fim de ajudar na libertação de Genova. A conspiração foi descoberta, ele foi sentenciado à morte in absentia por uma corte genovesa, e fugiu para Marselha.

No exílio foi primeiro para Tunísia aí encontrando eventualmente o seu caminho para o Brasil, onde conheceu Anna Maria Ribeiro da Silva, “Anita,” uma mulher de ascendência portuguesa e indígena, que se tornou sua amante, companheira de armas, e esposa. Com outros exilados italianos ele lutou em favor da separação do Rio Grande do Sul do Império e de uruguaios que se opunham ao ditador argentino Jan Manuel do Rosas. Reunindo os italianos em Montevideo, Garibaldi formou a Legião Italiana em 1843, cuja bandeira negra representava a Itália de luto enquanto o vulcão ao centro simbolizava o poder adormecido em sua terra natal.

Foi no Uruguai que a legião usou pela primeira vez as camisas vermelhas, obtidas de uma fábrica em Montevideo, que pretendia exportá-las para casas de abate na Argentina. Isso se tornaria o símbolo de Garibaldi e de seus seguidores.

A formação de sua força de voluntários, sua maestria em técnicas de guerrilha, sua oposição ao imperialismo argentino e brasileiro, e suas vitórias nas batalhas de Cerro e Santo Ántonio em 1846 não apenas asseguraram a liberdade dos uruguaios, mas o tornaram e a seus seguidores heróis na Itália e Europa.

Porém, o destino de sua pátria continuou a preocupar Garibaldi. A eleição de Giovannni Mastai-Ferretti como Papa Pio IX em 1846 levou muitos a acreditarem que ele era o papa liberal profetizado por Gioberti, que proveria a liderança para a unificação da Itália.

De seu exílio, Mazzini aplaudiu as primeiras reformas de Pio Nono. Em 1847 Garibaldi ofereceu ao núncio apostólico no Bedini do Rio de Janeiro, o serviço da sua legião italiana para a libertação da península. Notícias do rebentar da revolução em Palermo em Janeiro de 1848, e agitação revolucionária em outros pontos da Itália, encorajaram Garibaldi a liderar uns sessenta membros da sua legião para casa. Garibaldi retornou, um mestre da guerrilha, e considerado o “herói de Montevideo”.

Ele uniu voluntários e foi-lhe dado o comando das forças da curta República Romana que Mazzini havia formado.

Após uma defesa desesperada ele foi forçado a fugir com seus seguidores através da península, sendo perseguidos pelos austríacos. Mais uma vez Garibaldi se tornou um exilado. Por algum tempo trabalhou como fabricante de velas em Nova Iorque. Retornado à Itália em 1854, Garibaldi comprou parte da pequena ilha de Caprera e estabeleceu uma fazenda. Em 1859 uma nova guerra estourou com a Áustria. Após lutar nos Alpes, Garibaldi decidiu ajudar os sicilianos, que se tinham revoltado contra o seu rei, Francisco II de Nápoles. Em 1860 seus 1000 ” camisas vermelhas” em duas pequenas embarcações a vapor chegaram à ilha.

Ele tomou a Sicília em nome de Victor Emmanuel II. Milhares de voluntários correram para se unirem ao exército de Garibaldi. Em Agosto chegou a terra para marchar em Nápoles. Quando ele entrou na cidade, a multidão cantava o hino nacional, agora chamado o Hino de Garibaldi.

Após entregar a cidade a Victor Emmanuel II, Garibaldi retornou à sua vida humilde em Caprera. No dia 18 de fevereiro de 1861 o reinado da Itália foi finalmente proclamado. Garibaldi estava determinado a tomar Roma, que ainda estava sob o domínio do Papa. Isso teria feito que a França e a Áustria ficassem contra a Itália. Por duas vezes o governo italiano foi forçado a levar o radical Garibaldi como prisioneiro. Quando as tropas italianas finalmente entraram em Roma, em 1870, ele não compartilhou do triunfo. Ele estava ajudando os franceses na guerra franco-prussiana. Quando esta guerra acabou, Garibaldi retirou- se mais uma vez, com uma pensão generosa, para Caprera. Lá passou o resto de sua vida, morrendo em 2 de junho de 1882.

