Dia do Tintureiro

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Corantes orgânicos e os Tintureiros

Os corantes mais usados na antiguidade remota, a partir de 3.000 a.C., eram obtidos de plantas, árvores, moluscos e insetos.

O vermelho era obtido a partir de insetos sugadores cujo corpo contém um corante, o ácido carmínico, um derivado da antraquinona, e cujo habitat era uma espécie de carvalho (carvalho do quermes ou sanguinolento (côr)) ou, também, de capins de certas regiões.

Depois de capturados os insetos eram secados e triturados.

O vermelho vivo, ou escarlate, obtido destes insetos era muito usado pelos judeus no seu culto religioso (Ex. XXVI,1).

Outra fonte de corante vermelho era a raiz de plantas do genero Rubia, em particular a Rubia tinctorum ou Rubia cordifolia( munjeet) da India.

Há indícios de que no Vale do Indus,em 3.000 a.C., já se tingia algodão com este corante.

Os egípcios importavam alguns corantes vermelhos, entre eles o quermes, que vinha da Síria.

Outro corante vermelho já usado em 2.500 a.C. era a henna (em arábico: hinna) ou Lawsonia inermis, de côr vermelho-alaranjado, como tintura de cabelo e dos dedos e das unhas e muito comum atualmente.

Os corantes amarelos eram extraídos das folhas do girassol (Carthamus tinctorius), ou do açafrão (Crocus sativus), muito comum no Egito, Siria e Creta ou ainda da curcuma (Curcuma longa) encontrada na Mesopotâmia, Egito e India.

O pó das raízes da curcuma além de fornecer o corante era também usado como condimento (curry, na culinária inglesa atual).

Na Mesopotâmia usavam-se as cascas da pomagranata (Punica granatum) para extrair com água uma tintura amarela que também servia como tinta.

Os corantes azuis usados eram o “woad” (Isatis tinctoria) e o indigo (Indigofera tinctoria) cujo uso para tingir roupas data de 2.500 a.C., no Egito e, posteriormente (300 a.C.), na Mesopotâmia.

Corantes provenientes de moluscos eram muito valiosos e sua extração constituia um dinâmico comércio no Mediterrâneo, entre Tiros e Haifa.

Eram de côr púrpura e obtidos das glândulas dos moluscos Purpura e Murex.

Eram usados para o tingimento de lã com côr vermelha-violeta ou púrpura escuro comerciada pelos Sírios.

A mistura do azul com púrpura para a obtenção de nuances, muito valiosas nesta época, para tingir a lã, era um segredo comercial.

Os corantes pretos eram usados para tingir os cabelos e eram obtidos do carvalho.

A tinturaria teve grande importância desde 2.000 a.C. e a profissão de tintureiro era muito valorizada. Nesta época esta atividade estava ligada também aos templos onde as roupas sagradas usadas pelos sacerdotes eram tingidas.

Na Mesopotâmia e no norte da Siria, por volta de 1500 a.C., apareceram grandes centros laníferos que exportavam sua produção para outras regiões, por exemplo, para o Egito, onde os tintureiros introduziram uma grande variedade de panos coloridos (vermelhos,amarelos,azuis e verdes) também listrados.

Outras cores surgiram posteriormente.

A fixação de muitos corantes no tecido era feita por mordentes que podiam ser sais inorgânicos como o alumen, sais de ferro ou cobre para a obtenção de preto intenso ou por produtos naturais, sob forma ácida, obtidos por fermentação de plantas.

O corante mais usado e que dispensa mordente era o indigo que era dissolvido em urina em grandes tachos. Este processo era muito usado no Egito .

As agruras da profissão de tintureiro ou “químico” , com seus odores e processos, era motivo de comentários desairosos por outros artesãos.

Os cheiros e odores resultantes desta atividade e as relacionadas à extração de corantes de moluscos, muito comum nas costas do Mediterrâneo, já representavam um problema de poluição local, dada à intensidade destas atividades.

Dia dos Tintureiros – Comemoração

Dia 03 de agosto é dia de Santa Lídia, padroeira dos Tintureiros. Por isso, neste dia é comemorado também o Dia do Tintureiro.

Santa Lídia foi uma das primeiras cristãs na Europa. Judia comerciante de púrpura, ela converteu-se ao cristianismo batizada por São Paulo.

Sua cidade, Tiatira, na Ásia, tornou-se notável em razão dos famosos tecidos de púrpura e da indústria de tinta.

A púrpura é uma matéria corante vermelho-escura usada antigamente para tingir tecidos.

Dia dos profissionais que dominam a técnica do tingimento, da lã, juta, algodão, seda etc. Essa arte é tão antiga quanto a humanidade, acredita-se que foi descoberta por acaso, talvez, por causa de alguma mancha acidental.

O certo é que a possibilidade de alterar as cores e brincar com seus matizes sempre aguçou a criatividade do ser humano. No Egito, há mais de seis mil anos antes de Cristo, as roupas tingidas pelas cores vibrantes eram privilégios dos faraós e sacerdotes, estabelecendo uma divisão de castas sociais.

