Dia do Arquivista

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20 de Outubro

PRINCÍPIOS ÉTICOS DO ARQUIVISTA

Objetivo

Fornecer ao profissional de arquivo regras de conduta no exercício da profissão. Considera-se arquivista, para efeito dos princípios aqui estabelecidos, o profissional que atua na guarda, conservação, organização, controle e administração de arquivos.

1. Dos deveres e obrigações:

1.1 O arquivista deve respeitar os princípios arquivísticos e as normas reconhecidas internacionalmente, particularmente o princípio da proveniência, de forma a garantir a integridade dos arquivos, para que eles possam se constituir em provas jurídicas e em testemunho permanente do presente e do passado.

1.2 A atuação do arquivista deve ser sempre orientada pela objetividade e imparcialidade, vis-à-vis os interesses de seus empregadores, proprietários de arquivos e usuários.

1.3 O arquivista deve incentivar a implantação de uma política de gestão de documentos na instituição em que atua, através do diálogo com seus empregadores e de palestras que visem conscientizar a todos sobre o ciclo vital dos documentos, e o papel dos arquivos no processo decisório da instituição.

1.4 Por lidar com informações, o arquivista deve assegurar sempre a transparência administrativa e a comunicabilidade dos documentos.

1.5 A atuação do arquivista nas atividades de avaliação dos documentos deve levar em consideração a proposta da instituição que os detém, a legislação em vigor e o desenvolvimento da pesquisa.

1.6 O arquivista deve comprometer-se com uma política correta de recolhimento, atuando cooperativamente com os gestores de documentos, de maneira a garantir, desde a origem, os procedimentos destinados à proteção dos documentos de valor permanente.

1.7 O arquivista deve assegurar a autenticidade e a integridade dos documentos nos trabalhos de processamento técnico e de conservação.

1.8 O arquivista tem o dever de facilitar o acesso aos arquivos ao maior número possível de usuários, atendendo a todos com imparcialidade.

1.9 O arquivista deve respeitar a legislação em vigor referente ao acesso e sigilo, particularmente no que diz respeito à vida privada das pessoas relacionadas à origem ou ao conteúdo dos documentos.

1.10 Na comunicabilidade dos documentos, o arquivista deve respeitar os limites impostos pela política das instituições das quais dependem a necessidade de preservar os documentos, a legislação e a regulamentação, os direitos dos indivíduos e os acordos com os doadores.

1.11 O arquivista deve dispensar a todos os usuários um tratamento cordial, empenhando-se em atendê-los com rapidez e eficiência.

1.12 O arquivista deve acompanhar o progresso das pesquisas e as inovações desenvolvidas no campo arquivístico de forma a garantir seu aprimoramento profissional e a competente formação da equipe sob sua responsabilidade.

1.13 O arquivista deve manter o espírito de colaboração e de respeito ao desenvolver trabalhos de cooperação técnica com profissionais de áreas afins, no âmbito ou não da esfera governamental.

1.14 O arquivista deve favorecer o retorno aos seus países de origem dos documentos públicos que tenham sido retidos em tempo de guerra ou de ocupação.

2. Das proibições:

2.1 O arquivista não deve colecionar pessoalmente documentos originais em respeito à integridade dos fundos.

2.2 É vetada a participação do arquivista no comércio ilegal de documentos.

2.3 O arquivista não deve utilizar nem revelar a terceiros informações contidas em documento cujo acesso é restrito por lei, ou por acordo entre as partes.

2.4 O arquivista não deve comentar com os usuários sobre as pesquisas em andamento de outros consulentes, sem a prévia autorização destes.

PERFIL DO PROFISSIONAL ARQUIVISTA PARA ATUAR COM A GESTÃO DOCUMENTAL EM AMBIENTES EMPRESARIAIS

INTRODUÇÃO

A informação, a cada dia, torna-se essencial à vida de toda a sociedade. Os profissionais que atuam, diretamente, com a informação passam a ter um papel de destaque na denominada Sociedade da Informação, contudo esse destaque é proporcional à responsabilidade que o profissional da informação passa a ter.

Com a flexibilidade do mercado de trabalho para os profissionais da informação surge o anseio e a necessidade de se pesquisar quais são os novos mercados suas necessidades e exigências, para a realização dessa pesquisa através do recorte: O profissional arquivista atuando em ambientes empresariais com a gestão documental; visa descobrir as competências e habilidades necessárias a este profissional para atuar nesse mercado.

A literatura e as pesquisas de campo nos apontam que existem nichos tradicionais e emergentes de mercado de trabalho para o arquivista, nos tradicionais temos um campo de trabalho mais consolidado e os emergentes surgem das tendências e necessidades informacionais de determinadas organizações.

Sobre essa recente realidade Valentim (2000, p.131) afirma que:

O PI3 conta, portanto, com um espaço que inclui as tradicionais instituições coletoras, mas não se restringe a elas. Em outros termos, o mercado é mais amplo, e não forçosamente se restringe segmentado de forma estanque entre arquivos bibliotecas e museus […].

Com a abertura de novos nichos de mercado para o profissional arquivista como os ambientes empresariais, verifica-se um novo paradigma de atuação profissional. Nesse sentido, indaga-se qual seria o perfil do profissional arquivista para atuar com a gestão documental em ambientes empresariais? O mundo do trabalho demanda um perfil específico do profissional arquivista, para atuar com a gestão documental em ambientes empresariais?

A proposição dessa pesquisa é analisar a literatura da área quanto à formação e a atuação do arquivista, especificamente, no que tange as competências e habilidades essenciais para atuar com a gestão documental em ambientes empresariais, visando obter um perfil do profissional arquivista para atuar nesses contextos.

