Dia Mundial das Missões

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20 de Outubro

História das Missões na Igreja Brasileira do Século XX

Introdução

Por muito tempo, o Brasil foi apenas um campo missionário de organizações estrangeiras. As igrejas brasileiras demoraram a despertar para a sua responsabilidade missionária junto a outras culturas e povos. Algumas razões para isso são as seguintes:

A maioria dos missionários estrangeiros não ensinou aos membros das igrejas brasileiras o imperativo da Grande Comissão.

As missões transculturais eram vistas – a continuam sendo para muitos – como um trabalho para estrangeiros, pessoas com mais dinheiro ou líderes de missões em outros países.

A ideia de “destino” ou de que Deus vai dar uma solução para os povos que não conhecem o evangelho, tem levado as igrejas brasileiras a se acomodarem quanto ao trabalho missionário no próprio Brasil e no restante do mundo.

Muitos acham que não se deve “sacrificar” os obreiros brasileiros, enviando-o a outras terras. O Brasil precisa deles, pois ainda não está evangelizado.

Finalmente, muitos argumentam que não temos condições nem preparo.

Para este estudo, é importante traçar as distinções entre alguns tipos de missões. Primeiramente, existem as missões nacionais e estrangeiras. Em segundo lugar, existem missões monoculturais e transculturais. Estas últimas são as que visam transpor barreiras culturais para evangelizar e plantar igrejas. É o caso dos que trabalham com grupos étnicos no Brasil, como os indígenas, ou com os povos de outros países. Há também aqueles que se especializam no trabalho com subgrupos ou subculturas, como viciados em drogas, presidiários, homossexuais, prostitutas (exemplo de jovens que evangelizam “garotas de programa” em São Paulo). Por outro lado, é possível fazer missão monocultural em outros países, como junto aos brasileiros que residem nos Estados Unidos.

As igrejas evangélicas do Brasil são fruto do trabalho de igrejas e organizações missionárias norte-americanas e européias. Na primeira metade do século XIX, surgiram as igrejas protestantes compostas de imigrantes (anglicanos e luteranos). Em seguida, na segunda metade do século, as principais denominações históricas iniciaram suas atividades entre os brasileiros (congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais). No início do século XX, o pentecostalismo também começou a implantar-se firmemente em solo brasileiro. Alguns missionários de destaque foram: Daniel P. Kidder, Robert e Sarah Kalley, Ashbel G. Simonton, Anna e William Bagby, e Gunnar Vingren e Daniel Berg.

Foi somente no início do século XX que as igrejas evangélicas brasileiras começaram a envolver-se em missões transculturais, no Brasil e em outras terras.

Alguns exemplos pioneiros foram os seguintes:

I. Missões Denominacionais:

1. Presbiterianos: desde 1910, o Rev. Álvaro Reis, cujo pai era português, vinha expressando o desejo de criar uma missão presbiteriana em Portugal. Dez anos depois, quando foi organizada a Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana do Brasil, e o Rev. Álvaro foi eleito seu primeiro moderador, a IPB enviou àquele país o seu primeiro missionário. Tratava-se do Rev. João Marques da Mota Sobrinho, um português que viera para o Brasil aos treze anos, converteu-se através do testemunho de um sapateiro, tornou-se pastor presbiteriano e casou-se com uma filha do Rev. Belmiro de Araújo César. O casal trabalhou em Portugal de 1911 a 1922. Muito ousado e dinâmico, Mota Sobrinho fez conferências, fundou congregações em Santo Amaro e Figueira da Foz e criou dois periódicos. Teve de voltar ao Brasil por absoluta falta de recursos. Por mais de quarenta anos foi pastor, educador, homem de imprensa, pioneiro na evangelização pelo rádio e poeta. Escreveu o hino do Instituto JMC e 24 hinos do Hinário Evangélico.

Em 1924, a Assembléia Geral decidiu encerrar o trabalho em Portugal, mas o Rev. Erasmo Braga, seu pai, Rev. Carvalho Braga, Álvaro Reis e outros amigos formaram a Sociedade Missionária Brasileira de Evangelização em Portugal. Convidaram o Rev. Paschoal Luiz Pita e sua esposa Odete para continuarem o trabalho de Mota Sobrinho. O dinâmico casal trabalhou em Portugal de 1925 a 1940, muitas vezes sofrendo grandes privações financeiras (história da sopa de pão velho com cabeça de peixe). O Rev. Pita caracterizava-se pela presença de espírito e bom humor (história do homem que disse que a igreja estava cheia de hipócritas). O casal retornou ao Brasil por três razões: as limitações impostas aos evangélicos pela nova constituição portuguesa, problemas de saúde e, mais uma vez, a crônica falta de recursos.

Em 1940, foi organizada a Junta Mista de Missões Nacionais, com representantes da IPB e das missões americanas. De 1940 a 1958, a Junta ocupou 15 regiões, com cerca de 150 locais de pregação em todo o Brasil. Em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana da Amazônia. Em 1944, o Supremo Concílio encampou a Sociedade Brasileira de Evangelização e autorizou a criação da Junta de Missões Estrangeiras. A Junta enviou a Portugal três outros missionários: Natanael Emerique (1944), Aureliano Lino Pires (1946) e Natanael Beuttenmuller (1947). Foi formado o Presbitério de Lisboa, com dez pastores e cinco igrejas, e um seminário teológico. Outro obreiro foi o Rev. Teófilo Carnier. Mais tarde a IPB também atuou no Chile, com os Revs. Rubem Alberto de Souza e João Emerique de Souza, no Paraguai e na Bolívia, entre outros países.

A obra presbiteriana no Paraguai foi iniciada em 1970 pelo Rev. Evandro Luiz da Silva e sua esposa Maria de Lourdes. Como resultado desse esforço, foi fundada uma igreja em Concepción e mais duas congregações em outros locais. Dois paraguaios vieram estudar no Seminário de Campinas, um deles o Rev. Buenaventura Gimenez.

2. Batistas: em 1907, organizou-se a Convenção Batista Brasileira, inspirada por uma visão missionária. Na primeira reunião da Convenção, a Junta de Missões Estrangeiras declarou: “Cremos que o tempo já chegou para os crentes batistas do Brasil iniciarem o movimento para auxiliar a pregar Cristo além das fronteiras nacionais e em todas as partes do mundo.” Em 1908, o Pr. Salomão L. Ginsburg, secretário executivo da Junta de Missões Estrangeiras, visitou o Chile, que já tinha algumas igrejas batistas. Como conseqüência, de 1908 a 1917 a CBB apoiou financeiramente um missionário americano e um obreiro chileno que trabalhavam naquele país, até que os batistas do sul dos Estados Unidos assumiram a responsabilidade pelo trabalho.

Também em 1908, Zachary Taylor foi para Portugal, onde organizou a primeira igreja batista na cidade do Porto. Três anos depois, João Jorge de Oliveira, um português que veio para o Brasil com onze anos, e sua esposa, filha de portugueses residentes em Pernambuco, foram para Portugal como missionários. João assumiu o pastorado da igreja batista do Porto, construiu o templo da igreja, treinou obreiros leigos, fundou um colégio, um jornal e uma editora, e abriu novas igrejas. Em 1930, João saiu de Portugal devido a problemas econômicos nos Estados Unidos (de onde vinha seu sustento desde 1922) e foi para esse país, onde trabalhou entre pessoas de língua portuguesa.

Outros missionários enviados a Portugal pela Junta de Missões Estrangeiras da CBB foram Achiles e Djanira Barbosa (1927), Helena e W. Hatcher (1933) e Eduardo e Herodias Gobira (1937). Em 1983, os batistas brasileiros tinham 83 missionários (com os casais representando uma unidade) em 17 campos estrangeiros.

Uma importante missionária enviada pela CBB foi Valnice Milhomens, que mais tarde desligou-se da Convenção. Valnice nasceu em 1947, converteu-se em 1963 e no ano seguinte, com o falecimento de uma professora que muito admirava, tomou o propósito de ocupar o seu lugar servindo ao Senhor onde ele a mandasse. Em 1971, foi para Lourenço Marques (hoje Maputo), em Moçambique, trabalhando entre igrejas de imigrantes portugueses. Em seguida, foi para Beira, a fim de trabalhar com os próprios africanos. Foi tão grande a sua identificação com o povo que em 1975, época da revolução comunista, todos os estrangeiros, missionários e pastores nacionais foram expulsos ou aprisionados, e somente ele permaneceu.

Hoje, a Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira tem 525 missionários em 52 campos na América, Europa, África e Ásia.

3. Outros: outras denominações evangélicas têm sido bastante atuantes no esforço missionário transcultural, como é o caso das Assembléias de Deus. Sua grande organização missionária, a SENAMI, é formada basicamente por um movimento de missões a partir das igrejas locais (ou dos ministérios) e ela apenas credencia os missionários que as igrejas enviam. Outra igreja com forte ímpeto missionário transcultural é a Igreja Universal do Reino de Deus, que tem iniciado trabalhos em muitos países ao redor do mundo. É de se lamentar, no entanto, que a teologia dessa igreja não seja das mais equilibradas.

II. Missões Interdenominacionais:

O Congresso de Ação Cristã na América Latina (Panamá, 1916), a Comissão Brasileira de Cooperação (Rio de Janeiro, 1917) e a liderança do Rev. Erasmo Braga contribuíram para o surgimento de algumas importante iniciativas missionárias cooperativas.

A mais importante foi a:

1. Missão Evangélica Caiuá: foi idealizada pelo Rev. Albert S. Maxwell e sua esposa Mabel, da Missão do Leste do Brasil. Em 1928, foi organizada em São Paulo a Associação Evangélica de Catequese dos Índios, mais tarde conhecida como Missão Evangélica Caiuá. Foi um esforço cooperativo da Missão Leste (PCUS), IPB, IPI, Igreja Metodista e Igreja Episcopal. Mais tarde, os Maxwell foram substituídos pelo Rev. Orlando Andrade e D. Loide Bonfim Andrade. Loide Andrade nasceu na Bahia e veio para São Paulo com os pais, que pouco depois faleceram. Foi morar no lar de um casal missionário, os Cooper, em Suzano. Ali conheceu muitos missionários que trabalhavam entre os índios do Mato Grosso. Loide trabalhou por algum tempo como professora no Mato Grosso, cursou o Instituto Bíblico Eduardo Lane (Patrocínio) e em 1938 foi trabalhar na Missão Caiuá. Mais tarde, cursou enfermagem em Anápolis, Goiás. Nos anos 70, fez o curso de Direito. Orlando era natural de Lavras, Minas. Estudou no Instituto JMC e conheceu Loide quando participava de trabalhos evangelísticos em Suzano. Formou-se no Seminário de Campinas. Em novembro de 1942 casaram-se e foram juntos para a Missão Caiuá. Loide, irrequieta e dinâmica, foi ao Texas em 1954 (junho-dezembro) e fez uma campanha bem-sucedida em favor da Missão. Em 1963, foi inaugurado o Hospital e Maternidade Porta da Esperança. Em 1985 foi concluída a tradução do Novo Testamento para a língua caiuá pelo Instituto Linguística de Verão.

2. Outras missões:

Missão Evangélica da Amazônia (MEVA): foi organizada em 1948. Um dos seus principais líderes foi Nilo Hawkins, que chegou ao Brasil com sua esposa Mary em 1942. Por muitos anos, o casal trabalhou entre os índios de Roraima. No período 1959-1961, foram acusados pelo governo de estar roubando minérios valiosos da selva. O caso foi levado até o Conselho de Segurança Nacional. Foram absolvidos e puderam retornar à tribo, mas perceberam que o trabalho missionário entre os índios tinha de ser feito por brasileiros. Em 1963, Nilo começou a visitar as igrejas do sul para mobilizar as igrejas. Passou a lecionar missões no Instituto Palavra da Vida e outras escolas. Nilo faleceu em 1982.
Mocidade Para Cristo (MPC, 1952)
Missão Novas Tribos do Brasil (1953)
Organização Palavra da Vida (1957)
Aliança Bíblica Universitária (ABU, 1963)
A Missão de Evangelização Mundial (AMEM, 1963): essa missão começou a enviar brasileiros para o exterior em 1975. Com sede em Belo Horizonte, a missão tem trabalhado pelo despertamento de igrejas, bem como o preparo e envio de obreiros para a África e a Europa.
Asas de Socorro (1964)
Missão Evangélica Betânia (1964)
Missão Evangélica aos Índios do Brasil (1967)
Missão Antioquia (1975): criada em Cianorte, no Paraná, por um grupo de professores do Instituto Bíblico Presbiteriano. Seu principal fundador foi o Pr. Jonathan dos Santos. A primeira missionária, Maria Pires da Luz, foi preparada e enviada para Portugal em 1976, tendo implantado duas igrejas no norte daquele país. Depois ela foi para Angola. Outros missionários foram para Israel, Portugal, África e Àsia.
Jovens Com Uma Missão (JOCUM, 1976)
Aliança Batista Missionária da Amazônia (ALBAMA, 1976): tinha sede em Belém; começou com 15 casais e um missionário solteiro.
Associação Lingüística Evangélica Missionária (ALEM, 1983): foi formada em Brasília por iniciativa da Associação Wycliffe de Tradutores da Bíblia.
Projeto América do Sul (PAS, 1984): resultou da visão missionária de Edison Queiroz de Oliveira, pastor da Igreja Batista de Santo André, em São Paulo. Ele impressionou-se com o fato de que havia cinco países na América Latina com um reduzido número de evangélicos. No mesmo ano, 14 obreiros foram treinados e enviados para o Uruguai e o Paraguai. No primeiro país, foram fundadas duas igrejas e reativadas outras duas. No Paraguai foi fundada uma igreja, apesar de forte oposição. Em 1985, mais um grupo saiu para o Peru, a Colômbia e a Venezuela.

III. Cooperação Missionária:

O movimento missionário evangélico brasileiro adquiriu maior ímpeto a partir de 1970 e alguns acontecimentos contribuíram para isso.

1. Congressos missionários: além dos grandes congressos internacionais como a Conferência Mundial de Evangelização (Lausanne, 1974), ocorreram congressos similares no Brasil. Um deles foi o Congresso Missionário de Curitiba, promovido pela ABUB em 1976.

2. Associação de Missões Transculturais Brasileiras: é uma entidade que agrega missões brasileiras, isto é, organizações que tenham sede no Brasil e enviem missionários brasileiros para campos transculturais. Seu primeiro encontro foi realizado no Rio de Janeiro em 1976, sob o patrocínio da Missão Informadora do Brasil (MIB). Esta organização, por sua vez, foi formada em 1964 por iniciativa da União Evangélica Sul-Americana (UESA) com o objetivo de diminuir a competição inconsciente e pouco sábia entre as sociedades missionárias estrangeiras no Brasil e promover a cooperação entre elas. A AMTB foi organizada oficialmente em 1982, quando o Pr. Jonathan dos Santos foi eleito seu primeiro presidente. Membros: organizações missionárias para-eclesiásticas e juntas missionárias denominacionais (Convenção Batista Independente, IPB, IPI, Convenção Batista Brasileira, Assembléia de Deus, Igreja Luterana, Igreja Metodista Wesleyana, etc.).

3. Líderes missionários: alguns nomes têm se destacado na liderança das iniciativas missionárias cooperativas no Brasil. Alguns deles são: Jonathan dos Santos, Bárbara Burns, Gilberto Pickering, Achiles Barbosa Jr., Edison Queiroz, Elben Lenz César, Bertil Ekström e outros.

4. Associação de Professores de Missões (APMB): organizada oficialmente em 1992, sendo seu primeiro presidente o Dr. Timóteo Carriker e secretária geral a Dra. Barbara Burns.

IV. O Trabalho Missionário Atual na IPB:

A Junta de Missões Nacionais da IPB tem 170 campos espalhados pelo território nacional, nos quais atuam mais de 200 missionários.
Em 1998, a Junta de Missões Estrangeiras mantinha 74 missionários em 25 países. Os campos dos últimos seis anos são os seguintes:
Paraguai (Concepción, Santa Rita, San Lorenzo e Asunción)
Bolívia (Cochabamba, Quillacollo, Puerto Suarez, Villa Galindo)
Áustria (e países Comunidade de Estados Independentes)
Portugal (Barreiro, Carnaxide, Marco dos Canaveses, Lisboa)
Espanha (Huelva, Barcelona, Extremadura, La Línea)
Inglaterra
Nova Zelândia (Hill Wanganui)
Estados Unidos (Massachusetts, Mineola, Mercedes, Marlboro, Texas)
Moçambique (Maputo, Beira, Nampula) – Rev. Labieno Moura P. Filho
Peru (Huancayo)
Turquia (Bursa)
Japão (Osaka, Minakuchi, Toyohashi-Shi)
Índia
Gana (Akra) – Rev. Ronaldo Lidório e Rossana
Filipinas (Cebu City)
Oriente Médio
África do Sul (Benoni)
Angola (Lubango)
Escócia (Edinburgh)
Senegal (Dakar)
Itália
Norte da África
Austrália
Canadá (Mississauga, Quebec)
Romênia (Bucaresti)
Guiné-Bissau
Argentina
O presidente da JME-IPB, Pb. Azor Ferreira, certamente trará informações mais atualizadas sobre o trabalho dessa organização da nossa igreja.

