Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

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Supervisor Educacional é o profissional responsável pela coordenação e apoio às atividades do corpo docente, com objetivo de promover melhor desempenho do trabalho didático-pedagógico.

Este profissional pode atuar em instituições escolares de Educação Básica, no magistério do Ensino Superior e em pesquisa educacional.

São atribuições do Supervisor Educacional:

Atuar no desenvolvimento do currículo e desta forma, assegurar o relacionamento e a ordenação seqüencial dos conteúdos.

Dinamizar o processo educacional e promover a melhoria qualitativa do ensino.

Elaborar o plano anual de atividades do Serviço de Supervisão Pedagógico.

Promover estudos para o aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido no processo ensino-aprendizagem.

Supervisionar a execução do Plano Pedagógico, a fim de que se processe a integração do Corpo Docente em relação a objetivos, conteúdos programáticos e técnicas de direção de aprendizagem, sistema de controle de aproveitamento e normas de conduta.

Controlar o rendimento escolar dos alunos, pesquisando as causas de aproveitamento insuficiente.

Orientar os professores no planejamento e desenvolvimento de estudos de recuperação e de adaptação.

Julgar, auxiliado pelos professores, da equivalência ou da insuficiência de conteúdos curriculares, em casos de recebimento de transferências, e das formas de adaptação a serem adotadas, quando necessário.

Responsabilizar-se, na esfera de sua competência, pela integração do Serviço de Supervisão Pedagógica com outros serviços da instituição de ensino, principalmente com o Serviço de Orientação Educacional.

Fonte: UFGNet

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

Objetivo geral

Analisar a função do supervisor escolar.

Objetivos específicos

Investigar teorias que abordem a função do supervisor escolar para as exigências da sociedade na atualidade

Analisar embasamentos teóricos que defendem o papel do supervisor para uma sociedade em constantes mudanças

Investigar entre os profissionais entrevistados sobre o papel do supervisor

Comparar as respostas entre os entrevistados da escola e após entre as escolas

Comparar a teoria defendida no trabalho com a coleta de dados das escolas

Definir estratégias a ser tomado pelas escolas para ressignificar o trabalho do supervisor escolar.

Justificativa

O tema pesquisado surgiu durante as aulas do módulo “Orientação e Supervisão Escolar” e durante um curso de formação teórica em que participei no município de Lajeado que abordou o tema: “O papel do Supervisor escolar”. Desta forma ficaram algumas interrogações entre a teoria defendida durante o módulo e no curso com a prática realizada dentro das escolas.

Ficava muito atenta durante o curso nas opiniões e comentários dos meus colegas e pensava:

Será que na prática realmente executam a função de supervisor?

Ou será só na teoria?

As dúvidas foram aumentando e imaginava como a teoria e prática poderia caminhar sempre junta, fazendo-se presente no dia-a-dia do trabalho do supervisor escolar.

Com base nisto, desenvolveu-se uma fundamentação teórica que traz as reais funções do supervisor na atualidade e suas contribuições para uma educação de qualidade. Assim teve-se a oportunidade de investigar, a teoria e a prática, relacionando ambas com questões a respeito do papel do supervisor escolar e como estes papéis estão sendo desempenhados na prática.

Após discutir criticamente o papel do supervisor escolar, fez-se uma investigação entre os supervisores, diretores e professores com coleta de dados a partir de questionários elaborados.

A pesquisa procurou trazer um comparativo de como os segmentos da escola: direção, professores e supervisores estão percebendo a função do supervisor escolar.

Desta forma a pesquisa visa colaborar para que os professores, diretores e supervisores possam refletir sobre a importância do supervisor dentro das escolas.

Os segmentos que responderam as estas questões são de uma escola municipal do bairro Planalto da cidade de Lajeado, durante o mês de março no ano de 2008. Foram entrevistados, na escola todos os professores, os diretores e supervisor, com relação à função do supervisor escolar. Depois de realizada a pesquisa, as respostas foram lidas, analisadas e comparadas num quadro, para se obter maior clareza do resultado e assim comparar com a teoria defendida.

Hipótese

O trabalho do supervisor escolar dentro da escola pode contribuir para uma educação de qualidade, dentro de um processo pedagógico pensado com seriedade e nas funções que a escola precisa exercer.

Problema

Como os supervisores, professores e direções das escolas definem as funções do supervisor escolar?

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O PROCESSO HISTÓRICO DO SUPERVISOR ESCOLAR;

O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR;

O PROCESSO HISTÓRICO DO SUPERVISOR ESCOLAR

Ao longo da história do Ensino no país muito já se pesquisou e já se sabe sobre a função do supervisor escolar. Esta história nos traz o surgimento do supervisor, com o surgimento das fábricas. Concebido como parte de um processo de dependência cultural e econômica integrado a um projeto de controle do povo e da nação.

Nas escolas nasce como Inspetor Escolar, para fiscalizar o ensino, o trabalho dos professores, como, por exemplo, realizar estatísticas escolares, orientar quanto a implementação do ensino, coordenar e orientar o ensino garantindo que a legislação fosse implementada.

No séc. XVII registraram-se altos índices de mortalidade infantil, a criança era vista como adulto em miniatura e o ato de educar na escola cabia ao professor, que tinha como meta de trabalho ensinar regras de comportamento, ofício, ética na profissão e o valor do trabalho. A escola na época correspondia ao tipo de homem que queria formar e na escola concretizava-se. Pois o princípio era “máxima produção em menos tempo, sem desperdício”.

A Constituição de 1891 definiu:

Responsabilidade pelo ensino secundário da União e a competência pelo gerenciamento do ensino primário e do normal dos estados. Assim os estados seriam divididos em inspetorias e cada uma dessas teria um inspetor responsável pelo controle do funcionamento e da estatística escolar.

Com a Lei nº 4024/61 a Inspeção tomou uma nova forma, que além de inspecionar teria que orientar as escolas. Pois, as escolas precisavam ser orientadas na implantação de programas de ensino que atendessem a organização curricular, adequando-se as demandas regionais. Para tanto, as Secretarias de Educação estaduais, passaram a organizar equipes de supervisores, para atender as escolas.

Com a fragmentação do ensino, foi estabelecida uma divisão intencional e ideológica.

Intencional por viabilizar uma concepção tecnicista de educação, permeando as políticas educacionais do Governo Federal, atrelada aos acordos do MEC/USAID. Ideológica, refletindo uma concepção de divisão técnica do trabalho, acompanhando a lógica do capitalismo industrial.

Neste passar rápido pela trajetória do supervisor registra-se uma visão fragmentada. Os estudos teóricos, as análises de diferentes pontos de vista, as vivências de profissionais que atuam nesta área, a realidade encontrada hoje em nossa sociedade, os saberes renovando-se a todo instante, as novas necessidades enfrentadas nas escolas, levaram os supervisores a repensar a sua prática, para atender a nova demanda da escola.

“Transformar significa ultrapassar o estabelecido, desmontar os antigos referenciais, adotar novas bases conceituais, construir novas modalidades de ação, ligando objetividade e subjetividade” (PLACCO, 2001, p.17.

O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

O olhar que se tinha sobre o papel do Supervisor Escolar começou a ter novos rumos para poder contemplar as necessidades desta nova clientela de alunos, professores e comunidade escolar.

A necessidade vai ao encontro da superação de papéis que o supervisor assumia até o presente momento.

Escola, assumir o compromisso com a formação do homem transformador.

Conforme o dicionário, supervisão significa: “Orientação ou inspeção em plano superior”.

A leitura dessa definição remete a uma perspectiva de movimento; ou seja; não dá para compreender a coordenação a partir de um só lugar, operando apenas com semelhanças ou, ainda, privilegiando a homogeneidade.

PAPÉIS IMPORTANTES

Priorizar: o quê, como e para quem ensinar; Acompanhar o aprendizado e a formação de cada aluno

Discutir o desempenho dos alunos, pontos que concentram dificuldades de aprendizagem e estratégias que funcionam ou não

Ajudar a elaborar e aplicar o projeto da escola; Dar orientação em questões pedagógicas

Atuar na formação contínua dos professores

Motivar o professor a fazer cursos de aprimoramento

Dialogar com os pais e responsáveis sobre questões pedagógicas e compreender a ansiedade da família

Ter muita paciência e senso de justiça

Afinal, a necessidade de saber trabalhar com diferentes públicos está sempre presente. Não só os alunos necessitam do apoio do supervisor, mas também os pais, professores e a direção da escola.

Estar atento a essas variações exige um ótimo relacionamento interpessoal e, também, uma visão global da instituição. Esta habilidade é alcançada quando se pensa na educação como um todo.

Construir um ambiente de cooperação em que todos possam ouvir e ser ouvidos para prevenir o risco de se perder tempo com atividades inócuas

Criar condições favoráveis ao aprimoramento dos alunos

Organizar o calendário escolar

Realizar reuniões periódicas com pais e docentes

Deixar de lado fórmulas prontas e levar em conta a realidade da escola e da comunidade

Organizar o dia a dia e assegurar que se crie uma estrutura de formação continuada no ambiente escolar

Encaminhar para profissionais especializados os alunos que apresentam problemas

Acompanhar e colocar em prática a proposta pedagógica criada conforme o Projeto Político Pedagógico, Planos de Estudo e Regimento Escolar

Manter atualizados documentos pertinentes: Projeto Político Pedagógico, Planos de Estudo e Regimento Escolar.

As condições básicas para o exercício de uma atividade supervisora são: capacidade de visão de conjunto: situar cada problema no contexto da situação geral; capacidade de compreensão com as pessoas que trabalha; capacidade de analisar as situações que causem tensões; experiência como administrador/professor de escola no trabalho que irá dedicar-se; capacidade de administrar os vários aspectos técnicos da sua profissão; elevado nível de inteligência; experiência geral de administração.O dia a dia do supervisor exige que ele administre seu tempo para cumprir inúmeras tarefas.

A supervisão tem como objetivo geral, dar condições para que os objetivos da educação sejam atingidos. Envolve o aperfeiçoamento do processo total ensino-aprendizagem, pois, até certo ponto, há uma interdependência dos dois aspectos. Os objetivos gerais da educação nacional são o desenvolvimento integral do aluno e a sua integração no meio físico e social.

Para Medina (1995, p. 22), “Papel do supervisor passa, então, a ser redefinido com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o professor que ensina e o aluno que aprende passa a construir o núcleo do trabalho do supervisor na escola”.

o planejamento torna-se essencial para uma atuação eficiente.

A supervisão dirige a atenção para os fundamentos da educação. O supervisor deve procurar ter consciência clara dos conceitos e crenças que determinam sua maneira de agir, dos fins que pretende atingir e dos meios a utilizar. Isso corresponde à filosofia que baseia sua atividade supervisora.

Então, o supervisor moderno deve ser uma pessoa capaz, preparada sob o ponto de vista educacional e psicológico, especialista no processo democrático do grupo.

Questionário para professor

1-Qual a função (funções) do supervisor escolar?

2-Como o supervisor desenvolve sua função?

3-O trabalho do Supervisor Escolar está contribuindo para o seu trabalho em sala de aula?

Como você percebe na prática?

Dê alguns exemplos de contribuições. Se a resposta for não, explique o motivo.

4-Qual a importância do supervisor escolar em seu trabalho?

5-Qual é o perfil do Supervisor escolar?

6-Você considera importante o Supervisor Escolar acompanhar o seu trabalho? Por quê?

7- O que o Supervisor observa e o que pensa a respeito de sua ação na escola?

8- O Supervisor Escolar desempenha seu trabalho democraticamente ou demonstra ausência de auto-crítica? Comente?

9-As reuniões pedagógicas, como são?

O Supervisor é atuante nas mesmas?

Realiza reflexões com o grupo?

Acontecem estudos?

10- Como você percebe a relação do Supervisor com os demais membros da equipe diretiva?

11- Você tem conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola?

Como surge a proposta pedagógica da escola a cada ano que se inicia?

Esta proposta é colocada em prática?

Questionário para Supervisão

1-Qual a função (funções) do supervisor escolar?

2-Como o supervisor desenvolve sua função?

3-O trabalho do Supervisor Escolar está contribuindo em que sentido para a escola? Como você percebe na prática? Dê alguns exemplos de contribuições. Se a resposta for não, explique o motivo.

4-Qual a importância do supervisor escolar na escola?

5-Qual é o perfil do Supervisor escolar?

6-Você considera importante o Supervisor Escolar acompanhar o trabalho dos professores? Por quê?

7- As observações e constatações feitas pelo Supervisor são trazidas pelo mesmo? Como são discutidas e resolvidas? 8-Acontecem reuniões entre a supervisão e a direção? Com que freqüência? O que é tratado?

9- Como se dá a relação entre a equipe diretiva (diretor, vice-diretor e supervisor)?

10- O Supervisor Escolar desempenha seu trabalho democraticamente ou demonstra ausência de autocrítica? Comente.

11-As reuniões pedagógicas, como são? O Supervisor é atuante nas mesmas? Realiza reflexões com o grupo? Acontecem estudos?

