Caudilhismo

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Caudilhismo – O que é

A edição de 1729 do dicionário de espanhol da Real Academia de España dá-nos um testemunho que é ao mesmo tempo uma perfeita definição do conceito de caudilio: “Representar o Domínio o mais energético e mais violentos, que se torna o primeiro de seu povo ou da república, que tem mais controle e poder, e quero ter medo de seu orgulho e obedecer a tudo o mais baixo.”

Assim este testemunho tão remoto nos dá a conhecer a antiguidade do caudilhismo ou caciquismo na realidade espanhola, cujas origens podem ser encontradas na Idade Média, durante as lutas da Reconquista contra o invasor mouro, quando um rei dava a um potentado local uma ?carta de partida? que o autorizava a recrutar homens e liderar milícias armadas, tornando-o em chefe militar praticamente autônomo.

Nesse sentido, foram célebres as façanhas de Cid, El Campeador, que integrou Valência ao reino da Espanha no século XI, cujas lutas foram elevadas à categoria de mito nacional espanhol, e em cujo exemplo são explicitadas algumas das principais características do caudilho: o seu papel de líder sendo construído junto ao prestígio que lhe é conferido pelo grupo social envolvente e a sua posição como chefe que dirige um bando e/ ou facção; num sentido mais moderno, o caudilho possui o aspecto do general com prestígio popular, que conduz seu grupo no assalto ao poder, favorecendo aos seus liderados; lembremos aqui que os romanos tiveram seus imperadores aclamados pelas tropas do Estado.

A ancestralidade do caudilhismo na Península Ibérica transferiu-se para os domínios espanhóis na América quando do vazio institucional gerado pelas invasões napoleônicas e as decorrentes guerras de independência que agitaram o continente no alvorecer do século XIX.

Frente ao colapso do Estado espanhol, personagens locais, na maioria das vezes pertencentes à classe dos criollos, até então apartados do poder político por medidas discriminatórias da elite metropolitana, açambarcaram o poder nas novas nações independentes que estavam surgindo.

A explicação clássica para a emergência do caudilhismo, não de todo desprovida de preconceito, volta-se para um atavismo incontornável, explicado à luz de um iberismo mal definido e contraposto a uma tradição governamental típica dos países de origem anglo-saxã. Na verdade, as questões conjunturais, juntamente com as estruturas sócio-econômicas implantadas na América Latina desde os primórdios da colonização, deveriam explicar melhor o surgimento do caudilhismo em terras americanas.

A instituição de grandes domínios agrários – cujas atividades produtivas encontravam-se baseadas em uma série de formas compulsórias de organização do trabalho (desde a mita até a escravidão declarada) e onde o poder público desempenhava um papel frouxo, ou era mesmo ausente parece-nos ser um dos elementos principais para uma mais equilibrada teoria explicativa do caudilhismo. Quando esse Estado, mesmo frágil em seu alcance, desaparece durante as guerras de independência, é natural que muitos dos grandes proprietários tomem para si as prerrogativas estatais, muitas vezes avançando até a conquista de um poder político supra-regional. Assim, o caudilhismo surge num contexto de vazio institucional e burocrático, onde a única esperança de justiça, proteção ou distribuição de favores e dons reside na figura do “caudilho”, senhor de terras, e conseqüentemente, de homens.

As exceções a esse domínio do poder dos caudilhos far-se-ão naqueles países onde um poder centralizador constitui-se rapidamente, opondo-se ao poder regional. É o caso, por exemplo, da monarquia brasileira, que, quando consolidada, após prolongada resistência contra as dissensões regionais, atravessa um longo período de estabilidade e prosperidade, relegando para o plano local a atuação dos caciques (os famosos coronéis); também o México, primeiro com Porfírio Diaz, em 1876, e logo após com a institucionalização do PRI, estabelece um regime centralizado que retira muito da força do caudilhismo no cenário político.

Porfírio Diaz

Não ocorre aqui o desaparecimento de chefetes locais desejosos de dispor do poder ou dividir as benesses públicas, pois a origem comum do caudilhismo (grande propriedade e coação da mão-de-obra) garante sua universalidade na América ibérica. Entretanto, em ambos os casos, os poderes centrais do Rio de Janeiro e da Ciudad de México souberam e puderam enquadrar (e não extinguir) o caciquismo, aqui reduzido a fenômeno local, tornado base estrutural dos próprios regimes centralizados.

