Cleópatra

Cleópatra – Quem foi

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Cleópatra VII, muitas vezes chamado simplesmente de “Cleopatra“, foi o último de uma série de governantes chamados os Ptolomeus, que governou o Egito por quase 300 anos. Ela também foi a última e verdadeirao faraó do Egito.

Cleopatra governava um império que incluía o Egito, Chipre, parte da moderna Líbia e outros territórios no Oriente Médio.

Como rainha do antigo Egito, Cleópatra é uma das mais famosas governantes do sexo feminino na história.

As histórias que cercam a vida trágica de Cleópatra inspirou uma peça de Shakespeare.

A jovem princesa Cleópatra VII, hoje conhecida simplesmente como Cleópatra, se tornou a rainha do Egito, no ano 51 aC.

Impulsionada no cenário mundial por seu pai, Ptolomeu XII, ela governou um país em tumulto, à beira de desmoronar sob o poderoso Império Romano.

Tinha apenas 17 anos de idade, quando ela assumiu o trono.

Cleópatra tornou-se rapidamente um dos governantes mais poderosos que o Egito tinha conhecido.

Ela estava ligada pessoalmente e politicamente com dois dos líderes mais poderosos da Roma antiga, Júlio César e Marco Antônio.

Então, quase duas décadas depois de chegar ao poder, essa rainha tirou a própria vida em um ato culminante do desafio contra os romanos, ainda com fome de seu reino.

Cleópatra
Cleópatra –
Esta cabeça em pedra calcária, que durante anos se supôs ser
uma escultura moderna da fabulosa Rainha do Egito, foi na realidade
desenterrada de ruínas romanas 18 séculos depois de sua morte.
Encontra-se atualmente no Museu Britânico.

Cleópatra – História

Cleópatra
Cleópatra –
Rainha do Egito Antigo

Cleópatra é geralmente lembrada como uma mulher fatal egípcia, uma sedutora libertina que se matou por amor ao general romano Marco Antônio. Há pouca verdade nisso. Embora Cleópatra fosse rainha daquele antigo reino, não corria nas suas veias uma só gota de sangue egípcio. Ela era grega da Macedônia; sua capital egípcia, Alexandria, era uma cidade grega, e o idioma da sua corte era o grego. Sua dinastia fora fundada por Ptolomeu, general macedônio de Alexandre, o Grande, que depois da morte deste se fizera rei do Egito.

Quanto à sua devassidão, não há o menor indício de ligações amorosas de Cleópatra, a não ser com Júlio César e, três anos depois da morte de César, com Marco Antônio. E estas não foram ligações ao acaso e sim uniões públicas, aprovadas pelos sacerdotes de então e reconhecidas no Egito como casamentos.

É absurda a versão de que ela era uma mulher sensual, que usou de todos os ardis para seduzir esses homens. Júlio César, uns 30 anos mais velho do que ela, já tivera quatro esposas e inúmeras amantes. Seus soldados o chamavam de “adúltero careca” e cantavam um dístico advertindo os maridos que mantivessem as mulheres fechadas chave quando ele andasse por perto. Marco Antônio, 14 anos mais velho do que a jovem rainha, era também um conquistador conhecido. E, no fim, não foi por amor a ele que Cleópatra se matou, e sim pelo desejo de escapar à degradação nas mãos de outro conquistador.

Mas a lenda persiste há mais de 2000 anos, principalmente porque poetas e dramaturgos, inclusive Shakespeare, têm dado maior ênfase aos encantos físicos e às paixões do que à inteligência e à coragem dessa rainha. Seus feitos, porém, revelam que ela foi uma mulher brilhante, engenhosa, que passou a vida lutando para impedir que seu país fosse aniquilado pelos romanos.

Nascida em 68 ou 69 A.C., Cleópatra cresceu entre as intrigas e as violências palacianas. Seu pai, Ptolomeu XIII, era um bêbado, um devasso cujo divertimento era tocar flauta. Morreu quando Cleópatra tinha 18 anos, e ela então se tornou rainha, governando juntamente com seu irmão de dez anos, Ptolomeu XIV. Dois anos depois, o jovem Ptolomeu, dominado por um trio de intrigantes palacianos, obrigou Cleópatra a exilar-se na Síria. Mostrando desde então a bravura que caracterizou sua vida, ela imediatamente organizou um exército e teve início a marcha através do deserto para lutar por seu trono.

