Dia do Trovador

18 de Julho

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Jorge Amado já disse: “Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a trova e o trovador são imortais”. Hoje é comemorado o Dia do Trovador. Volta Redonda tem representante na UBT (União Brasileira de Trovadores): Silvia Helena Xándy, que é delegada da entidade no município. E também um autor premiado, Pedro Viana Filho.

Silvia explica que o Dia do Trovador é comemorado nessa data por ser o dia do nascimento de Gilson de Castro (RJ), cujo pseudônimo literário é Luiz Otávio. “E por ele ter, juntamente com J.G. de Araújo Jorge, começado a estudar e propagar a quadra popular brasileira junto a um seleto grupo de poetas”, diz. Em 1960, depois de participar de um Congresso do GBT (Grêmio Brasileiro de Trovadores), em Salvador, Luiz Otávio implantou uma série de seções desta entidade no sul do Brasil.

Mas o que é trova? “A trova é uma composição poética concisa. É um micro poema, o menor da língua portuguesa, que deve obedecer a características rígidas”, enfatiza Pedro Viana. É preciso que a trova seja uma quadra, ou seja, tenha quatro versos (em poesia cada linha é denominada verso). E cada verso deve ter sete sílabas poéticas, ser setessilábico. As sílabas são contadas pelo som. Ter sentido completo e independente.

– O autor da trova deve colocar nos quatro versos toda a sua idéia. A trova tem apenas quatro versos, ou seja, quatro linhas. A trova, para ser bem feita, tem de ter um achado. Achado é algo diferente e que faça valer a pena ler a trova – explica.

Parece complicado. Afinal, é fácil fazer trovas? “Uma vez que a trova é composta de quatro versos ou linhas de sete sons, é só educar o ouvido e aprender a contar as sete sílabas métricas”, resume Pedro Viana, que nasceu em Barra do Piraí e mora em Volta Redonda. Licenciado em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Letras de Volta Redonda, onde se tornou diretor cultural e promoveu o primeiro concurso de trovas, em 1978.

Outro aspecto importante é que a trova tem que ter rima. Conforme Silvia, a rima poderá ser do primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto, no esquema ABAB, ou ainda, somente do segundo com o quarto, no esquema ABCB. Existem trovas também nos esquemas de rimas ABBA e AABB. “Comece a trova sempre com letra maiúscula. A partir do segundo verso use letra minúscula, a menos que a pontuação indique o início de nova frase. Nesse caso, use a maiúscula novamente”, detalha a escritora, acrescentando que são três os gêneros básicos da trova:

Trovas líricas – Falando dos sentimentos, amor, saudade;

Trovas humorísticas (satíricas) – São as que fazem rir, engraçadas, tem bom humor;

Trovas filosóficas – Contendo ensinamentos, pensamentos.

NO BRASIL – A trova chegou ao Brasil com o os portugueses, continuou com Anchieta, Gregório de Matos, intensificou-se com Tomaz Antonio Gonzaga, Claudio Manuel da Costa, com os românticos – Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Castro Alves, com os parnasianistas – Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e com os modernistas – Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.

A trova é, hoje, o único gênero literário exclusivo da língua portuguesa. Originária da quadra popular portuguesa, encontrou campo fértil no Brasil, mas só depois de 1950 começou a ser estudada e difundida literariamente.

Conversa literária: exemplo de trova

(Pedro Viana Filho)

Para alguns eu sou benquisto
para outros, um atrevido…
Meu consolo é que nem Cristo
foi por todos compreendido.

As espadas ferem tanto,
como também os punhais…
A língua humana, entretanto,
é menor e fere mais.

O que na vida aprendi
e tenho aprendido mais,
provém das lições que ouvi
das tradições dos meus pais.

Trovador, qual o motivo
desse teu mundo risonho?
O segredo é porque vivo
envolvido no meu sonho!

Fonte: www.diarioon.com.br

Dia do Trovador

18 de Julho

O termo trova, do francês, “trouber” (achar) nos indica que os trovadores devem “achar” o motivo de sua poesia ou de suas canções. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, trovador é “na Idade Média, poeta ambulante que cantava seus poemas ao som de instrumentos musicais; menestrel; poeta; vate”.