Não é esse, porém, o caso da maioria das novas nações surgidas na América Latina. Naquelas regiões em que os interesses reunidos em torno de alguns centros decisórios tradicionais (muitos deles localizados no litoral ou próximos a ele, como Buenos Aires, Montevidéu, Lima, Caracas, Santiago) não puderam lograr estabelecer de pronto, logo após a independência, um forte controle sobre os chefes do interior, estes passaram a exercer um poder discricionário e arbitrário, determinando a desagregação que iria predominar por muitas décadas nesses países, e cuja superação iria envidar muitos esforços. A formação da República Argentina, que passaremos a estudar adiante, enquadra-se nesta tipificação.

ARGENTINA: ENTRE A CIVILIZAÇÃO E A BARBÁRIE

Argentina foi por muito tempo considerada fronteira avançada do Império Espanhol. A região somente recebeu o status de vice-reinado em 1776. Com capital em Buenos Aires, o Vice-Reinado do Rio da Prata, compreendendo além da Argentina, o Uruguai, Bolívia e Paraguai.

O movimento de independência centrado em Buenos Aires desde inícios do século XIX mostrou-se precursor no conjunto do Império hispano-americano. Em 1816 proclamou-se a independência formal das Províncias Unidas da América do Sul, primeiro nome da nova nação, que em 1819 já contava com sua primeira constituição. Porém, caracterizou-se desde então violenta oposição entre centralistas, representados pelas elites agro-comerciais de Buenos Aires, que defendiam um regime centralizado e liberal, e federalistas, constituídos pelos chefes políticos do interior. A 1º de fevereiro de 1820 os caudilhos do litoral depuseram o governo de Buenos Aires, seguindo-se prolongado e conturbado período (excetuando-se a tentativa centralizadora do presidente Rivadavia, em 1826-27) de ausência de qualquer legitimidade política ou constitucional, onde o território argentino esteve sob completo domínio do caudilhismo rural.

Neste longo período a Argentina viu-se tensionada por uma aguda luta entre as intenções centralizadoras que partiam de Buenos Aires e procuravam organizar o governo unificado e os interesses regionalistas dos caudilhos; a defesa feroz da federação e a aversão total ao liberalismo e à civilidade, entendidos como estrangeirismos, eram as suas bandeiras. Agindo por meio da violência das suas milícias (as tropas conhecidas como montoneras) os senhores rurais, em permanente luta entre si e contra as forças da capital, mergulharam o país no caos político.

Entre as décadas de 1830 e 1850 processou-se a luta entre os grandes caudilhos que disputavam o domínio do país. Em 1838, com a morte do último de seus rivais, Juan Manoel Rosas, governador da província de Buenos Aires, passou a exercer autoridade em todo o país.

Para a oposição que se formou no exílio nesse período, Rosas constituiu o tipo ideal do caudilho que exerce o poder arbitrário; entre os mais famosos exilados, além de Estebán Echeverría e Juan Bautista Alberdi, destacava-se Domingo Faustino Sarmiento, futuro presidente da Argentina e autor de um dos livros de maior impacto no país (e no mundo) no século XIX: Facundo: Civilização e Barbárie, onde biografava Juan Facundo Quiroga, um dos caudilhos opositores de Rosas, e ao mesmo tempo buscava explicar as origens do caudilhismo e criticava violentamente o domínio de Rosas.

Para Sarmiento, o caos político da Argentina de sua época devia-se ao mandonismo dos caudilhos rurais, que representavam o atraso, a violência e a anarquia; a eles contrapunha o liberalismo e a democracia nascidos nas cidades, únicos locais que gozavam do progresso e do saber da civilização. Para que a civilização pudesse espalhar-se por todo o território argentino, beneficiando sua população, cumpria eliminar o perigo do ultra-conservadorismo caudilho, instaurando um regime liberal unificado e forte.

Sarmiento assim caracteriza o domínio dos caudilhos:

É assim que na vida argentina começa a estabelecer-se […] o predomínio da força bruta, a preponderância do mais forte, a autoridade sem limites e sem responsabilidade dos que mandam a justiça administrada sem formas e sem debate (SARMIENTO, 1997: 70).

Após a derrota de Rosas em Caseros, em 1852, seus vencedores julgaram necessária a construção de um Estado Nacional uno.

