Dia do Filósofo

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28 de Agosto

Dia do Filósofo

Em todos os ramos do conhecimento a presença do filósofo pode ser sentida.

Seja defendendo, seja criticando, os filósofos procuram marcar suas posições diante de toda atividade humana que envolva a reflexão. Sempre na esperança de poder encontrar algum critério ou princípio que justifique uma tomada de decisão ou uma argumentação qualquer. Da religião às artes, buscou-se, muitas vezes em vão, fornecer algum esclarecimento sobre a melhor maneira de se posicionar a respeito dos assuntos mais interessantes do ponto de vista humano.

Frequentemente, tinha-se a impressão de que um conhecimento da verdadeira atitude a ser adotada já havia sido estabelecido. Porém, no instante posterior, outro filósofo rebatia essa postulação, argumentando que um entendimento geral de tudo não seria possível e que somente uma compreensão parcial poderia ser obtida. Por causa dessas idas e vindas, o papel do filósofo na sociedade variou bastante. Ora ele vestia a toga de juiz imparcial e neutro que, de posse de uma razão absoluta, poderia determinar o princípio pelo qual todos deveriam se orientar. Ora afastava-se do convívio dos outros, uma vez que em nada poderia influir para solução dos conflitos argumentativos, sendo obrigado a suspender seu juízo sobre o mundo.

A falta de uma função específica para a filosofia, devido ao fato dela procurar discutir todos os temas relativos ao entendimento humano, tornou-a uma disciplina de difícil aceitação quanto a sua participação social. Eventualmente, a finalidade da filosofia é algo que apenas os filósofos poderiam opinar. Entretanto, dadas as exigências de justificação de todos os princípios, a solução filosófica para definir a melhor concepção de filosofia está paradoxalmente enredada numa explicação circular que os próprios filósofos rejeitam. Talvez a única alternativa para a quebra desse círculo seja deixar para a própria sociedade a definição do papel a ser exercido pelos filósofos.

28 de Agosto

1. Da definição de Filosofia

A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.

Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3].

Cabe perguntar o que haveria de filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão.

Hegel, por exemplo, afirma: “com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção sensível”. Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como verdadeiro.

Nietzsche, por sua vez, afirma:

“a filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”.

O importante é a estrutura racional de tratamento das questões. Nietzsche analisa esse texto, não sem crítica, e remarca a violência tirânica como essa frase trata toda a empiria, mostrando que com essa frase se pode aprender como procedeu toda a filosofia, indo, sempre, para além da experiência.

A Filosofia representa, nessa perpectiva, a passagem do mito para o logos. No pensamento mítico, a natureza é possuída por forças anímicas. O homem, para dominar a natureza, apela a rituais apaziguadores. O homem, portanto, é uma vítima do processo, buscando dominar a natureza por um modo que não depende dele, já que esta é concebida como portadora de vontade. Por isso, essa passagem do mito à razão representa um passo emancipador, na medida em que libera o homem desse mundo mágico.

“De um sistema de explicações de tipo genético que faz homens e coisas nascerem biologicamente de deuses e forças divinas, como ocorre no mito, passa-se a buscar explicações nas próprias coisas, entre as quais passa a existir um laço de causalidade e constâncias de tipo geométrico […] Na visão que os mitos fornecem da realidade […] fenômenos naturais, astros, água, sol, terra, etc., são deuses cujos desígnios escapam aos homens; são, portanto, potências arbitrárias e até certo ponto inelutáveis”.

A idéia de uma arqué, que tem sentido amplo em grego, indo desde princípio, origem, até destino, porta uma estrutura de pensamento que a diferencia do modo de pensar anterior, mítico. Com Nietzsche, pode-se concluir que o logos da metafísica ocidental visa desde o princípio à dominação do mundo e de si. Se atentarmos para a estrutura de pensamento presente no nascimento da Filosofia, podemos dizer que seu logos engendrou, muitos anos depois, o conhecimento científico. Assim, a estrutura presente na idéia de átomo é mesma que temos, na ciência atual, com idéia de partículas. Ou seja, a consideração de que há um elemento mínimo na origem de tudo.

A tabela periódica também pode ser considerada uma sofisticação da idéia filosófica da combinatória dos quatro elementos: ar, terra, fogo, água, da qual tanto tratou a filosofia eleática.

Portanto, em seu início, a Filosofia pode ser considerada como uma espécie de saber geral, omniabrangente. Um tal saber, hoje, haja vista os desenvolvimentos da ciência, é impossível de ser atingido pelo filósofo.

Temos, portanto, até aqui:

i] a Filosofia como conhecimento geral;

ii] a Filosofia como conhecimento específico;

2. Do método da Filosofia

A ciência moderna, caracterizada pelo método experimental, foi tornando-se independente da Filosofia, dividindo-se em vários ramos de conhecimento, tendo em comum o método experimental. Esse fenômeno, típico da modernidade, restringiu os temas tratados pela Filosofia. Restaram aqueles cujo tratamento não poderia ser dado pela empiria, ao menos não com a pretensão de esclarecimento que a Filosofia pretenderia.

A característica destes temas, determina um modo adequado de tratá-los, já que eles não têm uma significação empírica. Em razão disso, o tratamento empírico de tais questões não atinge o conhecimento próprio da Filosofia, ficando, em assim procedendo, adstrita ao domínio das ciências.

