Economia

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O que é Economia

Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.

Ela estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-las. Assim sendo, esta ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida das pessoas, sendo que uma das suas principais funções é explicar como funcionam os sistemas econômicos e as relações dos agentes econômicos, propondo soluções para os problemas existentes.

A ciência econômica está sempre analisando os principais problemas econômicos: o que produzir, quando produzir, em que quantidade produzir e para quem produzir. Cada vez mais, esta ciência é aplicada a campos que envolvem pessoas em decisões sociais, como os campos religioso, industrial, educação, política, saúde, instituições sociais, guerra, etc.

Macroeconomia e microeconomia são as principais divisões da ciência econômica. A microeconomia é o ramo que estuda o comportamento dos agentes econômicos (unidades individuais) em relação ao mercado consumidor, empresas, donos dos recursos de produção. Chamada também por teoria dos preços, um exemplo de seu trabalho é o estudo das alterações do comportamento de empresas e pessoas em casos de oscilações de preços.

A macroeconomia estuda o desempenho global, ou seja, a economia como um todo. Produção de bens e serviços, taxas de inflação, taxas de desemprego, poupança, consumo, investimentos e governo.

É a economia das cidades, nações, dos grandes sistemas econômicos. É ela que estuda e propõe soluções, por exemplo, para situações de desemprego em massa, ou grandes crises de um dado mercado.

Além dos resultados da atuação desta ciência em questões diretamente a ela ligadas, como dinheiro ou produção ou mercado financeiro, a economia influencia diretamente e indiretamente outras áreas da sociedade, seja a política, que está a ela intimamente ligado, ou seja a qualidade de vida das pessoas.

Definição

O termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei)ou também gerir, administrar: daí “regras da casa” (lar) e “administraçao da casa”.

Uma das definições que captura muito da ciência econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932:

“a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos.”

Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico.

Conceito de Economia

Os economistas estudam a forma com que os indivíduos, os diferentes coletivos, as empresas de negócios e os governos alcançam seus objetivos no campo econômico.

Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. Bem como as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Estuda também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens.

Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica:

Escolha;
Escassez;
Necessidades;
Recursos;
Produção;
Distribuição.

Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade.

Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas.

Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade.

Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população.

Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego, crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não é assim, e a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus recursos, de forma a atender ao máximo das necessidades humanas.

Os problemas econômicos fundamentais

Questão central do estudo da economia: como alocar recursos produtivos limitados (escassos) para satisfazer a todas as necessidades da população? Esse questionamento levou a sociedade a repensar sobre os modelos de sistema econômico.

Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, origina-se os chamados problemas econômicos fundamentais.

O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas;
Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível;
Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.

O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação.

Sua preocupação fundamental refere-se aos aspectos mensuráveis da atividade produtiva, recorrendo para isso aos conhecimentos matemáticos, estatísticos e econométricos. De forma geral esse estudo pode ter por objeto a unidade de produção (empresas – objeto de estudos pertencentes à macroeconomia), a unidade de consumo (famílias – objeto de estudos pertencentes à microeconomia) ou então a atividade econômica de toda a sociedade.

Divisão do estudo econômico

A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo:

Microeconomia ou teoria de formação de preços: Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. Estuda o comportamento de cada “molécula econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas, ou seja, estuda o comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e pelas famílias; as empresas, suas produções e custos; a produção e o preço de diversos bens, serviços e fatores produtivos. Para exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas.
Macroeconomia: Estuda/ analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural), e busca explicar como a economia opera sem a necessidade de compreender o comportamento de cada indivíduo ou empresa que dela participam. Preocupa-se com o comportamento da economia como um todo, por meio de preços e quantidades absolutos. Faz parte dela os movimentos globais nos preços, na produção ou no emprego. Têm como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional, o nível de emprego e dos preços, o consumo, a poupança e o investimento totais.
Economia internacional: Analisa as relações econômicas entre residentes e não-residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras.
Desenvolvimento econômico: Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico, estratégias de crescimento).

Fonte: www.fea.usp.br/www.ufpi.br/www.ecnsoft.net

Economia

Origem da Economia

Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços.

O termo economia vem do grego para oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí “regras da casa (lar).”

Uma definição que captura muito da ciência econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932: “a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos.” Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos.

Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico. A disciplina assim definida envolve portanto o estudo das escolhas uma vez que são afetadas por incentivos e recursos.

As áreas da ciência econômica podem ser divididas e classificadas de várias formas e em vários tipos, inclusive:

Microeconomia e macroeconomia
Economia positiva (“o que é”) e economia normativa (“o que deveria ser”)
Economia ortodoxa e economia heterodoxa
Campos e categorias mais amplas dentro da economia.

Um dos usos da economia é explicar como as economias, como sistemas econômicos, funcionam e quais são as relações entre agentes econômicos na sociedade em geral. Métodos de análise econômica tem sido cada vez mais aplicados em campos de estudo que envolvem pessoas que tomam decisões em um contexto social, como crime, educação, a família, saúde, direito, política, religião,instituições sociais e guerra.

No princípio

Adam Smith (provavelmente Kirkcaldy, Fife, 5 de junho de 1723 — Edimburgo, 17 de Julho de 1790) foi um economista e filósofo escocês. Teve como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII.

É o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico. Autor de “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações”, a sua obra mais conhecida, e que continua sendo como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.

Assim acreditava que a iniciativa privada deveria ser deixada agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria forçosamente não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores.

Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia.

Uma frase de Adam Smith se tornou famosa:

“Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade.”

Como resultado da atuação dessa “mão invisível”, o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir.

As doutrinas de Adam Smith exerceram uma rápida e intensa influência na burguesia (comerciantes, industriais e financistas), pois queriam acabar com os direitos feudais e com o mercantilismo.

Apesar das discussões sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido moderno como uma disciplina separada e convencionalmente datada a partir da publicação de A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776.

Nesse trabalho, ele descreve a disciplina nesses exatos termos:

Economia política, considerada um ramo da ciência do estadista ou do legislador, propõe dois objetos distintos: primeiro, suprir renda ou produtos em abundância para o povo, ou, mais apropriadamente, possibilitar que provenham tal renda ou provento por si sós; e segundo, suprir o Estado ou Commonwealth com uma renda suficiente para os serviços públicos. Ela se propõe a enriquecer tanto o povo quanto o soberano.

Smith se referia à disciplina como ‘economia política’, mas esse termo foi gradualmente substituído por ciência econômica (economics) depois de 1870.

Raciocínio econômico

A economia enquanto uma disciplina contemporânea se fia em estilos rigorosos de argumentação. Os objetivos incluem a formulação de teorias que sejam mais simples, mais frutíferas e mais confiáveis do que outras teorias ou nenhuma teoria. A análise pode começar com um simples modelo que propõe uma hipótese de uma variável a ser explicada por outra variável.

Com frequência uma hipótese em economia é somente qualitativa, não quantitativa. Isto é, a hipótese implica a direção de uma mudança em uma variável, não o tamanho da mudança, para uma certa mudança de outra variável. Para clareza de exposição, a teoria pode proceder com a suposição de ceteris paribus, isto é, mantendo constante outros termos explicatórios que não aquele em questão. Por exemplo, a teoria quantitativa da moeda prediz um aumento no valor nominal da produção a partir de um aumento da oferta de moeda, ceteris paribus.

A teoria econômica é aberta às críticas de que ela confia em suposições irrealistas, não-verificáveis ou altamente simplificadas.Um exemplo é a suposição da maximização do lucro pelas firmas competitivas. Respostas de executivos a perguntas sobre os fatores que afetam as suas decisões podem mostrar nenhum cálculo desse tipo.

História de pensamento econômicos

Pensamento econômico antigo

O pensamento econômico na Antiguidade remonta às civilizações mesopotâmicas, Grega, Romana, Indiana, Chinesa, Persa e àrabe. Dentro os autores mais notáveis estão Aristóteles, Chanakya, Qin Shi Huang, Tomás de Aquino e Ibn Khaldun. Joseph Schumpeter considerou inicialmente a escolástica tardia do período que vai do século XIV ao XVII como a “que chega mais perto do que qualquer outro grupo de ser os ‘fundadores’ da economia científica quanto às teoria monetária, de juros e do valor dentro de uma perspectiva das leis naturais. Depois de descobrir a obra Muqaddimah de Ibn Khaldun, no entanto, Schumpeter mais tarde considerou Ibn Khaldun o mais próximo antecedente da economia moderna, uma vez que muitas das suas teorias econômicas não eram conhecidas na Europa até épocas modernas.

Dois outros grupos, mais tarde chamados de ‘ mercantilistas e ‘fisiocratas’, influenciaram mais diretamente o desenvolvimento subsequente da disciplina. Ambos os grupos estavam associados com a ascensão do nacionalismo econômico e do capitalismo moderno na Europa. O mercantilismo era uma doutrina econômica que floresceu do século XVI ao XVIII através de uma prolífica literatura de panfleto quer de autoria de mercantes ou estadistas. Defendiam a idéia de que a riqueza de uma nação dependia da sua acumulação de ouro e prata. Nação que não tinham acesso à minas poderiam obter ouro e prata através do comércio internacional apenas se vendessem bens ao exterior e restringissem as importações que não fossem de ouro e prata. A doutrina advogava a importação de matérias-primas baratas para serem transformadas em produtos manufaturados destinados à exportação e também o intervencionismo estatal no sentido de impor tarifas protecionistas à importação de produtos manufaturados e a proibição de manufaturas nas colônias.

Os fisiocratas, um grupo de pensadores e escritores franceses do séc. XVIII, desenvolveram a idéia da economia como um fluxo circular. Adam Smith descreveu esse sistema com “todas as suas imperfeições” como “talvez a mais pura aproximação da verdade que já foi publicada” no assunto. Os fisiocratas acreditavam que somente a produção agrícola gerava um claro excedente sobre o custo, de forma que a agricultura constituía a base de toda riqueza. Assim, eles se opunham às políticas mercantilistas de promoção das manufaturas e do comércio em detrimento da agricultura, inclusive tarifas de importação. Advogavam a substituição do complexo e custoso sistema de arrecadação de tributos por um único imposto sobre a renda dos proprietários de terra. Variações sobre tal imposto fundiário foram retomadas por economistas posteriores (inclusive Henry George um século mais tarde) como uma fonte de receita que não distorcia tanto a economia.

Como reação ás copiosas regulamentações mercantilistas, os fisiocratas defendiam uma política de laissez-faire, que consistia numa intervenção estatal mínima na economia.

Economia clássica

A publicação da obra A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776, tem sido descrita como o “efetivo nascimento da economia como uma disciplina separada.” O livro identificava o trabalho, a terra e o capital como os três fatores de produção e maiores contribuidores para a riqueza de uma nação. Para Smith, a economia ideal seria um sistema de mercado auto-regulador que automaticamente satisfaria as necessidades econômicas da população. Ele descreveu o mecanismo de mercado como uma “mão invisível” que leva todos os indivíduos, na busca de seus próprios interesses, a produzir o maior benefício para a sociedade como um todo. Smith incorporou algumas das idéias dos fisiocratas, inclusive o laissez-faire, nas suas próprias teorias econômicas, mas rejeitou a idéia de que somente a agricultura era produtiva.