Originária da quadra popular portuguesa, a trova teve no Brasil um desenvolvimento inusitado, e é hoje praticada por mais de 3000 trovadores em todo o país; possui até uma organização de âmbito nacional, a UBT – União Brasileira de Trovadores. Esse gênero literário é considerado, atualmente, o único gênero exclusivo da língua portuguesa! Começou a ser estudado e difundido só depois de 1950, propagado pelo poeta carioca Gilson de Castro (que, mais tarde, adotaria o pseudônimo literário de Luiz Otávio) juntamente com J.G. de Araújo Jorge.

A UBT foi fundada em 1966, adotando uma rosa como símbolo da organização e tendo como padroeiro São Francisco de Assis. Em reconhecimento pelo trabalho de Luiz Otávio em favor da cultura, a Assembleía Legislativa do Estado de São Paulo, através de decreto-lei, oficializou 18 de julho, data de nascimento do poeta, como Dia do Trovador.

Gêneros da Trova

A- Trovas Líricas: Falando dos sentimentos; amor, saudade, etc.

Saudade palavra doce
que traduz tanto amargor;
saudade é como se fosse
espinho cheirando a flor…(Bastos Tigre)

B- Trovas Filosóficas: Contendo ensinamentos, máximas, pensamentos, etc.

Duas vidas todos temos,
muitas vezes sem saber:
— a vida que nós vivemos,
e a que sonhamos viver…(Luiz Otávio)

C- Trovas Humorísticas: Como o próprio nome diz, são trovas que se propõem a fazer rir.

Eu, trabalhar desse jeito,
com a força que Deus me deu,
pra sustentar um sujeito
vagabundo que nem eu ???…(Orlando Brito)

Fonte: Kakinet, Soleis

Dia do Trovador

18 de Julho

DEFINIÇÕES DA TROVA

A Trova é uma composição poética, ou seja, uma poesia que deve obedecer as seguintes características:

1- Ser uma quadra. Ter quatro versos. Em poesia cada linha é denominada verso.

2- Cada verso deve ter sete sílabas poéticas. Cada verso deve ser setessilábico. As sílabas são contadas pelo som.

3- Ter sentido completo e independente. O autor da Trova deve colocar nos quatro versos toda a sua idéia. A Trova difere dos versos da Literatura de Cordel, onde em quadra ou sextilhas, o autor conta uma história que no final soma mais de cem versos ou seja, linhas. A Trova possui apenas 4 versos, ou seja, 4 linhas.

4- Ter rima. A rima poderá ser do primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto, no esquema ABAB, ou ainda, somente do segundo com o quarto, no esquema ABCB. Existem Trovas também nos esquemas de rimas ABBA e AABB.

Segundo o escritor Jorge Amado:

“Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a Trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a Trova e o Trovador são imortais”

Todo Trovador é poeta mas nem todo poeta é trovador. Nem todos poetas sabem metrificar, fazer o verso medido.

Poeta para ser Poeta precisa saber metrificação, saber contar o verso. Se não souber o que é escansão , ou seja, medir o verso, não é Poeta.

Eis alguns exemplos de Trovas:

Nesta casa tão singela

Onde mora um Trovador

É a mulher que manda nela

Porém nos dois manda o amor.

Clério José Borges

Ficou pronta a criação

Sem um defeito sequer,

E atingiu a perfeição

Quando Deus fez a mulher.

Eva Reis

Trovismo

Movimento cultural em torno da Trova no Brasil, surgido a partir de 1950. A palavra foi criada pelo poeta e político falecido J. G. de Araújo Jorge. O escritor Eno Teodoro Wanke publica em 1978 o livro “O Trovismo”, onde conta a história do movimento de 1950 em diante.

Neotrovismo

É a renovação do movimento em torno da Trova no Brasil. Surge em 1980, com a criação por Clério José Borges do Clube dos Trovadores Capixabas. Foram realizados 15 Seminários Nacionais da Trova no Espírito Santo e o Presidente Clério Borges já foi convidado e proferiu palestras no Brasil e no Uruguai. Em 1987 concedeu inclusive entrevista em Rede Nacional, no programa “Sem Censura” da TV Educativa do Rio de Janeiro.