Ora, o tratamento dos assuntos filosóficos não se pode dar de maneira empírica, porque, desta forma, confundir-se-ia com o tratamento científico da questão. Por isso, no dizer de Kant “o conhecimento filosófico é o conhecimento racional a partir de conceitos”. Ou seja, “as definições filosóficas são unicamente exposições de conceitos dados […] obtidas analiticamente através de um trabalho de desmembramento”. Portanto, a Filosofia é um conhecimento racional mediante conceitos, ela constitui-se num esclarecimento de conceitos, cuja significação não pode ser ofertada de forma empírica, tais como o conceito de justiça, beleza, bem, verdade, etc.

Apesar de não termos uma clara noção destes conceitos, nem mesmo uma significação unívoca, eles são operantes na nossa linguagem e determinam aspectos importantes da vida humana, como as leis, os juízos de beleza, etc.

3. Da função da Filosofia

Em razão da impossibilidade de abarcar, hodiernamente, todo o âmbito do conhecimento humano, parece mais plausível pensar numa restrição temática à Filosofia, deixando-a tratar de certos temas, como os mencionados acima. Nesse sentido, a filosofia teria um âmbito de problemas específicos sobre os quais trataria. No entanto, o tratamento desse âmbito específico continua a manter ao menos uma função geral, a qual pode ser considerada de forma extremada ou de forma mais modesta. Assim, a lógica, a ética, a teoria do conhecimento, a estética, a epistemologia são disciplinas filosóficas, tendo uma função geral para o conhecimento em geral, seja para as ciências, a partir da lógica, teoria do conhecimento, epistemologia, seja para os sistemas morais, a partir da ética filosófica, seja para as artes, a partir dos conhecimentos estéticos. Por exemplo, no que concerne à lógica, ao menos como a concebeu Aristóteles, ela pode apresentar uma refutação do ceticismo e, portanto, estabelecer a possibilidade da verdade, determinando a obediência necessária ao princípio de não contradição. De forma menos modesta, mas não sem o mesmo efeito, podemos dizer que as outras disciplinas pretendem o mesmo, determinando, portanto, a possibilidade de conhecimentos morais, estéticos, etc. No caso da moral, ela pode mostrar que questões controversas podem ser resolvidas racionalmente, bem como apontar para critérios de resolução racional de problemas.

Essa tarefa pode ser considerada de uma forma mais ou menos audaciosa. Habermas apresenta, nesse particular, três concepções. A de Kant, a de Rorty e a sua própria. Kant, dentro do fundamentalismo da teoria do conhecimento, “ao pretender aclarar de uma vez por todas os fundamentos da ciência e de uma vez por todas definir os limites do experienciável, a Filosofia indica às ciências o seu lugar”. É a função de indicador de lugar.

Conjugado com isso, Kant pôde afirmar: “pode-se encarar a Crítica da Razão Pura como o verdadeiro tribunal para todos os conflitos da razão. Com efeito, não está envolvida nestas disputas enquanto voltadas imediatamente para objetos, mas foi posta para determinar e julgar os direitos da razão em geral segundo os princípios de sua primeira instituição”. Aqui, a Filosofia é concebida como um tribunal, exercendo o papel de juiz, a partir de seu lugar privilegiado, de onde detém os fundamentos e dita leis.

Rorty, por sua vez, desconfia desse conhecimento privilegiado que a Filosofia possa ter. Por isso, “abandonar a noção do filósofo que conhece alguma coisa acerca de conhecer o que mais ninguém conhece tão bem seria abandonar a noção de que a sua voz tem sempre um direito primordial à atenção dos outros participantes na conversação. Isto implica no abandono de que o filósofo possa decidir quaestiones juris. A tese de Rorty é, portanto, relativista.

De fato, já Wittgenstein afirmara: “a filosofia não deve, de modo algum, tocar no uso efetivo da linguagem; em último caso pode apenas descrevê-lo. Pois também não pode fundamentá-lo. A filosofia deixa tudo como está”.

Já, Habermas propõe a função de guardiã de racionalidade no lugar da função de indicador de lugar. Ou seja, a Filosofia seria uma espécie de defesa da racionalidade contra o relativismo extremado. Por outro lado, função de juiz seria substituída pela de intérprete, na medida em que faria uma mediação entre os saberes especializados e o mundo vivido.

Pode-se dizer que esse trabalho esclarecedor tem o papel de tornar explícitos saberes operantes na linguagem e na nossa forma de ver o mundo e, nesse sentido, tem um papel conscientizador e por que não, potencialmente crítico, já que torna as pessoas mais atentas a certas determinações conceituais.

Em suma, a filosofia tem como tarefa delimitar uma concepção mínima de racionalidade. Porém, o conceito de razão daqui resultante não é, como em Kant, “uma ilha fechada pela natureza mesma dentro de limites imensuráveis”. Segundo Habermas, “a razão comunicativa não passa certamente de uma casca oscilante – porém, ela não se afoga no mar das contingências, mesmo que o estremecer em alto mar seja o único modo de ela ‘dominar’ as contingências”. Nesta perspectiva, a filosofia conserva uma função crítica no sentido kantiano, isto é, uma autoridade indiretamente legisladora, pois aponta os desvios no cumprimento das condições de possibilidade da racionalidade. A recusa de uma posição teórico filosófica como sendo sem valor para a prática já foi diagnosticada por Kant como sendo a pseudosabedoria do olhar de toupeira, incapaz de olhar com os olhos de um ser feito para ficar de pé e contemplar o céu.

