Civilização Árabe

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CIVILIZAÇÃO ÁRABE, ESSA DESCONHECIDA

Parece incrível, mas na era da “aldeia global”, da internet, da globalização, das comunicações instantâneas, nós, povos ocidentais, continuamos quase tão ignorantes acerca da civilização árabe quanto éramos antes de tudo isto.

Se levarmos em conta que a religião está intimamente ligada àquela cultura, veremos que conhecer a crença muçulmana é mais do que meio caminho andado para se entender o modo de vida dos povos do Oriente Médio.

Seria mais do que pretensão da minha parte, seria ridículo, se declarasse que conheci a cultura islâmica nestes vinte e poucos dias em que estive na Turquia e no Egito, além da Grécia.

Mas não é menos verdade que pelo menos tive com ela um contato superficial que eliminou algumas dúvidas e perplexidades.

Quando estive no Marrocos em 1991 fiquei chocado ao deparar, em Casablanca, com ostensiva prostituição. É bem verdade que isto sucedeu apenas em Casablanca, mas mesmo assim foi uma surpresa e tanto encontrar-me com a mais velha e também a mais indigna das profissões numa cidade islâmica.

A chamada “dança do ventre”, uma coreografia sensualíssima, uma quase rival do nosso samba saracoteado nos desfiles carnavalescos, também me intrigava, porque achava no mínimo uma incoerência; um contraste sem explicação, a permissão para aquele espetáculo e a exigência de que as outras mulheres se cobrissem dos pés à cabeça, incluindo a própria face. Bem, nestes aspectos ainda continuo com algumas dúvidas apesar das explicações pouco convincentes de Faruck o nosso Guia egípcio.

Todavia, os aspectos fundamentais do maometismo pude entender, pelo menos superficialmente, e penso que podem ser resumidos nos seguintes postulados:

Não existe outro Deus, exceto Allah, sendo Maomé o seu Profeta e último representante na Terra;
Todo muçulmano é obrigado a orar pelo menos cinco vezes durante o dia, em horários preestabelecidos;
Praticar a caridade através da distribuição anual de algum bem e dar esmolas aos menos favorecidos;
Jejuar desde o amanhecer até o pôr do Sol durante o mês sagrado do Ramadan;
Peregrinar a Meca terra natal do Poeta Maomé pelo menos uma vez na vida.

De acordo com as informações que obtivemos, a mulher muçulmana seria muito mais valorizada do que aquilo que se presume aqui no ocidente.

No Marrocos é vedada a entrada de “infiéis” em Mesquitas.

No Cairo visitamos duas delas: a de Mouhamed Ali e a do Sultan Hassan. Nesta última o nosso Guia nos repassou várias outras informações sobre sua religião que, pelo menos para mim, foram surpreendentes.

Estávamos todos descalços, e as mulheres, além disto, com a cabeça e o colo protegidos (ou escondidos) por um véu. Ficamos sentados no chão, formando um semicírculo.

Ele falou que um homem muçulmano poderia ter tantas mulheres quantas quisesse; haveria entretanto, segundo ele, duas condições.

A primeira delas, apesar de humilhante, sob o meu ponto de vista, seria razoável e exequível para os padrões da cultura islâmica: que o marido detivesse condições econômicas e financeiras a fim de alimentar a todas, bem como aos seus filhos.

Já a segunda pareceu-me um pouco uma espécie de “barra forçada”: que a (as) outra(s) mulher (es) concordasse(m) com tudo isto uma vez que o marido é obrigado por lei a tratar muito bem a todas as suas esposas.

Será que haveria alguma delas suficientemente corajosa a fim de vetar a poligamia do parceiro?

Outra “regalia” que, segundo Faruck, seria dispensada à mulher é, no mínimo, curiosa. O marido supostamente traído por qualquer uma das suas concubinas poderia repudiá-la sumariamente sem um “tchau” e sem um centavo de pensão alimentícia. Mas para isto ele deveria apresentar perante o Ulemá (o juiz), no mínimo três testemunhas que garantissem ter visto a mulher em pleno coito com o estranho.