Em 1853 uma Constituição de caráter liberal foi jurada, e a Argentina tornou-se, oficialmente, um Estado republicano e federal, denominado República Unida da Argentina, com divisão dos três poderes (um Poder Executivo fortalecido) e sistema representativo indireto. Porém, a consolidação final da nova nação passaria ainda pela reintegração da província de Buenos Aires à República em 1860; unificação final do país após derrota do oposicionista Urquiza, governador de Entre Rios, em 1861; eleição do primeiro presidente constitucional da República, Bartolomé Mitre; e finalmente, pela instauração de Buenos Aires como capital federal em 1881.

Considerações finais

Assim que se processou a definitiva formação do Estado Nacional argentino, os governos pós-unificação (década de 1860) colocaram todo seu empenho em recuperar a economia, combalida após meio século de guerra civil. Incentivando a produção cerealista e a pecuária nas férteis planícies dos pampas platinos, tornaram a Argentina um dos maiores exportadores de trigo e carne na época, o que possibilitou investimentos na melhoria da infraestrutura (construção de ferrovias, abertura de portos), grandes sucessos na educação pública, além do incentivo à imigração. A Argentina da década de 1880 tornou-se um dos países mais estáveis e prósperos da América do Sul.

A era dos caudilhos encerrou-se, mas uma parte considerável de sua herança perpetuou-se. Até os dias atuais a Argentina (como diversos outros países latino-americanos) vê-se abalada de tempos em tempos por crises de governabilidade onde aflora o ideal caudilho que se julgava acabado.

caudilhismo rural, transmutado modernamente em populismo urbano, e encarnado na figura de líderes carismáticos, como Perón e Menem, continua a assombrar a doce prosperidade iluminista calcada nos moldes da democracia progressista norte-americana sonhada por Sarmiento para a Argentina.

Talvez estes fatos evidenciem que as nações latino-americanas devem buscar percorrer seus próprios caminhos rumo ao desenvolvimento democrático, ao invés de idealizar ?paraísos estrangeiros como modelos permanentes ou encarar as especificidades de seu passado como patologia. Nenhum povo pode considerar sua história como peso, sob pena de se imobilizar frente a ele; o fazer histórico é temporal e conjuntural, e não pode, portanto, determinar os acontecimentos, mas pode impulsioná-los, na direção indicada pelos agentes históricos, que é informada por suas ações e decisões.

Caudilhismo – História

A palavra caudilho significa “líder”, ou, em um sentido político mais corrupto, “chefe”.

Na Espanha, ele manteve uma conotação menos pejorativa que na América Latina, onde é invariavelmente empregadas para fins de difamação. Em seu sentido político mais amplo, caudilhismo na América Latina tem popularmente vir a significar qualquer regime altamente personalista e quase militar cujo partido mecanismos, procedimentos administrativos e funções legislativas estão sujeitos ao controle íntimo e imediato de um líder carismático e seu quadro de funcionários mediadoras.

Fora da América Latina, este amplo uso do termo tornou-se lentamente caudilhismo cada vez mais sinônimo de qualquer sistema político controlado por militares.

A confusão entre o uso espanhol e latino-americano também tomou o conceito longe de suas raízes históricas nos primeiros dias da independência latino-americana a partir de Espanha. Assim, a designação do generalíssimo Francisco Franco da Espanha como el Caudillo foi levado para ser correlativa com o líder e il Duce, e em conseqüência não necessariamente descritivo das diferenças substanciais entre os sistemas políticos de Espanha falangista, a Alemanha nazista e a Itália fascista.

Este alargamento do sentido do termo inibe seu uso mais específico na descrição de um tipo particular de autoritarismo, o tipo encontrado em diferentes graus e em diferentes momentos ao longo do século XIX na América Latina.

Embora a experiência latino-americana é bastante relevante ao de certos “novas” nações deste século, é preciso ter cuidado para não confundir o componente militar no caudilhismo com a de todos os tipos pretorianas ou outros contemporâneos de governos militares em áreas subdesenvolvidas.

Historicamente, o caudilho era um líder auto-proclamado, geralmente um oficial militar (embora alguns eram civis), que foi apoiado por um exército irregular ou de outra forma não profissional.

Embora ele geralmente encontrada a fonte de seu poder em zonas rurais, recrutando suas tropas de entre os camponeses e cumplicidade em suas empresas por grandes proprietários de terra, a consolidação de seu poder exigiu que ele estender sua influência sobre o capital nacional.