Temos, portanto:

i] o conhecimento específico da filosofia com uma função geral forte [Kant];

ii] o conhecimento específico da filosofia sem uma função geral [Rorty];

iii] o conhecimento específico da filosofia com uma função geral fraca [Habermas].

Bibliografia

APEL, Karl-Otto. O desafio da crítica total da razão e o programa de uma teoria filosófica dos tipos de racionalidade. Novos Estudos CEBRAP. São Paulo: n. 23, mar. 1989. p. 67-84.
CHAUÍ, Marilena et al. Primeira Filosofia: lições introdutórias. Sugestões para o ensino básico de Filosofia. 5. ed., São Paulo: Brasiliense, 1986.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. (Trad. de Guido A. de Almeida: Moralbewusstsein und kommunikatives Handeln). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
HABERMAS, J. Pensamento pós-metafísico: estudos filosóficos. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1990.
HABERMAS, J. Teoria de la acción comunicativa (I). Madrid, Taurus, 1987.
HEGEL, Georg W. F. Preleções sobre a história da filosofia. [Trad. E. Stein]. In SOUZA, José Cavalcante de [org.] Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
KANT, I. Crítica da razão pura. (Trad. de Valério Rohden: Kritik der reinen Vernunft). São Paulo: Abril Cultural, 1980.
KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. (Trad. A. Morão). Lisboa: E. 70, 1988.
NIETZSCHE, Friedrich. Os filósofos trágicos. [Trad. R. R. Torres Filho]. In SOUZA, José Cavalcante de [org.] Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
RORTY, Richard. A filosofia e o espelho da natureza. [J. Pires: Philosophy and the mirror of nature]. Lisboa: D. Quixote, 1988.
WATANABE, Lygia Araujo. Filosofia antiga. In CHAUÍ, Marilena et al. Primeira Filosofia: lições introdutórias. Sugestões para o ensino básico de Filosofia. 5. ed., São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 13-35.
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. 2. ed., São Paulo, Abril Cultural, 1979.

28 de Agosto

A palavra Filosofia deriva do grego “PHILOSOPHIA”

SOPHIA significa SABEDORIA

PHILO significa “Amor Filial”, ou Amizade

Literalmente, um Filósofo é um AMIGO, ou AMANTE de SOPHIA, alguém que admira e busca a SABEDORIA

Esse termo foi usado pela primeira vez pelo famoso Filósofo Grego PITÁGORAS por volta do século V aC, ao responder a um de seus discípulos que ele não era um “Sábio”, mas apenas alguém que amava a Sabedoria.

Filosofia é então a busca pelo conhecimento último e primordial, a Sabedoria Total.

Dia do Filósofo

Embora de um modo ou de outro o Ser Humano sempre tenha exercido seus dons filosóficos, a Filosofia Ocidental como um campo de conhecimento coeso e estabelecido, surge na Grécia Antiga com a figura de TALES de MILETO, que foi o primeiro a buscar uma explicação para os fenômenos da natureza usando a Razão e não os Mitos, como era de costume.

Assim como a Religião, ela também já teve sua morte decretada. No entanto a Filosofia Ocidental perdura há mais de 2.500 anos, tendo sido a Mãe de quase todas as Ciências. Psicologia, Antropologia, História, Física, Astronomia e praticamente qualquer outra derivam direta ou indiretamente da Filosofia. Entretando as “filhas” ciências se ocupam de objetos de estudo específicos, é a “Mãe” se ocupa do “Todo”, da totalidade do real.

Nada escapa à investigação filosófica. A amplitude de seu objeto de estudo é tão vasta, que foge a compreensão de muitas pessoas, que chegam a pensar ser a Filosofia uma atividade inútil. Além disso seu significado também é muito distorcido no conhecimento popular, que muitas vezes a reduz a qualquer conjunto simplório de idéias específicas, as “filosofias de vida”, ou basicamente a um exercício poético.

Entretanto como sendo praticamente o ponto de partida de todo o conhecimento humano organizado, a Filosofia estudou tudo o que pôde, estimulando e produzindo os mais vastos campos do saber, mas diferente da Ciência, a Filosofia não é empírica, ou seja, não faz Experiências. Mesmo por que geralmente seus objetos de estudo não são acessíveis ao Empirismo.

A RAZÃO e a INTUIÇÃO são as principais ferramentas da Filosofia, que tem como fundamento a contemplação, o deslumbramento pela realidade, a vontade de conhecer, e como método primordial a rigorosidade do raciocínio, para atingir a estruturação do pensamento e a organização do saber.

Academicamente, a Filosofia é dividida em:

ANTIGA

– do século VIaC até VIdC –

Foi a era dos pré-socráticos, os filósofos da natureza, os Atomistas, os sofistas, de Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino e etc. Esses filósofos simplesmente construíram toda a estrutura de nosso conhecimento. Tudo o que temos hoje deve-se ao progresso promovido pelos gregos antigos, ainda que a maior parte dele tenha permanecido adormecido por mil anos. O Universo foi a principal preocupação nesta época.

