Hezbollah

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Hezbollah – O que é

O Oriente Médio é tido por nós ocidentais como uma região conturbada há décadas. São anos a fio de conflitos, atentados e guerras motivados por questões políticas, culturais, religiosas e econômicas (muitas delas motivadas pelas preciosas reservas de petróleo da região) que devastam muitos países do Oriente Médio através de gerações.

Esses fatores fomentaram o aparecimento,ao longo das últimas décadas,de diversos grupos armados formados por grupos sociais específicos, com ideologias e maneiras de atuar muito distintas, sendo um desses grupos o Hezbollah (também gravado Hizbollah).

Seu nome significa “Partido de Deus” configurando-se como um partido político islâmico xiita situado no Líbano.  Sua origem deu-se em 1982 devido aos conflitos da Guerra Civil Libanesa (1975-1990),iniciada pela invasão de Israel ao país.Em seu início, o Hezbollah foi formado como um grupo miliciano de libaneses que se uniram devido à guerra simplesmente para defender suas comunidades contra os ataques de Israel.

Como o passar dos anos, o Hezbollah passou a angariar mais e mais adeptos, em especial, devido a sua atuação, junto à população mais pobre libanesa, através de atitudes de forte apelo emocional e viés político, como a construção e manutenção de escolas e hospitais em áreas extremamente carentes do país.

Além dessas ações de suposta “caridade” o Hezbollah passou também a ser responsável por parte significativa da produção agrícola libanesa, alimentando uma população que vivia a fome e as mazelas de guerra que não dava sinais de ter fim.

Populares em foto de manifestação pública em apoio aos atos do Hezbollah
Populares em foto de manifestação pública em apoio aos atos do Hezbollah

Do ponto de vista externo, no tabuleiro de xadrez político que é o Oriente Médio, o Hezbollah foi e ainda é financiado econômica e ideologicamente pelo Irã,uma vez que este possui interesses específicos na região.

Em contrapartida, enquanto o Hezbollah se configura como um importante aliado libanês ao Irã, o mesmo é interpretado como um grupo terrorista extremista pelos E.U.A. e outros países ocidentais,bem como por Israel no Oriente Médio, parceiro de longa data dos norte-americanos e peça central do interesse dos Yankees na região.

Bandeira do Hezbollah

Bandeira do Hezbollah

No ano de 1985 foi lançado pelos adeptos do partido o seu manifesto, que continha os três eixos principais de combate do Hezbollah:

Abolir a influência de países colonialistas no Líbano (o documento foi escrito ainda durante os anos da Guerra Fria e a região era disputada tanto pelos E.U.A. quanto pela União Soviética);
Julgar aqueles que haviam cometido crimes de guerra contra os libaneses;
Implementar um governo muçulmano no Líbano.

Este último ponto acabou perdendo força com o passar das décadas, enquanto o primeiro passou a ser voltado contra Israel, predominantemente.

Em 2009, o partido lançou uma nova carta manifesto na qual foram atualizadas as ideias defendidas pelo Hezbollah, em uma clara tentativa de acompanhar as mudanças ocorridas no mundo nos últimos tempos¹.

Com o término da Guerra Civil Libanesa, o Hezbollah deixou, em parte, suas características paramilitares sem, no entanto, nunca abandoná-las por completo. Com uma forte atuação no sul do Líbano, seu braço armado é conhecido por Jihad Islâmico, que possui ligação fora de seu território inclusive na Europa, África e Américas.

É justamente esse segmento que é acusado de ainda realizar assassinatos e ataques à adversários políticos e no território de Israel, seu principal inimigo.

Ao abandonar as táticas de guerrilha e se focar nas disputas políticas, o Hezbollah deixou de se configurar apenas como um grupo paramilitar para se tornar realmente um partido político.

Hoje o Hezbollah possui canais de comunicação direto com a população através de emissoras de rádio e TV, inclusive com sinal via satélite, projetos diversos de assistência social, já citados anteriormente e grande prestígio popular entre a população xiita libanesa.

Desfile público de soldados do Hezbollah
Desfile público de soldados do Hezbollah

Desta maneira, pode-se afirmar que o Hezbollah, ao se adaptar a configuração política libanesa recente, passou a fazer parte da cultura política do país, conquistando assim seu próprio espaço no âmbito nacional.

Recentemente o partido conquistou o direito a veto para propostas que tramitem pelo Parlamento, importante medida para que possa garantir, ao menos, o desenrolar de medidas que vão ao encontro de seus interesses.

Cabe ainda ressaltar que o Hezbollah nunca abandonou por completo suas tropas, mantendo-as até os dias atuais contra eventuais invasões de Israel ao Líbano.