Fez questão de insistir que não adiantava presenciar o homem em cima da mulher, mas seria compulsório jurar perante Allah, ter visto com os próprios olhos que a terra haverá de comer, a efetiva penetração.

Há mais: em caso de falso testemunho, o coitado daquele misto de detetive, mágico, ginecologista e homem invisível, seria sumariamente executado. Para não perder o meu amigo, digo, o meu guia, fingi acreditar.

Quanto aos outros aspectos sociais, as mulheres muçulmanas deteriam os mesmo direitos dos homens no que se refere à educação, propriedade privada, escolha da profissão e participação na administração pública.

A fim de corroborar a veracidade desta informação, devo declarar que quando estive em Paris em Julho de 1989 durante os festejos do Bicentenário da Revolução, vi pessoalmente a primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto. Aquelas sociedades que oprimem e discriminam as suas mulheres não parecem proceder assim pelo fato de adotarem a religião islâmica, mas, “apesar disto”.

Homens e mulheres se vestem com simplicidade, sem nenhum luxo e destituídos da sofisticada moda burguesa que caracteriza a civilização ocidental. Este último aspecto não precisava ser relatado.

Qualquer estrangeiro poderá comprovar isto pessoalmente. Basta olhar ao seu redor.

Civilização Árabe – Origem

Os árabes eram originalmente o povo do deserto da Arábia. Convertidos ao islamismo no século 7 d.C., eles conquistaram o Oriente Médio dos impérios sassânida e bizantino e estabeleceu uma sucessão de impérios árabes-islâmicos do Oriente Médio da Espanha para Ásia Central e do Cáucaso à Índia. Mais profundamente, o Islã, bem como suas leis e doutrinas, tornou-se a religião e cultura universalmente aceita dos persas, Turcos e muitos outros povos.

O que é referido como Civilização Árabe é uma combinação de certos valores árabes clássicos [ver árabe], cultura e instituições islâmicas, a herança conhecimento das grandes civilizações do Velho Mundo, e a unidade fornecida pela Linguagem árabe. Os árabes preservaram e construíram sobre o conhecimento existente nos reinos de governo, literatura, filosofia, história, arte e arquitetura, música, física e ciências matemáticas, biologia, medicina, engenharia, navegação e direito comercial.

Embora o controle árabe sobre os impérios islâmicos tenha se mostrado efêmero, o Islã continuou a florescer como religião e civilização do Oriente Médio. Atualmente, um quinto do a população mundial é muçulmana e o Islã se tornou a segunda maior religião em ambos Europa e América do Norte.

Influências árabes na civilização

Civilização Árabe

influência árabe na civilização moderna é algo que não pode ser esquecido. Durante os séculos 7 e 13, a civilização árabe foi uma mistura de diferentes grupos que uniram os povos da Espanha, bem como do Norte da África na parte ocidental, às antigas regiões da Síria, Egito, Mesopotâmia e o atual Oriente Médio.

O período entre os séculos VII e XIII experimentou uma rápida expansão islâmica que consolidou seu império. Várias alianças foram formadas, a formação de rotas de comércio e recrutamento de pessoas e terras em uma força forte. Esta era de civilização reuniu cristãos, muçulmanos e judeus. Trouxe unidade entre africanos, árabes, egípcios, barbeiros cananeus e muitas outras raças. Essa rica diversidade criou uma civilização moderna vibrante e dinâmica.

O intercâmbio cultural promoveu o desenvolvimento das ciências e artes que possibilitaram a preservação de bibliotecas para as culturas da Grécia Antiga, Romana e Bizantina.

Também é importante notar que durante a idade das trevas na Europa, a maior parte do avanço do mundo veio do mundo árabe e islâmico.

Houve novas descobertas nos campos das artes e ciências que geralmente melhoraram os padrões de vida do homem. As principais bibliotecas estavam localizadas em Marrocos (Fez), Mali (Timbuktu) e al-Azhar (Egito).

É interessante notar que foi nesse período que as palavras açúcar, laranja, café, sofá, álgebra e cetim penetraram nas línguas europeias.