MEDIEVAL

– do século IIdC até XVdC –

A era da Filosofia Cristã, da Teologia Revelada, da tradição escolástica. A preocupação principal dos filósofos era Deus. Alguns deles foram canonizados, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Surge a Navalha de Guilherme de Occam, que mais tarde viria a ser a ferramente básica da Ciência.

MODERNA

– do século XVIIaC até XIXdC –

Surge junto com o Renascimento e o despertar científico, que recupera a sabedoria da Grécia Antiga. O Racionalismo Cartesiano, o Empirismo, o retorno do Ceticismo e muitos outros movimentos deram impulso a Ciência. Descartes imortalizou o “Penso Logo Existo” como um ponto de partida para a construção de um conhecimento seguro. Mais tarde Karl Marx lança as bases do Socialismo, e Adam Smith estrutura o Capitalismo. O enfoque de aí em diante se centrou no Ser Humano e suas possibilidades.

CONTEMPORÂNEA

– do XIXdC até… –

Os novos desafios no mundo atual surgem sob a forma da Emancipação Feminina, o rompimento definitivo dos Governos com as Igrejas Cristãs, o Existencialismo, a ênfase na Linguística, e mais recentemente o Estruturalismo e o Desconstrutivismo. Alguns nomes já se imortalizaram, como Sartre, Simone de Beauvoir ou Michael Foucalt.

E A FILOSOFIA ORIENTAL?

Embora não seja aceita como Filosofia pela maior parte dos acadêmicos, o pensamento produzido no Oriente, especificamente na China e Índia por Budistas e Hinduístas, possui algumas qualidades equivalentes a da Filosofia Ocidental.

A questão é basicamente a definição do que vem a ser a Filosofia e suas características principais, que da maneira como é colocada pelos acadêmicos ocidentais de fato exclui a Filosofia Oriental. Mas nada impede que se considere Filosofia num conceito mais amplo.

Sem dúvida a Filosofia Oriental é mais Intuitiva que a Ocidental, e menos Racional, o que contribui para sua inclinação mística e hermética. Mas não se pode negar os paralelos que esta possui principalmente com a Filosofia Antiga.

Ambas surgiram por volta do século VI aC, tratando de temas muito semelhantes e há de se considerar que Grécia e Índia não são tão distantes uma da outra a ponto de inviabilizar um contato.

Mesmo assim, a grande maioria dos estudiosos considera que não há qualquer relação entre os Pré-Socráticos e os filósofos Orientais. O que na realidade, pouco importa.

O fato é que assim como Ciência, a Arte e a Mística, a Filosofia sempre existiu em forma latente no ser humano. Nós sempre pensamos. Logo existimos.

A CRISE DA FILOSOFIA

Atualmente, a Filosofia passa por uma fase de perda de identidade. O principal motivo disto é a atual soberania da Ciência. Tal como a Religião já fora o expoente máximo em um passado, onde todos procuravam se aproximar do estatuto da autoridade religiosa, na atualidade a área do conhecimento humano mais destacada é a Ciência. Isso faz com que muitos filósofos prefiram se identificar como cientistas.

Basicamente todas as “Ciências Humanas” que conhecemos são Filosofia. História, Sociologia, Psicologia, Antropologia, Direito, Política e etc. Porém todas parecem querer gozar do prestígio da Ciência, tentando aparentar em sua essência uma característica de “científicamente estabelecido”, o que garantiria uma maior aparência de confiabilidade.

FILOSOFIA e CIÊNCIA compartilham uma de suas bases, a RAZÃO, e nesse ponto se misturam, mas não compartilham o EMPIRISMO, que é a outra base da Ciência.

A confusão com relação a definição de Filosofia, e a desinformação geral, que permeia mesmo o meio acadêmico, chega a ponto de permitir o surgimento de propostas quiméricas no sentido de se eliminar a Filosofia.

Entretanto, Ciência alguma pode se ocupar com a Macro Realidade. O Empirismo não pode ser aplicado à Civilização Humana, à Mente, ao Total. Quem estabelece a comunicação entre todos os segmentos da conhecimento continua a ser a Filosofia. Continuamos gerando novos segmentos de investigação através da Filosofia, ao mesmo tempo que a tendência a Interdisciplinariedade exige uma visão cada vez mais holística para abordar os desafio no Terceiro Milênio.

Da mesma forma que a Arte, a Mística ou a Ciência, a Filosofia nunca deixará de existir enquanto houver pessoas buscando respostas.

O FILÓSOFO

Há uma grande diferença entre ser um Filósofo e estudar Filosofia. Qualquer pessoa que tente pela sua própria maneira de ver a realidade, entender racionalmente a vida , o sentido da existência, a sociedade, as relações humanas, o Universo, enfim, todos os eventos que o cercam, é um Filósofo em potencial, ainda que não possua qualquer instrução significativa.

Dia do Filósofo

Por outro lado é possível estudar a História da Filosofia, o pensamento dos filósofos, os eventos que marcaram a produção do pensamento humano e etc, sem nunca desenvolver uma postura de questionamento próprio sobre a realidade.