Bibliografia

Júlio Andrade Ferreira, História da Igreja Presbiteriana do Brasil, 2 vols., 2ª ed. (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1992).
Bárbara Burns, “Missões Brasileiras: O Gigante Começa a Despertar…”, em Ruth A. Tucker, “… Até aos Confins da Terra”: Uma História Biográfica das Missões Cristãs, 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1996), 499-531.
Bertil Ekström, “Uma Análise Histórica dos Objetivos da AMTB e seu Cumprimento.” Dissertação.
Boletins da Junta de Missões Estrangeiras da IPB.

20 de Outubro

O Desafio e a Chamada para Missões Mundiais

Uma das passagens mais conhecidas em toda a Bíblia é Isaías 6, que relata a chamada de Isaías ao ministério profético. Diversas vezes esta passagem é utilizada para instruir o povo de Deus no que se refere à glória e a santidade divina. Frequentemente os sermões e as lições bíblicas têm salientado o arrependimento de Isaías e sua disposição de realizar a ordem dada pelo Senhor.

Com menos frequência, temos sido lembrados sobre a natureza do ministério de Isaías, ou seja, que sua tarefa em grande parte consistia em separar e peneirar. Ele deveria pregar até que o povo de Judá, com corações endurecidos, voltasse as costas para o Senhor e as cidades estivessem em ruínas, sem habitantes. Por fim, o Deus que comissionou Isaías disse que apenas um décimo da população subsistiria. Mas, ainda que este remanescente tivesse de sofrer, seria o remanescente do povo de Deus que permaneceria, e, assim como o tronco de uma árvore que produz brotos mesmo depois de cortado, este remanescente floresceria.

Entre os vários assuntos evidentes em Isaías 6, encontramos o fato de que toda essa questão foi orquestrada pelo Senhor. Ele chamou o profeta e deu-lhe a mensagem a ser proclamada. E o resultado da pregação foi declarado e tornou-se conhecido de antemão. Em outras palavras, o propósito divino é desvendado e realizado por Aquele que está disposto e pode fazer tudo o que deseja.

Qualquer leitura superficial deste livro revela que o Deus de Isaías é soberano. Muitos textos da profecia de Isaías refletem esta verdade: ?Eu sou Deus? desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade? (Is 46.9-10).

As profecias de Isaías nos levam não apenas a meditar sobre a soberana maneira como Deus agiu com Israel mas também a declarar seus propósitos em relação s nações do mundo. Considere Isaías 49.6: ?Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salva ão até à extremidade da terra?.

O profeta, que nos faz enxergar a completa soberania de Deus em todas as coisas, não hesitou em declarar que o propósito de Deus inclui a salvação de homens de todas as nações da terra. Se, à luz deste último versículo, pensamos acerca desse propósito dois fatos se destacam. Primeiro, existe o desafio de não focalizarmos exclusivamente uma parte do plano divino e batalharmos pelo cumprimento de todo esse plano. Segundo, temos uma chamada que resulta no envio de obreiros ao mundo, para realizar os desejos do Senhor. Por isso, estamos meditando acerca do desafio e da chamada para missões mundiais.

O Desafio de Missões Mundiais

O desafio envolve o olharmos além de nossa vizinhança e das pessoas com as quais estamos familiarizados, vendo todo o mundo como nosso campo de trabalho. É um desafio tremendo, porque tal empreendimento exige grandes recursos e coloca sobre o cristão enormes responsabilidades, das quais nossa carne normalmente se esquiva.

Evocando um exemplo pessoal, recordo de meu pastorado em Louisville, Kentucky. Quanto eu gostava da obra para a qual o Senhor havia me chamado! Como tinha um amor profundo por aqueles a quem eu ministrava! Mas a obra do pastorado era desafiadora, e ocasionalmente o desafio se tornava tão grande, que eu me retraía dele. Houve dias em que eu não desejava nada além de fechar a porta do gabinete, voltar à Flórida e plantar laranjas. O desafio do ministério pastoral, às vezes, chegava a ser avassalador.

Da mesma forma, o desafio de missões é grandioso. Jacó, ou Israel, era precioso ao Senhor. Este é o assunto central das Escrituras. O Senhor o declarou através do profeta Amós: ?De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi? (3.2). Não podemos ler os capítulos centrais da carta de Paulo aos Romanos, sem ficarmos profundamente convictos de que Israel mantém um lugar especial no coração de Deus.

Mas, apesar disso, a visão e o propósito de Deus são mais amplos; estendem-se além de Israel e alcançam todas as nações da terra. Foi assim desde o princípio, quando o Senhor declarou a Abrão que ele e seus descendentes seriam uma bênção para todas as famílias da terra. Desde o princípio, o desafio que está diante do povo de Deus tem sido o de tornar Deus conhecido aos outros.

O desafio para qualquer crente começa em seu próprio país. Uma após outra, várias pesquisas têm sido realizadas acerca do povo norteamericano, revelando de forma consistente os Estados Unidos como um dos mais religiosos (senão o mais religioso) países do mundo. Na realidade a maior parte da população dos Estados Unidos possui forma de piedade enquanto nega o seu poder (2 Tm 3.5); reivindicam conhecer Deus, mas suas ações O negam (Tt 1.16).

Violências, tumultos, crimes e toda a sorte de malignidade têm se intensificado por toda parte. Nossos líderes clamam por paz entre os homens e entre os povos, não reconhecendo que paz existe somente na pessoa de Jesus Cristo.

Se voltarmos nossa atenção às estatísticas mundiais, o desafio é ainda maior. Os missiólogos classificam a população mundial em categorias amplas: O mundo cristão, envolve aproximadamente 33% da popula ção da terra (Mundo C); os 42 % da popula ção do mundo que têm alguma familiaridade com o evangelho, mas não são classificados como cristãos (Mundo B); e o mundo A, ou aproximadamente 25% da população (cerca de 1,2 bilhão de pessoas), que jamais teve qualquer exposi ção ao evangelho. Também os pesquisadores nos dizem que o mundo cristão gasta aproximadamente 99,9% do seu dinheiro consigo mesmo e somente 0,09% ministrando ao Mundo B. Apenas 0,01% é gasto em alcançar os povos não-alcançados do Mundo A (?World A: A World Apart? publicado por Foreign Mission Board of the Southern Baptist Convention).

Além disso, o Mundo A, embora contenha a quarta parte da população mundial, possui apenas 1% dos missionários cristãos designados para ele. Em contraste, o ?mundo cristão? tem 33% da população da terra e 91% dos missionários.

À luz de tal desafio, como podem os crentes serem ainda mais impulsionados para missões?

A Chamada para Missões Mundiais

O segundo assunto que surge do nosso versículo é a chamada para missões mundiais. O capítulo 49 de Isaías está repleto de referências à soberania de Deus.

Com autoridade, Ele ordenou; ?Ouvi-me, terras do mar, e vós, povos de longe, escutai! ? (v.1). O servo do Senhor declarou que mesmo antes do seu nascimento, o Senhor o conhecia e o havia chamado: “O SENHOR me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha mãe fez menção do meu nome? (v. 1). O Senhor formou e moldou a boca de seu servo para que este cumprisse os propósitos divinos (v. 2). O servo deve sua existência ao Senhor (v. 5), que proclamou: ?Te dei como luz para os gentios? (v. 6) e realizou a tarefa. O Senhor é fiel em escolher seus servos e enviá-los a cumprir suas ordens (v. 7).

Todas essas são obras dAquele que declara seus propósitos e os faz acontecer. Não se trata de um dos ídolos pagãos, cuja boca não pode falar. Este é o Senhor, que fala e os homens ouvem; é o Senhor, que ordena e os homens obedecem; é o Senhor, que chama e os homens O seguem.

Quem pode fugir de alguém como Ele? Quando o Senhor ordenou, Moisés reclamou e desculpou-se, mas chegou ao ponto de achar-se frente a frente com Faraó. Jeremias resolveu jamais voltar a proferir uma palavra da parte do Senhor, somente para sentir aquela palavra como um fogo em seus ossos, de forma que precisou sair e falar. Jonas tentou escapar da vontade de Deus para a sua vida, mas acabou se achando no ventre de um peixe, clamando para fazer a tarefa que Deus lhe designara. Pedro negou o seu Senhor, Saulo tentou aniquilar a igreja recém-nascida; porém, tornaram- se os maiores de todos os pregadores, anunciando o evangelho primeiro aos judeus e, depois, aos gentios.

Com absoluta certeza, podemos declarar a soberania de Deus em todas as coisas. Ele suscita a tempestade e a envia pela terra, aonde quer que lhe apraz. Estabelece um reino e aniquila outro. Através de seus profetas, Deus falou de eventos com centenas de anos de antecedência e os fez acontecer. Ele desperta pregadores e missionários e os envia ao mundo.

Os escritores bíblicos, ao mesmo tempo que afirmam a soberania de Deus, também ressaltam a responsabilidade do homem. Portanto, embora o título desse artigo seja o ?O Desafio e a Chamada para Missões Mundiais ?, uma designa ção melhor talvez seria: ?O Desafio e a Ordem para Missões Mundiais?. As Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, estão cheias de mandamentos para o povo de Deus, no sentido de serem embaixadores no mundo. Desde a aliança do Senhor com Abrão, prometendo fazer de sua família uma bênção para todo o mundo, até ao final do ministério terreno de Jesus, quando Ele anunciou a Grande Comissão a seus discípulos, somos ordenados a tornar Deus conhecido em toda a terra.

Citando outro exemplo pessoal, tenho ouvido testemunhos maravilhosos acerca de como Deus tocou de maneira profunda o coração de pessoas e as conduziu a países estrangeiros como missionários. Para ser franco, eu imaginava que tais chamadas deveriam ser sobrenaturais, extraordinárias e miraculosas em sua natureza.

Porém, esta não foi a minha experiência. À medida que minha esposa e eu meditamos a Palavra de Deus, não pudemos fugir da noção bíblica de que o propósito de Deus é que seu povo pregue o evangelho a cada tribo, nação e língua, porque Ele tem um povo eleito em cada tribo, nação e língua (Ap 5.9; Mc 13.27). Através da pregação do evangelho, Deus sempre chamou os homens a Si mesmo. Nossa experiência não foi algo que pudéssemos ter considerado incomum.

Em termos simples, através da crescente compreensão de que os propósitos de Deus se estendem a todo mundo, minha esposa e eu chegamos ao ponto de afirmar: Senhor, estamos dispostos a ir. Nada especial, fora do comum ou místico. Era simplesmente a disposição de ir. À luz de tal ordem clara e bíblica, como poderíamos nos esquivar da grande responsabilidade que o Senhor colocou sobre seu povo?

Ao ouvir alguns pregadores contemporâneos, alguém talvez pense que Deus, nos céus, está contorcendo as mãos em frustração, por estar encontrando dificuldade em convencer as pessoas a crerem nele e a viverem para Ele.

Que deus fraco e digno de pena!

Esse, entretanto, não é o quadro que Deus apresenta de Si mesmo em sua auto-revelação, a Bíblia. A soberania divina alcança a raça humana e dos descendentes de um homem cria uma poderosa nação. Ele separa para Si mesmo um povo eleito de cada nação. Ele procurará as ovelhas perdidas, até que sejam achadas e trazidas ao aprisco.

Quando refletimos com mais atenção, vemos que a soberania absoluta de Deus, mesmo no que se refere a chamar e salvar pecadores, não constitui um empecilho para missões mundiais, e sim um encorajamento. Visto que Deus separou um povo para Si mesmo e que o Filho dEle derramou seu precioso sangue pelos eleitos, a colheita está assegurada. O Senhor possui seu povo eleito em cada nação, e não Se satisfaz com nada menos do que a redenção de todos eles.

George Martin

O objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos homens nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus. R. B. Kuiper

20 de Outubro

HISTÓRIA DAS MISSÕES MUNDIAIS

INTRODUÇÃO

“… e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. At 1.8b.

Segundos antes da ascensão do Senhor Jesus Cristo, os discípulos ali reunidos ouviram de seus lábios a ordem de anunciá-lo até os limites da terra. Contudo, quase 2000 anos passaram-se e essa tarefa é ainda inacabada. Observamos nos últimos anos, o despertar de nossas igrejas por Missões e grande procura de livros, que possam criar uma visão mais bíblica e global do trabalho missionário transcultural. Excelentes livros têm sido escritos sobre este tema, mas é muito difícil documentar tudo, pois houve pessoas anônimas que foram usadas por Deus para serem canal de benção que não temos nenhum dado.

Neste trabalho de pesquisa, falaremos sobre o avanço do cristianismo ao redor do mundo e abordaremos também, a HISTÓRIA DAS MISSÕES.

Três religiões denominam-se desde o começo, missionária e universalista: “Budismo”, “Cristianismo”, e o “Islamismo”. O Budismo tem sido sempre uma religião oriental. Extinguindo-se na sua terra de origem, a Índia. Difundiu-se à Norte, Sul, Leste e muito pouco à Oeste. O Islamismo, desde o princípio é a religião do deserto, destacando-se no Oriente Médio, prolongando-se em todas as direções, de Marrocos à China Ocidental, da Albânia à Indonésia e de uma forma eficaz na África Tropical.

O Cristianismo foi à única religião que realmente conseguiu transforma-se em universal. Contudo, isto não significa, que todas as pessoas da terra se tenham tornado cristãs. Embora saibamos essa verdade, temos de afirmar também, que não existe nenhuma religião no mundo, que não haja vista partidários seus converterem-se ao Cristianismo.

A igreja primitiva era do tipo genuinamente missionária. Havia os que trabalhavam de tempo completo, como Paulo e Barnabé, destinados a liderar a obra missionária.?Paulo tinha seus auxiliares, aos que ensinava e que por sua vez fundavam Igrejas. Ex. Epáfras em Colossos, Cl 1.7. Em virtude da perseguição após a morte de Estevão, espalharam a pregação pelo mundo, Atos 8.4. Mas, não eram estes os únicos missionários voluntários. Quando Paulo chegou a Roma, foi recebido por crentes e não sabemos como eles surgiram na cidade. Alguns dos cristãos eram escravos, como sabemos pelas epístolas de Paulo, estes eram deslocados por toda à parte, acompanhando as comitivas dos seus senhores. Outros eram mercadores e viajavam em razão do interesse de seus negócios. Sabe-se com certeza, que cada cristão era uma testemunha de Cristo. Onde existisse um cristão, havia uma fé ardente, viva e em breve uma comunidade cristã em expansão.

No segundo século, havia três centros importantes de vida cristã no mediterrâneo: Antioquia, Roma e Alexandria. Acerca da fundação da Igreja de Antioquia, Lucas não menciona nenhum nome. A Igreja de Roma, provavelmente tenha sido organizada por Pedro e Paulo. Em relação à Igreja de Alexandria, alguém afirma ser o Evangelista Marcos, seu fundador. Porém até agora existe qualquer prova histórica neste sentido.

Indiscutivelmente, Missões foi a maior glória da igreja dos primeiros tempos. A igreja era o corpo de Cristo, habitado pelo Espírito Santo.

E aquilo que Cristo começou a fazer continuou, com o objetivo de ao longo dos dias chegar aos recantos mais longínquos da terra.

AS DEZ ERAS DA HISTÓRIA REDENTIVA

Encontramos no livro de Gênesis em seus onze capítulos iniciais três fatos, a saber:

1.1. Uma criação original, gloriosa e boa, Gn 1.31;

1.2. A entrada de um poder rebelde, maligno e sobre humano, Gn 3.1-13;

1.3. O envolvimento do homem nesta rebeldia e mantido sobre o poder deste mal, Gn 6.1-7. Porém, em todo o restante da Bíblia, até Apocalipse, deparamos com um único drama: A entrada do reino, do poder e da glória de Deus dentro deste território ocupado pelo inimigo. Neste trabalho redentivo de Deus para a humanidade, vemos as dez eras, as quais chamamos de “As dez Eras da História Redentiva”, trazendo consigo o seguinte tema: “A graça de Deus que intervém na história a fim de derrotar o inimigo”.

