Guerra do Golfo

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Guerra do Golfo Pérsico – O que foi

Período 1990-1991

Área do conflito: Oriente Médio

Protagonistas: Estados Unidos e Iraque.

Forças da Coalizão: Grã-Bretanha, França, Arábia Saudita, Egito e pequenos contingentes de diversas nações arábes.

O presidente iraquiano, Saddam Hussein, ordenou a invasão e ocupação do vizinho Kuwait no início de agosto de 1990. Alarmados com essas ações, potências árabes como a Arábia Saudita e o Egito pediram aos Estados Unidos e outras nações ocidentais que interviessem.

Hussein desafiou as exigências do Conselho de Segurança das Nações Unidas para se retirar do Kuwait em meados de janeiro de 1991, e a Guerra do Golfo Pérsico começou com uma maciça ofensiva aérea liderada pelos EUA, conhecida como Operação Tempestade no Deserto. Após 42 dias de ataques implacáveis da coalizão aliada no ar e no solo, o presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush declarou um cessar-fogo em 28 de fevereiro; nessa época, a maioria das forças iraquianas no Kuwait havia se rendido ou fugido.

Embora a Guerra do Golfo Pérsico tenha sido inicialmente considerada um sucesso absoluto para a coalizão internacional, o conflito latente na região conturbada levou a uma segunda Guerra do Golfo – conhecida como Guerra do Iraque – que começou em 2003.

Antecedentes da Guerra do Golfo Pérsico

Embora a longa Guerra Irã-Iraque tenha terminado em um cessar-fogo mediado pelas Nações Unidas em agosto de 1988, em meados de 1990 os dois estados ainda não haviam começado a negociar um tratado de paz permanente. Quando seus ministros das Relações Exteriores se reuniram em Genebra naquele julho, as perspectivas de paz repentinamente pareciam brilhantes, pois parecia que o líder iraquiano Saddam Hussein estava preparado para dissolver o conflito e devolver o território que suas forças há muito ocupavam.

Duas semanas depois, no entanto, Hussein fez um discurso no qual acusou a nação vizinha, Kuwait, de extrair petróleo bruto dos campos de petróleo de Ar-Rumaylah localizados ao longo de sua fronteira comum.

Ele insistiu que Kuwait e Arábia Saudita cancelassem US $ 30 bilhões da dívida externa do Iraque e os acusou de conspirar para manter os preços do petróleo baixos em um esforço para agradar as nações compradoras de petróleo ocidentais.

Você sabia?

Ao justificar sua invasão do Kuwait em agosto de 1990, Saddam Hussein afirmou que era um estado artificial esculpido na costa iraquiana por colonialistas ocidentais; na verdade, o Kuwait foi reconhecido internacionalmente como uma entidade separada antes que o próprio Iraque fosse criado pela Grã-Bretanha sob um mandato da Liga das Nações após a Primeira Guerra Mundial.

Além do discurso incendiário de Hussein, o Iraque começou a reunir tropas na fronteira do Kuwait. Alarmado com essas ações, o presidente Hosni Mubarak do Egito iniciou negociações entre o Iraque e o Kuwait em um esforço para evitar a intervenção dos Estados Unidos ou de outras potências de fora da região do Golfo.

Hussein interrompeu as negociações depois de apenas duas horas e, em 2 de agosto de 1990, ordenou a invasão do Kuwait. A suposição de Hussein de que seus companheiros países árabes ficariam de braços cruzados diante de sua invasão do Kuwait, e não chamariam ajuda externa para impedi-la, provou ser um erro de cálculo. Dois terços dos 21 membros da Liga Árabe condenaram o ato de agressão do Iraque, e o rei Fahd da Arábia Saudita, junto com o governo do Kuwait no exílio, recorreram aos Estados Unidos e outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para Apoio, suporte.

Presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush imediatamente condenou a invasão, assim como os governos da Grã-Bretanha e da União Soviética. Em 3 de agosto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu que o Iraque se retirasse do Kuwait; três dias depois, o rei Fahd se encontrou com o secretário de defesa dos Estados Unidos, Richard “Dick” Cheney, para solicitar assistência militar dos Estados Unidos. Em 8 de agosto, dia em que o governo iraquiano anexou formalmente o Kuwait – Hussein o chamou de “19ª província” do Iraque – os primeiros aviões de combate da Força Aérea dos EUA começaram a chegar à Arábia Saudita como parte de uma escalada militar apelidada de Operação Escudo do Deserto.