12- Você tem conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola? Como surge a proposta pedagógica da escola a cada ano que se inicia? Esta proposta é colocada em prática?

Questionário para diretor e vice-diretor

1-Qual a função (funções) do supervisor escolar?

2-Como o supervisor desenvolve sua função?

3-O trabalho do Supervisor Escolar está contribuindo em que sentido para a escola? Como você percebe na prática? Dê alguns exemplos de contribuições. Se a resposta for não, explique o motivo.

4-Qual a importância do supervisor escolar na escola?

5-Qual é o perfil do Supervisor escolar?

6-Você considera importante o Supervisor Escolar acompanhar o trabalho dos professores? Por quê?

7- As observações e constatações feitas pelo Supervisor são trazidas pelo mesmo? Como são discutidas e resolvidas.

8-Acontecem reuniões entre a supervisão e direção? Com que freqüência? O que é tratado?

9-Como se dá a relação entre a equipe diretiva (diretor, vice-diretor e supervisor)?

10-O Supervisor Escolar desempenha seu trabalho democraticamente ou demonstra ausência de auto-crítica? Comente.

11-As reuniões pedagógicas, como são? O Supervisor é atuante nas mesmas? Realiza reflexões com o grupo? Acontecem estudos?

12- Você tem conhecimento do Projeto Político Pedagógico da escola? Como surge a proposta pedagógica da escola a cada ano que se inicia? Esta proposta é colocada em prática?

RESULTADOS

Análise da pesquisa

Análise da pesquisa com os professores; Análise da pesquisa com a direção; Análise da pesquisa com a supervisão; Análise geral da pesquisa;

Análise da pesquisa com os professores constatou-se:

 

Nas duas primeiras questões direcionadas para os professores constata-se que a maioria considera como função do supervisor acompanhar e orientar o trabalho docente. A análise não está errada, mas conforme defendido na teoria a função do supervisor não se resume somente nesta questão e sim em várias outras funções.

Percebe-se que há vários pensamentos, ou seja, não há um fio condutor, ou uma linha de pensamento a respeito do trabalho do supervisor. Não há uma idéia teórica, há sim idéias isoladas, que também fazem parte do dia-a-dia do supervisor, onde uma idéia completa a outra.

Nas respostas da questão quatro, pedindo para ser relatada a importância do supervisor no trabalho dos professores, pode-se observar que as respostas se direcionaram basicamente para a questão de auxilio do supervisor, sendo considerada a principal importância.

A importância do supervisor não se resume somente para o auxílio, e sim do auxílio para uma importância mais ampla que atinge toda a escola e comunidade.

A importância está em mobilizar primeiramente os professores para a construção de um olhar reflexivo sobre a prática. Pois é o professor que irá trabalhar diretamente com os alunos, sendo o porquê da existência da escola, a clientela da mesma.

É com o olhar reflexivo que os professores deverão planejar as suas aulas, acompanhar diretamente a aprendizagem dos alunos propondo estratégias de aprendizagem para todos.

Pois há nas nossas salas de aula alunos heterogêneos, assim o planejamento precisa atingir a todos provocando construção de conhecimento nos alunos. É neste ponto, a aprendizagem do aluno, que o supervisor também atua, dada a importância fundamental dentro do contexto educacional.

Na quinta questão as respostas vão ao encontro do perfil do supervisor defendido na teoria. Também conforme defendido na teoria o supervisor e direção precisam formar uma equipe de trabalho com cumplicidade e harmonia para que os professores, alunos e comunidade percebem os membros desta equipe com as mesmas convicções, com um caminho traçado conjuntamente para ser seguido na escola.

É muito interessante perceber na última pergunta que somente um professor das oito respostas analisadas diz não ter conhecimento do Projeto Político Pedagógico. Interessante no sentido da analisar que a maioria possui conhecimento, pois na maioria das escolas muitos professores desconhecem o Projeto Político Pedagógico.

Outro fator importante como deixa transparecer nas respostas da décima questão que o supervisor e a direção possuem um bom relacionamento. Para a escola traçar seu caminho precisa de uma equipe de trabalho com as mesmas convicções, falando a mesma língua, colocando em prática aquilo que for combinado em reunião de equipe diretiva.

Isto fortalece a equipe diretiva, passando segurança para os professores, alunos e comunidade, no sentido da união e do bem comum.

Percebe-se no geral das respostas dos professores que uma resposta complementa e precisa da outra, para se tornar completa e ir ao encontro da teoria defendida.

Todas as idéias, pensamentos e convicções possuem sentido e coerência, mas não há uma visão completa do papel do supervisor no contexto atual. Há sim uma visão fragmentada que precisa ser construída. Cada professor vê o supervisor de uma forma diferente.

Constata-se também que na grande maioria das respostas o supervisor escolar está na escola para resolver problemas, dar sugestões, como um ombro amigo nos momentos de dificuldade.

Não quer dizer que o supervisor não irá desempenhar este papel também. O que falta ficar claro para os professores a importância do supervisor no sentido do apoio pedagógico para todos os momentos, e não somente nos momentos de dúvidas, angústias, tristezas.

O supervisor é aquele com quem podemos refletir teorias, posturas e construir conhecimento, no sentido de auxiliar na prática docente. O que falta é saber de maneira “completa” qual é o papel do supervisor para o contexto atual.

Análise da pesquisa com a direção

Nas respostas da diretora pode-se constatar que responde as questões num contexto mais pedagógico. Ela faz uso das palavras prática pedagógica em alguma de suas respostas. Percebe-se que vê o supervisor numa linha mais ampla, ao contrário professores, o supervisor se resume a auxiliar o professor.

Traz bem presente a importância de o supervisor direcionar seu olhar para a aprendizagem dos alunos e para a prática dos professores.

Outra função importante levantada pela diretora é a organização do trabalho pedagógico dos professores. O supervisor deve primeiramente fazer uma levantamento com os professores para serem constatados os objetivos a serem alcançados durante o trimestre, semestre, ano, e após direcionar o caminho com todos os professores, apontando o rumo, para que os objetivos sejam contemplados na prática.

Com relação ao perfil a diretora apresenta o supervisor como uma pessoa ativa, preocupada, que procura. Sabe-se que são características indispensáveis para o papel do supervisor. Mas conforme a teoria as características de um bom supervisor vão além das anteriores.

Fator importante que a diretora levanta é o acontecimento de reuniões semanais entre a equipe diretiva. Para um trabalho conjunto e integrado a sintonia do grupo é fundamental, refletindo união, parceria, integração ao grupo de professores, alunos e comunidade.

Para um trabalho democrático no interior da escola as reuniões pedagógicas precisam ser pautadas em discussões. Constata-se que isto acontece conforme depoimento da diretora.

Outra questão muito importante que a diretora levanta é a visão de reunião pedagógica como parada para estudos ou formação continuada. Na fundamentação teórica muito se fala sobre este assunto, pois é nas reuniões que todo o grupo de professores consegue se reunir com a equipe diretiva.

Este momento é propício para o grupo de professores conjuntamente traçar os rumos que a educação deseja alcançar.

Análise da pesquisa com a supervisão

Conforme relato da supervisora constata-se a importância desta função dentro do contexto educacional. A mesma responde as questões numa visão mais ampla, trazendo em várias respostas a questão do trabalho pedagógico como função primordial do supervisor escolar.

Para a supervisora o supervisor deve ser um líder, um observador e um interventor. Conforme defendido na teoria o perfil do supervisor não se resume somente a estas três características e sim há várias outras características que condizem a esta função.

Outra questão fundamental levantada pela supervisora, também conforme a diretora às reuniões da equipe diretiva acontece a cada semana e são tratados assuntos administrativos e pedagógicos.

Com relação à construção da proposta pedagógica a supervisora relata que a mesma surge no diagnóstico realizado por todos os envolvidos no contexto. A idéia de construção da proposta pedagógica deve surgir realmente de todos os envolvidos no processo, de necessidades observadas e constatadas.

É importante como aparece no relato, à idéia do questionamento para provocar os professores nas reuniões pedagógicas. É colocando dúvidas, que o professor começa a analisar a sua prática, a buscar caminhos para solucioná-las. A idéia não é dar as respostas e sim fazer com que o professor ache caminhos para poder solucioná-las.

Análise geral da pesquisa

Na escola em que a pesquisa foi realizada, há no total 17 professores, uma diretora, uma vice-diretora e uma supervisora. Para todos a pesquisa foi entregue no início do mês de março, para ser respondida.

No dia da entrega foi combinado que as entrevistas deveriam voltar para as mãos da pesquisadora somente na última semana do mês de março. Das 17 entrevistas entregues aos professores retornaram somente 8 entrevistas. A vice-diretora não respondeu a entrevista, afirmando para a pesquisadora falta de tempo no dia combinado do recolhimento.

Com relação às professoras, enfrentei algumas dificuldades na realização das entrevistas, devido à falta de tempo destas, pois se encontravam ocupadas em suas atividades, por isso, acabei optando pela entrega de um questionário que deveria ser respondido e devolvido.

Neste momento pude constatar que tanto professores como direção não querem se comprometer com suas opiniões e idéias. Ou, não consideram importante a função do supervisor escolar no contexto escolar, não conseguindo responder as questões. Pois mais da metade dos professores não retornou as entrevistas, onde se percebe que existe certo descaso com a pesquisa.

O questionário distribuído entre as professoras causou insegurança nas professoras em relação ao que estas poderiam vir a responder sobre o trabalho da supervisão. Um fato no mínimo curioso, é que um questionário foi apagado e sofreu alterações e outro, que uma professora se negou a responder as três últimas questões alegando não querer se comprometer.

Através das respostas obtidas nos questionários, os professores pensam “a função supervisora” como algo importante para o bom desempenho do trabalho, uma pessoa que auxilia no trabalho. Não realizam uma análise mais pedagógica da função supervisora.

A supervisão e a direção pensam na função supervisora como algo pautado numa visão mais ampla, voltado para o trabalho e o fazer pedagógico. Acredito que isto acontece em função das experiências, formação pedagógica, visão de mundo, perspectivas e leituras realizadas que as funções exigem.

Os professores não possuem clareza sobre a função oficial que deve ser exercida pelo supervisor, neste sentido constatamos uma incoerência entre aquilo que a teoria estabelece enquanto função do supervisor, aquilo que abertamente para os professores este profissional assume enquanto sua função.

A equipe diretiva, conforme análise feita, precisa ressignificar o papel do supervisor no contexto educacional, para os professores conhecerem todas as funções do supervisor escolar.

A supervisora da escola conforme relato atua na área da supervisão há três anos. Dos dados obtidos através de entrevistas pude constatar que a supervisora entrevistada aparentou possuir noção das funções que lhes são atribuídas. É fundamental ressaltar que tanto na resposta da diretora como da supervisora acontecem reuniões semanais. Percebe-se que os dois setores consideram muito importante o encontro dessas reuniões.

A supervisora, como a diretora, ressalta nas respostas a importância das reuniões pedagógicas como momento privilegiado para a formação continuada. Também para as duas e tanto para os professores a Proposta Pedagógica surge do contexto com todos os envolvidos no processo.

É importante ressaltar conforme a equipe diretiva, que à formação continuada acontece nas reuniões, já nas respostas dos professores as palavras formação continuada não aparece. Os professores não constatam a reunião como sendo uma formação continuada e sim como algo formal que precisa ser realizado, para serem discutidos assuntos voltados ao funcionamento da escola.

Nota-se então que as relações sociais se classificam como amigáveis, críticas e construtivas. Existe uma integração e momentos de avaliação entre todo o corpo docente, discente e administrativo na escola, contribuindo para a qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

O supervisor contribui para que se efetive um Projeto Político Pedagógico dentro da escola, a partir do momento que orienta e acompanha os docentes na trajetória dos objetivos propostos com a realidade da comunidade. A postura do supervisor controlador trazido ao longo da história está desaparecendo do contexto educacional. Fica assim evidenciada uma preocupação com a prática articuladora com as questões educacionais atuais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realidade educacional contemporânea demanda profissionais críticos e transformadores de um panorama de perplexidade diante das aceleradas mudanças sociais, das novas configurações do mundo do trabalho e das novas exigências de aprendizagem. O trabalho do supervisor é bastante desafiador, especialmente na tarefa de contribuir com a formação contínua dos professores.

É preciso construir o sentido do trabalho pedagógico, desvelando as ênfases que têm sido privilegiadas na história da formação de profissionais da educação e empreendendo uma prática propositiva politicamente delineada, compromissada socialmente, eticamente engendrada e ousadamente concretizada.

O lugar do supervisor revela-se fundamental na medida em que se constitua numa liderança técnico-pedagógica, sendo co – responsável pela articulação entre diversas interlocuções – dirigentes, professores, diretores, alunos, famílias, comunidade, órgãos centrais, sem perder de vista as implicações e os desdobramentos de todo o processo educativo. Várias são as competências necessárias para assumir um cargo de supervisor, hoje, principalmente é ver a escola como um todo.