Foi essa a Cleópatra que César conheceu no outono de 48 A.C. Ele fora ao Egito em perseguição ao general romano Pompeu, seu adversário numa luta pelo domínio político, gênero de contenda que manteria Roma convulsionada durante quase um século.

Qual o aspecto físico de Cleópatra? As únicas indicações são algumas moedas cunhadas com o seu perfil e um busto desenterrado de ruínas romanas cerca de 1800 anos depois da sua morte. Mostram um nariz aquilino, boca bem traçada, com lábios finamente cinzelados. Vários historiadores antigos escreveram sobre sua “beleza arrebatadora”, mas não foram homens que a tivessem visto pessoalmente. A descrição mais precisa parece ser a de Plutarco, cujo avô ouviu falar em Cleópatra por um médico conhecido de uma das cozinheiras da rainha. Plutarco escreveu que na realidade a sua beleza “não era propriamente tão extraordinária que ninguém pudesse comparar-se a ela”.

Todos os escritores antigos concordavam, porém, em reconhecer a sua conversa “fascinante”, a sua bonita voz, “a habilidade e a sutileza de sua linguagem”. Ela falava seis idiomas, conhecia bem a história, a literatura e a filosofia gregas, era uma negociadora astuta e, ao que parece, uma estrategista militar de primeira ordem. Tinha também uma grande habilidade para cercar-se de uma atmosfera teatral. Quando intimada por César a deixar suas tropas e a comparecer ao palácio que ele conquistara em Alexandria, Cleópatra introduziu-se na cidade ao escurecer, fez-se amarrar num rolo de roupas de cama, e assim escondida foi carregada nas costas de um servo através dos portões e até aos aposentos de César.

Quer o estratagema se destinasse a evitar os assassinos a soldo do irmão, quer se destinasse a impressionar César, o fato é que a sua entrada na cidade foi uma das mais sensacionais de todos os tempos. Sua coragem e seu encanto concorreram para convencer César de que seria de boa política restituir-lhe o trono. E, pouco tempo depois desse primeiro encontro, ela estava grávida.

Talvez para impressionar César com a riqueza do Egito, Cleópatra organizou na primavera seguinte uma expedição para subir o Nilo. Durante semanas, ela e César navegaram pelo rio num luxuoso barco-residência, acompanhados por 400 embarcações levando tropas e provisões. Em junho, Cleópatra deu à luz um filho, Cesarion ou Pequeno César, em grego. O recém-nascido, filho único de Júlio César, parece ter sido a origem de um plano ambicioso de César e Cleópatra para fundirem Roma e o Egito num vasto império sob o domínio deles e dos de sua estirpe. Logo depois do nascimento do menino, César partiu de Alexandria e começou operações militares na Ásia Menor e na África do Norte, eliminando todos os focos de oposição restantes. Um ano depois, voltava triunfalmente a Roma, como ditador incontestado. Cleópatra já estava lá com Cesarion, instalada por César numa vila imponente.

Como rainha, com uma corte real, Cleópatra começou a exercer influência na vida romana. Levou de Alexandria cunhadores de moedas para melhorarem a cunhagem romana, especialistas em finanças para organizarem o programa tributário de César. Seus astrônomos reformaram o calendário romano, criando o calendário no qual se baseia o nosso atual sistema. César mandou colocar uma estátua de Cleópatra num novo templo construído em honra de Vênus, e emitiu uma moeda em que Vênus e Eros se identificavam com a figura de Cleópatra carregando Cesarion nos braços. Seu poder parecia absoluto. De repente, 20 meses depois de Cleópatra chegar a Roma, Júlio César foi assassinado.