Biografia

Patriota e revolucionária italiano, considerado o unificador da Itália. Nasceu na França, em 1807.

Fugiu para o Brasil, em 1835, onde uniu-se aos farroupilhas, latifundiários escravistas e separatistas que haviam se rebelado contra o Império brasileiro por estarem descontentes com o baixo preço do charque (jabá), importante ingrediente da alimentação dos escravos negros.

Nesta época conheceu Ana Maria Ribeiro da Silva, que se uniu a ele e veio a ser conhecida como Anita Garibaldi. Lutaram juntos contra o Império do Brasil e no Uruguai, onde combateram Rosas. Voltando à Itália, lutaram pela Sardenha contra Áustria, em 1848, e pela República de Mazzini, em 1849, ano em que morre Anita durante uma fuga.

Exilado outra vez, foi para os EUA, retornando à Itália em 1851. Decide, então, abrir mão de seus ideais republicanos, e apoiar o Rei Victor Emmanuel II, da Sardenha, na busca por tornar a Itália um único país.

Em 1860, junto com mil voluntários, entre eles vários brasileiros, conquistou a Sicília e Nápoles. Abrindo mão de suas conquistas, as deixou sob poder de Victor Emmanuel, que foi proclamado, em 1861, Rei da Itália.

Em 1862 e em 1867, empreendeu duas tentativas fracassadas de conquistar Roma, que permaneceu em poder da Igreja Católica Romana até 1871.

Em 1874, Giuseppe Garibaldi foi eleito para o parlamento italiano. Faleceu em 1882.

Fonte: br.geocities.com

Giuseppe Garibaldi

Começa trabalhando como marinheiro e, entre 1833 e 1834, serve na Marinha do rei do Piemonte. Ali, sofre influências de Giuseppe Mazzini, líder do Risorgimento, movimento nacionalista de unificação da Itália, na época dividida em vários Estados absolutistas.

Em 1834 lidera uma conspiração em Gênova, com o apoio de Mazzini. Derrotado, é obrigado a exilar-se em Marselha (1834), de lá partiu para o Rio de Janeiro, chegando (1835) e, em 1836, para o Rio Grande do Sul, onde luta ao lado dos farroupilhas na Revolta dos Farrapos e se torna mestre em guerrilha.

Três anos depois, vai para Santa Catarina auxiliar os farroupilhas a conquistar Laguna.

Lá conhece Ana Maria Ribeiro da Silva, conhecida como Anita Garibaldi, que deixa o marido para segui-lo.Anita destacou-se por sua bravura participando ao lado dele das campanhas no Brasil, no Uruguai e na Europa.

Dirigiu as defesas de Montevidéu (1841) contra as incursões de Oribe, ex-presidente da República, então a serviço de Rosas, o ditador da Argentina.

Voltou à Itália (1847) e integrou-se às tropas do papa e do rei Carlos Alberto.

Regressou à Itália (1848) para lutar pela independência de seu país contra os austríacos.

Derrotado, perseguido e preso, perdeu também a companheira Anita (1849), morta em batalha. Refugiou-se por cinco anos nos Estados Unidos e depois no Peru, até voltar à Europa (1854).

Numa nova guerra contra a Áustria (1859), assumiu o posto de major-general e dirigiu a campanha que terminou com a anexação da Lombardia pelo Piemonte.

Comandou célebres camisas vermelhas (1860-1861) que utilizando táticas de guerrilha aprendidas na América do Sul, conquistou a Sicília e depois o reino de Nápoles, até então sob o domínio dos Bourbons.

Conquistou ainda a Umbria e Marcas e no reino sulista das Duas Sicílias, porém renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao rei de Piemonte, Vítor Emanuel II.

Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi

Liderou uma nova expedição contra as forças austríacas (1862) e depois dirigiu suas tropas contra os Estados Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém-criado estado italiano.

