Dia da Caridade

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Dia da Caridade

19 de Julho

O que é a caridade?

No versículo 3 do capítulo 13 da primeira Epístola aos Coríntios, o grande São Paulo diz

“Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!”.

Isto quer dizer que mesmo na distribuição de todos os meus bens em sustento dos pobres… pode não existir caridade?

Dia da Caridade

Resposta

São Mateus narra que um doutor da lei, a mando dos fariseus para tentá-lo, perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei? Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu espírito.

Este é o máximo e primeiro mandamento.

E o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Mt 22, 36-40).

Como, pois, São Paulo parece separar uma forma de caridade (amor de Deus) da outra (amor do próximo)? A exaltação da caridade, que se encontra no referido capítulo 13 da primeira Epístola aos Coríntios, é considerada uma das mais belas páginas da Sagrada Escritura, não só por seu conteúdo, como também por sua forma literária.

Ao falar da caridade, São Paulo multiplica os contrastes para levar seus ouvintes aos mais altos páramos possíveis do amor de Deus, nesta Terra.

Interpretam alguns comentaristas que ele evoca essa situação para mostrar quanto o amor de Deus é superior ao amor ao próximo.

Isto para mostrar que de nada valeria praticar os mais insignes atos de desprendimento de si mesmo e de amor ao próximo, sem possuir amor de Deus!

Segundo essa interpretação, a separação entre o amor ao próximo e o amor de Deus é um recurso oratório que São Paulo utiliza para mostrar aos destinatários de sua carta quanto devem crescer no amor de Deus para que cresça ao mesmo tempo seu verdadeiro amor ao próximo.

Assim dizem alguns comentaristas.

Este caso nos mostra como é uma utopia pretender que cada fiel chegará sozinho a interpretar adequadamente a Sagrada Escritura sem a ajuda dos estudiosos, que se dedicam a estudá-la e analisá-la, em conformidade com os Santos Padres e Doutores da Igreja, para explicar as incontáveis passagens que estão acima da compreensão dos simples fiéis.

Daí o fenomenal equívoco de Lutero, de declarar que cada indivíduo está em condições de interpretar, por si mesmo, a palavra de Deus constante das Sagradas Escrituras.

Isso nos leva a entender também quão sábia é a Igreja em formar longamente os pregadores.

Lei Nº 5.063, 04/07/1966

Estamos vivendo a Terceira Revolução Industrial. Com a informatização andando a passos galopantes, acompanhamos com muita preocupação as taxas de desemprego em todo o mundo crescendo com muita rapidez.

Se os governos cada vez mais enxugam suas máquinas, se os empregados cada vez mais são substituídos por equipamentos, o que esperamos, a partir de 2005, é ver um número cada vez maior de excluídos.

Num país em desenvolvimento como o nosso, a exclusão social, que hoje já é imensa, será motivo de uma mobilização cada vez maior da nossa sociedade. A caridade é instrumental essencial para que o triste quadro se reverta.

A saúde, educação, moradia, qualidade de vida e tantos outros, são temas que têm de sair das manchetes dos jornais e das revistas para fazer parte da vida de todas as pessoas.

Somente a sociedade civil, os governos e as empresas, unindo esforços e colocando a mão na massa, é que irão conseguir minimizar os efeitos da globalização e desta nova revolução.

O segundo setor (empresas com fins lucrativos) finalmente começa a romper a barreira com o terceiro (empresas sem fins lucrativos), a medida que a profissionalização e a identidade do mesmo começam finalmente a sair do lugar.

Ações importantes de responsáveis de diversas áreas já sentem resultados bastante satisfatórios.

Até os colégios, desde o ensino fundamental, já partem rumo ao novo milênio, conscientizando os futuros cidadãos sobre a importância da caridade, da filantropia e do exercício da cidadania.

Está provado que o indivíduo que exerce um trabalho voluntário vive mais e é muito mais feliz. Perto de você, há sempre uma pessoa, uma família ou uma entidade precisando do seu trabalho, da sua ajuda e do seu amor!

19 de Julho

A caridade sempre esteve presente, em maior ou menor grau, na história da humanidade. As pessoas de um mesmo grupo social se ajudavam, e a partir desta troca se dava o progresso do grupo e dos indivíduos.