Bibliografia:

1. BORGES, Clério José – O Trovismo Capixaba – Editora Codpoe – Rio de Janeiro, 1990. 80 páginas. Ilustrado.

2. Literatura Brasileira – Willian Roberto Cereja e Thereza Analia Cochar Magalhães – Editora Atual. São Paulo – 1995.

3. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa – José de Nicola e Ulisses Infante – Editora Scipione. São Paulo – 1995.

4. Textos e matéria dada em sala de aula para 1° e 2° ano do 2° grau nos anos de 1996 e 1997 pelo professor Ádino, no Colégio WR.

5. Coleção Objetivo – Literatura I e II (Livros 26 e 27) – Prof. Fernando Teixeira de Andrade – Editora Cered. São Paulo.

6. Ana Cristina Silva Gonçalves – Texto na Internet.

7. A TROVA – Eno Theodoro Wanke – Editora Pongetti, 1973 – Rio de Janeiro – 247 páginas.

Fonte: www.clerioborges.com.br

Dia do Trovador

18 de Julho

TROVA

A trova surge intimamente ligada à poesia da Idade Média como sinônimo de poema e letra de música. Hoje tem conceituação própria, diferenciada da Quadra, da Poesia de Cordel e do Poema Musicado da Idade Média.

Sua origem remonta ao alvorecer de línguas derivadas do Latim, tidas por línguas romances, tais como: Português, Galego, Espanhol e Catalão, nos séculos X e XI.

Possui conceito plenamente estabelecido: poema de tão somente quatro versos setissílabos com rimas consoantes do 1º verso com o 3º e do 2º com 4º (ABAB), de sentido completo e de cunho filosófico, lírico, humorístico.

Não existe verdade na afirmativa de que Quadra e Trova sejam a mesma coisa e que a Trova evoca mais os Trovadores da Provença Medieval e que Quadra seria uma forma de se fazer poesia mais moderna. A Quadra pode ser feita sem métrica e com versos brancos, sem rima. Será apenas uma Quadra, jamais uma Trova. Esta última sujeita-se a requisitos especiais, logo, toda Trova é uma Quadra, mas nem toda Quadra é Trova. A trova, nos dias correntes, é cultuada como “Obra de Arte”, como literatura.

A origem da Poesia Trovadoresca Medieval (que não se confunde com trova-quadra moderna nem a daqueles tempos recuados), perde-se no tempo, todavia foi a criação literária que mais destaque alcançou entre as formas poéticas medievais, originárias de Provença, Sul da França.

Teve expansão no século XII por grande parte da Europa, florescendo por quase dois séculos em Portugal, França e Alemanha.

O Trovador Medieval representava a glorificação do amor platônico, pois a dama que era a criatura mais nobre e respeitável da criação, a mulher ideal, inacessível para alguns, passava a ser a pessoa a quem o referido trovador endereçava os seus líricos versos. É de acreditar-se que tal fato ainda hoje se repete. A mulher, por tradição, continua a ser a musa inspiradora dos poetas.

Na falta de documentos sobre o folclore da Idade Média, a gênese da Trova é imprecisa, assim consideram os historiadores.

Ao pontilhar na Literatura de Espanha e Portugal, venceu mares e oceanos e propagou-se na América Espanhola e no Brasil.

É extraordinária a popularidade da trova. Por isso mesmo seu aproveitamento na Literatura tem causado ojeriza a uma “pseudo-elite” minoritária de intelectuais, encerrados num manto de nobreza, rejeitando o que vem do povo.

Cite-se o exemplo do Professor de Literatura da Universidade Federal do Espírito Santo, Luís Busatto, em entrevista publicada no jornal A GAZETA, de 13 de julho de 1981, a TROVA:

“É, como espécie contida dentro da lírica, das coisas mais fáceis que há na poesia. A gente tem que reconhecer que a Trova é limitada. Ela é muito explorada precisamente porque é mais fácil e acessível. O verso heptassilábico é o mais fácil que há. Pode-se até notar que a posição dos versos é bastante simples, das mais comuns que há.”