JUSTIFICATIVA

A realização deste estudo vem contribuir para a construção de conhecimento científico na área de Arquivologia. Além disso, a elaboração de um perfil, competências e habilidades necessárias ao profissional arquivista, para atuar com gestão documental em ambientes empresariais são de suma importância, visto que os resultados obtidos poderão subsidiar as instituições formadoras na melhoria da formação profissional, bem como o mercado de trabalho contará com o profissional mais sintonizado ao que necessita. Existe a viabilidade da pesquisa já que é esperado um retorno social deste trabalho, contribuindo para a formação de um profissional melhor preparado.

Como futura profissional da área, acredito na importância da pesquisa em formação e atuação profissional, viso um retorno a mim e aos demais profissionais da área. E com a carência de publicações da área focando especificamente a Arquivologia considero que esta pesquisa vem a enriquecer a linha de pesquisa Formação e atuação profissional.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Analisar as competências e as habilidades necessárias ao profissional arquivista, para atuar com a gestão documental em ambientes empresariais.

Objetivos Específicos

a) Identificar por meio da leitura e análise da literatura as competências e habilidades essenciais do profissional arquivista;

b) Identificar por meio da leitura e análise da literatura as correntes, conceitos e definições sobre gestão documental;

c) Estabelecer quais são as competências e habilidades essenciais para o arquivista atuar com a gestão documental em ambientes empresariais;

d) Estabelecer o perfil do profissional arquivista para atuar com gestão documental em ambientes empresariais.

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

Percebe-se que o profissional da informação representa uma multiplicidade de competências e habilidades. Sobre o perfil do profissional arquivista, Belloto (2004, p.301) acredita que o arquivista deve ter qualificações de cunho pessoal e profissional de forma a propiciar uma atuação com qualidade em qualquer fase do ciclo documental.

Sabe-se que o profissional arquivista precisa ter características que o identifiquem como um profissional da informação.

Guimarães (2000, p.54) aponta:

[…] a caracterizações de profissionais como intérprete de cenários da informação, vendedor de serviços de informação, empacotador da informação administrador da informação, provedor e facilitador da transferência da informação, tomador de decisões, ponte informacional, processador da informação e tantas outras, refletindo concepções de gerência, de agregação de valor, de geração de um novo produto, e de organização e socialização do conhecimento.

Verifica-se que a abordagem é mais complexa, visto que para ser um profissional da informação, o arquivista necessita apropriar-se de competências e habilidades específicas, bem como deve saber aplicá-las no ambiente ao qual irá atuar.

Quanto ao mercado de trabalho, Almeida Júnior (2002, p.135) nos faz uma ressalva a alteração do perfil profissional não pode estar atrelada exclusivamente tentativa de satisfazer uma exigência de mercado”.

O perfil profissional e o mercado de trabalho necessitam serem estudados de maneira mais aprofundada, com o objetivo de conhecer o perfil profissional demandado, obtendo-se, assim, maior equilíbrio entre a formação e a atuação do profissional arquivista. Para se obter esse equilíbrio Ferreira (2003) recomenda um constante diálogo entre o mercado, as entidades de classe e as instituições formadoras, talvez assim, poderão atuar de forma mais integrada na formação do profissional esperado/desejado. Além deste dialogo Valentim (2002, p.118) nos lembra que “falar sobre as competências e habilidades necessárias ao profissional da informação exige uma reflexão com as demandas sociais existentes…”. Ter essa preocupação fará com que à formação do profissional seja mais completa e permitirá que ele consiga desempenhar um papel participativo na sociedade a qual esta inserido.

A divulgação do profissional da informação é de extrema importância, já que para servir determinada comunidade é preciso haver uma interação entre o profissional e seu público.

Observamos que o profissional da informação deverá ser um mediador frente à informação e seu usuário, devendo ser um profissional dotado de habilidades que visem sempre melhorar o fluxo informacional no ambiente em que irá atuar:

O profissional da informação precisa antes de tudo, perceber qual realidade esta vivenciando, primeiramente entender o ambiente em que atua, num segundo momento criar mecanismos eficientes de atuação na sociedade e, finalizando, enfrentar as mudanças cada vez maiores, antecipando-se às necessidades da sociedade (VALENTIM, 2000, p.136).

Sobre as exigências de alguns mercados como os empresariais, observamos que o profissional da informação deve:

Ser um especialista na área de conhecimento onde atua; ser um profundo conhecedor dos recursos informacionais disponíveis e das técnicas de tratamento da documentação, com domínio das tecnologias mais avançadas; ser um gerente efetivo; ser um líder para enfrentar as mudanças e suas conseqüências (SANTOS, 2000, p.113).

O mercado empresarial procura um profissional da informação com habilidades que vão além da sua formação convencional. Percebemos que o perfil e atuação do profissional arquivista ainda não esta consolidada neste mercado.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa é de natureza qualitativo-quantitativa, do tipo documental, que possibilita o estudo de documentos. Busca-se realizar uma pesquisa que possa trazer uma nova visão sobre a atuação do arquivista, portanto, investigar quais as possibilidades de atuação desse profissional em ambientes empresariais.

O caráter científico deste trabalho é resgatado através da visão de Minayo (1993, p.23) que caracteriza pesquisa como:

[…] atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.

Para a realização da pesquisa documental no intuito da coleta de dados pertinente problemática da pesquisa, inicialmente, foram identificadas fontes que proporcionassem uma visão do mercado de trabalho atual.

Na fase inicial da pesquisa, também, realizou-se um levantamento bibliográfico, de forma a identificar e selecionar textos existentes na literatura nacional, com o objetivo de realizar a leitura e a análise, de forma a sistematizar criticamente os conteúdos analisados, a fim de se obter uma base teórica para a discussão da problemática da pesquisa.

Para tanto, foram utilizadas as literaturas disponíveis em livros e periódicos científicos existentes na Biblioteca da UNESP, campus de Marília, na rede Internet e outras bases de dados da área.

Através da análise documental analisar-se-á as demandas do mercado de trabalho para o arquivista, suas exigências, o que esse mercado oferece, que tipo de organizações estão absorvendo esse profissional.