Influência da civilização árabe em diferentes disciplinas

Astronomia

Assim como a álgebra, o astrolábio melhorou por causa da religião. Era usado principalmente para determinar a hora exata em que o sol nascia e se punha para a oração, bem como para saber a hora certa para jejuar durante o mês sagrado do Ramadã. Astrônomos árabes do Oriente Médio foram responsáveis pela coleta de mapas astronômicos em lugares como os de Maragha e Palmyra.

Com o tempo, os astrônomos foram capazes de determinar o tamanho de um grau para determinar longitudes e latitudes – necessário para investigar a velocidade aproximada da luz e do som. Al-Biruni é considerado um dos maiores cientistas do mundo árabe. Ele foi a primeira pessoa a discutir a possibilidade de a Terra girar em seu próprio eixo – uma teoria que mais tarde foi comprovada por Galileu Galilei.

Matemática

Existe uma grande influência da civilização árabe no campo da matemática. É o sifr ou zero do árabe que oferece soluções para problemas matemáticos complicados. Além disso, o sistema decimal árabe, e seu numeral (uma versão aprimorada do conceito hindu), foram cruciais para o desenvolvimento da ciência.

Foram também os árabes que inventaram e melhoraram a álgebra e a trigonometria. Um árabe chamado Al-Khwarismi é atribuído à descoberta da álgebra. Por último, mas não menos importante, os escritos de Leonardo Fibonacci de Pisa, Mestre Jacob de Florença e Leonardo da Vinci comprovam a influência da influência árabe nas universidades europeias.

Medicina

No campo da medicina, as influências árabes remontam à antiga Mesopotâmia e ao Egito, quando melhoraram o modo de curar várias doenças.

Um dos famosos enciclopedistas médicos do século IX chamava-se Al-Razi.

Alguns de seus famosos trabalhos médicos, como Kitab al-Mansuri, foram usados na Europa até o final do século XVI. Além disso, Al-Razi também foi a primeira pessoa a diagnosticar sarampo e varíola.

Ibn Sina, um árabe que é um renomado cientista e filósofo conhecido na Europa como Avicena. Ele também foi o maior escritor médico da Idade Média. Avicena foi pioneira na maioria dos trabalhos relacionados à saúde mental. Existem vários outros indivíduos árabes que fizeram contribuições tremendas na área médica, como Ibn Khatib, Ibn Khatima, Ibn Nafis, entre outros.

Arquitetura

Assim como acontece com a matemática e a astronomia, um dos principais objetivos da arquitetura árabe primitiva era glorificar ou promover o Islã. Como tal, os arquitetos deram o seu melhor na construção de belas mesquitas e mausoléus. Eles adotaram o show de cavalos dos romanos e o redesenharam em uma arquitetura adorável.

A Grande Mesquita de Damasco é uma das grandes obras da arquitetura árabe construída no início do século VIII. Além disso, a Mesquita de Ibn Tulun no Cairo (com seus arcos) serviu de inspiração para a maioria das magníficas catedrais da Europa.

Horticultura

Os árabes contribuíram imensamente para a indústria de horticultura. Os árabes antigos amavam a terra provavelmente por causa de sua religião.

Eles eram freqüentemente guiados pelas palavras atribuídas ao Profeta Muhammad (PECE) “quem quer que dê vida à terra morta, para ele, há uma recompensa”. Os árabes também foram pioneiros na botânica.

Os árabes também contribuíram fortemente para a produção de alimentos. Eles costumavam enxertar uma única videira para permitir que produzisse uvas de cores diferentes.

Seus vinhedos são considerados responsáveis pelo futuro da indústria do vinho na Europa e além.

Cozinhas

civilização árabe contribuiu amplamente para diferentes tipos de alimentos ao redor do mundo. É difícil encontrar uma culinária do Oriente Médio sem a cultura árabe. A maioria deles é resultado de empréstimos de diferentes culturas. Existem vários outros alimentos que refletem a civilização árabe em vários lugares ao redor do mar Mediterrâneo.

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Linguagem e caligrafia

O fato de Deus ter comunicado a Maomé em árabe, todos os muçulmanos veneram a língua árabe. Consequentemente, para a maioria dos muçulmanos, a caligrafia árabe é uma arte por si só.

