Revolução Russa

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Revolução Russa – O que foi

A mais de um século a Revolução Russa de 1917 se iniciou, na Rússia, um dos mais importantes eventos políticos e históricos da humanidade, do século XX.

A violenta revolução marcou o fim da dinastia Romanov e séculos de governo imperial russo. Durante a Revolução Russa, os bolcheviques, liderados pelo revolucionário esquerdista Vladimir Lenin, tomaram o poder e destruíram a tradição do governo csarista. Os bolcheviques mais tarde se tornariam o Partido Comunista da União Soviética.

Inquestionavelmente o maior acontecimento histórico inspirado nas ideias de Karl Marx, a Revolução Russa mudou o mundo, sendo um dos principais motivos para a difusão do ideário marxista ao redor do globo.

Para se compreender esta Revolução, devemos nos atentar para a situação da Rússia na transição do século XIX para o XX, interna e externamente. Politicamente, o país era um império czarista, sem participação popular nas decisões políticas, onde o poder se encontrava nas mãos da família Romanov há mais de três séculos.

Socialmente, a Rússia possuía aproximadamente 170 milhões de habitantes, dos quais 80% viviam em zonas rurais e 90% não eram alfabetizados.

A diversidade cultural era muito forte em seu território e devido a este fator, havia uma configuração praticamente feudal na Rússia, com uma elite agrária muito rica e influente que garantia proteção e subsistência à população em troca da exploração de seu trabalho.

No âmbito econômico, na virada do século, o governo buscava realizar mudanças que colocassem a Rússia frente às potências capitalistas da época. Todavia, existia uma defasagem gritante em termos tecnológicos, epouquíssimas regiões do país eram desenvolvidas como São Peterburgo, Kiev, Mins e Odessa.Com o desenvolvimento fabril, surgiram também os operários, que compartilhavam vivências e experiências quanto a opressão czarista –o que acabou por gerar uma união entre os mesmos e facilitou assim sua organização política. Esse desenvolvimento econômico, no entanto, acentuou a já grave desigualdade social existente na Rússia, sendo o combustível para a futura Revolução que aconteceria em breve.

Em 1903, o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), após diversas divergências internas, ramificou-se em duas grandes alas: a dos mencheviques e a dos bolcheviques.

Os primeiros eram a minoria, menos radicais e constituído predominantemente por burgueses;já os segundos representavam a maioria da população, e era formado, em especial, por operários.

Alguns anos antes da Revolução, em 1905, ocorreu um episódio histórico importante conhecido como Domingo Sangrento, momento no qual se acentuou a falta de representação política da população junto ao czar e seu governo. O povo passou a se organizar com mais afinco nos chamados sovietes (reuniões organizadas pelos operários que controlavam a produção de determinado território e as decisões políticas a serem tomadas a fim de sanar problemas).

Sabendo disso, o czar Nicolau Romanov II tentou conceder alguma participação para a população nas decisões políticas ao criar a Duma (espécie de parlamento), permitindo certa organização política na forma de partidos que, em contrapartida, eram submetidos a um forte controle estatal e à censura. Mesmo com essas medidas adotadas pelo czar, a situação na Rússia apenas se agravava.

Além do atraso em termos de desenvolvimento, uma desigualdade social profunda e uma economia fortemente agrária, o czar ainda se envolvia em disputas políticas externas que acabaram por endividar ainda mais a Rússia, como por exemplo o seu envolvimento com a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Esse conjunto de fatores fez eclodir em 1917 a Revolução Russa, que se dividiu em dois momentos: a revolução de Fevereiro (liderada pelos mencheviques, de caráter liberal) e a de Outubro (comandada pelos bolcheviques, de caráter popular, sendo esta a mais famosa).  A primeira parte da Revolução durou apenas poucos meses, e teve como destaque a retirada do Czar do poder, além de implementar o voto universal, anistiar os presos políticos e os exilados e legalizar os partidos políticos, dentre outras.

A Revolução de Fevereiro formou um governo de coalizão liderado pelo menchevique Alexander Kerensky. Em sua composição, este governo era constituído majoritariamente pela burguesia liberal russa, que não possuía interesse em realizar as reformas sociais necessárias para ao menos minimizar a desigualdade social do país.

Outro ponto importante foi o descaso da burguesia russa em não retirar o país da Primeira Grande Guerra, atendendo assim à vontade dos produtores russos de armas e munições.

Revolução Russa
Leon Trotsky, líder do Exército Vermelho, tropas populares que fizeram a Revolução.

Com o passar dos meses, as lideranças bolcheviques passaram a ganhar mais espaço entre a população, até que em 25 de outubro de 1917,os bolcheviques levaram a cabo a segunda parte da revolução liderados politicamente por Vladimir Lenin e militarmente por Leon Trotsky.