Na sua famosa analogia da mão invisível, Smith argumentou em favor da noção, aparentemente paradoxal de que os mercados competitivos tendem a satisfazer às necessidades sociais mais amplas, apesar de ser guiado por interesses-próprios. A abordagem geral que Smith ajudou a formular foi chamada do economia política e mais tarde de economia clássica e incluiu nomes notáveis como Thomas Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill, que escreveram de 1770 a 1870, aproximadamente.

A teoria do valor foi importante na teoria clássica. Smith escreveu que “o preço real de qualquer coisa… é o esforço e o trabalho de adquiri-la” o que é influenciado pela sua escassez. Smith dizia que os aluguéis e os salários também entravam na composição do preço de uma mercadoria. Outros economistas clássicos apresentaram variações das idéias de Smith, chamada ‘Teoria do valor-trabalho’. Economistas clássicos se focaram na tendência do mercado de atingir o equilíbrio no longo prazo.

Economia Marxiana

A economia marxista, mais tarde chamada marxiana, descende da economia clássica, em particular da obra de Karl Marx. O primeiro volume da obra-prima de de Mark, O Capital, foi publicada em alemão em 1867. Nela, Marx foca na teoria do valor-trabalho e o que ele considera a exploração do trabalho pelo capital.

Assim, a teoria do valor-trabalho, além de ser uma simples teoria dos preços, se transformou em um método para medir a exploração do trabalho num sistema capitalista, apesar de disfarçadas pela economia política “vulgar”.

Economia neoclássica

A economia neoclássica sistematizou a oferta e demanda como determinantes conjuntos do preço e da quantidade transacionada em um equilíbrio de mercado, afetando tanto a alocação da produção quanto a distribuição de renda. Ela dispensou a teoria do valor-trabalho em favor da teoria do valor-utilidade marginal no lado da demanda e uma teoria mais geral de custos no lado da oferta.

Economia keynesiana

A economia keynesiana deriva de John Maynard Keynes, em particular do seu livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), que deu início à macroeconomia como um campo de estudo distinto. O livro foca nos determinantes da renda nacional no curto prazo, em que os preços são elativamente inflexíveis. Keynes tentou explicar em com riqueza de detalhes teóricos por que o alto desemprego poderia não ser auto-corrigido devido a baixa “demanda efetiva” e por que mesmo a flexibilidade dos preços e a política monetária pode não ser suficiente para corrigir a situação. Expressão como “revolucionário” foram aplicadas ao livro devido ao seu impacto na análise econômica.

Conclusão

Discussões influentes nos primórdio da economia política estavam relacionadas com a riqueza amplamente definida, como na obra de David Hume e Adam Smith. Hume argumentava que ouro adicional sem incremento da produção só servia para aumentar os preços. Smith também descreveu a riqueza real como, não em termos de ouro e prata como anteriormente, mas como a “produção anual do trabalho e da terra da sociedade.”

Para John Stuart Mill a economia como “a ciência prática de produção e distribuição de riqueza”; esta foi a definição adotada pelo Concise Oxford English Dictionary apesar de não incluir o papel vital do consumo. Para Mill, a riqueza é como o estoque de coisas úteis.

Dentro da disciplina em termos de riqueza enfatizam a produção e o consumo. Essa definição foi acusada pelos críticos por ser estreita demais, colocando a riqueza à frente do homem. Por exemplo, John Ruskin chamou a economia política de “a ciência de ficar rico” and a “bastard science.”

Incluindo o estudo do homem na atividade humana e do seu bem-estar. Alfred Marshall, no seu livro Principles of Economics, escreveu, “A Economia Política ou Economia é um estudo da humanidade nos negócios da vida cotidiana; ela examina essa parte do indivíduo e da ação social que é mais fortemente ligada ao uso dos requisitos materiais para o bem-estar.”

Paul Samuelson (economista americano) afirma que “Economia é uma ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos”, de forma bem clara quero também lembrar as palavras do Prof. Antonio Delfim Netto: “Economia é a arte de pensar” pois apesar de ser especifico sua área de atuação, a Economia relaciona-se com as demais áreas do conhecimento humano.

Referência Bibliografica

PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antônio S. de (Org.). Manual de Economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

Fonte: www.eteavare.com.br

Economia

A economia é usualmente definida como a ciência que estuda a alocação de fatores de produção escassos entre diferentes alternativas de produção de bens e serviços.

Realmente, todos os bens econômicos têm a característica de serem escassos, isto é, eles não existem em quantidade suficiente para satisfazerem às necessidades e desejos de todos. Como conseqüências, as pessoas têm que pagar para obtê-los.

A escassez de recursos faz com que haja necessidade de se fazer uma escolha de seus melhores usos. Há que se escolher como alocar os escassos recursos inteligentemente e essa busca deve-se basear numa análise dos custos de oportunidade dos recursos.

O custo de oportunidade de um bem X é medido em função do custo de um outro bem ou recurso Y que deve ser deixado de ser consumido ou utilizado para que X seja obtido. Refere-se ao custo das oportunidades sacrificadas. Uma mão-de-obra desqualificada tem, por exemplo, um custo de oportunidade baixo, já que suas alternativas de emprego são limitadas e mal-remuneradas. Um profissional qualificado, no entanto, tem um custo de oportunidade alto, pois geralmente encontra várias alternativas bem remuneradas de trabalho condizentes com seu nível de especificação.

Todos os recursos ou fatores de produção têm custos de oportunidade associados a eles. Um fazendeiro, por exemplo, ao decidir plantar batatas, intuitivamente faz uma análise do custo de oportunidade de suas terras e do que ele poderia estar ganhando com plantios alternativos à batata. O comerciante que decide investir seu capital em uma mercearia também compara os possíveis lucros do capital investido na mercearia com os rendimentos que esse mesmo capital poderia lhe dar numa mera aplicação financeira. Assim, os juros de uma aplicação financeira correspondem ao custo de oportunidade do capital investido na mercearia.

Parece óbvio que o investimento da mercearia só será compensatório se houver expectativa de que ele gere lucros superiores ao custo de oportunidade custo de oportunidade do capital, ou seja, aos juros pagos pelo mercado.

A economia é, portanto, a ciência que aloca recursos escassos entre fins alternativos, para isso lançando mão da análise do custo de oportunidade dos diferentes recursos ou fatores de produção. Pode-se também visualizar a economia como a ciência que estuda o sistema de mercado que prevalece nos países capitalistas.

Fonte: www.unilestemg.br

Economia

O que é Economia?

A economia tem vários tipos de definição:

1. Economia, ou Economia Política, é o estudo das atividades que, com ou sem dinheiro, envolvem transações de trocas entre pessoas
2.
Economia é o estudo da maneira pela qual os homens decidem utilizar os recursos produtivos escassos ou abundantes, para produzir varias mercadorias e distribuí-las a vários membros da sociedade, para o consumo.
3.
Economia é o estudo de homens em sua atividade comum, ganhando e desfrutando a vida.
4.
Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realizada a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produção.
5.
Economia é o estudo da riqueza 6. Economia é o estudo de como melhorar a sociedade

Economia como os homens e a sociedade decidem, com ou sem utilização do dinheiro, empregar recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las para consumo, agora é no futuro, entre diversas pessoas e grupos da sociedade.

Ela analisa os custos e os benefícios da melhoria das configurações de alocação de recursos.

Qualidade de vida Econômica uma introdução pode servir de prévia, mesmo antes de estudar a economia, todo mundo já deve ter ouvido falar no Produto Nacional Bruto, ou PNB. O PNB, pretende medir o total de todos os bens e serviços produzidos a cada ano num país. Embora a medida em valor monetário, ele nos pode dizer muita coisa a respeito dos bens e serviços reais.

Atualmente, porém, surgiram muitos críticos da economia política, que lamentam a concentração materialista na quantidade de bens econômicos. Nas surpreendentes palavras de um preocupado membro da nova esquerda.

Troca de Quantidades para obter melhor qualidade a Economia não pode se contentar apenas em descrever as verdades da vida.

A economia se vê requisitada a ajudar a opinião pública a fazer alguma coisa no sentido de melhorar males manifestos. Por isso, o modo eleitorado, se realmente o quiser, pode esperar melhorar a qualidade da vida econômica.

Histórico

A palavra Economia, origina-se do grego em que oikos significa casa ou patrimônio e momos regra ou norma. Etmológicamente referia-se, pois, à administração doméstica. Com o fim de dar-lhe sua conotação atual acrescentouse a palavra economia o adjetivo política (do grego polis, cidade).

Dessa forma deixava-se claro que a economia tinha como objetivo específico a sociedade e não o indivíduo ou a unidade familiar. Um tempo depois, surge a tendência de utilizar a denominação mais simples Economics ou Économique por analogia com outras ciências como Physics e Physique.

Nos primeiros essa nova denominação teve ampla aceitação, encontrando, porém, sérias resistências na França. No Brasil não se registra nenhum movimento semelhante. Quando muito pode-se assinalar o largo emprego da palavra economia, isoladamente, para significar Economia Política.

A palavra economia, também utilizada para designar a realidade econômica: economia brasileira, economia inglesa, etc. outras vezes emprega-se o vocabulário para significar a parte não consumida da renda nacional ou dos rendimentos individuais. Posto que bastante difundido na linguagem corrente, este último emprego é unanimemente condenado pelos economistas que preferem utilizar, em tais casos, o termo “poupança” corresponde ao francês épargne e ao inglês savings.

A definição de Economia Política varia os autores. É possível, não obstante, classificar as definições correntes em três grandes tipos.

O Primeiro define-a como ciência das riquezas; o segundo como ciência social das trocas ou intercâmbio, e o terceiro como a ciência da escolha racional, reclamada pela raridade relativa dos bens econômicos. Como consequência dos debates em torno do assunto, observa-se presentemente o nítido predomínio da última concepção.

E dentro dela a definição mais citada é a proposta de Lionel Robbins: “Economia Política é a ciência que estuda o comportamento humano como relação entre fins e meios escassos que possuem usos alternativos”. Em outras palavras, a atividade econômica, assim como a ciência que estuda, gira em torno do fato central de que as necessidades humanas superam largamente os bens disponíveis para satisfazê-las. Donde a convivência de uma escolha racional das necessidades prioritárias e dos meios capazes de satisfazê-las. A ciência econômica moderna preocupa-se fundamentalmente com o problema global da raridade.

Desse modo se explica o crescente interesse nos fenômenos dinâmicos e muito especialmente nos fatores determinantes do incremento do produto nacional.

Esse incremento, ao aumentar a quantidade de bens, deveria, em princípio, reduzir o hiato entre necessidades e bens disponíveis. Nesse sentido, o pensamento marxista, seguindo a linha inaugurada por Marx na Crítica ao Manifesto de Gotha, leva a crer que o “estágio comunista” da sociedade deverá ser marcado por uma seperbundância de bens relativamente às necessidades. Tal seria, em verdade, condição indispensável para a distribuição “a cada um segundo suas necessidades”, princípio central da sociedade comunista que deverá suceder ao atual socialismo das democracias populares. Entre os economistas ocidentais, contrariamente, prevalece a idéia de que as necessidades humanas são ilimitadas.