Além disso, a língua árabe está repleta de literatura, drama e poesia que são evidentes tanto no Ocidente quanto na Europa. Algumas das primeiras publicações árabes incluíram a tradução em obras clássicas árabes de Platão, Aristóteles Ptolomeu, Hipócrates, Galeno e Dioscórides.

Em geral, a influência dos árabes na civilização moderna é indiscutível. A civilização árabe é uma das civilizações antigas do mundo cujos efeitos ainda são sentidos hoje.

Tem contribuído muito para vários campos importantes, como medicina, matemática, ciências, horticultura, arquitetura, entre outros. Civilizações como essas continuam a moldar invenções e descobertas em diferentes áreas de nossas vidas.

Civilização Árabe – Conquista

conquista árabe conheceu 3 estágios.

O primeiro foi militar e político, com o avanço dos exércitos árabes no primeiro século.

O segundo foi religioso, tendo principiado com o segundo século do Islã. Durante este período, a maior parte da população do império se converteu ao Islã. O terceiro estágio foi linguístico, a vitória da língua árabe.

Em 830, a famosa Casa da Sabedoria se estabeleceu em Bagdá, era uma combinação de biblioteca, academia e centro de traduções, que foi sob vários aspectos a instituição educacional mais importante desde a fundação do Museu de Alexandria, no Egito, no Século III a.C. Todos os trabalhos dos filósofos gregos Aristóteles, Hipócrates, Galeno e Platão eram, graças às traduções, acessíveis ao leitor árabe.

Os árabes assimilaram a cultura grega e antiga e fizeram uma harmonização do pensamento grego com os ideais islâmicos. Os árabes produziam na medicina, astronomia e na alquimia.

Os médicos árabes costumavam visitar diariamente as prisões para controlar a higiene pública. O primeiro hospital do Islã foi estabelecido no Século IX. As clínicas ambulantes apareceram no Século XI.

Os hospitais tinham cada um seu próprio dispensário. Alguns eram equipados com bibliotecas médicas e davam cursos de medicina.

Al Razi, médico árabe do Século X, foi, até o Século XV, a fonte principal do conhecimento químico na Europa. A Enciclopédia Médica de Avicena, médico e filósofo árabe, foi a bíblia para a educação médica nas escolas da Europa até o Século XVII. Os árabes fundaram a mais antiga escola de farmácia. Já no Século IX, os farmacêuticos tinham de passar por um exame, e os médicos, de se submeter a provas.

A astronomia se desenvolveu para posicionar as mesquitas na direção de Meca.

O pai da alquimia árabe foi Jabir Ibn Hayyan, que deu seu nome  Al Jabir – à álgebra.

Contribuições Feitas ao Ocidente

Os portais das instituições educativas da Espanha muçulmana, à partir do Século VIII, ostentavam a famosa inscrição: O mundo é sustentado por quatro coisas apenas: a sabedoria do sábio, a justiça do grande, as preces do justo e a coragem do bravo. É significativo que a sabedoria venha em primeiro lugar nesta declaração européia dos ideais muçulmanos.

A sabedoria muçulmana penetrou no pensamento europeu. A Espanha maometana escreveu um dos capítulos mais brilhantes na história intelectual da Europa Medieval.

Entre a metade do Século VIII e o início do Século XIII, os povos que falavam árabe eram, por todo o mundo, os principais portadores da tocha da cultura e da civilização. Os agentes da ciência e da filosofia antigas, que foram por eles recobradas, desenvolvidas e transmitidas, possibilitando assim o Renascimento na Europa ocidental. Os árabes marcaram a Espanha na poesia, na literatura, na música, na arquitetura, nas ciências, na astronomia e na medicina.

Várias das cidades espanholas possuíam o que podiam ser chamadas de universidades, das quais as principais eram as de Córdoba, Sevilha, Málaga e Granada.

Ao lado das universidades floresceram as bibliotecas. Este acúmulo de livros na Andaluzia (Espanha) não teria sido possível se não houvesse a fabricação local de papel de escrever, uma das mais benéficas contribuições do Islã à Europa. Esta indústria de papel passou à Espanha no Século XII (palha de trigo).