Acredita-se que as fontes documentais poderão atingir os objetivos da pesquisa à medida que:

Os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador… Não são apenas uma fonte de informação contextualizada, mas surgem num determinado contexto e fornecem informações sobre esse mesmo contexto (LUDKE, 1986, p.39).

Nos jornais, a coleta de dados está sendo realizada semanalmente, mais especificamente, na edição de domingo, pelo período de quatro meses (março, abril, maio, junho), no intuito de selecionar e analisar através de um roteiro estruturado, os anúncios de vagas de emprego para o profissional arquivista. Nos sites, a coleta de dados, também, está sendo realizada semanalmente, mais especificamente, s quintas-feiras devido ao fato da atualização do site ser uma vez por semana.

A seleção dessas fontes deu-se a partir do critério de abrangência e acesso, sendo que três fontes são direcionadas a diferentes públicos: os dois jornais e o site da Catho, e apenas uma fonte, o site OFAJ, é direcionado especificamente aos profissionais da informação.

RESULTADOS PARCIAIS

No período de março a maio foram contabilizados 118 anúncios de vagas distribuídos em 40 anúncios de jornais, 42 no site da Catho e 36 no site OFAJ. Do total de anúncios foram excluídos 10 por aparecerem em outras datas, não devendo ser contabilizados mais de uma vez no caso dos jornais, e 26 do site OFAJ, por tratarem de anúncios de empresas públicas, não sendo o foco desta pesquisa. Desse modo, restaram 82 anúncios de vagas no total.

A partir da análise dos dados pode-se inferir que em relação ao perfil desejado 36,5% (30) exigem/desejam curso superior, destes apenas 9, ou seja, 11% do total de anúncios, especificam que seja curso superior em Arquivologia, as demais exigem formação em Biblioteconomia e/ou áreas afins como, por exemplo, Administração, Economia, Direito, ou não especificam, e apenas 1% (1) exige pós-graduação.

A necessidade de experiência é mencionada por 76% (62) dos anúncios, 8,5 % (7) desejam/exigem inglês e 1%(1) inglês e espanhol, 39% (32) pedem/exigem conhecimentos em informática.

O salário pago ao profissional, referente as vagas anunciadas varia entre R$ 500,00 e R$ 2.550,68.

Quanto ao perfil das empresas analisadas, predominam as prestadoras de serviços, nas áreas de engenharia, jurídica, saúde, de ensino, eventos, informática, telecomunicações, industrial, comercial alimentícia, comércio de veículos e usina.

As vagas oferecidas são de empresas de pequeno, médio e grande porte, a maioria no estado de São Paulo, mais especificamente, nas cidades de São Paulo (a maioria), Osasco, Campinas Barueri, Itú, São Caetano do Sul, Jandira, Cabreúva, Franca; Curitiba, Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Contagem. Algumas empresas pesquisadas oferecem vagas específicas para portadores de deficiência 9% no total.

Os dados apresentados foram obtidos através da análise parcial dos anúncios das fontes citadas.

REFERÊNCIAS

BELLOTTO, H. L. O arquivista na sociedade contemporânea. In: ________. Arquivos permanentes: tratamento documental. 2.ed. Rio de Janeiro FGV Editora, 2004. p.299-306.
FERREIRA, D. T.. Profissional da informação: perfil de habilidades demandadas pelo mercado de trabalho. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15972.pdf>. Acesso em: 25 maio 2007. LÜDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MINAYO, M. C. D. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2. São Paulo e Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1993.
VALENTIM, M. L. P. (Org.) Atuação profissional na área de informação. São Paulo: Polis, 2004. 191p. (Coleção Palavra-Chave, 14)
VALENTIM, M. L. P. (Org.) Formação do profissional da informação. São Paulo: Polis, 2002. 152p. (Coleção Palavra-Chave, 13)

O ARQUIVISTA FACE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS: QUE REALIDADE?

Já é tema bastante discutido no mundo arquivístico, que o arquivista terá que adaptar as suas funções à realidade das novas tecnologias da Informação.

De fato, de há trinta anos a esta parte, os suportes da informação sofreram um desenvolvimento a “alta velocidade”.

O conjunto de procedimentos, normas e técnicas de gerar, armazenar, transmitir, processar, recuperar e reproduzir informação teve, nestas últimas décadas de se adaptar e de certa forma, se reinventar, tendo em conta as novas técnicas de criar documentos, através dos computadores e das suas saídas por impressora, discos ópticos e magnéticos, as novas formas de armazenamento através de ficheiros informáticos, discos magnéticos e discos ópticos, os novos instrumentos de distribuir informação, como seja o fax, o e-mail ou em rede, entre tantos outros.

Também ao nível da Gestão da Informação há que adaptar as funções do Arquivista a esta nova realidade. O Arquivista deixou de ser visto como um mero gestor de documentos para passar a ser considerado como um Gestor de Informação.

A sua função deixou de se restringir à administração do uso e transmissão de documentos, para, através da aplicação de teorias e técnicas renovadas da Ciência da Informação, colaborar na criação, modificação e desenvolvimento de sistemas que trabalham a informação bem como toda a sua gestão para o bom funcionamento de uma Organização. Este processo dá ao arquivista a responsabilidade de conhecer todo o processo de produção, utilização, tramitação, classificação e avaliação de informação, independentemente do suporte em que esta se revele.

No mundo das Novas Tecnologias e, no sentido de conseguir uma eficaz gestão da informação com que trabalha, o arquivista terá que gerir o hardware e software necessários à gestão da sua documentação, bem como ter conhecimentos profundos sobre as suas características e as suas capacidades, sob pena de não armazenar e classificar corretamente a sua informação, influenciando de uma forma negativa a consequente recuperação da mesma.