A moderna teoria do comportamento do consumo parece confirmar esse ponto de vista ao mostrar que mecanismos de fundo psicológico tendem a ocasionar acréscimo das necessidades em ritmo pelo menos igual ao do aumento da produção (efeitos de emulação, snob, Veblen, etc). Não faltam, porém, economistas e outros cientistas sociais para assinalar o ilogismo dessa situação.

Partindo do pressuponto de que a atividade econômica só se justifica enquanto meio para elevaçãodos níveis de bem-estar, indagam se a tese de que as necessidades crescem com a produção não teria como corolário a total irracionalidade da ação econômica. De fato, se a satisfação de certa ordem de necessidades tem como consequência o aparecimento de outras de igual importância, seria lícito duvidar da existência de qualquer ganho em termos de bem-estar. Assinale-se, por exemplo, que, segundo a teoria do comportamento do consumidor, os membros das classes mais baixas, em países como os E.U.A., julgam dispor, hoje, apenas do necessário à mais elementar subsistência.

Psicologicamente sua situação permanece, portanto, a mesma de há um século atrás, apesar do seu padrão de vida, em termos de bens materiais, ser algumas vezes maior.

Os críticos desse estado de coisas não negam o fato do aumento das necessidades, mas procuram mostrar seu ilogismo ou sua artificialidade. Galbraith mostra como as técnicas de publicidade criam procura para os tipos constantemente novos de produção; Erich Fromm considera o aumento contínuo das necessidades como um tipo neurótico de comportamento que atinge as necessidades modernas; J.L. Lebret refere-se à transferência psicológica de aspirações superiores para a procura indefinida de bens materiais; Arthur Lewis, diante do fato de que o desenvolvimento não aumenta os recursos mais rapidamente relacionados.

Mercados

Mercado à Vista

No qual a liquidação física ( entrega de títulos vendidos ) se processa no segundo dia útil após a realização do negócio em bolsa e a liquidação financeira (pagamento e recebimento do Valor do operação ) se da no terceiro dia útil posterior à negociação, e somente mediante a efetiva liquidação física.

Mercado a Termo

Operações com prazos de liquidação diferidos, em geral de 30, 60 ou 90 dias.

Para aplicações no mercado a termo são requeridos, além do registro na BOVESPA, um limite mínimo para a transação e de posse de valores; tem tanto pelo vendedor como pelo comprador, utilizados com margem de garantia da operação. Contrato a termo pode; ainda, ser liquidado antes de seu vencimento

Mercado de Opções

São negociados direitos de compra ou venda de um lote de valores mobiliários, com preços e prazos de exercícios pré – estabelecidos contratualmente. Por esses direitos, o titular de uma opção de compra paga um prêmio, podendo exerce-los até a data de vencimento da mesma ou revendê-las no mercado. O titular de uma opção de venda paga um prêmio e pode exercer sua opção apenas na data de vencimento, ou pode revendê-la no mercado durante o período de validade da opção.

Mercado de Ações

Segmento do mercado de capitais, que compreende a colocação primária em mercado de ações novas emitidas pelas empresas e a negociação secundária ( em bolsa de valores e no mercado de balcão ) das ações já colocadas em circulação.

Mercado de Balcão

Mercado de títulos sem lugar físico determinado para as transações, as quais são realizadas por telefone entre instituições financeiras. São negociadas ações da empresa não registradas em bolsas de valores e outras espécies de títulos.

Mercado de Balcão Organizado

Sistema organizado de negociação de títulos e valores mobiliários de renda variável administrado por entidade autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Mercado de Capitais

Conjunto de operações de transferência de recursos financeiros de prazo médio, longo ou indefinido, efetuadas entre agentes poupadores e investidores, por meio de intermediários financeiros.

Mercado Financeiro

É o mercado voltado para transferência de recursos entre os agentes econômicos.

No mercado financeiro, são efetuadas transações com títulos de prazos médios, longo e indeterminado, geralmente dirigidas ao financiamento dos capitais de giro e fixo.

Mercado Futuro

No qual são realizadas operações, envolvendo lotes padronizados de commodities ou ativos financeiros, para liquidação em datas prefixadas.

Mercado Primário

É nele que ocorre a colocação de ações e outros títulos, provenientes de novas emissões. As empresas recorrem ao mercado primário para completar os recursos de que necessitam, visando ao financiamento de seus projetos de expansão ou seu emprego em outras atividades.

Mercado Secundário

No qual ocorrem a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário, proporcionando a liquidez necessária.

Bolsa de Valores

Associação civil sem fins lucrativos, cujos objetivos básicos são, entre outros, manter local ou sistema de negociação eletrônico, adequados a realização, entre seus membros, de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários; preservar elevados padrões éticos de negociação; e divulgar as operações executadas com rapidez, amplitudes e detalhes.

Bolsa em Alta

Quando o índice de fechamento de determinado pregão é superior ao índice de fechamento anterior.

Bolsa em Baixa

Quando o índice de fechamento de determinado pregão inferior ao índice de fechamento anterior.

Bolsa Estável

Quando o índice de fechamento de determinado pregão está no mesmo nível do índice de fechamento anterior.

Sociedade Corretora

Instituição auxiliar do sistema financeiro, que opera no mercado de capitais, com títulos e valores da imobiliária, em especial no mercado de ações. É a intermediária entre os investidores nas transações em bolsas de valores.

Administra carteiras de ações, fundos mútuos e clubes de investimentos, entre outras atribuições.

Sociedade Anônima

Empresa que tem capital dividido em ações, com a responsabilidade de seus acionistas limitado proporcionalmente ao valor de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

Sociedade Distribuidora

Instituição auxiliar do sistema financeiro que participa do sistema de intermediação e de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à venda para o público.

Pregão

Sessão durante a qual se efetua negócios com papéis registrados em uma bolsa de valores, diretamente na sala de negociações ou pelo sistema de negociação eletrônico da Bovespa.

BOVESPA ( Bolsa de Valores do Estado de São Paulo )

A BOVESPA, assim como de todas as demais bolsas de valores organizadas, pode ser expressa em sua essência por um simples termo: – Liquidez

Ação/Acionistas

Ação: Título negociável, que representa a menor parcela em que se divide o capital de uma sociedade anônima.
Ação Cheia ( com ):
Ação cujos direitos ( dividendos, bonificação, subscrição ) ainda não foram exercidos.
Ação com Valor Nominal:
Ação que tem um valor impresso, estabelecido pelo estatuto da companhia que a emitiu.
Ação Escritural:
Ação nominativa sem a emissão de certificadas, mantida em conta de depósito de seu titular, na instituição depositária que for designada.
Ação listada em Bolsa:
Ação negociada no pregão em uma bolsa de valores.
Ação Nominativa:
Ação que identifica o nome do seu proprietário, que é registrado no Livro de Registro de Ações Nominativas da Empresa.
Ação – Objeto:
Valor Mobiliário a que se refere uma opção.
Ação Ordinária:
Ação que proporciona participação nos resultados econômicos de uma empresa; conhece a seu titular o direito de voto em assembléia.
Ação Preferencial:
Ação que oferece a seu detentor prioridade no recebimento de dividendos ou, no caso de dissolução da empresa, no reembolso de capital. Em geral não concede direito de voto em assembléia.
Ação sem Valor Nominal:
Ação para a qual não se convenciona valor de emissão, prevalecendo o preço de mercado por ocasião do lançamento.
Ação Vazia ( ex ):
Ação cujos direitos ( dividendo, bonificação, subscrição ) já foram exercidos.
Acionista:
Aquele que possui ações de uma sociedade anônima.
Acionista Majoritário:
Aquele que detém uma quantidade tal de ações com direito a voto que lhe permite manter o controle acionário de uma empresa.
Acionista Minoritário:
Aquele que é detentor de uma quantidade não expressiva ( em termos de controle acionário ) de ações com direito a voto.

Fonte: www.uff.br

Economia

Políticas Econômicas

1 Caracterização de Macroambiente Econômico

O domínio do conhecimento acerca do macroambiente econômico é de suma importância para empresários, homens de negócio, tomadores de decisão e para todas as pessoas de forma generalizada, a dona de casa, o estudante, o político, o profissional, pois os acontecimentos que ocorrem na esfera macroeconômica afetam a vida de todos.

A macroeconomia propõe-se a responder questões tais como: Qual o motivo de tanto desemprego” Por que o Brasil é deficitário no Balanço de Pagamentos?Ainflação poderá voltar?Oque fazer para baixar a taxa de juros?

Assim, pode-se dizer que as medidas adotadas no âmbito da política econômica (abordagem macroeconômica) afetam de maneira intensiva a vida do cidadão comum. Uma decisão de elevação do depósito compulsório (estudado no decorrer deste capítulo) pode interferir diretamente na renda, no emprego, nas vendas, e conseqüentemente na vida dos agentes econômicos.

Diferenciando microeconomia de macroeconomia, pode-se dizer que a microeconomia preocupa-se com o particular, com o individual, enquanto que a macroeconomia preocupa-se com o todo, com o geral. Uma analogia bastante comum para esta diferenciação é comparar o estudo econômico ao estudo de uma floresta. Diz-se que, ao estudar uma floresta, está sendo realizadoumestudo microeconômico a preocupação estiver voltada para as árvores e animais de cada espécie, de forma isolada. Por outro lado, se o estudo é macroeconômico a preocupação estará voltada para a floresta como um todo, e nas várias interrela ções entre os animais e as plantas da floresta.

Apesar do aparente contraste existente entre a micro e a macroeconomia, elas não são antagônicas e muito menos excludentes, sendo a diferença apenas uma questão de foco de estudo. Inclusive muito do estudo macroeconômico se respaldaemconclusões obtidas na esfera microeconômica, e vice-versa. Portanto, além desses enfoques não serem contraditórios, são também complementares, pois as manifestações ocorridas no mundo externo, principalmente as resultantes da ação do governo na economia, terminam por afetar o dia-a-dia do mundo microeconômico.

2 O que são Políticas Econômicas?

Entendem-se como políticas econômica, as ações tomadas pelo governo, que, utilizando instrumentos econômicos, buscam atingir determinados objetivos macroeconômicos.

É papel do governo zelar pelos interesses e pelo bem-estar da comunidade em geral. Para esta finalidade, o setor público, enquanto um agente econômico de peso dentro do sistema, procura atuar sobre determinadas variáveis e através destas alcançar determinados fins tidos como positivos para a população.

A exemplo do que foi comentado, é comum encontrar, no jornalismo econômico, notícias a respeito da elevação ou redução da taxa de juros.

Todavia, essas alterações nos juros são determinadas pela atuação do governo sobre outras variáveis (neste caso – oferta de moeda). Essas modificações nos juros buscam afetar outros objetivos maiores como crescimento econômico e/ou controle inflacionário.

Políticas econômicas têm como objetivo afetar a economia como um todo, e é por isso que sua análise está no campo da macroeconomia. Entender os objetivos e instrumentos das políticas é um dos objetivos do presente capítulo. Portanto, torna-se fundamental o entendimento do encadeamento lógico entre as ações, variáveis e objetivo. Desta forma é possível uma leitura e interpretação geral do mundo macroeconômico.