Via de regra porém, uma atitude leva a outra.

O verdadeiro Filósofo é antes de tudo um observador atento da realidade, um pensador dedicado, e que tente pelo seu próprio esforço desvendar o Universo que o cerca.

FILOSOFIA PRÁTICA

Embora a Filosofia em geral não seja produzida para resultados concretos e imediatos, crer que ela não tenha aplicação prática é apenas uma ilusão. A forma de compreender o mundo é que determina o modo como se produz as coisas, se investiga a natureza, se propõe as leis.

Ética, Política, Moral, Esporte, Arte, Ciência, Religião, tudo tem a ver com Filosofia.

O pensamento humano não apenas influenciou e influencia o mundo, na verdade é ele que o determina. Todos os movimentos sociais, econômicos, políticos, religiosos da história tem origem no pensamento humano, o domínio da Filosofia.

Se dedicar a Filosofia não é se abster da realidade, nada tem a ver com a alienação, antes o completo contrário. É procurar compreender a realidade, o primeiro passo para interagir com ela, ou mesmo alterá-la, da melhor forma possível.

Filosofar é examinar a realidade, e isso, de um modo ou de outro, todos fazemos constantemente. Ao se tentar resolver os problemas globais, sociais ou pessoais, é impossível se abster da Racionalidade. Entretanto há uma gama de situações onde a Razão não pode avançar por falta, ou excesso de dados, o que impossibilita decisões objetivas.

Entre em cena então a parte subjetiva humana, mais especificamente a Intuição, como meio de direcionar nosso foco de entendimento e apontar caminhos a serem trilhados pela racionalidade.

Isso é Filosofia em si.

De certo modo, a Humanidade sempre será Amante de Sophia.

Marcus Valerio

 

28 de Agosto

1 – A origem da Filosofia

FILOSOFIA: vem do grego

Philo / Philia = amizade, amor fraterno

Sophia = sabedoria

O que é Filosofia

FILOSOFIA

Amizade pela sabedoria

Amor e respeito pelo saber

Indica um estado de espírito

Pessoa que ama, deseja o conhecimento

FILÓSOFO

Aquele que ama a sabedoria

Tem amizade pelo saber

Deseja saber

O nascimento da Filosofia

Pitágoras = filósofo grego (séc.V a.C.)

Responsável pela invenção da palavra “Filosofia”

Sabedoria plena e completa pertence aos deuses

Homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.

O Filósofo

Não é movido por interesses comerciais ou financeiros

Não coloca o saber como propriedade sua

Não é movido pelo desejo de competir

Não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores;

É movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar a vida

É movido pelo desejo de saber.

A Verdade

Não pertence a ninguém

Não é um prêmio conquistado por competição

Está diante de todos nós

É algo a ser procurado

É encontrada por todos aqueles que a desejarem, que tiverem olhos para vê-la e coragem para buscá-la.

O surgimento da Filosofia

Gregos

Começaram a fazer perguntas e buscar respostas para a realidade

O Mundo, Natureza e Ser humano: Podem ser conhecidos pela razão humana.

Pensadores gregos:

Verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso

Verdade podia ser conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio

Linguagem respeita as exigências do pensamento

Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos e ensinados a todos.

Características

Tendência à racionalidade

Recusa de explicações preestabelecidas

Tendência à argumentação

Capacidade de generalização

Capacidade de diferenciação = análise

Legado filosófico grego

Conhecimento = leis e princípios universais

Verdade = provas ou argumentos racionais

Conhecimento não se impõe aos outros

Conhecimento deve ser compreendido por todos

Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os seres humanos

Conhecimento só é verdadeiro quando explica racionalmente seus objetos

Natureza segue uma ordem necessária

Opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais

Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento.

Surgimento da cosmologia

Surgimento da física

A razão (ou o nosso pensamento) também opera obedecendo a princípios, leis, regras e normas universais e necessários.

Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso

Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da contradição e da alternativa

O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e de liberdade

As práticas humanas não se realizam por imposições misteriosas e incompreensíveis (forças secretas, invisíveis, divinas e impossíveis de serem conhecidas)

Seres humanos naturalmente aspiram:

Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres racionais)

À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)

À felicidade (pois são seres dotados de emoções e desejos)

Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.

Cristiani Kobayashi

 

28 de Agosto

 

Historicamente, o primeiro pensador grego a usar a palavra FILOSOFIA foi Pitágoras de Samos no Século VIII ac.

E desde então se levantou, creio eu, a maior e a mais profunda discussão de todo o pensamento humano, pois todas as demais questões ressumem-se a esta:

O que é a Filosofia?

Esta afirmação se consolida quando vemos a tentativa de todos os Filósofos em conceituar a Filosofia, partindo daí para criar os seus próprios conceitos filosóficos, bem como sua visão de mundo.

Etimologicamente, a palavra Filosofia é composta de dois radicais gregos: Filosofia.

Filo – Amigo ou amante. Aquele que deseja e se compromete afetuosamente e incondicionalmente a outrem em atitude de amor e lealdade.

Sofia – Sabedoria = A sabedoria para o grego era algo divino, que era revelado aos mortais pelos deuses. A sabedoria não era adquirida por mérito, mas por dádiva dos deuses.