Desta forma curiosa para trás, em seguida, caudilhos provinciais servido uma função política da integração de natureza quase-nacional.

A generalização, que pode ser historicamente desenhado na definição de caudilhismo como um sistema de governo, é que é um governo personalista, de origem provincial e interesse econômico que serve uma função de integração nacional solto em períodos de decadência ou retirada de efetivo Central autoridade.

Caudilhismo não é socialmente revolucionária, mesmo que os caudilhos se nem sempre foram desprovidos de compromisso ideológico.

Caudilhismo – Origens e crescimento

As raízes do caudilhismo são encontrados nos últimos anos do período colonial espanhol na América Latina. As ambições pessoais e, por vezes separatistas dos conquistadores mais indisciplinados foram tratados de forma mais eficaz por uma coroa legitimada pelos valores fortemente hierárquicos do sistema normativo Ibérica e reforçada pela experiência acumulada de sete séculos de guerras com os mouros.

Até o final do século XVIII, as unidades militares na América Latina estavam sob o comando quase exclusivo dos espanhóis, e uma linha de status acentuada foi traçada entre criollos, ou “crioulos”, os filhos de espanhóis nascidos no Novo Mundo, e peninsulares, ou nativa espanhóis -born.

Na década de 1760, Charles III de Espanha instituiu uma série de reformas imperiais, que incluiu a criação de uma milícia colonial e o comissionamento regularizada de crioulos como oficiais militares da coroa espanhola.

O governo espanhol foi motivada não só por razões de economia, mas também pela sua crescente fraqueza relativa entre as potências europeias e sua crescente incapacidade de impedir as incursões de piratas e outros aventureiros comerciais sobre os monopólios econômicos espanhóis em suas colônias.

Estes oficiais crioulas foram recrutados na classe alta colonial e foram concedidos os privilégios de oficiais espanhóis, incluindo as vantagens do militar fuero, ou “lei militar.”

Este privilégio legal isenta-os de julgamento por tribunais civis e direito-los para outro especial privilégios, dando-lhes a meio caminho entre o estado que de suas origens coloniais e que um dos grupos superiores metropolitana. Homens como Simón Bolívar e José de San Martín, treinados no exército espanhol, tornaram-se os líderes dos movimentos de independência de 1810-1823. Mas o número desses funcionários era insuficiente para o concurso militar a longo arrastado das guerras de independência, sendo necessária a abertura de postos de oficiais para muitas pessoas de baixa estação social.

Esta popularização do corpo de oficiais criou o canal através do qual os aspirantes à maior posição social ganhou acesso ao poder, apesar de sua posição por sua vez foi contestada por ondas de outros igualmente ambiciosos e sedentos de poder.

Por 1823, o desaparecimento do domínio espanhol foi completa em todos os lugares da América Latina, exceto Cuba.

As primeiras tentativas de estabelecer governos sucessores tinham começado tão cedo quanto 1810, em muitos centros urbanos, onde os líderes intelectuais e outros membros das aristocracias locais divididos por razões ideológicas, os conservadores clericalista opostos os liberais, que eram os “radicais” do período.

A ameaça que os grupos comerciais e intelectuais urbanos seria consolidar o controle nacional evocado a coalizão de interesses entre os caudilhos e latifundiária, os conservadores provinciais, que deram forma à política da maioria dos países latino-americanos até a década de 1860.

O Chile foi uma exceção em que Diego Portales, um caudilho conservador civil, brutalmente reprimidas elementos da oposição entre os militares, dando assim o seu país uma regra integrativa completamente civil que veio a ser conhecido como a “República autocrático.” O Brasil também seguiu um caminho diferente, com efeito a ingestão de uma monarquia Português até 1889 Embora o estabelecimento de uma república em que ano foi seguido por um período muito curto de caudilhismo, o constitucionalismo civil foi restabelecido por 1895 Qualquer outro país latino-americano do século XIX seguiu um caminho da independência para a vitória liberal de curta duração para caudilhismo.

Porque alguns dos caudilhos reinou por longos períodos e, em alguns casos desenvolvidos ou representantes de escolas específicas de pensamento, eles deixaram uma marca profunda em suas histórias e ideologias nacionais.