3 Para que Existem as Políticas Econômicas?

Os governos federais, estaduais e municipais têm importante papel na economia de uma nação.

As principais funções do setor público são destacadas em quatro áreas de grande abrangência:

Reguladora: o Estado deve regular a atividade econômica mediante leis e disposições administrativas. Com isso, torna-se possível o controle de alguns preços, monopólios e ações danosas ao direito do consumidor;
Provedora de bens e serviços:
o governo, também, deve prover ou facilitar o acesso a bens e serviços essenciais, principalmente àqueles que não são de interesse do setor privado, tais como, educação, saúde, defesa, segurança, transporte e justiça;
Redistributiva:
as políticas econômicas devem atingir e vir a beneficiar os mais necessitados da sociedade.Comisso, modificam a distribuição de renda e riqueza entre pessoas e/ou regiões. A igualdade social deve ser uma prioridade a ser buscada pelos órgãos públicos;
Estabilizadora:
os formuladores de políticas econômicas devem estar preocupados em estabilizar/controlar os grandes agregados macroeconômicos, tais como, taxa de inflação, taxa de desemprego e nível de produção, com o intuito de beneficiar a população.

Os cidadãos e agentes informados da sociedade brasileira sabem que essas quatro funções básicas do governo são vitais para o bom funcionamento de qualquer sistema econômico.

No estudo da macroeconomia cabe ainda destacar, neste capítulo, a última função do governo, ou seja, a de estabilizar/controlar os grandes agregados macroeconômicos.

Dentro dessa função do setor público, os principais agregados econômicos são: taxa de juros, crescimento econômico, nível de preços, taxa de desemprego e taxa de câmbio.

Entretanto, para que esses objetivos do setor público sejam alcançados de forma eficaz, o governo utiliza-se de um conjunto de políticas e instrumentos econômicos, destacados a seguir.

4 Políticas Econômicas e seus Instrumentos

As políticas econômicas e os grupos de instrumentos de que estas se utilizam para o atingimento de determinados fins podem ser divididos em três grandes grupos: política monetária, política fiscal e política cambial.

4.1 Política monetária

A política monetária tem como objetivo controlar a oferta de moeda na economia. Determinar a quantidade de moeda (dinheiro) na economia é função do Conselho Monetário Nacional (CMN), com participação do Banco Central do Brasil (BACEN). Ao determinar a quantidade de dinheiro, tem-se a formação da taxa de juros, ou seja, a taxa de juros pode ser simplificadamente interpretada como sendo o “preço do dinheiro”.

A lógica da política monetária consiste em controlar a oferta de moeda (liquidez) para determinar a taxa de juros de referência do mercado. Nesse sentido, o Banco Central, seja qual for o país, eleva a taxa de juros (“preço do dinheiro”), enxugando (diminuindo) a oferta monetária, e a reduz atuando de forma inversa.

Cabe destacar que em um sistema econômico, moeda representa os meios de pagamento. Estes, na sua forma mais líquida, podem ser representados pelo papel-moeda e pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Tanto as cédulas/moedas metálicas quanto os valores existentes nas contas bancárias representam os meios de pagamento.

A política monetária, ao controlar os meios de pagamento, está visando estabilizar o nível de preços geral da economia. Os governos que necessitam diminuir a taxa de inflação reduzem a oferta monetária e aumentam a taxa de juros. Esse mecanismo controla o nível de preços. Mas, se as taxas de juros permanecerem elevadas por um período longo, a economia pode deixar de elevar o crescimento econômico.

A propósito, qual o motivo de a taxa de juros da economia brasileira ser tão elevada, e o que poderia ser feito para reduzir a mesma? Os juros estão altos com o intuito de controlar a estabilidade de preços da economia, e, para baixar o mesmo, o governo teria que aumentar a liquidez do sistema, ou seja, colocar mais moeda em circulação, o que provavelmente traria um efeito indesejado que é a elevação dos preços de forma generalizada, definida em economia como inflação.

A lógica da política monetária consiste em controlar a oferta de moeda (liquidez) para determinar a taxa de juros de referência do mercado

Assim, respondendo a uma questão de anseio popular, a inflação pode retornar a patamares mais altos? Sim. Mas isto só virá a acontecer se por algum motivo (dificuldades na rolagem da dívida, por exemplo) o governo tiver que colocar em circulação uma grande quantidade de moeda para financiar a dívida.

O BACEN pode alterar os meios de pagamento (oferta de moeda) utilizando-se de quatro instrumentos:

a) Operações de mercado aberto (Open Market)

As operações de mercado aberto são caracterizadas pela compra e venda de títulos públicos do BACENno mercado. Esses títulos podem ser de emissão própria ou em geral do Tesouro. Seu impacto sobre a liquidez na economia pode ser resumido em dois simples exemplos:

Exemplo 1: Banco Central compra títulos públicos do mercado, fazendo o pagamento em reais. Nesse caso, a oferta de moeda aumenta, pois o BACEN está retirando um ativo (título) que não é meio de pagamento e fornecendo ao mercado um ativo líquido (moeda), no caso, Real.

Essa operação, realizada em grande quantidade, tem como objetivo aumentar a oferta de moeda e conseqüentemente diminuir a taxa de juros do mercado.

Exemplo 2: Banco Central vende títulos públicos ao mercado, recebendo o pagamento em reais. Ocorre o caso inverso do exemplo anterior. O BACEN está ofertando um ativo menos líquido (títulos) e retirando do mercado (economia) um ativo mais líquido (moeda).

Essa operação, realizada em grande escala, tem como finalidade diminuir a oferta monetária e conseqüentemente aumentar a taxa de juros e com isso controlar o nível de preços.

b) Depósito compulsório

São depósitos sob a forma de reservas bancárias que cada banco comercial é obrigado legalmente a manter junto ao Banco Central.

É calculado como um percentual sobre os depósitos à vista nos bancos comerciais.

Quanto maiores os depósitos compulsórios, maior o nível de reservas obrigatórias dos bancos junto ao Banco Central. Os recursos destinados aos empréstimos sofrerão uma diminuição e provocando com isso a criação de moeda bancária (valores depositados nos bancos).Ataxa de juros sofreria um aumento, sendo o inverso também verdadeiro.

Para diminuir a liquidez do sistema financeiro, o Banco Central eleva a taxa de compulsório. Com menos recursos para emprestar dos bancos comerciais, o crescimento da economia como um todo e afetado.

c) Redesconto bancário

Aassistência financeira de liquidez ou redesconto é o mecanismo pelo qual o BACEN socorre instituições financeiras com problemas de liquidez. O redesconto é o empréstimo que os bancos comerciais recebem do BACEN para cobrir eventuais problemas de liquidez. A taxa cobrada sobre esses empréstimos é chamada de taxa de redesconto.

Umaumento da taxa de redesconto indica que os bancos sofrerão maiores custos, caso tenham problema de liquidez. Neste caso, as instituições irão aumentar suas reservas e diminuir o crédito, aumentando o custo para se obter meios de pagamento, ou seja, a taxa de juros.

d) Controle e seleção de crédito

Uminstrumento não muito convencional, mas às vezes utilizado pelo Banco Central, refere-se ao controle direto sobre o crédito. Este pode estar relacionado ao volume de crédito, ao prazo e destinação do crédito. Este instrumento pode gerar distorções no livre funcionamento do mercado de crédito, e até desestimular a atividade de intermediação financeira.

A política fiscal visa estimular o crescimento e reduzir a taxa de desempenho por meio da elaboração do orçamento público

4.2 Política Fiscal

O principal instrumento de política econômica do setor público referese à política fiscal. Esta, por sua vez, consiste na elaboração e organização do orçamento do governo, o qual demonstra as fontes de arrecadação e os gastos públicos a serem efetuados em um determinado período (exercício).

Apolítica fiscal visa atingir a atividade econômica e assim alcançar dois objetivos inter-relacionados, a saber, estimular a produção, ou seja, crescimento econômico e combater, se for o caso, a elevada taxa de desemprego. O financiamento do déficit do setor público, também e um fator de preocupação da política fiscal.

O governo pode alterar o volume das receitas e gastos públicos através dos instrumentos fiscais.

Estes instrumentos são:

a) Impostos (receita):

Os impostos podem ser classificados em duas categorias:

Impostos diretos: incidem diretamente sobre a renda das unidades familiares e das empresas. Ex.: IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física); IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica).
Impostos indiretos:
são tributos que oneram as transações intermediárias e finais. São incorporados ao processo produtivo e, portanto, incidem indiretamente sobre o contribuinte (consumidor). Ex.: ICMS; ISS; COFINS; PIS.

b) Despesas do governo (gastos):

As despesas do governo podem ser divididas em:

Consumo: gastos com salários, administração pública, funcionalismo civil e militar.
Transferências:
benefícios pagos pelos institutos de previdência social, sob a forma de aposentadorias, salário-escola, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Subsídios:
são pagamentos feitos pelo governo a algumas empresas públicas ou privadas.
Investimentos:
gasto com aquisição de novas máquinas, equipamentos, construção de estradas, pontes, infra-estrutura.

c) Orçamento do governo:

O resultado das operações de receitas menos os gastos do setor público representam o orçamento do governo.

Este saldo pode ser classificado em três esferas:

Orçamento equilibrado: ocorre quando o total das receitas em valores monetários de um determinado período for exatamente igual ao total dos gastos em valores monetários.
Orçamento superavitário:
as receitas superam os gastos em valores monetários em um determinado exercício do governo.
Orçamento deficitário:
as receitas são inferiores aos gastos.

Quando o Tesouro Nacional, responsável pelas contas do setor público, registra um caso de déficit, o governo deve determinar como será o financiamento ou o pagamento desse excesso de gastos.

Entretanto, o resultado do setor público pode ser dividido em duas contas:

Superávit/déficit primário ou fiscal: é o saldo positivo/negativo alcançado quando a receita do governo federal e estadual é superior/ inferior aos seus gastos. É a diferença entre os gastos públicos e a arrecadação tributária no exercício, independente dos juros e da correção da dívida passada.
Déficit operacional (Necessidade de Financiamento do Setor Público – NFSP):
é calculado pelo resultado primário, acrescido do pagamento dos juros da dívida passada.

O déficit do setor público pode ser financiado por duas principais fontes de recursos:

Emissão de moeda: o BACEN, neste caso, cria moeda para financiar a dívida do Tesouro. Este procedimento é também conhecido como monetização da dívida.
Empréstimos:
venda de títulos da dívida pública ao setor privado (interno ou externo): o governo oferta títulos em troca de moeda para financiar sua dívida atual. Esse financiamento tende a aumentar o déficit operacional devido ao pagamento dos juros.

O atual governo (Fernando Henrique Cardoso) apresenta uma dívida pública no seu conceito operacional crescente porque busca sistematicamente o financiamento do déficit via empréstimos. A monetização da dívida é descartada, pois esta teria um impacto significativo sobre a taxa de inflação.