Os aviões foram acompanhados por tropas enviadas por aliados da OTAN, bem como pelo Egito e várias outras nações árabes, destinadas a se proteger contra um possível ataque iraquiano à Arábia Saudita.

No Kuwait, o Iraque aumentou suas forças de ocupação para cerca de 300.000 soldados. Em um esforço para angariar apoio do mundo muçulmano, Hussein declarou uma jihad, ou guerra santa, contra a coalizão; ele também tentou se aliar à causa palestina ao oferecer a evacuação do Kuwait em troca da retirada israelense dos territórios ocupados. Quando esses esforços falharam, Hussein concluiu uma paz apressada com o Irã para trazer seu exército com força total.

Guerra do Golfo – Começo

Em 29 de novembro de 1990, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o uso de “todos os meios necessários” de força contra o Iraque se este não se retirasse do Kuwait até 15 de janeiro seguinte.

Em janeiro, as forças da coalizão preparadas para enfrentar o Iraque eram numerosas. 750.000, incluindo 540.000 militares dos EUA e forças menores da Grã-Bretanha, França, Alemanha, União Soviética, Japão, Egito e Arábia Saudita, entre outras nações. O Iraque, por sua vez, contou com o apoio da Jordânia (outro vizinho vulnerável), Argélia, Sudão, Iêmen, Tunísia e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Guerra do Golfo – Conflito militar

Guerra do Golfo

Conflito militar ocorrido inicialmente entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de 1990 a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise começa quando o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade o Kuwait. Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Hussein exige que o Kuwait perdoe a dívida de US$ 10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e também cobra indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos extraíram petróleo de campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão ainda em jogo antigas questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico.

A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e da Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas.

O Kuwait é grande produtor de petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6 de agosto, a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein proclama a anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte-americana para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os árabes em torno de sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação de um Estado palestino. A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças dos EUA, do Reino Unido, da França, do Egito, da Síria e de países que formam a coalizão anti-Hussein. Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de novembro, a ONU autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire do Kuwait até 15 de janeiro de 1991.

Em 16 de janeiro, as forças coligadas de 28 países liderados pelos EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende em 27 de fevereiro. Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a inspeção de suas instalações nucleares.

Guerra do Golfo – Conseqüências

O número estimado de mortos durante a guerra é de 100 mil soldados e 7 mil civis iraquianos, 30 mil kuweitianos e 510 homens da coalizão. Após a rendição, o Iraque enfrenta problemas internos, como a rebelião dos curdos ao norte, dos xiitas ao sul e de facções rivais do partido oficial na capital. O Kuwait perde US$ 8,5 bilhões com a queda da produção petrolífera.

Os poços de petróleo incendiados pelas tropas iraquianas em retirada do Kuwait e o óleo jogado no golfo provocam um grande desastre ambiental.

Guerra do Golfo – Tecnologia na guerra

Guerra do Golfo Pérsico introduz recursos tecnológicos sofisticados, tanto no campo bélico como em seu acompanhamento pelo resto do planeta. A TV transmite o ataque a Bagdá ao vivo, e informações instantâneas sobre o desenrolar da guerra espalham-se por todo o mundo. A propaganda norte-americana anuncia o emprego de ataques cirúrgicos, que conseguiriam acertar o alvo militar sem causar danos a civis próximos.

Tanques e outros veículos blindados têm visores que enxergam no escuro graças a detectores de radiação infravermelha ou a sensores capazes de ampliar a luz das estrelas.

Mas o maior destaque é o avião norte-americano F-117, o caça invisível, projetado para minimizar sua detecção pelo radar inimigo.

RAPOSA DO DESERTO

A ação militar que ficou conhecida como Operação Raposa do Deserto, começou no dia 17 de dezembro de 1998. Foram quatro dias de bombardeios aéreos dos EUA e do Reino Unido contra o Iraque, com o objetivo de debilitar a capacidade iraquiana de fazer e usar armas de destruição em massa após Bagdá ter sido acusada de interromper a cooperação com os inspetores de armas da ONU.