Mas será que atualmente o Arquivista já se depara com esta realidade? Será que as novas tecnologias da informação estão realmente implementadas de uma forma estável nos Arquivos? As Organizações já estão de tal forma computorizadas que será que é necessária a imediata adaptação da profissão arquivista? Embora as organizações ainda estejam bastante dependentes do papel como suporte à sua informação e, se refletirmos sobre o número de computadores por posto de trabalho, seja qual for a profissão ou função, a resposta a todas estas perguntas fica bastante clara.

Atualmente e, para além da informação produzida diariamente pelas Organizações, o Arquivista enfrenta como problema principal, o fato de precisar de se relacionar simultaneamente com informação registada nos mais variados suportes, quer eles sejam analógicos ou digitais.

Por outro lado, depara-se com a necessidade de gerir distintos tipos de acondicionamento de documentos, adaptados à natureza dos diferentes suportes, tendo como principal princípio o uso de critérios e procedimentos idênticos para a classificação, avaliação, seleção e gestão de documentos seja qual for o suporte em que estes sem encontrem. Assim, quando se verifica a implementação de um sistema de gestão de documentos, apoiado numa aplicação eletrônica de documentos, uma realidade já bastante frequente nas nossas organizações, o papel do arquivista em todo este processo mostra-se, na verdade, bastante importante.

Fato que justifica toda esta importância, será a criação e/ou adaptação dos instrumentos de gestão documental, base de apoio a todo este processo. Na verdade, não podemos deixar de controlar, classificar, avaliar, selecionar e sobretudo recuperar a informação contida nos documentos eletrônicos, devendo ser aplicados os mesmos procedimentos atribuídos aos documentos em suporte papel, claro está, adaptados às novas ferramentas.

Por outro lado, as novas formas de acondicionamento de informação e documentos, como são exemplo os Servidores informáticos, também terão que ser vistos como depósitos digitais, sendo obrigatória a gestão do espaço, tal como nos depósitos de arquivo tradicionais, sendo importante o controlo sobre estes, bem como a sua manutenção, evidenciando-se assim, a igual importância da avaliação e seleção de documentos em suportes informáticos.

Ainda no que diz respeito ao acondicionamento da documentação, bem como à sua recuperação, o Arquivista necessita ainda de se preocupar em manter cópias de segurança da informação eletrônica com que trabalha. Os novos suportes digitais, são bastante frágeis e com uma durabilidade, por enquanto, incerta, sendo necessário a sua reprodução como forma de segurança à informação neles contidos. O Arquivista deve estar atento a esse fato e conhecer bastante bem as características dos mesmos e preocupar-se com a necessária migração da informação de um suporte antigo ou já pouco usado para outros tecnologicamente mais avançados.

Estas são algumas das situações com que os Arquivistas se deparam diariamente no > exercer das funções, o que nos leva a concluir, que em função do avanço constante na Informática e nas Telecomunicações, o maior desafio do profissional de arquivo, será a sua própria renovação e atualização com as novas tecnologias da informação.

Isto, porque se tivermos em conta as mais valias que se poderão tirar dos novos instrumentos informáticos, o Arquivista terá que ter bons conhecimentos do seu manuseamento, no sentido de fazer face às novas necessidades, que com o avançar do tempo se tornarão cada vez mais exigentes e diversificadas.

O PERFIL PROFISSIONAL DO ARQUIVISTA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

A formação e o perfil profissional do arquivista à luz do paradigma tradicional

Embora o termo “arquivista” seja uma criação relativamente recente, a prática e o exercício profissional que lhe são inerentes remontam a épocas bem recuadas, grosso modo conotadas com o aparecimento da escrita, cerca de seis milênios a. C. Nas origens, os repositórios de informação não tinham propriamente a designação de “arquivos”, nem os responsáveis pela guarda, conservação e disponibilização dos registos de informação eram designados por “arquivistas”. À luz da conceptualização e terminologia atuais seria apropriado falarmos da existência de sistemas de informação desde os tempos mais remotos, sem uma distinção clara entre arquivo” e “biblioteca”, que só acontece bastante mais tardiamente, nem uma profissionalização dos responsáveis pelos núcleos informacionais que as administrações públicas e privadas iam gerando e acumulando no exercício das suas atividades.

Ao longo dos tempos, com a complexificação da sociedade, das estruturas sociais e de poder e com o aumento da literacia, a produção de informação e a necessidade de a registar para melhor potenciar o seu uso a posteriori, foi desenvolvendo uma prática dita arquivística (e também biblioteconômica) que passou a consubstanciar um saber de experiência feito e a dar sentido ao exercício de uma profissão.

O nascimento da Arquivística como disciplina só verdadeiramente pode considerar-se efetivo no século XIX, correspondendo a um amadurecimento do saber empírico milenar e a uma reflexão sobre a prática, com o objetivo de a racionalizar, orientar e, depois, fundamentar de um ponto de vista teórico. Com efeito, a Arquivística é um produto da modernidade e todo o quadro epistemológico que a enforma só foi modelado após a Revolução Francesa. Até então, os arquivos haviam sofrido uma evolução sem sobressaltos e a prática arquivística ganhara expressão em conformidade, ou seja, seguira um percurso que podemos designar por linear.

A revolução burguesa de 1789 veio desferir um golpe estrutural nos arquivos e a ideologia liberal, nomeadamente com a emergência do Estado-Nação, estabeleceu uma nova matriz que haveria de consolidar-se de forma paradigmática, ao longo das duas centúrias seguintes, com tal peso que, ainda hoje, se pode considerar que é esse o paradigma dominante, pese embora a crise evidente em que se encontra.