A atuação do governo através da política fiscal, da mesma forma que pela política monetária, busca alcançar alguns objetivos de política econômica, dentre os principais, a estabilidade e o crescimento econômico. Por exemplo, o nível de desemprego da economia brasileira pode ser entendido como resultado do baixo crescimento econômico, e este pode ser explicado em grande parte pela falta de políticas fiscais expansivas (por exemplo, aumento dos gastos públicos). Pelo lado da política monetária, uma maior oferta monetária para redução da taxa de juros poderia estimular o investimento privado, gerando desta forma novos empregos.

4.3 Política Cambial

O mercado de câmbio (divisas) é formado pelos diversos agentes econômicos que compram e vendem moeda estrangeira, conforme suas necessidades.

Empresas que vendem mercadorias ou ações no exterior estão aumentando a oferta de moeda estrangeira, em particular o Dólar, pois sua receita ocorre em moeda estrangeira. Empresas que compram bens ou ações do exterior estão demandando moeda estrangeira (Dólar), pois seus gastos ocorrem em dólares.

Neste sentido, o preço da moeda estrangeira em relação à moeda nacional é determinado neste mercado. Este preço é chamado de taxa de câmbio (R$/US$).

Cabe explicar que as relações econômicas, comerciais e financeiras dos agentes de determinado sistema econômico, com os agentes de outro sistema econômico (normalmente país), são registradas na Balança de Pagamentos. Eventuais déficits no Balanço de Pagamentos são decorrentes do fato de a entrada de divisas (dólares) ser inferior a saída de divisas. Este fato é resultado de dois desequilíbrios. O primeiro é que se exportam bens e serviços menos do que se conseguem importar, resultando em uma saída de divisas maior do que a entrada. O segundo desequilíbrio é causado pelo lado financeiro, onde não se conseguem atrair recursos (dólares) em quantidade suficiente para pagar as contas em dólar.

As empresas brasileiras que participam do comércio internacional dependem substancialmente da taxa de câmbio. Entender o funcionamento desse mercado é fundamental.

Caso o câmbio esteja a R$ 2,50, significa que são necessários R$ 2,50 reais para comprar um dólar. Se este subir para R$ 3,00 por dólar, ocorreu uma desvalorização da moeda local em relação à moeda estrangeira. O preço da moeda estrangeira elevou-se.

Se o preço sobe devido a umaumento da demanda por dólares, dizemos que ocorreu uma desvalorização do Real frente ao Dólar. Precisa-se de mais reais para comprar a mesma quantidade de dólares.

Se o preço desce devido a um aumento da oferta de dólares, dizemos que ocorreu uma valorização do Real frente ao Dólar. Menos reais serão necessários para comprar a mesma quantidade de dólares.

As empresas brasileiras que participam do comércio internacional dependem substancialmente da taxa de câmbio. Entender o funcionamento desse mercado é fundamental.

Ele pode agir de três maneiras:

a) Regime de câmbio flutuante

Neste caso não há intervenção do Banco Central no mercado. O preço da moeda estrangeira, ou a taxa de câmbio, é determinado exclusivamente pela interação entre oferta e demanda. O BACEN não compra e não vende dólares. Esse procedimento é adotado nos principais países desenvolvidos.

Após a desvalorização do Real frente ao Dólar em 1999, o País adotou um regime híbrido de câmbio, que mais se aproxima do cambio flutuante.

b) Regime de câmbio fixo

Este regime representa um caso extremo de controle do mercado.

O Banco Central deve estar constantemente regulando o mercado.

Caso haja um excesso de procura/demanda por dólares, este deve vender dólares ao mercado para que o câmbio não se desvalorize.

Caso ocorra um excesso de oferta de dólares no mercado, o Banco Central deve comprar o excesso para que o câmbio não se valorize.

A Argentina adotou esse regime durante a década de 1990. Alguns países da América Latina, tais como, Equador e Uruguai, também adotam ou adotaram esse sistema. Eles buscavam uma alternativa para controlar o nível de preços internos, fortalecendo a moeda nacional, pois esta estava fixada a uma taxa determinada de câmbio.

Controlar o mercado de câmbio exige do Banco Central um certo nível de reservas internacionais (cambiais). Se esse regime sofrer uma fuga significativa de capitais (dólares), o BACEN ira perder muitas reservas e conseqüentemente pode desvalorizar a moeda local.

c) Formas híbridas de câmbio

Formas híbridas de câmbio são maneiras de atuar sobre este; é uma mistura entre o câmbio fixo e o câmbio livre ou flutuante.

Existem inúmeras maneiras intermediárias entre o câmbio fixo e o câmbio livre de se atuar sobre o câmbio. Este texto se concentra em duas delas, pelo fato destas terem sido utilizadas na economia brasileira desde o período de 1994 até 2002. Regime de Bandas Cambiais e Dirty Float (flutuação suja).

O Regime de Bandas Cambiais, que foi utilizado na economia brasileira para o período de 1994 a 1999, adota uma flutuação para a taxa de câmbio dentro de determinados limites, ou seja, estabelece um teto e um piso. Esta forma de câmbio é considerada híbrida, porque entre os parâmetros, superior e inferior, o câmbio flutua livremente, aproximando-se dessa forma do câmbio livre. Todavia, quando a taxa de câmbio aproxima-se ou ultrapassa as bandas, as autoridades intervêm no mercado comprando ou vendendo divisas (dólares) até que a taxa retorne aos patamares estabelecidos. Sendo assim, podemos considerar essa taxa fixa dentro de determinados valores.

A amplitude de variação da taxa de câmbio depende dos interesses das autoridades econômicas, com vista aos objetivos de política econômica, podendo ter uma flexibilidade maior (limites mais amplos), ou ter uma maior restrição fazendo com que o teto e o piso desta flutuação se aproximem, sendo que neste segundo caso o regime também é chamado de Mini Bandas Cambiais.

A flutuação suja, que passou a ser utilizada no Brasil pós 1999, distancia-se do Regime de Bandas Cambiais, porque a princípio o câmbio é livre e pode flutuar livremente. No entanto, quando as oscilações ocorridas no mercado cambial podem vir a comprometer determinados objetivos de política econômica, o governo atua sobre o mercado até que a situação venha a estabilizar-se. A idéia é que, com a adoção do câmbio flutuante, o mercado passe a ter uma completa liberdade.

Desta maneira, as intervenções não são desejadas e só ocorrem em situações específicas.

Considerações finais

Pretende-se explicitar que as políticas econômicas, discutidas ao longo deste capítulo, são de suma importância para o entendimento dos cenários macroeconômicos. As ações de política monetária, fiscal e cambial têm como finalidade maior alcançar objetivos que tragam benefícios para a população, sendo que tanto o resultados destes objetivos como os reflexos, muitas vezes indesejados, que estas trazem acabam por afetar a vida de todos, empresas e pessoas.

Porém é importante saber que o governo, antes da adoção das medidas de política econômica, procura fazer uma leitura do cenário macroeconômico, buscando verificar qual a situação em que se encontra a economia, para traçar um plano de onde espera chegar. Para isto ele utiliza-se de mecanismos de observação da atividade econômica, que são conhecidos como indicadores econômicos.

Carlos Ilton Cleto Lucas Dezordi

Bibliografia

MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia empresarial. Curitiba: Ed. do autor, 2002.
ROSSETTI, José P. Introdução à economia. 18.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 5.ed. São Paulo: Makron, Mc Graw-Hill, 1991.

Fonte: www.fae.edu

Economia

O objeto central da economia: a escassez

A razão essencial da existência da Teoria Econômica (ou Ciência Econômica) é a escassez. Este conceito refere-se à falta ou insuficiência de alguma coisa. No caso das sociedades humanas, observamos que há um conflito constante entre necessidades e recursos, pois as nossas necessidades são ilimitadas, enquanto os recursos são escassos.

Ao falarmos das necessidades, estamos nos referindo aos principais elementos que garantem a sobrevivência material da espécie humana ( todos e cada um de nós). No que você pensa quando se fala de necessidades com esse significado? Enumerei abaixo as necessidades básicas do homem atual.

É bastante provável que esta lista contenha muitos, ou quase todos, os itens da sua própria lista:

Alimentos (sólidos e líquidos)
Vestuário e calçados
Moradia, mobília
Água corrente e eletricidade
Utensílios domésticos e eletrodomésticos
Meios de transporte

Esta lista é muito limitada. Observe, por exemplo, que excluímos tudo o que representa lazer e recreação no lar (aparelhos eletrônicos, livros e revistas etc.).

Observe, ainda, que os meios de transporte podem variar de uma simples bicicleta a uma moto, um automóvel ou ao transporte público (ônibus, trem, metrô).

Atividades fora do lar nem foram arranhadas (cinema, bares e restaurantes, viagens etc.). Além disso, se pensarmos que a vida em sociedade requer também que cada um possa contribuir para a melhora coletiva, através da participação enquanto cidadão livre e ativo, então o rol das necessidades aumenta bastante. Não acha? Pois estaríamos falando também em educação e saúde generalizados, imprensa livre e variada, governos democráticos com eleições regulares, justiça organizada e eficiente, etc.

Existe um número significativo de seres humanos que conseguem, ao menos, usufruir a lista de necessidades básicas e muitos destes também se beneficiam dos itens citados abaixo da lista, tais como lazer, educação, saúde, etc. No entanto, os itens enumerados como de necessidades básicas do homem está fora do alcance de parcelas significativas da humanidade atual. Milhões de pessoas, no Brasil e no mundo, não tem acesso a essa lista como um todo. No máximo, elas conseguem obter dois ou três daqueles itens em quantidades insuficientes. Você já viu quantas pessoas passam fome no Brasil e no mundo? Quantos desabrigados existem pelas ruas a fora? A este fato denominamos de exclusão social, ou seja, a exclusão do acesso aos bens materiais mais elementares e à própria participação nas decisões da sociedade.

O registro desse fato comum é importante para assinalar duas importantes características da vida social: as desigualdades sociais e a atualidade da luta pela sobrevivência de todos e de cada um. Os “incluídos” – isto é, aqueles que tem pelo menos acesso à lista mínima e à participação na cidadania – são, na imensa maioria, pessoas sem qualquer segurança de que manterão esse acesso por toda a sua vida.

O que a economia tem a ver com isso tudo?

Veja, você acabou de ter o seu primeiro contato com a escassez, no sentido econômico da palavra. Se você for analisar, perceberá que os próprios itens da nossa lista, considerados necessários a um mínimo de qualidade de vida humana, não estão acessíveis a todos. Entre os que conseguem esse acesso, a maioria o faz à custa de muita luta, por todos os dias e anos de suas vidas.

Mas o principal aspecto da escassez ainda não foi mencionado: a escassez de recursos.

E o que são recursos? A palavra recursos não se refere apenas a “dinheiro”.

Olhe novamente aquela lista de itens básicos e reflita: o que é preciso para que cada um deles esteja disponível para o nosso consumo?

Aparecerá uma outra lista de elementos necessários para torná-los disponíveis: terra, ou área (espaço); materiais que se transformarão naqueles itens (sementes, matérias-primas e componentes); ferramentas, máquinas, instalações para possibilitar o processamento desses materiais; mão-de-obra humana, tanto direta (com a “mão na massa”), como indireta (técnicos, administradores, pessoal de apoio administrativo). Essa lista de elementos necessários acabará se tornando maior do que a primeira.