Em virtude da entrevista desvalorizando a Trova, Busatto foi desafiado, como Professor de Literatura, a fazer Trovas. Até Janeiro de 2000 não havia feito nenhuma.

Vale lembrar aqui a Trova do rei dos Trovadores brasileiros, Adelmar Tavares, que era acadêmico da Academia Brasileira de Letras:

“Ó linda trova perfeita,

que nos dá tanto prazer,

tão fácil, – depois de feita,

tão difícil de fazer.”

Agora só nos resta expressar: eis a TROVA em sua magnitude.

Fonte: www.trovauneversos.com

Dia do Trovador

18 de Julho

O dia 18 de julho é o dia consagrado aos trovadores do Brasil. A data foi fixada por leis estaduais e municipais, onde que haja um cultor da Trova, em homenagem ao Trovador LUIZ OTÁVIO, o responsável pelo insuperável movimento literário brasileiro, que é o movimento trovadoresco nacional.

No dia do Trovador, todas as Seções da União Brasileira de Trovadores – UBT e Delegacias espalhadas por centenas de municípios brasileiros comemoram a data com almoços festivos, reuniões, com as chamadas chuvas de trovas, (centenas de trovas impressas) jogadas das janelas dos trovadores, para que os transeuntes se deliciem com as trovas que vão caindo ao sabor do vento. São realizadas palestras, enfim, cada seção ou delegacia comemora da melhor forma que pode a passagem do dia legalmente dedicado ao trovador.

A data foi escolhida em homenagem a LUIZ OTÁVIO, o Dr. Gilson de Castro, um dos mais conceituados Cirurgiões – Dentistas da época, formado pela Faculdade Nacional de Odontologia da Universidade do Brasil, em 1936. Sua clientela não ficava restrita apenas ao município Rio de Janeiro, se espalhava por São Paulo, Santos, Belo Horizonte e outras cidades mais próximas da sede do seu consultório, que, recordo como se fosse hoje, ficava na Rua do México, 119, no 9º Andar.

LUIZ OTÁVIO nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de julho de 1916. Filho de OCTÁVIO DE CASTRO e Dona ANTONIETA CERQUEIRA DA M. CASTRO.

LUIZ OTÁVIO foi o precursor do movimento trovadoresco brasileiro, tendo publicado em 1956, a primeira Coletânea de Trovas, intitulada “ Meus irmãos, os Trovadores”, contendo mais de duas mil Trovas, mais de seiscentos autores brasileiros, notas elucidativas e bibliográficas.

O “Castanheira – de – Pêra”, Jornal Português de 11 de agosto de 1958 publicou sobre Meus Irmãos, os Trovadores:
“Esta coletânea, a primeira do gênero, veio preencher uma lacuna que se fazia sentir. Apresenta mais de seiscentos autores brasileiros, duas mil trovas, inúmeras notas bibliográficas e elucidativas e minuciosa introdução com um estudo sobre a trova. É um valioso trabalho que se impõe. A Luiz Otávio, em quem há muito reconhecemos idoneidade literária e bom sentido poético, apresentamos os nossos parabéns e os desejos de que o seu trabalho tenha a divulgação que a todos os títulos merece”.

Referindo-se ao mesmo trabalho de LUIZ OTÁVIO, A ILHA, JORNAL DA África- São Miguel dos Açores, de 16 de fevereiro de 1957, registrou:

“ Esta grande coletânea de trovas honra LUIZ OTÁVIO pelo seu trabalho, seriedade, competência e cultura, contribuindo para uma melhor compreensão deste tão ‘ simples e difícil‘ gênero poético. “.

O Correio da Manhã do Rio de Janeiro, na edição de 27 de janeiro de 1957, em coluna assinada por Sílvia Patrícia, assinalou:

“Meus Irmãos, os Trovadores, o volume novo que LUIZ OTÁVIO – Papai Noel da Poesia- ofereceu-nos no Natal que passou, é quase um romance no qual cada pena desta nossa irmandade de sonho narra, em quatro linhas, uma alegria ou uma tristeza, cardos e flores encontrados pelo caminho.”