Ninguém sabe se Cleópatra foi tomada de desespero. Ao cabo de um mês, voltou para o Egito. Os historiadores não dispõem de dados sobre os três anos seguintes de seu reinado. Só se sabe que, na luta pelo poder, que mergulhou Roma numa guerra civil, os contendores procuravam seu auxílio. Ao que parece, sua política foi de cautelosa espera, para ver quem se tornaria o sucessor de César.

Quando Marco Antônio surgiu como homem forte do Oriente, pediu a Cleópatra que fosse ao seu encontro em Tarso. Durante algum tempo ela não tomou conhecimento do convite; depois, levantou vela com uma frota magnífica, levando ouro, escravos, cavalos e jóias. Em Tarso, em vez de ir à terra como suplicante, Cleópatra esperou calmamente, ancorada ao largo.

Depois de haver manobrado habilmente para que Marco Antônio se tornasse seu convidado, ela o confrontou com um espetáculo ofuscante: os remos da galera, com pontas de prata, marcando o compasso da música das flautas e harpas, as cordas manobradas por belos escravos vestidos como ninfas e graças, enquanto outros espargiam o incenso de perfumes exóticos. Reclinada sob um toldo de ouro, Cleópatra se apresentava como Vênus, abanada por meninos que pareciam cupidos.

Ao terminar o banquete, Cleópatra deu de presente a Marco Antônio o prato de ouro, as formosas taças, os suntuosos canapés e bordados que tinham sido utilizados para servi-lo. Na noite seguinte ofereceu nova festa a Marco Antônio e seus oficiais, e, quando eles partiram, todos os convidados receberam idênticos presentes. Seu propósito não era conquistar a afeição de Marco Antônio, mas impressioná-lo com a riqueza ilimitada do Egito e, portanto, com as suas potencialidades como aliado.

Três meses depois, Marco Antônio foi a Alexandria, e lá passou o inverno. Partiu na primavera, seis meses antes de Cleópatra dar à luz os seus filhos gêmeos, e passou quase quatro anos sem tornar a vê-la. Nesse intervalo, Cleópatra fortaleceu as defesas de seu país, organizou sua esquadra, acumulou ouro e provisões.

Quando Marco Antônio, na esperança de expandir seu poder no Oriente, a convidou a ir ao seu encontro na Síria, ela foi, mas resolvida a impor condições.

Conseguiu obter um acordo pelo qual seriam dadas ao Egito todas as vastas áreas que haviam sido propriedade dos Faraós 1400 anos antes, mas que eram então províncias romanas. Marco Antônio concordou também com um casamento legítimo, e, para comemorar o acontecimento, foram cunhadas moedas com as efígies dos dois. Nessa ocasião, Cleópatra começou uma nova etapa de seu reinado.

Então com 33 anos, partiu com Marco Antônio para fazer guerra aos persas, mas no Eufrates teve de desistir da campanha. Estava novamente grávida.

A criança nasceu no outono, e naquele inverno chegaram apelos desesperados de Marco Antônio: seu exército fora destroçado, e os únicos remanescentes das tropas mal tinham conseguido escapar para a costa da Síria. Com dinheiro, provisões e armas, Cleópatra foi em seu socorro.

No ano seguinte, 35 A.C., ela teve de usar de todo seu engenho para evitar que Marco Antônio – com o espírito anuviado pela continuidade da bebida – tentasse outra invasão da Pérsia. Compreendendo que o verdadeiro inimigo era Otávio, sobrinho e herdeiro legítimo de César, que de Roma dominava o Ocidente, ela insistiu com Marco Antônio para que concentrasse todos os esforços em derrubá-lo.

Em 32 A.C., Cleópatra precipitou a guerra com Otávio, persuadindo Marco Antônio a tomar duas providências: baixar um édito pelo qual se divorciava de sua outra esposa, Otávia (a bela irmã de Otávio), e determinar que suas tropas atravessassem o Mar Egeu e entrassem na Grécia. Cleópatra estava então no apogeu. Reis vassalos do Oriente Médio prestavam-lhe homenagem, os atenienses cobriram-na de honrarias, saudando-a como Afrodite e levantando sua estátua na Acrópole.