As mulheres e homens usavam pinturas no rosto e nos cabelos, extraídas de raízes e cascas de árvores, misturadas com óleos e gorduras especiais que lhes davam consistência e durabilidade. Essas técnicas foram difundidas pelas margens do Nilo e ultrapassaram as fronteiras do continente, se mesclaram com às já conhecidas pelos outros nativos e assim foram disseminadas por todos os povos do mundo.

Sabemos também que através das combinações das cores e tipos de técnicas de tinturaria são reconhecias muitas civilizações e suas etnias. Esse dia foi escolhido para comemorar os tintureiros por ser o dia de sua padroeira, Santa Lídia, canonizada pelo papa Baronio em 1607. Ela foi uma das primeiras cristãs na Europa. Judia comerciante de púrpura, converteu-se ao cristianismo, batizada por São Paulo. Sua cidade, Tiatira, na Ásia, se notabilizou pelos famosos tecidos de púrpura e pela indústria de tinta de fios.

A evolução da humanidade trouxe modernidade às técnicas que foram adaptadas à novos processos industriais. A partir do início deste século, devido a maior facilidade, tempo e menor custo no tingimento químico, foram introduzidos os corantes sintéticos, que praticamente substituíram os tingimentos com corantes naturais.

Os profissionais técnicos das várias seções produtivas da indústria da tinturaria são: encarregados, quadros médios, chefes-de-turno e técnicos de laboratório. Têm formação acadêmica, com conhecimentos específicos e complementares na área de tinturaria de fio, aprofundando conceitos que lhes permitem relacionar o tipo de bobinagem, maquinaria utilizada e processo de tingimento com a fibra a tingir.

Atualmente o processo industrial de tingimento é oferecido pelas compactas “Lavanderias/Tinturarias” que reciclam roupas usadas e à preços acessíveis à população. Nesse caso o tingimento é feito através de sistema moderno com máquinas desenvolvidas especialmente para este fim, oferecendo um resultado de alta qualidade e confiabilidade. No caso do jeans, por exemplo, após um processo especial, ele poderá receber uma das trinta cores do mostruário que a pessoa pode optar.

O resultado final é de uma peça impecável de visual novo e a um preço até cinco vezes menor de um jeans novo de marca. Os donos desses pequenos estabelecimentos são os vanguardistas dos primeiros tintureiros, e recebem as homenagens hoje também.

São Pedro de Anagni, Bispo e Confessor. (+ Itália, 1105)

Provinha da nobre família dos príncipes de Salerno e era monge beneditino em Anagni, quando o Papa Alexandre II, que ali se encontrava exilado, nomeou-o bispo da mesma cidade. Esteve em Constantinopla, a mandado de Alexandre II, como embaixador junto ao imperador. Participou da primeira Cruzada e retornou à sua diocese. Foi canonizado apenas cinco anos decorridos do seu falecimento.

Dia do Tintureiro
Santa Lídia Filippi – Igreja de Santa Lídia Século I

Os apóstolos Silas, Timóteo e Lucas acompanhavam Paulo em sua segunda missão na Europa, quando chegaram em Filipos, uma das principais cidades da Macedônia, que desfrutava de direitos de colônia romana. Lá encontraram uma mulher que lhes foi de grande valor.

Eles já haviam passado alguns dias na cidade. Mas Paulo e seus companheiros pensavam em ficar até o sábado, pelo menos, pois era o dia em que os correligionários judeus se reuniriam para as orações. Como Filipos não tinha sinagoga, o local mais provável para o encontro seria às margens do pequeno rio Gangas, que passava fora da porta da cidade.

Assim entendendo, ao procurarem o lugar ideal para suas preces, como nos narra são Lucas nos Atos dos Apóstolos, eles foram para lá e começaram a falar com as mulheres que já estavam reunidas. Entre elas estava Lídia, uma comerciante de púrpura, nascida em Tiatira, na Ásia.

Ela escutava com muita atenção, pois não era pagã idólatra, acreditava em Deus, o que quer dizer que tinha se convertido à fé dos judeus. E o Senhor abrira o seu coração para que aderisse às palavras de Paulo.

Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses e, principalmente, dentro da própria família. Isso porque a púrpura era um corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Na época, o tecido já tingido era chamado de púrpura, e o mais valioso existente. Usado como símbolo de alta posição social, era consumido apenas pela elite das cortes.

Quando terminou a pregação, Lídia tornou-se cristã. Com o seu testemunho, conseguiu converter e batizar toda a sua família. Depois disto, ela os convidou: “Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa”. E os forçou a aceitar.

Esta, com certeza, foi a primeira e maior conquista dos primeiros apóstolos de Cristo. A casa de Lídia tornou-se a primeira Igreja católica no solo europeu.

Lídia usou todo o seu prestígio social, sucesso comercial e poder de sua liderança para, junto de outras mulheres, levar para dentro dos lares a palavra de Cristo, difundindo, assim, a Boa Nova entre os filipenses. A importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.

O culto a santa Lídia é uma tradição cristã das mais antigas de que a Igreja Católica tem notícia. A sua veneração é respeitada, pois seus atos são sinais evidentes de sua santidade.

Considerada a Padroeira dos Tintureiros, santa Lídia é festejada no dia 3 de agosto.

Fonte:www.iqsc.usp.br/UFGNet/www.trabalhonota10.com.br/www.derradeirasgracas.com

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