Podemos dizer, então, que são necessários recursos materiais, técnicos, humanos e financeiros para os itens de necessidade básica do ser humano estejam disponíveis às pessoas que deles necessitam.

Assim, os recursos financeiros – que correspondem ao dinheiro ou a algo equivalente a ele (conta bancária, cartões de crédito ou linhas de financiamento, títulos e ações etc.) – são importantes, mas não exclusivos. Sua importância é que eles possibilitam comprar ou pagar pelos demais recursos – mas não os substituem. Não se faz comida, roupa ou moradia com dinheiro.

Infelizmente, os recursos mencionados são escassos. Em parte, porque a natureza não os oferece em todos os lugares de forma abundante. Os materiais básicos, por exemplo, não estão disponíveis generalizadamente. Sementes requerem, muitas vezes, solos específicos e tratamento das plantas (além disso, as plantas pertencem aos proprietários das terras em que estão enraizadas). Os minérios estão mal distribuídos.

A mão-de-obra necessária para produzir certos bens e serviços pode não ser aquela que se encontra numa região ou país: os conhecimentos e habilidades variam muito.

Outra parte do problema refere-se ao uso que os homens fazem desses recursos. A terra, por exemplo, já foi no passado e continua a ser hoje motivo de disputa pela sua posse – alguns a têm e outros querem tê-la, mas não dispõem de meios para isso. Essa disputa foi importante em diversos países e continua a ser assunto diário no Brasil.

Além disso, nós, humanos, acabamos utilizando, muitas vezes de forma irresponsável, alguns recursos da natureza que não eram, mas passaram a ser (por nossa culpa) escassos. A água é o maior exemplo da atualidade. O “planeta água” – como se refere a canção – está cada vez mais ameaçado pela poluição e pelo desperdício desse líquido precioso. Alguns estudiosos (inclusive economistas) consideram que, já neste século, a água pode vir a ser mais valorizada do que o petróleo é hoje.

O bicho-homem é um eterno criador de necessidades Parece-nos muito natural ficarmos preocupados com um “apagão”, como ocorreu há poucos anos, ou com a possibilidade de racionamento de água.

Muitos de nós nos angustiamos com a queda da conexão da Internet ou a interrupção de uma ligação do celular: Negócios importantes ou assuntos pessoais urgentes podem sofrer graves danos! Algum de vocês já pensou em consultar seus pais (para quem está na casa dos 40 anos é suficiente) ou avós, sobre como eles viviam sem essas angústias? Nossa espécie tem algumas dezenas de milhares de anos e somente agora tais necessidades tornaram-se indispensáveis. As abelhas e as formigas possuem uma organização social complexa, mas vivem hoje exatamente como viviam há dez mil anos, ao contrário dos seres humanos.

Ante os perigos da natureza. só a organização coletiva podia fazer frente a isso: fomos coletores, depois caçadores, depois agricultores e criadores de animais.

A cada mudança – e dentro dessas maiores, outras mudanças menores ocorriam freqüentemente: a descoberta de novos produtos a cultivar, novos animais a criar, novas técnicas de uso do solo e assim por diante – criávamos novas necessidades. Novos materiais, novas ferramentas, novos espaços, novas formas de organização coletiva, novas habilidades e conhecimentos, tudo está em constante mudança. Além disso, até os produtos e recursos tradicionais tinham que ser continuamente aumentados, tanto pelo crescimento da população, como pelo desejo natural de melhorar os padrões de vida. Durante uns quatro milênios, as mudanças ocorriam entre séculos.

Porém, os últimos duzentos anos foram particularmente velozes nas transformações. Durante a Idade Média (cujas datas-limite oficiais são 476 e 1453), a vida de um europeu não era muito diferente daquela de seu bisavô, salvo em algum detalhe secundário. Mas, desde o final do século XVIII (18), a humanidade entrou em uma vertigem de mudança cada vez maior.

O historiador Eric Hobsbawm assinala que na segunda metade do século XX ocorreu uma transformação de maior vulto em nossa vida coletiva: pela primeira vez, a maioria da nossa espécie deixou de viver da agropecuária e passou a depender das atividades urbanas (indústria, comércio e serviços). Já há quarenta anos, os psicólogos analisam o “conflito de gerações”. Esse conflito é, em grande parte, devido à mudança brutal no modo de produzir, consumir e viver em sociedade, que altera várias vezes os valores e a percepção que as pessoas têm do mundo ao longo de uma vida humana. A chave desse processo de transformação, de criação de novas necessidades e redescoberta constante da escassez é o processo de trabalho. Das comunidades primitivas à sociedade moderna, ele tem sido o motor da vida social. O trabalho é o centro da produção. Essa produção é a arma coletiva que descobrimos para tentar superar a escassez.

E o que os seres humanos produzem? Essencialmente, dois tipos de produtos: BENS e SERVIÇOS.

A produção de bens e serviços: nossa resposta à escassez O que são bens e serviços? De forma geral, bens e serviços são produtos do trabalho humano que atendem a necessidades humanas. Porém, o primeiro trata de produtos materiais (físicos) e o segundo de produtos abstratos que envolvem a oferta de ações especificas realizadas geralmente por outros seres humanos que dominam a técnica para realiza-las.

Como disse anteriormente, bens são produtos com existência física, portanto são tangíveis (podemos vê-los, senti-los ou tocá-los).

Eles têm forma, cor, textura – enfim, características físicas – e subdividem-se em quatro grupos:

Bens de consumo não duráveis: devem ser renovados freqüentemente, esgotam-se ou desgastam-se rapidamente. Isso inclui alimentos e bebidas, materiais de higiene e limpeza, vestuário e calçados;
Bens de consumo duráveis:
podem ser consumidos durante um tempo maior e não precisam ser renovados com freqüência. Automóveis (veículos em geral), eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos são típicos deste grupo;
Bens intermediários:
resultam de um primeiro processamento industrial, mas não servem para o consumo. Voltam ao processo produtivo para dar origem a bens finais. Exemplos: aço, celulose, metais processados, petróleo, produtos químicos;
Bens de capital:
são bens finais, mas não se destinam ao consumo das famílias e sim das empresas. São “bens que produzem outros bens”. Máquinas e equipamentos, em geral, representam este grupo.

Serviços não têm existência física: um ônibus é físico (portanto, é um bem), mas o transporte que ele realiza (deslocamento de pessoas entre locais distintos) não é algo físico, não pode ser tocado, sentido ou visto em termos de forma ou cor. Um corte de cabelo utiliza bens físicos – tesoura, aparelho elétrico – mas não é, em si mesmo, físico. Vemos seu resultado na pessoa, o barbeiro/cabeleireiro, agindo, mas o corte em si mesmo não existe fisicamente. Esta aula utiliza elementos físicos – e você a está lendo em papel ou no computador – mas a aula em si, a transmissão do conhecimento, não é física.

E um dos elementos desta aula é a energia elétrica transmitida desde uma usina a centenas ou milhares de km de distância: você a usa (como iluminação para sua leitura em papel, ou como fonte de energia para seu computador), mas não a vê.

Outra importante diferença: bens são primeiro produzidos e depois consumidos. Há uma separação no tempo entre esses dois momentos. Ela pode ser grande ou pequena (anos, décadas ou minutos) – mas sempre há distinção entre a produção e o consumo. Já os serviços são consumidos apenas durante o período em que estão sendo prestados. Se o motorista parar para um cochilo, o serviço de transporte se interrompe imediatamente. O corte de cabelo acaba quando o barbeiro cessa seu trabalho. A aula termina assim que o professor deixa de transmitir os conhecimentos pretendidos. Se o operador da usina hidroelétrica interromper sua atividade, imediatamente você ficará sem energia e terá que parar sua aula no computador ou sua leitura (se a luz do sol for insuficiente). Por isso, é mais correto falar em prestação de serviços. É somente para simplificar que dizemos “produção de bens e serviços”.

A produção de bens e serviços é uma atividade central na vida social, desde o final da pré-história até a nossa era de economia globalizada.

Ela baseia-se em dois princípios fundamentais:

É realizada através do trabalho humano. Por mais automatizada que seja a produção, ainda não se conseguiu tornar nenhum bem ou serviço totalmente independente do trabalho humano. E inúmeros produtos mantêm um nível muito limitado de automatização.

Sua produção requer aqueles recursos mencionados anteriormente (materiais, técnicos, financeiros e humanos) que são chamados de recursos produtivos, ou ainda, fatores de produção.

Separamos, anteriormente, os recursos produtivos em técnicos, materiais, humanos e financeiros. Mas para os economistas tem-se uma outra classificação.

Os fatores de produção agrupam-se em três tipos fundamentais:

Terra, ou recursos naturais (inclui a vegetação, o subsolo etc.)

Trabalho (a expressão “mão-de-obra” é limitada, porque o fator trabalho inclui também o trabalho técnico, administrativo e intelectual)

Capital: este termo refere-se aos equipamentos físicos usados no processo de trabalho, como máquinas, ferramentas, instalações físicas (fábricas, galpões, currais, escritórios etc.)

O que a ciência econômica estuda

Podemos agora sintetizar o objeto de estudo da Economia em:

Como os homens alocam (distribuem) seus recursos escassos para atender necessidades sempre crescentes. Também estudamos como as sociedades se organizam para realizar a produção e como os produtos criados são repartidos ou distribuídos entre os membros da sociedade.

Produção, distribuição e consumo estão no foco da Ciência Econômica. Nesses três processos, uma infinidade de decisões são tomadas. Produtores decidem como combinar os fatores de produção (quanto de cada fator será utilizado); consumidores decidem quanto de cada bem ou serviço irão comprar.

Produtores e consumidores sofrem uma restrição orçamentária: os recursos financeiros de que dispõem são limitados. Portanto, cada escolha significa uma renúncia a um uso alternativo desses recursos. Usar mais de um fator (por exemplo, trabalho) implica em usar menos de outro (por exemplo, máquinas). Comprar mais de um bem ou serviço implica em reduzir ou anular as compras de outro(s). Isso leva alguns economistas a definir a Economia como “ciência das escolhas”, o estudo científico de como essas decisões são tomadas e das conseqüências que acarretam para a própria economia.

Os economistas chamam custo de oportunidade aquilo que se deixa de produzir ou consumir cada vez que se faz uma escolha. Se pago meus estudos, terei que gastar menos com diversão ou roupas de grife. O que deixei de consumir é o custo de oportunidade de minha opção pelo estudo. De maneira análoga, um empresário que aloca seus fatores de produção para um produto prioritário está sacrificando a produção de outro produto. Este produto não fabricado é o custo de oportunidade daquele efetivamente produzido.

Note que este conceito de custo é distinto do conceito contábil: aqui não se gastou nada, apenas deixou-se de produzir ou consumir algo. Em economia, este custo não substitui o custo contábil, mas tem uma grande importância.

Na verdade, é um custo oculto: nem todos o percebem, mas é real e tem conseqüências estudadas pela Ciência Econômica.