O trabalho atingiu os objetivos previstos para o estudo, pois a análise a todo o momento estava voltada para as funções do supervisor escolar, sendo abordada na fundamentação teórica e na entrevista. Com o trabalho a pesquisadora pode relacionar a teoria estuda e defendida com a prática realizada em uma escola municipal.

Precisamos caminhar muito ainda no sentido de esclarecer para todos os profissionais da educação as reais funções da supervisão, para que a mesma não continue sendo vista de forma fragmentada e estanque. Pois o supervisor é o co-responsável pela construção de uma equipe escolar coesa, engajada e, sobretudo, convicta da viabilidade operacional das prioridades consensualmente assumidas e formalizadas na proposta de trabalho da escola.

O supervisor exerce no espaço da autonomia, que lhe foi conferida, seu papel de elemento-chave na orientação e gerenciamento dos resultados do desempenho escolar obtidos pelos alunos frente às ações devidamente planejadas pelos docentes.

Na verdade, o supervisor pedagógico, no exercício específico de profissional,articulador e mobilizador da equipe escolar, vivencia suas atividades intencionais voltadas para a melhoria do fazer pedagógico da sala de aula. O supervisor escolar atua na constância da idéia do conjunto, colaborando para a melhoria no que apresenta a qualidade do ensino-aprendizagem proporcionada pela escola.

CLÁUDIA SCHVINGEL

REFERÊNCIAS

CELESTINO, A. S. J. Nove olhares sobre a supervisão. São Paulo: Papirus, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia:saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
FREIRE, M. Grupo indivíduo, saber e parceria. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1993.
GARCIA, R. L.; ALVES, N. O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educacionais. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1994.
GUEDES, B.; BASTOS, R. Sol de Primavera. CD “Beto Guedes ao Vivo”. Faixa 11,1980.
HOFFMANN, J. Avaliar para Promover:as setas do caminho. Porto Alegre: Editora Mediação, 2002.
PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 1997.
PLACCO, V. M. N. de S. O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. Editora Loyola, 1. ed., 2001.
REDIN, E. Nova fisionomia da escola necessária. São Leopoldo:Unisinos (mimeo.p07,1999.
SÁ, R. A. Orientação e supervisão escolar. Curitiba: Ibpex, 2006.
TAYLOR, F. W. Supervisão educacional – uma reflexão crítica. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1990.

Fonte: grupouninter.com.br

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

História da Supervisão Escolar

A idéia da Supervisão surgiu com a industrialização, no sentido de melhorar a quantidade e qualidade da produção, sendo a supervisão uma forma de reprimir, vigiar, controlar, monitorar manteve durante muito tempo nos séculos XVIII e início do século XX.

Somente em 1841, que a Supervisão começa a ter um olhar direcionado para o ensino, com intuito da busca de um melhor desempenho da escola em sua tarefa educativa e verificação das atividades docentes.

No início do Século XX com a melhoria do ensino e das aprendizagens dos alunos, a Supervisão obtém uma nova função: de transmitir, explicar, mostrar julgar e recompensar o trabalho escolar; com isso começa a ser um líder democrático, pois assume um “caráter de liderança, de esforço cooperativo para o alcance dos objetivos, com a valorização dos processos de grupo na tomada de decisões.” ( RANGEL, 2001)

Supervisão Escolar propriamente dita surge pela primeira vez no Brasil com Reforma de Francisco Campos decreto Lei 19.890 de 18/04/31, mas assumindo um papel bem diferente daquele que vinha sendo realizado, de fiscalizar e inspecionar o trabalho docente, “… cabia também ao inspetor geral presidir os exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a abertura das escolas particulares e até rever os livros, corrigi-los ou substituí-los por outros.” (FERREIRA, 1999).

Inspeção Escolar neste período era muita rígida. A escola se preparava toda para receber o inspetor, este só aparecia na escola para observar e fiscalizar todo o trabalho, desde o administrativo até o pedagógico.

Na década de 1950, no Brasil a nomenclatura inspetor passa para supervisor escolar que permeia a educação atual.

Neste período a formação dos primeiros supervisores foi mediante os cursos promovidos pelo Programa América – Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE), sendo que o supervisor atenderia somente o ensino primário. Este curso PABAEE se expandiu pelo Brasil inteiro durante os períodos de 1957 a 1963.

Assim a formação do supervisor escolar passou para o ensino normal designada pela LDB 4.024/61, após sua promulgação ficou estabelecido que os governos estaduais e municipais a incumbência de organizar e executar os serviços educativos.

Neste âmbito, com as mudanças ocorrendo e com a política do governo pós-64 a educação começou explicitamente atender os interesses econômicos de segurança nacional, ou seja, o Supervisor Escolar tinha o papel de controlar a qualidade e promover a melhoria do ensino, sendo que este especialista deveria ter formação específica.

E foi a partir da lei 5540/68, que a Supervisão passa a ter a sua formação em nível superior.

Na década de 70 a Supervisão Escolar engloba todas as atividades de assistência técnica – pedagógica e de inspeção administrativa, afim de não só atender a escola, mais todo ensino, nos anos 80, surgiram críticas sobre os papéis dos especialistas afins de eliminá-los das escolas.

Analisou-se melhor esta situação e percebeu-se que o serviço da Supervisão Escolar tem uma atuação eficaz, para a organização do trabalho pedagógico.

Já nos anos 90, retoma-se a supervisão com a nova LDB 9394/96 que propõe: que a formação de especialistas será oferecida nos Cursos de Pedagogia em nível de Pós-Graduação ou Complementação, com intuito de formação em exercício das práticas pedagógicas e como estas deverão ser desenvolvidas, visto que o supervisor é aquele que contextualiza, auxilia, pesquisa, coordena as atividades pedagógicas em parceria com os professores.

Segundo Alves & Garcia (1986):

Se a educação é a preparação para o exercício da cidadania, a luta em favor de uma escola pública de qualidade é condição para que se realiza o direito fundamental de todos os brasileiros á cidadania. Uma escola em que todos tenham não só o direito de acesso, mas a possibilidade de permanência e a garantia de nela se apossarem do conhecimento que os capacite para o exercício da cidadania.

Após esta retrospectiva, na qual aconteceram várias mudanças no âmbito educacional interferindo nos papéis dos responsáveis pela escola, pretende-se que o Supervisor Escolar do século XXI tenha uma postura de pesquisador, cooperador, companheiro, flexível, integral e acima de tudo comprometido com a eficiência do trabalho pedagógico e seja um conhecedor das leis, para poder entender as normas que o regem.

Bibliografia

ALVES, NILDA e GARCIA, Regina Leite. O Fazer Pensar dos Supervisores e Orientadores.São Paulo: Loyola,1986.
FERREIRA, Naura Syria C. Supervisão Educacional para uma Escola de Qualidade. São Paulo: Cortez, 1999.
RANGEL, Mary. Supervisão pedagógica – Princípios e Práticas. Campinas: Papirus, 2001.
______________. Nove olhares sobre a Supervisão. Campinas: Papirus, 2001.
______________. Supervisão Pedagógica: Um modelo. Rio de Janeiro: Vozes,1979.

Fonte:  andreyfelipecesoares.com.br

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

Estamos vivendo em um mundo que se transforma constantemente. A evolução tecnológica, científica, social, a quantidade de informações e inovações que se apresentam desvelam situações inusitadas, surpreendentes, que exigem preparo, perspicácia, sabedoria para que possamos lidar com elas.

Remetendo esta reflexão ao ambiente escolar, gestores e professores, igualmente, deparam-se diariamente com situações que precisam ser resolvidas, muitas vezes, colocando em jogo conhecimentos pré-estabelecidos, valores arraigados.

Diretores, supervisores e orientadores educacionais, professores, e todos os envolvidos nas relações escolares são profissionais que lidam com o inusitado.

Planejamentos, reuniões pedagógicas, planos de ação ou estudos nem sempre dão subsídios frente a determinadas situações que acabam por mobilizar, desestabilizar, colocando em questão determinados saberes.

Na estrutura escolar temos o diretor e vice-diretor, autoridades responsáveis pela administração do todo da escola.

Constituindo a equipe gestora da mesma, temos o supervisor escolar, objeto de pesquisa do presente estudo, cuja função é orientar o grupo de professores, desafiar, instigar, questionar, motivar, despertando neles o desejo, o prazer, o envolvimento com o trabalho desenvolvido e dividindo as alegrias dos resultados obtidos.

Historicamente, a função do Supervisor Escolar modificou-se. Seu objeto de trabalho e suas ações, inicialmente voltados para o controle e para a inspeção, passam a ser mais complexos e desafiadores, pois dizem respeito à formação, à orientação, ao acompanhamento do trabalho pedagógico dos professores em serviço.

Professores são naturalmente líderes, lideram turmas de alunos, são modelos, exemplos, referenciais, estão em situação de conhecimento superior, em determinadas áreas, àqueles que lecionam. Nesta perspectiva, surge um desafio, e à ação do supervisor escolar são atribuídas funções complexas, de apoio e parceria com o professor.

Neste sentido, o tipo de relação que ele estabelece com o grupo de professores, ao qual lidera, passa a ser a essência do desenvolvimento de seu trabalho.

O Supervisor Escolar, portanto, é o profissional organizador ou orientador do trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores em uma escola, e a liderança frente a este grupo passa a ser inerente à sua função, mas isso não garante que ele atue como tal.

Sendo assim, surgem alguns questionamentos que norteiam a presente pesquisa:

Quais as características que os professores consideram desejáveis em um supervisor?

Como a atuação do Supervisor pode contribuir com o crescimento pessoal e profissional dos professores?

É possível identificar, na história profissional de um professor, um Supervisor Escolar que tenha contribuído efetivamente com seu crescimento profissional e pessoal? • A relação estabelecida com o Supervisor Escolar interfere na motivação do professor?

Tais questionamentos remeteram aos seguintes objetivos:

Caracterizar o Supervisor Escolar desejável

Analisar a percepção dos professores acerca da atuação do Supervisor como organizador de seu espaço de aprendizagem dentro da escola

Identificar Supervisores Escolares que exerceram sua função de líderes educacionais

Verificar se a relação estabelecida entre Supervisor e professor 13 interfere na motivação deste ao desenvolver seu trabalho.

De acordo com as atribuições do Supervisor Escolar, a essência de sua função reside no relacionamento que mantém com os professores individual e coletivamente, e quando se fala em ‘relação entre sujeitos’, existe, além de questões epistemológicas, questões de subjetividade.

Ao Supervisor Escolar, o poder instituído pela função é suficiente para que ele exerça sua liderança conquistando o respeito dos professores e contribuindo efetivamente com seu crescimento?

Sendo assim, estas questões apontam o seguinte problema de pesquisa: o professor reconhece o Supervisor Escolar como profissional responsável pelo acompanhamento e orientação de seu trabalho pedagógico, e ainda, percebe que este profissional contribui com seu crescimento pessoal e profissional?

Este é um universo complexo, pois professores são sujeitos com concepções, valores, ideais, comportamentos, que acreditam em determinadas teorias e fundamentam teoricamente suas ações, mesmo que não se assumam nesta perspectiva.

Parafraseando Paulo Freire (1992), não existe prática pedagógica neutra, todo e qualquer professor trabalha a serviço de uma idéia, da transformação ou manutenção das relações sociais que estão estabelecidas.

A partir do problema levantado, buscou-se resgatar a construção histórica do Supervisor Escolar no Brasil e, mais especificamente no Rio Grande do Sul; 14 identificar momentos, dentro desta história, que acabaram por promover reflexões e ressignificações; expor a lei que regulamenta e define suas atribuições, bem como a formação exigida para o exercício de suas funções.

Para complementar, caracterizando o Supervisor Escolar como líder, foram abordadas questões relativas à liderança: conceitos; importância; desafios; exemplos de liderança.

E, a fim de analisar o viés de liderança existente na função do Supervisor Escolar, estudos sobre liderança educacional subsidiaram sua fundamentação teórica.

Acredita-se que o presente estudo possa contribuir com os gestores educacionais para a construção de sua identidade profissional, em especial com os Supervisores Escolares, pois o resgate histórico, a regulamentação de suas funções e a relação com que ele estabelece com o grupo de professores, são fatores que influenciam suas ações.

1 A SUPERVISÃO ESCOLAR

1.1 CONCEITUANDO SUPERVISÃO ESCOLAR

As pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Escolar fizeram com que esta função fosse conceituada sob vários enfoques.

Trazendo a origem etimológica da palavra ‘supervisionar’, temos: ’SUPERVISIONAR = SUPERVISAR’ e ‘SUPERVISAR = dirigir ou orientar em plano superior; superintender, supervisionar’ (FEREIRA, 1993, p. 520).

Dentro desta perspectiva, Nérici (1974, p. 29), afirma que Supervisão Escolar é a “visão sobre todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola”.

Este olhar exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a ‘escola’ e os ‘objetivos da educação’ são o foco do trabalho, sem que sejam considerados os professores, alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer outra variável dentro desse processo.