Juan Manuel de Rosas decidiu a Argentina 1829-1852, por exemplo, e continua a ser uma figura de herói para conservadores autoritários. Rafael Carrera, uma pessoa analfabeta de origem indiana e branco misturado, ocupou cargo na Guatemala 1839-1865, e morreu no escritório. Ele deve ser contado entre os mais influentes dos caudilhos se para nenhuma outra do que o seu longo mandato razão, mas ele não tem nenhum apelo a todos os presentes grupos intelectuais Guatemalian, nem ele é visto como um herói nacional. Alguns dos outros caudilhos conhecidos são Jean Pierre Boyer (1818-1843) do Haiti, Ramón Castilla (1845-1851 e 1855-1862) do Peru, Juan José Flores (1831-1835 e 1839-1845), do Equador, Antonio López de Santa Anna (dentro e fora da cena política 1821-1855) do México, e Francisco Solano López (1862-1870, herdando o poder de seu pai) do Paraguai.

Foram literalmente dezenas de outros caudilhos, no entanto. Lieuwen (. 1.960, 21 p), por exemplo, aponta que houve 115 revoluções vitoriosas nas repúblicas latino-americanas entre a independência e a Primeira Guerra Mundial; obviamente houve muitas rebeliões sem sucesso.

Na década 1849-1859 o Equador teve seis presidentes, quatro dos quais eram militares da ativa, quando assumiu o cargo.

Johnson diz que os caudilhos:

Sua conformidade social e econômico e ortodoxia política em vigor para si as ferramentas daqueles elementos dedicados à sobrevivência de velhas idéias e fórmulas antigas pousou. Porque o poder foi neste período amplamente baseado em magnetismo pessoal, poucos foram capazes de consolidar seu controle o suficiente para entregá-lo a um sucessor escolhido. As ditaduras tendem a reverter para regimes civis controlados pelos oligarcas latifundiários. (Johnson, 1964, p. 56).

Por volta de 1860, a instabilidade inerente ao caudilhismo tornou-se insustentável. Cidades da América Latina foram crescendo, os sistemas educacionais foram lentamente se expandindo, novas tecnologias e idéias foram chegando da Europa, e o capital estrangeiro estava começando a desenvolver um novo e sustentado interesse na América Latina. Os liberais, em seguida, reafirmou-se e, depois de padrões variados, conseguiu ganhar o controle inequívoca em todos os países hispano-americanos, exceto a Colômbia até o final do século XIX. A profissionalização dos militares, iniciado no Chile, em 1885, e estendido praticamente todos os lugares em 1910, mudou exércitos latino-americanos em pelo menos uma aparência de modernas forças de combate impessoais. Caudilhismo tradicional estava morto.

Significados e pesquisa contemporânea

No uso comum, o caudilhismo como um conceito mudou na América Latina. Como foi dito acima, o nome do caudilho agora é aplicado a qualquer líder carismático. Juan Perón, presidente da Argentina 1946-1955, ganhou essa alcunha, como fez general Alfredo Stroessner do Paraguai. Mesmo que o termo também é dada aos chefes políticos locais, o cacique indígena derivado (“chefe”) é mais comumente usado para se referir aos líderes ou afastar relativamente sem importância condado rural ou políticos município.

Na literatura acadêmica, no entanto, caudilhismo manteve o seu significado histórico.

Essa coerência deve-se principalmente ao fato de que a experiência latino-americana é raramente usada como protótipo para outras regiões subdesenvolvidas. Como resultado, o conceito não sofreu indefinição de ser generalizada para outros contextos culturais.

Um estudo recente, na tentativa de explicar a inadequação do caso latino-americano para estudos comparativos militares, afirma:

Países latino-americanos … tem muitas características comparáveis às novas nações. Ainda mais incisivamente, parece à primeira vista que os países latino-americanos também são confrontados com crises semelhantes de relações entre civis e militares. Mas há diferenças fundamentais na história natural do militarismo na América do Sul. As formas de intervenção militar representam mais de um século de luta e acomodação, que produziu as instituições políticas diferentes das encontradas nas novas nações. (Janovitz 1964, pp. V-vi)

É duvidoso que a turbulência no atendimento Congo Belga sobre a retirada do governo colonial é em uma família totalmente diferente de eventos a partir do caudilhismo clássica da América Latina.

Mesmo com as histórias desses países complexos e relativamente desenvolvidos como Argentina, paralelos significativos com certas nações novas aparecem. Pode-se argumentar, por exemplo, que o primeiro governo “Nasser” era na verdade o governo Perón. Certamente ambos os movimentos eram liderados por oficiais do exército nacionalista usando o militar como um meio de ascensão social, tanto perseguido fins ideológicos populistas e nacionalistas, e os círculos eleitorais políticos de ambos os regimes foram semelhantes.