Na batalha de Aspromonte foi ferido e aprisionado, mas logo libertado. Participou depois da expedição para a anexação de Veneza.

Em sua última campanha, lutou ao lado dos franceses (1870-1871), na guerra franco-prussiana.

Participou da batalha de Nuits-Saint-Georges e da libertação de Dijon.

Por seus méritos militares foi eleito membro da Assembléia Nacional da França em Bordéus, mas voltou para a Itália elegeu-se deputado no Parlamento italiano em 1874 e recebe uma pensão vitalícia pelos serviços prestados à nação.

Morre em Capri em 2 de junho de 1882.

Fonte: www.resenet.com.br

Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi
Revolucionário italiano (1808-1882).
Liderou a reunificação da Itália, depois de fragmentada durante séculos em várias cidades.

O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi foi o homem cuja liderança possibilitou a unificação da Itália pela primeira vez desde a época dos imperadores romanos. Nascido em Nice, que hoje fica na França, ele se juntou ao movimento nacionalista liderado pelo patriota genovês Giuseppe Mazzini (1805-1872), na época em que tinha cerca de vinte anos de idade.

Depois da queda do Império Romano no século V, a Itália se fragmentou numa porção de cidades-Estados independentes. No final da Idade Média, diversas cidades-Estados, como Veneza e Gênova, tornaram-se potências comerciais mundiais. E durante o Renascimento, Florença, capital da Toscana, tornou-se o centro da arte e da cultura. No século XVIII, porém, o poder das grandes cidades-Estados havia declinado, e potências estrangeiras, como a Espanha, França e especialmente a Áustria, passaram a dominar politicamente a Itália. Em 1796, Napoleão Bonaparte invadiu a Itália e enfraqueceu o controle austríaco no norte da região. Então, ele incorporou Nice e Savóia à França – onde continuam até hoje –, e várias outras partes, incluindo a Toscana. Em outras partes da Itália, ele reformulou as cidades-Estados como repúblicas segundo o modelo francês.

Na década de 1830, muitos grupos, incluindo a Jovem Sociedade Italiana, de Mazzini, tinham começado a reivindicar uma Itália unificada e independente.

Garibaldi, então soldado e líder de guerrilha, era o típico jovem que aderiria à causa da liberdade italiana. Forçado a deixar o país em 1834, ele passou algum tempo nos Estados Unidos e lutou na Rebelião do Rio Grande do Sul, no Brasil, em 1836. Em 1848, quando a revolução irrompeu na França e na Áustria, e o povo da Itália também se rebelou, ele voltou para casa e se uniu aos patriotas que atuavam em Roma e em suas redondezas. Forçado a fugir uma segunda vez, ele foi para os Estados Unidos, mas em 1859 retornou à Itália.

Em 11 de maio de 1860, Garibaldi atracou na Ilha da Sicília com mil homens – conhecidos como “Os Mil” ou “camisas vermelhas”, devido à cor da roupa que vestiam – para iniciar sua campanha militar. Depois de conquistar a Sicília e de estabelecer um governo provisório, ele uniu forças com o rei da Sardenha, Vitório Emanuele II (1820-1878), que havia anexado a Lombardia a seu reino em 1859. Juntos, eles libertaram os estados italianos, um a um.

Em 1861, Vitório Emanuele foi coroado rei da nova Itália unificada.

Em 1866, a Itália se aliou com a Prússia em sua guerra contra a Áustria, e, como resultado, Veneza foi anexada h Itália no mesmo ano. Os Estados Pontificais também foram incorporados, mas Roma continuou a ser protegida pelos franceses, que queriam que o papa ficasse independente do reino da Itália.

Depois da derrota dos franceses pela Prússia na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e do colapso do império francês, Roma foi anexada à Itália e se tornou a capital de um país totalmente unificado. Garibaldi atuou no Parlamento italiano em 1874.

Morreu em 2 de junho de 1882, em sua casa na Ilha de Caprera.