Atentaremos rapidamente para o que ocorreu em cada uma das dez eras, sabendo que todas somam um período de 4.000 anos. a. Na 1a era:Ab rão foi escolhido em Gn 12.1-3. O mesmo mandamento foi dado à Isaque em Gn 26.1-5, à Jacó em Gn 28.10,15, e José tranqüilizou seus irmãos dizendo: “Vocês me venderam, mas Deus me enviou”, Gn 4.4 -8. Ele se tornou uma Bênção para o Egito. Até mesmo faraó reconheceu, que José estava cheio do Espírito Santo, Gn 41.38. Porém, esta não foi à obediência missionária intencional que Deus desejava. b. Na 2a era, dá-se o cativeiro, 70 anos Israel é escravizado pelo rei da babilônia, Nabucodonozor, Jr 25.9-11; 29.1,4,10; 2Cr 36.18-21; Ed 5.12.

c. Na 3a era, Deus começa a usar os Juizes para lutar em favor do povo, Jz 1.16;

d. Na 4a era, Deus começa a contar com reis em Israel, 1Sm 8; 2Cr 36;

e. Na 5a era, dá-se o segundo cativeiro e a diáspora;

f. Na 6a era, Roma foi conquistada, mas não estendeu o evangelho aos povos bárbaros, celtas e godos. Quase por castigo, Roma foi invadida pelos godos e toda parte ocidental do império foi desmoronada.

g. Na 7a era, os godos foram evangelizados, mas não levaram o evangelho mais ao Norte; h. Na 8a era, novamente quase por castigo os vikings invadiram a região dos celtas e godos cristãos e os vikings se tornaram cristãos em meio a esse processo. i. Na 9a era, a Europa, pela primeira vez mudou na fé cristã, se lançou a um exercício de pseudomissão aos serracenos e se dirigiu ao oriente mais distante como conseqüência do grande fracasso das cruzadas.

M? ?Na 10a era, a Europa atingiu então aos confins da terra, mas com motivações muito confusas.? 2 E V ??“Deus realiza sua vontade através da obediência voluntária de seu povo, mas quando necessário realiza o seu querer através de meios involuntários”. José, Jonas, Ezequiel, Gideão, são exemplos da obra missionária involuntária na Igreja no Antigo Testamento. Notamos em cada era, Deus preocupado em levar avante sua missão, com ou sem interesse da sua Igreja. A nação escolhida por Deus para receber e mediar bênção, Ex 19.3-8; Dt 28.8-14; Sl 67.1,2; 96.1-3; Is 49.6, se afastaram bastante desse ideal. Havia em Jerusalém muitos estudantes fanáticos da Bíblia, contudo o objetivo principal de cada um era muito mais sustentar e proteger a nação de Israel do que ser uma bênção para as demais nações. Elas não se preocupavam com que seus convertidos fossem circuncidados no coração, Jr 9.24-26; Rm 2.28,29.

“Os que são abençoados não parecem muito ansiosos em compartilhar as bênçãos recebidas, porém, se insistirmos em guardar para nós as bênçãos ao invés de compartilhá-las, então, da mesma maneira que Deus agiu com as nações negligentes, teremos que perder nossas bênçãos para os outros. Deus continua no propósito de usar sua igreja para alcançar o mundo. O reino não poderá parar por nossa causa, Mt 24.14”.

PERÍODO DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA

Os evangélicos têm refletido bastante sobre tendências na história e sobre o relacionamento deles com acontecimentos vindouros. Notamos que as pessoas estão abertas a uma maneira de encarar a vida, a de viver do tipo, “p ara onde vamos”. Todavia, os cristãos ainda fazem pouquíssima ligação entre o debate sobre profecias e eventos futuros e o debate sobre missões. Eles vêem a Bíblia como um livro de profecias, tanto em relação ao passado como ao futuro.“A Bíblia toda é um livro missionário… o ponto central do enredo e que une todas as partes é a execução de um propósito missionário que é gradual e vai se revelando aos poucos”. Todos precisamos entender, que a História das Missões, começa bem antes da grande comissão, mais uma vez lembramos, que Deus falou a Abrão em Gn 12.1-3, que iria abençoá- lo e que seria uma bênção para todas as famílias da terra. O apóstolo Pedro citou essa passagem no dia em que falou no templo, At 3.25. Paulo repetiu-a em sua carta aos Gálatas, Gl 3.8.

No entanto alguns comentaristas da Bíblia interpretam que somente a primeira parte do versículo poderia Ter começado imediatamente. Concordamos que Abrão ia rapidamente ser abençoado por Deus e somente depois de 2000 anos poderia se tornar uma bênção para todas as famílias da terra. Pensam eles, que Cristo precisava primeiramente vir e entregar a Grande Comissão. Precisamos sempre lembrar, que o mandamento missionário foi dado para Israel e a nós, Gn 12.1-3; Mt 29.19-20.

Muitos que já receberam em sua vida a bênção da salvação em Cristo Jesus de um modo especial podem escolher resistir e tentar abafar qualquer ideia de obrigação ser uma bênção a outros. Mas, essa não é à vontade de Deus: “Aquele a quem muito for dado, muito se lhe pedirá”, Lc 12.48. esse mandato tem sido ignorado a maior parte do tempo desde os apóstolos. Mesmo nossa tradição protestante reprimiu essa ordem durante mais de 250 anos, preocupando-se só com si mesma e com as bênçãos que ia receber, até um jovem de grande?fé e capacidade de suportar as provações surgiu no cenário, William Carey.

Primeiro Período

Um homem sapateiro inglês, chamado “O Pai das Missões Modernas” nasceu em 1761, na cidade de Paulerspury, perto de Northampton, Inglaterra. Teve uma infância rotineira, não podendo tornar-se jardineiro devido problemas persistentes de alergias. Aprendeu a profissão de sapateiro aos 16 anos e trabalhou nela até aos 28. Converteu-se na adolescência, associando-se a um grupo de Dissidentes Batista, dedicando seus momentos de folga ao estudo bíblico. Em 1781, quando estava para completar 20 anos, casou-se com a cunhada de seu patrão, Dorothy, a qual era cinco anos mais velha que ele. Apesar das dificuldades econômicas William Carey, não desistiu de seus estudos e da pregação leiga, em 1785 foi convidado a pastorear uma Igreja Batista. Durante o seu pastorado foi despertado para missões e desenvolveu uma perspectiva bíblica sobre o assunto, convencendo-se de que missões estrangeiras eram a responsabilidade principal da Igreja. Quando muitos na época criam, que a Grande Comissão fora dada somente aos apóstolos e a conversão dos pagãos não era problemas deles.

Porém as idéias de Carey eram revolucionárias e quando as apresentou a um grupo de ministros, alguém replicou:

“Jovem sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos Ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”.

Porém, Carey recusou-se calar, publicando um livro de 87 páginas que teve conseqüências de longo alcance, intitulado: “Uma inquisição sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem meios de conversão dos pagãos”. Com muita insistência, os ministros decidiram fundar uma junta de missões, a qual recebeu o nome de: “Sociedade Batista Missionária” e por esta junta William Carey, foi comissionado à Índia, sendo por causa disto chamado de louco por seu próprio pai e observando a recusa de sua esposa em partir com ele. Todavia, ele estava disposto a partir mesmo sozinho, como o fez. Entristecido viajou deixando esposa e filhos, tendo depois a alegria de vê-los novamente porque a sua família foi a seu encontro e juntos chegaram à Índia em 19 de Novembro. Na cidade de Serampore, Índia, Carey passou os anos restantes da sua vida. Morreu em 1834, mas deixou ali a sua marca e nas missões de todos os tempos. Carey deixou após si, um luminoso roteiro cheio de exemplos dignos de serem imitados por todos os que aspiram andar no caminho do Senhor.

Frases como esta marcaram sua vida:

“Apesar de tudo, Deus está comigo. Sua palavra é a verdade segura e ainda que as superstições do paganismo fossem mil vezes piores do que são; ainda que fosse abandonado pelos meus e perseguido por todos, minha esperança, fundada na palavra de Deus, permaneceria sobre todos os obstáculos e triunfaria de todas as provas. A causa de Deus triunfará e eu sairei destas angústias qual ouro purificado ao fogo”.

Com o embarque de Carey para a Índia, o 1o período das missões protestantes teve um bom início, pois durante os seus 25 anos de trabalhos iniciais fundou-se 12 agências missionárias. A idéia de que deveríamos nos organizar a fim de enviarmos missionários não foi facilmente recebida, mas finalmente se tornou o padrão aceito. Por sua influência, Carey levou muitas mulheres para orarem por missões, uma tendência que fez com que elas se tornassem as principais guardiãs do conhecimento e da motivação missionária. Depois de alguns anos elas começaram a ir para o campo como missionárias solteiras.

Há dois destaques a serem observados nesse 1o período da história missionária. Um é a surpreendente demonstração de amor e sacrifício por parte daqueles que partiram como missionários. Outro é o desenvolvimento de uma reflexão perspicaz, de grande valor, acerca da estratégia missionária.

Henry Venn, em relação à estrutura do campo missionário, diz:

“Do ponto de vista do resultado eclesiástico e considerando o objetivo final de uma missão como sendo o estabelecimento de uma igreja nativa, pastoreado por pastores nativos e da posição que irão ocupar, deve-se também Ter em mente que, conforme já foi dito de modo muito apropriado, a (eutanásia de uma missão), ocorre quando um missionário, cercado de igrejas nativas bem treinadas, dirigidas por pastores nativos, é capaz de renunciar a todo trabalho pastoral que está em suas mãos e gradualmente transferir todo o seu trabalho de supervisão aos próprios pastores até que imperceptivelmente o seu trabalho deixe de existir, quando então, a missão passa a ser uma igreja cristã estabelecida. A partir desse momento o missionário deve ser transferido para outras regiões ainda não alcançadas”.

Segundo Período

A exemplo de Carey um outro homem destaca-se neste segundo período da história missionária, Hudson Taylor. Tornou-se famoso de repente. Recebeu quase que só críticas negativas, porém, refletiu longamente debruçado sobre estatística, quadros e mapas. Quando sugeriu que os povos do interior da China precisavam ser alcançados, disseram que ele não conseguiria chegar lá e indagaram-lhe se gostaria de carregar nas suas costas o sangue dos jovens que ele desejava enviar para morrer. Com apenas um conhecimento de medicina de nível técnico, sem qualquer experiência ou conhecimento universitário, sem treinamento missiológico, foi apenas uma das coisas frágeis que Deus usa para confundir os sábios. Hudson tinha por detrás de si um sopro divino.

O Espírito Santo o?poupou de perigos inesperados e foi sua organização, a Missão ao Interior da China, a organização mais cooperativa e serviçal que já apareceu, atendendo mais de 6.000 missionários, no interior da China. Este 2o período ficou marcado pela evangelização de áreas no interior. A missão para o interior da China surgiu na mente e no coração de um homem que sentia uma profunda responsabilidade pelos milhões de chineses, que jamais tinham ouvido falar do evangelho.

Uma das frases de Hudson Taylor: “Deus fez de mim um novo homem”. A grande lição neste segundo período dada por Taylor estava sendo obedecida. Com isso os missionários alcançaram um recorde incrível. Eles implantaram Igrejas em milhares de novos lugares, principalmente em regiões do interior.

Terceiro Período

Este período teve início com dois jovens: Cameron Townsend e Donald McGavran. Cameron estava com tanta pressa para ir ao campo missionário, que não se preocupou em terminar a faculdade. Trabalhando na Guatemala, observou que a maioria dos guatemaltecos não falava o espanhol e ficou tremendamente desafiado, quando um índio daquele país perguntou-lhe: “Se o seu Deus é tão inteligente e capaz, porque Ele não pode falar em nossa língua?”. Neste terceiro período Cameron dedicou -se às tribos indígenas e surgiu então mais uma agência missionária conhecida como: “MISSÕES NOVAS TRIBOS”. O tio Cam, como era conhecido e chamado por seus amigos, empenhou-se no trabalho de tradução da Bíblia para muitas tribos. Em dez anos de trabalho árduo completou o N.T. CAKCHIQUEL.

Um grupo de mulheres recebidas por Cam, trabalhou entre os shapras, uma das tribos de caçadores de cabeças mais temidas da selva peruana, comandada pelo infame chefe Tariri, que obtivera essa posição assassinando seu predecessor. Porém, com a disposição e coragem das missionárias, Tariri começou a ajudá-las como informante a respeito da língua e após pouco anos afastou-se da feitiçaria e do homicídio para tornar-se cristão, estabelecendo um exemplo que muitos de sua tribo o seguiram.

Mais tarde Tariri confidenciou a Cam:

“Se você tivesse mandado homens, nós os mataríamos imediatamente. Se fosse um casal, eu mataria o homem e ficaria com a mulher. Mas, o que poderia um grande chefe fazer com duas moças inocentes que insistia em chamá-lo de irmão?”

Houve uma filosofia que motivou Cam, mais do que qualquer outra durante toda a sua vida:

“O maior missionário é a Bíblia na língua pátria. Ela jamais precisa de férias e nunca será considerada estrangeira”.

Este período caracterizou-se pela categoria mais difícil de se definir, de natureza não geográfica, que temos chamado de “povos ocultos”, a saber, grupos de pessoas que estão socialmente isoladas. Por mais de 40 anos Cameron e Donald McGavran chamaram a atenção para os povos esquecidos.

HISTÓRIA DAS MISSÕES ROMANAS

A CONQUISTA DO MUNDO ROMANO (100-500)

O mundo a que se chegaram os primeiros cristãos era favorável em muitos aspectos à pregação do Evangelho. Apesar do Império Romano impor uma disciplina, a paz nunca foi total. Havia sempre ameaça nas fronteiras; revoltas nas províncias; a luta pela queda deste ou daquele imperador ameaçava sempre a organização.

A igreja no princípio falava o aramaico, idioma corrente na Palestina. No decurso do tempo verificou-se ser necessário empregar várias línguas para expressão da sua fé. O Império Romano aceitara o grego, para todos os fins. Quem soubesse o grego poderia comunicar-se com facilidade, por isso, a Igreja se envolveu com este idioma.

Na época 7% da população nas regiões do Império eram constituídas de judeus que apesar da sua falta de amizade e secura, atraiam muitos para a fé judaica.

Como os gregos viviam à procura do saber, encontrou na sinagoga uma sabedora profunda e dinâmica, aparentemente mais antiga que a de Homero.

Se não existisse o Livro de Atos dos Apóstolos, nada saberíamos do início da Igreja, exceto o que nos revela as Epístolas. Mas, o Espírito Santo fez com que Lucas escrevesse essa obra, o qual destaca Paulo como seu missionário predileto e com muita razão. Este foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os missionários. Trabalhou rapidamente entre os gentios, mesmo nos pontos mais remotos do mundo. Roma não era seu objetivo. O missionário desejava apenas conhecer os cristãos romanos e ir para Espanha, Rm 15.23-28. O Império Romano era um mundo de cidades, estas dominavam o pensamento e a vida econômica da região que a rodeava. Os judeus encontravam-se fortemente fortalecidos nas províncias orientais do Império. Roma se tornou no 3o., grande centro do mundo cristão, depois de Jerusalém e Antioquia.

Seu crescimento se deu principalmente devido ao heroísmo dos crentes dos dias da perseguição de Nero, em 64-65 AD. Nesta época, 64 AD., como muitos dos destemidos evangelistas cristãos que o seguiram, Paulo teve um fim violento. Segundo a tradição ele foi martirizado juntamente com Pedro. Porém, até no exemplo que demonstrou na morte, Paulo inspirou a futura geração à não considerar suas vidas preciosas para si mesmos, pois, se sofressem também reinariam com Cristo, 2Tm 2.11-13; 4.6,7.

Nero, imperador romano e um dos maiores perseguidores da Igreja alcançaram uma evidência nunca excedida em tudo que é abominável à natureza humana. À noite freqüentava disfarçados todos os lugares de libertinagem que havia em Roma, representava publicamente nos teatros em estado de nudez, praticava as maiores obscenidades que são possíveis conhecer e impossíveis descrever. Mandou incendiar diversos bairros de Roma. Tocando em uma lira e cantando em seu palácio, regozijou-se com o terrível espetáculo, a destruição de Tróia. Para concluir sua selvageria, tendo falhado no plano para afogar sua própria mãe mandou assassina-la. Este foi apenas um dos principais imperadores de Roma.