De repente, em Actium, na costa ocidental da Grécia, ao cair da tarde de 2 de setembro do ano 31 A.C., tudo se desmoronou.

Os historiadores nunca chegaram a um acordo sobre essa batalha decisiva: não se sabe o motivo por que Marco Antônio, com um exército superior, deixou que ela se transformasse numa batalha naval; nem por que, em plena batalha naval, com o resultado ainda indeciso, Cleópatra levantou vela e partiu a todo pano para o Egito, com os seus 60 navios de guerra; ou por que Marco Antônio deixou abandonado seu imenso exército para embarcar no navio de Cleópatra e partir com ela.

Ao voltar para o Egito, quando se espalhou a notícia do desastre, Cleópatra tentou fortalecer os laços com os países vizinhos. E começou também a transferir navios de guerra do Mediterrâneo para o Mar Vermelho — projeto fabuloso, que importava em arrastar os navios através de muitos quilômetros de deserto.

Quando chegaram as tropas de Otávio e tomaram os fortes da fronteira do Egito, Cleópatra permaneceu em Alexandria, pronta a negociar com Otávio, ou a combatê-lo. Mas, à aproximação do exèrcito invasor, a esquadra e a cavalaria da rainha desertaram e Marco Antônio suicidou-se. Capturada viva, Cleópatra foi posta sob guarda e advertida de que, caso se matasse, seus filhos seriam executados.

Embora Otávio prometesse clemência, Cleópatra presumiu que seu destino seria semelhante ao de centenas de outros reis cativos, que haviam sido levados em cortejo pelas ruas de Roma, acorrentados, para serem depois executados. Audaciosa até o fim, fingiu abandonar qualquer idéia de suicídio. Obtendo permissão para visitar o túmulo de Marco Antônio, parece que conseguiu comunicar-se com partidários fiéis quando a sua liteira era carregada pelas ruas. Voltou aos seus aposentos, tomou banho, jantou e mandou que suas servas a vestissem como Vênus.

Sobre o que aconteceu depois só sabemos o seguinte: oficiais romanos que arrombaram seus aposentos encontraram Cleópatra morta. Segundo a lenda, a rainha se deixara morder por uma víbora que lhe fora mandada como contrabando numa cesta de figos.

Quando se comemorou em Roma a conquista do Egito por Otávio, foi arrastada pelas ruas uma estátua de Cleópatra com uma víbora agarrada a um dos braços.

Os seus três filhos com Marco Antônio — Cesarion já fora executado — foram obrigados a marchar na degradante procissão. Foi então que os poetas romanos, para caírem nas boas graças do vencedor, começaram a espalhar o mito de uma perversa e libertina rainha egípcia — mito que dura até o dia de hoje.

Cleópatra – Biografia

Cleópatra
Um busto de mármore de Cleópatra está em exibição no Museu Altes em Berlim, Alemanha.

A rainha Cleópatra do Egito é a mais conhecida de todas as antigas rainhas egípcias.

Cleópatra nasceu em Alexandria em 69 aC, durante o reinado de Ptolomeu a família de Ptolomeu XII.

Cleopatra parece ter sido um nome popular na família, como sua mãe tinha o nome, bem como uma irmã mais velha, tornando a nova filha Cleópatra sétimo, embora ela raramente é referido como tal.

Cleópatra e sua família não eram egípcios, mas sim macedónio, desceu através de um general de Alexandre, o Grande.

Cleópatra se tornaria o primeiro governante de sua família, que poderia realmente falar a língua egípcia.

De acordo com a tradição egípcia, rainha Cleópatra do Egito se casou com ela em seguida, de 12 anos irmão.

O casamento não era verdadeiramente legítima, no entanto, e considerando a tenra idade de seu novo marido e co-herdeiro do trono, Cleópatra governar o Egito de forma independente e como ela desejava.

Isso durou apenas três curtos anos antes de Cleópatra recebeu o mesmo destino de seu pai e foi exilado, juntamente com outra irmã mais nova. Seu irmão de 15 anos e marido ficou para governar o Egito. Cleópatra fugiu para a Síria, no entanto, ela não tinha a intenção de desistir sem lutar.