O Jornal O Positivo, de Santos Dumont, MG., em coluna assinada por Antônio J. Couri, no dia 1º de outubro de 1957, escreveu sobre Meus Irmãos, os Trovadores:

“Raríssimas são as vezes em que o Brasil tem a oportunidade de conhecer coletâneas de poesias, ou , simplesmente quadras. Agora temos uma apresentada por LUIZ OTÁVIO, porém de trovas. De uma organização primorosa , o autor de “Cantigas para Esquecer” soube escolher a matéria que compõe o livro, constituindo assim um verdadeiro monumento de arte da poesia nacional.”

Evidentemente, não seria necessário selecionarmos as opiniões acima para este modesto trabalho a respeito do Dia do Trovador e de LUIZ OTÁVIO, o responsável pelo reconhecido movimento trovadoresco da atualidade, que começo a se firmar a partir da publicação de “ Meus Irmãos, os Trovadores“,obra que reuniu trabalho de trovadores de todos os recantos do território nacional, numa época em que os meios de comunicação ainda eram bastante precários, o que, por certo, valorizou ainda mais o livro, pelo trabalho incessante do Autor, inveterado apaixonado pela trova, como escreveu.

“A trova tomou-me inteiro!
tão amada e repetida, 
agora traça o roteiro
das horas de minha vida.”

“Trovador, grande que seja,
tem esta mágoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever … “

Por estar na solidão,
tu de mim não tenhas dó.
Co trovas no coração,
eu nunca me sinto só.”

No ano de 1960, em Congresso de Trovadores realizados em São Paulo, foi eleita a Família Real da Trova, ficando assim constituída : Rainha da Trova : LILINHA FERNANDES (Maria das Dores Fernandes Ribeiro da Silva); Rei da Trova : ADELMAR TAVARES e Príncipe dos Trovadores, LUIZ OTÁVIO (Gilson de Castro). Mesmo já sendo falecidos, continuam com o título, pois outros trovadores só poderão adquirir o título se houver uma Eleição Nacional ou um Congresso realizado com esta finalidade, em que participe um número muito grande de trovadores, com a participação de representantes de todo o país, uma vez que não pode ser reconhecido qualquer título literário supostamente alcançado com a votação de sócios de uma academia, associação, centro literário etc, com exceção de sua Diretoria.

Ainda no ano de 1960, LUIZ OTÁVIO, juntamente com J. G. de Araújo Jorge, criaram os Jogos Florais de Nova Friburgo, com o apoio do Prefeito Municipal da Cidade, Dr. Amâncio de Azevedo e do Trovador Rodolpho Abbud, até hoje o mais respeitado trovador da Cidade, Jogos Florais que se realizam, ininterruptamente, desde 1960 e seus festejos fazem parte do calendário oficial da Cidade e são realizados como parte dos festejos do aniversário de Nova Friburgo.

No dia 21 de agosto de 1966, LUIZ OTÁVIO fundou a União Brasileira de trovadores – UBT – no Rio de Janeiro e a UBT Nacional,com sede também no Rio de Janeiro, tendo a mesma se expandido em pouco tempo, contando hoje com uma infinidade de Seções e Delegacias em quase todo o território nacional, onde se realizam cerca de 80 concursos de Trovas por ano, na maioria com mais de um tema o que, no cômputo geral, chega a mais de 120 certames por ano.

LUIZ OTÁVIO foi o primeiro Presidente da UBT, tendo se tornado pouco tempo depois Presidente Nacional e posteriormente, Presidente Perpétuo, o mais alto título concedido pela agremiação.