Mas o conceito de caridade se tornou mais claro com o cristianismo, através do mandamento que diz: “amai-vos uns aos outros”. Este é o princípio da caridade, amar e ajudar ao próximo.

Ao longo dos séculos, a caridade foi sendo exercitada não apenas pela Igreja, mas por pessoas e grupos que tinham como objetivo fazer o bem ao próximo. Hoje, solidariedade é um termo mais presente na sociedade. É um conceito abrangente, mas em sua origem está a idéia de caridade.

“Nós temos de fazer tudo para que todos tenham igualmente seus direitos reconhecidos e a sua oportunidade de vida. Todos, sem distinção, todos os seres humanos. A caridade vai nessa direção. E isso é ética.

Ética é reconhecer a dignidade do ser humano e agir segundo a dignidade inviolável de cada ser humano. E a caridade ainda inclui justiça social, solidariedade e tudo aquilo que ajuda a promover as pessoas, a libertar as pessoas de todas as suas opressões.

No entanto, a justiça sozinha não consegue cuidar das pessoas. Porque a justiça cobra, mas, por essência, não perdoa. A caridade perdoa”. (Trecho do discurso do Cardeal Dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, durante a conferência entitulada “Ética e Solidariedade – o verdadeiro conceito de caridade cristã”, em 2002).

O conceito de caridade é praticamente inexistente na tradição judaica. “Os judeus não fazem caridade: em vez da caridade, o judeu faz tsedacá, justiça. Quando um judeu faz uma contribuição em dinheiro, tempo ou recursos aos necessitados, não está sendo benevolente, generoso ou “caridoso. Está fazendo aquilo que é certo e justo”. (Baseado nos ensinamentos de Lubavitcher Rebe).

Independente de uma data específica ou de crenças religiosas, a caridade e a solidariedade devem ser praticadas cotidianamente. Madre Teresa de Calcutá, que ganhou Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho, dedicou toda a sua vida para trazer conforto e bem estar aos mais necessitados.

Francisco da Silva Xavier, ou Chico Xavier, como ficou conhecido, também trabalhou toda a vida para propagar o bem e a caridade, através dos preceitos da doutrina espírita.

No Brasil, o dia 19 de julho tornou-se oficialmente o Dia da Caridade através da Lei nº 5.063, de 1966, por decreto do então presidente Humberto Castelo Branco. Ironicamente, em plena ditadura militar.

Ajudar o próximo, promover a inclusão social, diminuir de alguma forma o sofrimento das pessoas, tudo isso é ser caridoso. Pratique a caridade todos os dias!

19 de Julho

“Caritas in veritate”

Carta encíclica escrita pelo Papa Bento XVI sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, assinada no passado dia 29 de Junho, solenidade de São Pedro e São Paulo.

INTRODUÇÃO

Dia da Caridade

1. A caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira.

O amor — «caritas» — é uma força extraordinária, que impele as pessoas a comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta.

Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projeto que Deus tem para ele a fim de o realizar plenamente: com efeito, é em tal projeto que encontra a verdade sobre si mesmo e, aderindo a ela, torna-se livre (cf. Jo 8, 22). Por isso, defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade.

Esta, de fato, rejubila com a verdade (1 Cor 13, 6). Todos os homens sentem o impulso interior para amar de maneira autêntica: amor e verdade nunca desaparecem de todo neles, porque são a vocação colocada por Deus no coração e na mente de cada homem. Jesus Cristo purifica e liberta das nossas carências humanas a busca do amor e da verdade e desvenda-nos, em plenitude, a iniciativa de amor e o projeto de vida verdadeira que Deus preparou para nós.

Em Cristo, a caridade na verdade torna-se o Rosto da sua Pessoa, uma vocação a nós dirigida para amarmos os nossos irmãos na verdade do seu projeto. De fato, Ele mesmo é a Verdade (cf. Jo 14, 6).

2. A caridade é a via mestra da doutrina social da Igreja. As diversas responsabilidades e compromissos por ela delineados derivam da caridade, que é — como ensinou Jesus — a síntese de toda a Lei (cf. Mt 22, 36-40).