Em reação, os EUA e o Reino Unido lançam a maior ofensiva militar contra o Iraque desde a Guerra do Golfo Pérsico, em dezembro de 1998, com o objetivo de “debilitar a capacidade iraquiana de produzir e usar armas de destruição em massa”. Durante 70 horas, o país é alvo de bombardeios e mísseis que destroem instalações militares e civis. Setenta pessoas morrem, de acordo com o governo iraquiano

A ofensiva é seguida de embates no decorrer de 1999, nas zonas de exclusão aérea criadas após a Guerra do Golfo Pérsico.

O Iraque declara essas zonas ilegais e passa a atacar aviões ocidentais que patrulham a região.

A Força Aérea norte-americana e a britânica respondem com bombardeios contra alvos estratégicos. Em janeiro, uma ofensiva contra a cidade de Basra mata 11 civis, de acordo com o Iraque.

Em outubro de 1999, a ONU autoriza o Iraque a aumentar suas exportações de petróleo, de 5,3 para 8,3 bilhões de dólares ao ano, em troca de alimentos e medicamentos. Um terço da receita obtida fica com a ONU, para o pagamento de reparações referentes à Guerra do Golfo Pérsico. Dois meses depois, a ONU cria um novo corpo de inspeção dos armamentos iraquianos, a Unmovic, e dá a Saddam Hussein prazo de 120 dias para autorizar o reinício das vistorias. O governante não aceita. Em junho de 2000, a ONU prolonga o programa “petróleo por comida” por mais seis meses. De acordo com o jornal científico britânico The Lancet, a mortalidade infantil no país mais do que dobrou desde o início do embargo.

Crescem os problemas internos de Saddam Hussein. O brigadeiro-general-do-ar Sami Ahmad al-Samarri’I e vários outros oficiais da Força Aérea são executados em outubro de 1999, sob acusação de planejar um golpe de Estado. Eleições parciais realizadas em março de 2000 – sem oposição – dão ao Baath 165 das 220 cadeiras em disputa no Legislativo. O filho de Saddam, Uday Hussein, é o candidato mais votado.

Aumentam também as tensões com o vizinho Irã. Várias pessoas ficam feridas, em maio, em um ataque com foguetes contra o palácio presidencial, em Bagdá, aparentemente realizado por grupos guerrilheiros pró-Irã.

Guerra do Golfo – História

Guerra do Golfo

A intenção de Saddam Hussein de a longo prazo controlar as reservas petrolíferas da Península Arábica levou-o a invadir o Kuwait, em 2 de agosto de 1990, numa ação coordenada, iniciada pelo avanço de duas divisões blindadas iraquianas através da fronteira, ataques executados por forças de assalto especiais na capital kuwaitiana, por unidades anfíbias e por helicópteros.

Apesar de alguns focos de resistência, os bravos kuwaitianos foram facilmente sobrepujados pela investida furiosa da Guarda Republicana de Saddam.

A seguir outras divisões foram enviadas para garantir a ocupação do país vizinho.

A preocupação com a possibilidade de que o Iraque viesse a dominar as principais reservas de petróleo do mundo, inclusive invadindo outros países da região, levaram os Estados Unidos a preparar uma resposta armada, com apoio da ONU e aliados como Grã-Bretanha, França, Egito e Arábia Saudita. As tropas iraquianas então começaram a reforçar suas defesas, cavando profundos fossos anti-tanques, campos minados, trincheiras e extensas cercas de arame farpado nos acessos ao Kuwait. Em novembro de 1990 haviam 430.000 soldados e 4.000 tanques iraquianos naquele teatro de operações. Os americanos, por outro lado, haviam reunido a mais poderosa força militar desde a invasão da Normandia, no dia D em junho de 1944, para por em andamento o plano de liberação do Kuwait, a Operação Tempestade do Deserto.

