Dia do Peão de Boiadeiro

27 de Agosto

Rodeio

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Definições e Origens

O rodeio originou-se na Espanha, foi adotado pelos mexicanos e logo após a guerra com os norteamericanos, no século XIX, adaptou-se à América colonial inglesa.

No Brasil, o rodeio é um sincretismo do esporte importado dos EUA. na década de 1950. Esta última versão do rodeio que hoje convive com a vaquejada – um jogo tradicional praticado desde o século XVI em todo o país – consiste em montar touros e cavalos não domados, com o cavaleiro permanecendo no mínimo oito segundos na montaria segurando apenas com uma das mãos, e se apoiando em uma corda, presa ao animal.

Nos EUA, a primeira competição de rodeio aparece em 1869 e desde 1975 esta manifestação tem sido interpretada como um esporte com regras de aceitação internacional, provas credenciadas e profissionalismo.

Tal tendência estendeu-se em épocas subsequentes ao Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Brasil, com adaptações locais em termos de organização e práticas. Daí a versão brasileira manter traços de uma outra modalidade de esporte equestre, isto é, a vaquejada, e clima de festa, associando-se a disputas artísticas, jogos de futebol, desfiles, danças, músicas e comidas típicas.

Enquanto tal, o rodeio brasileiro é hoje um modelo de conciliação de folklore com marketing e competição esportiva, distinguindo-se todavia da influência norte-americana por não ter uma entidade central de filiações mas um pólo de radiação do esporte (cluster) representado pela cidade de Barretos-SP.

Dia do Peão de Boiadeiro

Nesta origem, o rodeio assumiu uma postura de festa associando-se a disputas artísticas, jogos de futebol, desfiles, danças, músicas e comidas típicas, segundo a cultura de Barretos, considerada, na época, a capital da pecuária nacional.

1955 – Um grupo de jovens da cidade de Barretos funda um clube batizado de “Os Independentes”, que tinha como regra inicial para participação, a exigência do interessado ser independente economicamente, solteiro e ter mais de 21 anos.

1956- Por iniciativa do clube de jovens “Os Independentes” tem lugar o primeiro rodeio oficial na cidade de Barretos, então denominado de “Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos”, realizada no mês de agosto em um velho picadeiro de circo de touradas. A partir deste ano, sempre no mês de agosto, as festas passaram a fazer parte do calendário oficial de festividades da cidade, e a mobilizar adesões nos municípios vizinhos.

Década de 1960 – A festa de peões e boiadeiros de Barretos assume progressivamente alcance e renome nacional.

1964- A fama dos rodeios começa a atrair turistas do Chile, Peru, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Neste ano o evento foi declarado como de utilidade pública em Barretos, em função de sua contribuição para o desenvolvimento econômico do município e benefício a várias entidades assistenciais.

Década de 1980- O local da festa em Barretos foi se revelando insuficiente para atender ao crescimento do número de seus participantes. Fez-se, então, um projeto para uma nova arena em contrato com Oscar Niemeyer. Em 1986, inauguravase o Parque do Peão em formato de ferradura e capacidade para 35 mil pessoas sentadas, hoje considerado uma das maiores arenas de rodeio do mundo.

1993 – Na cidade de Barretos realizou-se o primeiro “Rodeio Internacional”, com presença de cowboys americanos e canadenses.

1994 – A internacionalização da “Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos” incluiu também peões da Nova Zelândia, Austrália e Cuba. Ainda neste ano, o país conhece seu primeiro campeão mundial de montaria em touros, o brasileiro Adriano Moraes que teve seu nome gravado no Guinnes Book, por ter “parado” em 10 touros seguidos, um em cada dia, na final mundial de rodeios realizados nos EUA.