Porém, verdadeiros homens de Deus surgiram nessa época sem preocupação com tais perseguidores:

POLICARPO

Um dos primeiros mártires e amado bispo de Esmirna. Em 156 AD., as autoridades civis o encontraram escondido em um paleiro, com 86 anos de idade o prenderam e convidaram-no a negar sua fé, que seria uma grande vitória para o paganismo e um golpe para a “seita de Jesus”. O bispo teria de dizer: “César é senhor, oferecer incenso e jurar pela divindade do imperador. Mas decidido, Policarpo olha e acena para a multidão no estádio, suspira, levanta os olhos pra o céu e gritou:” fora os ímpios “, durante 86 anos, sirvo a Jesus e ele jamais me fez algum mal”.

Sendo ameaçado com fogo, o bispo diz “O fogo com o qual me ameaçam queimar, logo se extingue; existe um fogo que vocês não conhecem, o fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, este está reservado para os ‘’ímpios”. Enfurecido o procônsul, mandou ascender à fogueira e uma grande chama envolveu o corpo desse fiel cristão.

JUSTINO E PERPÉTUA

Ainda jovem Justino tornou-se um dos mais hábeis defensores da fé. Perpétua com 22 anos mãe de uma criança pequena, também estava seguindo a fé, quando o imperador VII Severo em 202 AD., decretou a morte desses cristãos, que levados à arena foram executados sem misericórdia. Antes de Perpétua morrer, gritou a alguns amigos cristãos que sofriam torturas ao seu lado: “Transmitam a Palavra à todos, fiquem firmes na fé, amem -se uns aos outros e não permitam que nossas mortes sejam um impedimento para vocês”.

ULFILA

Um dos maiores missionários estrangeiros. Após 40 anos de trabalho junto aos godos e até traduzindo a Bíblia na língua nativa desse povo, Ulfilas morreu numa missão à Constantinopla.

Mesmo diante dessas perseguições o cristianismo crescia assustadoramente. Cada missionário morto era um desafio para os novos seguidores da fé em Cristo.

Nos primeiros três séculos da nossa era, ouve um rápido progresso missionário.

Na Palestina, a destruição de Jerusalém não provocou o fim da Igreja Cristã.

Terminou sim, com a existência nacional dos judeus, durante um período de mais de 1.800 anos. Antioquia na Síria era o segundo lar da Igreja. Foi lá que os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos, Atos 11.26. A Igreja de Roma crescia graças às conversões e também em virtude da convergência, nesta cidade, de cristãos de muitas outras terras. Roma era um pólo de atração para todos o povos. Acerca do rápido crescimento da Igreja.

Temos duas informações importantes: a) Por volta do ano 166 AD. o bispo Soter observa que o número de cristãos ultrapassa o dos judeus e b) a partir do ano 251 temos estatísticas precisas desse período.

Três fatores humanos permitiram a difusão das Escrituras:

1) A fervorosa convicção que possuíam muitos dos primeiros cristãos. O historiador Eusébio diz: “Nessa época, muitos cristão s sentiram as almas inspiradas pela Palavra Divina, com um desejo apaixonado de perfeição. A primeira ação em obediência às instruções do Salvador, constituiu em vender seus bens e distribui-los aos pobres. Então, deixando as suas casas, dedicaram-se a realizar a missão do evangelista, tendo por ambição pregar a Palavra da Fé àqueles que ainda nada tinham ouvido a seu respeito e confiaram-lhe a responsabilidade de elevarem mais aqueles que haviam trazido tão somente a fé. Passaram então a outros países e nações, com a graça e o auxílio de Deus”.

2) Os filósofos desde Platão, não haviam conseguido mais do que dar respostas incertas às perguntas mais angustiantes dos homens.

3) As novas comunidades cristãs recomendavam a si mesmas pela evidente pureza de suas vidas. Os primeiros cristãos eram homens e mulheres, como nós, vivendo no meio de uma sociedade corrompida e exposta a todas as tentações. 1 Coríntios nos mostra como era difícil viver segundo as novas aspirações. Mas, eram ensinados a considerar os seus corpos como tempo do Espírito Santo.

A IDADE MÉDIA

Em meados do século III o império romano começou a ser perturbado gravemente pelos povos do norte e encontrar grandes dificuldades no trabalho de difundir-se. A pressão contra esse velho império durou até quase a sua destruição. Em 410 AD., Alarico, o Godo, capturou e saqueou Roma. Alguns dos invasores tornaram-se cristãos. Após o fracasso do império, muitos homens começaram a se empenhar no assunto das missões cristãs. Entre eles destacam-se: Gregório, “O Grande” 540 -640, um dos mais capazes e influentes bispos de Roma, na Idade Média. Nessa mesma época outros monges, também serviram à causa missionária como, por exemplo, Bonifácio, apóstolo para Alemanha 700-753, morto por um bando de pagãos armados, na Holanda.

ANSKAR

Conhecido como “Apóstolo do Norte”, ele era um ascético de coração, considerado a oração de máxima importância. Como acontecia com a maioria dos líderes religiosos da idade média, foram-lhe atribuídos grandes milagres, mas ele procurava evitar louvores desse tipo, dizendo que: “O maior milagre de sua vida seria que Deus fizesse dele um homem completamente piedoso”. Anskar morreu pacificamente em 865, sem a coroa de mártir pela qual ansiava tanto. Depois de sua morte o povo voltou ao paganismo e somente após o século X a Igreja católica firmou-se novamente na Suécia.

RAIMOND LULL

Nasceu, em 1232 na cidade de Maiorca, junto as costa da Espanha, no Mediterrâneo. Aos 30 anos passou por uma profunda experiência religiosa, “nasceu de novo”. Em uma noite, quando estava compondo uma canção, “viu o Salvador pendurado na cruz e o sangue correndo em suas mãos, pés e fronte”. Uma semana depois, teve a mesma visão e desta vez se entregou a Cristo. Porém, com dúvidas no coração ele pergunta: “Como posso, corrompido pela impureza, levantar-me e entrar numa vida mais santa?” Este sentimento de culpa impeliu Lull a abandonar sua riqueza e prestígio e dedicar sua vida à serviço de Deus, aplicando-a ao jejum, oração e meditação.

Seu trabalho era lutar contra o Islamismo, evangelizando muçulmanos e em 1314, com mais de 80 anos na Tunísia passou mais 10 anos escondido e orando com seu grupo de novos convertidos. Finalmente, cansado do esconderijo e desejando morrer a serviço do mestre, pois, o martírio seria para ele o mais alto privilégio, ele foi até a praça e apresentou-se ao povo, falando claramente toda a verdade. Enfurecida com ousadia a população o arrastou para fora da cidade apedrejando-o e morreu logo depois. Apesar de ser ignorando pela Igreja católico e condenado como herege Lull manteve-se fiel a seu chamado, sempre consciente de seu dever pessoal em difundir a mensagem de Cristo.

LAS CASAS

No final do século XV, a Igreja Católica Romana iniciou um novo período de missões estrangeiras. O Novo Mundo foi visto como um campo propício para a expansão do cristianismo. Os papas e líderes políticos estavam ansiosos para estender o domínio católico a estas terras. A rainha Isabel considerava a evangelização dos índios como a justificativa mais importante para a expansão colonial, pelo que insistia em que sacerdotes e frades estivessem entre os primeiros a estabelecer-se no Novo Mundo. Os franciscanos e os dominicanos e mais tarde os jesuítas aceitaram o desafio. Dentro de algumas décadas o catolicismo tornou-se uma força permanente e de influência. O cristianismo se firmou com extrema rapidez.

Os maiores obstáculos às missões no Novo Mundo eram criados pelos próprios colonizadores, com seu tratamento cruel e desumano para com os nativos. Mesmo após o decreto da rainha Isabel em que consistia em resguardar a liberdade e a integridade dos índios, este continuavam a sofrer todo o tipo de desumanidade por parte dos colonos, que se utilizavam meios para oprimir e escravizar. Os missionários observaram este tipo de tratamento e muitos passaram a desafiar a ira dos colonizadores, no intuito de amenizar as dores dos índios. Dentre estes missionários o que mais se destacou foi Bartolomeu de Las Casas, que embora tenha demorado a reconhecer e admitir este problema, tornou-se o maior defensor dos índios durante o período colonial espanhol.

Las Casas nasceu na Espanha em 1474, e era filho de um mercador que viajara com Colombo em sua segunda viagem. Depois de licenciar-se em Leis na Universidade de Salamanca, viajou para a ilha de Espanhola para servir como Conselheiro legal do Governador. Adaptou-se rapidamente ao estilo de vida influente dos colonizadores, aceitando o ponto de vista convencional quanto à população indígena, tendo participado inclusive de ataques contra as tribos e escravizado-os em suas plantações.

Provavelmente em torno de 1510, Las Casas sofreu uma transformação espiritual tal, que pediu para ser ordenado, tornando-se então no primeiro sacerdote a ser ordenado na América. Se interiormente ele havia mudado muito, exteriormente mudou muito pouco até então, porque aceitava com facilidade o estilo de vida que caracterizava a maioria do clero. Aos poucos foi entendendo que o tratamento dado aos índios não correspondia aos preceitos cristãos e em 1514 por ocasião do Pentecostes, teve finalmente uma verdadeira conversão com relação ao tratamento que afligia os indígenas, porque deduziu que a fé cristã era radicalmente incompatível com o modo desumano pelo qual os espanhóis tratavam os índios. A partir desta concepção juntou-se aos dominicanos, onde encontrou apoio para o seu ponto de vista.

Embora Las Casas seja considerado o pai da Teologia da Libertação, o primeiro clamor pela justiça no Novo Mundo foi levantado em 1511, pelo frade dominicano Antonio de Montesinos na Ilha Espanhola. Este clamor causou muita polêmica, motivo pelo qual mais tarde Las Casas tomou partido em sua defesa.

Em 1515, Las Casas retornou à Espanha em companhia de Montesinos, onde conseguiu apoio do Cardeal Cisneros que o enviou de regresso às Índias com uma comissão para investigar o tratamento dispensado aos índios, contudo a má opinião de parte dos membros contrária aos indígenas e suas atitudes protetoras para com os encomendadores, levaram Las Casas a romper com a comissão e regressar novamente à Espanha.

Para defender os índios no Novo Mundo, Las Casas viajou várias vezes a Espanha, apelando em favor dos índios aos oficiais do governo e a todos que quisessem ouvir. Ele tinha o evangelismo como prioridade e com este propósito viajou pela América Central fazendo um trabalho pioneiro.

Las Casas foi enviado pelas autoridades espanholas a evangelizar em Cumaná, como forma de comprovar se realmente ele era capaz de colocar em prática suas afirmações de que os índios eram de boa índole e que se convertessem ao verdadeiro Deus seriam os povos mais abençoados da terra. Contudo Las Casas fracassou porque os colonizadores fizeram todo o possível para criar obstáculos e todo o tipo de violência. Posteriormente os próprios índios se rebelaram o que obrigou Las Casas a se refugiar entre os dominicanos em Espanhola. Unindo-se à ordem de Santo Domingo, passou vários anos escrevendo obras literárias.

Após doze anos em São Domingos, Las Casas partiu com destino ao Peru, mas em decorrência de mau tempo, desembarcou na Nicarágua. Os colonizadores dessa região reagiram violentamente a suas idéias o que fez com que fugisse para a Guatemala, onde passou a aplicar suas idéias de que o evangelho era para ser pregado pacificamente, contudo os índios que já conheciam o tratamento dos espanhóis não demonstraram interesse de ouvi- lo. Neste ínterim Las Casas escreveu uma obra chamada “O Único Modo de Chamar Todos os Povos a Fé”. Daí partiu para o México onde foi nomeado bispo de Chiapas, onde demonstrou inflexibilidade para com os encomendadores, como fez constar de seu “Confessionário”, realizou trabalho missionário e mais uma vez retornou à Espanha em face das pressões dos colonizadores renunciando à sua diocese.

Na Espanha, Las Casas publicou uma obra chamada “Brevíssimo Relatório da Destruição das Índias”, que causou grande controvérsia em decorrência da polêmica em torno dos números por ele apontados que dava margem à dúvida. Em função deste relatório, Carlos V fez promulgar as Leis Novas, que limitavam os direitos dos espanhóis sobre os índios. Este fato causou muita revolta na América, principalmente no Peru aonde chegou a haver uma rebelião armada. Logo, logo, estas Novas Leis caíram rapidamente no esquecimento, prevalecendo o abuso e a exploração.

Em 1547, Las Casas com 73 anos de idade, partiu do Novo Mundo para não mais voltar. Sua luta pelos direitos humanos continuou viva na Espanha até sua morte que se verificou cerca de duas décadas após seu retorno. Na Espanha corrigiu e publicou seus escritos, em que se opunha à política colonial Espanhola.

Em 1566 morreu Las Casas aos 92 anos de idade e até hoje seu nome é lembrado como um dos maiores humanistas e missionários da história do cristianismo.

Contudo suas idéias foram contestadas tanto no Peru em 1552 quanto na Espanha. Alguns anos mais tarde e no meado do século seguinte a Inquisição proibiu a leitura de suas obras. Os inimigos de Las Casas se alegravam ao verem fracassar os seus métodos pacíficos de tratar com os indígenas, porque dizia que “os habitantes originais das terras eram gente afável e generosa, que facilmente seria ganha mediante um bom exemplo e amor”.

MISSÕES MORÁVIAS

Surge entre o século XVIII, um grupo na Dinamarca-Halle e logo se tornou uma das maiores Igrejas missionárias de todos os tempos, “Os irmãos Morávios”, liderado pelo Conde Zinzendorf. Este abriu o caminho para a grande era das missões modernas levando a sério a grande comissão. Neste século os Morávios fundaram postos missionários nas Ilhas Virgens, em 1736, América do Norte em 1734, Lapônia e América do sul em 1735, África do sul em 1736 e Labrador em 1771. Nota-se que seu objetivo supremo era espalhar o Evangelho até aos Confins da Terra. Todos os missionários das Missões Morávias tinham de levantar seus próprios sustentos, levando a profissão de artesão ao viajarem para o exterior.

Os morávios eram remanescentes da obra de João Hus. Os poucos que ficaram após as perseguições, encontraram asilo junto ao conde de Zinzendorf, na Saxônia, onde fundou, em 1722, uma aldeia denominada Herrnhut (“a cabana do Senhor”).

AVIVAMENTO MORÁVIO

No ano 1727, irrompeu o conhecido avivamento morávio. Por mais que queiramos, não dá para copiar despertamentos espirituais, mas felizmente podemos aprender deles.

Zinzendorf

Neste ano 2000, se completam três séculos que o conde Nicolas Ludwig von Zinzendorf nasceu. A família, luterana muito crente, morava no reinado de Saxônia, em um castelo a poucos quilômetros da fronteira tcheca. Seu pai, que era secretário de Estado em Dresden, morreu depois de consagrar seu filho de 6 semanas para a obra do Senhor. Quatro anos mais tarde, sua mãe casou-se de novo e o menino foi educado por sua avó e uma tia. Ambas apoiavam o movimento pietista, que procurava reavivar a igreja por pequenas reuniões de estudos bíblicos e oração, como “igrejinhas na igreja” (ecclesiolae in ecclesia). O líder era o Dr. Spener, que às vezes visitava a família. O menino amava o Senhor, orava muito e sempre lia a Bíblia e o Catecismo de Lutero. Depois de estudar em famosa escola em Halle, aos 15 anos, seguiu para a Universidade de Wittenberg a fim de preparar-se para o serviço governamental, estudando direito e teologia.

Concluídos os estudos, fez uma viagem aristocrata através da Alemanha, Holanda, Bélgica e França. Em Düsseldorf, viram uma pintura de Cristo, coroado de espinhos, com as palavras: “Tudo isto fiz por ti. Que fazes tu por mim?”, que reforçaram sua decisão de viver para Cristo. De volta ao lar, casou-se com a condessa Erdmuth von Reuss, que se tornou a “Mãe Adotiva da Igreja dos Irmãos (morávios)”. Então, aos 22 anos, iniciou seu ofício como conselheiro real em Dresden. Nas tardes de domingo, dirigia estudos bíblicos para interessados. Comprou da sua avó a gleba de Berthelsdorf e, como senhor feudal, instalou seu amigo João Rothe como pastor, orando para que a vila se transformasse em uma real comunidade cristã, sem saber como Deus responderia a este desejo.

Unitas Fratrum

Havia uma igreja protestante florescente antes da Reforma na atual República Tcheca (cujas regiões principais eram Boêmia, ao redor da capital Praga, e Morávia, no leste). Estudantes tchecos que freqüentavam a universidade de Oxford ouviam o professor John Wycliffe e levavam seus ensinos bíblicos para casa.