A caridade dá verdadeira substância à relação pessoal com Deus e com o próximo; é o princípio não só das micro-relações estabelecidas entre amigos, na família, no pequeno grupo, mas também das macro-relações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos. Para a Igreja — instruída pelo Evangelho —, a caridade é tudo porque, como ensina S. João (cf. 1 Jo 4, 8.16) e como recordei na minha primeira carta encíclica, «Deus é caridade» (Deus caritas est): da caridade de Deus tudo provém, por ela tudo toma forma, para ela tudo tende. A caridade é o dom maior que Deus concedeu aos homens; é sua promessa e nossa esperança.

Estou ciente dos desvios e esvaziamento de sentido que a caridade não cessa de enfrentar com o risco, daí resultante, de ser mal entendida, de excluí-la da vida ética e, em todo o caso, de impedir a sua correta valorização. Nos âmbitos social, jurídico, cultural, político e econômico, ou seja, nos contextos mais expostos a tal perigo, não é difícil ouvir declarar a sua irrelevância para interpretar e orientar as responsabilidades morais. Daqui a necessidade de conjugar a caridade com a verdade, não só na direção assinalada por S. Paulo da «veritas in caritate» (Ef 4, 15), mas também na direção inversa e complementar da «caritas in veritate».

A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na «economia» da caridade, mas esta por sua vez há-de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade. Deste modo teremos não apenas prestado um serviço à caridade, iluminada pela verdade, mas também contribuído para acreditar a verdade, mostrando o seu poder de autenticação e persuasão na vida social concreta. Fato este que se deve ter bem em conta hoje, num contexto social e cultural que relativiza a verdade, aparecendo muitas vezes negligente senão mesmo refratário à mesma.

3. Pela sua estreita ligação com a verdade, a caridade pode ser reconhecida como expressão autêntica de humanidade e como elemento de importância fundamental nas relações humanas, nomeadamente de natureza pública. Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é simultaneamente a luz da razão e a da fé, através das quais a inteligência chega à verdade natural e sobrenatural da caridade: identifica o seu significado de doação, acolhimento e comunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente.

É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente. A verdade liberta a caridade dos estrangulamentos do emotivismo, que a despoja de conteúdos relacionais e sociais, e do fideísmo, que a priva de amplitude humana e universal. Na verdade, a caridade reflete a dimensão simultaneamente pessoal e pública da fé no Deus bíblico, que é conjuntamente Agape e Logo: Caridade e Verdade, Amor e Palavra.

4. Porque repleta de verdade, a caridade pode ser compreendida pelo homem na sua riqueza de valores, partilhada e comunicada. Com efeito, a verdade é «logos» que cria «diá-logos» e, consequentemente, comunicação e comunhão. A verdade, fazendo sair os homens das opiniões e sensações subjetivas, permite-lhes ultrapassar determinações culturais e históricas para se encontrarem na avaliação do valor e substância das coisas. A verdade abre e une as inteligências no logos do amor: tal é o anúncio e o testemunho cristão da caridade.

No atual contexto social e cultural, em que aparece generalizada a tendência de relativizar a verdade, viver a caridade na verdade leva a compreender que a adesão aos valores do cristianismo é um elemento útil e mesmo indispensável para a construção duma boa sociedade e dum verdadeiro desenvolvimento humano integral. Um cristianismo de caridade sem verdade pode ser facilmente confundido com uma reserva de bons sentimentos, úteis para a convivência social mas marginais. Deste modo, deixaria de haver verdadeira e propriamente lugar para Deus no mundo.

Sem a verdade, a caridade acaba confinada num âmbito restrito e carecido de relações; fica excluída dos projetos e processos de construção dum desenvolvimento humano de alcance universal, no diálogo entre o saber e a realização prática.

5. A caridade é amor recebido e dado; é «graça» (charis). A sua nascente é o amor que brota do Pai pelo Filho no Espírito Santo. É amor que, pelo Filho, desce sobre nós. É amor criador, pelo qual existimos; amor redentor, pelo qual somos recriados. Amor revelado e vivido por Cristo (cf. Jo 13, 1), é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5, 5). Destinatários do amor de Deus, os homens são constituídos sujeitos de caridade, chamados a fazerem-se eles mesmos instrumentos da graça, para difundir a caridade de Deus e tecer redes de caridade.