A batalha começou com intensos bombardeios a alvos estratégicos cuidadosamente escolhidos no Iraque, em 16 de janeiro de 1991, utilizando-se das mais sofisticadas armas do arsenal americano, como bombas guiadas a laser (LGB), mísseis de cruzeiro Tomahawk (290 mísseis disparados com 242 acertos) e os caças F-117 Night Hawk (stealth), com o intuito de quebrar a cadeia de comando dos iraquianos, destruir centros de comunicação (17 destruídos de um total de 26), usinas elétricas ( 50% ficaram inoperantes), pontes, bases aéreas (pistas inutilizadas e 70 abrigos aniquilados), lançadores de mísseis Scud e as baterias de mísseis anti-aéreos. No final de janeiro, os aliados tinham o controle incontestável do espaço aéreo e do mar e haviam cortado boa parte das linhas de suprimento das tropas iraquianas de ocupação. Esperando um ataque anfíbio em grande escala, o Exército iraquiano concentrou suas forças junto ao litoral, deixando as tropas da Guarda Republicana na retaguarda.

A estratégia dos Aliados, no entanto, consistia em criar tantas frentes de penetração que o inimigo não saberia de onde viria o ataque principal, até ser tarde demais para reagir.

Desviando-se dos pontos fortificados dos iraquianos, atacando pelos flancos para isolar o adversário, as tropas aliadas, iniciaram a grande ofensiva em 24 de fevereiro de 1991, com as Forças Árabes e os Marines á esquerda da linha de frente, a 1a.Div.Cavalaria, o 7° Corpo de Exército, o 3° Regimento Blindado, a 24a. Div.Infantaria e as 82a. e a 101a. Div.Aerotransportadas à direita.

A cidade de As Salman, defendida pela 45a. Div.Inf.iraquiana, foi liberada numa atuação fulminante de tropas francesas e americanas (82a.), com apoio de helicópteros de ataque e tanques, fazendo 2.900 prisioneiros.

Os marines da 1a.Divisão conseguiram dominar a área dos campos petrolíferos de Burgan, apesar dos tanques T-72 iraquianos e do ar empregnado de petróleo dos poços incendiados pelo inimigo. No setor do 7° Corpo, britânicos e americanos avançaram pelas brechas da linha defensiva, conhecida como Linha Saddam, e em Busayya enfrentaram a 12a.Div.Blindada iraquiana, destruindo 200 tanques, 100 veículos blindados, 100 peças de artilharia e fazendo 5.000 prisioneiros. O clímax da guerra viria ao longo da chamada linha 73 norte-sul, onde de 26 a 28 de fevereiro, o 7° Corpo dizimou a Guarda Republicana, tropa de elite que apesar dos intensos ataques aéreos ainda tinha 75% de seu poderio intacto.

Percebendo a derrota próxima, Saddam ordenou que as tropas que restavam no Kuwait batessem em retirada, mas foram emboscados ao longo da rodovia que leva a Basra, numa ação em que durante horas os pilotos aliados destruiram centenas de veículos com uma precisão devastadora.

O local ficou conhecido como “meio do deserto, para discutir os Rodovia para o Inferno”. No início de março de 1991, americanos e iraquianos se reuniram em Safwan, um lugar isolado no termos da rendição do Iraque.

Principais forças envolvidas Estados Unidos: 82a. e 101a.Div.Aerotransportada; 3° Regimento de Cav.Blindada; 24a. Div.Inf. Mecanizada; 45.000 marines; 719 aviões de combate de diversos tipos; cerca de 200 helicópteros de ataque e transporte; 120 navios de guerra; unidades das forças especiais Rangers, Boinas Verdes e SEAL.

Iraque: 570.000 soldados ( 4 Div.Mec., 9 Div.Blindadas e 29 Div.Inf.); 4.500 tanques (3.847 destruídos); 2.880 veículos blindados (1.450 destruídos); 3.257 peças de artilharia (2.917 destruídas); 500 aviões de combate.

Principais batalhas Batalhas de As Salman, dos campos petrolíferos de Burgan, de Busayya, da Linha 73 norte-sul e de Medina Ridge.

Resultado final: Rendição incondicional do Iraque (com atraso de pelo menos 10 anos em sua capacidade de produzir armas de destruição em massa e eliminação de seu poderio ofensivo), libertação do Kuwait, criação da zona de exclusão aérea ao sul do Iraque e embargo econômico. Mas Saddam Hussein continuava vivo e governando o país.

Fonte: www.militarypower.com.br/www.history.com/www.tendarabe.hpg.ig.com.br/www.geocities.com

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