1998 – No último domingo do mês de agosto, data do encerramento da 43ª Festa de Barretos e do 16º “Freio de Ouro”, realizado em Esteio, no Rio Grande do Sul, o número de assistentes totalizou 45 mil, superando naquele dia o público dos estádios de futebol, em quatro jogos de campeonato brasileiro, realizados em São Paulo, que contabilizaram um número de 33.448 torcedores. Neste mesmo ano empresários americanos do Texas visitaram no mês de setembro o Jaguariúna Rodeio Festival, em São Paulo, a fim de observar a organização e o mercado em expansão do rodeio brasileiro.

Interpretação do Desenvolvimento – anos 1990 – Nesta década consolidou-se o rodeio no Brasil como festival esportivo popular a partir do cluster de Barretos. A evidência deste fato foi o crescimento da cobertura de revistas, jornais, rádios e TV aos rodeios organizados em todo o sudeste e sul do Brasil. Além do reforço dado pela internacionalização de eventos, gerou-se nesta década um estilo de roupas, objetos de uso pessoal e musica popular relacionada tanto ao rodeio como ao mundo rural – e sertanejo – brasileiro em geral, com grande apelo mercadológico. A estes eventos e produtos típicos associaram-se feiras de equipamentos e veículos já resultantes do importante impulso econômico pelo qual passava o meio rural do país na década em foco. Outras cidades de referência do rodeio surgiram neste período seguindo o impacto de Barretos. Em consequência, também surgiu uma nova fonte de turismo interno e externo com impacto na arrecadação de vários municípios até então sem notoriedade. Além de Barretos, outras cidades como Jaguariúna, Americana, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e outras ficaram conhecidas como pontos de referência de rodeios fora do interior do Estado de SP, como localidades de Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e Goiás.

Situação atual

O Brasil pode ser identificado, no momento, como o segundo país do mundo no tocante ao nível técnico e organizacional de rodeios, considerando-se a reconhecida liderança neste esporte exercida pelos EUA. Tal posição é frequentemente relacionada ao número de eventos por ano produzidos no país, estimado em cerca de 1300 festivais de competição, sobretudo concentrados nas regiões sudeste e centro-sul. O número de arenas já ultrapassa 140, num mercado avaliado em US$ 2,2 bilhões por ano entre negócios diretos e indiretos. Somente no ano de 2000, o rodeio de Barretos atraiu em torno de 1,2 milhões de visitantes movimentando US$ 90 milhões, segundo cálculos do Sebrae-SP.

O público pagante por temporada nos rodeios apresenta-se em torno de 26 milhões e gera aproximadamente 240 mil empregos diretos e indiretos por ano. Seus patrocinadores são bancos, seguradoras, agências de turismo, fabricantes de automóveis, bebidas, confecções, calçados, eletrônicos etc., que compõem a “Indústria Brasileira do Rodeio” já considerada como a segunda maior do mundo. A credibilidade e a valorização do rodeio em relação aos demais esportes ficou evidente no ano de 2001, quando da regularização da profissão do peão de boiadeiro. Uma segunda lei regulamentou a realização dos rodeios no Brasil a partir de 17 de julho de 2002, determinando que haja uma fiscalização sanitária; que todos os animais sejam vacinados; e que nenhum material utilizado pelos peões e animais ponham em risco a integridade física dos touros e cavalos.

Tais medidas somam-se ainda às normas e critérios impostos por associações tais como a Federação Nacional de Rodeio Completo; a Cowboy Forever – Rodeio Universitário; a Confederação Nacional de Rodeio; a Prótouro – Associação dos Proprietários de Touros de Rodeio; e a Federação de Rodeio do Estado de São Paulo, as quais vem contribuindo para a melhoria do nível de organização e credibilidade no esporte rodeio. À parte deste desenvolvimento, cabe relevar que a tradição da vaquejada parece estar sendo revitalizada pelo rodeio uma vez que arenas deste jogo tradicional têm aparecido recentemente próximo a grandes centros urbanos tais como Rio de Janeiro (Xerém) e áreas contíguas ao Distrito Federal, Estado de Goiás. Em seu todo, a tradição da vaquejada continua prevalecendo nas regiões nordeste e norte do país sugerindo uma realimentação mutua entre o esporte e o jogo.