A nacionalização dos bens das classes detentoras do poder no Antigo Regime, e por arrasto, a passagem para a posse do Estado dos títulos e demais documentos imprescindíveis à gestão administrativo-financeira de tais bens foram as razões determinantes para o surgimento, em França, de uma nova “figura” arquivística – os Archives Nationales –, encarregada de custodiar e gerir a informação/documentação nacionalizada. Nasce assim, por decreto, um arquivo que não é um sistema de informação, mas sim uma instituição/serviço que vai ser, acima de tudo, gestora de informação pré-existente e que foi descontextualizada, isto é, retirada do seu habitat original para continuar a ser usada, é um fato, mas já não pelos respectivos produtores.

O modelo francês, caracterizado pela existência de um organismo estatal tutelando os arquivos, onde passou a desempenhar funções um profissional formado especificamente para esse efeito – o arquivista-paleógrafo treinado na École Nationale des Chartes, instituída em 18212 –, e assente no conceito de “fundo” formulado por Natalis de Wailly em 18413, para impor alguma ordem no caos que se gerara após as incorporações em massa de documentação nos Archives Nationales, rapidamente se replicou em outros países da Europa e passou a constituir a matriz de referência.

O desenvolvimento da Ciência Histórica e do Positivismo, na segunda metade de Oitocentos, e, por inerência, a importância dada ao “documento” como base fundamental para a interpretação e crítica historiográficas, veio colocar os arquivos numa posição instrumental face aos interesses dos historiadores, empenhados em escrever a História das nações. Desta forma, a Arquivística, de par com outras disciplinas, como a Diplomática, a Paleografia, a Numismática ou a Sigilografia converte-se numa “ciência auxiliar”, passando a ter sentido apenas no quadro da Ciência Histórica, a “verdadeira ciência”. E o arquivista ganha também um estatuto de “auxiliar” do historiador, lendo, transcrevendo, catalogando e indexando os documentos de que este precisa para a sua nobre missão.

Começa, pois, a consolidar-se o paradigma custodial e historicista de que, ainda hoje, a Arquivística não se libertou totalmente.

Mas, se por um lado, os arquivos ditos históricos, incorporadores da memória nacional, ganhavam cada vez maior importância e se tornavam progressivamente na face visível da Arquivística, por outro, a atividade humana e social, particularmente no seio das administrações públicas, continuava o seu fluxo contínuo, gerador de informação, que se acumulava progressivamente, exigindo meios para tornar mais eficaz o acesso e a recuperação. No contexto dos organismos produtores, a percepção de que era necessário criar modelos de organização e representação da informação foi o leit motiv suficiente para o aparecimento do célebre “Manual dos Arquivistas Holandeses”, em final do século XIX, obra que marca a entrada da Arquivística numa nova fase – a da acentuação da sua vertente técnica e de autonomização face à História.

As conjunturas sócio-econômicas, políticas e culturais, que antecederam e mediaram as duas Guerras Mundiais, particularmente no que toca ao desenvolvimento tecnológico e ao acelerado crescimento da produção informacional, bem como a necessidade de valorização da informação administrativa como recurso importante para a gestão das organizações, criaram uma dicotomia entre os “arquivos históricos” (archives), ao serviço da cultura e da noção emergente de patrimônio, e os arquivos correntes” (records) ao serviço das próprias entidades produtoras, opondo, de forma artificial, duas áreas profissionais que lidavam com o mesmo objeto de estudo e de trabalho.

Vivemos, ainda hoje, sob a influência deste modelo histórico-tecnicista, em que o reforço da componente técnica se tem acentuado, sobretudo nos tempos mais recentes, pelos esforços notórios em prol da normalização descritiva e terminológica.

Todavia, a ênfase posta nos procedimentos técnicos (classificação, ordenação, descrição, etc.), só por si, não foi suficiente para conferir à Arquivística um estatuto de disciplina científica, pois a falta de fundamentação teórica e metodológica constituiu um forte handicap na afirmação de cientificidade. A Arquivística ganhou um espaço próprio como área de desempenho profissional, mas o paradigma histórico-tecnicista, que enformou a disciplina nos dois últimos séculos e que potenciou a sua autonomização técnica, acabou por constituir um fator de constrangimento, que não possibilitou o salto qualitativo necessário ao desenvolvimento disciplinar quando a “ameaça” tecnológica aos tradicionais documentos em suportes estáticos e a emergência da Sociedade da Informação começaram a colocar novos desafios. Num contexto informacional e tecnológico o paradigma tradicional entrou em crise, mas também desencadeou, no seu próprio seio, os fatores de mudança necessários à superação da própria crise.

A decisiva “revolução discreta”, iniciada ainda no século XIX, do telégrafo, do telefone, da rádio, da fotografia, da televisão, dos computadores e das comunicações por satélite, enfim, a revolução da tecnologia em geral e sua simbiose com a própria informação, veio forjar a emergência de um novo paradigma.

A resposta aos desafios, postos pela Sociedade da Informação exige, por conseguinte, renovadas competências para o arquivista, que só se adquirem se houver uma alteração radical nos modelos formativos e nos conteúdos curriculares que irão modelar perfis profissionais inovadores.

A mudança inevitável face aos desafios da Sociedade da Informação

A formação de arquivistas (e bibliotecários) começou por ser obtida em contexto de trabalho, ou seja, no seio das instituições (especialmente arquivos e bibliotecas nacionais) em que se exercia a profissão. A partir do século XIX, a nova perspectiva decorrente da Revolução Francesa e da ideologia liberal promoveu o aparecimento de escolas do tipo da École des Chartes e a formação dos profissionais passou a ter aí um locus privilegiado. Era uma formação de matriz historicista e erudita que traduzia, afinal, o modelo francês implantado com o Liberalismo.

Essencialmente a partir de finais de Oitocentos, uma outra via de formação ganhou especial incremento, em diversos países da Europa, com destaque para a França e o Reino Unido, exemplos que, mais tarde, foram seguidos em outros países, nomeadamente nos Estados Unidos da América. Tratava-se da formação conferida pelas associações profissionais, sendo de relevar, a título ilustrativo, o papel da Association des Archivistes Français (AAF) ou o da Society of American Archivists (SAA).