O derramamento de pesquisa recente sobre a América Latina pode servir para remediar esta desuso da experiência latino-americana como um suporte para a derivação da teoria social comparativa geral.

Historiadores latino-americanos, notoriamente polêmicos em sua abordagem para os assuntos políticos, têm por muito tempo divididos sobre a questão de saber se os grandes caudilhos foram benéficas ou prejudiciais.

Os autores que sustentam caudilhismo enfatizar as funções de construção de nação alguma pode ter sido executado e tendem a tirar a conclusão de que os homens fortes contemporâneos são desejáveis.

Marcos Pérez Jiménez, ditador militar da Venezuela, deposto em 1958 depois de uma incumbência de seis anos, expressa a justificativa padrão para regra tutelar militar que é também a justificação contemporânea para caudilhismo: “Fiz todos os esforços para dar aos venezuelanos o tipo de governo adaptados a eles. …

Nós ainda estamos em nossos anos infantis e ainda precisamos de cabrestos. … Deve haver um líder que mostra o caminho sem ser perturbado pela necessidade de ganhar popularidade demagógica “(citado em Johnson de 1962, pp 91-92.). Os contra-argumentos são avançados por civilistas opostos em todos os aspectos do regime militar e preocupados com o incentivo do processo democrático.

Um cisma análoga separa escritores americanos não latinos.

O interesse pós-Segunda Guerra Mundial nas relações civis-militares enriqueceu a literatura sobre caudilhismo e eventos militares posteriores na América Latina como em outras partes do mundo.

Embora nenhum desses autores olha com bons olhos os caudilhos, como tal, estão em desacordo implícita relativa à definição precisa do termo e do sentido da caudilhismo para eventos contemporâneos. Um grupo (exemplificado pelo Lieuwen 1960) equipara os males do caudilhismo clássico com o intervencionismo político contínuo de líderes militares latino-americanos, um fator que causa aumento da perturbação nos sistemas políticos latino. O ponto de vista oposto (mais claramente expressa por Johnson, 1962; 1964) argumenta que os caudilhos foram essencialmente irregulares gerou no período nacional antecipado das repúblicas latino-americanas, e que, neste sentido restrito caudilhismo não existe mais.

Esse tipo de fenômeno militar, eles afirmam, não deve ser confundido com as atividades posteriores de forças militares profissionalizados, cujos papéis político ganhar julgamentos críticos mistos.

O efeito prático desses dois pontos de vista, é claro, é que a “escola Lieuwen” olha com muito menos favorável sobre os militares como uma força modernizadora do que a “escola Johnson.”

O sucesso ou o fracasso da política dadas caudilhos, com referência à evolução histórica de seus países, só pode ser medida em termos de se eles conseguiram impor algum grau de integração nacional, como no caso de Rosas na Argentina, ou apenas na composição a confusão dos tempos pós-independência de problemas, como no caso de Santa Anna, o aventureiro mexicano. Outros critérios, de importância secundária para a avaliação dos papéis dos caudilhos individuais, pode ser baseado em seu estado civil ou quase militar, o seu apego à doutrina do partido liberal ou conservador, e sua capacidade de sobreviver por períodos consideráveis de tempo.

Qualquer extensão do tipo de caudilho às experiências políticas de outros países deve ser feito com o devido cuidado para não permitir que o conceito de crescer demasiado ampla.

Caudilhismo, na sua forma histórica, só é possível por um desaparecimento ou um colapso da autoridade central, que permite exércitos privados e outras forças rurais semi-regulares para tentar apreensão da organização política em todo o país, a fim de manter o poder econômico e social dos grupos provinciais.

O preço pago por esta última para essa proteção é uma partilha do poder político e um reconhecimento das ambições sociais do caudilho.

Este tipo de regime político vai se tornar cada vez mais rara à medida que mais e mais novos países entram períodos de crescimento nacional coerente que envolvem a presença de governos centrais fortes, sejam eles de uma faixa militar ou não.

Caudilhismo, como um produto político da dissolução social pode reaparecer somente em caso de disfunção institucional grave e retrocesso político.

Fonte: historiografo.com.br/www.encyclopedia.com

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