Também um dos termos matemáticos mais interessantes tomados do árabe é o zero. Eles ensinaram aos ocidentais o emprego desta tão útil convenção.

Arquitetura

A suprema expressão da arte muçulmana foi a sua arquitetura religiosa, só dois monumentos arquitetônicos das mais nobres estruturas do Islã existem até hoje, que são: A mesquita Omíada de Damasco e a Cúpula do Rochedo de Jerusalém.

Os arquitetos árabes desenvolveram um plano de construção simples e capaz de expressar o espírito da nova religião. Assim temos na Mesquita (nome derivado de masjid, que quer dizer um lugar em que se prostra) um epítome da história do desenvolvimento da civilização islamítica nas suas relações inter-raciais e internacionais.

A mesquita simples de Maomé consistia de um pátio descoberto, cercado por paredes de argila endurecida pelo sol. O teto era formado por troncos de palmeiras que eram usados como colunas, as quais sustentavam na cobertura de folhas de palmeira e barro. Um tronco também de palmeira enterrado no solo, no começo servia como o púlpito de onde o profeta se dirigia a congregação. Mais tarde, foi substituído por uma pequena plataforma de madeira com três degraus, copiada das que se vêem nas igrejas cristãs na Síria.

A arquitetura da casa é bem especial. A porta de entrada de cada casa dava da rua, para um pátio, do qual no centro se encontravam um grande tanque de água dotado de um jato fluente que lançava periodicamente um borrifo como se fosse um véu. Uma laranjeira ou uma cidreira estavam plantadas perto do tanque.

Os quartos rodeavam o pátio, que nas maiores casas eram dotado de um peristilo. A peça mais importante da mobília do lar passou a ser o divã, um sofá que se estendia ao longo de três lados da sala, com almofadas colocadas sobre colchões. Os tapetes tecidos a mão são os principais na decoração.

No Século X Bagdá jactava-se de ter cerca de 21.000 casas de banhos públicos, servidos de água corrente quente e fria, os banhos tinham-se tornados populares para homens.

As mulheres usavam os banheiros públicos em dias reservados.

Uma tradição profética dizia A limpeza é uma parte da fé. A limpeza e as boas maneiras eram coisas importantes numa pessoa.

Um autor árabe do século IX escreveu sobre as maneiras de um homem culto, um cavalheiro daquele período: ?Era um homem que se fazia notar pelo comportamento cortês, honra máscula e maneiras elegantes, que se abstinha de gracejar, que era amigo das pessoas bem consideradas dotado de altos padrões de veracidade, escrupuloso no cumprimento de promessas e capaz de guardar segredos que lhe fossem confiados. Não vestia roupas sujas ou remendadas e ao comer não enchia a boca com alimentos, conversava ou ria pouco, mastigava sua comida devagar, não lambia os dedos, evitava o alho e abstinha-se de palitar os dentes nos toucadores, casas de banho, encontros públicos ou nas ruas.

Na arte, os teólogos muçulmanos eram hostis a todas as formas de arte representativa, proibidas pelo Alcorão.

No Islã, a pintura pôs-se a serviço da religião. A pintura muçulmana de caráter religioso só aparece realmente nos princípios do século XIV, influenciada pela arte das igrejas cristãs orientais, como base de seu desenvolvimento a decoração de livros.

Os caracteres do alfabeto arábico prestavam-se aos desenhos decorativos e passaram a ser um importante motivo na arte islamítica.

A caligrafia seja talvez a única arte árabe que se tem atualmente representantes cristãos e muçulmanos em Constantinopla, Cairo, Beirute e Damasco.

E suas produções excedem em elegância e beleza a qualquer das obras primas que os antigos produziram.

Um ditado antigo mostra a importância da língua escrita e falada para os povos árabes: ?A sabedoria desceu a três coisas, O cérebro dos francos (europeus), as mãos dos chineses e a língua dos árabes.?

Clima e terreno

Região de clima seco e quente.

O Império Árabe começou em Medina, na Península Arábica, no que hoje é conhecido como a Arábia Saudita.

O interior é geralmente inóspito deserto – árido, arenoso e quente, com temperaturas de verão chegando a 130 graus F. Medina e Meca ocupam as regiões costeiras mais férteis ao longo do Mar Vermelho.