Um dos influenciados foi o padre João Hus, professor da Universidade de Praga, que pregava com zelo contra os erros na vida e doutrina da Igreja Católica Romana. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo em 1415, apesar do salvo-conduto imperial.

A Boêmia revoltou-se e foi formada uma igreja evangélica conhecida como aUnitas Fratrum, a União dos Irmãos. Quando, porém, em 1620, a Aústria venceu os tchecos, o novo governo decidiu exterminar os evangélicos. Muitos foram mortos. Outros fugiram, entre eles o famoso educador João Amós Comênio, bispo da Unitas Fratrum, que soluçou que a igreja de Roma tinha se tornado vampira dos próprios cristãos.

Parecia que os evangélicos haviam sido extirpados da Boêmia e da Morávia. Entretanto havia uma semente oculta e Deus usou um jovem pastor de ovelhas, Cristiano David, para reacender o fogo. Ele era católico fervoroso, mas pela leitura da Palavra de Deus conheceu a verdade e começou a pregar as boas-novas de salvação, causando um despertamento espiritual, o que levou a mais perseguição. Então, procurando uma saída, David encontrou-se providencialmente com Zinzendorf por intermédio de um amigo do pastor Rothe. O conde consentiu em receber crentes perseguidos em sua propriedade e David voltou para Morávia. Assim, cinco famílias deixaram seu lar para atravessar as montanhas e, depois de doze dias, chegaram à vila Berthel em 1722.

Herrnhut

Foram recebidos com carinho. O administrador indicou uma colina distante para os refugiados se estabelecerem. Neste lugar nasceu o lugarejo de “Herrn -hut”, debaixo da “guarda do Senhor”. Mais famílias chegaram no decorrer dos anos seguintes, especialmente herdeiros da Unitas Fratrum. Além destes, foram recebidos anabatistas, calvinistas e outros, o que causou tensões. De fato, Herrnhut era uma congregação da Igreja Luterana de Berthel, mas o líder da confusão conclamou a todos a deixarem-na, xingando-a de ‘Babilônia’. Muitas pessoas foram levadas pela pregação inflamada, até mesmo o próprio pioneiro David. Embora o líder da desavença tenha endoidado e sido internado em um manicômio, o mal cresceu.

Zinzendorf continuava seu trabalho como conselheiro real em Dresden, no inverno, e cuidava da sua propriedade rural, no verão. A igreja na vila Berthel florescia com o trabalho do pastor Rothe. Em sua casa senhorial, o próprio conde explicava a mensagem aos seus arrendatários. Enquanto as coisas iam bem, Zinzendorf não se incomodava com Herrnhut, onde somente perseguidos por causa da fé eram recebidos, prometendo fidelidade à confissão luterana de Augsburg. Em 1727, porém, o radicalismo pediu intervenção.

Depois de muita preparação, convocou a todos para uma reunião na casa-grande em Herrnhut. Ensinou sobre o pecado do separatismo e, depois, como senhor feudal, explicou suas “ordens e proibiçõe s”. Finalmente, submeteu uns “Estatutos” como base para uma (futura) sociedade religiosa voluntária. A reunião foi longa, mas o resultado foi positivo. Todos lhe deram a mão, prometendo seguir as normas. Ele, por sua vez, garantiu que seus arrendatários nunca seriam seus servos feudais nem sua propriedade pessoal, mas poderiam viver como homens livres, algo especial para a época. No mesmo dia da reunião, foram eleitos doze anciãos para a supervisão da congregação. Destes, quatro foram indicados para servirem como ancião-mor, entre eles o próprio Cristiano David. Posteriormente, foram eleitos guardas-noturnos, inspetores de serviços públicos, ajudantes dos enfermos, cuidadores dos necessitados etc. Também foram organizados grupos pequenos para edificação mútua.

Avivamento

Depois de receber licença da corte real, Zinzendorf dedicou seu tempo a Herrnhut, deixando seus negócios na mão da esposa. Pelas freqüentes reuniões com os refugiados e com os anciãos, ele percebeu a profunda preocupação dos tchecos em ressuscitar a sua igreja. Mas o conde sabia muito bem que as leis do Estado de Saxônia não permitiriam uma igreja independente. Chegou à conclusão de que a melhor solução seria organizar em Herrnhut uma congregação, uma “igrejinha dentro da igreja” (luterana) de Berthel com características da antiga igreja tcheca. Para isto, quase todos os habitantes de Herrnhut assinaram aC oncórdia

Fraterna, documento que muito ajudou na paz e no crescimento espiritual. As reuniões de oração, cânticos ou estudos bíblicos era diário. O movimento era de calmo regozijo no Senhor, sem tentativas de estimular as emoções, pois o conde alertara: “Criar excitação religiosa é tão fácil como excitar as paixões carnais. E, freqüentemente, a primeira leva à segunda”.

Depois que as brigas cessaram, o pastor Rothe convidou a todos para participar da Santa Ceia na igreja central de Berthel, marcada para o dia 13 de agosto. Ele enfatizou que, depois de tantas dificuldades, os irmãos estavam sendo convidados pelo Senhor para sentarem com Ele à mesa. Em meio às lágrimas de muitos, o conde fez a oração de confissão pública, pedindo perdão mediante o sangue de Cristo, o livramento de toda cisão e a bênção de uma união de coração, para que pudessem ser bênção para outros, perto e longe. A liturgia sobre o perdão dos pecados foi dirigida por um pastor vizinho que, então, administrou os elementos.

Todos sentiram paz e alegria no Espírito Santo e profunda comunhão com Cristo e com os outros. Depois disseram: “Aprendemos a amar” (Rm 5.5). Não houve man ifestações especiais, mas foi um avivamento autêntico. Este foi o dia do renascimento da Igreja dos Irmãos, a Unitas Fratrum.

Resultado

Duas semanas depois, Herrnhut iniciou a “Intercessão de Hora em Hora”. Durante 24 horas por dia havia oração e cada irmão tomava seu lugar no rodízio. Foi a reunião de oração mais longa da história, pois durou mais de um século. Algum tempo depois, jovens solteiros começaram a estudar juntos (a Bíblia, geografia, medicina, línguas etc.), pois sentiram que Deus queria prepará-los para uma outra obra. A chamada macedônica veio em 1731 e, no ano seguinte, começou o imenso trabalho missionário morávio. “Os seguidores do Cordeiro” foram por toda parte e, em 20 anos, Herrnhut mandaria mais missionários do que as igrejas protestantes em seus 200 anos de existência. Lembremo-nos do seu lema:

William Darkeer escreveu:

“A contribuição mais importante dos morávios foi a sua ênfase sobre a idéia de que todo cristão é um missionário e deve testemunhar através da sua vida diária. Se o exemplo dos morávios tivesse sido estudado mais cuidadosamente pelos outros cristãos, é possível que o homem de negócio pudesse ter retido seu lugar de honra na missão cristã”.

A VIGÍLIA DOS CEM ANOS

Um dos homens destacados dentre os morávios foi o conde Nicolau. Um grande estadista missionário, o que mais se destacou em todos os tempos. Nascido na Alemanha em 1700 teve poderosa influência sobre o cristianismo protestante primitivo e em muito respeito igualou ou superou seus amigos cristãos, John Wesley e Jorge Whitefield. Fundou a Igreja Moravia; compôs hinos e inaugurou um movimento missionário mundial que preparou cominho para William Carey.

Em 1722 um grupo de refugiados protestantes abrigou-se em sua propriedade em Bertheisdorf. Logo essa propriedade tornou-se própria comunidade. Em 1727, um período de renovação espiritual chegou ao clímax em um culto de comunhão dia 13 de agosto com um grande re-avivamento que segundo os participantes marcou a chegada do Espírito Santo em Bretheisdorf. Esta noite de pentecostes trouxe uma nova febre pelas missões que se tornou a principal característica do movimento morávio.

Foi iniciada uma vigília de orações, que continuou noite e dia, sete dias por semana, sem qualquer interrupção até 1827, denominada a Vigília dos cem anos. A missão teve muito êxito, a obra missionária floresceu e por volta de 1950 havia sobre a jurisdição morávia 38 postos e quase 5 mil cristãos professos. Além do conde Zinzendorf, o individuo que mais se desenvolveu na fundação da Igreja foi Christian David, seguido de George Schmidt.

Apesar da pobreza e poucos seguidores, os primeiros foram enviados já em 1732. Após 100 anos de atividade missionária, eles contavam com 41 estações, 40 mil batizados nos campos missionários e 208 missionários. Em 1882 (50 anos depois) já tinham aumentado para 700 estações, 83 mil batizados, 335 missionários e 1500 ajudantes nacionais. A proporção de missionários por membros do movimento chegou a 1 por 25, dificilmente igualado por outro grupo na história de missões.

A estratégia empregada pelos morávios era:

Iniciar o trabalho de missões entre povos pouco evangelizados e esquecidos;

O missionário deveria ser auto-suficiente economicamente através de comércio, indústria caseira, etc;

Aceitar a cultura do povo, não colocando normas européias de costumes e valores;

O missionário era servo do Espírito Santo enviado para evangelizar e não para doutrinar; e,

Se o povo não aceitasse o evangelho, o missionário deveria procurar outro campo.

Os Irmãos Wesley

A família Wesley, na Inglaterra, era já por tradição profundamente dedicada a obra cristã. Foram, principalmente, dois irmãos Wesley que se destacaram na história da Igreja; John e Charles.

John Wesley (1703-1791), a principal figura do metodismo, tinha, já de berço, influências do puritanismo e do anglicanismo. O movimento que surgiu buscou, não obstante, também aspectos do herrnhutismo e do colonialismo. John, justamente com seu irmão Charles, elaborou um método ritualista e ascético para a vida religiosa dos membros. O uso deste método levou ao apelido de metodismo.

Foi entre os operários ingleses que o movimento conseguiu maior êxito e, enquanto John Wesley vivia, tratava-se de avivamento dentro da Igreja Inglesa. Após sai morte, organizou-se numa igreja própria. O metodismo alcançou também a América do Norte estabelecendo sociedades metodistas partindo na divulgação do Evangelho por todo o mundo, com o envio de missionários mais tarde na história.

MISSÕES NA ÍNDIA – O GRANDE SÉCULO MISSIONÁRIO

A Índia é em si mesma um mundo. Tem milhões de habitantes, imersos em todas as formas de superstição e paganismo. Ainda que em algumas partes do prevaleça o budismo e maometismo, a religião que conta com maior número de aderentes é o bramanismo, que admite três deuses: Brama, o deus criador; Visnu, o deus conservador; Civa, o deus destruidor. A essas divindades podem justar-se outras subalternas, representadas por figuras ridículas ou espantosas e que recebem a homenagem de milhões de adoradores. Tais são alguns dos costumes e algumas das crenças do vasto campo de trabalho, que desde longos tempos estão desafiando os missionários cristãos.

Um nome de destaque na Índia foi, William Carey. Carey (1761- 1834), chamado de o “pai das missões modernas”, era inglês. Foi sapateiro dos 16 aos 28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas. Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o primeiro pastorado em 1785. Publicou em 1792 um livro de 87 páginas com o título: “Uma Inquirição sobre a Responsabilidade dos Cristãos em Usarem Meios para a Conversão dos Pagãos”. Carey demonstrava uma forte preocupação missionária e um profundo desejo de se envolver diretamente, indo ao campo missionário.

Numa pregação em Nottingham proferiu as palavras: “Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”.

No mesmo ano de 1792 foi organizada a Sociedade Missionária Batista e no ano seguinte Carey se baseava nos seguintes pontos:

Conversão individual;

Formação de uma igreja nacional autônoma;

Uso de leigos bem treinados nas Escrituras;

Treinamento de pastores nacionais;

Tradução da Bíblia e de literatura cristã.

Participação ativa na sociedade, influenciando a legislação e o ensino.

Apesar de muito sucesso, Carey também enfrentou enormes dificuldades, começando pelo seu próprio lar. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos se faziam sentir. Sua determinação, no entanto, fez superar as adversidades e Carey marcou uma era, deixando uma inspiração missionária para as gerações posteriores e influências positivas no seu país de trabalho.

A exemplo de Carey, outro homem resolveu dar sua vida pela Índia, este foi, Alexandre Duff Chegou a Culcutá com sua esposa em 1830. Nasceu e foi criado na Escócia, sendo educado na Universidade de St. Andrews. O avivamento evangélico, que levou a Escócia a ajoelhar-se na década de 1820, entusiasmou este jovem de 33 anos a se tornar o primeiro missionário da Igreja escocesa para o interior. Em sua viagem para a Índia sofreu dois naufrágios, tendo um deles perdido toda sua biblioteca pessoal. Foi um golpe esmagador para alguém tão aplicada erudição como ele.

Quando os hindus souberam que ele escapara do naufrágio, disseram: diversas ilhas, contribuindo para que, no final do século XIX, poucas ilhas não tivessem sido alcançadas.

Quando o rei Frederico IV da Dinamarca precisou de missionários para enviar aos seus súditos, na colônia dinamarquesa de Tranquebar, não encontrando em seu reinado quem se dispusesse a faze-lo, recorreu ao pietista alemão August H. Francke (1663-1727), que lecionava na Universidade de Halle, o qual enviou Bartholomew Ziegenbalg (1683-1719) e Henry Plütschau (1677-1747), os quais partiram da Europa no fim de 1705, chegando em Tranquebar no dia 9 de julho de 1706, sendo os primeiros missionários, não católicos, a chegarem na Índia, provenientes da Europa.

Apesar de não serem bem recebidos pelos colonos dinamarqueses, Ziegenbalg e Plütschau não se intimidaram, iniciando os seus estudos do idioma nativo, tendo Ziegenbalg se destacado pela facilidade em aprender outras línguas. Eles traduziram para o tamil o Catecismo de Lutero, orações e hinos luteranos. Em 1711, por questões de saúde, Plütschau regressou definitivamente para a Europa. Ziegenbalg continuou o seu trabalho; compilou uma gramática tamil, escreveu uma obra sobre o Hinduísmo, traduziu para o tamil o Novo Testamento (1714) e o Antigo Testamento até o livro de Rute. Ele fundou uma escola industrial e outra para a preparação de catequistas e, também, a primeira imprensa evangélica da Ásia (esta com a ajuda financeira da Sociedade Anglicana para a Promoção do Conhecimento Cristão).

Quando Ziegenbalg morreu em 1719, existia em Tranquebar uma comunidade luterana de cerca de 350 pessoas. Poderíamos citar muitos outros missionários e missionárias, verdadeiros “heróis”, deste período. Inclusive, é importante frisar que mesmo que a história escrita tenha se concentrado nos homens, muitos deles só puderam realizar a obra devido ao apoio de suas esposas.

MISSÕES PARA OS ÍNDIOS AMERICANOS

Nenhuma outra população nativa tem sido tão solicitada e perturbada por autoridades governamentais, políticos e líderes religiosos do que os índios americanos.

John Eliot (1604-1690)

Foi um dos primeiros e talvez o maior de todos os missionários para os índios americanos, conhecido como “Apóstolo dos Índios”. Nasceu na Inglaterra em 1604, mas somente aos 40 anos começou seu trabalho missionário. Chegou à América em1631. Pertencia a Missão Indígena dos Puritanos da Nova Inglaterra e trabalhou duramente toda sua vida tentando alcançar os indígenas.

Em 1645, fez seu primeiro sermão a um grupo de índios.

À medida que as semanas e meses se passavam, alguns índios foram convertidos em menos de um ano.

Eliot documentou o seguinte: “Os índios abandonaram completamente suas cerimônias de conjuração. Estabeleceram períodos de oração em suas tendas, de manhã e à noite”.

A estratégia utilizada pela missão de Eliot foi:

Evangelizar, principalmente através da pregação;

Reunir as pessoas convertidas em igrejas locais; e,

Fundar cidades cristãs, numa forma de segregação da sociedade corrupta.

O missionário sempre se preocupa com o bem estar social dos índios. Ele queria mais que simples profissão de fé. Buscava maturidade espiritual de seus seguidores. Por isso, em 1649, começou traduzir a Bíblia no idioma Moicana.

Pouco antes de morrer em 1690 com 85 anos, John Eliot disse: “Pouco posso fazer; todavia, tomei uma decisão pela graça de Cristo, jamais, deixarei o trabalho, enquanto tiver pernas para andar”. David Brainerd (1718-1747)

Depois de John Eliot, Brainerd foi o mais famoso daqueles que trabalharam entre os índios. Nasceu no ano de 1718 em Haddam, Connecticut. Brainerd havia sido expulso do cruso teológico de Yale por afirmar que um certo professor não tinha mais a graça de Deus do que uma cadeira. Seus primeiros passos como missionário foram solitários e deprimentes:

“Meu coração estava abatido, parecia-me que jamais teria êxito junto aos índios. Minha alma estava cansada da vida. Eu desejava a morte, acima de tudo”.