Recebeu o título máximo da trova, Magnífico Trovador, nos Décimos Quintos Jogos Florais, por ser vencedor três anos consecutivos com as trovas:

XIII Jogos Florais – Tema Silêncio – 1º lugar :
“ Nessas angústias que oprimem,
que trazem o medo e o pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto !.. “

XIV Jogos Florais – tema Reticências – 2º lugar:
“Eu …você …as confidências…
o amor que intenso cresceu
e o resto são reticências
que a própria vida escreveu…”

XV Jogos Florais – tema Fibra – 10º lugar:
“ Ele cai … não retrocede ! …
continua até sozinho …
que a fibra também se mede
pelas quedas no caminho … “

LUIZ OTÁVIO publicou os livros:

Saudade… muita saudade! / Poesia / 1946 
Um Coração em ternura / Poesia / 1947 
Trovas / Trovas (três edições) / 1954 – 1960 – 1961 
Meus Irmãos. / Os Trovadores Coletânea de Trovas / 1956 
Meu Sonho Encantador / Poesias / 1959 
Cantigas para Esquecer / Trovas / 1959 e 1961 
Cantigas de Muito Longe / Trovas / 1961 
Cantigas dos Sonhos Perdidos / Trovas / 1964 
Trovas… Ao Chegar do Outono / Trovas / 1965

Registramos outras trovas de LUIZ OTÁVIO, que demonstram porque, após quinze anos de criar os Jogos Florais de Nova, como outros grandes trovadores, ele sagrou-se Magnífico Trovador.

“ Se a saudade fosse fonte
de lágrimas de cristal,
há muito havia uma ponte
do Brasil a Portugal.”

“Ao partir para a outra vida,
aquilo que mais receio,
é deixar nessa partida,
tanta coisa pelo meio … “

“Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém.
Sendo quatro versos breves
como a trova nos faz bem. “

“Busquei definir a vida,
não encontrei solução,
pois cada vida vivida
tem uma definição… “

“ Não paras quase ao meu lado … !
e em cada tua partida,
eu sinto que sou roubado
num pouco da minha vida …”

“Portugal – jardim de encanto
que mil saudades semeias
nunca te vi … e, no entanto,
tu corres nas minhas veias …”

“Meus sentimentos diversos
prendo em poemas tão pequenos.
Quem na vida deixa versos,
parece que morre menos …”

“ Contradição singular
que angustia o meu viver :
a ventura de te achar
e o medo de te perder … “

“ estrela do céu que eu fito,
se ela agora te fitar,
fala do amor infinito
que eu lhe mando neste olhar … “

“ Ó mãe querida – perdoa ! ´
o que sonhaste, não sou …
– Tua semente era boa !
a terra é que não prestou ! “

Além de grande Trovador, campeão de centenas de Concursos de Trovas e Jogos Florais, realizados em várias cidades do país, LUIZ OTÁVIO era um exímio compositor, sendo dele a autoria do Hino dos Trovadores, Hino dos Jogos Florais, das Musas dos Jogos Florais e de várias outras obras musicais.

Hino dos Trovadores:
“ Nós, os trovadores,
somos senhores
de sonhos mil !
Somos donos do Universo
através de nosso verso.
E as nossas trovas
são bem a prova
desse poder : 
elas têm o dom fecundo
de agradar a todo mundo ! “

Hino dos Jogos Florais
“ Salve os Jogos Florais Brasileiros !
a Cidade se enfeita de flores !
Corações batem forte, fagueiros,
a saudar meus irmãos trovadores !
Unidos por laços fraternais,
nós somos irmãos nos ideais;
– não há vencidos, nem vencedores ;
pois todos nós cantamos , somos trovadores; e as nossas trovas sentimentais
são sempre mensageiras de amor e paz !.

A Oração do Trovador é o Poema de são Francisco de Assis, Padroeiro dos Trovadores, cujo aniversário, dia 4 de outubro é muito festejados pelos cultores da Trova.

E para encerrar esta homenagem ao Dia do Trovador, focalizando a figura mais importante do mundo trovadoresco, LUIZ OTÁVIO, registramos dois sonetos, dos inúmeros que escreveu, contido em um dos seus livros de poesias, “Meu Sonho Encantador “.

O IDEAL
Esculpe com primor, em pedra rara,
o teu sonho ideal de puro artista !
Escolhe, com cuidado, de carrara
um mármore que aos séculos resista !

Trabalha com fervor, de forma avara !
Que sejas no teu sonho um grande egoísta !
Sofre e luta com fé, pois ela ampara
a tua alma, o teu corpo em tal conquista !