Os eventos que logo em seguida são bastante lendária.

O irmão de Cleópatra, Ptolomeu, envolveu-se com uma amarga guerra entre Júlio César, e um ex-amigo, Pompeu.

Ptolomeu colocou ao lado de César e Pompeu tinha matado, na esperança de ganhar o favor com o líder romano. O plano deu errado com ele.

Júlio César foi tão enfurecido com o assassinato de Pompeu; ele imediatamente tomou o controle do palácio egípcio e ordenou rainha Cleópatra do Egito e Ptolomeu apresentar-se a ele.

A história de Cleópatra é aquele que tem sido o tema de novelas e filmes e está cheia de engano, intriga e romance.

A biografia histórica de Cleópatra sugere que ela obteve o trono do Egito através de alguns meios bastante violentos.

Quando seu pai foi brevemente exilado após uma rebelião, uma irmã mais velha, assumiu o trono.

Após o retorno de seu pai e de recuperação do trono, a irmã foi condenado à morte.

A segunda das três mulheres da família para levar o mesmo nome, Cleópatra VI, morreu na mesma época também; embora a causa ainda é um mistério.

Isso deixou Cleopatra do Sétimo como o filho mais velho de sua família, com um irmão que era alguns anos mais jovem.

Cerca de quatro anos depois, seu pai morreu e Cleópatra assumiu o controle do trono.

Ela tinha apenas 17 anos na época.

A rainha Cleópatra tinha sido acamparam apenas do outro lado da fronteira com o Egito e da Síria. Quando recebeu a notícia de que ela estava a entrar no Egito e relatar a César, ela astutamente percebeu que ela seria presa fácil para os partidários do regime de seu irmão. Em uma cena que tem sido repetido em inúmeros filmes, Cleópatra se permitiu ser contrabandeado para o Egito em um tapete.

O caso entre a rainha Cleópatra do Egito e César é pensado para ter começado quando ela foi apresentada a ele, enrolado em tapete. Por mais de três anos o casal teve uma caso escandaloso e Cleópatra deu à luz um filho. Após o nascimento da criança, ela se juntou a Júlio César, em Roma, mas rapidamente partiu quando ele foi morto, temendo por sua própria vida.

Seguiu-se um caos absoluto no Império Romano após o assassinato.

Um dos três homens prestes a assumir o trono de Roma, Mark Anthony ordenou Cleópatra de volta a Roma para interrogatório.

Mais uma vez mostrando sua habilidade política e de inteligência, a rainha Cleópatra do Egito fez planos para seduzir Mark Anthony.

Ela vestiu o traje de Vênus, a deusa do amor e foi completamente bem sucedida em sua tentativa de seduzi-la seria inquisidor.

De todas as fantasias de Cleópatra egípcia tem sido retratados, este é o mais famoso.

O traje completo de Cleópatra, vestida como Vênus, é vividamente lembrado quando Elizabeth Taylor usava uma reprodução em seu famoso retrato da rainha.

O filme foi tão bem sucedido em memorização a rainha e seu traje sedutor, que trajes históricos Cleópatra mantiveram-se popular desde então.

Cleópatra – Vida

Cleópatra
Cleópatra

Nascimento: 69 a.C., Alexandria, Egito.

Falecimento: 12 de agosto de 30 a.C., Alexandria, Egito.

Para reviver a glória dos faraós do Egito, ela seduziu os dois mais poderosos chefes romanos de seu tempo. Um terceiro a derrotou.

Ano 51 a.C. Cleópatra, aos 18 anos, torna-se rainha do Egito com a morte de seu pai Ptolomeu XII. É provável que os oráculos profetizassem que a jovem ambiciosa, meio grega, meio macedônica, estava destinada a interferir nos meandros da História. Mas tudo que Cleópatra queria era manter-se no poder.