Sob o lema “todo o poder aos sovietes”, os revolucionários, apoiados pela massa, derrubaram o governo provisório – que não ofereceu resistência – e instalaram o um novo governo, inicialmente chamado de Comissários do Povo.

Revolução Russa
Pintura representando Lênin discursando para os bolcheviques.

Com uma plataforma popular, o governo bolchevique foi aos poucos se estabelecendo, em especial com as Teses de Abril, programa criado por Lênin que promoveria a retirada imediata da Rússia da 1ª Guerra, a socialização das terras e o combater à fome, o que ficaria conhecido na História pelo lema Paz, Terra e Pão. Os camponeses passaram a cuidar das terras, os operários das fábricas, os capitais estrangeiros se tornam nacionais, a dívida externa foi confiscada e, por fim, os territórios externos que antigamente eram dominados pelo czar recebem a sua tão sonhada autonomia.

Outra importante medida adotada pelo governo foi a NEP (Nova Política Econômica), iniciada em 1921. Conhecida por ser um passo para trás, dois passos para a frente, na NEP Lênin buscou atrair capitais externos para a economia russa através de certa tolerância para com o fato de que o setor de bens de consumo fosse gerido para iniciativa privada.

Essa e algumas outras medidas econômicas voltam a gerar uma desigualdade social sensível na população Russa, que, no entanto, não pode ser comparada com a discrepância social que gerou a Revolução.

Revolução Russa
Josef Stálin, líder comunista que assumiu a URSS após o falecimento de Lênin.

Apenas três anos depois Lênin vem a falecer, e gera uma árdua e histórica luta pelo poder na URSS (a URSS foi criada em 1922 e durou até 1991) entre Trotsky e Stálin –  este último se saiu vencedor, imprimiu uma nova configuração à URSS em um governo que duraria 31 anos, e só o deixou através da sua morte.

Revolução Russa – Bolchevique

Revolução Russa se refere a uma série de convulsões políticas que ocorreram em 1917 e levaram ao estabelecimento da União Soviética, que estaria envolvida em questões oficiais do governo até 1991.

Não foi um processo simples e, na verdade, levou a O partido bolchevique tentou várias vezes antes de finalmente obter o controle do governo.

O primeiro passo da revolução foi derrubar o czar Nicolau II da Rússia, exilar a família para a Sibéria e, por fim, matar todos os membros da família Romanov.

Revolução Russa começou em fevereiro de 1917 e foi um resultado direto das condições socioeconômicas desastrosas em que o povo russo vivia. Condições de trabalho deploráveis e superlotação levaram à agitação social, e a tensão da Primeira Guerra Mundial apenas agravou a turbulência.

No início, a revolução não tinha um objetivo específico. Em 23 de fevereiro de 1917, os trabalhadores simplesmente foram às ruas de Petrogrado para reclamar da escassez de alimentos. Em questão de dias, a maioria das lojas e fábricas locais fecharam para se juntar ao protesto. Soldados e policiais eventualmente se juntaram ao protesto, e todas as tentativas de restaurar a ordem civil foram esmagadas.

Nos primeiros dias de março de 1917, Nicolau II abdicou e foi rapidamente substituído por um governo provisório formado pelo Partido Socialista da Duma.

Em outubro de 1917, o aumento das preocupações sobre o futuro do país resultou em uma segunda revolução russa. Liderado por Vladimir Lenin e o partido bolchevique, isso resultou na derrubada do governo provisório russo. Seguiu-se a guerra civil, mas estava claro que os bolcheviques estavam ali para ficar. No entanto, milhões de pessoas tentaram manter a revolução viva lutando arduamente para derrubar o governo comunista.

O Exército Branco, uma mistura de socialistas moderados e liberais que se opunham ao regime estrito dos bolcheviques, acabou perdendo a guerra civil e muitos emigraram para Berlim e Paris.

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ou URSS, foi anteriormente estabelecida em 1922 e reconhecida como o governo oficial pela maioria dos países, exceto os Estados Unidos, que não aceitaram o regime como oficial até 1933.

Revolução Russa – Resumo

Revolução Russa

Revolução Russa ocorreu em 1917, durante a fase final da Primeira Guerra Mundial. Ela retirou a Rússia da guerra e provocou a transformação do Império Russo na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), substituindo a tradicional monarquia russa pela mundial primeiro estado comunista. A revolução aconteceu em etapas, por meio de dois golpes separados, um em fevereiro e outro em outubro. O novo governo, liderado por Vladimir Lenin, solidificaria seu poder somente após três anos de guerra civil, que terminou em 1920.