A CIVILIZAÇÃO ÁRABE E SUA INFLUÊNCIA NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

Porque falar do Mundo Árabe?

Mundo Árabe é uma região rica em cultura e em tradições, participou muito do desenvolvimento da Europa na Idade Média até o Século XV e também influenciou indiretamente a América Latina através das culturas portuguesa e espanhola, que se espalharam nesta parte do mundo.

O que é o Mundo Árabe?

Mundo Árabe é hoje um conjunto de países, da Península Arábica, do Oriente Médio e do norte da África. Os legítimos árabes são da Península Arábica.

Os países do Oriente Médio descendentes dos povos cananeu e fenício, que se misturaram com os árabes. Os países do norte da África tem mais a influência africana com os povos berberes, originários da região.

Todos esses países têm a língua árabe clássica em comum e fazem parte da Liga dos Países Árabes, cuja sede é no Egito.

Foi na Península Arábica que surgiu a religião muçulmana, no Século VII. Essa área era conhecida como um deserto habitado por beduínos.

Quando falamos do Islã, não devemos nos esquecer que há também cristãos em países árabes, como a Síria, o Líbano, o Egito, o Iraque, sendo que neles os islâmicos são a maioria.

Na cidade de Meca, hoje um lugar de peregrinação dos muçulmanos, havia uma divindade chamada Alá, que não era a única cultuada ali. O nome Alá é antigo. O povo de Meca acreditava que Alá era o criador, o provedor supremo, o deus que devia ser invocado por ocasião dos maiores perigos.

Não tardaria a soar dos lábios de um homem de Meca a maior frase da língua árabe, que galvanizaria o povo do deserto: La ilaha illa lah (Só há um Deus, que é Alá).

O Islamismo

Os muçulmanos denominam a época anterior ao aparecimento de Maomé de período Jahiliya era da ignorância (de Deus). Nessa época, enquanto as estátuas e a arquitetura gregas eram glorificadas, os árabes se glorificaram na literatura e na expressão refinada.

Um adágio peninsular diz: a beleza do homem reside na eloquência de sua língua.

O triunfo do Islamismo foi, até certo ponto, o triunfo de uma língua ou, mais precisamente, de um livro: o Alcorão. Não há no mundo povo algum, como o árabe, que tenha cultivado uma admiração tão entusiástica pela expressão literária e pela palavra, falada ou escrita. Os árabes antigos não criaram nem desenvolveram qualquer grande arte como a oratória.

O profeta Maomé nasceu por volta do ano 571, na cidade de Meca, na Arábia Saudita. Aos 25 anos de idade se casou com Khadija, viúva de um rico mercador com quem teve 4 filhos. Aos 40 anos, Maomé recebeu a revelação de Deus, que lhe foi trazida pelo Anjo Gabriel, e mais tarde transcrita no Alcorão, que significa recitação. Grande parte da força do Alcorão se consubstancia em suas rimas, em sua retórica, em sua cadência e em seu ritmo, que se perdem em suas traduções para outros idiomas.

Maomé conseguiu erigir uma organização social usando a religião como base, ao invés dos laços de sangue. Assim, o laço mais vital das relações árabes até então o laço consanguíneo ou tribal foi substituído por um novo, o da fé.

O Alcorão contém, além das leis religiosas reguladoras do jejum, das esmolas e das preces, normas sociais e políticas relativas ao casamento e ao divórcio, ao tratamento dos escravos, prisioneiros de guerra e inimigos.

No Islã, existem 5 deveres ou pilares que o muçulmano deve respeitar: a profissão da fé, a prece, as esmolas, o jejum e as peregrinações.

Os califas que vieram depois da morte de Maomé unificaram os povos da região ao redor do Alcorão e começaram a se espalhar até chegar à Espanha no Século XIII, e até o Afeganistão.

Os árabes não construíram apenas um império, mas criaram uma cultura. Herdeiros da civilização antiga que floresceu às margens dos Rios Tigre e Eufrates (no Iraque), das terras do Nilo – dos egípcios e dos faraós, e das praias orientais do Mediterrâneo, com os fenícios que também assimilaram e absorveram os traços principais da cultura greco-romana.