A esta dinâmica de caridade recebida e dada, propõe-se dar resposta a doutrina social da Igreja. Tal doutrina é «caritas in veritate in re sociali», ou seja, proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade; é serviço da caridade, mas na verdade. Esta preserva e exprime a força libertadora da caridade nas vicissitudes sempre novas da história. É ao mesmo tempo verdade da fé e da razão, na distinção e, conjuntamente, sinergia destes dois âmbitos cognitivos.

O desenvolvimento, o bem-estar social, uma solução adequada dos graves problemas socioeconômicos que afligem a humanidade precisam desta verdade. Mais ainda, necessitam que tal verdade seja amada e testemunhada. Sem verdade, sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a atividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, sobretudo numa sociedade em vias de globalização que atravessa momentos difíceis como os atuais.

6.Caritas in veritate é um princípio à volta do qual gira a doutrina social da Igreja, princípio que ganha forma operativa em critérios orientadores da ação moral. Destes, desejo lembrar dois em particular, requeridos especialmente pelo compromisso em prol do desenvolvimento numa sociedade em vias de globalização: a justiça e o bem comum.

Em primeiro lugar, a justiça. Ubi societas, ibi ius: cada sociedade elabora um sistema próprio de justiça. A caridade supera a justiça, porque amar é dar, oferecer ao outro do que é «meu»; mas nunca existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é «dele», o que lhe pertence em razão do seu ser e do seu agir. Não posso « dar » ao outro do que é meu, sem antes lhe ter dado aquilo que lhe compete por justiça.

Quem ama os outros com caridade é, antes de mais nada, justo para com eles. A justiça não só não é alheia à caridade, não só não é um caminho alternativo ou paralelo à caridade, mas é inseparável da caridade, é-lhe intrínseca. A justiça é o primeiro caminho da caridade ou, como chegou a dizer Paulo VI, «a medida mínima» dela, parte integrante daquele amor «por ações e em verdade» (1 Jo 3, 18) a que nos exorta o apóstolo João. Por um lado, a caridade exige a justiça: o reconhecimento e o respeito dos legítimos direitos dos indivíduos e dos povos. Aquela empenha-se na construção da « cidade do homem » segundo o direito e a justiça.

Por outro, a caridade supera a justiça e completa-a com a lógica do dom e do perdão. A «cidade do homem» não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo.

7. Depois, é preciso ter em grande consideração o bem comum. Amar alguém é querer o seu bem e trabalhar eficazmente pelo mesmo. Ao lado do bem individual, existe um bem ligado à vida social das pessoas: o bem comum. É o bem daquele «nós-todos», formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em comunidade social. Não é um bem procurado por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e que, só nela, podem realmente e com maior eficácia obter o próprio bem.

Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade. Comprometer-se pelo bem comum é, por um lado, cuidar e, por outro, valer-se daquele conjunto de instituições que estruturam jurídica, civil, política e culturalmente a vida social, que deste modo toma a forma de pólis, cidade. Ama-se tanto mais eficazmente o próximo, quanto mais se trabalha em prol de um bem comum que dê resposta também às suas necessidade reais. Todo o cristão é chamado a esta caridade, conforme a sua vocação e segundo as possibilidades que tem de incidência na pólis. Este é o caminho institucional — podemos mesmo dizer político — da caridade, não menos qualificado e incisivo do que o é a caridade que vai diretamente ao encontro do próximo, fora das mediações institucionais da pólis. Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político. Aquele, como todo o empenho pela justiça, inscreve-se no testemunho da caridade divina que, agindo no tempo, prepara o eterno.

A ação do homem sobre a terra, quando é inspirada e sustentada pela caridade, contribui para a edificação daquela cidade universal de Deus que é a meta para onde caminha a história da família humana. Numa sociedade em vias de globalização, o bem comum e o empenho em seu favor não podem deixar de assumir as dimensões da família humana inteira, ou seja, da comunidade dos povos e das nações, para dar forma de unidade e paz à cidade do homem e torná-la em certa medida antecipação que prefigura a cidade de Deus sem barreiras.