Alguns anos depois, já se percebe um avanço em termos de conceituação de Supervisão Escolar, quando Rangel (1988, p. 13), reconhece a necessidade de relação deste com os outros profissionais da escola:

“um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem”.

Esta conceituação propõe que a Supervisão seja percebida levando-se em conta duas outras dimensões:

a relação entre os sujeitos, Supervisor – Professor, e o ensino-aprendizagem, objeto de trabalho desses profissionais, ultrapassando a simples execução de tarefas e a ‘fiscalização’ do trabalho realizado.

Seguindo nesta linha, Alonso (2003, p. 175) afirma que a Supervisão, nesta perspectiva relacional e construída no cotidiano da escola, (…) vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é entendido com freqüência, uma vez que implica uma ação planejada e organizada a partir de objetivos muito claros, assumidos por todo o pessoal escolar, com vistas ao fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento responsável frente ao trabalho educativo.

Desvela-se, assim, a função do Supervisor como referência frente ao grupo, frente ao todo da escola. Este profissional enquanto responsável pela ‘coordenação’ do trabalho pedagógico assume uma liderança, um papel de responsável pela articulação dos saberes dos professores e sua relação com a proposta de trabalho da escola.

Alarcão (2004, p. 35), refere-se a este profissional como líder, definindo como objeto de seu trabalho “o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos que nela realizam seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por meio de aprendizagens individuais e coletivas”.

Estas definições revelam um enriquecimento nas atribuições do Supervisor Escolar, e para melhor contextualizar esta evolução, será realizada uma retomada histórica desde o surgimento deste profissional até sua atuação nos dias de hoje.

1.2 HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

1.2.1 No Brasil

Data de 1931 o primeiro registro legal sobre a atuação do Supervisor Escolar no Brasil. Neste período estes profissionais executavam as normas ‘prescritas’ pelos órgãos superiores, e eram chamados de ’orientadores pedagógicos’ ou ‘orientadores de escola’, tendo como função básica à inspeção (ANJOS, 1988).

Relacionando o que Anjos nos traz com a origem etimológica da palavra, torna-se possível aproximar o surgimento deste profissional com a função que por ele deveria ser exercida. Colocar-se em plano superior aos professores para inspecionar, ‘garantir a execução de’, seriam suas atribuições neste momento da história.

De acordo com Saviani (2003, p. 26), a função de Supervisor Escolar surge: “(…) quando se quer emprestar à figura do inspetor um papel predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo à competência técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições (…).

Este caráter, porém, não é assumido em sua essência, pois no final da década de 50 e início da década de 60, em virtude do acordo firmado entre Brasil e Estado Unidos da América para implantação do Programa de Assistência Brasileiro- Americana ao Ensino Elementar, o PABAEE, o Supervisor Escolar tem estritamente a função de controlar e inspecionar.

O PABAEE tinha por objetivo ‘treinar’ os educadores brasileiros a fim de que estes garantissem a execução de uma proposta pedagógica voltada para a educação tecnicista, dentro dos moldes norte-americanos. Alguns estados brasileiros como Minas Gerais, Goiás e São Paulo foram os principais ‘executores’ do Programa, porém esta tendência influenciou a educação e a função do Supervisor Escolar em todo o país.

Neste período a educação brasileira fundamentou-se basicamente no PABAEE e o material elaborado pelos profissionais que trabalhavam no programa eram fonte para especialização e aprimoramento dos docentes da época.

Inicialmente os técnicos do PABAEE acreditavam que bastava investir na formação dos professores através dos cursos ‘Normais’ para garantir a execução das práticas impostas pelo Programa.

Posteriormente perceberam que o preparo do Supervisor Escolar, com base nas suas concepções tecnicistas, teria uma eficácia maior, pois estes profissionais poderiam atuar: “interferindo, diretamente no que ensinar, no como ensinar e avaliar, educando professores e alunos para uma 1 Segundo Saviani, “na escola tecnicista professores e alunos ocupam papel secundário dando lugar à organização racional dos meios.

Professores e alunos relegados à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle, ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais” (1993, p. 24).

19 organização escolar fundada na ordem, na disciplina e na hierarquia e cimentada na visão liberal crist㔠(GARCIA apud PAIVA, p. 40, 1997.

Os Supervisores desempenhavam um papel de multiplicadores e inspecionavam a execução das idéias impostas pelo PABAEE, assim, o programa passou a atingir um número maior de professores e alunos.

Long, um dos organizadores do programa, reforçando esta meta, conclui que: “isso indica claramente que devemos trabalhar com pessoas que preparam professores, em vez de trabalhar com professores regentes de classes” (apud PAIVA, 1997, p. 48).

As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, primeiramente a LDB 4024/61, passam a prever setores especializados para coordenar as atividades pedagógicas nas escolas como forma de buscar a execução das políticas educacionais desejadas pelos Sistemas de Ensino.

Reiterando esta atuação tradicional, Medina (1995, p. 40), resgata o texto da Lei Federal nº 5692, de 11 de agosto de 1971, em seu capítulo V, artigo 33, o qual reforça a responsabilidade deste profissional com relação à prática pedagógica exercida na escola:

Institucionaliza a supervisão, ao referir-se à ‘formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e demais especialistas em educação’.

A supervisão passa a introduzir modelos e técnicas pedagógicas atualizadas (para a época); o supervisor, contudo, não perde o vínculo com o poder administrativo das escolas.

Agora o seu papel é o de assegurar o sucesso no exercício das atividades docentes por parte de seus colegas, professores, regentes de classe.

O Supervisor Escolar possui legalmente um poder instituído que determina suas ações frente ao corpo docente e à proposta pedagógica da escola, e a partir de então, sendo reconhecido como profissional da educação, passando a ter suas atribuições definidas pelos órgãos superiores.

De acordo com Silva Júnior, o Decreto nº 5.586/75, artigo 7º, do estado de São Paulo, define essas atribuições, entre as quais destaca-se:

(…) II- Zelar pela integração do sistema, especialmente quanto à organização curricular

(…) IV- Elaborar os instrumentos adequados para a sistematização das informações

(…) X- Cumprir e fazer cumprir as disposições legais relativas à organização didática, administrativa e disciplinar emanadas das autoridades superiores;

(…) XI- Apresentar relatório das atividades executadas, acompanhado de roteiro de inspeção (1984, p. 34-35).

Rangel (1988, p. 14), transcreve a Portaria nº 06/77 da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, sobre as atribuições do ‘orientador pedagógico’, nomenclatura dada ao Supervisor Escolar naquele Estado:

Planejamento, acompanhamento, avaliação e controle:

1.1- Planejar a dinâmica da orientação pedagógica em consonância com os objetivos da unidade de ensino

(…) 1.4- Acompanhar o desenvolvimento do currículo, em entrosamento direto com a Direção do estabelecimento e a equipe de orientação educacional

1.5 Avaliar, continuamente, o processo de ensino-aprendizagem com vistas à realimentação do sistema

(…) 1.8- Elaborar, implementar ou opinar sobre projetos de caráter técnicopedagógico.

Estes textos revelam a ação tradicional, conservadora e estreita atribuída ao Supervisor Escolar, que contém em si traços do Inspetor Escolar que dava ênfase ao ‘controlar’, ‘executar’, ‘fazer cumprir’.

A existência deste profissional continuava, portanto, servindo ao sistema, fazendo com que sua ação fosse limitada ao que lhe era determinado, cabendo-lhe executar o que era estabelecido e garantir que os docentes reproduzissem, em suas aulas, o modelo instituído.

Esta época é marcada pela desqualificação e pela fragmentação do trabalho docente, pois o educador passa a ser um mero transmissor do conhecimento, considerado como verdadeiro pelos sistemas de ensino brasileiros em parceria com os Estados Unidos da América.

Esta prática, denominada educação bancária2 por Paulo Freire “deforma a necessária criatividade do educando e do educador” (1996, p.27, e limita a atuação do Supervisor Escolar.

1.2.2 No Estado do Rio Grande do Sul

No estado do Rio Grande do Sul, datam de 1875 os registros informais que se referem à atuação de profissionais cujas funções eram de: inspeção ou fiscalização de ensino e zelar pelo cumprimento das diretrizes legais.

Em 1938, foram nomeados os primeiros Orientadores de Educação Elementar com atribuições de orientar, assistir diretores e professores, sob forma de estímulos e cooperação em todas as atividades escolares (ANJOS, 1988, p. 12).

Freire designa “Educação Bancária”, a prática pedagógica através da qual o professor deposita seu conhecimento no aluno, que por sua vez tem apenas a permissão de reproduzi-lo, repeti-lo, garantindo a manutenção do sistema vigente.

Já em 1943, esta função é definida de uma outra maneira, ou seja, “assistir aos diretores, professores sob forma de colaboração e incentivo no desenvolvimento de programas escolares” (id., p. 13), programas estes definidos pelos órgãos governamentais que normatizavam a educação no país, sendo amenizado, desta forma, o caráter de ‘fiscalização’ em sua atuação.

Acompanhando as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, conforme citado no item anterior, Anjos (1988), traz a Lei Estadual 7.132 de 13 de janeiro de 1978, que ao criar os cargos de Especialistas em Educação no Rio Grande do Sul, apresenta, entre outras, as atribuições que seguem:

Coordenar o planejamento de ensino e o planejamento de currículo

Assessorar aos outros serviços técnicos da escola, visando manter a coesão na forma de pesquisar os objetivos propostos pelo Sistema Escolar

Avaliar o grau de produtividade atingidos em nível de Escola e em nível de atividades pedagógicas (p. 15).

Este paralelo permite constatar que a historicidade da Supervisão Escolar ao nível estadual e federal deu-se sobre as mesmas bases, construiu-se sobre os mesmos pilares, fundamentando-se na execução das políticas educacionais estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela educação no país, limitando-se estritamente a isso, não indo além, aprisionando-se e acomodando-se numa espécie de zona de conforto, pois a legislação estava sendo cumprida.

1.3 INÍCIO DE UMA RESSIGNIFICAÇÃO

No final da década de 80 inicia-se um movimento aberto de repensar a educação.

Alguns profissionais, insatisfeitos com a educação disseminada nas escolas brasileiras, passam a refletir, discutir e buscar alternativas para uma nova proposta sobre a função social da escola, o papel do educador e os resultados que estas práticas pedagógicas trazem para os educandos.

A realidade provocada pela distância que a escola impôs entre a vida real dos educandos e o objetivo da educação, passa a desagradar, a desacomodar, a incomodar, a promover a problematização e a reflexão.

Dentre outros pensadores, encontra-se Paulo Freire (1992), cujas teorias vão de encontro a esta realidade e assumem um papel importante quando provocam uma reflexão e mobilizam em direção à mudança desta perspectiva.

Ele nos traz que a esperança, a tolerância, o formar-se para poder formar, o respeito aos saberes dos educandos, a busca de respostas e de conhecimentos, o saber-se inacabado, a escuta e o diálogo, são princípios que desestabilizam a prática pedagógica de muitos educadores, fazendo-os buscarem novos rumos, novos caminhos, impulsionando os profissionais da educação a repensarem suas práticas.

Com o alvorecer desta nova realidade apontado, o Supervisor Escolar passa a ter de refletir sobre: ‘o que fazer, por que fazer, para que fazer’, assumindo, 24 enquanto educador, a dimensão política3 de sua função.

Como diz Medina (2002, p. 46):

O supervisor abdica de exercer poder e controle sobre o trabalho do professor e assume uma posição de problematizador do desempenho docente, isto é, assume com o professor uma atitude de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar, apreciar e desnudar situações de ensino, em geral, e, em especial, as da classe regida pelo professor Esta mudança de paradigma demanda outras atribuições, fazendo com que professores passem a buscar no Supervisor uma ação renovada, apoio, formação, orientação, a fim de qualificar sua prática pedagógica.

Por esta razão, pensar a prática cotidiana da escola requer profundo esforço prático-teórico, teórico-prático por parte do supervisor.

Este esforço contribui significativamente para compreender a realidade escolar, sugerindo perguntas e indicando possibilidades. Este esforço é feito em parceria com os demais agentes educacionais que atuam na escola, especialmente o professor regente de classe (MEDINA, 1997, p. 29-30).

Neste sentido, e apontando para a evolução na atuação do Supervisor Escolar, Rangel situa este profissional no sentido pedagógico, caracterizando seu trabalho como de “assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem” (1988, p. 13-14).

Esta nova dimensão coloca-o como ‘professor’ de seus professores, alguém que provoca, desafia, incita, questiona, faz pensar.