Embora os eventos da Revolução Russa tenham acontecido de forma abrupta, as causas podem ser rastreadas há quase um século. Antes da revolução, a monarquia russa havia se tornado progressivamente mais fraca e cada vez mais consciente de sua própria vulnerabilidade (e, portanto, mais reacionária). Nicolau II – o czar que liderou a Rússia nos anos que antecederam a revolução – testemunhou pessoalmente terroristas revolucionários assassinarem seu avô e, subsequentemente, seu próprio pai responder ao assassinato por meio da opressão brutal do povo russo. Quando o próprio Nicolau II se tornou czar em 1894, ele usou medidas igualmente severas para subjugar os movimentos de resistência, que estavam se tornando mais ousados e mais difundidos a cada ano.

Como as opressões recentemente impostas por Nicolau, por sua vez, incitaram ainda mais agitação, ele foi forçado a fazer concessões após cada incidente: foi dessa maneira que a primeira constituição da Rússia foi criada, assim como seu primeiro parlamento.

Essas concessões continuaram gradualmente até que o controle de Nicolau II no poder se tornou muito tênue.

À medida que Nicolau II ficava mais fraco, Vladimir Lenin ganhou destaque como a figura mais poderosa da Rússia.

Embora esse famoso líder da Revolução de Outubro nem mesmo estivesse na Rússia para a Revolução de fevereiro – ele viveu em exílio auto-imposto na Europa desde 1900 e retornou à Rússia apenas em abril de 1917 -, mesmo assim exerceu uma tremenda influência. Qualquer que seja o julgamento da história sobre ele, poucos outros revolucionários russos possuíam a determinação de Lenin e a força de visão para o futuro da Rússia. Nascido em 1870 na cidade provincial de Simbirsk como Vladimir Ilich Ulyanov, o jovem Lenin foi profundamente afetado pela execução de seu irmão mais velho, Alexandre, em 1887, por estar envolvido em um complô para assassinar o czar. Como um jovem adulto, Vladimir se juntou ao movimento de resistência e assumiu o pseudônimo de Lenin, mas jurou que nunca se envolveria no tipo de “aventureirismo” que acabou com a vida de seu irmão. No entanto, suas ações um dia se tornariam realmente muito aventureiras.

A revolução liderada por Lenin marcou um dos pontos de inflexão mais radicais na história de 1.300 anos da Rússia: afetou a economia, a estrutura social, a cultura, as relações internacionais, o desenvolvimento industrial e quase qualquer outro parâmetro pelo qual se pudesse medir uma revolução. Embora o novo governo provasse ser pelo menos tão repressivo quanto aquele que substituiu, os novos governantes do país foram retirados em grande parte das classes intelectuais e trabalhadoras, e não da aristocracia – o que significou uma mudança considerável de direção para a Rússia.

A revolução abriu a porta para a Rússia entrar totalmente na era industrial. Antes de 1917, a Rússia era uma nação predominantemente agrária que havia se envolvido com o desenvolvimento industrial apenas em um grau limitado. Em 1917, os vizinhos europeus da Rússia haviam abraçado a industrialização por mais de meio século, fazendo avanços tecnológicos, como a eletrificação generalizada, que a Rússia ainda não tinha alcançado. Após a revolução, novas regiões urbano-industriais surgiram rapidamente na Rússia e tornaram-se cada vez mais importantes para o desenvolvimento do país. A população foi atraída para as cidades em grande número.

A educação também teve um grande crescimento e o analfabetismo foi quase totalmente erradicado.

Revolução Russa também teve consequências internacionais consideráveis. O governo de Lenin imediatamente tirou a Rússia da Primeira Guerra Mundial, mudando o equilíbrio de forças para os participantes restantes. Durante a guerra civil que se seguiu na Rússia, várias nações, incluindo os Estados Unidos, enviaram tropas para a Rússia na esperança de evitar que o caos se espalhasse para além das fronteiras da Rússia. Nas décadas seguintes, a União Soviética patrocinou e ajudou ativamente os movimentos e revoluções comunistas em todo o mundo, em um esforço para ampliar sua esfera de influência.

O país também desempenhou um papel fundamental na derrota da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Ameaçados pela possibilidade de revoluções em suas próprias terras, os governos de muitas nações ocidentais viram o comunismo como uma ameaça crescente e agiram para isolar a União Soviética tanto quanto possível. Após a Segunda Guerra Mundial e o advento da era nuclear, um confronto entre a União Soviética e os Estados Unidos assumiu o centro das atenções. Com o início da Guerra Fria, os dois países emergiram como superpotências, com grande parte do resto do mundo ficando atrás de um ou do outro. Uma corrida armamentista nuclear prolongada entre os Estados Unidos e a União Soviética duraria até a URSS finalmente entrar em colapso em 1991.

Fonte: Vinicius Carlos da Silva/www.infobloom.com/www.history.com/www.sparknotes.com

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