8. Ao publicar a encíclica Populorum progressio em 1967, o meu venerado predecessor Paulo VI iluminou o grande tema do desenvolvimento dos povos com o esplendor da verdade e com a luz suave da caridade de Cristo. Afirmou que o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento e deixou-nos a recomendação de caminhar pela estrada do desenvolvimento com todo o nosso coração e com toda a nossa inteligência, ou seja, com o ardor da caridade e a sapiência da verdade. É a verdade originária do amor de Deus — graça a nós concedida — que abre ao dom a nossa vida e torna possível esperar num desenvolvimento do homem todo e de todos os homens, numa passagem de condições menos humanas a condições mais humanas, que se obtém vencendo as dificuldades que inevitavelmente se encontram ao longo do caminho.

Passados mais de quarenta anos da publicação da referida encíclica, pretendo prestar homenagem e honrar a memória do grande Pontífice Paulo VI, retomando os seus ensinamentos sobre o desenvolvimento humano integral e colocando-me na senda pelos mesmos traçada para os atualizar nos dias que correm.

Este processo de atualização teve início com a encíclica Sollicitudo rei socialis do Servo de Deus João Paulo II, que desse modo quis comemorar a Populorum progressio no vigésimo aniversário da sua publicação. Até então, semelhante comemoração tinha-se reservado apenas para a Rerum novarum. Passados outros vinte anos, exprimo a minha convicção de que a Populorum progressio merece ser considerada como «a Rerum novarum da época contemporânea», que ilumina o caminho da humanidade em vias de unificação.

9. O amor na verdade — caritas in veritate — é um grande desafio para a Igreja num mundo em crescente e incisiva globalização. O risco do nosso tempo é que, à real interdependência dos homens e dos povos, não corresponda a interação ética das consciências e das inteligências, da qual possa resultar um desenvolvimento verdadeiramente humano. Só através da caridade, iluminada pela luz da razão e da fé, é possível alcançar objetivos de desenvolvimento dotados de uma valência mais humana e humanizadora. A partilha dos bens e recursos, da qual deriva o autêntico desenvolvimento, não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial de amor que vence o mal com o bem (cf. Rm 12, 21) e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades.

A Igreja não tem soluções técnicas para oferecer e não pretende de modo algum imiscuir-se na política dos Estados; mas tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação. Sem verdade, cai-se numa visão empirista e céptica da vida, incapaz de se elevar acima da ação porque não está interessada em identificar os valores — às vezes nem sequer os significados — pelos quais julgá-la e orientá-la. A fidelidade ao homem exige a fidelidade à verdade, a única que é garantia de liberdade (cf. Jo 8, 32) e da possibilidade dum desenvolvimento humano integral.

É por isso que a Igreja a procura, anuncia incansavelmente e reconhece em todo o lado onde a mesma se apresente. Para a Igreja, esta missão ao serviço da verdade é irrenunciável. A sua doutrina social é um momento singular deste anúncio: é serviço à verdade que liberta. Aberta à verdade, qualquer que seja o saber donde provenha, a doutrina social da Igreja acolhe-a, compõe numa unidade os fragmentos em que frequentemente a encontra, e serve-lhe de medianeira na vida sempre nova da sociedade dos homens e dos povos.

19 de Julho

O que nos dizem sobre a CARIDADE…

Camilo Castelo Branco:

“A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem.”

“A verdadeira lei do progresso moral é a caridade.”

René Descartes:

“A caridade cobre com um véu os defeitos dos homens.”

Francis Bacon:

“Na caridade não há excessos.”

São Paulo:

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.”

Santo Agostinho:

“Nas coisas necessárias, a unidade; nas duvidosas, a liberdade; e em todas, a caridade.”

“Onde não há caridade não pode haver justiça.”

Isaac Newton:

“Virtude sem caridade não passa de nome.”

Cesare Cantú:

“A caridade é o único tesouro que se aumenta ao dividí-lo.”

Émile-Auguste Chartier:

“Sermos bons com os outros e com nós próprios, ajudá-los a viver, ajudarmo-nos a viver, eis a verdadeira caridade.”

Miguel de Cervantes:

“As obras de caridade que se praticam com tibieza e como que a medo, nenhum mérito, nem valor têm.”

“Não há bolsa melhor que a caridade.”

Fonte: WMulher, Soleis/portoalegre.rs.gov.br/www.opusdei.org.br/casadecamilo.wordpress.com

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