Partindo do conceito etimológico, ouso tentar construir uma idéia sobre o que possa vir a ser a Filosofia numa perspectiva de três faces conceituais.

Filosofia é razão – O Filósofo é a razão em movimento na busca de si mesma. A Filosofia surge na Grécia Arcaica na passagem das explicações míticas-religiosas para as explicações racionais-filosóficas sobre questões inerentes ao ser e ao mundo. A idéia da Filosofia como razão consolidou-se na afirmação de Aristóteles: “O homem é um animal racional”.

Filosofia é Paixão – O Filósofo antes de tudo é uma amante da sabedoria. Toda atitude humana, inicialmente é passional. O que move o mundo não é a razão, mas a paixão. “O coração tem razões que a própria razão desconhece” Pascal.

Filosofia é Mito – O Filósofo é um mítico em busca da verdade velada. Só pensamos naquilo que cremos, e só cremos naquilo que queremos. O mito para a Filosofia é vital, pois cria ícones possíveis do mundo das idéias. “Há mais mistérios entre os céus e a terra do que pressupõe a vossa vã Filosofia”. William Shakespeare.

Concluindo: (Se é que podemos concluir alguma coisa sobre este assunto): No dia em que algum Pensador desvendar o segredo do conceito sobre Filosofia, este terá destruído a idéia que nutre o homem durante séculos, pois o pensar filosófico é inerente ao ser humano, e defini-la através de conceitos seria aprisionar a própria capacidade do pensar em limites que impossibilitariam a formação de novos e reflexão de antigos conceitos e idéias.

Partindo da idéia deleuziana de que “filosofia é criar conceitos”, conceituar a Filosofia é muito mais do que neologismos.

Conceituar a Filosofa é pensar continuamente no ato dinâmico da reflexão, auto-reflexão e originalidade de surpreender-se diante do imprevisto, do inexplicável, do maravilhoso… do indizível.

Filosofia, entendida como uma reflexão crítica a respeito de tudo o que se relaciona com a existência do homem, nasceu na Grécia Antiga. A palavra “filosofia” é, inclusive, de origem grega e vem de phylos, “amigo”, e sophia, “sabedoria”.

É costume homenagear Sócrates, filósofo que viveu entre 469 e 399 a.C., chamando os pensadores que o antecederam de filósofos pré-socráticos.

Os pré-socráticos

A Filosofia Grega caracterizou-se, até o advento de Sócrates, pelas idéias a respeito da natureza e pelo desenvolvimento das técnicas de argumentação filosófica.

Os primeiros filósofos, devido à preocupação de explicar racionalmente o mundo natural, são também chamados de Filósofos da Natureza ou de físicos (do grego e, “natureza”).

Eis uma pequena lista dos pré-socráticos mais importantes: Tales de Mileto (625-547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (585-525 a.C.), Pitágoras de Samos (570-495 a.C.), Xenófanes de Cólofon (570-475 a.C.), Heráclito de Éfeso (c. 500 a.C.), Parmênides de Eléia (c. 515 a.C.), Empédocles de Acragás (492-432 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370? a.C.).

Sócrates, Platão e Aristóteles

No final do século V a.C. o interesse primordial dos filósofos desviou-se do mundo natural para a compreensão do homem, do seu comportamento e de sua moral.

Sócrates (469-399 a.C.), um dos maiores pensadores de todos os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos já possuíam o conhecimento do que era correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento à tona ele fazia perguntas bem dirigidas e questionava sistematicamente seus interlocutores a fim de que a sabedoria aflorasse.

A suprema sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do bem, ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria ignorância.

Platão (429-347 a.C.), admirador e discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas, famosa escola de Filosofia em que mestre e discípulos viviam em comum, debatendo constantemente os mais variados temas.

Ao lado de idéias fundamentalmente teóricas, como a contraposição das aparências à realidade, a crença na existência de uma alma eterna e na vida após a morte, Platão propunha, de forma eminentemente prática, que a cidade ideal deveria ser governada por um rei-filósofo.

A filosofia busca a verdade através de questionamento

Não aceitação de dogmas, busca entender o mundo através do pensamento humano.

Sócrates: o homem é o centro
Platão: mundo inteligível (mundo ideal) e mundo sensível (mundo real)
Aristóteles: (estagirista – Macedônia), discípulo de Platão

Organiza os pensamentos (conhecimento)

Desenvolve a ética; cria uma definição de justiça e equidade

Cria-se a chamada lógica

Características do período socrático

Fenômeno sócio econômico

Economia das cidades gregas: artesanato e comércio

Disputa do pode político

Criação da democracia

Riqueza em Atenas: os ricos/poderosos participam diretamente da política

Tradicionalistas: estado das coisas (conservadores)

Atenas e o império da lei

Sofistas: tudo o que há de princípios; educação filosófica é só para justificar o poder exercido, o importante e saber contar/argumentar (coisas poucas sem finalidade)

Discursos sobre ética

Período que se discute o pensamento humano, ou seja, período antropológico

Sócrates combate os dois grupos: tradicionalistas sofistas

Sócrates é um perguntador, pois busca a essência das coisas e a consciência do agente moral

“Essência”: deve-se chegar ao que seja as “coisas”, começa o questionamento

“Agente moral”: Sócrates poderia questionar com um=m cidadão ateniense: “Porque você se comporta assim”.