Medina (1995, p. 88), em pesquisa realizada com Supervisoras da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, traz o que as profissionais apontam como ‘ação supervisora tradicional’, fazendo um paralelo com a ‘ação supervisora renovada’, das quais são destacadas as que seguem:

TRADICIONAL RENOVADA
Ter como objetivo a harmonia do grupo. Explicitar as contradições, trabalhando o
conflito com o objetivo de estabelecer
relações de trabalho no grupo da escola.
Buscar a igualdade num processo de
mascaramento da realidade.
Trabalhar as diferenças.
Trabalhar a partir do seu próprio desejo. Trabalhar buscando criar demandas.
Produzir modelos de conhecimento. Criar formas próprias de conhecimento.
Enfatizar procedimentos linearizados. Enfatizar a produção do professor no
interior da escola, num movimento de
ensinar e aprender.
Ser um facilitador. Ser um problematizador.
Ter o conhecimento como um dado
absoluto.
Ter o conhecimento como um dado
relativo.
Ter comportamento de neutralidade. Ter comportamento expresso com
clareza.
Trabalhar tendo em vista um tipo ideal
de homem.
Trabalhar tendo em vista o sentido da
vida humana.
Fonte: Supervisão Escolar: da ação exercida à ação repensada, 1995.

A autora ressalta que os dados levantados no Quadro 01 não apontam um modelo, mas o resultado de uma pesquisa sobre a realidade vivida por um grupo de Supervisoras. Esta pesquisa revela a necessidade de um repensar da prática Supervisora que já começa a ocorrer.

Rangel (2001, p. 57, situando o trabalho do Supervisor no universo da escola traz que: O supervisor pedagógico escolar faz parte do corpo de professores e tem a especificidade do seu trabalho caracterizado pela coordenação – organização em comum – das atividades didáticas e curriculares e a promoção e o estímulo de oportunidades coletivas de estudo.

Indo além da simples organização de um espaço de estudo e ratificando esta mudança de paradigma na ação supervisora, Freitas (2001, p. 207 destaca que:

É preciso que o/a supervisor/a, juntamente com os professores, problematizem e disponham-se a reconstruir sua identidade profissional à medida que pensem sobre o que fazem e porque fazem, sobre os significados que atribuem às suas práticas, discutindo a intencionalidade de seu trabalho, em permanente diálogo com a realidade, bem como lutando para a transformação das condições institucionais que limitam suas possibilidades de reinventar sua atuação profissional.

Esta transformação, conseqüência das necessidades e das demandas sociais que interferem nos modelos de escola que se deseja, impulsiona os profissionais em Supervisão Escolar para um repensar de sua prática.

1.4 A INSTITUCIONALIZAÇÃO DESTA NOVA PROPOSTA

Conforme justificação do Deputado Federal Cezar SCHIRMER para aprovação do Projeto de Lei 4.412 de 2001 (ANEXO A), a LDB 9394/96, a escola é reconhecida como instituição que precisa ajustar-se à realidade a fim de cumprir seu papel social, porém, existem inúmeras dificuldades que limitam as renovações em termos de ação educativa.

Neste sentido, o Deputado afirma que para reverter esta situação é necessário: revisar e redefinir papéis até agora existentes, a fim de adaptar-se às novas exigências sociais, transformando a educação escolar em um dos instrumentos do desenvolvimento individual, social e econômico, colaborando, decididamente, para a construção da própria cidadania.

Dando continuidade a esta justificação, Schirmer coloca que além de estabelecer as responsabilidades dos sistemas de ensino e dos docentes, é importante reconhecer o âmbito de atuação dos profissionais em educação, entre eles, o Supervisor Escolar.

Para tanto, o Deputado propôs a regulamentação do exercício da profissão de Supervisor Escolar, tornando-se parte da legislação com a publicação com o Projeto de Lei 4.412 de 2001, da qual destaca-se:

Art. 2º O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que atendam às reais necessidades da clientela escolar, atuando no âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas ou privadas.

O texto acima reproduzido coloca o Supervisor Escolar como profissional responsável pela ‘articulação’ do processo educacional, alguém que possibilita o atendimento das necessidades dos alunos, seu ingresso e permanência na escola.

E para que isso se concretize, em sua continuidade, dispõe sobre suas atribuições:

I – coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares

II – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade

(…) VI – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação

(…) IX – planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional

(…) X – propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço (…) Estas atribuições remetem a uma prática dimensionada para além da ‘inspeção’, da ‘supervisão’ enquanto um ‘olhar superior sobre’, colocando o Supervisor como alguém que coordena um trabalho coletivo, um líder que viabiliza o planejamento, a formação continuada, de investigação acerca da prática pedagógica.

As Leis estabelecem os parâmetros, mas a ação cotidiana se dá a partir das atitudes, das relações, do convívio, da diversidade, não bastando que haja regulamentação ou uma lista de atribuições para que o trabalho seja efetivo ou tenha um resultado positivo.

Neste sentido, Freitas (2001, p. 203-204) faz refletir sobre a atuação de educador necessária ao Supervisor que deseje romper com o paradigma tradicional:

Esta concepção de supervisor-educador, ao comprometer-se com a democratização da escola, opõe-se às características restritivas da supervisão tradicional, propondo que se supere:

A neutralidade pelo posicionamento crítico;

O controle pelo comprometimento;

As relações hierárquicas pela responsabilidade partilhada;

O individualismo pela solidariedade; a separação do fazer e do pensar pela reflexão coletiva;

A ajuda pela problematização; a receita pela criação.

Sob esta perspectiva, Alonso (2003, p. 171) afirma que a ressignificação do trabalho do Supervisor Escolar: “está na forma como esta relação se estabelece, num ambiente próximo, de colaboração e respeito mútuo.

Neste espaço, o professor poderá receber a assistência e orientação para lidar com as dificuldades do cotidiano escolar”.

Nesta teia de relações tecida pelos professores em conjunto com os especialistas em educação e com todos os envolvidos no processo pedagógico da escola é que se efetiva a ação do Supervisor Escolar, não sendo possível que haja receita ou método a ser seguido, mas atitudes e comportamentos necessários àquele que tem como objetivo a qualificação do trabalho docente.

Com relação à formação do Supervisor Escolar, ao Projeto de Lei 4412 de 2001 determina, em seu Art 2º, que: o exercício da profissão de Supervisor Educacional é prerrogativa dos portadores de diploma de curso de graduação obtido em instituição de ensino superior devidamente autorizada e credenciada pela autoridade competente do sistema de educação nacional.

E, em parágrafo único do Art 2º, regulamenta, ainda, que a obtenção do diploma dar-se-á em:

I – curso de Pedagogia, Habilitação em Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar;

II – instituição estrangeira de ensino superior, revalidado e registrado como equivalente ao diploma mencionado no inciso I;

III – curso de pós-graduação em Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar.

Anteriormente, apenas a graduação em Supervisão Escolar habilitava profissionalmente para a atuação nesta área, sendo que a partir deste Projeto de Lei o curso de pós-graduação é suficiente para o exercício da profissão.

Fica definido, também, em seu Art 3º que: O campo de atuação do Supervisor Educacional abrange:

I – os órgãos centrais e regionais dos sistemas de ensino;

II – as instituições de ensino;

III – todas as áreas que desenvolvem ação de formação.

A atuação do Supervisor Escolar, portanto, pode ser ampliada para além das instituições de ensino, desde que haja necessidade de organizar espaços de formação.

O Projeto de Lei 4412/2001, apenas propõe a regulamentação da profissão do Supervisor Escolar ou Supervisor Educacional e sugere de forma ampla suas 31 atribuições, ficando a cargo dos Sistemas de Ensino o detalhamento de suas funções de acordo com suas necessidades e peculiaridades.

O voto da relatora Deputada Kelly Moraes, ao afirmar que a Comissão de Educação, Cultura e Desporto não apresenta emendas e concorda com a proposta em sua íntegra, incorpora três dimensões às atribuições do profissional de Supervisão Educacional:uma voltada para o interior da escola, quando o supervisor coordena e promove processos pedagógicos junto aos professores e alunos; outra dimensão se dá em relação à comunidade escolar, principalmente às famílias dos alunos, buscando promover sua integração com a escola; e a terceira refere-se à articulação externa, seja com o sistema educacional, seja com outros setores da comunidade.

Estas dimensões reafirmam a abrangência da ação Supervisora, que passa a responsabilizar-se por um conjunto de ações para além da prática pedagógica.

Libâneo e Pimenta (2002, p. 29), refletindo sobre a formação do Pedagogo, trazem que: Não é possível mais afirmar que o trabalho pedagógico se reduz ao trabalho docente nas escolas.

A ação pedagógica não se resume a ações docentes, de modo que, se todo trabalho docente é trabalho pedagógico, nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente.

Esta abordagem rompe com o reducionismo que muitas vezes é relegado à Pedagogia, pois é comum reduzir a ação pedagógica à docência, o que seria um equívoco, uma forma estreita de defini-la (LIBÂNEO e PIMENTA, 2002).

Cabe destacar que a presente pesquisa pretende abordar exclusivamente as relações existentes entre Supervisor Escolar e professores nas instituições de ensino regulares, sendo que estas informações têm como objetivo expor as possibilidades de atuação deste profissional.

A própria ação pedagógica transcende a simples transmissão de conhecimento, pois envolvem pessoas, valores, saberes, culturas, concepções e experiências diversas daqueles que as realizam.

Libâneo e Pimenta (2002, p. 43-44) destacam que: Dada a natureza do trabalho docente, que é ensinar como contribuição ao processo de humanização dos alunos historicamente situados, espera-se dos processos de formação que desenvolvam os conhecimentos e as habilidades, as competências, atitudes e valores que possibilitem aos professores irem construindo seus saberes fazeres docentes a partir das necessidades e desafios que o ensino como prática social lhes coloca no cotidiano.

Percebe-se que estão envolvidas inúmeras questões no espaço de ação do Supervisor Escolar nos espaços institucionais de educação, demandas que acabam por exigir dele próprio enquanto profissional, um desafiar-se constante, uma busca de formação para contribuir com seus pares.

Fonte: www.tede.pucrs.br

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

supervisor escolar precisa saber dialogar, argumentar e conversar com os professores que trabalham com ele. Isto é competência. Saber se expressar.

Ser competente é ter humildade, auxiliar o professor no seu planejamento, nas realizações das atividades. É levar idéias para os profissionais melhorarem sua prática educativa sem parecer mandão, arrogante e sem ser autoritário. Isto é muito importante na Instituição.

Para adquirir essa competência é preciso também disciplina. Ambas andam juntas. São necessárias na escola.

Uma das competências mais importantes do supervisor é ele conseguir passar para os educadores o quanto é fundamental o professor semear desejos e estimular projetos, fazendo com que os alunos saibam articular seus projetos e idéias pessoais com os da coletividade na qual está inserida.

Ser competente pode-se dizer também que é saber pedir, ajudar, expressar-se, ser flexível e trabalhar em equipe.

Para ser competente, é necessário dominar conhecimento. Mas também deve saber mobilizá-los e aplicá-los de modo pertinente à situação. Tal decisão significa vontade, escolha e, portanto, valores.

Essa é a dimensão ética da competência. Que também se aprende, que também é aprendida. A competência só pode ser constituída na prática, não é só saber, mas sim o saber fazer.

Aprende-se fazendo, numa situação que requer esse fazer determinado. Esse princípio é importante para a educação.

Desenvolver competência com alunos e professores precisa ir além do ensino da memorização de conteúdos abstratos e fora de contexto. É fundamental que eles aprendam para que serve o conhecimento, quando e como aplicá-lo. Isso é competência.

O trabalho dos profissionais da educação em especial da supervisão educacional é traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a quem ele serve explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.

Para desenvolver o trabalho idealizado por Ferreira, o supervisor precisa ser um constante pesquisador, é necessário que ele antecipe conhecimentos para o grupo de professores, lendo muito, não só sobre conteúdos específicos, mas também livros e diferentes jornais e revistas.

Entre as tarefas do supervisor estão ajudar a elaborar e aplicar o projeto da escola, dar orientação em questões pedagógicas e principalmente, atuar na formação continua dos professores.

O supervisor faz a transposição da teoria para a prática escolar, reflete sobre o trabalho em sala de aula, estuda e usa as teorias para fundamentar o fazer e o pensar dos docentes.

Um bom supervisor deve apresentar em seu perfil as seguintes características: auxiliador, orientador, dinâmico, acessível, eficiente, capaz, produtivo, apoiador, inovador, integrador, cooperativo, facilitador, criativo, interessado, colaborador, seguro, incentivador, atencioso, atualizado, com conhecimento e amigo.

A Supervisão Escolar passa então a ser uma ferramenta de atuação tem como principio o fazer, o agir, o movimentar, o envolver-se, o modificar e para isto é necessário que esteja firmado em nossa essência o querer moldar pessoas.

Os pequeninos vêm para nos como folhas em branco onde muitos de nos irão fazer parte de suas historias e por quer não dizer fazer a própria diferença em seus futuros. Como é possível observar, a educação é uma tarefa e um encargo coletivo no mundo de hoje, logo

Cunha (2006. p. 271) diz o seguinte:

É imperioso que o profissional da educação contribua decisiva e decididamente para melhor fluir os projetos propostos para a resolução de problemas e enfrentamentos de desafios na escola.