Mas, quando vires, tonto e deslumbrado,
que teu labor esplêndido e risonho
ficará dentro em breve terminado,

pede a deus que destrua esse teu sonho,
pois nada é tão vazio e tão medonho
como um velho ideal já conquistado ! …

ORGULHO
Venho de longe… venho amargurado
pelas noites sem fim, nesse cansaço
de receber tão só, triste e calado,
a incompreensão do mundo passo a passo…

Eu trago a alma sem fé do revoltado
e o gesto do vencido em cada braço…
E tu me surges – Anjo imaculado –
a oferecer repouso em teu regaço…

Porém tua alma feita de inocência
serenidade e Luz, não avalia
a penumbra invulgar dessa existência…

Deixa-me, pois, seguir o meu caminho,
renunciar, viver nessa agonia,
mas tenho o orgulho de sofre sozinho !…

Assim, mostramos um pouco da poética de LUIZ OTÁVIO, Príncipe dos Trovadores Brasileiros, Magnífico Trovador e Presidente Perpétuo da União Brasileira de Trovadores e responsável pelo sucesso alcançado pela Trova e pelos Trovadores.

Fonte: www.movimentodasartes.com.br

Dia do Trovador

18 de Julho

O Movimeto Trovadoresco Brasileiro nasceu no início da década de 50, quando um Cirurgião Dentista do Rio de Janeiro, Gilson de Castro (LUIZ OTÁVIO) promovia reuniões em sua casa com um grupo de “Trovadores”.

Entre eles, com mais assiduidade, estavam Delmar Barrão, Hélio C. Teixeira, Batista Nunes e Augusta de Campos, além de outros que compareciam com menor frequência.

Em 1959, Rodolfo Coelho Cavalcante era o Presidente do G.B.T. – Grêmio Brasileiro dos Trovadores, sediado em Salvador, congregando captadores, violeiros, repentistas e autores de cordel, além de uns poucos Trovadores.

O G.B.T. realizou, em 1960, um Congresso em São Paulo ao qual Luiz Otávio compareceu, quando Rodolfo lhe pediu que instalasse uma Seção do G.B.T. na Guanabara (Rio de Janeiro), para expandir o movimento.

Luiz Otávio, entusiasmado, abraçou a ideia com aquela dedicação e aquele vigor que lhe eram tão característicos, e já em 1° de Janeiro de 1961, na Associação Brasileira de Odontologia, a Seção foi instalada.

Logo depois, em razão do trabalho desenvolvido, Luiz Otávio foi nomeado Delegado do GB.T. para as Regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil.

Em pouco tempo foram criadas Seções e nomeados Delegados em quase cem cidades.

Logo as atividades “realmente da Trova” se tornaram muito maiores e mais numerosas do que aquelas desenvolvidas pelo G.B.T. em Salvador.

Além disso, havia uma diferença fundamental: enquanto o G.B.T. da Bahia dava prioridade aos violeiros, contadores, repentistas e autores de cordel, deixando a Trova num segundo plano, no Sul e no Centro-Oeste a situação era inversa.

Embora Rodolfo prestigiasse a Trova e Luiz Otávio prestigiasse os captadores e violeiros, a diferença era clara e natural, até pelas circunstâncias geográficas, ambientais, tradicionais e culturais.

Quando Luiz Otávio propôs uma reformulação nos Estatutos do G.B.T., com um rodízio na Sede da Presidência entre as várias Capitais Estaduais, surgiu uma oposição muito grande de boa parte dos Associados do GB.T. da Bahia.

Rodolfo Cavalcante foi assediado e pressionado por afirmações de que Luiz Otávio estaria pretendendo “derrubá-lo” e a situação se tornou muito tensa.

Luiz Otávio tentou de todas as maneiras evitar uma cisão.

Concordou que a Sede da Presidência do G.B.T. fosse permanentemente em Salvador, depois concordou em que o Presidente Nacional do G.B.T. fosse sempre um violeiro, um cantador, um repentista ou um autor de cordel.