Muitos estudos econômicos são, na verdade, comparações entre usos alternativos dos recursos: teria sido melhor para a empresa ou para a sociedade produzir bens e serviços diferentes daqueles escolhidos? O gasto em bens e serviços alternativos traria melhores resultados em termos de bem-estar individual ou coletivo? Quem, na verdade, está pagando pelas decisões adotadas em nome da sociedade? Não apenas pagando monetariamente, mas com a renúncia a dispor de bens e serviços diferentes daqueles escolhidos.

Um economista famoso cunhou um provérbio repetido por todos os autores sobre Economia: “Não existe almoço de graça”. Talvez, quem irá pagar a conta não esteja percebendo isso; nem por isso deixará de arcar com os custos, de uma maneira ou de outra.

A economia é uma ciência social, ou seja, estuda as interações entre as atividades e decisões individuais (de empresas e de pessoas) e seu impacto para a sociedade em seu conjunto, ou para os diversos grupos que a compõem. Por isso, ela interage com outras ciências sociais, como o direito, a sociologia, a história e a ciência política. Robinson Crusoé sozinho numa ilha não é um tema de estudo econômico, a não ser por contraste com outras pessoas interagindo entre si.

Os problemas econômicos fundamentais ou as três grandes perguntas de toda economia.

Uma vez que a Economia estuda como se combinam recursos escassos para produzir bens e serviços que satisfaçam as necessidades humanas e como estes serão distribuídos, surgem imediatamente três perguntas que qualquer organização social tem que responder, desde uma tribo indígena, uma sociedade escravocrata (como o Brasil no séc. XIX) a uma economia capitalista ou socialista.

São elas:

O que produzir? Ou seja, quais bens e serviços serão priorizados, dado que a escassez de recursos impossibilita produzir tudo o que a sociedade deseja;
Como produzir? Isto é, quais técnicas serão utilizadas, que proporção de cada fator de produção será adotada na produção de cada bem e serviço;
Para quem produzir? Quer dizer, ao final de tudo, quem irá adquirir e consumir os bens e serviços produzidos – esta questão relaciona-se com a distribuição de renda na sociedade.

Historicamente, houve diversas respostas a essas questões.

Cada resposta (ou melhor, cada conjunto de respostas) implica num determinado sistema econômico: um conjunto de leis, instituições, regras e atitudes sociais que envolvem toda a atividade produtiva.

Atualmente, a maioria dos países adota a economia de mercado (também denominada sistema capitalista) como forma de responder a essas questões. As economias socialistas já foram uma resposta alternativa, mas hoje poucos países adotam esse sistema. Há economistas, cientistas sociais, líderes políticos e empresários que consideram as respostas do capitalismo como adequadas.

Outros discordam: estes críticos vêm buscando alternativas viáveis, desde o fim do socialismo soviético e do Leste europeu.

Podemos observar essa discordância em dois grupos de lideranças que se reúnem periodicamente. O primeiro é o Fórum de Davos (cidade suíça onde costumam ocorrer suas reuniões), dos defensores da economia de mercado, que buscam aperfeiçoá-la. O segundo é o Fórum de Porto Alegre (assim chamado porque sua principal reunião mundial ocorreu na capital gaúcha), que discute formas alternativas de organização social e econômica.

A economia de mercado funciona baseada em decisões descentralizadas. Empresários decidem individualmente sobre os processos produtivos e as famílias (consumidores) decidem individualmente sobre seu consumo.

Os empresários baseiam-se em seus recursos disponíveis e nas indicações do mercado: preços em alta significam interesse dos consumidores; preços em baixa mostram desinteresse destes. Observando os preços dos bens e serviços e também dos fatores de produção (salários etc.), os empresários escolhem o que irão oferecer ao mercado. Os consumidores (as famílias) baseiam-se na sua renda e nos preços do mercado para decidir o que consumirão. O papel do governo é manter as regras gerais e evitar abusos, interferindo pouco nessas decisões.

O método da ciência econômica

O ECONOMISTA COMO CIENTISTA

Os economistas tentam tratar seu campo de estudo com a objetividade de um cientista. Eles encaram o estudo da economia de forma muito semelhante à de um físico quando estuda a matéria ou de um biólogo quando estuda a vida. Eles formulam teorias, coletam dados e depois analisam esses dados para confirmar ou refutar suas teorias.

Parece estranho, à primeira vista, afirmar que a economia é uma ciência. Afinal, os economistas não trabalham com tubos de ensaio ou telescópios. Contudo, a essência da ciência é o método científico – a conformação e o teste desapaixonados de teorias sobre o funcionamento do mundo. Esse método de estudo é tão aplicável ao estudo da economia de uma nação quanto ao estudo da gravidade terrestre ou da evolução das espécies. Como disse Albert Einstein, “A ciência não é nada mais do que o refinamento do pensamento cotidiano” .

Embora o comentário de Einstein seja verdadeiro tanto para as ciências sociais, como a economia, quanto para as ciências naturais, como a física, poucas pessoas estão acostumadas a olhar para a sociedade com os olhos do cientista. Portanto, vamos tratar algumas das formas pelas quais os economistas aplicam a lógica da ciência ao exame do funcionamento de uma economia.

Método Científico: observação, teoria e mais observação

Isaac Newton, o famoso cientista e matemático do século XVII, ficou curioso um dia, segundo se conta, ao ver uma maçã caindo da árvore. Essa observação levou a Newton desenvolver uma teoria da gravidade que tanto serve para uma maçã que cai no chão quanto a quaisquer dos objetos do universo. Subseqüentes testes da teoria de Newton mostraram que ela se aplica a muitas circunstâncias (embora, como mais tarde Einstein observaria, não todas as circunstâncias). Como a teoria de Newton foi tão bem sucedida na explicação de observações, ela é ensinada em cursos de física ainda hoje.

Uma interação entre teoria e observação também se registra no campo da economia. Um economista pode viver em um país que registra rápido crescimento e em função dessa observação poderá formular uma teoria da inflação. A teoria pode afirmar que altas inflações ocorrem quando o governo emite moedas demais.

Para testar esta teoria, o economista poderá coletar e analisar dados sobre preços e moeda de diferentes países. Se o crescimento da quantidade de moeda não registrasse nenhuma relação como a taxa de crescimento dos preços, o economista duvidaria da validade de sua teoria. Se o crescimento da moeda e dos preços estivesse altamente correlacionado nos dados internacionais, como de fato está, o economista passaria a ter mais confiança em sua teoria.

Embora os economistas, como os demais cientistas, utilizem a teoria e a observação, eles enfrentam um empecilho que torna sua tarefa extremamente desafiadora: com freqüência, os experimentos no campo da economia são difíceis. Os físicos que estudam a gravidade podem deixar cair muitos objetos no laboratório para gerar dados necessários ao teste das suas teorias. Já os economistas que estudam a inflação não podem controlar a política monetária do país simplesmente para gerar dados úteis. Os economistas, como os astrônomos e os biólogos que estudam a evolução, em geral têm que trabalhar com quaisquer dados que o mundo possas lhes fornecer.

Para encontrar um substituto para as experiências de laboratório, os economistas prestam muita atenção aos experimentos naturais oferecidos pela história.

Quando uma guerra no Oriente Médio interrompe o fluxo de petróleo cru, por exemplo, seus preços disparam em todo o mundo. Isso deprime os padrões de vida dos consumidores de petróleo e derivados. Para os formuladores de políticas econômicas, esse fato coloca uma escolha difícil quanto às medidas mais adequadas a serem implementadas. Mas para os cientistas econômicos, tal fato proporciona uma oportunidade de estudar os impactos de um produto natural de fundamental importância sobre a economia mundial, e essa oportunidade persiste muito tempo depois do fim do aumento dos preços do petróleo. Esses episódios são valiosos, para o estudo porque nos permitem ver como a economia funcionou no passado, e sobretudo, porque nos permitem ilustrar e avaliar as teorias econômicas do presente.

O papel das hipóteses

Se você perguntar a um físico quanto tempo leva para uma bolinha de gude cair do alto de um edifício de dez andares, ele responderá a questão supondo que a bolinha cai no vácuo. Naturalmente esta suposição é falsa. De fato, o edifício está cercado de ar, que exerce um atrito sobre a bolinha e retarda sua queda.

Contudo, o físico esclarecerá, corretamente, que esse atrito sobre a bolinha é tão pequeno que é negligenciável. Supor que a bolinha cai no vácuo simplifica muito o problema sem alterar substancialmente a resposta.

Os economistas elaboram hipóteses pela mesma razão: as hipóteses facilitam a compreensão do mundo. Para estudar os efeitos do comércio internacional, por exemplo, podemos supor que o mundo é constituído por dois países e cada um produz dois bens. Na verdade, o mundo real é formado por muitos países e cada um deles produz milhares de bens. Mas a hipótese de dois países e dois bens permite concentrar nosso pensamento. Uma vez que compreendido o comércio internacional num mundo imaginário de dois países e dois bens, estamos em melhor posição para entender o comércio internacional no mundo complexo em que vivemos.

A arte do pensamento científico – refira-se ele à física, à biologia ou á economia – está em decidir quais hipóteses formular. Suponha, por exemplo, que em lugar de deixar cair a bolinha de gude, deixamos cair uma bola de futebol do alto do prédio.

O físico considerará que a hipótese de ausência de atrito não se aplica neste caso: o atrito afeta mais a bola de futebol do que a bolinha de gude. A hipótese de que a gravidade opera no vácuo é razoável para estudar a queda da bolinha de gude mas não para estudar a queda da bola de futebol.

Da mesma forma, os economistas usam diferentes hipóteses para responder a diferentes questões. Suponha que queremos estudar o que ocorre na economia quando o governo altera a quantidade de dólares que circula na economia. Parte importante desta análise é saber como os preços reagirão. Muitos dos preços de uma economia mudam com pouca freqüência; os preços das revistas, por exemplo, só mudam depois de vários anos. Sabendo deste fato podemos formular diferentes hipóteses para estudar os efeitos da alteração da política em diferentes horizontes temporais. Para estudar esses efeitos em curto prazo, podemos supor que os preços não mudam muito, podemos até considerar a hipótese extrema e artificial de que os preços permanecem fixos. Contudo, ao estudar os efeitos da política em longo prazo, podemos supor que os preços são completamente flexíveis. Da mesma forma que o físico usa diferentes hipóteses quando estuda a queda de bolinhas de gude ou de bolas de futebol, os economistas usam diferentes hipóteses quando estudam os efeitos de uma alteração na quantidade de moeda no curto e no longo prazo.

Modelos econômicos

Na escola secundária os professores de biologia ensinam anatomia básica usando réplicas plásticas do corpo humano. Esses modelos têm todos os órgãos principais – o coração, o fígado, os rins e assim por diante. Esses modelos permitem ao professor mostrar a seus alunos, de uma forma simples, como se encaixam as partes importantes do corpo. Naturalmente, esses modelos plásticos não são corpos humanos de verdade, e ninguém confundiria o modelo com a pessoa. Esses modelos são estilizados e evitam vários pormenores. Contudo, a despeito dessa falta de realismo – na verdade, devido a essa falta de realismo – estudar esses modelo é útil para aprender como o corpo humano funciona.