Apontado o primeiro passo, que é o querer, passemos para outro, o fazer. Para se construir sociedades humanas e preciso interessar-se em pessoas, já que pessoas são mais importantes que coisas, precisamos criar uma cultura do fazer, do preocupar-se, do incomodar-se com este sistema que hoje se faz presente.

A diferença está em aceitar como as crianças vêm, mas não deixa-las sair da mesma forma que entraram. É preciso estar em um processo de simbiose onde passemos a sentir o que nossos pequeninos sentem e compreender como podemos ser instrumentos de ajuste social no contexto que se apresenta na escola.

Isto só é possível se estivermos imbuídos de um espírito de altruísmo, já que nem sempre a supervisão escolar terá a seu dispor a estrutura necessária para desenvolver seus projetos e suas metas.

Logo chegamos ao entendimento de que precisamos realmente ser apaixonados por gente, amar as pessoas verdadeiramente, onde todo professor, educador, supervisor, gestor etc., precisa dessa características.

O segredo do sucesso esta em ouvir os educandos em suas dificuldades e necessidades, buscar estabelecer entre educandos e educadores um canal de comunicação que vise dar a eles a condição de serem ouvidos.

A escola pode ajudar muito neste sentido, desde que todos os envolvidos contribuam com sua parcela de ajuda comprometendo-se com o desenvolvimento social, educacional e familiar de todos os educandos.

Segundo Ferreira (2003, p.10):

O papel da escola hoje é formar pessoas fortalecidas por seu conhecimento, orgulhosas de seu saber, emocionalmente corretas, capazes de auto-critica, solidárias com o mundo exterioras e capacitadas tecnicamente para enfrentar o mundo do trabalho e da realização profissional.

Neste contexto, o diretor de escola é o principal responsável pela execução eficaz da política educacional.
O desafio para o profissional da Supervisão Escolar é enorme, ele terá que muitas vezes ser um visionário, já que o reflexo de suas ações poderá acontecer talvez no futuro e a construção do educando só será sentida no decorrer dos anos, já que o trabalho de supervisores e professores é feito coletivamente.

Não podemos vislumbrar como as nossas ações afetarão aqueles que nos são confiados, ou de que forma afetarão todos que rodeiam ou que sonham com a escola mais justa e mais humana.

O que podemos ter certeza é o futuro não será o mesmo.
Existe muita negatividade dentro das escolas e como pedagogos, em nossa prática docente sempre nos encontramos com estas situações e poderemos até vivenciar esta desesperança que às vezes se abate sobre nossos próprios ombros Sem duvida construindo bases sólidas de conhecimento, relacionamento e respeito poderemos mudar, este estado de coisas que hoje se abate no sistema educacional brasileiro.

Cabe ao Supervisor Escolar criar, portanto condições próprias para este grande projeto de vida que será o seu sacerdócio durante suas vida profissional.

Podemos com certeza construir grandes valores no espaço da escola criando uma onda de relacionamento com as famílias, comunidade, Escola, governo e envolve-los na problemática da escola que irá com isto atender os pressupostos básicos para a qual foi criada.

Os desafios são enorme, falta de estrutura, recursos escassos, má vontade dos educadores, dos alunos dos funcionários administrativos, enfim uma serie de coisas que dificultam o trabalho do Supervisor, mas que não impedem que o mesmo possa criar na sua atividade profissional meios de mudar esta realidade e fazer com que a escola mude sua cara, e se transforme na escola de nossos sonhos.

As condições para mudar estão em nossas mãos. O diferencial passa então, pelo respeito às escolhas e depois a influencia positiva que podemos ter sobre as pessoas.

Temos que ser como uma pequena pedra atirada no rio que provoca pequenas ondas e que depois vão se tornando grandes até o ponto de causar grandes transformações em todos que fazem parte da sociedade.

Se quisermos podemos ser os agentes desta transformação se começarmos a colocar em prática os conteúdos aprendidos em sala de aula e tão debatidos na construção da nova escola, a escola que queremos para nossos filhos e para todos.

Como agentes da transformação cabe a nos Supervisores Escolares dar o ponta pé inicial deste desejo nacional de mudanças e que só precisa começar e para não mais parar, não podemos nos conformar com este estado de coisas, não existe o não consigo existe sim o não quero.

O supervisor, na atual realidade, é capaz de pensar e agir com inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade, valores esses que requerem habilidade para exercer suas atividades de forma responsável e comprometida.

Na década de 90, a supervisora é apontada como instrumento necessário para mudança nas escolas.

Justamente nesta década, segundo Ferreira (2003, p. 74):

[…] desempenha-se o supervisor competente, entendendo-se que a competência é, em si, um compromisso público com o social e, portanto, com o político, com a sua etimologia na polis, cidade, coletividade.

E o interesse coletivo opõe-se ao interesse individualizado, na educação e no seu serviço de supervisor.

Os sinais de descaso estão por toda à parte.

A falta de interesse de nossos governantes, falta de recursos nas escolas, baixos salários, falta de um projeto serio de escolarização e políticas públicas em todos os níveis, pois o que temos hoje é um paliativo que não atende a demanda crescente de nosso povo.

Cada vez mais nossos alunos saem das escolas sabendo menos do que precisam para suas vidas, não há uma visão critica de formar cidadãos por isto precisamos de supervisores audaciosos que ousem sonhar e realizar, que sejam verdadeiros guerreiros da transformação, arautos do conhecimento, defensores da verdade, e principalmente que ame as pessoas.

Alunos desinteressados, analfabetos funcionais, baixa qualificação profissional, despreparo emocional, são apenas alguns sintomas desta doença que se instalou no meio escolar.

Reflexo da falta de interesse da maioria dos envolvidos no processo que não querem ou não sabem que o sucesso desta empreitada nacional é para toda a vida.

Como supervisores devemos pegar no batente, nos importando com todos que passam pelo espaço da escola já que muitos e quem sabe milhares de milhões, ficaram marcados para sempre neste tempo, que pode ser construtivo ou destrutivo.

No livro o Monge e o Executivo, aprendemos que quando mais autoridade mais responsabilidade temos, e que só depende de cada um fazer a diferença na escola. Segundo Hunter (2004, p.95) “então, por definição quando você exerce autoridade deverá doar-se, amar, servir e até sacrificar-se pelos outros”.

Podemos contaminar a todos com nossa energia, alegria, serviço, altruísmo, sonhos e fazer com que os educandos e educadores se libertem deste sistema padronizado de escolhas que hoje esta a vigente.

Cabe, portanto ao supervisor escolar estar sintonizado com as necessidades da comunidade e propor projetos que atendam aos anseios de todos que almejam futuro melhor. Muita coisa pode ser feita no contexto escolar, podemos desenvolver atividades que aproximem a comunidade da escola, da família e dos objetivos para a qual ela existe.

A escola como espaço social e publico deve ter esta característica de servir a todos os que a procuram, bem como envolver outros segmentos da sociedade em suas atividades.

Supervisor Escolar deve, portanto ser esta ponte de acesso entre todos, possibilitando um maior conhecimento entre os participantes desta grande aventura que é a formação de pessoas para a sociedade.

Somente sendo um profissional antenado com estas características e com as necessidades de todos os envolvidos tendo um forte senso de responsabilidade e de iniciativa não esperando por quem não vem é que seremos profissionais de sucesso e cidadãos realizados.

O grande sucesso que o supervisor escolar terá em sua vida pessoal será a certeza de ter contribuído para o sucesso de muitas vidas que cruzarão seu caminho no decorrer dos anos da docência.

Não há nada de mais belo do que ver uma vida desabrochando como uma flor na sua plenitude, e exalando o agradável aroma de ser chamado de cidadão. A escola tem, portanto a obrigação de fazer o melhor a seus alunos que buscam neste local o pote no fim do arco-íris.

Trabalhando em equipe o supervisor escolar e todos os profissionais envolvidos terão não as melhores condições para desenvolver suas metas mais com certeza terão o apoio moral que faz toda a diferença nos dias atuais.

Diante das diferentes e diversificadas funções do supervisor escolar, podemos citar como a de maior relevância a de coordenador, onde a organização do trabalho é comum, onde a unificação dos alunos, professores, equipe pedagógica e direção da escola.

É diante destas responsabilidades que se faz necessário mudanças significativas na formação e postura do supervisor escolar, e com isso reconhecendo seus aspectos gerais, onde Ferreira (2003, p.75) diz:

Ressignificar e revalorizar a supervisão, reconceitua-se, de modo a compreendê-la, na sua ação de natureza educativa e, portanto sociopedagógica, no campo didático e curricular do seu trabalho, no seu encaminhamento de coordenador.

Estamos acostumados a ouvir que manda quem pode, obedece quem tem juízo, mas no contexto escolar não existe esta premissa, mas sim o exemplo, pois quem quer ser líder estar em destaque, seja o primeiro que faça.

Talvez uma das grandes dificuldades do ser humano seja exatamente esta, precisamos de destaque a todo o momento, logo precisamos refletir sobre o que diz Ronca (1995, p.32) “nenhum educador cresce se não reflete sobre seu desempenho enquanto profissional e se não reflete sobre a ação que foi desenvolvida.

Só entramos na práxis quando refletimos sobre a prática”.

Mas o supervisor, o administrador não é assim, é antes um profissional que não se importa se vai ser reconhecido ou não, e na maioria das vezes não é mesmo, o que importa de verdade é ser útil à sociedade, as pessoas, a todos.

Na verdade não deveríamos ser chamados de Supervisores Escolares, mas sim de administradores de vidas, pois muitas delas dependerão de nossas decisões e de como elas afetaram a vida de nossos alunos.

É preciso tomar a sábia decisão de fazer sempre o que for necessário para direcionar nossas crianças e jovem para a maior aventura que eles irão participar que é o seu futuro. Cada ser social, cada aluno é um indivíduo em especial, com características próprias de aprendizagem e necessidades diferentes.

De acordo com Gadotti e Romão apud Oliveira (2003 p.330):

Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida.

Supervisor, Administrador talvez, líderes quem sabe, servos com certeza.

Nossa recompensa será com certeza vidas transformadas, vidas salvas da degradação moral e social, famílias restauradas e um forte sentimento de dever cumprido.

Portanto Supervisores e Professores têm em suas mão a chave da vida ou da morte de muitos em suas mãos. Não vamos, pois nunca esquecer que palavras podem construir ou destruir qual vai ser sua escolha?

Considerações finais

Muitos dizem que ensinar é uma arte e que servir é um dom. Para nos Supervisores Escolares e Pedagogos é muito mais que isto. É um modo de vida ,é o modo como escolhemos viver.

Com suas dificuldades e seus desafios com suas recompensas e suas frustrações.

Se pensarmos que será um mar de rosas é melhor para aqui.

Mas se quiser entrar nesta nave chamada “Conhecimento Humano”, não se arrependerá. Pois trará um enorme beneficio a sua vida e a de todos que o rodeiam.

A Supervisão Escolar é um exercício de cidadania, amor, altruísmo e abnegação onde só os fortemente determinados terão êxito. Não como todos acham como riqueza, mas sucesso na sua vida emocional.

Na sua psique, pois nada dá mais prazer na vida do que ver seres humanos crescendo no seu Saber e se transformando seus sonhos em realidade.

Quer ser Supervisor?

Excelente, então se dedique e busque de todo o seu coração, pois somente lá poderemos encontrar forças para chegar ao fim da jornada.

Referências

CHALITA, Gabriel Benedito Issaac. Educação a solução está no afeto. São Paulo: gente, 2001.
Cunha, Aldeneia S. da; Oliveira; Ana Cecília de; Araújo, Leina A. (Org). A Supervisão no contexto escolar: Reflexões Pedagógicas. Manaus. UNINORTE; 2006.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto

Fonte: www.webartigos.com

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

Evolução histórica da supervisão educacional

O começo de tudo Com essas palavras de Paulo Freire, inicia-se o estudo sobre a história, o perfil e a atuação de um profissional da Educação bastante conhecido:

O supervisor educacional – chamado também de supervisor escolar –, pedagogo de grande importância na história educacional de nosso País, e cuja atuação já teve várias nuances diferentes e muitas vezes foi cercada de polêmicas.

Antes de se visitar o amanh㠖 com suas propostas e possibilidades de atuação –, é preciso olhar para o passado, para a história desse profissional. Não se pode falar do supervisor educacional sem retroceder no tempo e observar os processos de surgimento da supervisão educacional e de formação do pedagogo no Brasil.

A partir de agora, serão vistos o nascimento desse profissional e as mudanças pelas quais ele passou ao longo da história. Na Antiguidade, a ação supervisora era percebida como a vigilância, praticada por nobres e sacerdotes, em relação vida escolar.

Na Grécia Antiga, a ação supervisora consistia no acompanhamento, realizado por especialistas, do funcionamento dos espaços escolares; já em Roma, havia os censores que, além de possuírem atribuições relativas ao recenseamento, fiscalizavam os espaços escolares.

Na Idade Moderna, surgiu o inspetor de ensino, que avaliava as tarefas pedagógicas do professor. O inspetor técnico apareceu com a Revolução Francesa, e tinha como função promover o progresso educacional e vigiar a atividade do professor, visando a melhorar o desempenho do docente.