Ainda assim a situação não se acalmou.

Rodolfo Cavalcante, levado pelos comentários maldosos e, talvez, querendo reafirmar a sua “autoridade”, fez, à revelia de Luiz Otávio, algumas nomeações de Delegados do GB.T. no Sul e no Centro-Oeste.

Luiz Otávio sentiu-se desprestigiado e renunciou ao cargo que exercia no G.B.T.

Estamos em 1965, e a partir de então houve uma aceleração no processo de cisão dos dois grupos.

Praticamente todos os Presidentes de Seção e Delegados do G.B.T. no Sul e no Centro-Oeste, solidários com Luiz Otávio, se desligaram do G.B.T.

Luiz Otávio e um grupo bem numeroso de Trovadores resolveram então criar uma nova Entidade, e assim surgiu a UBT-União Brasileira de Trovadores.

Em agosto de 1966 foi fundada a UBT-Seção Guanabara-, mas Luiz Otávio desejava uma data “nacional” para a fundação da Entidade em todo o Brasil.

Assim, depois da fundação de diversas Seções e Delegacias, em 08 de Janeiro de 1967 foi fundada oficialmente a UBT-Nacional.

Fonte: www.ubtnacional.com.br

Dia do Trovador

18 de Julho

Origem das Trovas

A poesia trovadoresca foi um gênero singular que floresceu entre os séculos XI e XIII no sul da França, especialmente na Provença, e no norte da Itália e da Espanha.

Uma das mais brilhantes formas poéticas já criadas, a arte dos trovadores influenciou toda a poesia lírica posterior na Europa.

Trovador é a denominação dada ao poeta lírico medieval que, em geral, não só compunha música para suas poesias românticas como também as recitava, quase sempre se fazendo acompanhar de um instrumento musical.

A palavra trovador origina-se do verbo provençal trobar, que também significa “encontrar”, “inventar”.

Assim, o trovador era alguém que inventava novos poemas, descobrindo versos novos para sua elaborada lírica de amor. Os trovadores escreviam na língua da Provença (langue d’oc ou occitana), ao contrário dos poetas mais cultos, que compunham em latim.

Muitos poemas dos trovadores foram preservados em manuscritos conhecidos como “cancioneiros” e as regras que governavam sua arte foram estabelecidas num trabalho chamado Leys d’mors, de 1340.

O trovador ganhava a vida apresentando-se nos palácios dos nobres e nas cortes reais e sua influência foi sem precedentes na história da poesia medieval. Favoritos nas cortes, tinham grande liberdade de expressão e ocasionalmente até mesmo interferiam na arena política, mas sua grande contribuição foi criar uma aura até então inédita de cortesia e amenidade em torno das damas da nobreza.

Os poemas líricos cantados exigiam técnica própria para serem entendidos pelo auditório. Mais que a originalidade, o poeta escolhia temas conhecidos, como o amor cortesão e a narração pastoral, e um tratamento que fosse familiar aos ouvintes.

O gênero espefífico da poesia amorosa dos trovadores era a canção (cansó) que segundo as Leys d’amors, devia ter de cinco a sete estrofes e era considerada a suprema forma lírica.

Os trovadores cultivaram também outros estilos e formas poéticas: o planh, elegia; pastorela, diálogo entre o cavalheiro e a pastora; sirventés, sátira política ou religiosa; alba, que cantava a separação dos amantes na madrugada; jeu parti ou debate, um diálogo entre dois poetas; e balada ou sansa, uma canção para dançar com um refrão.

O trobar clar (ou plan) é a poesia “clara”, “plana” ou “leve”; o trobar clus, a poesia “fechada, “rica”, “obscura” ou “hermética”. Mais de duas centenas de melodias que acompanhavam as poesias foram conservadas.

Gulherme IX, conde de Poitiers e duque da Aquitânia, foi o primeiro trovador conhecido. Outros trovadores provençais foram Raimbault de Vaqueyras, Bertran de Born e Peire Vidal.

Os trovadores da península ibérica, que compunham em língua galego-portuguesa, são os poetas dos cancioneiros (Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana)

Fonte: www.trovas.com.br

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