Os economistas também usam modelos para prender o funcionamento do mundo, mas em vez de serem de plástico, os modelos econômicos são compostos de diagramas e equações. Como os modelos de plástico do professor de biologia, os modelos econômicos omitem muitos detalhes para omitir uma visão do que é realmente importante. Da mesma forma que o modelo de plástico do professor de biologia não inclui todos os músculos e vasos capilares, os modelos do economista não incluem todos os aspectos da economia.

Da mesma forma que o físico começa a análise da queda da bolinha de gude afastando a existência do atrito, os economistas afastam muitos dos pormenores da economia que são irrelevantes para a questão em pauta. Todos os modelos – na física, na biologia ou na economia – simplificam a realidade para melhorar sua compreensão.

Primeiro Modelo: o diagrama do fluxo curricular da renda

A economia é constituída de milhões de pessoas envolvidas em muitas atividades – compra, venda, trabalho, locação, produção e assim por diante. Para entender como funciona a economia precisamos encontrar alguma forma de simplificar o quadro de tais atividades. Em outras palavras, precisamos d e um modelo que explique, em termos gerais, como se organiza a economia.

Famílias e empresas interagem em dois tipos de mercados. Nos mercados de bens e serviços as famílias são compradoras e as empresas, vendedoras. Em outras palavras, as famílias compram os bens e serviços produzidos pelas empresas. Nos mercados de fatores de produção, as famílias são vendedoras e as empresas, compradoras. Nestes mercados, as famílias oferecem às empresas os insumos necessários à produção de bens e serviços. O diagrama do fluxo circular da renda oferece uma forma simples de organizar todas as transações econômicas que ocorrem e torno das famílias e das empresas na economia.

No circuito interno do diagrama, as empresas usam os fatores para produzir bens e serviços que, por sua vez, são vendidos às famílias nos mercados de bens e serviços. Portanto, os fatores de produção fluem das famílias para as empresas, e os bens e serviços fluem das empresas para as famílias.

O circuito esterno do diagrama mostra o fluxo de dólares. As famílias gastam dólares para comprar bens e serviços oferecidos pelas empresas. As empresas usam parte da receita de suas vendas para pagar os fatores de produção, como, por exemplo, salários aos funcionários. O que sobra é lucro dos donos das empresas, que por sua vez são membros das famílias. Portanto, a despesa com bens e serviços flui das famílias para as empresas e a renda, em forma de salários, de aluguéis e de lucros, flui das empresas para as famílias O diagrama do fluxo circular de renda é um modelo simples da economia. Deixa de lado vários elementos que em certas circunstâncias são importantes. Um modelo de fluxo circular da renda mais complexo e realístico incluiria, por exemplo, o governo e o comércio internacional. Contudo, esses pormenores não são cruciais para um entendimento básico da forma de organização da economia. Em função de sua simplicidade é útil ter em mente o diagrama do fluxo circular da renda quando se quer pensar sobre a forma como as peças da economia se encaixam.

No texto acima, você passou a conhecer o método utilizado pela Ciência Econômica. O modelo apresentado (o fluxo circular da renda) é muito útil. Nada se altera se pensarmos em reais ao invés de dólares. O modelo refere-se a uma economia genérica. Guarde suas principais definições para o momento em que estudaremos a Macroeconomia (aula 07).

Vejamos agora um segundo modelo, também importante para um contato inicial com os desafios da Economia. Vamos falar da Curva (ou Fronteira) das Possibilidades de Produção.

Uma economia simplificada (lembre-se, é um modelo) produz apenas dois tipos de bens: alimentos (bens de consumo) e máquinas (bens de produção).

Alimentos saciarão a fome agora, mas nada ficará para amanhã ou para o próximo ano. A capacidade produtiva da economia não terá aumentado, mas a população, provavelmente, sim. Por outro lado, máquinas novas permitirão produzir mais no futuro, mas hoje (neste ano) não saciarão as necessidades das pessoas. O que decidiremos produzir? Podemos pensar nos fatores de produção utilizados para produzir cada grupo citado. Eles podem ser deslocados da produção de máquinas para a de alimentos, ou vice-versa. Os fatores são escassos (essa é a lei geral da Economia), por isso não poderemos produzir todas as máquinas e todos os alimentos que gostaríamos. Temos que escolher. A tabela abaixo mostra as escolhas possíveis.

Alternativa Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas)
1 25 0
2 20 30,0
3 15 47,5
4 10 60,0
5 0 70,0

As alternativas 1 e 5 representam os extremos:

Na primeira, produziremos apenas máquinas e nenhum alimento. Os fatores de produção existentes permitem, nesse caso, a produção de 25 mil máquinas. No outro extremo, podemos utilizar esses fatores apenas para produzir alimentos, atingindo assim o máximo de 70 toneladas. As demais alternativas mostram combinações possíveis de ambos os produtos, utilizando todos os fatores de produção disponíveis.

As combinações da tabela podem ser representadas no gráfico a seguir (a curva correspondente à tabela é a cheia). Os pontos 1 até 5 são os da tabela. Todos estão sobre a curva, o que significa que todos eles representam o máximo de produção que se pode obter com os fatores de produção existentes. Já o ponto 6 representa uma combinação possível de máquinas e alimentos, porém subutilizando os fatores existentes. Ou seja, é um nível de produção abaixo das possibilidades dessa sociedade, indicando que há fatores não aproveitados (desemprego de fatores de produção). O ponto 7 representa um nível de produção impossível de ser obtido com os fatores existentes atualmente.

O formato côncavo da curva (continuamos olhando apenas a curva cheia) indica uma característica importante. Cada vez que resolvemos aumentar a produção de alimentos, teremos que fazer uma redução cada vez maior no número de máquinas produzidas (observe qual o sacrifício de máquinas cada vez que se aumenta em 10 toneladas a produção de alimentos). Simetricamente, se decidirmos aumentar a produção de maquinário, teremos que ir reduzindo proporcionalmente cada vez mais a produção de alimentos (veja o sacrifício de alimentos a cada 5 mil novas máquinas produzidas). Isso significa que os custos de oportunidade de qualquer das duas opções serão crescentes. A causa disso é que os fatores de produção não se adaptam perfeitamente a qualquer uma das escolhas. Fatores mais eficientes na produção de máquinas serão pouco eficientes na produção de alimentos. Por isso, teremos que deslocar um volume cada vez maior de fatores para aumentar o mesmo número de máquinas a cada vez.

A curva das possibilidades de produção é uma fronteira. Isso quer dizer que ela mostra o máximo, o limite superior de produção de máquinas e alimentos dessa sociedade. Para obter mais que isso – por exemplo, o ponto 7, que indica uma combinação de 25 mil máquinas e 50 toneladas de alimentos – seriam precisos mais fatores de produção que os existentes. Esse ponto poderá ser alcançado à medida que aumentar a força de trabalho dessa sociedade com o crescimento demográfico, ou que novas terras vierem a ser aproveitadas. Uma outra possibilidade, muito importante, é dada pelo avanço tecnológico. Com novas tecnologias é possível extrair mais produtos com o uso do mesmo volume de fatores. Nesse caso, a curva ou fronteira das possibilidades de produção se deslocaria para fora (seguindo as setas), mostrando novas combinações de máquinas e alimentos, hoje impossíveis, mas amanhã tornadas possíveis pelas inovações tecnológicas. Essa nova fronteira está sendo representada pela curva tracejada do gráfico.

Assim, pode-se afirmar que a tecnologia amplia a capacidade produtiva de uma economia e, por isso, tem papel central no desenvolvimento econômico.

Subdivisões da teoria econômica: micro e macroeconomia

Muitos ramos do conhecimento são subdivididos para possibilitar um desenvolvimento mais aprofundado de seu estudo.

A Economia costuma ser subdividida em dois campos principais: micro e macroeconomia.

A Microeconomia estuda as unidades de produção (empresas) e as unidades de consumo (famílias), individualmente ou em grupos. Por exemplo, buscar entender a relação da indústria automobilística com seus fornecedores ou com as concessionárias de veículos é um problema típico de seu estudo; ou tentar compreender como as grandes empresas negociam crédito com os bancos e as dificuldades das pequenas empresas para ter acesso ao mesmo crédito.

Já a Macroeconomia estuda os grandes números da economia, sem decompô-los. Questões tais como a taxa de crescimento do produto e da renda nacional, o nível de emprego e o desemprego, a inflação, as taxas de juros, a receita e a despesa do governo ou o comércio exterior são algumas das principais abordadas pelos macroeconomistas. Como eles não são decompostos, mas vistos de forma total (ou agregada), costuma-se falar de “agregados macroeconômicos”.

Podemos fazer um paralelo com alguém que deseja conhecer uma nova cidade.

Ele pode, primeiramente, subir numa montanha próxima à cidade e observá-la no conjunto: seu tamanho, o que a rodeia (mar, rio, floresta, caatinga, cerrado, outras cidades), que relações ela estabelece com esse entorno (há muito movimento de entrada de pessoas ou cargas?), a altura média das construções, as principais áreas em que se divide (residencial, comercial, terrenos vazios, áreas de chácaras, parques).

Outra forma é entrar diretamente na cidade e observá-la por dentro: os tipos humanos, as casas, ruas, pontes, os veículos, os postes, a iluminação etc. É evidente que o primeiro método dará uma impressão geral logo de início, mas não observará detalhes importantes. Já o segundo possibilitará conhecer bem detalhadamente a região ou as regiões que se conseguir visitar, mas deixará de lado a visão geral (e, se a cidade for grande, outras regiões ficarão desconhecidas do observador).

Obviamente, os dois métodos se completam: pode-se iniciar por um ou outro, mas o ideal é observar a cidade das duas maneiras citadas (por isso, na falta da “montanha”, turistas e pessoas interessadas costumam olhar mapas e ler materiais de apresentação de uma cidade quando querem conhecê-la, ao mesmo tempo em que se embrenham por ela). Da mesma forma, a micro e a macroeconomia não são excludentes, mas complementares. Na verdade, estamos olhando para a mesma coisa – uma determinada economia, como a do Brasil – de duas formas distintas, que, em conjunto, nos permitem compreender melhor o seu funcionamento.

Síntese

Nesta aula, você entrou em contato com o objeto de estudo da Economia e com os problemas econômicos fundamentais.

Foi apresentado a alguns conceitos econômicos fundamentais: escassez, produção de bens e serviços, fatores de produção, custos de oportunidade. Começou a observar o método científico adotado em Economia.
Conheceu dois modelos básicos bastante importantes:
o fluxo circular da renda e a curva das possibilidades de produção.
E ficou sabendo que a Economia é subdividida, para efeito de estudo, em dois campos:
Macro e Microeconomia.

Referências Bibliográficas

MANKIW, G.M. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
NOGAMI, Otto & PASSOS, C.R.M. Princípios de Economia. 3 ed. São Paulo: Pioneira, 2003.
PINHO, D. B. (coord.). Manual de Economia – equipe de professores da USP. São Paulo: Saraiva, 2003.
VASCONCELLOS, M. A. S. & GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2004.

Fonte: arquivos.unama.br

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2 comments

  1. voces compilaram uma introdução bastante completa sobre Economia, após a leitura desses textos os alunos já podem começar a estudar os conceitos da microeconomia.

  2. Gostei

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