O Egito, celeiro do mundo ocidental e uma das nações mais ricas do Mediterrâneo, representava um troféu muito cobiçado pelos inquietos romanos; afinal, uma centena de anos antes eles haviam começado sua expansão para o Oriente. Mais de uma vez falara-se em anexação e o próprio pai de Cleópatra só conseguiu manter-se no trono distribuindo subornos. Assim, a rainha ainda adolescente sabia muito bem que o caminho para a permanência no poder passava por Roma — e seus governantes. Tornou-se amante e aliada de Júlio César (100-44 a.C.), o primeiro ditador romano. Mais tarde, conquistou as atenções de seu sucessor, Marco Antônio (82 ou 81-30 a.C.).

A história desses romances, misto de desejo e jogo de interesses, repercutiria intensamente na política romana, que passava por um período crucial. A República, implantada em 509 a.C., agonizava em meio à guerra civil. Os generais mais ricos, que podiam pagar seus exércitos, procuravam obter o poder para si. Nesse tabuleiro de xadrez Cleópatra manobra com habilidade. Num mundo em que os negócios do Estado estavam nas mãos dos homens, ela usou a sedução para vencer como estadista. A personagem Cleópatra, na maioria dos livros de História, encarna como nenhuma outra mulher da Antigüidade o papel de irresistível sedutora. Mas esta é uma visão deformada. Cleópatra foi uma administradora competente, uma mulher culta, que além do mais devia ter consideráveis dotes eróticos. Apostou na sua estratégia e perdeu. E a História não costuma ter complacência com os vencidos.

Surpreendentemente, apenas há poucas décadas, passou-se a pesquisar com outro enfoque a vida da rainha do Egito. Até então, baseados no que diziam seus inimigos, que por sinal não eram poucos, os textos clássicos a descreveram de maneira extremamente pejorativa— mulher venal, amante de orgias, que conseguiu, com seus ardis, enfeitiçar dois generais romanos. Além das lendas, são poucos os registros históricos dignos desse nome sobre Cleópatra. Para evocar a sua aparência existem algumas efígies em moedas e um busto no Museu Britânico, em Londres. Não se sabe, portanto, se a moça tinha os olhos claros e cabelos loiros dos macedônios, ou a tez morena dos gregos. Parecia ter olhos grandes, boca pequena e bem desenhada. “Se o seu nariz tivesse sido mais curto, toda a face da Terra teria mudado”, disse o matemático francês Blaise Pascal (1623-1662), pioneiro da Teoria da Probabilidade.

O nariz era aquilino.

O fato é que a beleza não constituía o seu maior atributo. Plutarco, o historiador romano que viveu um século depois, explicava de outro modo o fascínio que ela exercia: “A presença de Cleópatra era irresistível e havia tal encanto em sua pessoa e no seu modo de falar, misturado com uma força singular que permeava cada palavra e cada gesto, que a todos ela subjugava.”

Cleópatra pertencia à dinastia de Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.), cujo império se estendia do Egito até a Índia.

Alexandre, de origem macedônica absorveu a cultura oriental e se comportou como um monarca divino. Os sucessores imitaram o seu exemplo. Depois da morte do imperador, suas terras foram divididas, cabendo a Ptolomeu o Egito. Para consolidar seu poder, o general se fez sagrar faraó, retomando as tradições das linhagens que comandaram o país durante três milênios, sob cuja autoridade se desenvolveu uma peculiar civilização de que as pirâmides são o signo mais conhecido. Cleópatra VII Thea Philopator (deusa que ama o pai, em grego) era o seu nome todo. Herdeira da dinastia ptolomaica, gostava de vestir-se como Ísis, a deusa-mãe, de quem se dizia a reencarnação.

Nascida em 69 a.C., na rica Alexandria cujo porto era o mais importante da época, nada mais natural que Cleópatra se sentisse uma deusa.

Dos jardins do seu palácio, ela podia ver algumas das maravilhas legadas ao mundo por seus antepassados: a mais famosa biblioteca da Antigüidade, com mais de 700 mil volumes, e um museu freqüentado por sábios do Mediterrâneo. Os Ptolomeu eram patronos das artes e muito do que se conhece hoje de filosofia e ciência gregas foi conservado em Alexandria, a capital do Egito. Do palácio também se avistava a féerica agitação do porto, os monumentos e o magnífico farol, construído por Ptolomeu II, uma das Sete Maravilhas do Mundo.