Um grande problema acarretado devido a esse lado violento do partido são as dissidências internas que, por muitas vezes, acabam sendo respondidas através de atentados e assassinatos, ainda que em casos mais raros e que não tem acontecido atualmente.

Seria simplório caracterizar o Hezbollah apenas como um grupo terrorista. Sua gênese ao ser comparada com sua atuação recente demonstra que o grupo não apenas cresceu, mas também se consolidou como uma importante força política, tanto no Líbano quanto no Oriente Médio como um todo, defendendo diferentes interesses geopolíticos.

Ao se atentar para as demandas mais básicas da população libanesa mais carente, o Hezbollah conseguiu a proeza de realmente se tornar um dos grupos políticos capaz de não decidir a política libanesa, mas também de exercer pressão política e social de maneira expressiva.

Hezbollah – História

Formado em 1982 em resposta à invasão israelense do Líbano, o Hezbollah (o “Partido de Deus”), um grupo terrorista xiita baseado no Líbano, defende o empoderamento xiita em todo o mundo.

Hezbollah esteve envolvido em vários ataques terroristas anti-EUA, incluindo os ataques suicidas com caminhões-bomba da Embaixada dos EUA em Beirute em abril de 1983, o quartel da Marinha dos EUA em Beirute em outubro de 1983 e o anexo da Embaixada dos EUA em Beirute em setembro de 1984, também como o sequestro do TWA 847 em 1985 e o ataque às Torres Khobar na Arábia Saudita em 1996.

Hezbollah participa do governo libanês desde 1992. Com a aprovação da Resolução 1559 do Conselho de Segurança da ONU em 2004, que pedia o desarmamento de todas as milícias armadas no Líbano, o Hezbollah se concentrou em justificar sua retenção de armas ao se apresentar como o defensor do Líbano contra a agressão israelense. Em 12 de julho de 2006, o Hezbollah sequestrou dois soldados israelenses, dando início à guerra de 2006 na qual o Hezbollah reivindicou a vitória em virtude de sua sobrevivência. Desde então, procurou usar o conflito para justificar sua necessidade de manter suas armas como força de resistência libanesa.

Em maio de 2008, militantes do Hezbollah apreenderam partes de Beirute em resposta aos apelos do governo para restringir as comunicações seguras e as armas do Hezbollah.

Nas negociações para acabar com a violência, o Hezbollah ganhou poder de veto no governo e manteve suas armas e comunicações seguras.

Em julho de 2011, o Tribunal Especial da ONU para o Líbano (STL) indiciou quatro membros do Hezbollah – incluindo um oficial sênior do Hezbollah – pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq al-Hariri, que foi morto por um carro-bomba em Beirute em 14 de fevereiro de 2005 O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, declarou publicamente que o Hezbollah não permitirá que nenhum membro seja preso e continua a pintar o STL como um procurador de Israel e dos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2008, o chefe militar do Hezbollah ‘Imad Mughniyah foi morto por um veículo-bomba em Damasco. Nasrallah culpou publicamente Israel e continua a prometer retaliação. Além disso, Hasan al-Laqis, um líder militar sênior do Hezbollah, foi baleado e morto fora de sua casa em 3 de dezembro de 2013. O Hezbollah acusou Israel de responsabilidade pelo assassinato, embora Tel Aviv negue o envolvimento.

Duas facções extremistas desconhecidas emitiram declarações reivindicando a responsabilidade pelo assassinato.

Desde a morte de Mughniyah, o grupo se engajou em sua campanha terrorista mais agressiva visando os interesses israelenses fora do Oriente Médio desde a década de 1990. Em julho de 2012, o Hezbollah detonou uma bomba em um ônibus em Burgas, na Bulgária, matando cinco turistas israelenses e um búlgaro. Vários outros lotes foram interrompidos, incluindo as prisões de operativos em 2014 no Peru e na Tailândia e a descoberta em 2015 de um depósito de explosivos e a identificação de um operativo em Chipre.

Nasrallah indicou publicamente em maio de 2013 que o Hezbollah estava apoiando o regime de Bashar al-Asad, enviando combatentes para a Síria, incluindo milícias xiitas iraquianas.

O grupo também apóia grupos rejeicionistas palestinos em sua luta contra Israel e oferece treinamento para militantes xiitas iraquianos que atacam os interesses ocidentais no Iraque.

A União Europeia designou a ala militar do Hezbollah como uma organização terrorista em 22 de julho de 2013, após a condenação em março daquele ano de um membro do Hezbollah em Chipre, o atentado a bomba em julho de 2012 na Bulgária e a intervenção do grupo na Síria.

Fonte: Vinicius Carlos da Silva

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