Em 1745, houve um reavivamento entre os índios quando as fontes dos esforços de David se evidenciaram. Em 1746, convenceu os índios dispersos em Nova Gersey a se reunirem em Cranbury, onde logo foi estabelecida uma igreja. Após um ano e meio os convertidos chegavam a quase 150. Brainerd morreu dia 9 de outubro de 1747, acometido por tuberculose. David Brainerd foi um desses homens.

Tem sido dito que Brainerd orava nas florestas até que a neve se derretesse debaixo de seus pés. Mesmo assim, Brainerd viveu menos de trinta anos. De 1743 a 1747, ele se esforçou para alcançar os índios da América para Cristo. Ele lutava constantemente em oração pelas multidões. Sua curta vida foi um impacto para todo o mundo cristão. A. J. Gordon disse a respeito de Brainerd:

“Esse homem orava secretamente nas florestas. Um pouco mais tarde, William Carey leu sobre a sua vida e, impulsionado pela leitura, foi à Índia. Payson, ainda jovem, com pouco mais de vinte anos, após ter feito a mesma leitura, disse que nunca ficou tão impressionado com qualquer coisa em sua vida, como com a história de Brainerd. Murray McCheyne disse que ele, de igual modo, ficou impressionado com aquela leitura”.

Brainerd morreu na casa de Jonathan Edwards, que foi poderosamente usado por Deus no primeiro Grande Despertamento na América.

Sobre Brainerd, Edwards falou: “Eu louvo a Deus porque foi por sua providência que ele morreu em minha casa, para que eu pudesse ouvir suas orações, testemunhar sua consagração e ser inspirado pelo seu exemplo”.

À medida que corria o século as missões entre os índios decresceu. Os missionários dirigiam-se para as terras exóticas, onde a população nativa não podia interferir com o avanço da sociedade americana. Muitos eruditos concordam que a evangelização dos índios como de um todo, não foi uma história de sucesso, sendo o fator principal o intenso conflito entre as duas culturas com vistas ao domínio da terra e a crença arraigada dos Estados Unidos de raça branca de que, os índios eram racialmente inferiores e que, não valia a pena preservar aquelas culturas.

Após a morte de David Brainerd, outros nomes se destacam nas missões indígenas americanas: Eleazar Wheelock, David Zeisberger, Isaac McCoy, Narcissa Whitman, Henry Spaulding.

MISSÕES NA ÁFRICA

Durante séculos a África Negra foi conhecida como “Cemitério do Homem Branco”. Nesta região a evangelização tem tido um empreendimento dispendioso.

Embora as missões protestantes tivessem começado tarde na África, ela tem sido um dos campos missionários mais produtivos no mundo. Calcula-se que neste século 50% da população será composta de cristãos. A maior parte desse crescimento surgiu no século XX, no século IX o trabalho foi lento, mas, foram os missionários pioneiros daquele século que arriscaram tudo para abrir caminho ao evangelho na África.

O futuro o cristianismo na África segundo os missionários, dependia da influência européia e do comércio. Poucos missionários se opunham aos conceitos subjacentes do imperialismo que está sendo destacado em anos recentes. Os missionários foram seriamente criticados devido a essa influência, porém, eles travaram longas e amargas batalhas, algumas vezes fisicamente, contra o tráfico de carga humana. E depois do desaparecimento do mercado de escravos, lutaram contra outros crimes, incluindo as táticas cruéis usadas pelo rei Leopoldo para extrair borracha no Congo. Os missionários eram pró-África e sua defesa da justiça racial muitas vezes fez com que fossem desprezados pelos seus irmãos europeus.

Podemos afirmar que sem a consciência das missões cristãs, muitos crimes praticados pelo colonialismo teriam continuados impunes. As missões protestantes para a África começaram na Colônia do Cabo com os morávios no século XVIII. Em princípios do século XIX, os missionários estavam penetrando em três das principais cabeças de praia. Começaram na Costa Oeste entrando em Serra Leoa, na Costa Leste a partir da Etiópia e Quênia e no Sul estabeleceram sua missão base na cidade do Cabo.

Robert e Mary Moffat (1795-1883)

Este homem foi o patriarca das missões na África do Sul. Teve significativa influência nesta parte do mundo durante mais de um século. Embora durante sua vida sempre foi ofuscado pelo seu genro sendo sempre chamado de “o sogro de David Livingstone”, entre os dois ele foi o maior missionário. Ele era um evangelista, tradutor, educador, diplomata e explorador, combinando eficazmente esses papéis e se tornando um dos maiores missionários na África de todos os tempos.

Nascido na Escócia em 1795 foi criado em circunstância humilde sem nenhum treinamento bíblico formal. Ele não tinha grande inclinação pelos assuntos espirituais, embora seus pais fossem presbiterianos com forte zelo missionário. “Fugiu para o mar” por algum tempo e aos 14 anos tornou-se um aprendiz de jardineiro, aprendendo uma arte que praticou pelo resto de seus dias.

Em 1814, na cidade de Cheshire, Inglaterra, entrou em uma pequena Sociedade Metodista cujas reuniões eram realizadas numa casa de fazenda nas vizinhanças.

Essa associação aquecera seu coração. Em 1815, quando ouvia uma mensagem pelo Rev. William Roby, um dos diretores da Sociedade Missionária Londrina, se ofereceu à mesma para servir como missionário.

Sendo rejeitado, porque o achou incapaz de efetuar esse sofrido trabalho. Moffat não desanimou, começou estudar teologia com Roby. Depois de um ano se candidatou novamente à SML, sendo então aceito. Logo, foi enviado à África do Sul e depois de 85 dias no mar chegou a cidade do Cabo.

Os hardships e as circunstâncias primitivas não o deterão, enquanto introduziu para o norte no interior, onde ganhou para Cristo o mais perigosos outlaw o chefe nessa região. Retornando a Capetown em 1819, encontrou-se a jovem missionária Mary Smith, a qual Moffat havia conhecido na Inglaterra. Casaram-se permanecendo assim durante 53 anos. Em 1827, Moffat, deixou sua mulher com os seus filhos pequenos e foi estudar por onze semanas a língua de uma tribo africana chamada Kuruman, onde assegurou o papel de líder.

Ao voltar estava pronto para iniciar a tradução da Bíblia neste idioma, passando 29 anos para completar. Em 1829, quase dez anos da chegada de Moffat em Kuruman, foi realizado o primeiro batismo e em 1838, uma grande Igreja de pedra foi construída existente ainda nos dias de hoje.

Embora a carreira de Robert Moffat seja geralmente associada a Kuruman, sua obra se estendeu muito além dessa área. Na verdade o núcleo de crentes em Kuruman não passou de duzentos, mas, sua influência fez-se sentir a centenas de quilômetros. Chefes ou representantes de tribos longínquas iam a Kuruman para ouvir suas mensagens. A mais notável dessas ocasiões foi quando um grande e temido Moselekatse, um dos chefes tribais mais infames da África, enviou cinco representantes para visitar Moffat e leva-lo de volta com eles. O encontro entre Moffat e Meselekatse foi inesquecível. Embora Meselekatse nunca houvesse se convertido, ele permitiu que missionário inclusive o filho e a nora de Moffat, John e Emily, estabelecessem um posto missionário entre sua tribo. Contudo, por mais longe que Moffat viajasse, seus pensamentos nunca se afastavam de Kuruman, a qual se tornara um cartão de visita da civilização africana.

Três de suas crianças morreram. Mary, a filha a mais velha tornou-se a esposa de David Livingstone. O trabalho de Moffat era a pedra basilar que outro usou em espalhar o evangelho durante todo “o continente escuro”. Abriu muitas estações de missões e serviu como o missionário pioneiro em uma área de centenas de milhas quadradas. Traduziu a Bíblia na língua do Bechwanas.

Em 1870 após 53 anos na África, ele sua esposa retornaram a Inglaterra onde um ano mais tarde Mary morreu. Moffat por mais 13 anos continuou a promover missões estrangeiras, viajando pelas ilhas Britânica, tornando-se estadista missionário, desafiando adultos e até jovens com as tremendas necessidades do continente Africano.

Levantou fundo para um seminário para que fosse construído na estação de Kuruman onde os estudantes nativos foram preparados para o trabalho missionário entre seus próprios povos. Em sua morte em 1883, os jornais de Londres escreveram: Talvez não mais alma genuína respirada sempre… Não se dirigiu às audiências cultivadas dentro dos salões majestosos da abadia de Westminster com a mesma maneira simples em que conduziu à adoração nos huts dos selvagens.

MISSÕES NA EUROPA

O período de 1000 a 1500 é marcado pela expansão da Igreja ao norte europeu e pelas lutas em torno do Mediterrâneo, as chamadas Cruzadas. Notamos que a expansão da Igreja, assim como o combate aos muçulmanos, se dá muito mais em função de interesses políticos, do que por questões espirituais ou religiosas.

Naturalmente, existem exceções que deixam algum saldo positivo do período.

Segundo os cálculos de Dionízio Exíguo, a era da Igreja estava chegando ao fim no finam de mil anos. Pensava ele que, esta data marcada por tremendas calamidades, daria início ao terrível juízo final. Na realidade nada demais aconteceu, contudo o ano deve ser tomado como uma espécie de marco divisório. Uma Europa que possuía por fim um contorno cristão começava sair dos piores horrores da idade média e acumulava uma energia interior que iria se manifestar no decurso dos quatro séculos seguintes, através do comercio, aventuras militares, arte, arquitetura e felizmente na construção do edifico do pensamento teológico.

A primeira tarefa, portanto, consistia na Europa difundir o Evangelho até aos seus próprios limites. Porém, a Escandinávia vivera durante séculos num quase completo isolamento em relação ao resto do mundo. Durante anos os Nódicos permaneceram nas suas terras distantes, lutando entre si. De repente, no século VII, começaram a expandir tornando- se o terror no mundo civilizado e em particular do mundo cristão. A variedade das suas devastações é assustadora e a destruição por eles provocada quase não conheceu limites.

A Inglaterra foi uma das primeiras vítimas. Lindisfarne viu-se saqueada em 793. Jarrow em 194. o reino saxão de Northumbria caiu em chamas em 867 e durante certo tempo, pensou-se que a Inglaterra seria uma colônia dinamarquesa. No entanto foi a Irlanda que sofreu mais os ataques dos Vikings, tendo sido completamente destruída a grande e bela civilização cristã e a fonte de muito esforço missionário. Em 851, o norueguês Olaf, o branco, se estabeleceu em Dublin, criando um reino pagão que iria durar cerca de três séculos.

No continente europeu eram os dinamarqueses que tomavam a chefia, em relação aos noruegueses. Toda Europa Ocidental foi sistematicamente devastada. Na França do norte e na Holanda, vastas áreas transformaram-se em desertos e os cristãos, sempre que possível, fugiam da tempestade destrutiva. Os normandos conseguiram se agrupar na Itália meridional e na Sicília e o seu reino floresceu gradualmente até atingir uma alta civilização, cujo período culminante se verificou durante o reinado do imperador Frederico II (1194-1250), e que aproveitou elementos da Grécia, do mundo muçulmano, da tradição latina e do norte da Europa.

A Dinamarca encontrava-se em maior contato com a Alemanha e, portanto, com o mundo cristão. Seria ali, naturalmente que o cristianismo teria suas primeiras penetrações com êxito. Anskar conseguiu fundar um certo número de Igreja na Dinamarca, mas, a pressão da evangelização não podia manter-se e a vida da Igreja era incerta. Mas, em 1104, Lund, onde é hoje a Suécia, e que era então a principal cidade dos domínios dinamarqueses foi elevada á categoria de sede arcebispal e um dinamarquês nomeado seu arcebispo. A Igreja dinamarquesa ganhava assim, sua estrutura própria, independente de qualquer prelado vizinho.

Na Noruega, como na Dinamarca, o pode real desempenhou um papel importante na introdução da fé cristã. O primeiro herói importante da campanha da fé cristã, se tal nome lhe pode atribuir foi o viking espadachim Olaf Tryggvesson (995-1000), que havia sido educado numa colônia escandinava na Rússia, onde iniciara sua carreira como guerreiro. Em 995 depois de seu batismo Olaf votou à Noruega onde foi eleito rei de todo o país.

Logo após haver sido eleito, Olaf dedicou-se à tarefa de fazer do cristianismo a religião dos noruegueses. Olaf morreu no ano 1000, porém, sua obra foi continuada por outro Olaf: Que tinha por sobrenome Haraldsson (995-1030), conhecido depois como “santo Olaf”, este fez com que o evangelho penetrasse profunda e permanentemente no povo.

Pro volta do ano 1220, quase toda Europa era cristã numa certa medida. Porém, uma vasta área permanecia no paganismo. Os pagãos por sua vez convocaram uma grande reunião em que decidiram sacrificar 2 homens em cada trimestre e pedir aos deuses pagãos que os livrasse de sofrer do cristianismo e impedisse a expansão deste pelas suas terra. Mas, os cristãos também, organizaram uma reunião e falaram:

“Os pagãos sacrificaram os piores homens e atiraram-nos pelos desfiladeiros abaixo; nós, porém, sacrificaremos os melhores homens, como dádiva a nosso Senhor Jesus Cristo e comprometemo-nos a viver melhor e com menos pecado e ofereceremos como penhor de vitória de nosso Trimestre”.

As Cruzadas (1096-1291)

O primeiro grande empreendimento da Europa renascido foi as Cruzadas, iniciadas em 1096, prosseguindo até o ano de 1291. Mas, o movimento das Cruzadas durou até 1492, quando os mouros foram definitivamente vencidos. A idéia de libertar os lugares santos cristãos das mãos dos infiéis não era em si mesma ignóbil. Os homens já lutaram por causas menos elevadas que esta. Porém depois de ter dito tudo o que se pode dizer de favorável em relação às cruzadas, o que o cristão deve considerar é que representou um desastre irreparável a causa cristã.

O primeiro grande empreendimento da Europa renascido foi as Cruzadas, iniciadas em 1096, prosseguindo até o ano de 1291. Mas, o movimento das Cruzadas durou até 1492, quando os mouros foram definitivamente vencidos. A idéia de libertar os lugares santos cristãos das mãos dos infiéis não era em si mesma ignóbil.

Os homens já lutaram por causas menos elevadas que esta. Porém depois de ter dito tudo o que se pode dizer de favorável em relação às cruzadas, o que o cristão deve considerar é que representou um desastre irreparável a causa cristã. Havia entre os cristãos homens retos e de espírito superior, como Bulhão, o primeiro rei cristão de Jerusalém, mas, para a maioria dos guerreiros cristãos, os muçulmanos eram infiéis, sem direito a existência, cuja fé não era necessária conservar e que podiam ser chacinados sem dó nem piedade, para a maior glória do Deus cristão.

Evidentemente, o ódio cria ódio e o fel engendra fel. Os serracenos sentiam-se igualmente felizes ao poder chacinar os cristãos o que perante o seu próprio juízo se encontrava bem justificado.

As principais razões para o uso da ofensiva armada dos cristãos nos países do sul europeu foram:

Sentimento religioso – o desejo de se fazer peregrinações a Jerusalém, em poder dos muçulmanos; ?Salvação pelas almas – sendo que a participação numa cruza era contada como uma boa obra diante de Deus; ?Busca de aventura – atraindo os homens para as longas e demoradas viagens.

Desejo de unir as igrejas ocidental e oriental;

A miséria e a fome que predominavam o mundo da época trouxeram um

profundo desejo de mudanças e de novas conquistas, além de um fortalecimento do sentimento religioso que levaram muitos a buscarem a realização do monasticismo e do ascetismo.

A primeira cruzada vai de (1096-1099). A Segunda de (1147-1149) e a Terceira de (1189-1192).

De três formas deixaram as Cruzadas a sua marca indelével na história cristã:

1. Lesaram para sempre as relações entre os ramos ocidental e oriental da cristandade. O mal atingiu o clímax quando a quarta cruzada se desviou de seu objetivo, saqueando Constantinopla em 1204 e, instalando um precário império latino sobre a ruína oriental assim que fora destruído. Sessenta anos depois os bizantinos reagiram, expulsaram os estrangeiros e criaram novamente o seu próprio império oriental. Mas, este era uma sombra do anterior, permanentemente enfraquecido pela luta infindável contra os muçulmanos. Quando Constantinopla caiu nas mãos dos turcos em 1453, revelou-se toda a extensão das culpas dos cruzados.