Foi também em finais do século XIX que teve início a formação universitária. Em Itália, universidades como a de Bolonha e a de Macerata começaram a introduzir o ensino da Arquivística, embora inserido em cursos de outras áreas, como a História ou a Jurisprudência. Mas, apesar de um ou outro caso como estes, a verdade é que a formação de nível universitário foi, durante ainda algumas décadas, um exemplo de excepção. Com efeito, as associações profissionais, sobretudo as de bibliotecários, como a American Library Association (ALA), a Association des Bibliothècaires Français (ABF) ou a britânica Library Association, lideraram o processo de formação durante muito tempo, sendo só na década de quarenta do século XX que o ensino universitário se pode considerar institucionalizado, quer nos Estados Unidos da América, quer na Europa.

A evolução da Biblioteconomia e o desenvolvimento de uma nova área profissional, designada por Documentação, cujos mentores foram os belgas Paul Otlet e Henri La Fontaine, particularmente após a criação do Instituto Internacional de Bibliografia, em 1895, foi um fator que muito estimulou a inovação, quer ao nível da profissão, quer da própria formação. Documentalistas e bibliotecários especializados passaram a constituir um novo grupo de profissionais com carácter essencialmente técnico e voltados, de forma decisiva, para os novos suportes de informação e para as questões da tecnologia. Foi, sem dúvida, por via desta corrente documentalista que, no final dos anos cinquenta do século XX, vimos surgir o conceito de Information Science e a sua aplicação nos contextos profissionais. Concomitantemente, quase de imediato, surgem programas de estudos em Ciência da Informação, sobretudo nos Estados Unidos, estando, alguns deles, integrados em escolas de Biblioteconomia. Contudo, foi preciso esperar até aos anos setenta para se poder considerar que a área da Ciência da Informação estava implantada na formação acadêmica.

A afirmação da Ciência da Informação nos meios universitários e nos contextos profissionais fez-se progressivamente com a participação efetiva dos bibliotecários e dos documentalistas, especialmente os que exerciam a sua atividade ligada informação científica e técnica, mas esse processo deixou, nitidamente, de fora o corpo profissional de arquivistas e de gestores de documentos. Por um lado, porque os arquivistas tradicionais, ligados aos “arquivos históricos”, continuavam na linha erudita e historicista, desenvolvendo uma atividade mais conotada com a cultura e o patrimônio do que com a dinâmica da informação; por outro, porque os gestores de documentos nos contextos organizacionais estavam muito marcados por uma visão administrativista e documental não fazendo, também, a aproximação com o mundo da informação. Este não envolvimento dos arquivistas no processo conducente à emergência da Ciência da Informação foi ainda acentuado após a criação do Conselho Internacional de Arquivos, em meados do século XX, pois este organismo favoreceu um certo corporativismo entre este grupo profissional, unido em torno de questões técnicas e de políticas de conservação do património documental.

Nos anos setenta, ao nível do ensino universitário, especialmente nos Estados Unidos da América, assiste-se a uma progressiva integração do ensino da Arquivística em escolas de Biblioteconomia e de Ciência da Informação, mas esta aproximação é fruto de um política de racionalização de recursos e não o resultado de uma fundamentação teórica e epistemológica unificadora de uma mesma área de estudos. O estímulo para a harmonização das formações dos bibliotecários, arquivistas, documentalistas e cientistas da informação surgiu, a partir de 1974, pela mão da UNESCO, conjugando esforços da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), da Federação Internacional de Documentação (FID) e do Conselho Internacional de Arquivos (CIA).

Mas, apesar destas preocupações internacionais e dos estudos desenvolvidos em torno do problema da harmonização da formação, os efeitos práticos foram muito pouco significativos. No caso da Arquivística, pode ainda dizer-se que a tendência para a harmonização se atenuou em finais da década de oitenta e que surgiu mesmo uma “corrente” defensora da autonomia disciplinar e da procura de uma identidade profissional específica.

Mas, apesar desta visão corporativista e, afinal, favorecedora da manutenção do modelo tradicional – pesem embora os esforços desenvolvidos para uma unificação disciplinar e profissional de arquivistas e gestores de documentos, subsidiários duma perspectiva mais integradora, baseada na ideia de um ciclo vital único dos documentos de arquivo e na necessidade de gerir todo esse continuum da produção informacional de forma integrada e sistemática –, a revolução tecnológica e digital tornou inevitável a mudança de paradigma e está a arrastar definitivamente a Arquivística para o campo da Ciência da Informação, já que o objeto de estudo e de trabalho é um só: a Informação.

Com efeito, se definirmos Informação como conjunto estruturado de representações mentais codificadas (símbolos significantes) socialmente contextualizadas e passíveis de serem registadas num qualquer suporte material (papel, filme, banda magnética, disco compacto, etc.) e, portanto, comunicadas de forma assíncrona e multi-direccionada, somos obrigados a rever criticamente a noção de “documento” e, por consequência, a de “Ciências Documentais”.

Passando da noção estática de “documento” (mensagens registadas num suporte material), que configura o objeto de estudo da Arquivística e das Ciências Documentais, para a noção dinâmica de “informação”, que atrás definimos, e que postulamos como objeto da Ciência da Informação, temos desde logo de aceitar que uma das múltiplas consequências que daí decorre é a da alteração profunda do perfil profissional de quem exerce atividade neste campo do saber.

Logo, o tradicional arquivista, conservador de testemunhos ou guardador de documentos ao serviço da investigação, particularmente a histórica, terá de se assumir como um gestor e estruturador da informação, gerada, usada e acumulada como memória em qualquer contexto orgânico e funcional. A própria designação “arquivista” perde sentido se passarmos a falar de informação contextualizada e pensada sistemicamente, pois a distinção ou a fronteira entre arquivos, bibliotecas ou centros de documentação é ténue, imprecisa, ou mesmo desprovida de fundamento, e corresponde sobretudo a uma caracterização dos serviços/instituições (de grande cunho cultural e instituídos somente após a Revolução Francesa) que custodiam e gerem informação, as mais das vezes produzida em contextos orgânicos que lhes são alheios.