Referência

Barros, K. (2000), A história do rodeio – a brincadeira que virou esporte. Revista Rodeo Country. Ano 3, nº 28, p. 17; Beting, J. (2000), As patas do (T)ouro. O Globo, Economia, 19/ 8, Rio de Janeiro , p.36; Pimentel, G. A. (1997, A mídia na construção social do rodeio esporte. Anais do 10º Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, v. 1, pp.544-551; Serra, R. A. A. (1999), A cultura e a etnografia desportiva dos rodeios e sua prática por crianças e jovens. Dissertação de Mestrado. Instituto de Educação Física. UERJ. Rio de Janeiro; Serra, R. A. A. (2002), O rodeio como uma manifestação esportiva de identidade cultural do interior de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Pós- Graduação em Ciência da Motricidade Humana. Universidade Castelo Branco. Rio de Janeiro; Serra, R. (2000), Rodeio: uma paixão!. Gryphus, Rio de Janeiro.

Fonte: www.atlasesportebrasil.org.br

Dia do Peão de Boiadeiro

27 de Agosto

Inspirado no trabalho de manejo do gado em fazendas, o rodeio esportivo surgiu como evento há mais de 50 anos no Brasil. Inicialmente concebido como um desafio entre peões, o passatempo nos momentos de folga transformou-se em festas do peão caindo logo no gosto popular porque retratavam o dia-a-dia das fazendas.

As primeiras festas do peão aconteceram em Paulo de Faria e Barretos (1956). Nos anos 60 e 70 veio a consagração destes eventos típicos, com montarias em cavalo, no estilo cutiano, totalmente rústico, praticado até hoje somente no Brasil.

Nos anos 80, o tropeiro Tião Procópio, na época cowboy, filho do fundador da festa do peão de Paulo de Faria, trouxe dos EUA, a modalidade em touros. Na mesma época, o oeste paulista começava a formar o reduto quartista, com a importação de cavalos da raça quarto de milha pelo haras King Ranch, instalado em Presidente Prudente, São Paulo.

Dia do Peão de Boiadeiro

Na esteira da formação do plantel nacional, os criadores também trouxeram a cultura western e das provas cronometradas, como laço em dupla, laço de bezerro, bulldogging, três tambores, rédeas, apartação e western pleasure, todas já muito difundidas no hemisfério norte.

Realizar uma competição com montarias e rodeio cronometrado, passou a ser o modelo dos anos 90, num conceito conhecido como rodeio completo.

Dentro do processo de profissionalização da atividade. Os cowboys viraram competidores e os animais atlelas. O rodeio ganhava conceito de esporte, mas sem estrutura padronizada.

Pôr isso, os quatro maiores eventos de rodeio – Jaguariuna Rodeo Festival, Rodeo de Campeões (Presidente Prudente), Cowboy do Asfalto (Goiânia) e Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos – fundaram em 1996, a Federação Nacional de Rodeio Completo.

Fonte: Os Simprão

Dia do Peão de Boiadeiro

27 de Agosto

LEI Nº 10.519, DE 17 DE JULHO DE 2002

Dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sanitária animal quando da realização de rodeio e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A realização de rodeios de animais obedecerá às normas gerais contidas nesta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se rodeios de animais as atividades de montaria ou de cronometragem e as provas de laço, nas quais são avaliados a habilidade do atleta em dominar o animal com perícia e o desempenho do próprio animal.

Art. 2º Aplicam-se aos rodeios as disposições gerais relativas à defesa sanitária animal, incluindo-se os atestados de vacinação contra a febre aftosa e de controle da anemia infecciosa equina.