Nesta breve introdução, pode-se perceber que a idéia de controle sempre esteve presente nas ações de supervisão. Etimologicamente, a palavra supervisão é composta pelo prefixo super (“sobre”) e pelo substantivo visão (“ação de ver”); assim, o significado da palavra é “olhar de cima”, no sentido de controlar a ação do outro.

No que se refere à supervisão voltada para a Educação, menciona-se o conceito clássico de Nérici (1987, de que a supervisão escolar consiste no serviço de assessoramento a todas as atividades que tenham influência no processo de ensino e aprendizagem, para que as necessidades e aspirações dos educandos sejam mais eficientemente atendidas.

O curso de Pedagogia surgiu em nosso País como conseqüência da preocupação com a formação de professores para a escola secundária; seu aparecimento foi concomitante ao das licenciaturas, ao ser criada a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, pelo Decreto-lei 1.190, de 1939.

Essa faculdade formava bacharéis e licenciados em várias áreas – inclusive a pedagógica –, utilizando a fórmula conhecida como “3 + 1”: às disciplinas de conteúdo, com duração de três anos, eram acrescidas as disciplinas pedagógicas, com duração prevista de um ano.

Assim, formava-se o bacharel nos três primeiros anos do curso; após a conclusão do módulo didático ou pedagógico, o estudante recebia o diploma de licenciado no grupo de disciplinas que compunham o curso de bacharelado.

E o pedagogo?

Como bacharel, ele podia ocupar o cargo de técnico de educação do Ministério da Educação; como licenciado, o campo de trabalho era o curso normal, que não era exclusivo dos pedagogos, pois, pela Lei Orgânica do Ensino Normal, para se lecionar nesse curso bastava possuir, diploma do Ensino Superior.

Os “especialistas em Educação”: um novo momento O modelo de curso de que se falou acima durou até 1969; então, deixou de existir a distinção entre bacharelado e licenciatura, e foram criadas as “habilitações”, cumprindo o que determinava a Lei 5.540/68.

Essa reforma do Ensino Superior, ao instituir a habilitação de supervisor escolar, consolidou a presença da supervisão no contexto educacional brasileiro, ampliou seu campo de atuação para todo o antigo ensino de primeiro e segundo graus e, pelo currículo adotado, garantiu a continuidade da formação conservadora de tal profissional, dentro da visão tecnicista da Educação, sempre acompanhando o modelo econômico vigente.

O curso de Pedagogia passou a formar os “especialistas” em Educação: supervisor escolar, orientador educacional, administrador escolar e inspetor escolar. No entanto, continuava dividido, pois ofertava como habilitação a licenciatura para o “ensino das disciplinas e atividades práticas dos cursos normais”.

O Parecer CFE 292/62 previa três disciplinas para a licenciatura: Psicologia da Educação, Elementos de Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino – esta última na forma de estágio supervisionado. Em 1969, o Parecer CFE 252 indicava como finalidade do curso preparar profissionais da Educação, assegurando a possibilidade de obtenção do título de especialista por meio da complementação dos estudos.

No mesmo ano, a Resolução CFE 2 determinava que “a formação de professores para o ensino normal e deespecialistas para as atividades de orientação, administração, supervisão e inspeção” fosse feita “no curso de graduação em Pedagogia, de que resultava o grau de licenciado”.

Como licenciatura, permitia o registro para o exercício do magistério nos cursos normais, posteriormente denominados magistério de segundo grau e, sob o argumento de que “quem pode o mais pode o menos” ou de que “quem prepara o professor primário tem condições de ser também professor primário”, permitia o magistério nos anos iniciais de escolarização (BRASIL, 2007.

Na década de 1970, surgiram as Associações de Supervisão Educacional no Brasil, e o supervisor passou a ter diversas denominações: supervisor escolar, supervisor pedagógico, supervisor de ensino, supervisor de educação e supervisor educacional.

Nogueira (1989) afirma que os supervisores educacionais, por meio de suas associações e somando acertos e erros, estão caminhando na busca de se fazerem sujeitos do processo histórico. Em 1971, a formação dos supervisores – por meio da habilitação específica em Supervisão Escolar – passou a ser oferecida pelas faculdades de Educação.

Assim, percebe-se que os dispositivos legais, bem como as diretrizes emanadas dos organismos supervisores da educação, influenciaram decisivamente as características da função de supervisor e, que foi definida como o exercício de um pedagogo – devidamente habilitado em Supervisão Escolar e com sólido conhecimento no campo pedagógico – que é o gerenciador do processo de ensino e aprendizagem e tem sua ação submetida à direção geral da unidade escolar.

A supervisão: atuação criticada No final da década de 1980, enquanto o contexto político, econômico e social do Brasil mudava, ampliavam-se as condições de acesso à escola e cresciam as demandas relacionadas à atuação do supervisor educacional.

Com o desenvolvimento social e econômico do País, e a conseqüente ampliação do acesso ao sistema escolar, cresceram as exigências de qualificação docente para atender às crianças e jovens que oriundos de classes populares, ingressavam na escola.

Expressões como diversidade cultural, transformação social e cidadania surgiam no cenário educacional brasileiro à medida que a democratização da vida civil voltava ao País.

A formação do “especialista” no curso de Pedagogia era muito criticada por se apoiar em uma visão reducionista e tecnicista de escola e de educador, uma questão discutida por vários autores.

As “habilitações”, que separavam o “especialista” do docente eram vistas como fragmentação e hierarquização do trabalho pedagógico. Para autores como Gadotti (1998), o fato de o curso de Pedagogia ter sido regulamentado no Brasil em 1969, no período da ditadura militar, levou à formação de um educador passivo, apolítico, técnico e sem preocupações sociopolíticas, com um agir desvinculado da realidade na qual se inseria.

As habilitações oferecidas possuíam uma conotação tecnicista, apoiada no treinamento dos profissionais visando à sua atuação nas escolas, com toda a objetividade possível.

Dessa forma, os termos pedagogia e pedagógico passaram a ser utilizados apenas para se referir aos aspectos metodológicos do ensino e organizativos da escola.

A ação do supervisor educacional era fortemente criticada como reprodutora do status quo existente, e como promovedora da separação entre teoria e prática.

Gadotti (1998, p. 74) afirma que não há uma educação somente reprodutora do sistema, nem uma educação somente transformadora do mesmo sistema: essas duas tendências coexistem no plano educacional, em uma perspectiva dialética e conflituosa.

Sendo assim, […] há uma contradição interna na educação, própria da sua natureza, entre a necessidade de transmissão de uma cultura existente – que é a tarefa conservadora da educação – e a necessidade de criação de uma nova cultura, sua tarefa revolucionária.

O que ocorre numa sociedade dada é que uma das duas tendências é sempre dominante.

Dessa forma, afirma-se que é necessário repensar o papel dos profissionais da educação: eles não podem atuar de forma neutra em uma sociedade conflituosa; não podem se apoiar apenas nos conteúdos, métodos e técnicas; não podem permanecer omissos, pois a realidade pede que se posicionem diante dos problemas sociais; e devem estar dispostos ao diálogo, ao conflito e à problematização do saber.

Por outro lado, é preciso reconhecer que, embora exista a divisão em “habilitações”, a ação do pedagogo é obrigatoriamente uma, integrada. Segundo Martelli (2006, p. 251-252), As ações de administrar, orientar e supervisionar no sentido literal das palavras, surgiram com a vida em sociedade desde a época primitiva.

No entanto, as funções e profissões, como são conhecidas no interior da escola têm relação intrínseca com o desenvolvimento da sociedade capitalista. Percebeu-se na literatura pesquisada a relação de dependência e influência dos diferentes períodos históricos e sociais, nas funções atribuídas aos profissionais da educação.

Assim, optou-se em analisar as funções do pedagogo (supervisão, orientação, coordenação e administração) de forma separada, embora tendo conhecimento de que não há como compreendê-las fora das suas relações de influência e de interdependência.

Assim, surgiu a concepção de Pedagogia como práxis, em face do entendimento de que ela deve ter sua essência na articulação dialética da teoria e com a prática. Sob essa perspectiva, consolida-se a compreensão de que à Pedagogia compete solidificar o campo teórico-investigativo da educação, do ensino e do trabalho pedagógico que se realiza na práxis social.

Sobre isso, Rangel (1992, p. 105-106) afirma que A questão da especificidade é importante e se destaca, hoje, na discussão acadêmica, no sentido de que se tornem menos diluídas e mais concretas as ações que definem cada serviço, configurando seu papel e seu compromisso mais direto, enfim, as características ou qualidades específicas da sua práxis.

E não existe práxis sem reflexão teórica e concreticidade. Apesar de todas as críticas, diversos cursos no País continuaram mantendo a mesma estrutura curricular, formando o especialista em Administração Escolar, em Supervisão Escolar e em Orientação Educacional, limitando-se ao que foi estabelecido pela Resolução CFE 2/69, com pequenas variações.

No entanto, durante a década de 1980, várias universidades realizaram reformas curriculares, passando a formar no curso de Pedagogia professores para atuar na Educação Infantil e nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental.

A base docente: afirmação da identidade do profissional da Educação?

Nos debates sobre o curso de Pedagogia, uma temática era central: a questão da base comum nacional. Essa expressão foi criada pelo Movimento Nacional de Formação do Educador, no momento em que as forças sociais que lutavam pela redemocratização do País estavam se organizando em todos os campos, inclusive no educacional.

Nesse momento, firmou-se o princípio de que a docência constitui a base da identidade profissional de todo educador.

Mas o que significa essa base comum?

A Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação do Educador (2007 apresenta três concepções diferentes, conforme abaixo A base comum seria a garantia de uma prática comum nacional a todos os educadores, independentemente do conteúdo específico de sua área de atuação.

Assim, em todas as disciplinas pedagógicas, e principalmente nas de conteúdo específico, deve-se estimular a capacidade questionadora da informação recebida e a sua crítica.

A base comum seria uma concepção básica de formação do educador, concretizada por meio da definição de um corpo de conhecimento fundamental, da visão de homem situado historicamente e da concepção de educador comprometido com o seu tempo e com o projeto de uma sociedade justa e democrática.

A base comum deve destinar-se ao estabelecimento do compromisso político do educador, o que implica formação da consciência crítica.

Isso requer a inclusão de um corpo de conhecimento fundamental, aprofundando o domínio filosófico, sociológico, político e psicológico do processo educativo, dentro de uma abordagem crítica que destaque o papel da educação como ciência, tomando como referencial o contexto social, econômico e político brasileiro.

Enfim, esse conceito envolve a idéia de que é impossível reformular os cursos de Pedagogia independentemente das licenciaturas, e de que tal reformulação implica mudanças profundas no próprio sistema educacional.

Compreende ainda a defesa de uma política global de formação dos profissionais da Educação que abranja formação inicial, carreira, salário e formação continuada.

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) trouxe duas proposições fundamentais para o debate envolvendo a formação dos profissionais de Educação em geral, e do supervisor educacional em particular: a primeira refere-se formação necessária do professor na Educação Superior, e a segunda diz respeito criação dos cursos normais superiores.

A primeira vem de encontro às reivindicações do movimento dos educadores por melhor nível e qualidade na escolarização brasileira; a segunda cria uma situação inédita para o ensino superior no nosso País.

A formação de professores nos Institutos Superiores de Educação e o surgimento do Curso Normal Superior, ministrado nesses Institutos, trouxe a possibilidade deredução desse nível de ensino não apenas no tempo de integralização mas também nas qualificações para a sua realização (SCHEIBE; AGUIAR, 1999).

Segundo o artigo 63 da LDB (Lei 9.394/96), regulado pela Resolução CNE/ CP 1/99, os Institutos Superiores de Educação (ISEs), “de caráter profissional”, incluem o Curso Normal Superior, para licenciatura de profissionais em Educação Infantil e de professores para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental; os cursos de licenciatura destinados à formação de docentes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio; e programas de formação continuada, destinados à atualização de profissionais da educação básica nos diversos níveis.

Isso promoveu fortes mudanças na formatação dos cursos de licenciatura e de Pedagogia, com conseqüências negativas para a formação qualificada de professores e demais profissionais da Educação.

Dessa forma, rompe-se com a visão orgânica da formação docente, que vinha sendo construída no País nas últimas décadas.

No final da década de 1980, surge uma nova nomenclatura para a atividade do pedagogo: trata-se da chamada coordenação pedagógica.

Utilizada a princípio como sinônimo de supervisão educacional, percebe-se que, aos poucos, essa denominação se refere a um profissional que substitui o orientador e o supervisor educacional, com a justificativa da necessidade de integração dessas funções.

Contudo, a superação dessa fragmentação só ocorrerá por meio do resgate da totalidade do trabalho pedagógico, ao se agir de forma integrada para a consecução do objetivo fundamental das instituições educativas: a construção crítica e reflexiva do conhecimento.

O momento atual: as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Pedagogia O Conselho Nacional de Educação (CNE) designou, em 2003, uma Comissão com a finalidade de definir as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia.