Naturalmente que este profissional da informação do século XXI carece de uma formação em novos moldes, alicerçada nos suportes teórico-metodológicos da Ciência da Informação.

Em breves palavras, poderá dizer-se que o modelo formativo que consideramos necessário para a renovação do perfil desse profissional deverá:

combinar um conjunto de disciplinas nucleares da área da Ciência da Informação, de carácter obrigatório, com disciplinas de áreas interdisciplinares (Ciências Sociais e Humanas, Informática e Computação, Administração e Gestão), que constituem uma complementaridade indispensável;

anular as separações artificiais entre pretensas especializações de “Arquivo” e “Biblioteca/Documentação”, por não haver justificação, do ponto de vista epistemológico, para tal distinção;

fazer a síntese com a área dos Sistemas (Tecnológicos) de Informação, uma vez que, hoje, a tecnologia é absolutamente indissociável da Informação (na génese, uso e preservação).

Preparado no quadro deste modelo formativo, o arquivista da era pós-custodial, seja ainda designado desta forma ou venha a ter um título mais pós-moderno, será fundamentalmente um Profissional da Informação, com uma formação de base, suficientemente sólida e abrangente, que lhe permitirá exercer funções em qualquer contexto orgânico produtor/manipulador de fluxo informacional. Mas, estará devidamente preparado para atuar, também, em contextos de alguma especificidade, seja no âmbito de sistemas de informação organizacionais ou em serviços de arquivo especializados, porque o seu referencial teórico reporta sempre ao campo do saber que lhe dá identidade – a Ciência da Informação.

Profissional 

Profissional que cuida e organiza um repositório ou coleção de qualquer espécie de documentos ou outros materiais, como manuscritos, fotografias, correspondência etc.”

O que é ser arquivista?

Arquivistas são profissionais responsáveis por analisar e organizar documentos públicos e privados de cunho histórico, governamental, administrativo, científico ou literário, gravações sonoras e filmes.

Organizam segundo sua origem e outros critérios, e dando-lhes tratamento técnico sistematizado para armazená-los em arquivos adequados, permitindo a recuperação eficiente de toda informação registrada produzida ou recebida por uma instituição no decorrer das suas atividades, facilitando sua consulta e evitando que se deteriorem. Implementam sistemas de arquivos e de informação em instituições públicas e privadas.

Quais as características necessárias para ser arquivista?

O Arquivista precisa ter senso de observação e interesse por atividades burocráticas, ser meticuloso, organizado, metódico e ter habilidade para o trato com o público.

Características desejáveis:

atenção a detalhes

boa visão

capacidade de concentração

capacidade de lidar com o público

capacidade de organização

método

perseverança

Qual a formação necessária para ser um arquivista?

Para desempenhar a profissão de arquivista é necessário curso superior em arquivologia, que tem duração de quatro anos. Conhecimento de informática e inglês são fundamentais. Conhecimento de outras línguas também ajuda e é muito valorizado.

Principais atividades de um arquivista

As principais atividades dos arquivistas são:

organizar documentos, avaliando seu grau de importância para decidir o tempo de arquivamento adequado;

estudar sistemas de arranjo dos documentos, identificando-os, codificando-os e padronizando-os;

preparar catálogos, índices, cópias em microfilmes;

redigir resumos descritivos do conteúdo dos documentos arquivados;

atender pesquisadores, orientando-os sobre a correta utilização dos documentos;

permutar informações com outros centros de documentação;

localizar material extraviado;

organizar sistema de transferência de pastas entre arquivos corrente, intermediário e permanente;

providenciar reproduções para poupar documentos mais solicitados, os que se encontram em mau estado de conservação ou os que possuem grande valor;

encarregar-se da restauração do material que se encontra deteriorado, utilizando técnicas, materiais e conhecimentos específicos, para devolver-lhes as condições originais;

realizar pesquisas sobre documentos dos arquivos.

Áreas de atuação e especialidades

Gestão de documentos: administração de arquivos de instituições e empresas, avaliação de material, incluindo sugestões para mudanças na redação de textos.

Pode também decidir sobre o arquivamento ou destruição de documentos, trabalhando em conjunto com os setores administrativo, jurídico ou histórico das instituições;

Racionalização de documentos: classificação e ordenação de documentos, relacionando-os em guias, catálogos ou índices de consulta;

Conservação e restauração: recuperação de documentos danificados utilizando técnicas especiais;

Difusão educativa e cultural de arquivos: orientação a estudantes, pesquisadores e público em geral na consulta de documentos históricos em museus e bibliotecas.Mercado de trabalho.

O mercado de trabalho para arquivistas é ainda pequeno, porém promissor, principalmente nas grandes cidades. Não são muitos os arquivistas em atividade, mas o número de formandos que ingressam anualmente no mercado vem crescendo.

É uma profissão relativamente nova – os cursos de graduação datam do final dos anos 70 — que vive um período de crescimento devido, principalmente, ao grande volume de informações geradas atualmente por empresas e instituições, e pela conseqüente necessidade de cuidar da avaliação e organização de seus acervos. Na região Sudeste, as instituições públicas são as que mais absorvem mão-de-obra, enquanto no Sul e no Centro-Oeste a procura maior é das empresas privadas e de consultoria.

Nos últimos tempos tem sido comum a terceirização do serviço de arquivistas: as empresas contratam profissionais por um período determinado para avaliação e organização de seus acervos e, posteriormente, firmam contratos para manutenção dos mesmos, sem ter com o arquivista um vínculo empregatício.