2. Os cruzados deixaram um rastro de amargor nas relações entre cristãos e muçulmanos que continua sendo um fator vivo na situação mundial de nossos dias. Para os muçulmanos, o ocidente é o grande agressor. Há cerca de 900 anos, participou deliberadamente deste papel em nome de Cristo e hoje é muito difícil apagar esta imagem, que continua presente no espírito muçulmano. Porém, isto não quer dizer que os muçulmanos hajam sido sempre ternos e gentis. Também foram bastante agressivos sempre que se viram com força e autoridade para aplica-la, mas, em qualquer caso, os muçulmanos não pretendem ser seguidores do Príncipe da Paz. Para cada muçulmano das terras mediterrâneas, as cruzadas foi um acontecimento de ontem e as feridas estão prontas a abrirem-se de um momento para outro.

3. As cruzadas explicaram a descida da temperatura moral da cristandade. Uma cruzada dirigida contra o barbarismo pagão do Norte poderia tornar-se grande catástrofe. É impossível discordar do juízo moderado de um historiador das cruzadas, dos nossos dias: “Visto dentro da perspectiva da história, todo o movimento das c ruzadas foi um vasto fiasco”. “Os triunfos das cruzadas foram triunfos da fé”. Mas a fé sem sabedoria é perigosa. O historiador quando regride nos séculos observando a sua história galante, acaba por encontrar a sua admiração vencida pela tristeza, ao verificar as limitações da natureza humana. Havia muita coragem e pouca honra; muita devoção e pouca compreensão. Os grandes ideais foram maculados pela crueldade e pela avidez. Viram-se afetados por uma retidão cega e estreita que a própria Guerra Santa foi nada menos que um grande ato de intolerância em nome de Deus, o que é um pecado contra o Espírito Santo.

Contudo, as cruzadas foram os primeiros sintomas do despertar da Europa e de uma nova capacidade, por parte dos povos europeus de agirem juntamente como um todo. Embora alguns cristãos afirmassem que o serraceno só era bom depois de morto, havia outros que pensavam diferente e acreditavam que por meio da pregação clara e piedosa do evangelho, os serracenos seriam ganhos para a fé em Cristo.

Um dos maiores missionários que surgiu nesta época da história foi Raimund Lull, nascido em 1235, na ilha de Maiorca e dedicando-se à Seara do Mestre durante 50 anos. Luul escreveu dizendo: “Os missionários converterão o mundo por meio da pregação, mas, também, vertendo lágrima e sangue através de grandes trabalhos seguidos de mortes amargas”.

Não era este um homem que formulasse pensamentos que não estivesse pronto para traduzir em atos. Visitou quatro vezes a África do Norte para pregar aos muçulmanos e discutir com eles em pessoa. Na quarta destas visitas, em Gugia, em 1315 foi de tal modo agredido que morreu em resultado dos ferimentos recebidos.

MISSÕES NA ÁSIA

O primeiro grande avanço das missões estrangeiras deu-se ao Sul da Ásia Central. Foi muito difícil a obra do Senhor neste lugar, pois, ali eram praticadas as religiões mais velhas e complexas do mundo, como o hinduísmo, budismo, islamismo, sikismo ou jainismo. Que atração poderia haver numa tradição dogmática como o cristianismo? Os hindus com seus milhares de deuses pensavam ser superiores ao cristianismo que lhes apresentava um único Deus.

Mas, o cristianismo como William Carey e os que o sucederam demonstraram que tinham tudo a oferecer ao povo da Ásia Central. Mesmo sem levar em conta o dom gratuito da salvação e da vida eterna, só o cristianismo oferecia as pessoas à libertação das cadeias do antiqüíssimo sistema de castas e do processo interminável de reencarnações que os escravizava.

Só o cristianismo se aproximava dos “intocáveis” e lhes oferecia esperança para o momento presente. Só o cristianismo estava disposto a sacrificar seus jovens, homens e mulheres nos perigos do Sul da Ásia com seu clima excessivamente quente, num amor desprendido, a fim de erguer espiritualmente seu povo.

Os sacrifícios de Carey, Judson e outros que trabalhavam na Índia e na Ásia foram imensos. Carey e Judson sepultaram duas esposas cada um, assim como filhos pequenos, mas, nenhum preço era considerado alto demais para o privilegio de levar o Cristo a essa área do mundo.

MISSÕES NA AMÉRICA CENTRAL

Em fins de 1880 essa área do mundo chamou a atenção de C. I. Scofield, americano que se tornou famoso pela sua Bíblia editada em linguagem popular. Nesta época os missionários já estavam em quase metade do mundo, porém, haviam se esquecido de seus vizinhos do lado. Baseando sua estratégia como considerava um princípio missionário em Atos 1.8, Scofield decidiu corrigir seu erro: “Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria – América Central é o campo não ocupado mais perto de qualquer cristão nos Estados Unidos ou no Canadá! Nós nos esquecemos da nossa Samaria”. Scofield nasceu em Michigan em 1843 e cresceu no Tennessee. Tendo estudado Direito foi admitido na Ordem dos Advogados em Kansas em 1869. Serviu na Assembléia Legislativa e veio ser mais tarde Procurador dos Estados Unidos sob o Presidente Grant.

Em 1879 quando exercia sua profissão, um cliente testificou a ele e o resultado foi sua conversão ao cristianismo. Para ele que era escravo da bebida sua conversão foi dramática. Em 1883, iniciou um estudo intensivo da Bíblia. Durante 13 nos serviu como Pastor em Dallas e depois fundou a Faculdade Bíblica Filadélfia. Em 1890, fundou o MAC, depois de quatro meses a missão já tinha o primeiro candidato para Costa Rica. Em 1894 já havia sete missionários na Costa Rica.

Em 1899, a Guatemala foi atingida e em 1900, a MAC chegou a Nicarágua. Após 10 anos a missão possuía 25 missionários trabalhando em cinco áreas da América Central e apesar das dificuldades continuou crescendo e está em atividade até hoje, com cerca de 300 missionários em seis repúblicas centro-americanas, além do México.

Porém, se certas sociedades missionárias se interessavam pela América Central a outra América, a Latina foi negligenciada durante séculos pelos protestantes.

Em fins do século IXI, a percepção desse esquecimento começou a aumentar. Lucy Guineess, escreveu um livro chamado, “O Continente Negligenciado”, sublinhava a negligencia espiritual da América do Sul e ajudou a despertar muitos cristãos para sua responsabilidade. Homens que deram suas vidas pelas missões Latinas: Dave Bacon, Cecil Dye, Geroge Hosback, Bob Dye e ldon Hunter.

MISSÕES NO SÉCULO DEZOITO

64 – Começa a perseguição de Nero

67 – Martírio de Pedro e Paulo

70 – Destruição de Jerusalém

156 – Martírio de Policarpo

Mundo Mediterraneo

165 – Morte de Justino Mártir

203 – Morte de Perpétua

303 – Começa a perseguição de Dioclécio

313 – Constantino expede o Edito de Milão

325 – Concílio de Nicéia

340 – Início do Ministério de Ulfilas com os Godos

595 – Gregório, o Grande nomeia Agostinho

638 – O Islã conquista Jerusalém

1095 – Início das Cruzadas

1276 – Lull abre o mosteiro em Maorca

1316 – Morte de Raymond Lull

Europa Septentrional e Ocidental

361 – Martin de Tours começa seu trabalho missionário

432 – Patrício chega à Irlanda

496 – Conversão de Clóvis

563 – Columba chega à Escócia

716 – Bonifácio inicia seu trabalho missionário

732 – Batalha de Tours

744 – Fundação de Fulda

800 – Carlos Magno coroado imperador

827 – Anskar chega à Dinamarca

1212 – Francisco de Assis inicia sua missão para a Síria

1216 – Fundação dos Dominicanos

1219 – Franciscanos enviados para África do Norte

1534 – Fundação dos Jesuítas

1622 – Fundação de Propaganda

1705 – Fundação da Missão Dinamarquesa

1722 – Zinzerdorf estabelece Herrnhut

1773 – Jesuítas reprimidos pelo papa

Ásia e África

635 – Nestorianos chegam à China

1219 – Frei John chega à Pequim

1542 – Xavier chega à Índia

1583 – Ricci chega à China

1606 – de Nobili chega à Índia

1706 – Ziegenbalg, na Índia

1737 – Geroge Shimt, na África do Sul

1750 – C. F. Schwartz chega à Índia

Novo Mundo

1510 – Dominicanos chegam a Haiti

1523 – Las Casas une-se aos dominicanos

1555 – Calvino envia colonos ao Brasil

1625 – Brébeut nomeado para Nova França

1646 – John Eliot faz o primeiro sermão aos Índios

1675 – Guerra do rei Felipe • 1722 – Egede chega à Groelândia

1732 – Morávios enviam missionários às Ilhas Virgens

1733 – Christian David chega à Groelândia

1743 – Brainerd inicia trabalho missionário

1744 – Zeiberger começa ministério aos Índios

MISSÕES NO SÉCULO XIX “O GRANDE SÉCULO”

Índia e Ásia Central

1793 – William Carey chega à Índia

1806 – Chegada de Henry Martyn à Índia

1812 – Partida dos primeiros missionários americanos

1819 – Fundação do Colégio de Serampore

1824 – Prisão de Judson

1830 – Chegada de Alexander Duff à Índia

1834 – Morte de Carey

1845 – Licença de Hudson nos E.U.A.

1850 – Morte de Hudson

1870 – Dra. Clara Swain chega à Índia

1878 – Batismo em massa de John Clough

1896 – Amy Carmichael começa obra em Tinnevelly

África Negra

1799 – Vanderkemp chega ao Cabo

1825 – Moffat se estabelece em Kuruman

1841 – Livingstone chega à África

1844 – Krapt chega a Quênia

1864 – Crowther consagrado bispo

1873 – Morte de Livingstone

1874 – Stanley começa a jornada de 999 dias

1875 – Grenfell chega ao Congo

1876 – Mackay chega à Uganda

1890 – O bispo Tucker chega à Uganda

1896 – Morte de Peter Cameron Scott

Extremo Oriente

1807 – Morrison chega à Cantão

1814 – Morrison batiza o primeiro convertido

1840 – Gutzlaff inicia ministério na costa chineza

1842 – Tratado de Nanguim

1854 – Taylor chega a Changai

1859 – Missionários protestantes chegam ao Japão

1865 – Primeiro missionário protestante chega a Coréia

1867 – Morte de Gracie Taylor

1868 – Incidente de Yagchow

1870 – Morte de Mary Taylor

1877 – Jannie Taylor volta sozinha à China

1900 – Rebelião dos Boxes

Ilhas do Pacífico

1796 – Duff viaja para o Pacífico Sul

1817 – William chega aos Mares do Sul

1819 – Batismo de Pomare

1820 – Início da Missão Havaiana

1837 – Coan começa

1838 – A Bíblia é publicada em italiano

1839 – Martírio de Williams

1848 – Gedie chega a Aneityum

1855 – Patterson viaja para os Mares do Sul

1858 – Paton chega a Tanna

1866 – Chalmers viaja para os Mares do Sul

1871 – Martírio de Patterson

1873 – O padre Damião chega a Molocai

1882 – Florence Young inicia ministério em Fairymead

1901 – Martírio de Chalmers

Europa e América do Norte

1795 – Fundação da Sociedade Missionária Londrina

1799 – Fundação da Sociedade Missionária da Igreja

1810 – Fundação da Junta Americana de Comissionários para Missões Estrangeiras

1835 – Whitman viaja para Óregon

1837 – Remoção dos Cheroquis

1847 – Massacre de Waiilatpu

1865 – Fundação da Missão para o Interior da China

1886 – Nascimento do Movimento Voluntária Estudantil

1887 – Fundação da Aliança Cristã Central

1890 – Fundação da Missão Americana Central

1892 – Grenfell chega ao Labrador

1893 – Fundação da Missão para o interior do Sudão

1895 – Fundação da Missão para o interior da África.

MISSÕES NA AMÉRICA LATINA

É impossível descrever o movimento missionário no mundo do século XX e início do século XXI, em todos os seus lances, num período de grandes mudanças e de muitas iniciativas missionárias. O enfoque, portanto, será dado ao contexto latino-americano de forma geral. Recomendamos o estudo do avanço missionário em outras regiões do mundo na literatura produzida em cada região. A história do ponto de vista do norte está nas obras tradicionais e clássicas.

A Chegada das Missões à América Latina

Através dos descobrimentos e das iniciativas de colonização dos paízes católicos romanos do sul da Europa, as missões cristãs chegaram ao nosso continente.

Como já vimos, em 1492, Cristóvão Colombo chega às Bahamas; em 1500, Pedro Álvares Cabral ao Brasil; em 1519, Hernán Cortés ao México; e, em 1531, Francisco Pizarro ao Peru. Além do governo de seu país, representavam a fé cristã, que pouco a pouco, invadia as antigas terras indígenas do Novo Mundo.

Três aspectos que caracterizaram as missões católicas que chegaram à América Central e do Sul:

Imposição – a cristianização à força

Superficialidade – não atingiu a alma do povo

Sincretismo – aproveitou-se elementos religiosos já existentes e não fez claradistinção entre o cristianismo e o animismo. Inclusive facilidade pelo misticismo espanhol e português.

Nem todos os franciscanos, jesuítas e dominicanos que chegaram ao Novo Mundo eram solidários com os governos conquistadores e colonizadores da Espanha, Portugal e Itália. Um excelente exemplo é o dominicano Bartolomeu de Las Casas (1474-1566), que lutou a favor dos indígenas nas Ilhas do Caribe – Espanhola (República Dominicana e Haiti). As reduções na região das Missões, principalmente no atual Paraguai, iniciadas pelos jesuítas, foram modelos de cidades que visavam o desenvolvimento político, social, cultural, tecnológico e religioso dos Garanis.

Costuma dividir-se este tempo de missões católicas em três fases:

Heróica – a conversão e o batismo dos indígenas sem critérios

Missionária – o ensino mais sistemático sobre a doutrina e a prática cristã

Paroquial – o estabelecimento do sistema católico mais sólido.

As Missões Protestantes

A primeira tentativa como sabemos foi feita pelos huguenotes franceses, com a chegada de Villegagnon ao Brasil em 1555. Os franceses foram, no entanto expulsos em 1567 e nada sobrou do seu empreendimento “missionário”. A segunda foi a dos reformados holandeses entre os anos 1624 e 1654, que também poucos vestígios deixou. Tentativas parecidas ocorreram, por exemplo, no Panamá pelos escoceses entre 1698 e 1700. Os missionários morávios também trabalharam no continente latino-americano, principalmente em ilhas do Caribe e na Guiana Holandês.

As primeiras igrejas protestantes que chegaram ao continente e que permaneceram, vieram no começo do século XIX, através dos imigrantes, principalmente alemães, ingleses, italianos (valdenses) e americanos, além de outros grupos europeus. Uma das primeiras igrejas fundadas e que existe até hoje foi a Igreja Anglicana do Rio de Janeiro, em 1819.

Os primeiros missionários, enviados pelas principais denominações da época, chegaram nos seguintes anos:

Presbiterianos: Argentina 1823, Colômbia 1859, Brasil 1859, México 1871 e Guatemala 1882;

Metodistas: Brasil 1835, Argentina 1835, Uruguai 1835, México 1872, Chile 1877 e Bolívia 1901.

Batistas: México 1870, Brasil 1881, Argentina 1881 e Bolívia 1895.

O crescimento do movimento evangélico na América Latina tem sido forte durante o século XX, principalmente na sua segunda metade.

Alguns dados estatísticos:

Em 1900, havia nas Guianas, onde a concentração

de evangélicos era maior, em torno de 14.000 membros. No Brasil eram um pouco mais de 11.000 e nos países de fala espana 5.200. ‘

Em 1916, o número total de evangélicos no continente latino-americano tinha subido para 378.000. ‘

Em 1925 tinha alcançado 756.000; em 1936, sete milhões; em 1967, 15 milhões; em 1987, 37 milhões e no ano 2000, em torno de 80 milhões.

Em termos do movimento missionário latino-americano, as primeiras iniciativas têm sido por parte das denominações, que desde o fim do século XIX, começaram a enviar missionários para campos pioneiros dentro do seu próprio país e no começo do século XX também para outros países. Hoje é, principalmente, o COMIBAM (Cooperação Missionária Ibero- americana) que representa o movimento missionário da América Latina.