Referências bibliográficas

YENNE, Bill. 100 homens que mudaram a história do mundo. São Paulo, Ediouro, 2002. (bibliografia completa)

Fonte: www.meusestudos.com

Giuseppe Garibaldi

Nice, 1807 – Caprera, 1882

Nacionalista italiano. É o artífice do moderno estado italiano, a cuja independência e unificação dedica toda a sua vida de revolucionário.

Na sua juventude sente-se atraído pelas ideias do socialista utópico Saint-Simon e integra-se no grupo nacionalista «Jovem Itália», partidário da unificação do país.

Em 1834, após participar num levantamento, é condenado à morte e tem que fugir para a América do Sul. Está no Brasil (1836) e no Uruguai (1841); neste último país luta contra o ditador Rosas.

Em 1848 regressa a Itália e une-se às tropas de Carlos Alberto, rei da Sardenha, para lutar contra o exército austríaco.

Após a derrota vai para a Suíça e, pouco depois (1849), para Roma, onde a República é reclamada.

Quando a cidade cai nas mãos das tropas franco-espanholas, volta de novo para a América e reside no Peru e em Nova Iorque.

Em 1854 regressa a Itália e instala-se na ilha de Caprera até 1859, ano em que se inicia a insurreição popular contra a Áustria. No ano seguinte forma uma expedição (os «Camisas Vermelhas») contra o reino das Duas Sicílias. Numa rápida e eficaz campanha liberta estas terras, que são cedidas a Victor Manuel II.

Entre 1862 e 1866 luta sem êxito para se apoderar de Roma. Em 1866, à frente de um grupo de voluntários, participa na guerra austro-prussiana e, em 1870, oferece os seus serviços à França para lutar contra a Áustria.

Após ser deputado no Parlamento italiano (1875), retira-se para a ilha de Caprera.

Fonte: www.vidaslusofonas.pt

Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi nasceu em 4 de julho de 1807, em Nice, cidade italiana na época (atualmente francesa).

Filho de um pescador.

Começou a viajar aos 15 anos, como ajudante em um navio. Influenciado por Giuseppe Mazzini, tornou-se um revolucionário na tentativa de unificar a Itália.

As primeiras ações, entretanto, fracassaram e teve de exilar-se.

Em 1835 fugiu para o sul do Brasil, onde conheceu Anna Maria Ribeiro da Silva. Anita Garibaldi, como passou ser conhecida, lutou ao lado de Giuseppe nas campanhas do Brasil, do Uruguai e da Europa.

Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi, “o herói de dois mundos”, como ele mundialmente consagrou-se, foi um dos mais notáveis líderes de homens do século 19 e o mais famoso italiano que se conhece na história contemporânea.

Dotado de uma coragem pessoal assombrosa, nada parecia ser-lhe impossível. Fugido da Europa em 1836, no Brasil ele lutou na Revolução Farroupilha (1837-40), e no Uruguai comandou a Legião Italiana durante o longo cerco de Montevidéu (1845-51).

Retornando a sua velha pátria ainda desunida, com seus companheiros camisas vermelhas lutou por sua unificação, alcançada somente em 1861.

Giuseppe Garibaldi (1807-1882)

“Na América eu servi – e servi sinceramente – a causa dos povos. Assim fui adversário do Absolutismo.” G.Garibaldi – Memórias, 1859

Uma epidemia de cólera em Marselha, na França, e a existência de uma sentença de morte do monarca do Piemonte pesando sobre ele, fizeram com que Giuseppe Garibaldi resolvesse tomar outros ares. Bom marinheiro, militante carbonário, admirador de Mazzini e do movimento Jovem Itália, partindo de Nantes, a bordo do Nautonier, não demorou para desembarcar no Rio de Janeiro em 1836. De imediato deixou-se subjugar, como Saint-Hilarie antes dele, pelo impressionante espetáculo da baía da Guanabara, maldizendo-se não ser poeta. Encontrou por lá uma ativa colônia de exilados italianos, uma das tantas que existiam espalhadas pelas cidades da América depois do insucesso do levante nacionalista contra o domínio austríaco e das monarquias ultraconservadoras da Itália. E, no meio deles, Luiggi Rossetti, um carbonário que fazia as vezes de jornalista e corsário, combinação muito comum naqueles tempos.