Ele responderia: Porque e esse o comportamento que a cidade cobra.

Porque?

Busca pela conduta, pois assim é e natureza

A honestidade praticada hoje e a que será devolvida amanhã

Consciência da razão é a implicação dos seus atos

Obs.: esse despertar de consciência do povo, levou Sócrates a ser acusado de subversivo, aquele que desperta duvidas; ele é julgado e não se defende, pois acha que a defesa esta ligada à confirmação da culpa.

Sócrates morre e então Platão e outros descrevem o que Sócrates disse.

Nisso destaca-se Platão que ab=caba instituindo sua filosofia

Platão divide o mundo em: inteligível = mundo ideal; ordem imutável, imperecível e eterna (PHYSUS)

Mundo sensível: mundo real; mudanças da natureza (DEVIR)

Surge então a expressão “amor platônico”

Platão: ética; o homem será perfeitamente moral ou ético a partir da concepção da cidade perfeita, o que é uma utopia, pois a cidade perfeita seria governada por homens sem interesses pessoais

Cria-se a dialética: instrumento usado para apuração da verdade, colocando idéias em choque, achando-se uma síntese, ou que uma se estabeleça sobre a outra.

Características do período sistemático

Inaugurado por Aristóteles (não era grego e sim Macedônio – cidade de Estagira)

Sistematização de todo o conhecimento filosófico

Toda a produção filosófica grega foi organizada, criando-se um sistema de estudo filosófico

Atribui-se a cada estudo filosófico uma ciência: Episteme

Ciências produtivas: entrega um produto (arquitetura entrega casa)

Ciência pratica: pratica do homem (ética política)

Ciências teoréticas: e o estudo d a relação dos seres com a natureza (biologia, teologia)

Criação de uma ferramenta importantíssima chamada analítica, que mais tarde passa a ser chamada de lógica

Dialética: discursos que se chocam

Lógica/analítica: estudo do qual se tira uma conclusão.

Ex:

TODO HOMEM E MORTAL (primícia maior – proposição universal)
SOCRATES E HOMEM (prímicia menor – proposição particular)
LOGO SOCRATES E MORTAL (conclusão)

Lógica: não e ciência e apenas uma ferramenta do conhecimento
Ética: homem precisa perseguir o caminho do meio (Sócrates)
Aristóteles: Ética justiça e equidade

Período Medieval (Sto Agostinho, São Tomas de Aquino)

Ao lado das primeiras igrejas surgem as primeiras escolas

Pensamento= dicotomia (conflito entre a fé e a razão)

Surge a “lex eterna” = lei de DEUS e “lex terrialis” = lei dos reis

Europeus: prevalece a lei da terra, onde os reis legislam sobre tributos, comercio, etc

No conflito entre lex eterna e lex terrialis prevalece quem se fundamenta na escruta sagrada, o que se chama na lei grega de argumento de autoridade (justificativa)

É o período de maior espladecência do poder da igreja

Ética: Reflexão filosófica da moral

Sócrates: é o primeiro a tratar da ética através do questionamento, ou seja, consciência do agente moral

Aristóteles: o homem só atingiria a ética à medida que sua vontade for guiada pela razoa, ou seja, caminho do meio, é no meio que esta a virtude

Vontade guiada pela razão= pensamento racional (o pensamento racional obriga a procura do caminho do meio, exemplo: entre a passividade e a ira temos a virtude).

Aristóteles: agir conforme seu pensamento sem sofrer constrangimentos internos (autodeterminação) ou esternos

Ninguém e livre sem querer, para Aristóteles o homem é livre para decidir diante da necessidade ou da contingência

Filosofia do Direito: (questões de justiça): não considerar nada como obvio; fazer perguntas adequadas; primeiro deve-se saber o que discutir para depois perguntar.

Justiça: tema fundamental da filosofia do direito. Para os gregos a justiça e responsabilidade de cada um, não apenas do governo, estado

A justiça, para Aristóteles, é inseparável da pólis, da vida em comunidade. Se o homem é um animal político, isto significa sua necessidade natural de conviver em sociedade, de promover o bem comum e a felicidade. A pólis grega encarnada na figura do Estado é uma necessidade humana, cuidando da vida do homem como o organismo precisa cuidar de suas partes vitais.

O homem que vive completamente sozinho, não é humano: ou é um animal ou é um Deus, diz Aristóteles.

Estas premissas fundamentam a necessidade de regulação da vida social através da lei, respeitando os critérios da justiça e da equidade. O justo em geral, para os antigos, é dar a cada um o que é seu. Como dizia o Direito Romano, os preceitos jurídicos são viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um o que lhe pertence.

Ao estudar a questão da justiça, Aristóteles identifica vários tipos. A classificação aristotélica segue o princípio lógico de estabelecer as características ou propriedades do geral, para depois analisar os casos particulares. Há, desse modo, uma justiça geral e uma justiça particular.