Como regente do Egito, Cleópatra controlava, com a ajuda de administradores gregos, não só a vida da cidade mas a agricultura ao longo do Nilo, de onde provinha a fabulosa riqueza de seu país.

Dispondo de poder absoluto, tinha objetivos definidos para o seu reinado, além de obstinação suficiente para dedicar a vida à realização de suas ambições: garantir a riqueza e a independência do Egito e restaurar a glória dos faraós.

Cercada de uma corte corrupta, Cleópatra não tinha escrúpulos. Mandou matar quatro dos cinco irmãos (dois homens e três mulheres) que podiam atrapalhar-lhe os planos. Era porém uma mulher culta. Nas negociações comerciais e nos encontros diplomáticos dispensava intérpretes, sendo a única rainha macedônica a falar o egípcio — além de nove outras línguas.

Durante o seu reinado, patrocinou as artes e as ciências e teria, segundo alguns historiadores, escrito duas obras: um improvável tratado sobre pesos e medidas e outro, mais compatível com sua figura no imaginário popular, sobre penteados e cosméticos. Para conquistar a confiança do povo, subiu o Nilo até Tebas, onde presidiu uma cerimônia de culto ao touro sagrado, manifestação do deus Ra. Nos 21 anos em que governou o Egito, evitou que a massa se rebelasse, o que contraria a afirmação de que era odiada por sua crueldade. Em compensação, logo que se tornou rainha, enfrentou a primeira conspiração palaciana. Como de costume entre os Ptolomeu, Cleópatra deveria dividir o trono com seu irmão Ptolomeu XIII, de apenas 10 anos, de quem era formalmente a mulher. Temendo, com bons motivos, que ela pretendesse governar sozinha, os tutores do irmão-marido a expulsaram para a Síria.

Nesse meio tempo, o triunvirato que governava Roma desde 60 a.C. havia se desfeito e César disputava com Pompeu o controle da República. Pompeu foi assassinado em 48 a.C.. no Egito, para onde César se dirigiu com suas legiões. A fim de entrar incógnita em Alexandria e conquistar as graças de César, Cleópatra arquitetou um plano ao seu estilo. Detalhe miúdo, ela se fez embrulhar num tapete, colocado nos ombros de um servo. Pode-se imaginar a expressão do ditador romano, ao ver o que continha o tapete desdobrado aos seus pés. Não espanta que a apresentação tenha terminado na cama. Seja como for, no dia seguinte César entregaria o controle do Egito para Cleópatra. Era um presente sujeito a condições. Em troca, a rainha, que mais tarde deu à luz a um filho apropriadamente chamado Cesário Ihe garantiu riquezas para sustentar seus exércitos.

Assim, apesar do que diziam as más línguas da época, a sedução de César não era cega. Mas, ao voltar a Roma, em 46 a.C., depois de uma vitoriosa campanha na Ásia Menor, o ditador convidou a rainha a visitá-lo. E, para provar a todos que Cleópatra era mais do que uma amante casual, mandou colocar sua estátua no templo dos próprios ancestrais dedicado a Vênus, como se sabe, a deusa do amor e da beleza na mitologia romana. César tinha então 54 anos. Cleópatra, 23.

Os dias do conquistador, no entanto, estavam contados. Os inimigos acreditavam que ele pretendia tornar-se rei e instalar o governo do império em Alexandria para ficar junto da amante. Em 44 a.C., num dos episódios mais dramáticos da história de Roma, César foi assassinado por um grupo de republicanos. Sua morte pôs um fim à primeira campanha de Cleópatra pelo poder. Discretamente, retirou-se para o Egito à espera dos desdobramentos que não tardariam, na luta em Roma.