Como informa em parecer, a comissão considerou as contribuições apresentadas ao CNE, nos últimos anos, por associações acadêmico-científicas, comissões e grupos de estudo que têm como objeto de investigação a Educação Básica e a formação de profissionais que nela atuam, por sindicatos e entidades estudantis e individualmente por estudantes e professores do curso de Pedagogia.

Uma primeira versão de Projeto de Resolução foi submetida à comunidade acadêmica em 2005. Após a consideração das críticas e dos encaminhamentos recebidos, a Comissão redigiu a versão final do documento legal, que foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação e constitui a Resolução 1, de 15 de maio de 2006, institui indo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, e revoga a Resolução CFE 2, de 12 de maio de 1969 e demais disposições em contrário.

Segundo o parecer das relatoras,[…] as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, a seguir explicitadas, levam em conta proposições formalizadas, nos últimos 25 anos, em análises da realidade educacional brasileira, com a finalidade de diagnóstico e avaliação sobre a formação e atuação de professores, em especial na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, assim como em cursos de Educação Profissional para o Magistério e para o exercício de atividades que exijam formação pedagógica e estudo de política e gestão educacionais.

Levam também em conta, como não poderia deixar de ser, a legislação pertinente. Recomenda-se a leitura da Resolução, pois discuti-la na íntegra tornaria muito longo o presente estudo.

Destacam-se a seguir alguns de seus aspectos, que definem o atual perfil do pedagogo em nosso País. Art. 2.º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. § 1.º Compreende-se a docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. Art. 3.º […] Parágrafo único.

Para a formação do licenciado em Pedagogia é central:

I – o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania;

II – a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional;

III – a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino.

Art. 4.º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.

Art. 10. As habilitações em cursos de Pedagogia atualmente existentes entrarão em regime de extinção, a partir do período letivo seguinte à publicação desta Resolução.

Portanto, deve-se observar que a formação dos “especialistas” em Educação, por meio dos cursos de bacharelado desaparece da graduação em Pedagogia e, segundo a própria Resolução, em seu artigo 14, parágrafo 1.º, “poderá ser realizada em cursos de pós-graduação, especialmente estruturados para esse fim e abertos a todos os licenciados”.

Resumo da evolução histórica da supervisão educacional Medina (2002) apresenta a evolução da supervisão educacional em cinco momentos – é uma síntese organizada, e que servirá como fechamento do estudo.

Para a autora, os marcos evolutivos da supervisão educacional são os que seguemAção supervisora voltada para o ensino primário – no primeiro momento de sua história, a supervisão escolar era voltada unicamente para o Ensino Primário.

Possuía a competência de inspeção, sendo encarregada de fiscalizar o prédio escolar e a freqüência de alunos e professores. Ação supervisora industrial – trazendo referências da primeira fase da Revolução Industrial, esse segundo momento surge com o crescimento da população, que indica a necessidade de mais professores.

As escolas tornam-se instituições complexas e hierarquizadas, assemelhando-se s empresas. Em decorrência disso, a supervisão realizada no trabalho da indústria e do comércio estendeu-se para outros segmentos da sociedade, chegando ao âmbito da educação escolar.

Ação supervisora como forma de treinamento e orientação – neste momento, a supervisão sofre a influência das teorias administrativas e organizacionais, o que marca uma importante etapa na história da supervisão escolar no Brasil.

Surgem novas literaturas que ainda hoje são utilizadas pelos supervisores quando se referem ao desenvolvimento de suas ações. O supervisor solidifica o vínculo com o poder administrativo das escolas.

Agora, além de assegurar o sucesso das atividades docentes de seus colegas – professores regentes de classe –, o profissional deve também “controlar” suas atividades.

Ação supervisora como questionamento – esse momento coincide com o final da década de 1970 e início dos anos 1980. A sociedade brasileira começa a ser questionada, e a escola sofre a influência dos trabalhos de autores nacionais e estrangeiros que representam um novo movimento a respeito da escola e de sua função na sociedade.

Surgem indagações a respeito do papel da escola como um todo e da ação de seu especialista, principalmente do supervisor – profissional criticado por alguns professores, que delegam a ele as ações de “impedimento” e de “fiscalização” do seu trabalho.

Dessa forma, o supervisor não consegue enfrentar o conflito, pelo fato de estar acostumado ao pensamento linear e doutrinário, e tenta justificar sua permanência na escola refugiando-se em atividades burocráticas.

Ação supervisora e conceito repensado de escola – momento final da década de 1980 e início dos anos 1990. Agora, muitos autores enfatizam a escola como local de trabalho, em que o sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de conteúdos, métodos e técnicas.

A escola torna-se um espaço em que todos aprendem e ensinam, cada um ocupando sua posição, e onde o supervisor tem uma contribuição específica e importante para dar no processo de ensino e aprendizagem.

Esse profissional ganha um perfil de pesquisador dentro da escola e da comunidade, devendo compreender o movimento que envolve as relações entre professor, aluno e o próprio supervisor, de forma simultânea.

Fonte: www.portalava.com.br

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

O dia 22 de agosto é lembrado como o Dia do Supervisor Educacional e nada mais justo do que valorizar o profissional responsável pela elaboração dos planos anuais de atividades das instituições de ensino.

Supervisor Escolar é o profissional responsável pela coordenação e apoio das atividades do corpo docente dentro de uma escola. Esse profissional atua em instituições escolares de educação básica, no magistério do ensino superior e na área de pesquisa educacional.

Entre as atribuições do profissional da Supervisão Educacional encontram-se: atuar no desempenho do currículo, assegurar o relacionamento e a ordenação seqüencial dos conteúdos e controlar acima de tudo o rendimento escolar dos alunos avaliando as causas do aproveitamento insuficiente dos mesmos.

É importante lembrar que todo trabalho pedagógico deve ser realizado em conjunto, por isso é que a Supervisão Escolar atuará em parceria com a Orientação Educacional e juntas tornaram possível o trabalho integrado com a Direção de toda escola.

Fonte: www.olharpedagogico.com

Dia do Supervisor Educacional

22 Agosto

Projeto de Lei

Regulamenta o exercício da Profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, e dá outras providências.

Art. 1º. – A profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, regula – se por esta lei.

Art. 2º. – O Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, tem como objetivo de trabalho articular crítica e construtivamente o processo educacional motivando a discussão coletiva da Comunidade Escolar acerca da inovação da prática educativa a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que atendam às reais necessidades da clientela escolar, atuando no âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas ou privadas.

Art. 3º. – O exercício da profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, é exclusivo dos portadores de diploma de curso superior, devidamente registrado pela Universidade formadora e/ou por Universidade indicada pelo Conselho Nacional de Educação:

I – de licenciatura plena em Pedagogia, habilitação em Supervisão Educacional, ou Supervisão Escolar

II – de pós – graduação em Supervisão Educacional, ou Supervisão Escolar

III – emitido por instituições estrangeiras de ensino superior, congêneres, devidamente revalidado e registrado como equivalente ao diploma mencionado nos incisos I e II, na forma da legislação em vigor

Art. 4º. – São atribuições do Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, a coordenação do processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares, além das seguintes:

I – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade

II- supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente

III – velar pelo cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino

IV – assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino

V – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação

VI – emitir parecer concernente à Supervisão Educacional

VII – acompanhar estágios no campo da Supervisão Educacional

VIII – planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional.

IX – propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço

X – promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias e a comunidade, criando processos de integração com a escola

XI – assessorar os sistemas educacionais e instituições públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica

Art. 5º. – É direito dos Supervisores Educacionais se organizarem em entidades de classe

Art. 6º. – Os sistemas de ensino que congreguem em seus quadros, o Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, devem regulamentar, em documento específico, a carreira desse profissional, definindo as condições de ingresso, os critérios de progressão e a remuneração

Art. 7º. – Revoga – se o parágrafo único do art. 2º da Lei N.º 7132 de 13 de janeiro de 1978.

Art. 8º- Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem por finalidade regulamentar a profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, e alterar a Lei N.º 7132 de janeiro de 1978, revogando o parágrafo único do Art. 2º.

A escola é uma das instituições sociais que necessita de constantes ajustamentos à realidade externa, a fim de cumprir o seu papel na sociedade.

A realidade brasileira tem demonstrado que, apesar de profundas alterações na estrutura e no funcionamento das escolas, estas, na maioria das vezes, permanecem relegadas ao plano de proposições teóricas, com base em um ideal educacional, sem contudo, atingir a escola e renovar a ação educativa.

Para que a escola, como instituição social, possa participar desse processo de desenvolvimento e transformação, necessita revisar e redefinir papéis até agora existentes, a fim de adaptar-se às novas exigências sociais, transformando a educação escolar em um dos instrumentos do desenvolvimento individual, social e econômico.

A Lei N.º 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu Art.º 12, define as incumbências dos estabelecimentos de ensino e Art. 13, as incumbências dos docentes. Torna-se necessário, igualmente, definir as incumbências dos outros profissionais da educação que atuam nesses estabelecimentos de ensino, entre eles o Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar.

Citamos outras considerações que justificam a necessidade da Regulamentação do Profissional Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar.

Considerando que:

A Lei Federal N.º 5564 de 21 de dezembro de 1968 provê sobre o exercício de orientador educacional, habilitação do Curso de Pedagogia, bem como o é a Supervisão Educacional, ou Supervisão Escolar

A Fundação no dia 22/08/72, da Associação dos Supervisores Educacionais do Estado do Rio Grande do Sul, com sede em Porto Alegre, foi o marco inicial para a Organização Política da Categoria de Supervisores Educacionais

Foram criadas as Coordenadorias Regionais, vinculadas a ASSERS / POA, a partir de 1972, tendo como membros da Diretoria, profissionais habilitados em Supervisão Educacional no Estado do Rio Grande do Sul. desenvolvendo atividades educacionais, culturais e sociais integradas com as instituições existentes no Estado e nos Municípios

A ASSERS, Entidade de Classe de natureza civil com fim associativo realizando atividades técnico – pedagógicas, culturais e científicas, foi declarada de utilidade pública estadual ‘ pelo Decreto Estadual N.º 6726/73

A partir da fundação da ASSERS, surgiram outras associações no Brasil: – AMISP: Associação Mineira dos Supervisores Pedagógicos; – ASESC: Associação dos Supervisores Educacionais de Santa Catarina; – FENERSE: Federação Nacional dos Entidades Representativas dos Supervisores Educacionais; – SINESP: Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público do Município de São Paulo/SP; – ACSE – Associação Campo – Grandense dos Supervisores Educacionais; APASE – Sindicato dos Supervisores do Magistério do Estado de São Paulo/SP; – Núcleo Regional de Educação de Londrina / PR.

Existem cursos de Pedagogia com habilitação em Supervisão Escolar nas Faculdades e Universidades Brasileiras.

Existem um grande número de profissionais habilitados em Supervisão Escolar no País.

A história da Supervisão Educacional acompanha a história da Educação e, atualmente busca – se fazer uma leitura da realidade Municipal, Estadual, Nacional e Internacional, para que se construa uma educação democratizadora

A partir de 1961, com a promulgação da Lei Federal N.º 4024/61, as escolas brasileiras passaram a ter maior liberdade na elaboração de programas e no desenvolvimento de conteúdos de ensino e para tanto foram criados setores especializados nas escolas para coordenar estas atividades

A Lei 5692/71 trouxe novos enfoques para a educação brasileira dentro de princípios de atualização, descentralização articulada, concentração de meios e integração vertical e horizontal dos conteúdos e as faculdades de educação diplomaram os primeiros Supervisores Educacionais, contribuindo de maneira positiva no desencadeamento das atividades escolares

A Resolução N.º 7132/78 do Governo do Estado do Rio Grande do Sul cria cargo de Especialistas no Quadro de Carreira do Magistério Público

A Lei N.º 7402/80 do Governo do Estado do Rio Grande do Sul estabelece condições de provimento dos cargos de Especialistas de Educação

A Lei Federal N.º 9394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional , artigo 64 e a portaria N.º 524, de 12 de junho de 1998, página 04, do Gabinete do Ministério de Educação e do Desporto, refere-se ao Supervisor Escolar e à exigência da formação profissional em Pedagogia ou em nível de pós – graduação, a critério da Instituição.

A qualidade do processo educativo vincula – se intrinsecamente à existência de atividade que propicie a sua integração, isto é, que crie condições para que os profissionais da Educação em exercício na escola ou no sistema, possam colaborar para o alcance dos objetivos pedagógicos com os quais todos estão comprometidos

Através da viabilização deste processo de articulação e integração e que emerge a importância da contribuição do Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, na transformação Educacional

A importância desse processo na obtenção da qualidade na escola, implica na existência de uma função e de um profissional habilitado capaz de coordená-lo e implementa-lo. Este profissional é o Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar.

É necessário a regulamentação em Lei do Profissional Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, para que lhe sejam assegurados os direitos profissionais.

Fonte: www.cledir.hpg.com.br

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