A Justiça Geral é a observância da lei, o respeito à legislação ou às normas convencionais instituídas pela pólis. Tem como objetivo o bem comum, a felicidade individual e coletiva. A justiça geral é também chamada de justiça legal. Ressalte-se a compreensão dos gregos que consideravam o justo legal não somente sob a forma do ordenamento jurídico positivo, mas principalmente as leis não escritas, universais e não derrogáveis do Direito Natural.

A Justiça Particular tem por objetivo realizar a igualdade entre o sujeito que age e o sujeito que sofre a ação. Divide-se em Justiça Distributiva e Justiça Corretiva.

A Justiça Distributiva consiste na distribuição ou repartição de bens e honrarias segundo os méritos de cada um. A Justiça Corretiva visa à correção das transações entre os indivíduos, que podem ocorrer de modo voluntário, a exemplo dos acordos e contratos, ou de modo involuntário, como nos delitos em geral.

Nesta forma de justiça surge a necessidade de intervenção de uma terceira pessoa, que deve decidir sobre as relações mútuas e o eventual descumprimento de acordos ou de cláusulas contratuais. O juiz, segundo Aristóteles, passa a personificar a noção do justo. A justiça corretiva é também denominada equiparadora ou sinalagmática.

Subdivide-se em: Justiça Comutativa, que preside os contratos em geral: compra e venda, locação, empréstimo, etc. É essencialmente preventiva, já que a justiça prévia iguala as prestações recíprocas antes mesmo de uma eventual transação. Justiça Reparativa, que visa reprimir a injustiça, a reparar ou indenizar o dano, estabelecendo, se for o caso, punições.

Aristóteles foi, talvez, o primeiro filósofo a distinguir a ética da política: centrava a ética na ação moral e voluntária do indivíduo enquanto indivíduo e a política nos vínculos institucionais à comunidade.

Como se vê, temos aqui um primeiro esboço do problema: indivíduo e comunidade são entidades separadas.

Mas Aristóteles define o homem como animal político porque dotado de palavra, um animal que, dotado de logos, tende naturalmente para viver numa pólis.

Portanto, faz preceder o indivíduo da comunidade, uma vez que esta é a causa final da associação entre os humanos.

Daí resulta que, tal como o indivíduo é subordinado à comunidade, também a ética se subordina à política, com todo o rol de conseqüências associadas.

Diz Aristóteles (Ética a Nicómaco, 1094 a): o bem é aquilo a que as coisas tendem e (1094 a, 5) onde há fins distintos das ações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as últimas.’

Não apenas há separação entre meios e fins (entre indivíduo e comunidade), como há uma hierarquia ‘natural’ entre eles, sendo de maior excelência os fins – a ficção sobrepõe-se à realidade, quer, como qualquer bom filho de Platão.

Num mundo marcado pela separação essencial, a hierarquia estende-se por todos os lugares: ‘os fins das artes fundamentais devem ter precedência sobre os fins subordinados, pois, com efeito, estes últimos são procurados em função dos primeiros.’

Como a ética é subordinada da política, o ato do fim, a ação boa acaba por ser aquela que melhor defenda o interesse político. Ora, como o indivíduo se subordina à comunidade, desembocamos na legitimação da mentira e sua institucionalização (o famoso segredo de estado).

A pólis é o ‘sumo bem’, e ilegítimo e eticamente reprovável todo o ato que escape à autoridade instituída: lesa a lei e a concórdia.

Para Aristóteles o tema da justiça tem sede no campo ético, ou seja, na atividade prática da vida humana. A justiça é entendida como virtude e assume, portanto uma conceituação ética.

As virtudes éticas aristotélicas são catalogadas da seguinte maneira: coragem, temperança, magnanimidade, amabilidade, veracidade, jovialidade, pudor e justiça.

A justiça e todas as demais virtudes são o intermédio conforme a reta-razão, justo-meio, o centro de dois extremos eqüidistantes que representam a falta de medida o vício: excesso e defeito (escassez).

No entanto há uma peculiaridade da justiça como virtude: os dois pólos se identificam por ser a injustiça tanto o excesso quanto a carência em que se invade o campo do que é devido ao outro em bens, penas, vantagens e ganhos ficando com algo para mais ou para menos.

Também em suas definições filosóficas sobre a justiça Aristóteles categorizou suas formas:

1. Justo total ou legal: consiste em definir o justo total como a observância da lei a prática da ação em conformidade aos preceitos da Lei. Envolve o todo toda a comunidade, pois corresponde ao cumprimento da Lei. A Lei visa o bem de todos, o bem comum e aquele que contraria as Leis contraria a todos que estão protegidos por elas.

2. Justo particular: Refere-se sobre o relacionamento direto entre as partes:

1. Justo-Distributivo: Aplicável na relação público privado governante/governado em que as partes já se apresentam hierarquicamente dispostas e é o tipo de justiça que precisa ser levada a efeito pelo governante no momento de distribuição dos benefícios e ônus (tributos, saúde, educação, transporte, responsabilidade, cargos, etc) públicos. É a justiça social em que a distribuição ocorre de forma geométrica e os desiguais serão tratados de forma desigual e os iguais de maneira igual.

 

Fonte: Introdução à Filosofia/www.cfh.ufsc.br/www.xr.pro.br/ aufklarungsofia.pbworks.com/dc219.4shared.com

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