Foi Rossetti quem levou Garibaldi a fazer uma visita a Tito Livio Zambeccari, um preso ilustre, homem de sete instrumentos, ajudante de Bento Gonçalves, ambos encarcerados na Fortaleza de Santa Cruz no Rio de Janeiro, depois da derrota dos farrapos na ilha do Fanfa, no rio Jacuí/RS. Além das afinidades itálicas, ressalte-se que os carbonários eram muito próximo dos maçons, doutrina seguida por Zambeccari, que formavam um mundo de contatos subterrâneos devido às suas inúmeras lojas espalhadas pelos quatro cantos, muitos úteis nas conspirações anti-absolutistas.

Corsário farroupilha

Decidiram os dois, com o consentimento de Zambeccari, arrumar um barco e, a partir de janeiro de 1837, lançar-se ao mar como corsários. O que conseguiram foi uma sumaca de dois mastros que batizaram de “Mazzini”, dedicado a interceptação dos que navegavam sob a bandeira do Império Austríaco, inimigo dos italianos irredentos. Caçados pela marinha imperial, navegaram para o Prata em busca de abrigo. Foi dali, partindo das vizinhanças de Montevidéu, que a dupla Rossetti e Garibaldi, cavalgando em vinte corcéis, alcançaram Piratini, sede da revolução das lanças. A adesão deles aos gaúchos insurretos contra o regime dos Braganças parecia-lhes a continuidade, em outro país, em outro continente, da luta que moviam ao absolutismo dos Habsburgos na Europa.

Na ausência de Bento Gonçalves, de quem depois ficariam amigos, encantaram-se com a figura de Domingos José de Almeida, o cérebro que organizava a Republica Sul-rio-grandense. Nenhum dos dois porém perdeu tempo. Trazendo alguns operários da Banda Oriental, eles trataram de construir, num estaleiro nas beiras da Lagoa dos Patos, uma minúscula flotilha para poder pelo menos atazanar os Caramurus pró-Império, comandados por Greenfell, cuja superioridade nas águas era abrumadora. Os Farroupilhas, gente do campo, da estancia e do laço, viam o mar com estranheza. Coube assim a Garibaldi, guerreiro anfíbio, bom na terra, melhor na água, a assumir o papel de almirante da revolução.

A sua missão era abrir um outro fronte, bem mais ao norte, nas águas de Santa Catarina, para apoiar a causa republicana em outras paragens. Deu-se então o grande feito que foi transportar por terra os lanchões da área da lagoa até o mar, de Capivari à Lagoa Tomás José nas alturas de Tramandaí. Atrelados aos duzentos bois que o general Canabarro requisitara, as enormes carretas de dois eixos e doze rodas, atravessando os baixios alagados assolados pelos ventos da região, por seis dias, num trajeto de 104 km, arrastaram o “Seival” e o “Farroupilha” até o oceano. Dali em diante, no mar, onde uma boa parte dos marinheiros afogou-se num infeliz naufrágio, Garibaldi atingiu Laguna, para ir integrar-se à República Juliana do general Canabarro (proclamada em julho de 1839), para afundar navios do Império e encontrar o amor da bravíssima Anita no Morro da Barra.

Mulher que largou tudo para seguir aquele corsário doido.

Esmorecida a revolução no pampa, o infatigável condottiero emigrou de volta para o Uruguai, continuando lá, na chamada Grande Guerra, a lutar contra Oribes, um aliado da tirania do portenho Juan Manoel Rosas. Arregimentando uns 400 patrícios seus, organizou a Legião Itália, uma tropa de choque uniformizada com uma camicia rossa (a cor vermelha era para ser usada nas charqueadas para atenuar a má impressão visual do sangue dos animais).