É grande o potencial para crescimento do mercado já que toda instituição produz e recebe informações registradas sob os mais variados suportes, as quais farão parte do acervo de seus arquivos. A presença atuante de um arquivista é necessária para a não formação de massas documentais acumuladas, sem tratamento e de difícil recuperação da informação.

Curiosidades

A tentativa de criar um curso de arquivologia começou na década de 70, no Distrito Federal. Porém, o Curso de Bacharelado em Arquivologia só começou a funcionar em 1991, no Departamento de Biblioteconomia, que mudou de nome para Departamento de Ciência da Informação e Documentação. O seu reconhecimento pelo então Conselho Federal da Educação se deu em 1995.

Atualmente, o arquivista é responsável pelo gerenciamento da informação, gestão documental, conservação, preservação e disseminação das informações contidas nos documentos.

Arquivista é a pessoa encarregada de um arquivo. Chama-se arquivo o lugar onde se recolhem e guardam documentos escritos; cartório, depósito.

Arquivar é colocar e conservar numa mesma ordem, devidamente classificados, toda correspondência, documentos e outros papéis relacionados com um indivíduo ou uma firma, com certa decisão geográfica, ou sobre determinados assuntos, de tal forma, que estejam protegidos contra deterioração, destruição ou perda, e ao mesmo tempo facilite a localização e manejo dos documentos.

Sendo o arquivo um centro de informações, sua importância está em: ser a maioria ativa dos atos e fatos que ocorreram numa empresa em uma ou mais épocas; manter devidamente ordenados e classificados, o conjunto de documentos, formulários e fichas referentes a vida de qualquer instituição organizada; permitir encontrar e extrair o documento na hora necessária, valorizando-o pela utilização; reconstruir o passado, formando uma memória de grande valor.

O lema guia do arquivo é “Encontrar a documentação pronta”.

Etapas do arquivamento: seleção, classificação e codificação.

As tarefas do arquivista: selecionar, codificar, arquivar, dar busca à documentação, conservar documentos e processos, mantendo o arquivo organizado e atualizado, fazer a transferência de documentos, controlar a saída de documentos do arquivo. É preciso que o arquivista seja uma pessoa responsável pela seleção, e conheça plenamente o funcionamento da organização para a qual trabalha.

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro – Dia do Arquivista

Quase nenhum de vocês deve saber que hoje é o Dia do Arquivista, e só alguns deve saber o que é arquivista. Eu conheço um há anos e também mal sei.

Pois: o Arquivista é o profissional capaz de recuperar, no menor tempo possível, uma informação armazenada em qualquer que seja o suporte, seja ele físico, digital ou virtual.

A gestão arquivística de documentos e informações implica atuação na produção, tramitação, uso, arquivamento, recuperação e classificação de documentos que vão desde certidões de nascimento até documentos sigilosos de guerra, passando por relatórios fundamentais a uma rápida e eficaz tomada de decisão gerencial.

A consulta ao documento certo, sem perda de tempo, garante decisões rápidas, tão fundamentais no competitivo universo corporativo, além de possibilitar um planejamento estratégico mais eficiente.

E claro, o Rio de Janeiro tem uma ligação especial com os arquivistas. É em nossa cidade que fica o Arquivo Nacional, cuja sede fica no antigo prédio da Casa da Moeda, próximo à Central do Brasil.

O Arquivo Nacional foi foi fundado em 2 de janeiro de 1838 com o nome de Arquivo Público do Império, subordinava-se à Secretaria de Estado dos Negócios do Império.

Tal como definido pela Constituição de 1824, teria como objetivo primordial recolher e preservar os documentos da administração central e dos governos das províncias.

Voltou-se, entretanto, para as demandas burocráticas do Estado imperial e, posteriormente, da República. Em 1893, o Arquivo Público do Império passa a denominar-se Arquivo Público Nacional, vindo a receber a atual denominação de Arquivo Nacional em 1911.

Profissão

Esse profissional tem como tarefa manusear documentos históricos e auxiliar pesquisadores.

Ser meticuloso, habilidoso e extremamente organizado. Estas são as principais características que um arquivista deve ter.

Afinal, por suas mãos passam milhares de papéis, fotografias, filmes, fitas magnéticas, microfilmes, disquetes e CDs, essenciais para o funcionamento de empresas públicas e privadas e fundamentais para a manutenção e recuperação de sua memória.

Todos esses documentos devem ser classificados, catalogados, guardados e indexados de um modo que possam, mais tarde, ser facilmente localizados e consultados por outros.

Nessa profissão, é comum encontrar documentos antigos, de alto valor histórico, muitas vezes danificados pela ação do tempo. Em tais ocasiões, o arquivista deve encaminhá-los para restauração e, se possível, reproduzi-los, para que se manuseiem essas cópias em vez dos originais.

Dia do Arquivista

O arquivista está em contato constante com o público, seja auxiliando as pessoas em suas pesquisas, seja obtendo informações complementares para ajudá-las na identificação de muitos de seus registros.

As melhores oportunidades de emprego estão no setor público, como secretarias, arquivos, museus e bibliotecas; os maiores salários costumam ser pagos na capital federal, Brasília. No entanto, para ingressar na área pública é preciso prestar concurso.

Mercado

Estável. O setor público é o principal mercado para os arquivistas, embora muitas empresas já estejam contratando profissionais desta área. A preferência é para os que dominam programas de informática desenvolvidos para a catalogação e o cadastramento de documentos.

Opções de trabalho

Atuar na área pública ou privada, na organização e conservação de arquivos. Pode também controlar o destino dos documentos criados nas empresas e ainda fornecer material para o desenvolvimento de atividades culturais e educativas.

Remuneração

Salário médio inicial: R$ 1.460,00.

Formação

8 semestres.

Fonte: www.aab.org.br/www.enearq2008.ufba.br/www.ead.pt/ler.letras.up.pt/www.brasilprofissoes.com.br/Planeta Educação/diariodorio.com/

 

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