Assim, serviram como intermediários, transmitindo à Europa Medieval muitas das influências intelectuais que despertaram o mundo ocidental e lhe indicaram o caminho da renascença moderna.

Quando o Islamismo surgiu, se propagou muito rápido, e em apenas dois séculos igualou o esplendor do seu cenário ao do Império Romano.

O deserto não é uma condição geográfica simples, e uma religião, para que triunfasse na Arábia, deveria estar de acordo com o espírito de aventura, a inclinação pela luta e o personalismo exagerado que estigmatizam o árabe, caracteres esses impostos pelo seu meio físico.

O Alcorão, onde está contida toda a religião islâmica, é o reflexo das virtudes e dos vícios, paixões e sentimentos dos árabes, ou melhor, de seu fundador.

Maomé, como acentua Herder, representa bem a expressão árabe; o autor diz de Maomé: uma mistura de tudo o que poderia produzir sua nação, sua tribo, seu país do seu tempo: mercador, profeta, orador, poeta, herói, legislador, sob cada forma, sempre fiel ao tipo árabe. (Johann Gottfried Herder Idées sur la Philosophie de lHumanité)

Outras religiões tentaram penetrar na Arábia, como o Judaísmo e o Cristianismo, sem conseguir resultados. A moral tão pura do Evangelho, fundada sobre a abstração, não podia satisfazer a um povo demais dócil à voz das paixões materiais. A simplicidade em que aparece envolta a religião de Maomé é acessível à mentalidade de seu povo.

A organização política da Arábia – inúmeras tribos nômades ou sedentárias – fez com que a finalidade do Islamismo fosse constituir um estado teocrático e militar, sendo seus membros soldados e sacerdotes, não existindo hierarquia religiosa.

Quando Maomé surgiu, já havia a decadência das antigas crenças, como acontecera no Império Romano no tempo em que surgiu o Cristianismo. A Kaaba, verdadeira confederação religiosa onde havia ídolos de todas as tribos, facilitava a unidade religiosa, a adoração de um só Deus, porque todas as tribos, mesmo envoltas no paganismo, adoravam Allah, o Deus de Abraão, antepassado dos árabes, e foi Allah que Maomé reconheceu como o único deus.

O meio árabe já estava preparado quando Maomé surgiu, e ele participou apenas com seu talento e sua inteligência, adaptados às circunstâncias, no desenvolvimento do seu povo. Quando o profeta morreu, quase toda a Península Arábica estava unificada (ano 632).

Os árabes são portadores de uma cultura interessante, que é resultante da assimilação de elementos culturais dos povos vencidos ou com os quais mantinham relações, como os egípcios, os fenícios, os persas, os gregos, os hindus e até os chineses, povos esses detentores da herança cultural da Antiguidade.

influência árabe é muito grande na Europa. Quando os árabes chegaram à Península Ibérica, influenciaram as letras, as artes, a filosofia e as ciências.

As relações comerciais e os casamentos mistos promoveram o contato entre cristãos e muçulmanos.

Os casamentos foram numerosos e os encontramos na própria aristocracia: governadores árabes se casaram com nobres cristãs, reis mouros se casaram com princesas espanholas e reis cristãos se casaram com filhas de emires árabes.

Grande era a influência da poesia árabe na poesia medieval provençal europeia, não só na matéria e na forma poética, mas também no ritmo. Chamara essa poesia de poesia andaluza (Andaluz: como a Espanha era chamada pelos árabes). Guilherme Poitiers, o mais antigo trovador provençal, que viveu no Século XI, foi influenciado pelas cacidas árabes.

A Divina Comédia de Dante se inspirou no livro de um poeta místico Ibn Elarabi (p. 39).

Muitos livros exerceram grande influência na poesia e nas letras europeias: o Alcorão, As Mil e Uma Noites, O Romance de Antar, Calila e Dimna, Ibn Khaldun e seu Livro dos Exemplos.

Fonte: www.raymundosilveira.hpg.ig.com.br/www.conhecimentosgerais.com.br/dspace.mit.edu/www.eatpitapita.com

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