Quando ele retornou à Itália na esteira dos acontecimentos revolucionários de 1848, já fixara o seu uniforme: botas, poncho e a camisa vermelha, o símbolo mor das brigadas garibaldinas, os Mille, os heróis do Risorgimento na luta pela emancipação definitiva da península. Ocasião em que Garibaldi, juntamente com Giuseppe Verdi, tornou-se o italiano mais famoso do mundo no século 19.

Na defesa de Montevidéu (1843-1851)

Ao conquistar a nação italiana a sua unidade em 1861, sentindo-se com a missão cumprida, como se fora um vulcão cuja lavra secara depois de incontáveis erupções, ele retirou-se para a pequena ilha de Caprera.

Lá faleceu em 1882, sete anos antes da república ser afinal proclamada no Brasil.

Nunca, todavia, Garibaldi esqueceu das aventuras passadas em meio as temeridades machas da cavalaria rio-grandense, “a melhor do mundo”, como ele testemunhou, a brava gente que ele certa vez lamentou não dispor na Itália – de “uns 300 deles”- afim de por mais facilmente os opressores dos povos a correr.

Fonte: www.palaciogaribaldi.com.br

Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi

1807 – 1882

Político e militar revolucionário italiano nascido em Nice, hoje na França, filho de um pequeno armador italiano, na época pertencente à Itália.

Ingressou na marinha mercante da Piemonte-Sardenha (1832).

Republicano fervoroso foi influenciado pelas idéias do filósofo francês Saint-Simon, criador do chamado socialismo utópico, e filiou-se ao partido da Jovem Itália, sociedade secreta fundada pelo nacionalista italiano Giuseppe Mazzini, que pregava a revolução popular como forma de conquistar a unificação e a independência da Itália.

Obrigado a exilar-se em Marselha (1834), de lá partiu para o Rio de Janeiro, chegando (1835) e, viajando para o sul, aderiu à causa dos farroupilhas.

Lutou pela República de Piratini e, durante ataque a Santa Catarina, em Laguna, conheceu Ana Maria Ribeiro da Silva, a Anita Garibaldi, que abandonou o marido para seguí-lo.

Anita destacou-se por sua bravura participando ao lado dele das campanhas no Brasil, no Uruguai e na Europa.

Dirigiu as defesas de Montevidéu (1841) contra as incursões de Oribe, ex-presidente da República, então a serviço de Rosas, o ditador da Argentina.

Voltou à Itália (1847) e integrou-se às tropas do papa e do rei Carlos Alberto.

Regressou à Itália (1848) para lutar pela independência de seu país contra os austríacos.

Derrotado, perseguido e preso, perdeu também a companheira Anita (1849), morta em batalha.

Refugiou-se por cinco anos nos Estados Unidos e depois no Peru, até voltar à Europa (1854).

Numa nova guerra contra a Áustria (1859), assumiu o posto de major-general e dirigiu a campanha que terminou com a anexação da Lombardia pelo Piemonte.

Comandou os célebres camisas vermelhas (1860-1861) que utilizando táticas de guerrilha aprendidas na América do Sul, conquistou a Sicília e depois o reino de Nápoles, até então sob o domínio dos Bourbons.

Conquistou ainda a Umbria e Marcas e no reino sulista das Duas Sicílias, porém renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao rei de Piemonte, Vítor Emanuel II.

Liderou uma nova expedição contra as forças austríacas (1862) e depois dirigiu suas tropas contra os Estados Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém-criado estado italiano.

Na batalha de Aspromonte foi ferido e aprisionado, mas logo libertado.

Participou depois da expedição para a anexação de Veneza.

Em sua última campanha, lutou ao lado dos franceses (1870-1871), na guerra franco-prussiana.

Participou da batalha de Nuits-Saint-Georges e da libertação de Dijon.

Por seus méritos militares foi eleito membro da Assembléia Nacional da França em Bordéus, mas voltou para a Itália e elegeu-se deputado no Parlamento italiano (1874) e morreu em Caprera.

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

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