Divulgado por Marco Antônio, o melhor amigo de César, o testamento do finado não mencionava sequer uma vez o nome de Cleópatra nem fornecia indicação de um eventual projeto monárquico. Os conspiradores que acreditavam que a morte de César traria de volta a República tiveram de sair do país. Formou-se um novo triunvirato com Marco Antônio, Otávio — um jovem de 18 anos, herdeiro de César — e Lépido, o maior de seus generais. Logo ficou claro que a ambição dos dois primeiros iria jogá-los um contra o outro. Em 42 a.C., na primeira batalha de que os dois participam juntos, em Filipos, na Grécia, o maior quinhão da glória cabe a Marco Antônio — ou assim parece, já que nessa época Otávio era apenas um rapaz doente. Para consolidar o poder recém-conquistado, Antônio sonha com uma invasão da Pérsia e, para esse objetivo, convoca todos os aliados da República Romana a um encontro em Tarso, na Síria. É a oportunidade que Cleópatra esperava para voltar à História. Sua entrada é nada menos que triunfal. Baseado nos textos de Plutarco, o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) imortalizaria acenara peça Antônio e Cleópatra, em que a rainha, adornada como Vênus, aparece na popa dourada de um barco com velas de cor púrpura enfunadas ao vento. Cleópatra se faz abanar com plumas de avestruz por meninos vestidos de Cupido, enquanto, ao som de flautas, oboés e alaúdes, escravos movem ritmicamente os remos de prata. A ser verdadeira a cena, Hollywood não terá inventado nada de novo na breguíssima reconstrução de Cleópatra, filmado em 1963, com Elizabeth Taylor. Dado a festas e ostentações, como poderia Marco Antônio resistir? No golpe de misericórdia, Cleópatra, aos 29 anos e no auge de seus encantos, convida o general quarentão para um banquete inigualável.

Segundo Plutarco, dai em diante Cleópatra fez o que quis de Marco Antônio: Ela despertou e inflamou paixões até então adormecidas em sua natureza, abafou e finalmente corrompeu quaisquer resquícios de bondade e justiça que ainda subsistissem nele. Na realidade, o general era emotivo, bêbado e mulherengo.

Marco Antônio desistiu da campanha da Pérsia e aceitou o convite da rainha para visitar Alexandria. Na bela cidade eles formaram uma sociedade chamada “os que vivem para o prazer”, bem ao gosto do general romano. Em 34 a.C., Antônio deu a Cleópatra, como prova de amor, a ilha de Chipre, mais a Líbia e a Síria, a Armênia, a Média (no noroeste do atual Irã) e a Cilícia (sudeste da atual Turquia) — e, é claro, o velho Egito. Em troca, como já havia acontecido com César, a rainha sustentaria com suas riquezas as legiões romanas. Marco Antônio foi um amante mais generoso do que seu antecessor. Numa das festas que promoveu, deu a Cleópatra o título de Rainha dos Reis, repartindo entre Cesário, o filho que ela tivera com César e as três crianças que eram filhos dela consigo, partes das terras conquistadas pelo seu exército.

Mas em Roma, tais doações foram usadas por Otávio para indispor o populacho contra seu rival. Segundo o professor Ricardo Gonçalves, “ao unir-se com Cleópatra, Marco Antônio tornou-se para os romanos um monarca despótico e absolutista. Enquanto Otávio, embora também quisesse o poder absoluto, parecia agir como um defensor da República.” Não tardou que ambos se guerreassem. A batalha de Ácio, no leste da Grécia. em 31 a.C., foi definitiva. Embora seu exército fosse melhor preparado, Antônio não conseguiu furar o bloqueio marítimo montado por Otávio. Cleópatra, ao lado do amante, foi a primeira a reconhecer a derrota e fugir para o Egito. Para não perdê-la, Marco Antônio foi atrás, abandonando os que ainda lutavam — pecado imperdoável para um chefe militar. No Egito, o par formou a sociedade dos “inseparáveis na morte”. Como bom soldado, ele matou-se com a espada. Cleópatra, porém, tinha apego à vida.

Prisioneira dos romanos, com 39 anos, apelou para a velha fórmula, tentando seduzir Otávio. Mas este recusou o jogo. Não restou mais nada à rainha senão suicidar-se, fazendo-se picar por uma áspide, pequena cobra venenosa.

Fonte: www.livescience.com/www.starnews2001.com.br/www.ancient-egypt-online.com

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