MISSÕES NO SÉCULO VINTE

África Negra

1910 – C. T. Studd chega à África

1913 – Schweitzer chega à África

1915 – Morte de Mary Slessor

1928 – Carl Becker viaja para o Congo

1931 – Morte de C. T. Studd

1953 – Helen Roseveare chega ao Congo

1960 – Independência do Congo

1964 – Rebelião de Simba

1964 – Morte de Paulo Carison

1964 – Ataque do Quilômetro Oito

Extremo Oriente e Ilhas do Pacífico

1905 – Martírio de Eleanor Chestnut

1907 – Goforth inicia ministério de reavivamento na Coréria e Manchúria

1930 – Gladys Aylward vai para China

1932 – Martírio de onze missionários em Team

1934 – Martírio de Stm

1940 – Gladys Aylward leva crianças para lugar seguro

1945 – Morte de Eric Liddell

1945 – Morte de R.A. Jafray em campo de concentração japonês

1948 – CREO inicia programa de rádio em Manilla

1958 – Cho inicia ministério de tenda na Coréia

1962 – Captura de Mitchell, Gerber e Vietti

1962 – Don Richardson chega a Írian Gaya

1964 – Myron Braomley entra no Vale Balim

1968 – Morte de Betty Oslen

América Latina

1917 – W.C. Townsend chega a Guatemala

1929 – Townsend completa NT Cakchiquet

1931 – HCJB começa

1936 – Ken Pique começa trabalho no México

1941 – Wlater Herron começa ministério de aviação

1943 – Martírio de 5 missionários das Novas Tribos na Bolívia

1948 – Nate Saint chega ao Equador

1956 – Massacre Auca

1956 – Mariana Slocum completa NT Tzeital

1957 – Rachel Saint e Dayuna correm os U.S.A.

1981 – Martírio de Chet Bitterman

Oriente Próximo, África do Norte e Ásia Central

1900 – Ida Scudder funda Escola de Medicina em Vellore

1901 – Mause Cary viaja para Marrocos

1912 – Zwemer inicia obra no Cairo

1917 – E. Stanley Jones chega a Índia

1928 – Conferencia Missionária Mundial de Jerusalém

1933 – Morte de Johanna Veenstra

1938 – Conferencia Missionária Mundial de Madras

1951 – Morte de Amy Carmichael

1962 – Viggo Olsen chega ao Paquistão Oriental

1967 – Marrocos fechado para missionários

1973 – Morte de E. Stanley Jones

Europa e América do Norte

1908 – Grenfell salvo da icebergue

1910 – Conferencia Missionária de Edimburgo

1920 – Convenção MVE de De Moines

1932 – Publicação de “Reavaliação das Missões”.

1934 – Fundação do Instituto Lingüístico de Verão

1939 – Joy Ridderhof funda a gravadora “Gospel Recordings”

1942 – Fundação da Missão Novas Tribos

1945 – fundação das Asas de Socorro

1946 – Primeira convenção Missionária Trienal “Urbana” em Toronto

1950 – Fundação da “Visão Mundial”

1954 – Fundação da Radio “Trans -Mundial”

1955 – Morte de Mott

1976 – Fundação do Centro das Missões Mundiais nos E.U.A.

MISSOES A PARTIR DO BRASIL

O Brasil tem hoje uma das maiores igrejas evangélica do mundo. Superado pelos Estados Unidos da América e pela China, vem em terceiro lugar com cerca de 35 milhões de evangélicos, segundo estimativas. Durante mais de cem anos, os pais têm recebido missionários de fora e ainda trabalham no Brasil em torno de 2.600 missionários estrangeiros.

Missionários Pioneiros

Como já vimos, também no Brasil foi a Igreja Católica Romana que primeiro chegou como o Cristianismo. Somente no fim do século XVIII começaram a chegar imigrantes que trouxeram consigo a Igreja Protestante e ao longo do século XIX varias igrejas se estabeleceram no Brasil, a partir das colônias étnicas que surgiram.

Iniciativas missionárias, com o intuito de alcançar a população brasileira, ocorreram mais tarde.

Os primeiros missionários estrangeiros que chegaram aos nossos pais foram: Justino Spaulding Daniel e Cynthia Kidder.

Missionarios americanos da Igreja Metodista Episcopal. Spaulding chegou ao Brasil em 1836 e o casal Kidder em 1837. Estabeleceram a primeira escola dominical, venderam Bíblias e deram inicio ao trabalho metodista no país. Cynthia faleceu de febre amarela em 1940, levando o seu esposo a voltar aos Estados Unidos. Spaulding regressou a sua pátria no ano seguinte. A Igreja Metodista não chegou a ser organizada neste período inicial, somente 1876 em quando um novo missionário J.J. Ranson foi enviado ao Brasil.

Robert e Sarah Kalley

Chegaram ao Brasil em 1855 vindos da Escócia. Robert era medico e pastor de origem presbiteriana. Juntos fundaram a primeira igreja protestante de língua portuguesa, a Igreja Congregacional no Rio de Janeiro.

Ashbel Green Simonton

Enviado pela Junta de Missões da Igreja Presbiteriana, como seu primeiro missionário ao Brasil, chegou em 1859. Fundou no Rio de Janeiro a Igreja Presbiteriana e iniciou um jornal evangélico e um seminário para formação de pastores brasileiros.

Ana e William Bagby

Casal norte-americano que iniciou o trabalho batista no Brasil. Eles chegaram em 1881, estabelecendo a primeira Igreja Batista em Salvador no ano seguinte, juntamente com o recém-chegado casal Kate e Zacarias Taylor. William faleceu em 1939 e Ana 1942.

Gunnar Vingren e Daniel Berg

Missionários suecos que, via Estados Unidos, chegaram ao Brasil em 1910 estabelecendo o trabalho das Assembléias de Deus na cidade de Belém, PA. Gunnar faleceu em 1933 e Daniel em 1963.

Erik e Anna Jansson

Missionários batistas suecos da Missão de Orebro, que chegaram ao Brasil em 1912- 1914, respectivamente, para dar atendimento espiritual a colônia de imigrantes suecos no Rio Grande do Sul. Logo estabeleceram trabalho também entre os brasileiros sendo a primeira igreja brasileira organizada em 1915 na cidade de Ijui. O trabalho dos batistas suecos deu origem a Convenção das Igrejas Batistas Independentes, organizada com liderança nacional em 1952. Erik faleceu em 1971 com 86 anos de idade.

Muitos outros missionários chegaram ao Brasil ao longo dos anos. Vindos principalmente dos Estados Unidos, do Canadá e paises europeus como Alemanha, Inglaterra, Escócia, Holanda, Suíça, Suécia e Noruega, ajudaram a estabelecer a igreja evangélica em nosso país.

MOVIMENTOS DE DESTAQUE

As ultimas décadas tem sido influenciadas, em termos de missões, por vários movimentos.

Destacam-se:

1.- O MOVIMENTO DE LAUSANNE

A partir da conferencia missionária em Lausanne, na Suíça, em 1974, o mundo evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no cumprimento da missão. Com o lema”Toda igreja levando o evangelho a todo homem em todo mundo”, a conferencia alcançou bem amis do que os participantes, criando um movimento mundial com benefícios incalculáveis para as missões. Conferencias regionais foram realizadas e, em 1989, Lausanne II em Manila.

O movimento de Lausanne quer:

Dar uma orientação teológica, baseada na Bíblia, acerca da motivação missionária e seu conteúdo.

Estimular os cristãos a uma responsabilidade maior pela evangelização que já vem ocorrendo nas diferentes denominações e movimentos.

Inspirar o cristão, individualmente, a um serviço intensivo de intercessão e de ofertar bem mais para missões.

Conscientizar os cristãos de que a evangelização e ação social devem acompanhar uma a outra.

Possibilitar contatos entre a cristandade evangélica para melhor planejamento e cooperação.

2.- MOVIMENTO DO CRESCIMENTO DA IGREJA

Os primeiros passos dentro deste movimento foram tomados por Donald McGavran, professor de missões no Fuller Theological Seminary, Pasadena, EUA. O movimento tem trazido novos aspectos à analise do evangelismo e de missões e se baseia nos seguintes aspectos:

Não cruzar fronteiras de cultura, senão no trabalho pioneiro-evangelizaçao em grupos homogêneos.

Investir a maior parte dos recursos onde há receptividade.

Dividir a igreja em grupos menores.

Treinamento de leigos

Investir em pesquisas sobre crescimento

O movimento tem sido fortemente criticado por só se preocupar com o crescimento numérico mas, ultimamente, os seus defensores vem enfatizando o crescimento equilibrado da igreja, incluindo além do crescimento quantitaivo, também o qualitativo e o orgânico.

3.- MOVIMENTO ANO 2000 ( AD 2000)

Em janeiro de 1989, foi realizada em Cingapura, uma consulta global de evangelização mundial para o ano 2000 e além. Esta consulta deu origem ao movimento denominado AD 2000. O movimento tem o propósito de: “Em um espírito de serviço, buscar motivar, fomentar e fazer redes de homens e mulheres lideres eclesiásticos, que sejam motivados pela visão de alcançar os não-alcançados até o ano 2000”, cumprindo assim a grande comissão de Jesus.

Os objetivos deste movimento são:

Trabalhar, enfocando particularmente aqueles que não têm ouvido a Palavra de Deus.

Dar a cada pessoa a possibilidade real de ouvir a Palavra de Deus em um idioma que possa entender. O alvo é que pelo menos a metade da população mundial professe sua fé em, Jesus.

Estabelecer um movimento de plantação de igrejas com orientação para missões, dentro de cada grupo de pessoas não alcançadas pela Palavra de Deus.

Estabelecer uma comunidade cristã marcada pela adoração, discipulado, evangelismo e de interesse missionário em cada grupo humano.

Um enfoque principal dentro do movimento AD 2000, está para a chamada janela 10/40. esta janela representa os países no norte da África, sul da Ásia e todo o oriente médio. Nesta área vivem 97% das pessoas menos evangelizadas, a maioria delas muçulmanas. A janela 10/40 é também a região onde menos esforços evangelisticos têm sido empreendidos.

A historia de missões continua a ser escrita e a obra missionária está mais viva do que nunca. Deus continua vocacionando vidas para servirem como missionários em muitas maneiras.

A RESPONSABILIDADE DO JOVEM PELO MUNDO

John R. Mott estava no segundo ano da Faculdade em Cornell, quando certo dia entrando atrasado em sua sala de aula onde J.K.

Studd dissertava, ouviu que este dizia como se dirigindo diretamente a ele:

“Jovem, buscas grandes coisas para ti mesmo?
Não a busques! Busca primeiro o reino de Deus”.

A subseqüente conversão e consagração de Mott colocaram-no no caminho que o conduziu a participar da Conferencia de Monte Hermon em 1886, ocasião em que surgiu o Movimento Voluntário Estudantil e do qual se tornou um voluntário e líder. Ele serviu na primeira Comissão Executiva do Movimento e por mais de trinta anos foi seu presidente.

Liderando ao mesmo tempo, com grande capacidade, dois movimentos de forte ênfase evangelística para a época: A Associação Crista de Moços e a Federação Crista Estudantil Mundial.

Laourette faz o seguinte comentário:

“Mott se tornou um dos mais destacados lideres de toda a historia do cristianismo, combinando sua fé singela, fruto de uma completa dedicação a Cristo, com uma liderança marcante, uma visão que abrangia o mundo todo, uma capacidade para identificar e alistar jovens hábeis e uma capacidade para conquistar a confiança de homens de negócios, ao mesmo tempo em que, atravessava barreiras eclesiásticas para unir os cristãos de muitas tradições no esforço de ganhar toda a humanidade para fé crista”.

Ate’ sua morte ele se tornou, um simples evangelista. Em 1901, aplicou a seguinte mensagem:

“E’ um fato muito inspirador que os jovens desta geração não duvidem da causa das missões mundiais. O cristão que se acanha em nossos dias de participar desta causa deve ser considerado ignorante e insensato. O individuo que, põem em duvida a causa de missões suspeita na verdade de toda a religião duradoura, pois, como disse Max Muller, ‘as religiões não cristas estão morrendo ou estão mortas”.

Ele duvidava abertamente do cristianismo por ser em essência um empreendimento missionário. Duvida da Bíblia porque missões constituem seu tema central.

Duvida da oração do Pai nosso e do credo Apostólico, bastando repetir suas frases familiares para que se sinta humilhado com a idéia. Ele duvidava da paternidade de Deus e com isto, também, da fraternidade dos homens.

Se for cristão, suspeita do vigor de sua vida espiritual e na pior das hipóteses, duvida de Jesus Cristo, que e’ a propiciacão não só dos nossos pecados, mas, dos pecados de todo o mundo. Reputo, portanto, ou ele e’ ignorante ou insensato.

TODA A HUMANIDADE NA PERSPECTIVA MISSIONARIA

Perspectiva alguma da raça humana pode ser resumida sem que haja uma tendência simplista. Quando Deus escolheu Abrão e sua descendência, tanto para uma bênção especial como para uma responsabilidade especial de partilhar aquela bênção com “todas as famílias da terra”, Gn 12.3; 18.18, etc., Abrão misericordiosamente não entendeu como essa tarefa era grande e complexa.

Agora, entretanto, 4 mil anos depois, mais da metade de “todas as famílias da terra” são pelo menos o que Taynbbe chama de “judaicas” em religião e certamente receberam pelo menos alguma bênção direta através de pessoas com uma fé semelhante a de Abrão e através da obra redentora daquele para quem Abrão olhou (Jo 8.56).

Se levarmos em consideração influências, seria possível calcular que nove décimos de toda a humanidade já recebeu parta dessa bênção, mesmo quando misturada com outros elementos.

UM FUTURO REAVIVAMENTO

O mundo vai passar por um grande reavivamento antes do fim dos tempos? Esta possibilidade tem sido discutida pelos cristãos que crêem que as ultimas lutas convulsivas de nossa civilização já começaram.

As Escrituras parecem aludir a um reavivamento mundial, embora, esta interpretação não seja de maneira nenhuma unânime. Muitas referencias estão ligadas a outras situações históricas, tais como a volta dos judeus do cativeiro e a restauração de sua nação. Também e’ preciso levar em consideração como uma pessoa encara o milênio, a tribulação e o arrebatamento. A complexidade destas profecias faz com que nenhuma conclusão seja definitiva. Mas, reconhecendo que atualmente vemos obscuramente como através de um vidro embaçado, podemos encontrar algumas vagas indicações de um ultimo e poderoso despertamento espiritual.

O reavivamento será um derramamento universal do Espírito Santo.

O reavivamento vira num período sem procedentes de tribulação.

O reavivamento purificara o povo de Deus e este será levado a verdadeira beleza de santidade.

O reavivamento vai preparar o caminho para a vinda do Rei.

Finney comentando sobre este assunto disse:

“Reavivamento é renovada convicção de pecado e arrependimento, seguida de um intenso desejo de viver em obediência a Deus. É a entrega da vontade a Ele em profunda humildade”.

Charles Finney

“Avivamento é santidade, humildade, crucificação do ego, amor fraternal, paixão pelas almas perdidas. É o sopro do Espírito para acordar o que dorme, para o crescimento na graça, na alegria e na paz”.

Enéas Tognini

CONCLUSÃO

Poucas vezes foi possível, na historia da Igreja ou do mundo, indicar algo que seja inconfundivelmente novo. Mas, no século XX surgiu um fenômeno que e sem duvida novo, pela primeira vez existe no mundo uma religião universal, o cristianismo.

Foi esta a única religião entre o Budismo e o Islamismo, a saber, adaptar-se em cada continente e quase que em cada pais. Em muitas zonas a situação pode ser precária e pequeno o numero de fieis, contudo, em cada pais a religião crista mostra ser uma minoria dinâmica que se enraíza a cada dia mais fortemente, não por importações estrangeiras, mas, como Igreja universal do Senhor Jesus Cristo.

BIBLIOGRAFIA

Gonzalez, Justo L., “Uma História Ilustrada do Cristianismo”, 1ª Edição, 1984, Sociedade Religiosa Edições Nova Vida, São Paulo – SP.
___________ “Uma História Ilustrada do Cristianismo”, (A era dos Altos Ideais), Vol. 4, 2a. edição, 1986. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, pp. 185.
A. Tucker, Ruth, “_____…Até aos Confins da Terra”. 1ª Edição, 1986, Sociedade Religiosa Edições Nova Vida, São Paulo – SP.
Ekström, Bertil, História da Missão. 1a Edição, 2001, Editora Descoberta, Londrina, PR, pp.136.
Neill, Stehen, Historia das missões. 1 Ediçao, 1997, Editora Vida Nova, São Paulo – SP

Fonte: thirdmill.org/monergismo.com/ www.scribd.com/www.pime.org.br/

 

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