Art. 3º Caberá à entidade promotora do rodeio, a suas expensas, prover:

I – infra-estrutura completa para atendimento médico, com ambulância de plantão e equipe de primeiros socorros, com presença obrigatória de clínico-geral;

II – médico veterinário habilitado, responsável pela garantia da boa condição física e sanitária dos animais e pelo cumprimento das normas disciplinadoras, impedindo maus tratos e injúrias de qualquer ordem;

III – transporte dos animais em veículos apropriados e instalação de infra-estrutura que garanta a integridade física deles durante sua chegada, acomodação e alimentação;

IV – arena das competições e bretes cercados com material resistente e com piso de areia ou outro material acolchoador, próprio para o amortecimento do impacto de eventual queda do peão de boiadeiro ou do animal montado.

Art. 4º Os apetrechos técnicos utilizados nas montarias, bem como as características do arreamento, não poderão causar injúrias ou ferimentos aos animais e devem obedecer às normas estabelecidas pela entidade representativa do rodeio, seguindo as regras internacionalmente aceitas.

§ 1º As cintas, cilhas e as barrigueiras deverão ser confeccionadas em lã natural com dimensões adequadas para garantir o conforto dos animais.

§ 2º Fica expressamente proibido o uso de esporas com rosetas pontiagudas ou qualquer outro instrumento que cause ferimentos nos animais, incluindo aparelhos que provoquem choques elétricos.

§ 3º As cordas utilizadas nas provas de laço deverão dispor de redutor de impacto para o animal.

Art. 5º A entidade promotora do rodeio deverá comunicar a realização das provas ao órgão estadual competente, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, comprovando estar apta a promover o rodeio segundo as normas legais e indicando o médico veterinário responsável.

Art. 6º Os organizadores do rodeio ficam obrigados a contratar seguro pessoal de vida e invalidez permanente ou temporária, em favor dos profissionais do rodeio, que incluem os peões de boiadeiro, os “madrinheiros”, os “salva-vidas”, os domadores, os porteiros, os juízes e os locutores.

Art. 7º No caso de infração do disposto nesta Lei, sem prejuízo da pena de multa de até R$ 5.320,00 (cinco mil, trezentos e vinte reais) e de outras penalidades previstas em legislações específicas, o órgão estadual competente poderá aplicar as seguintes sanções:

I – advertência por escrito;

II – suspensão temporária do rodeio; e

III – suspensão definitiva do rodeio.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Marcus Vinicius Pratini de Moraes

José Carlos Carvalho

Fonte: www.planalto.gov.br

Dia do Peão de Boiadeiro

27 de Agosto

Festas Culturais

O peão de Boiadeiro é uma figura marcante, muito bem explorada pela literatura, tipo humano verdadeiramente legendário. O boi em pé foi o primeiro produto exportado por Goiás, tão secaram-se seus veios auríferos. A economia estadual girou, por longos anos, em torno da pecuária, cuja influência ainda é marcante.

No transporte das boiadas de Goiás para Minas, o peão de boiadeiro assume posição de grande importância. Sua função consiste na doma, ou encilhamento de burros e cavalos xucros para o primeiro galope ou acerto.

O rodeio era a festa que coroava o término bem sucedido de uma dessas longas caminhadas, assinalando a chegada da comitiva ao ponto de entrega da boiada. Hoje, o peão tornou-se o artista indispensável nos programas de rodeio realizados em quase todo território nacional, o centro das atenções do evento, uma vez que a ele cabe montar e dominar o animal xucro.

O rodeio deixou de ser parte apenas do lazer popular, e se tornou também um acontecimento urbano notável, autônomo e consagrador do peão de boiadeiro e dos domadores, transformando-se num evento cheio de atrativos, com lances espetaculares e milionários, prova de que a tradição não se extinguiu.

Com o tempo adquiriu estilo e caráter próprios, inclusive no que concerne às vestimentas dos participantes e espectadores.

Até mesmo a linguagem utilizada nesses eventos tem características peculiares, começando a penetrar no linguajar do povo, como no caso da expressão “Segura, peão!”, marca registrada dos narradores de rodeio, e que nos últimos tempos tem sido usada genericamente como brado de apoio e incentivo em qualquer circunstância que exija esforço ou perícia.

Fonte: www.desvendar.com

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